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21/01/2020
Sumário:
Direito Financeiro
Aula:
Porquê que temos os impostos? O estado tem que ter atividade? Tem que fazer despesas?
Se tivesse não precisava de meios de financiamento e não precisava de haver impostos.
Necessidades coletivas
Há as chamadas necessidades coletivas. Estas são as necessidades que se caracterizam por
serem de satisfação passiva, que se contrapõem as necessidades individuais (necessidades de
satisfação ativa).
Satisfação ativa: Numa necessidade de satisfação ativa a pessoa tem que procurar o bem
para satisfazer a necessidade (ex: pequeno almoço, a pessoa tem que procurar o pão na
padaria).
Está justificado o porquê de o estado ter que fazer despesas, porque a prestação de bens
pelos quais não se pode exigir uma contraprestação é uma atividade que não é levada a cabo
pelos particulares, pois os particulares movem-se pelo fito do lucro e o estado não. Por força
da CRP cabe ao estado produzir estes bens a que chamamos coletivos / bens públicos porque
satisfazem as tais necessidades coletivas ou públicas de satisfação passiva.
O estado faz despesa e vai precisar de ter meios de financiamento para fazer face às
despesas.
Meios de financiamento
Preços
Empréstimos
Impostos
As receitas podem ser preços (o estado tem bens dos quais pode exigir uma contrapartida,
como por exemplo terrenos para arrendar, etc. Receitas patrimoniais), recorrer a empréstimos
/ ao crédito público (estado a contrair empréstimos) e impostos (cuja grande característica são
prestações que o estado está legitimado a exigir aos cidadãos sem ter de dar nada em troca.
Por um lado, o estado é obrigado a realizar atividades, produzir bens pelos quais tem despesa
relativamente aos quais não pode exigir nenhuma contraprestação. Por outro lado, é aquele a
quem a CRP consente e prevê a possibilidade de exigir contribuições sem lhes dar nada em
troca. Por um aldo há a produção do bem que acaba por ser disponibilizado porque há
passividade no consumo, mas por outro lado tem legitimidade de exigir prestações aos
cidadãos independentemente de uma contraprestação).
Do lado das receitas devemos separar estes 3 tópicos em receitas voluntários e receitas
coativas.
Receitas coativas (não há elemento de vontade) – preços fixados autoritariamente pela lei
(taxas), como no caso das consultas do médico, não podemos negociar.
Quando estamos perante as taxas aqueles bens que satisfazem as necessidades coletivas
(de satisfação passiva) são chamos bens públicos, mas o estado também produz bens que para
além de satisfazer necessidades coletivas satisfazem necessidades individuais (satisfação
ativa). O bem do SNS satisfaz necessidades públicas (as pessoas sentem-se seguras com as
vacinações, rastreios e etc.) mas ao mesmo tempo se um individuo precisa de uma consulta
procura o bem e aí já lhe é exigida uma contraprestação. As taxas dizem respeito a bens
públicos, mas como eles satisfazem 2 necessidades (coletivas e individuais) por isso são bens
semipúblicos. Por fim encontramos os impostos.
O que difere os países de pagar mais ou menos impostos? Porque que a noruega paga
menos impostos? É um país que vende petróleo, logo o estado tem um património que gera
receita de vulto por isso é menos justificado o estado ir buscar aos cidadãos receita através de
impostos.
Com o advento do estado liberal o estado foi esvaziado do património, a ideia de que o
estado não devia interferir na sociedade levou a um esvaziamento patrimonial do estado, o
estado tem bens e empresas, mas o que tem foi porque se foi apropriar delas em processos.
Prof Casalta Nabais diz que o nosso estado não tem património suficiente para satisfazer
necessidades coletivas para fazer face a estas despesas.
Passando à hipótese dos empréstimos, a crise da dívida pública em 2007 e 2008 pôs o
nosso país numa situação complicada. Antes da intervenção da TROIKA os juros eram
altíssimos porque tinha medo que o estado não pagasse. Nestes anos mais recentes o estado
não patrimonial com limites fortes ao endividamento a pressão das receitas começou a
aumentar, por isso os impostos e as taxas foram agravados porque a pressão maior vai para o
tributo, pois o estado sendo não patrimonial e estando com limitações relativamente ao
crédito.
Direito tributário
Dentro do tributo temos as taxas e os impostos.
O quê que os une? São tributos, prestações coativas, prestações fixadas por lei.
Teste
27 de março
15 de maio
27/02/2020
Nas receitas tributárias identificamos dentro dos tributos 2 grandes categorias: tributos
unilaterais (imposto) e tributos bilaterais (taxa).
Elemento objetivo
Elemento subjetivo
Elemento teleológico ou finalista
Objetivo:
Prestação,
Pecuniária,
Unilateral,
Definitiva,
Coativa.
Subjetivo:
Teleológico:
(tarefas publicas) para realização dessas funções,
Sem caracter sancionatório.
Não se confunda quando se aponta como característica dos tributos a coatividade porque o
que está a querer dizer é que a coatividade tem como fonte a lei e que o nascimento da
obrigação vai resultar de se verificarem os pressupostos que a lei estabelece (factos
tributários).
Se não se pagar o imposto quando ele é devido no prazo de pagamento – execução fiscal
para cobrança coerciva.
Esta característica também existe nas taxas. Nas taxas pode-se optar por querer ou não
querer certo serviço e a vontade já releva e pode-se optar.
Pecuniário – há autores que usam a palavra patrimonial pois inclui o dinheiro e o imposto
em espécie.
A extinção da obrigação não se vai dar pelo cumprimento da prestação pecuniária mas vai
dar-se no modo da dação em cumprimento que é fiscalmente admissível.
28/02/2020
Ponto 2.1. livro – 9 linhas – “o imposto é objetivamente uma prestação coativa … vontade
das partes”. – Porquê que o imposto é uma prestação coativa explicação do livro
“Nasce … encontro com a lei”- o encontro do facto com a previsão da norma faz existir
imposto.
Hoje sente-se muita pressão sobre os tributos supostamente bilaterais. Em alguns são
criados como tributos bilaterais mas, no entanto, não encontramos a contraprestação. Se não
encontrarmos a contraprestação e não tem origem um ente público não há admissibilidade de
pagamento e é inconstitucional. Podem resistir ao pagamento e nega-lo.
Unilateral – “”
Nas taxas há uma prestação específica, uma atividade dos entes públicos dirigida …
Nota 24- usar um jardim, circular no passeio – uso comum do domínio pulico mas que
estabelece um tributo unilateral quando se trata do uso comum é excecional. No entanto,
quando se trata de usar como uso privado a onerosidade é a regra.
Obstáculo jurídico –
Conceito das licenças fiscais – não é um conceito legal – a doutrina tem reconhecido
situações em que lhe podemos chamar licenças fiscais (não está na lei), a doutrina criou este
conceito para as situações em que o limite jurídico não existe, o obstáculo não é um obstáculo
real em razão de um interesse público administrativo que interessa acautelar, mas o limite
jurídico foi artificialmente erguido para poder lugar a um processo de licenciamento que o
remova e possa ser exigida a taxa. Ex: fixação de painéis publicitários nos automóveis, etc.
05/03/2020
Continuação do imposto
Art.4º/3 LGT refere as contribuições especiais. Casalta Nabais questiona se será uma
terceira categoria de tributos.
Art.165º/1, i), 1ª parte CRP – há uma reserva legislativa relativa à Assembleia da Republica
quanto aos impostos.
As contribuições financeiras diferem-se das taxas. Têm natureza grupal, tal como as
contribuições especiais. Tem a ver com situações em que, ao contrário da prestação do
serviço público concreto, portanto, nas taxas, existe uma relação paracomotativa, há uma
presunção de que os destinatários retiram benefício do ente publico ou causam custos
(prejuízo) ao ente publico.
Ponto 2.2.1 –
Duplo teste: para aferirmos do ponto de vista jurídico-constitucional a diferença entre tributo
unilateral e bilateral, temos de fazer 2 testes:
1. O da bilateralidade
2. O da proporcionalidade.
Não basta que um tributo tenha caracter bilateral para aferir da sua constitucionalidade, é
necessário que tenha uma proporcionalidade. Se concluirmos pela inexistência de
bilateralidade, já não vale a pena fazer o teste da proporcionalidade. Só passamos ao teste da
proporcionalidade se houvesse bilateralidade.
06/03/2020
Tarifas
A questão das tarifas é um modo que surge na lei de identificar taxas em que se reconhece
um certo tipo de características que não é um conceito legal.
É uma taxa mas além da exigível equivalência jurídica de prestações que é própria da taxa
na tarifa tende a haver uma equivalência económica, ou seja, o produto pago tende a ter
equivalência económica ao serviço que é prestado.
Ex: uma consulta no centro de saúde e paga pela consulta não há de todo equivalência
económica, muito menos se partirmos para a parte dos exames em que se paga 4/5€ quando
na realidade eles custam muito mais.
Art.3º/3 LGT
No caso dos tributos bilaterais não há reserva de lei parlamentar para os criar mas há uma
reserva para criar…
Temos uma crise legislativa tributária porque até hoje a Assembleia não aprovou o regime
geral das taxas e das contribuições financeiras.
Há um regime geral das taxas das autarquias locais, como não há reserva de lei parlamentar
para criar taxas, a lei por força do Art.165º CRP aprovou o regime geral das taxas das
autarquias locais o que quer dizer que ela tem que se conformar. Art.4º/2 RGTAL
Direito público
Constituição fiscal, nós somos um estado fiscal/ ume estado não patrimonial.
Ideia de nascimento e morte. Precisamente porque o que se suscita tem a ver com o seu
nascimento e a sua morte (extinção da obrigação de imposto).
2 Momentos essenciais:
Ponto 3 no livro
19/03/2020
Incidência real ou objeto – a norma faz o … o IRS define quais são os rendimentos sujeitos a
tributação
Não tem assente ou fonte na lei. Distinção que a doutrina faz que pelas suas características
procede à sua catalogação.
Ponto 4.1.
Critério financeiro
IRS – imediato
Nos ditos critérios económicos o das manifestações mediatas e imediatas. Isto não é livre
IVA – imposto que incide sobre a despesa. O comprador paga o preço + o IVA. Desde que se
começa a produção de um bem e há uma venda para um sujeito passivo que vende a outro,
cada um na transação que faz a seguir está a exigir preços superiores e sobre isso líquido
imposto. A quem ele comprou pagou imposto (IVA dos inputs, das entradas) mas quando ele
vende ele cobra imposto ele próprio (IVA dos autputs).
EX: empresa de peles 1000€ + 23% do IVA. Alguém fez a tintura das peles para vender para
a indústria do sapato e vai vender por 2000€ + 23% do IVA.
Quem é a pessoa que o imposto/a lei pretende que sofra o desfalque com o imposto?
Consumidor.
Nesta operação acima, como se faz para que aquele que comprou por 1230€ não sofra os
230€ de imposto? Método da subtração indireta - 460output - 230input= 230€ a entregar ao
Estado. Este agente económico suporta de IVA 0€. Se aos 460€ fica com 230€ para si.
O consumidor pode repercutir este imposto? Não. Porque se isto é o imposto sobre o
consumo visa que a manifestação da capacidade de consumir manifesta-se no consumidor. O
IVA é um imposto de repercussão.
O IVA é repercutivel porque a própria lei permite que ele funcione assim. Já o IRS não é um
imposto de repercussão.
Cidadão individual cobra 100€ pelo serviço de canalização temos aqui um rendimento. 100€
- IRS. Se emitir um recebi está a denunciar que recebe 100€ deduzido o imposto imaginemos
de 25% se a pessoa quer recibo o preço tende a aumentar.
20/03/2020
Critérios jurídicos
Lançamento administrativo
Elemento temporal do facto tributário – o IRS incide sobre que rendimento? Art.1º
rendimentos de cada mês, do ano? Rendimento anual. O aspeto temporal é uma realidade que
assenta continuada no tempo.
Há outros impostos que o facto tributário não tem esta natureza continuada mas é
instantâneo. Ex: facto tributário é cada transação que há. IMT – sobre a transmissão mas o
sujeito passivo é o transmissário. Ele é instantâneo não tem aspeto temporal duradouro. Já o
IMI não, ele incide sobre o proprietário que detém o imóvel, ainda que o sujeito passivo seja o
proprietário a 31 de dezembro o IMI tem natureza continuada. Quem tiver imoveis e os detém
há 2 ou 3 anos ao fim de cada ano paga o IMI.
Art.54º da CRP
736º CC
Art.45º/4 e 48 LGT
26/03/2020
27/03/2020
IMI é um imposto que incide sobre o valor patrimonial dos imoveis – incidência real
Incidência pessoal – proprietário ou usufrutuário do imóvel
IMI não vai ter qualquer atenuação conforme o ganho de cada pessoa etc. O IMI tem
incidência real. Pode haver elementos de pessoalização. De há uns anos para cá previu uma
situação que relativamente a imóveis de valor reduzido em que o titular e o seu agregado
familiar têm rendimentos baixos consagra isenção de imposto.
Imposto pessoal –
Na classificação de impostos pessoais e reais, dissemos que o IRS é um imposto pessoal, mas é
pessoais para todos os efeitos passivos? Apenas é pessoal para os residentes. Para os não
residentes a característica que é pressuposto da pessoalidade falha. Para os não residentes é
um imposto real.
02/04/2020
Ponto 4.4
Taxa do imposto
Nos de quota variável há impostos que têm taxa e diz-se que esta é fixa e há impostos que
têm taxas progressivas.
O imposto apurado ao aplicar esta taxa, o montante de imposto varia ou não? Sim, porque
se comprar a camisa por 100€ pago 23€ de imposto, ou seja 123€, se comprar a camisa por
50€ pago de imposto apenas 11,5€, por isso paga-se 61,5€. A quota de imposto variou em
razão da matéria coletável. Só que variou proporcionalmente, o imposto que é exigido por
cada euro de matéria coletável é sempre o mesmo. Por cada euro paga-se sempre 0.23€.
4.5.
16/04/2020
Fiscal:
O IRS nos termos do Art.104º/1 da CRP: o IRS tem como modalidade o imposto progressivo,
mas também há taxas fixas. O imposto em si é progressivo mas dentro do imposto há dois
pressupostos: rendimentos a ser tributados e taxas fixas.
Classificações:
1. Estaduais e não estaduais: distinção feita com base na titularidade ativa de impostos
quando o credor ativo seja o estado ou não. E se forem regiões autónomas são impostos
regionais, ou podem ser impostos locais se se tratar de autarquias.
3. O criador do imposto pode ser um, mas o titular ser outra pessoa.
5. Impostos principais e acessórios: (ponto 4.7). Existem por si ou depende a sua existência
da pré existência de outros impostos. Atendendo a técnica de incidência os impostos
acessórios podem assumir 2 modalidades: adicionamentos e adicionais. Esta classificação para
percebermos temos que ter presente os momentos da vida de imposto e conceitos de
lançamento e liquidação. Quando é que classificamos a matéria coletável? Lançamento
objetivo- porque no subjetivo identificamos o contribuinte e no objetivo fazemos a
quantificação. E isto leva-nos ao momento da liquidação e daqui apura-se a coleta. Pode ser
criado um imposto acessório sobre o IRS que incide sobre a matéria coletável ou sobre a coleta
e então temos um sujeito passivo que um imposto sobre o seu rendimento e depois temos um
imposto que acresce a este que será sobre a matéria coletável (aqui funciona como uma
sobretaxa) - isto chama-se adicionamento; ou sobre a coleta - isto chama-se adicional.
(mnemónica para decorar isto: adicionamento como é uma palavra maior é para a material
coletável e adicional para coleta).
17/04/2020
Há normas que regulam essas matérias mais relevantes que outras. Uma norma que fixe o
âmbito da obrigação do sujeito passivo (tributar todos os rendimentos) têm a mesma
dignidade que as norma que fixe a forma de pagamento (dinheiro, transferência)? É mais grave
em termos do interesse do contribuinte definir o novo facto tributário Art.15º do que alterar
as regras sobre a cobrança.
Se nada se fizer se há dupla tributação isso é um obstáculo para que as pessoas que
localizem – por isso há preocupação de tentar eliminar …
Os ADT (acordos de dupla tributação) eles são acordos de eliminação da dupla tributação.
Podem haver acordos destes entre mais do que dois estados? Podem mas de acordo com a
convenção modelo da OCDE que é uma convenção quadro, tendem a ser bilaterais mas nada
impede que sejam multilaterais.
“Do quem” – neste quem estão as pessoas que têm capacidade contributiva.
“O que” – matéria coletável, quando falamos da incidência real e pessoal usa-se uma
expressão não técnica dissemos que são as que determinam o que é tributado e na pessoal
quem é que é tributado.
“Quanto” –
Formal – temos de ter em conta que os elementos essências do imposto previsot do 103º/2
da CRP são aqueles sobre os quais este princípio incide uma vez que só haverá intervenção
parlamentar para fixar ou para criar o imposto se se verificarem um destes elementos. De
acordo com o art.165º/1, i), 1ª parte da CRP a AR quando tem competência para legislar sobre
o imposto poderá autorizar o governo a proceder a essa legislação, consiste numa delegação
de competência. Temos de ter em conta que o governo quando tiver autorização para legislar
só pode fazer por decreto-lei. O Ministro das finanças não tem capacidade para legislar sobre o
imposto uma vez que utiliza um regulamento.
Outras matérias dos impostos que não sejam discriminadas no Art.103º/2 da CRP como por
exemplo os prazos ou os modos de pagamento não serão fixadas por reserva legal
parlamentar.
Art.103º/3 da CRP e deve-se ter em conta o Art.8º/2, a) da LGT estes dois artigos levam a
conclusão que a liquidação e a cobrança dos impostos não podem ser disciplinadas por
regulamentos. Há no entanto uma exceção: regulamentos das autarquias locais que podem
versar sobre a matéria essencial dos impostos.
Tudo isto condensado voltamos a dizer que a CRP é a fonte das fontes do direito.
Referendo fiscal – o estado deve ou não cobrar impostos? Não. Punha em causa se o estado
é ou não um estado fiscal. Seria a negação do estado. Nesta medida o livro faz uma “proibição”
do referendo fiscal nos princípios anteriores.
23/04/2020
24/04/2020
30/04/2020
Quanto à liquidação e cobrança é necessário ver o Art.103º/3 da CRP. Deve-se ter em conta
ainda o Art.8º/2, a) da LGT o que vai concluir que a liquidação e a cobrança dos impostos não
podem ter a sua disciplina jurídica em regulamento (exceção: regulamentos das autarquias
locais que podem versar sobre matéria essencial dos impostos).
07/05/2020
RESPOSTA:
Matéria em questão na norma é um benefício fiscal uma vez que de acordo com o Art.2º do
estatuto dos benefícios fiscais, trata de uma redução de taxa. Como tal, estamos perante um
elemento essencial do imposto previsto no Art.103º/2 da CRP é um elemento o essencial do
imposto e poderá ser legislado pela assembleia da republicar. Há que ter em conta que a AR
autorizou o governo a legislar Art.165º/1, i) da CRP. Como houve uma autorização da
assembleia da república ao governo a reserva formal de lei está respeitada.
Basta verificar o principio de reserva material de lei, em que a norma a norma deve ser
completa, neste caso contendo um critério para se saber quantas pessoas deve ter o agregado
familiar para ser considerada uma família numerosa e também um critério para determinar o
que são rendimentos baixos, como tal, não se encontra verificada a reserva material de lei.
08/05/2020
Mas o legislador confere a pessoa a opção de optar pelo englobamento. Que efeitos isso
tem? Aumenta a matéria coletável. A própria lei exceciona alguns rendimentos do
englobamento.
O contribuinte há-de optar para ser tributado a taxas mais elevadas? Qual a taxa dominante
do Art.71º e Art.72º do CIRS? É de 28%. Em que situação o contribuinte optara por englobar e
submeter os rendimentos a taxas progressivas? Quando diminui. Porque os escalões do IRS
começam em 14,5%.
Princípio da tipicidade fiscal – nulum crime sine legis / nula pena sine legis
Ponto 9.2.2. é um principio incito num estado de direito democrático Art.2º CRP. Limita a
tributação: na edição de normas retroativas desfavoráveis e limitando na livre revogabilidade e
alterabilidade das leis fiscais favoráveis.
14/05/2020
Terminar o princípio da segurança jurídico e o princípio da retroatividade
Pág. 153 – acórdão 399/2010 nova edição
Esta proibida toda a retroatividade da lei fiscal? Não.
Que retroativa é proibida no 103º/3?
Que retroatividade é permitida?
12.º LGT
149-153 + 21.1
15/05/2020
21/05/2020
Princípio da igualdade fiscal
Não há um princípio da igualdade fiscal expresso na lei, este decorre do princípio geral de
igualdade presente no Art.13º da CRP.
Surge na época pré-revolução Francesa, tendo 2 vertentes:
1. Generalidade ou universalidade – todos devem pagar impostos;
2. Uniformidade – o pagamento dos impostos deve ser feito segundo um critério
uniforme. É assumido o critério da capacidade contributiva, o que implica igual
imposto para os que dispõem de igual capacidade contributiva (igualdade fiscal
horizontal) e diferente imposto para os que dispõem de diferente capacidade
contributiva, mas o pagamento do imposto deve ser feito de forma proporcional a
essas diferenças (igualdade fiscal vertical). Neste segundo caso, a
proporcionalidade encontra o seu fundamento no princípio do estado social,
essencialmente de acordo com a distribuição dos rendimentos e não encontra esse
fundamento no princípio da igualdade.
A capacidade contributiva constituiu pressuposto (exige de todos os tributos, onde se inclui
os impostos extrafiscais, excluem da tributação um valor mínimo existencial, designado de
máximo confiscatório – Art.70º do CIRS) e critério (a capacidade contributiva rejeita que os
impostos por si ou em conjunto tenham por base outro critério) da tributação dos impostos
fiscais.
Nos impostos sobre o rendimento, releva o princípio da capacidade contributiva que
assume um conceito de rendimento mais amplo (rendimento-acréscimo) o princípio do
rendimento liquido e o principio do rendimento disponível.
22/05/2020
Continuação das fontes do direito
Princípio do rendimento líquido: impõem que a cada categoria de rendimento sejam
deduzidas as despesas para a sua obtenção.
Princípio do rendimento disponível: impõem que à soma dos rendimentos líquidos sejam
abatidas as despesas privadas, sejam as imprescindíveis à própria existência do contribuinte
(mínimo de existência individual), sejam as necessárias à subsistência do casal e sua família
(mínimo de existência conjugal ou familiar). Este princípio tem expressão no Art.104º/1 da
CRP, bem como no Art.6º/1 da LGT.
28/05/2020
CDT/ADT – convenções de dupla tributação
103/3CRP e 8/2a) LGT
orientações administrativas (v.g. circulares, etc.) e informações vinculativas (68.º-A LGT)
68.º informações vinculativas
interpretação 11 LGT
interpretação analógica - ASNEIRA, NÃO EXISTE
a analogia surge no âmbito da INTEGRAÇÃO DE LACUNAS
11º INTERPRETAÇÃO
(N.º 4 !!!! INTEGRAÇÃO)
Não é proibida a analogia no direito fiscal, é proibida ao nível do aplicador da norma (casalta
nabais) pode haver recurso a analogia se for decretado pelo legislador.
28/05/2020
(continuação das fontes)
Orientações administrativas e informações vinculativas - art. 68-A LGT: quanto a
informações vinculativas (art. 68 LGT), estas vinculam as autoridades tributárias à informação
prestada ao contribuinte em específico.
Interpretação, integração e eficácia do Direito Fiscal
» Interpretação das normas fiscais: art. 11 LGT - existem normas de diferente natureza,
então existem regras especiais para a interpretação das normas? A LGT resolve o problema, se
houverem termos decorrentes de outro ramo de direito, interpreta-se com o sentido dado
nesse ramo de direito, a menos que a lei determine o contrário e não se usam regras especiais,
utilizam-se regras gerais da interpretações, desde logo, interpretação extensiva, restritiva,
etc… a integração de lacunas, mais precisamente, a analogia não é admitida. Casalta Navais
critica o art. 11 nº3 LGT, pois entende que contraria o nº1. O professor critica o facto de a
epigrafe do artigo dizer interpretação e o nº4 diz integração (não existe o termo interpretação
analógica), como tal, entende que a epigrafe deveria ser interpretação e integração.
O art. 11 LGT remete para o art. 10 Estatuto dos Benefícios Fiscais, o qual já surge enquanto
interpretação e integração.
29/05/2020
(continuação da interpretação)
O art. 11 LGT remete para o art. 10 Estatuto dos Benefícios Fiscais, o qual já surge enquanto
interpretação e integração.
Art. 11 nº4 LGT - a matéria da reserva da lei da Assembleia da República são os elementos
essenciais do imposto do art. 103 nº2 CRP.
Qual é o bem jurídico-constitucional que se visa tutelar ou proteger com a proibição da
analogia? Decorre, primeiramente, do princípio da legalidade e em nome do princípio da
segurança jurídica. Esses princípios devem ser conjugados com outros bens jurídico-
constitucionais, desde logo, o princípio da igualdade fiscal. Esta proibição da integração de
lacunas através da analogia não se dirige ao legislador, mas sim aos aplicadores da lei, uma vez
que estamos no plano legal e não no constitucional.
Cláusulas anti-abuso: art. 38 nº2 LGT - é uma cláusula geral, existindo um
procedimento próprio. Exemplo disto será a dedução da categoria F - art. 41 CIRS que
desconsidera o gasto em eletrodomésticos, mobiliários, etc… para evitar o abuso.
» Eficácia das normas jurídico-fiscais: existe a eficácia temporal e a eficácia espacial. Quanto
à temporal, colocam-se 3 problemas: o início da vigência, a cessação e a sucessão das normas
(aqui levanta-se a questão da não retroatividade).
Quanto à espacial, rege-se pelo princípio da territorialidade. O legislador desconsidera a
nacionalidade e opta pelo critério da residência. Aqui releva a incidência pessoal e real. Art. 13
LGT - refere-se à aplicação da lei no espaço.
04/06/2020
Valor de realização - art. 44 nº1 e 2 CIRS.
Valor de aquisição:
• a título gratuito - art. 45 CIRS.
• a título oneroso - art. 46 (imóveis), 48 (partes sociais) e 49 (outros bens) CIRS.
Correção monetária - 24 meses - art. 10 nº1 al.a e b CIRS quanto à correção do valor de
aquisição.
Despesas e encargos - art. 51 CIRS.
Ao valor de aquisição acrescem os encargos de valorização, as despesas de
aquisição/alienação, etc…
Art. 50 CIRS - remete para a Portaria nº 362/2019. Ex: 100 000€ em 2000 x 1,42 equivalem a
142 000€ em 2019.
A isso acrescem as despesas e encargos do art. 51 CIRS. Ex: imagine-se que o valor de
alienação (compra inicial) é de 200 000€, o valor de aquisição é de 142 000€, sendo assim a
diferença será 58 000€. Aos 200 000€ retira-se os 142 000€ acrescidos das despesas de, por
exemplo, 15 000€, o que dá 43 000€. Pelo art. 43 nº2 CIRS engloba-se 50% desse valor,
portanto, 21 500€.
Se a aquisição tiver sido anterior a 1989, já não se aplicará esta dedução, aplica-se o regime
transitório.
O art. 71 CIRS é uma retenção na fonte a título definitivo. Então o devedor dos rendimentos
substitui-se ao contribuinte no dever de prestar o imposto. Há substituição tributária - art. 20
LGT e art. 21 CIRS.
Art. 73 CIRS - tributa despesas e não rendimentos, são uma taxa de tributação autónoma.
05/06/2020
(aula teórica e ot)
Art. 19 LGT - domicílio fiscal.
» Situações de responsabilidade fiscal: art. 24 e ss LGT, em especial o art. 24 e 28 LGT. O art.
28 LGT remete para o art. 20 LGT que, por sua vez, remete para o art. 98 e ss CIRS.
Casalta Nabais critica o art. 20 LGT, pois o seu nº1 não está a exprimir diretamente a
retenção na fonte, parece que, no seu nº2, circunscreve a substituição direta à retenção na
fonte.
Importa saber o conceito de contribuinte e o conceito de sujeito passivo - art. 18 nº3 e 4
LGT. Não tem de haver necessariamente personalidade jurídica (ex: banco). Casalta Nabais
critica o art. 18 nº3 LGT.
Pagamento por conta - art. 33 LGT que remete para o art. 102 CIRS (restringem-se a
pessoas da categoria B, verificados os pressupostos).
Art. 21 LGT - solidariedade passiva.
Art. 22 e 23 LGT - responsabilidade tributária (muito importante). O art. 22 LGT refere o
próprio devedor e aquilo que ele tem de prestar, mas a verdadeira responsabilidade tributária
é aquela em que, para além do devedor originário, existem devedores que são terceiros e têm
igualmente responsabilidade - nº4. O art. 23 LGT consagra o regime da responsabilidade
subsidiária. Remete para o art. 159 e 160 CIRS.
Art. 24 LGT - Casalta Nabais chama à atenção da diferença entre a al.a e b do nº1 que têm
haver com a prova de culpa. Na al.a o gerente, administrador ou diretor é responsável pelas
dívidas, onde haja culpa sua pelo património da empresa não ser suficiente para o pagamento
da dívida. Na al.b o sujeito passivo é responsável pelas dívidas, cujo prazo de pagamento tenha
terminado durante o exercício do seu cargo, mas não há culpa da sua parte. Existe aqui um
sistema duplo, dependendo do momento em que se exerce funções, em que surge o facto
tributário e em que se dá a necessidade de pagamento, o regime poderá ser diferente. Releva
também a culpa do agente, sendo que na al.b há uma presunção de culpa, o sujeito tem de
provar que não tem culpa.
Art. 28 LGT - é a responsabilidade do substituído, exceto nos casos em que o valor é retido
e não entregue ao Estado, sem responsabilidade do substituído. Porém, o substituído poderá
ser responsabilizado pela diferença do que deveria ter sido retido e do que foi retido
efetivamente (ex: deveriam ter sido retido 200€, mas só foram retidos 150€, os 50€ de
diferença são recebidos pelo sujeito substituído e, como tal, ele será responsabilizado). O
substituto só é responsabilizado pelo que entregar a mais. Existem situações de retenção na
fonte com natureza de imposto ou pagamento por conta (natureza provisória) - art. 98 CIRS ou
natureza definitiva - art. 71 CIRS. A retenção na fonte era regulamentada pelo Decreto-lei
41/91 de 2 de janeiro que foi revogado pela reforma do IRS de 2015 e incorporado no CIRS.
Art. 99 CIRS - retenção na fonte para as categorias A e H.
Art. 101 CIRS - retenção na fonte para as categorias B, E, F e G (exceto nas mais-valias, onde
não há retenção).