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Sonetos de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver, Sete anos de pastor Jacob servia Alma minha gentil, que te partiste  Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
é ferida que dói, e não se sente; Labão, pai de Raquel, serrana bela; Tão cedo desta vida descontente,  muda-se o ser, muda-se a confiança;
é um contentamento descontente, mas não servia ao pai, servia a ela, Repousa lá no Céu eternamente,  todo o mundo é composto de mudança,
é dor que desatina sem doer. e a ela só por prêmio pretendia. E viva eu cá na terra sempre triste.  tomando sempre novas qualidades.

É um não querer mais que bem querer; Os dias, na esperança de um só dia, Se lá no assento Etéreo, onde subiste,  Continuamente vemos novidades,
é um andar solitário entre a gente; passava, contentando-se com vê-la; Memória desta vida se consente,  diferentes em tudo da esperança;
é nunca contentar-se de contente; porém o pai, usando de cautela, Não te esqueças daquele amor ardente,  do mal ficam as mágoas na lembrança,
é um cuidar que ganha em se perder. em lugar de Raquel lhe dava Lia. Que já nos olhos meus tão puro viste.  e do bem (se algum houve), as saudades.

É querer estar preso por vontade; Vendo o triste pastor que com enganos E se vires que pode merecer-te  O tempo cobre o chão de verde manto,
é servir a quem vence, o vencedor; lhe fora assi negada a sua pastora, Algũa cousa a dor que me ficou  que já coberto foi de neve fria, e, enfim,
é ter com quem nos mata, lealdade. como se a não tivera merecida; Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  converte em choro o doce canto.

Mas como causar pode seu favor começa de servir outros sete anos, Roga a Deus, que teus anos encurtou,  E, afora este mudar-se cada dia,
nos corações humanos amizade, dizendo:-Mais servira, se não fora Que tão cedo de cá me leve a ver-te,  outra mudança faz de mor espanto,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?  para tão longo amor tão curta a vida. Quão cedo de meus olhos te levou.  que não se muda já como soía¹.

Temática: a natureza contraditória do Temática: a força e a persistência do amor Temática: neoplatonismo amoroso Temática: efemeridade das coisas
amor Trata-se de um poema com estrutura Figuras: antítese (céu x terra; lá x cá), Figuras: metáfora (verde manto = primavera,
Figuras: antítese, metáfora, paradoxo. narrativa, pois conta a história bíblica de eufemismo, hipérbato. neve fria = inverno); antítese.
Jacó e Raquel, fazendo intertextualidade ¹costumava
com o livro de Gênesis cap.29.
Figuras: antítese, hipérbato.
Profa. Lídia Lerbach

Sonetos de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver, Sete anos de pastor Jacob servia Alma minha gentil, que te partiste  Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
é ferida que dói, e não se sente; Labão, pai de Raquel, serrana bela; Tão cedo desta vida descontente,  muda-se o ser, muda-se a confiança;
é um contentamento descontente, mas não servia ao pai, servia a ela, Repousa lá no Céu eternamente,  todo o mundo é composto de mudança,
é dor que desatina sem doer. e a ela só por prêmio pretendia. E viva eu cá na terra sempre triste.  tomando sempre novas qualidades.

É um não querer mais que bem querer; Os dias, na esperança de um só dia, Se lá no assento Etéreo, onde subiste,  Continuamente vemos novidades,
é um andar solitário entre a gente; passava, contentando-se com vê-la; Memória desta vida se consente,  diferentes em tudo da esperança;
é nunca contentar-se de contente; porém o pai, usando de cautela, Não te esqueças daquele amor ardente,  do mal ficam as mágoas na lembrança,
é um cuidar que ganha em se perder. em lugar de Raquel lhe dava Lia. Que já nos olhos meus tão puro viste.  e do bem (se algum houve), as saudades.

É querer estar preso por vontade; Vendo o triste pastor que com enganos E se vires que pode merecer-te  O tempo cobre o chão de verde manto,
é servir a quem vence, o vencedor; lhe fora assi negada a sua pastora, Algũa cousa a dor que me ficou  que já coberto foi de neve fria, e, enfim,
é ter com quem nos mata, lealdade. como se a não tivera merecida; Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  converte em choro o doce canto.

Mas como causar pode seu favor começa de servir outros sete anos, Roga a Deus, que teus anos encurtou,  E, afora este mudar-se cada dia,
nos corações humanos amizade, dizendo:-Mais servira, se não fora Que tão cedo de cá me leve a ver-te,  outra mudança faz de mor espanto,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?  para tão longo amor tão curta a vida. Quão cedo de meus olhos te levou.  que não se muda já como soía¹.

Temática: a natureza contraditória do Temática: a força e a persistência do amor Temática: neoplatonismo amoroso Temática: efemeridade das coisas
amor Trata-se de um poema com estrutura Figuras: antítese (céu x terra; lá x cá), Figuras: metáfora (verde manto = primavera,
Figuras: antítese, metáfora, paradoxo. narrativa, pois conta a história bíblica de eufemismo, hipérbato. neve fria = inverno); antítese.
Jacó e Raquel, fazendo intertextualidade ¹costumava
com o livro de Gênesis cap.29.
Figuras: antítese, hipérbato.
Profa. Lídia Lerbach

Sonetos de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver, Sete anos de pastor Jacob servia Alma minha gentil, que te partiste  Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
é ferida que dói, e não se sente; Labão, pai de Raquel, serrana bela; Tão cedo desta vida descontente,  muda-se o ser, muda-se a confiança;
é um contentamento descontente, mas não servia ao pai, servia a ela, Repousa lá no Céu eternamente,  todo o mundo é composto de mudança,
é dor que desatina sem doer. e a ela só por prêmio pretendia. E viva eu cá na terra sempre triste.  tomando sempre novas qualidades.

É um não querer mais que bem querer; Os dias, na esperança de um só dia, Se lá no assento Etéreo, onde subiste,  Continuamente vemos novidades,
é um andar solitário entre a gente; passava, contentando-se com vê-la; Memória desta vida se consente,  diferentes em tudo da esperança;
é nunca contentar-se de contente; porém o pai, usando de cautela, Não te esqueças daquele amor ardente,  do mal ficam as mágoas na lembrança,
é um cuidar que ganha em se perder. em lugar de Raquel lhe dava Lia. Que já nos olhos meus tão puro viste.  e do bem (se algum houve), as saudades.

É querer estar preso por vontade; Vendo o triste pastor que com enganos E se vires que pode merecer-te  O tempo cobre o chão de verde manto,
é servir a quem vence, o vencedor; lhe fora assi negada a sua pastora, Algũa cousa a dor que me ficou  que já coberto foi de neve fria, e, enfim,
é ter com quem nos mata, lealdade. como se a não tivera merecida; Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  converte em choro o doce canto.

Mas como causar pode seu favor começa de servir outros sete anos, Roga a Deus, que teus anos encurtou,  E, afora este mudar-se cada dia,
nos corações humanos amizade, dizendo:-Mais servira, se não fora Que tão cedo de cá me leve a ver-te,  outra mudança faz de mor espanto,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?  para tão longo amor tão curta a vida. Quão cedo de meus olhos te levou.  que não se muda já como soía¹.

Temática: a natureza contraditória do Temática: a força e a persistência do amor Temática: neoplatonismo amoroso Temática: efemeridade das coisas
amor Trata-se de um poema com estrutura Figuras: antítese (céu x terra; lá x cá), Figuras: metáfora (verde manto = primavera,
Figuras: antítese, metáfora, paradoxo. narrativa, pois conta a história bíblica de eufemismo, hipérbato. neve fria = inverno); antítese.
Jacó e Raquel, fazendo intertextualidade ¹costumava
com o livro de Gênesis cap.29.
Figuras: antítese, hipérbato.
Profa. Lídia Lerbach

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