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Curso de Doutoramento

Estudos Avançados de Psicologia da Saúde I

CAPABILITY`S
ENVELHECIMENTO
BEM-SUCEDIDO

Docentes: Professor Doutor José Ornelas


Professora Doutora Maria Vargas-Moniz

FEVEREIRO DE 2020
MARIA DA GLÓRIA RAMIÃO CERQUEIRA
Aluna de Doutoramento
nº25404
Índice

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 2
Definição do Tema ............................................................................................................... 3
“Capabilitys” uma pratica emergente no Envelhecimento bem-sucedido ......................... 3
Quality of life, Basic needs and capability ........................................................................... 8
Conclusões ......................................................................................................................... 13
Bibliografia ......................................................................................................................... 15

Índice de Figuras
Figura 1: Critérios de EBS de Rowe e Kahn (1987; 1998) .................................................... 5
Figura 2 Successful Aging: A Psychological Model .............................................................. 6
Fig. 3 da Dinâmica on-going de Bales & Bales .................................................................... 7

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INTRODUÇÃO

Este ensaio no âmbito da unidade de Estudos Avançados em Psicologia da Saúde


I, do curso de Doutoramento em Psicologia da Saúde. Pretende espelhar e reflectir
um pouco sobre a abordagem Capability no âmbito das medidas de top
disponibilizadas na promoção de qualidade de vida e facilitadora de um
envelhecimento bem-sucedido a nível mundial.

Estes pensamentos antes de mais, importa referir, que tentam representar aqui o
que se defende e o que é explorado em alguns dos artigos e investigações mais
recentes, assim como breves trechos do relatório da Organização Mundial de
Saúde, relacionados com as preocupações com indivíduos séniores.

O envelhecimento da população com bem-estar e alta qualidade de vida é um dos


desafios mais importantes que a ciência e a Sociedade atual encaram face ao
aumento da longevidade e do número de pessoas mais velhas. Nunca
anteriormente as pessoas conseguiram alcançar idades tão avançadas como nas
últimas décadas, tanto nos países Europeus, como em todo o mundo, do qual
Portugal não é exceção. Vive-se mais e permanece-se mais tempo ativo e em
melhores condições do que os nossos antepassados.

Daqui emerge o interesse em amplificar conhecimento acerca de novos modos de


encarar e servir as necessidades da população mais velha das sociedades ao de
hoje. As práticas carecem de ajustamento permanente às novas realidades e
novos modos de vida, tendo em conta todas as dimensões inerentes a cada ser
humano.

Este trabalho procura ser um pouco o reflexo do que se tem desenvolvido neste
sentido nas últimas décadas, e com base no conceito “Capability”, em que a
pessoa é o centro da reflexão para essas novas abordagens, assumindo-se a
própria palavra na verdadeira acessão como uma Abordagem.

Alguns autores são amplamente apresentados aqui, porque foram sentidos


também como fundamentais desta nova forma de actuar nas sociedades mundiais
com importância, atingindo diversos campos: economia, gestão das organizações,
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relações humanas e o próprio individuo na sua essência, moral e tomada de
decisão e liberdades.

Definição do Tema
“Capabilitys” uma prática emergente no Envelhecimento bem-sucedido

A representatividade demográfica da população idosa, traz um novo panorama ao


processo de envelhecimento, actualmente, e em larga escala, percebe-se o
incremento de movimentos no sentido da melhoria de qualidade de vida desta
população, investindo-se cada vez mais na elaboração de programas que
adoptem estratégias inovadoras, mais eficazes e ajustadas à pessoa enquanto
ser individual.

Pois pretende-se a participação mais activa dos séniores em actividades sociais


e com o desenvolvimento e implementação de grupos voltados para a construção
social da “terceira idade”, o que tem vido a permitir que também se destacasse a
ideia da “melhor idade” em oposição à velhice. Desse modo, o olhar debruçou-se
nos ganhos vs perdas com a chegada da velhice favorecendo a desconstrução da
velhice associada a doenças, morte e inactividade.

Finalmente percebe-se um crescente interesse em desenvolver projectos mais


voltados para a “melhor idade” tratando o envelhecimento como uma experiência
gratificante, em que por exemplo é possível levar os mais velhos a realizar planos
adiados ao longo da vida. Apesar de ser actual esta forma de olhar ainda
apresenta uma pequena dimensão dos interesses em desenvolvimento, parece
muito restrito, e mais centrado nas políticas de cuidado dos idosos com condições
específicas de saúde relacionadas à idade, como demência, ou no modo de
intervenção mais eficaz para determinadas intervenções de saúde e assistência.

Assim, envelhecer com sucesso tem sido um dos temas mais discutidos na
gerontologia ao longo de várias décadas, no sentido de tentar compreender e
definir o conceito, contudo até à atualidade não existe um conjunto de critérios
comumente aceite para o caraterizar.
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Das várias definições encontradas, a mais ampla é a proposta pela Organização
Mundial de Saúde (OMS, 2002) que adota a designação de envelhecimento ativo,
definindo-o como “o processo de otimização das oportunidades para a Saúde,
Participação e Segurança, para a melhoria da esperança de vida e qualidade de
vida das pessoas à medida que envelhecem, num quadro de solidariedade entre
gerações" (OMS, 2002).

Esta Organização tem preocupações com todo o ciclo de vida, refere ainda que
inerente a cada etapa está a sua tarefa, na infância a tarefa passa pelo
crescimento e desenvolvimento, na vida adulta pela manutenção do mais alto
nível funcional, e na velhice por maximizar um ótimo funcionamento. Deste modo
A incapacidade é definida pela aptidão de resolver ou não essas tarefas. No
âmbito desta conceptualização, a OMS identifica um conjunto de determinantes
para o envelhecimento activo, nomeadamente, determinantes transversais como
o género e a cultura e determinantes económicos, sociais, ambiente físico,
serviços de saúde e sociais, estilos de vida e pessoais.

Assim, o envelhecimento é influenciado por uma diversidade de condições


decorrentes destes determinantes aos quais importa atender do ponto de vista
das políticas Sociais e da Saúde de modo a potenciar o envelhecimento ativo.

A OMS (2015), salienta e relembra que a par das perdas físicas e até celulares, o
envelhecer envolve significativas mudanças estas incluem alteração dos papéis e
posições sociais, nesta fase da vida. Também implica saber lidar com perdas dos
que faziam parte dos seus ciclos relacionais, ou mais próximos, pessoas que
faziam parte das suas redes de suporte.

O que leva muitas vezes os adultos mais velhos desinvestir em actividades sociais
e culturais mais significativas, que poderiam tornar-se construtivas e facilitadoras
da optimização de capacidades existentes, por meio de práticas e novas
tecnologias, bem como compensar as perdas de algumas habilidades
encontrando outras maneiras de realizar tarefas.

Pois as mudanças são complexas, com o tempo, levam a uma perda gradual nas
reservas fisiológicas, um aumento do risco de doenças cronicas e um declínio
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geral na capacidade intrínseca do indivíduo, no entanto não devemos
desconsiderar a pluralidade de experiências de envelhecimento, como potencial.

Por exemplo John Rowe, um dos criadores deste paradigma, afirma que uma
"nova gerontologia" emergia com base no reconhecimento de que o
envelhecimento bem-sucedido também requer "pleno envolvimento na vida,
incluindo atividades produtivas e relações interpessoais", além da manutenção da
saúde (Rowe, 1997). E, além disso, argumenta que "a saúde e o status funcional
no final da vida são cada vez mais vistos como sob nosso próprio controle". Isto é
uma "nova gerontologia" que pode ser encontrada na maioria das intervenções de
promoção da saúde.

O "envelhecimento bem-sucedido" é uma das ideias mais bem-sucedidas da


gerontologia, aplicada como um modelo, um conceito, uma abordagem, uma
experiência, um resultado, tem inspirado pesquisadores a criar termos associados
como "saudável", "positivo", "activo", "produtivo" e "efetivo" de envelhecimento,
dotado de optimismo.

Além disso, a construção do conhecimento sobre o envelhecimento bem sucedido


é baseada principalmente em testes empíricos, do modo como "o paradigma do
envelhecimento bem sucedido parece definir "sucesso" enquanto um resultado,
em vez de um processo", Rowe e Kahn (1987), reflectido sobre os declínios
associados ao envelhecimento referiam que estes não são apenas explicados por
factores fisiológicos e cognitivos, considerando essencial ter em conta os
aspectos como o estilo de vida, hábitos, dieta e uma série de factores psicológicos
relativos ao processo de envelhecimento.

Figura 1: Critérios de EBS de Rowe e Kahn (1987; 1998)


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Esta é uma caracterização que emana da visão mais tradicional, que estava
centrada nos aspectos biológicos, nos défices funcionais e cognitivos encarando-
os como consequências inevitáveis desta fase da vida.

Para estes autores a velhice bem-sucedida estava associada à combinação de


três categorias de condições; ausência ou evitamento de doenças, em especial
as que causam perda de autonomia; manutenção de níveis elevados de funções
físicas e cognitivas; e, por último, o envolvimento com a vida, caracterizado pela
conservação de empenhamento social (Rowe & Kahn, 1998).

Segundo Fernández-Ballesteros, (2009) apesar da velhice se estabelecer em


função da idade, alguns autores definem uma classificação funcional: velhice
normal, velhice patológica e velhice saudável, competente, ótima, satisfatória ou
bem-sucedida.

No entanto para Baltes & Baltes (1990), o envelhecer bem-sucedido refere-se a


um envelhecimento com baixa probabilidade de ocorrência de doença e
incapacidade, onde as capacidades biológicas e psicológicas permitem uma boa
adaptação ao processo, traduzindo satisfação com o mesmo, mais à frente
podemos observar estes critérios no modelo desenvolvido pelos autores, aborda
as características socioculturais e psicossociais com especial impacto no
envelhecimento, como podemos observar de seguida:

Fig. 2 Successful Aging: A Psychological Model

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Será importante refletir para além das perdas ou redução no número de domínios
de alta eficácia, há ainda domínios que subsistem e poderão ser incrementados
ou transformados em novos objectivos de vida. Tendo em conta que as
expectativas tendem a ajustar-se com vista a facilitar a experiência subjectiva de
satisfação, bem como o controlo pessoal.

Neste âmbito. Baltes oferece também um modelo dinâmico como podemos


observar no quadro seguinte:

Fig. 3 da Dinâmica on-going de Baltes & Baltes

A otimização, reflete a visão de que as pessoas se envolvem em comportamentos


para enriquecer e aumentar os seus recursos gerais e potenciar percursos de vida
escolhidos (e comportamento inerentes às escolhas) apontando para uma
perspectiva em que se percebe uma continua a ser capazes e proactivos na
promoção individual com vista à satisfação com a vida, nos sénior actualmente.

A compensação, segundo o autor, também resulta (como a seleção) de restrições


na plasticidade ou do potencial adaptativo, tornando-se operativo quando as
capacidades comportamentais específicas se perdem ou entra em declínio o
padrão de funcionamento adequado. Esta restrição é sentida particularmente
numa altura em que as situações e as características dos objectivos requerem
esforço físico ou estratégico nas atividades em que é exigido um alto nível de
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desempenho (por exemplo escalada de montanha, desporto competitivo,


situações de risco, lidar com acontecimentos mais complexos e situações que
requerem um nível de pensamento rápido e/ou de memoria).

É essencial não esquecer que o desafio à participação na comunidade dirigido


aos adultos mais velhos pode ser um vector de inclusão e exclusão social, por
este motivo, é forçoso incluir uma variedade de escolhas e situações, garantindo
o acesso estrutural e simbólico a todos os adultos mais velhos, que abrace
identidades em evolução.

Também nos Estados Unidos nas últimas décadas tem crescido o investimento
no conhecimento mais aprofundado nas questões relacionadas com o
envelhecimento, focado nas Capability`s que se interessa por avaliar ambientes
de apoio a pessoas idosas, e na compreensão dos modos de vida. Desenvolvendo
um programa de intervenção "Growing Older" que viesse a gerar novos
conhecimentos, explorar diferentes aspectos da qualidade de vida na velhice e,
em segundo lugar, contribuir para o desenvolvimento de políticas e práticas que o
ampliariam (Walker, 2004 cit. por Gilroy, R.,2007).

Nesta fase de exploração assumiu-se um compromisso de ver os idosos como


sujeitos com o direito de fazer valer o seu valores e crenças. Um dos objectos
deste programa passava por dar espaço à escuta da opinião das pessoas mais
velhas quanto aquilo que elas sentiam contribuir à qualidade de vida, como
resultado destas investigações o autor destaca que a maioria das pessoas mais
velhas menciona frequentemente boas relações sociais comum factor crucial na
qualidade de vida, entre outros.

Quality of life, Basic needs and capability

'Por que se deve pedir às pessoas idosas que avaliem o "sucesso" do seu
envelhecimento?' e 'Por que devemos explorar os atributos do sucesso?

Estas questões apontam para a complexidade da realização de pesquisas dentro


da análise eficaz do envelhecimento bem-sucedido, um ponto de partida teórico
para Stephens e Breheny é a Abordagem de Capability de Amartya (1993),
transcendendo o modelo biomédico e utilizando noções de resiliência e
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experiências vividas de pessoas idosas para determinar o significado de


envelhecimento saudável. Isto é considerado uma abordagem teórica da justiça
social, um campo de práxis e um quadro para a mudança social referido por (Tiago
M. Santos, 2018).

Amartya (1990), refere que a qualidade da vida humana é, em si mesma, uma


questão de grande complexidade, que se baseia na avaliação mudança social em
termos da riqueza da vida humana que dela resulta. Um modo de agir pela
"abordagem da capability", as suas raízes remontam a ideias amplamente
exploradas por Karl Marx e Aristóteles, vê a vida humana como um conjunto de
"feitos e seres" ou "funcionamentos" - e relaciona-se com a avaliação da qualidade
de vida e a avaliação da capacidade de funcionamento.

No entanto, a autora continua explicitando, enquanto os valores morais e as


disposições virtuosas são levados em conta, apenas o perfil dos valores
prudenciais importa no julgamento da qualidade de a vida de alguém, e aqui é
inevitável a sobreposição entre moralidade e prudência. A moral, além disso, tem
um papel importante na tomada de decisão e na extensão da liberdade, direitos
que não devem ser violados.

Nussbaum (1992), parte de dois factos: primeiro, que nós reconhecemos outros
como humanos através de muitas divisões de tempo e lugar, qualquer diferença
que seja, que encontramos, raramente estamos em dúvida sobre com o que
estamos a lidar. A autora diferencias o tipo de capacidades; as básicas que
refletem o equipamento inato de indivíduos que é necessário para o
desenvolvimento de capacidades, e um terreno para preocupações morais. Muitos
destes poderes e habilidades latentes são transformadas em capacidades
internas (com o apoio do meio ambiente) ao longo de uma vida normal e no tornar-
se pessoa, ou estados imaturos de reconhecimento, da essência do eu, na medida
em que a própria pessoa é colocada em questão, condições suficientes para o
exercício da liberdade.

Considerando ainda que as tentativas de relato para descrever as bases para


estes reconhecimentos, são padrões mapeados que definem a vida humana,
características que constituem balizam a essência humana onde quer que esteja.
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Em segundo lugar, temos um consenso geral amplamente partilhado sobre as


características cuja ausência significa o fim de uma forma de vida humana.
A autora refere ainda que todos nós temos tanto na biologia como na mitologia
uma ideia de que algumas transições ou mudanças só não são compatíveis com
a existência continuada desse ser, enquanto espécie humana, o mesmo indivíduo,
uma vez que a identidade da espécie parece ser necessária para a identidade
pessoal.

Qizilbash, M. (1996), diz que as ideias defendidas Amartya & Nussbaum oferecem
à gerontologia uma ampla estrutura conceptual que coloca no seu núcleo os seres
humanos, e os seus valores, centrando-se na diversidade humana. Além de
identificarem estas características-chave, discutem e demonstram a sua
relevância para pensar sobre a velhice e o envelhecimento. Defendem ainda que
é na diversidade de coisas que a pessoa consegue fazer ou ser, na sua vida, na
capacidade de uma pessoa refletir, essas combinações como as pode alcançar,
e das quais pode fazer escolhas. Uma amplitude intencional relevante para uma
grande variedade de circunstâncias, baseada nas reflexões do nível de vida em
todas as ocupações de enriquecimento individual.

(Alkire, Sabina 2018) salienta que desenvolver estratégias com base no


desenvolvimento das “capability`s” humanas, entende um bem-estar que emana
do desenvolvimento humano e numa perspectiva fundamental inerente a
actividades em particular, ou formas de ser, ou ainda enraizada nas razões que
as pessoas vivenciam e se focam, para dar sentido e valorizar as suas vidas.

Sendo estas as oportunidades do mundo real que permitem um modo de actuar,


dependente das escolhas e decisões individuais e não colectivas, nem
pradronizadas ou programáveis, e.g o que leva os mais velhos a manterem
interesse em incrementar os seus conhecimentos científicos/ culturais, exercendo
o direito básico de continuar a potenciar capacidades ao longo da sua vida.

O principal contributo da abordagem da “capability” é, no entanto, unir a


argumentação do espaço funcional com um relato de liberdade, que se manifesta
no conceito do conjunto de capacidades descrito por Alkire, 2018, enquanto
reconceptualização de ideias antigas de formas inovadoras, ou como a expansão
das liberdades reais, ou seja, a expansão das capacidades (Sen, 1990).
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Timonen, V. (2016), vai para além de um envelhecimento bem-sucedido, não
defende um modelo teórico, e cintando mais concretamente, o modelo de
envelhecimento ideal discutido por Aldwin e Gilmer (2004) que refere o autor,
permite diferentes formas de envelhecer bem, dependendo dos recursos da
pessoa, do seu estado de saúde e das escolhas que eles fazem.

E a visão taoista que preconiza um envelhecimento harmonioso, por Liang e Luo


(2012), baseado na filosofia YinYang para a compreensão do envelhecimento
como um equilíbrio baseado nas diferenças, que acordo com o taoismo, a velhice
não necessita ser vivenciada como um período de decrepitude e adoecimento,
pois uma premissa básica dessa tradição é a possibilidade de reversão do
movimento que conduz à morte.

Timonen, embora se refira a estas formas de ver esta fase da vida, considera as
visões duas redutoras e propõe que se olhe para além de os conceitos de
envelhecimento bem sucedido e activo, e que nos concentremos no que que
realmente pode ajudar aqueles que mais lutam para alcançar bons resultados na
velhice'' , estes argumentos são um excelente complemento à área de estudos
sobre o envelhecimento, especialmente na área que continua a explorar
envelhecimento bem sucedido activo, e as suas alternativas. É também um bom
ponto de partida para desenvolver uma nova forma de pensar sobre os mais
velhos.

Em relação a estudos que se debruçam pelas diferenças de géneros e


Capability`s, (Sayer, 2005, cit por Calasanti, T., 2010) sugerem que por exemplo
embora os homens casados desta geração nas ultimas décadas tem vindo a
envolver-se mais no trabalho doméstico, as mulheres ainda têm um desempenho
mais significativo, além disto, o tempo livre parece ser uma área emergente da
desigualdade de gênero em termos de divisão do trabalho.

Uma vez consideradas as relações de poder subjacentes às desigualdades de


género, e a compreensão de que as pessoas orientam os seus comportamentos
para os ideais de género, exigem respostas variadas dos profissionais; assim
como diversificados contextos em que os homens/ mulheres se envolvem em
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comportamentos de saúde positivos.


Finalmente, Calasanti, T. (2010), defende que os gerontologistas interessados em
facilitar resultados favoráveis para os idosos devem considerar pesquisas e
práticas que interrompam, e não reforcem, as bases das desigualdades de gênero
na vida futura.

Ornelas et al, (2012), defende ainda referenciando Robeyns (2005), é forçoso


colocar enfase na implementação de uma abordagem pelas “Capabilities”, pois
esta permite uma abrangência estruturada e normativa e um investimento em
permanente na avaliação do bem-estar individual, de orientação para decisões
políticas, e um apoio nas mudanças sociais.

A OMS recentemente reconhece explicitamente o papel desta abordagem no


âmbito do incremento da compreensão da saúde dos mais velhos , ou seja, como
um meio para facilitar aos adultos séniores "Ser e Fazer", que contribuíam para
a implementação de programas de monotorização e de planos de intervenção e
de abordagens que tem em conta a qualidade de vida, dos serviços especializados
e de cuidados sociais que são efectiva resposta às necessidades desta
população. Mais sensíveis às individualidades tendo em conta resultados
baseados em “Capabilitys” numa tentativa de levar ao extremo o conceito de
Sucesso no envelhecimento.

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Conclusões

A abordagem Capability, faz duas afirmações normativas fundamentais, primeiro,


o ser humano e a sua qualidade de vida deve estar no centro de qualquer
avaliação da sociedade ou da vida social, outra é que a qualidade de vida das
pessoas é melhor avaliada concentrando-se nas suas capacidades, e não nos
rendimentos ou recursos que possuem. Ou por outras palavras, pode ser vista
como uma ampla proposta normativa de que o desenvolvimento, o bem-estar e a
justiça dizem respeito, tais como a pobreza e desigualdade, deve ser avaliada em
relação às capacidades das pessoas, proporcionar um melhor espaço para avaliar
o bem-estar em comparação com espaços alternativos, tais como as
mercadorias/recursos ou espaços de utilidade/aproveitamento.

A pessoa e as implicações na sua qualidade de vida, tendo em conta o exercício


de liberdade individual e o incremento do potencial capacitável, nos diversos
contextos de vida. Contribuir para melhores indicadores de qualidade de vida,
enquanto factores essenciais da dignidade humana.

Pois cabe ao o ser humano, dotado das suas capacidades psíquicas, desenvolver
e discernir o raciocínio necessário, à deliberação e à autodeterminação do seu
bem-estar. assim as medidas de saúde publica e sociais, devem ir no sentido do
enquadramento de ambientes facilitadores desta forma participação social e
individual mais proactiva.

Portanto, um olhar totalmente aplicado na vida das pessoas e sem excepção de


um modo especial as populações mais velhas, com premissas centradas na
facilitação da qualidade de vida promoção da comunicação interpessoal e na
relação, o desenvolvimento de oportunidades de ocupação diversificada,
actividades de enriquecimento promotoras de conhecimento, eventos culturais,
espirituais e eventos que promovam o incremento de outras potencialidades.

Nenhuma das mudanças é irrelevante em todos os momentos e lugares, há


necessidade de continuar a investir na construção pessoal independentemente da
sua condição, incrementado e mantendo as capacidades desde as capacidades
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mais básicas às complexas.


Uma das críticas mais narradas acerca desta forma de abordagem e de avaliação
no espaço utilitário, é que eles avaliam a capacidade social, com base nos estados
mentais das pessoas, tais como felicidade ou satisfação com a vida, enquanto
avaliações de qualidade da vida, que pode não ser suficientemente sensível a
outras asserções não mentais podendo facilmente distorcer o objectivo proposto.

Outra é a diversidade de opções que também implica diferentes respostas e


escolhas, como por exemplo questões culturais, de género, económicas, e.g.
como passar o tempo com os amigos à noite varia de pessoa para pessoa se, por
exemplo, uma sociedade impõe mais restrição às mulheres do que aos homens,
entre outros exemplos.

Da mesma forma, mesmo que dois indivíduos possuam a mesma quantidade de


recursos a liberdade de se deslocarem de um lugar para outro pode variar devido
por exemplo aos meios de que dispõe, sejam de ordem física, sociologia, cultural,
género, ou outra ordem.

Ainda se deve salientar a real importância do papel ativo que cada pessoa exerce
na sua própria vida, tendo sempre em consideração a heterogeneidade do
processo de envelhecer.

Apesar das suas limitações, e de estar sujeita a diferentes interpretações, as


ideias preconizadas pela abordagem “capability`s”, tem fornecido ferramentas
teóricas e medidas para avaliar o progresso. Podemos notar aqui o papel pioneiro
por exemplo ao nível do desenvolvimento humano, tomado como Índice para
avaliar o desenvolvimento das nações, ou o progresso de forma diferente, que
reconhece as pessoas como a verdadeira riqueza das nações.
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