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PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO No

(Autor: Alencar Santana Braga e outros)

Altera o inciso III do § 3º do art. 142 da Constituição Federal, que


transfere para reserva o militar que assumir cargo de natureza civil para
maior isenção das forças armadas."

Documento eletrônico assinado por Alencar Santana Braga (PT/SP), através do ponto SDR_56337, e (ver rol anexo),
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do art. 60 da
Constituição Federal, promulgam a seguinte emenda ao texto constitucional:

Art. 1º - O inciso III do § 3º do art. 142 da Constituição Federal passa a vigorar com a
seguinte redação:

Art. 142..............................................

..........................

§3º...............

na forma do art. 102, § 1º, do RICD c/c o art. 2º, do Ato


....................

“III - o militar da ativa que tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será imediatamente transferido para a

da Mesa n. 80 de 2016.
reserva, nos termos da lei.

..........................................................”(NR)

Art. 2º. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
*CD202760674700*

JUSTIFICATIVA

Apresentamos proposta de emenda à Constituição visando a transferência imediata para


a reserva de membros das Forças Armadas que vierem a tomar posse em cargo,
emprego ou função civil na Administração Pública.
Atualmente o inciso III do § 3º do art. 142 da Constituição Federal prevê que o militar
que ocupe cargo ou função civil de caráter temporário vá para a inatividade após dois
anos, ininterruptos ou não.

Ocorre que recentemente passou a se observar um movimento bastante preocupante de


nomeação massiva de agentes militares da ativa em cargos ou funções civis altamente
estratégicas no âmbito do Poder Executivo federal. O atual governo tem chamado a
atenção para esta questão, em razão do contingente significativo de militares em

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ocupação de cargos e funções civis.

Em breve verificação da gestão federal foi apontado que, somente nos ministérios, os
militares representavam mais de 36% dos principais postos de comando,
controlando oito das vinte e duas pastas.

Além disso, ocupam cargos estratégicos na Administração Pública mais diretamente


ligados ao Palácio do Planalto, compondo o que se costuma chamar de “núcleo duro” do
governo os generais Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter
Souza Braga Neto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). O

na forma do art. 102, § 1º, do RICD c/c o art. 2º, do Ato


major da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Oliveira, também entra na conta,
atuando na Secretaria-Geral da Presidência da República.

Mais recentemente, no curso da atual pandemia causada pelo novo coronavirus que
ocasionou a decretação de emergência em saúde e calamidade pública no país, após
trocas de ministros no Ministério da Saúde, o chefe da Pasta nomeado é também um

da Mesa n. 80 de 2016.
general da ativa, que conduzirá a mais estratégica e desafiadora área do governo no
momento.

A presença marcante de membros das Forças Armadas no governo é notável ainda em


outros espaços da gestão, como os cargos de chefia e assessoria especial ligados ao
Poder Executivo, inclusive aqueles que abarcam algumas atividades junto ao Poder
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Legislativo, além de cargos estratégicos das estatais.

Nesses postos, o atual governo tinha, somente nos primeiros nove meses do mandato,
2.500 militares, segundo levantamento feito à época pelo jornal Folha de S. Paulo, por
meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo o jornal Nexo, nos cargos
inferiores, de segundo e terceiro escalões, também há uma forte presença militar. O
número de militares cedidos pelas Forças Armadas para ocupar cargos de confiança de
natureza civil no governo federal já se aproxima de três mil.

Não é por acaso que a norma constitucional vigente prevê uma situação excepcional
para o membro das Forças Armadas que passe a ocupar cargo de natureza civil na
Administração Pública, assim como também são especiais as regras da Lei Maior no
que diz respeito à participação de militares nos processos eleitorais. O poder das armas

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no contexto social deve conter limites legais impondo aos titulares desses órgãos da
segurança nacional a obrigação de observar duras regras de submissão à Constituição da
República, sempre sob o comando de agentes políticos civis, ainda que porventura
sejam oriundos de quartéis, já que uma vez eleito candidato militar da ativa, este deve
imediatamente ser transferido para a inatividade. Isso porque o Estado Democrático de
Direito no qual se funda a República Federativa do Brasil, como bem define nossa
Constituição logo em seu art. 1º, é absolutamente incompatível com a noção de estados
totalitários, antidemocráticos, não se conhecendo outra forma de se chegar ao
rompimento da ordem democrática senão pela força intimidatória e repressiva das
armas.

na forma do art. 102, § 1º, do RICD c/c o art. 2º, do Ato


Bem por isso todo o sistema de atribuição dos poderes da república contém os
chamados freios e contrapesos com o objetivo de manter a harmonia e independência
entre o Executivo, Legislativo e Judiciário, para evitar um desequilíbrio de forças e o
sobrepujamento de um poder constituído em detrimento de outro.

Assim é que hoje, por exemplo, magistrados e membros do Ministério Público Federal

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não podem ocupar cargo no Poder Executivo, sem que se afastem, em definitivo, dos
cargos ocupados. A autonomia e independência desses cargos e uma presumida
influência de juízes e procuradores da república em decisões de seus pares, e mesmo
uma indesejável adoção de medidas desprovidas de imparcialidade, a favor ou contra o
governo do qual tenham participado, obrigam que membros da magistratura e do
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Ministérios Público Federal sejam exonerados de seus cargos para que possam tomar
posse no Executivo.

Em relação aos agentes militares da ativa, a nomeação para cargo civil temporário da
Administração Pública não deve mais autorizar a permanência na ativa por até dois
anos, como hoje é previsto no inciso III do § 3º do art. 142 da Constituição Federal. É
que nos últimos anos tem sido cada mais frequente o desejo de membros das Forças
Armadas em atividade em externar suas opiniões acerca da conjuntura política nacional
e mais recentemente constatamos sua efetiva participação no governo. É livre a
manifestação do pensamento, direito assegurado pela Carta Magna, sendo também
possível a nomeação de militares da ativa no governo, porém esses agentes devem ser
imediatamente transferidos para a inatividade a partir da posse em cargo ou emprego de
natureza civil na Administração Pública, afastando qualquer risco de que membros

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ativos das forças de segurança nacional tomem partido de um governo e isso venha a
comprometer a impessoalidade da corporação e sua inescapável obediência à
Constituição da República.

As rígidas regras de disciplina e hierarquia inerente às Forças Armadas, que proíbem,


dentre outras coisas, a filiação a partidos políticos e a sindicalização, têm o objetivo de
evitar que as funções precípuas de defesa da Pátria e a garantia ao exercício dos poderes
constitucionais, possam ficar seriamente comprometidas a partir de uma participação
expressiva de militares da ativa no governo, com riscos evidentes de indevida
interferência política nesse órgão de Estado.

Num país com um histórico marcante de intervenção das Forças Armadas nos destinos

na forma do art. 102, § 1º, do RICD c/c o art. 2º, do Ato


políticos da nação, a exclusividade do poder de coerção por meio do uso de armas
conferido ao Estado, representada por membros do Exército, Marinha e Aeronáutica da
ativa, aliada à nomeação em massa de agentes desses órgãos em cargos da Alta
Administração, justificam a modificação do texto constitucional, para determinar a
imediata transferência para a reserva de militares nomeados para cargos civis

da Mesa n. 80 de 2016.
temporários.

A posse de militar da ativa em cargo ou emprego civil permanente já impõe a imediata


transferência para a reserva, nos termos do inciso II do mesmo § 3º do art. 142,
obrigatoriedade que deve incidir também para os cargos temporários, com transferência
imediata para a reserva conforme redação da PEC proposta.
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Importante registrar que não será proibida a possibilidade de nomeação de militares da


ativa para o desempenho de atribuições civis na Administração Pública, vindo a PEC
proposta apenas excluir a atual regra permitindo que esse agente permaneça na ativa por
até dois anos no cargo empossado até sua transferência para a inatividade, que passará a
ser imediata.
Não é possível admitir que em tempos de aguda polarização e grave tensão de ânimos
na inter-relação como vemos atualmente, sem nenhuma sinalização de arrefecimento a
curto e médio prazo, dado o perfil beligerante de muitos atores políticos no cenário
nacional, fique em aberto a tentação de fugir ao debate democrático pela imposição das
armas, um flanco aberto com o permissivo constitucional de permanência por até dois
anos na ativa de militares nomeados para cargos civis temporários.

Finalmente, não podemos olvidar que nesses últimos 32 anos de normalidade

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democrática as Forças Armadas têm mostrado exemplar respeito às normas
constitucionais. A proposta de modificação ora apresentada é simplesmente uma
justificada cautela para eliminar a mínima possibilidade de comprometimento da
hierarquia, disciplina e garantia do exercício dos poderes constitucionais por parte
daquele órgão, premissa que permite inclusive descumprir ordem manifestamente ilegal,
mas que pode ser mitigada com a confusão que pode ocorrer em razão da massiva
participação de membros da ativa em qualquer governo.

na forma do art. 102, § 1º, do RICD c/c o art. 2º, do Ato


Sala das Sessões, em de de 2020.

ALENCAR SANTANA BRAGA


Deputado Federal – PT/SP

da Mesa n. 80 de 2016. *CD202760674700*

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