Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Documento eletrônico assinado por Alencar Santana Braga (PT/SP), através do ponto SDR_56337, e (ver rol anexo),
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do art. 60 da
Constituição Federal, promulgam a seguinte emenda ao texto constitucional:
Art. 1º - O inciso III do § 3º do art. 142 da Constituição Federal passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 142..............................................
..........................
§3º...............
“III - o militar da ativa que tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será imediatamente transferido para a
da Mesa n. 80 de 2016.
reserva, nos termos da lei.
..........................................................”(NR)
Art. 2º. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
*CD202760674700*
JUSTIFICATIVA
Documento eletrônico assinado por Alencar Santana Braga (PT/SP), através do ponto SDR_56337, e (ver rol anexo),
ocupação de cargos e funções civis.
Em breve verificação da gestão federal foi apontado que, somente nos ministérios, os
militares representavam mais de 36% dos principais postos de comando,
controlando oito das vinte e duas pastas.
Mais recentemente, no curso da atual pandemia causada pelo novo coronavirus que
ocasionou a decretação de emergência em saúde e calamidade pública no país, após
trocas de ministros no Ministério da Saúde, o chefe da Pasta nomeado é também um
da Mesa n. 80 de 2016.
general da ativa, que conduzirá a mais estratégica e desafiadora área do governo no
momento.
Nesses postos, o atual governo tinha, somente nos primeiros nove meses do mandato,
2.500 militares, segundo levantamento feito à época pelo jornal Folha de S. Paulo, por
meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo o jornal Nexo, nos cargos
inferiores, de segundo e terceiro escalões, também há uma forte presença militar. O
número de militares cedidos pelas Forças Armadas para ocupar cargos de confiança de
natureza civil no governo federal já se aproxima de três mil.
Não é por acaso que a norma constitucional vigente prevê uma situação excepcional
para o membro das Forças Armadas que passe a ocupar cargo de natureza civil na
Administração Pública, assim como também são especiais as regras da Lei Maior no
que diz respeito à participação de militares nos processos eleitorais. O poder das armas
Documento eletrônico assinado por Alencar Santana Braga (PT/SP), através do ponto SDR_56337, e (ver rol anexo),
no contexto social deve conter limites legais impondo aos titulares desses órgãos da
segurança nacional a obrigação de observar duras regras de submissão à Constituição da
República, sempre sob o comando de agentes políticos civis, ainda que porventura
sejam oriundos de quartéis, já que uma vez eleito candidato militar da ativa, este deve
imediatamente ser transferido para a inatividade. Isso porque o Estado Democrático de
Direito no qual se funda a República Federativa do Brasil, como bem define nossa
Constituição logo em seu art. 1º, é absolutamente incompatível com a noção de estados
totalitários, antidemocráticos, não se conhecendo outra forma de se chegar ao
rompimento da ordem democrática senão pela força intimidatória e repressiva das
armas.
Assim é que hoje, por exemplo, magistrados e membros do Ministério Público Federal
da Mesa n. 80 de 2016.
não podem ocupar cargo no Poder Executivo, sem que se afastem, em definitivo, dos
cargos ocupados. A autonomia e independência desses cargos e uma presumida
influência de juízes e procuradores da república em decisões de seus pares, e mesmo
uma indesejável adoção de medidas desprovidas de imparcialidade, a favor ou contra o
governo do qual tenham participado, obrigam que membros da magistratura e do
*CD202760674700*
Ministérios Público Federal sejam exonerados de seus cargos para que possam tomar
posse no Executivo.
Em relação aos agentes militares da ativa, a nomeação para cargo civil temporário da
Administração Pública não deve mais autorizar a permanência na ativa por até dois
anos, como hoje é previsto no inciso III do § 3º do art. 142 da Constituição Federal. É
que nos últimos anos tem sido cada mais frequente o desejo de membros das Forças
Armadas em atividade em externar suas opiniões acerca da conjuntura política nacional
e mais recentemente constatamos sua efetiva participação no governo. É livre a
manifestação do pensamento, direito assegurado pela Carta Magna, sendo também
possível a nomeação de militares da ativa no governo, porém esses agentes devem ser
imediatamente transferidos para a inatividade a partir da posse em cargo ou emprego de
natureza civil na Administração Pública, afastando qualquer risco de que membros
Documento eletrônico assinado por Alencar Santana Braga (PT/SP), através do ponto SDR_56337, e (ver rol anexo),
ativos das forças de segurança nacional tomem partido de um governo e isso venha a
comprometer a impessoalidade da corporação e sua inescapável obediência à
Constituição da República.
Num país com um histórico marcante de intervenção das Forças Armadas nos destinos
da Mesa n. 80 de 2016.
temporários.
Documento eletrônico assinado por Alencar Santana Braga (PT/SP), através do ponto SDR_56337, e (ver rol anexo),
democrática as Forças Armadas têm mostrado exemplar respeito às normas
constitucionais. A proposta de modificação ora apresentada é simplesmente uma
justificada cautela para eliminar a mínima possibilidade de comprometimento da
hierarquia, disciplina e garantia do exercício dos poderes constitucionais por parte
daquele órgão, premissa que permite inclusive descumprir ordem manifestamente ilegal,
mas que pode ser mitigada com a confusão que pode ocorrer em razão da massiva
participação de membros da ativa em qualquer governo.