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COMO LER O

EVANGELHO DE

SÃO MATEUS
14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 1
• BOA NOTÍCIA
Evangelho é uma palavra grega que, significa a notícia boa
trazida pelo portador.
Os evangelhos são a boa notícia de Jesus Messias, dada:
primeiro aos cristãos que se comprometeram com a sua vida
e o seu projeto, e depois a todas as pessoas.
O evangelho segundo Mateus não é o primeiro, mas foi
colocado no começo do Novo Testamento (Nova Aliança),
porque era o mais apropriado para anunciar a passagem das
promessas contidas no Antigo Testamento para a sua
realização em Jesus e por meio dele.

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Mateus escreveu para a sua comunidade, ou as
comunidades que viviam na sua região. No século I pelos
anos 70.

Em 70 d.C. o império romano invadiu a Palestina, que já


era sua colônia e lhe pagava tributos. Sufocou o
movimento judaico revolucionário, tomou Jerusalém e
destruiu o templo. Os judeus tiveram que se dispersar e
se reorganizar. As comunidades cristãs que aí existiam
saíram antes. Algumas foram para Pela, no lado oriental
do rio Jordão, outras se espalharam pela Síria e Fenícia, e
outras ainda se refugiaram junto à comunidade de
Antioquia na Síria. E foi provavelmente de Antioquia, pelo
ano 80 d.C., que Mateus escreveu o seu evangelho para
essas comunidades que tinham nascido na Palestina.

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Mateus é um judeu convertido ao cristianismo e se dirige ao
mesmo tipo de pessoas. Primeiro ele quer mostrar que Jesus
e sua ação realizam tudo o que o Antigo Testamento
anunciava, pedia e prometia. Depois. que o cristianismo
também é ruptura com a religião judaica oficial, cristalizada
em formas e vivências que já estavam muito distantes do
projeto de Deus revelado e realizado em Jesus.
Finalmente, quer mostrar que as comunidades não devem
ficar fechadas em si mesmas, um olhando para o outro, mas
se abrir para todos, levando a todos os tempos e lugares a
palavra e a ação que libertam para a vida nova.
Os evangelhos são o desenvolvimento dessa catequese,
inicial. Não foram escritos para dar informações, mas para
ajudar as comunidades a descobrir o sentido das palavras,
ações e vida de Jesus, que revelam e concretizam o projeto de
Deus para a vida da humanidade pela fé.
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Quem é Jesus para Mateus?
• Jesus é o "Deus conosco“

E vai ficar conosco para sempre


Para ensinar a justiça.

O batismo de Jesus aponta a meta da


sua vida: realizar, a justiça.Mt 3, 15

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Na Bíblia, a justiça é a vontade de Deus, o seu projeto
eterno. Somos justos e praticamos a justiça quando
deixamos que Deus realize a sua vontade sobre nós
e, como através de Jesus, realize o seu projeto.

O Jesus de Mateus é, portanto, o Mestre da justiça.


Com sua presença, palavra e ação, ele vai ensinando a
comunidade a lutar pela justiça que liberta a todos
para uma vida digna. E isso não ,deve ficar dentro da
comunidade apenas. Deve ser ensinado a todos, para
que todos aprendam de Jesus qual é a justiça que Deus
quer.

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O MAPA DO EVANGELHO

INTRODUÇÃO:
O MISTÉRIO DE JESUS (1-2)

Jesus nasceu dentro da história do seu povo e


retoma o seu acontecimento central: o êxodo
do Egito, que marcou a passagem da escravidão
para a liberdade, da morte para a vida.

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lª PARTE:
JESUS PROCLAMA E TRAZ
O REINO DE DEUS (3,1-13,52)
PRIMEIRO LIVRINHO:
A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS (3-7)

NARRATIVA: Com Jesus o Reino de Deus chegou (3-4)


Com Jesus chegou o tempo do julgamento da injustiça, porque
ele vai realizar a justiça esperada. Para isso, porém, é necessário
superar as tentações que geram injustiças. O Reino vem primeiro
para os necessitados, e Jesus precisa de colaboradores.
DISCURSO: O Reino de Deus é a justiça que liberta (5-7)
No Sermão da Montanha Jesus explica aos seus seguidores o que é
a justiça, e como ela vai, através dele e dos seus seguidores,
produzir a libertação dos pobres e oprimidos.

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SEGUNDO LIVRINHO:
A JUSTIÇA DO REINO LIBERTA
OS POBRES E OPRIMIDOS (8-10)

NARRATIVA: A justiça do Reino produz sinais concretos (8-9)

Os milagres de Jesus mostram que a justiça liberta o povo de


toda opressão e cura toda a pessoa (doenças, paralisia,
alienação, perigos, pecado, morte, cegueira etc.). Mas o
trabalho é muito e exige mais pessoas.

DISCURSO: Jesus precisa de colaboradores (10)


Jesus precisa de pessoas que se comprometam a continuar a
sua palavra e ação, para que a justiça do Reino liberte os
necessitados todos, em todo tempo e lugar.

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TERCEIRO LIVRINHO:
A JUSTIÇA DO REINO
PRODUZ CONFLITOS (11,1-13,52)

NARRATIVA: Reações ao comportamento de Jesus (11-12)


A ação promovida por Jesus entra em choque com todos os que
se servem do poder, das instituições e da religião para
acobertar, manter e promover a injustiça.

DISCURSO: As parábolas explicam o presente e o futuro do


Reino (13,1-52)
As parábolas explicam aos bons entende dores por que Jesus
encontra obstáculos para implantar a justiça que leva ao Reino,
e qual será o futuro de sua ação.

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2ª PARTE:
JESUS ORGANIZA E LIDERA
O NOVO POVO DE DEUS (13,53-28,20)

QUARTO LIVRINHO:
DA AÇÃO DE JESUS NASCE UM NOVO POVO (13,53-18,34)

NARRATIVA: O seguimento de Jesus (13,53-17,27)


Os seguidores da palavra e da ação de Jesus pouco a pouco vão
se reunindo ao redor dele para formar o novo povo de Deus,
rompendo com o povo da antiga aliança.
DISCURSO: A vida do novo povo de Deus (18)
Nomeio dos que seguem a Jesus impera a justiça e a
misericórdia. Nesse povo os pobres e pequenos têm sua vez e
são protegidos até mesmo quando erram, contanto que saibam
viver mutuamente o perdão e a misericórdia.
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QUINTO LIVRINHO
A VINDA DEFINITIVA DO REINO (19-25)

NARRATIVA: O Reino de Deus é para todos (19-23)


Jesus entra em ruptura total com o antigo povo de Deus e se
dedica a ensinar os seus discípulos, sementes do novo povo
de Deus. Os conflitos com os mantenedores da sociedade
injusta chega ao máximo.

DISCURSO: O processo do julgamento (24-25)


O julgamento destrói a ordem injusta e promove o Reino da
justiça. O critério da participação no Reino é a misericórdia
que faz justiça aos oprimidos e marginalizados.

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CONCLUSÃO: A PÁSCOA DA LIBERTAÇÃO (26-28)

A morte e a ressurreição de Jesus marcam o fim do


reino da injustiça. Ao mesmo tempo começa o longo
ensinamento que, através dos seguidores de Jesus,
atingirá todos os povos, em todo tempo e lugar. E Jesus
estará sempre presente na palavra e na ação dos que
com ele se comprometeram.

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JESUS COMEÇA A NOVA HISTÓRIA
(Mateus 1)

o primeiro capítulo do evangelho de Mateus situa Jesus ao


mesmo tempo na história dos homens e no projeto de Deus.

Jesus é filho da história humana

Mt 1.1 é o título de todo o evangelho e resume o significado


da pessoa de Jesus: "Livro da origem de Jesus Cristo. filho de
Davi, filho de Abraão “O Antigo Testamento se abre com o
livro do Gênesis = origem, contando a origem do universo e
da humanidade. Com Jesus vai começar uma nova criação e
uma nova humanidade. Ele é o novo Adão.

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Com Jesus. Davi foi o líder popular que se tornou o
rei justo. Apesar disso tudo, ele pecou (leia os livros
de Samuel). O verdadeiro líder popular e rei justo
vai ser Jesus Cristo, que fará toda a humanidade
reconhecer e viver o caminho da justiça.
Em Jesus, portanto, ecoa toda a aspiração e história
de um povo particular que reflete a história de toda
a humanidade.
Todos nós queremos um espaço no mundo e na
história, a fim de passar para a frente a vida que em
todos nós palpita. Vida produz vida.

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AS MULHERES NA GENEALOGIA DE JESUS

Tamar se disfarçou de prostituta para assegurar uma


descendência a seu marido falecido, e para si mesma um lugar
na sociedade patriarcal Gênesis 38). Raab foi a prostituta que
protegeu os espiões israelitas por ocasião da entrada na Terra e '-
da (Josué 2). Rute era uma estrangeira moabita provavelmente
idólatra, que se solidarizou com o povo e o Deus de Israel (livro
de Rute). Betsabéia ("aquela que foi mulher de Urias") cometeu
adultério com Davi e teve influência decisiva para que Salomão
se tornasse rei (2Samuel 11; 1Re' 1). Jesus é fruto [mal de uma
história de aspirações, buscas, lutas, derrotas e conquistas.

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Mateus conta como foi o nascimento de Jesus (1, 18-25).

Não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de


Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é divino. Nele se resume o
mistério que é a Vida. Deus tem a iniciativa, porque ele é a
Vida plena, geradora de todas as vidas.
Maria, representante da humanidade que recebe a vida de
Deus, em sua virgindade concebe a vida de Jesus de modo
inteiramente inesperado. É o Espírito de Deus que nela, e
em nós, produz a vida nova. Assim, o nascimento de Jesus,
resposta de Deus aos anseios da humanidade, começa por
nos ensinar que a Vida é fruto da iniciativa de Deus em
contato com a nossa atitude aberta e receptiva, como a
atitude de Maria.

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JESUS É AMEAÇA E SALVAÇÃO
(Mateus 2,1-12)

Jesus é ameaça. Para quem?

Belém era a cidade onde havia nascido Davi, o rei justo. Há mil
anos o povo esperava que um descendente de Davi, justo como
ele, viesse para libertar o povo dos inimigos e para levá-lo a
viver segundo a justiça e o direito. A estrela, segundo os
orientais, aparecia quando uma personagem importante
nascia: "Um astro nascido e Jacó se torna chefe; um cervo se
levanta, saindo de Israel" (livro dos Números 24,17). Os magos
chegam a Jerusalém, centro do poder político, econômico e
ideológico-religioso da Palestina. E aí reina Herodes. Ele não é
um rei legitimo os Judeus, pois era estrangeiro, ligado ao poder
romano.
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Jesus é salvação. Para quem?
Os magos que vieram de longe representam todos os povos
que esperam ardentemente pelo rei justo.

Jesus é o Rei Justo


o encontro dos magos com Jesus é muito significativo. Jesus
está com sua mãe, um modo de Israel representar o rei. A
homenagem que lhe prestam representa a sua submissão. Os
presentes que lhe dão mostram a submissão a um rei (ouro),
o reconhecimento de que esse rei é divino (incenso) e, por
outro lado, de que esse rei vai ser morto (a mirra era usada
no sepultamento). Em outras palavras, Jesus é o rei justo que
será morto pelos inimigos e depois, ressuscitado por Deus,
será reconhecido por todos como divino Filho de Deus. Um
anúncio do destino de Jesus.
14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 20
JESUS VAI PROVOCAR UM NOVO ÊXODO
(Mateus - 2, 13-23)

Egito: lugar de refúgio

A família de Jacó-Israel, quando a fome grassava em Canaã,


antigo nome da palestina (Leia Gênesis 42-48). No tempo do
nascimento de Jesus, o Egito era o país onde se refugiavam as
famílias suspeitas, perseguidas pelo terrível rei Herodes. Na
história de Jesus repete-se a história do seu povo (2,13-15).

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 21


Egito: lugar de opressão e morte

Os magos não se deixaram cooptar pelos poderosos, Herodes


ficou furioso (2,16-19). Como dar um jeito no perigo que o
ameaçava? Solução do desespero: matar todas as crianças de
Belém e dos arredores.

livro do Êxodo
O Faraó do Egito, com medo de que os hebreus se
multiplicassem, tornando-se um "perigo" para os poderosos,
também lançou mão de matar os recém-nascidos machos.
Moisés, porém, o futuro líder da libertação do seu povo,
escapou. O mesmo acontece com Jesus. Ele é o novo Moisés, o
líder da libertação para todos aqueles que com ceIe se
comprometerem.
14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 22
Da opressão e morte para a liberdade e a vida

Quando a salvação ainda está em germe, deve ser protegida de


todos os modos. A árvore deve primeiro crescer, para depois
dar os seus frutos. Sabendo que o rei Herodes havia morrido,
José volta com Maria e Jesus para a Palestina (2, 19-23). Não
fica na Judéia, porque Arquelau, filho e sucessor do rei
Herodes, lá reinava. Não era nada melhor que seu pai, José e
sua família vão morar na Galiléia. Essa região ao norte da
Palestina era muito significativa no tempo de Jesus. Aí estavam
todos os, descontentes com o governo, os principais focos de
subversão do sistema, assim como os movimentos
revolucionários que procuravam uma forma alternativa frente
ao:sistema econômico-político-social vigente.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 23


O estabelecimento da família de Jesus na Galiléia é motivo
para o evangelista citar uma palavra profética difícil de
identificar: "Ele será chamado Nazareno”. Nazareno é um
nome que pode ser interpretado de muitos modos. Em
hebraico o termo é n'azir, ou seja, aquele que foi consagrado a
Deus.

PREPARANDO A CHEGADA
DE JESUS
(Mateus 3,1-12)

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João é apenas o propagandista, o arauto-anunciador do que
Jesus vai fazer.

João aparece no deserto distante principalmente da cidade de


Jerusalém (3 -35)

Deserto fora o lugar do encontro e da intimidade com Deus,


onde Israel aprendeu a ser fiel ao parceiro da aliança,
construindo uma sociedade nova, baseada na justiça e na
fraternidade. Com João volta esse tempo.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 25


Mateus identifica João com o profeta que anunciava a volta
dos exilados na Babilônia: agora vai acontecer essa volta,
porque Jesus vai trazer a justiça que liberta da ,escravidão e
da morte. Um pormenor importante: João se veste de maneira
sumária (roupa artesanal de pêlos de camelo) e come o que
tem à mão (gafanhotos e mel, silvestre). Isso mostra que ele é
independente dos grandes‘ centros, que produzem coisas
muito melhores, mas sempre dependendo da injustiça ...
Atentemos: o reinado de Deus começa no deserto, e não na
cidade ...

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O povo se converte.
A pregação de João tem sucesso (3,5-6).

Que pecados são esses? Certamente o


compromisso com as estruturas injustas,
contrárias ao reinado de Deus. Ao ouvir João, as
pessoas começam a romper com o grande
pecado da injustiça, tornando-se preparadas
para o compromisso com a justiça que Jesus vai
ensinar. a batismo de João não é o batismo
cristão. Trata-se mais do sinal de
arrependimento e conversão, uma purificação
do passado comprometido com a injustiça.
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Os chefes fingem
Se João recebe bem o povo, a sua atitude com os chefes é bem
diferente (3,7-10). Os fariseus eram os chefes espirituais;
conheciam muito bem a religião e se gabavam de ser fiéis até o
extremo. Os saduceus eram os chefes da economia, da política e
da religião; eram todos da classe alta e, em primeiro lugar,
lutavam por defender seus interesses e mordomias, e
conservar suas propriedades.
João é duro. Chama-os de cobras venenosas, das quais só se
pode esperar a morte. "Quem lhes ensinou a fugir da ira que vai
chegar?" João está apontando para o julgamento.
O reinado de Deus vai criar a justiça que porá em xeque toda a
injustiça.

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O anunciador não é o Messias
João explica bem o que está fazendo (3,11-12). Sua tarefa é
apenas a de preparar. Por isso anuncia e batiza.

JESUS VAI CUMPRIR A JUSTIÇA


(Mateus 3,13-17)

Em Mateus encontramos as primeiras palavras de


Jesus, uma espécie de "programa" de sua vida e
ação.

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Jesus é solidário com os pecadores

João pregava o arrependimento e a conversão, preparando o


povo para a chegada do Messias, que iria fazer o julgamento e
trazer o Reino de Deus. Nas palavras de João, Jesus, o Messias,
seria um Juiz terrível. Qual não é o seu espanto, quando ele vê
Jesus chegar humildemente, como um candidato a mais para o
batismo de conversão, ao qual todo o povo estava se
submetendo!
João resiste (3,13-14). Diz a Jesus que este é quem o devia
batizar, e não o contrário. E aí descobrimos a solidariedade de
Deus com os homens. Primeiro Deus vem até nós e, embora
sem qualquer compromisso com o pecado, faz-se um de nós
para nos libertar do pecado e nos levar para o Reino de Deus.

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Para cumprir toda a justiça

“Devemos cumprir toda a justiça" (3,15).


De que justiça se trata? É a vontade, ou o desígnio, ou projeto
de Deus para a vida humana. E aquilo. que desde a
eternidade Deus sempre projetou para toda a sua criação, e
principalmente para a humanidade, a parte mais significativa
da criação. Deus quer que todos possam usufruir da
liberdade (livro do Exodo)e da vida (livro do Gênesis).
Liberdade é a capacidade de se descobrir, se aceitar, se amar e
participar, Com a própria originalidade, dos rumos do
mundo, da sociedade e da história. Vida é o centro do projeto
de Deus e consiste em repartir tudo o que existe com todos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 31


Jesus é o Filho que serve
-Depois do batismo de Jesus há uma cena de revelação (3,16-17).
Jesus sai da água e vê o céu se abrir. a céu, na ,Bíblia, é a morada
de Deus. Doravante, em Jesus e através dele, o céu vai estar em
ligação com a terra.
-O Espírito de Deus, como pomba, descendo e pousando sobre
ele. No livro do Gênesis 1,2, o Espírito de Deus revoava sobre o
caos, prenunciando toda a criação que viria depois. Agora vai
acontecer a nova criação.
-A voz que vem do céu declara: "Este é o meu filho amado, que
muito me agrada".

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 32


-No salmo 2,7: "você é o meu filho". Jesus é o Filho de Deus, e é
nessa perspectiva que devemos. compreender tudo o que ele diz
e faz.

-O "filho amado" lembra Gênesis 22,2,


quando Deus pede que Abraão sacrifique seu filho único.
Também Jesus é o Filho único e amado de Deus, que será
sacrificado pelo bem de todos.

-Em resumo, Jesus é o Filho de Deus, o rei justo que será


sacrificado para realizar a justiça que Deus quer, em favor de
todos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 33


AS TENTAÇÕES DA INJUSTIÇA
(Mateus 4,1-11)

As tentações acontecem no deserto. Por quê? Quando os hebreus


saíram do Egito, lugar da injustiça, chamados por Deus para
criar uma sociedade justa, eles entraram no deserto. E o lugar
das dificuldades e necessidades, onde aparece a cada momento
a tentação de voltar atrás, ,achando que nenhuma
transformação é possível ,Jesus retoma essa parte da história do
seu povo, e os quarenta dias de jejum recordam os quarenta anos
de Israel no deserto, antes de entrar na Terra Prometida, onde
haveria justiça e vida para todos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 34


A tentação da abundância
O deserto é lugar de fome (4,2-4).
Este é o desejo do povo faminto: ter abundância
de alimento e pronto, está tudo resolvido.

Jesus cita Deuteronômio 8,3, lembrando que "não só


de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da
boca de Deus". Por que isso? Porque a palavra de Deus
nos ensina que não basta comer. E preciso também
vestir, ter moradia, escola, assistência médica, lazer,
enfim, tudo o que é necessário para viver dignamente.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 35


A tentação do prestígio
Atirar-se da parte mais alta do Templo de Jerusalém, bem na vista
de todo o povo (4,5-7). Deus o rote será. Em outras palavras,
abuso de confiança. A tentação é usar Deus. para o prestígio
pessoal, colocando-o a serviço do próprio capricho e ostentação.

Jesus cita Deuteronômio 6,16, mostrando o que significa uma tal


atitude: "Não tente o Senhor seu Deus". E grande a ousadia de
entortar o projeto de Deus para satisfazer interesses egoístas,
simplesmente para "brilhar" diante do povo.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 36


A tentação do poder e da riqueza

Leva Jesus para um monte muito alto. Ora, a montanha era um


lugar sagrado, onde o homem se encontrava com Deus Mas o diabo
vai lhe propor o contrário dará a ,Jesus todos os reinos do mundo e
suas riquezas, bastando que Jesus o adore. Seria a maior traição.
Em vez de adorar a Deus, adorar o diabo. Em vez de servir ao
projeto de Deus, servir ao projeto do diabo.
Jesus vence essa suprema tentação citando Deuteronômio 6,13:
"Vá embora, Satanás, porque a Escritura diz: 'Adore o Senhor seu
Deus, e "sirva somente a ele' li. Dessa forma Jesus selou
definitivamente o seu compromisso com Deus e com o projeto
dele.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 37


DIABO E SATANÁS

Diabo é uma palavra grega (diabolos), que significa uma


pessoa ou situação que lança uma coisa no meio, para separar.
Diabólica é a ação que separa, criando divisões.
Satanás é uma palavra hebraica (satan) que significa
adversário. Aplica-se a tudo aquilo que causa dificuldades e
atrapalhações para uma coisa se realizar. Satânica é a ação que
dificultam um projeto.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 38


CHEGOU O REINO DE DEUS!
(Mateus 4,12-25)

Três, coisas: onde Jesus começou a agir, quem ele chamou para
ajudá-lo, e principalmente o que ele fazia. Essas três coisas nos
ajudam a compreender o que nós, seguidores comprometidos com
Jesus, devemos fazer também.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 39


Jesus começa sua atividade na Galiléia, ao n0rte da Palestina
(4,12-17). Essa região era mal vista pelos habitantes do sul, da
Judéia, desde o Antigo Testamento.
Com efeito, o Norte havia sido tomado pelo império assírio em
722 a.C. Desde essa época tinha-se desfigurado, pois ficara em
contato com civilizações pagãs, com costumes e religiões
diferentes. Também era caminho entre o Egito e o Oriente, e as
influências de todos os lugares se faziam aí. Era também a região
das tribos de Zabulon e Neftali, especialmente atingidas e
corrompidas pela ganância dos estrangeiros. Em poucas palavras,
o povo de Deus dessa região norte estava pelo menos há 700 anos
roubado da sua verdadeira identidade.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 40


Jesus, portanto, começa por onde não esperamos: pela
periferia do povo de Deus, povo roubado, sofrido,
desvalorizado e marginalizado por aqueles que se consideram
"os escolhidos de Deus". Deus ama a todos, mas em primeiro
lugar aqueles que consideramos "perdidos". E no meio deles
que surge a luz que iluminará a todos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 41


Jesus não trabalha sozinho
Cafarnaum, ponto de partida da ação de Jesus, ficava às margens
do lago de Genesaré, também chamado mar da Galiléia (4,18-22).
É aí, entre os pescadores, que Jesus encontra seus primeiros
colaboradores: Simão (Pedro) e André, Tiago e João. Dois pares de
irmãos, sinal de que o Reino é lugar de fraternidade. Jesus escolhe
trabalhadores, porque ele não precisa de teoria, mas de ação. O
Reino da justiça exige muito trabalho e dedicação.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 42


Os quatro eram pescadores. Pois Jesus lhes promete que de agora em
diante eles não vão pescar peixes, mas homens. Em outras palavras,
Jesus não pede que façamos uma coisa completamente diferente
daquela que fazemos. Pede que façamos aquilo que já ,fazemos, agora
em favor de todos os outros.

A ação libertadora

É o primeiro resumo da atividade de Jesus (4,23-25). O que faz ele?


Aproveita de tudo o que seu povo já possuía, em primeiro lugar a
Sinagoga ou casa de oração, lugar de ouvir a Palavra de Deus, meditá-la
e depois colocá-la em prática. E Jesus anuncia aí a novidade do Reino
tão esperado por todos. Mas Jesus não fica só no falar. Ele parte para a
ação. E a primeira coisa é descobrir as doenças e enfermidades do povo.
Estas não são apenas os problemas físicos, mas tudo aquilo que
enfraquece e diminui ou acaba com a vida do ovo em todos os sentido

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 43


O demônio tapeia e aliena as pessoas.

A epilepsia deixa as pessoas momentaneamente


fora de si.

A paralisia impede o povo de andar .

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 44


A FELICIDADE DOS POBRES
(Mateus 5,1-16)

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 45


Mateus enumera
8 bem-aventuranças,
1ª “Bem aventurados os que tem um coração de pobre"

-Muitos pensaram que "têm coração de pobre" os que mesmo


mantendo a posse dos bens materiais, não prenderam o
coração a eles.

-Por uma livre escolha, despojam-se de tudo 'Pobres de


coração” são aqueles que decidem não possuir mais nada para
si e colocar tudo o que têm à disposição dos outros. lembre-se
bem: pobre, segundo o Evangelho, não é aquele que não possui
nada, mas aquele que não retém nada para si.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 46


2ª “Bem-aventurados os que choram“

O sofrimento não é uma coisa boa. Deus não se compraz


quando os homens estão mergulhados na dor, nem é ele que
envia desventuras e tribulações. Ele não quer que os homens
sofram. Quando Jesus proclama bem-aventurados os que
"choram“ emprega um termo bem conhecido para quem
conhece a Bíblia . No livro de Isaías fala-se dos "aflitos": são
aqueles que não têm casa para morar, que não têm terra para
cultivar porque a herança dos pais foi ocupada por estranhos, e
são obrigados a se pôr a serviço dos inescrupulosos
proprietários das terras, e devem suportar injustiças,

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 47


3ª “Bem Aventurados os mansos"

O termo "manso" usado por Jesus é retomado do Antigo


Testamento e, mais precisamente, do SI 36. Neste salmo os mansos
são, os que foram privados dos seus direitos, da sua liberdade, dos
seus bens.

No evangelho Jesus é apresentado como "manso" (Mt 11,29;


21,5), mas não no sentido de "fraco, tímido, covarde". Ele viveu
conflitos dramáticos, mas enfrentou-os com disposições de coração
que caracterizam os "mansos": recusou o uso da violência, foi
paciente, tolerante, tomou-se servo de todos.
Bem-aventurados são os que diante das injustiças, tomam as
mesmas atitudes de Jesus.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 48


4ª. "Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça”

A fome e a sede são as necessidades mais imperiosas


que o -homem experimenta. É com essa ansiedade
incontida que os discípulos de Cristo devem procurar "a
justiça“.

Para Deus a "justiça é feita“ quando um mau se torna


justo.

14/1/2014 21:35 49
Pe. Wellington G. Souza
5ª “Bem aventurados os misericordiosos"

Na Bíblia a "misericórdia", mais que um sentimento de


piedade é uma ação em favor de quem tem
necessidade de ajuda.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 50


6ª “Bem aventurados puros de coração"

Os puros são os que têm um comportamento ético de acordo


com a vontade de Deus aqueles que têm um coração íntegro,
aqueles que não amam ao mesmo tempo Deus e os ídolos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 51


7ª “Bem aventurados os pacíficos”.

Mas na Bíblia a palavra "paz" (shalom) não significa só ausência


de guerra. Indica o bem-estar total, harmonia com Deus, com os
outros e consigo mesmo, prosperidade, justiça, saúde, felicidade.
Os "pacíficos" são, pois, aqueles que se esforçam para que essa
vida plena de todo o bem se tome possível para cada pessoa.
Para eles é reservada a mais bela das promessas: "Deus os
considera seus filhos".

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 52


8ª “Bem aventurados os perseguidos por causa da
justiça”.

Aquele que sofre por sua fidelidade ao Senhor é proclamado


bem-aventurado no _momento e pelo próprio fato de ser
perseguido. A perseguição não é sinal de derrota, mas de
êxito. É um motivo de alegria porque prova que foi feita a
escolha certa, aquela segundo a "sabedoria de Deus".

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 53


A PERFEIÇÃO DA JUSTIÇA
(Mateus 5,17-48)
Um dos centros do Sermão da Montanha é 5,20: "Se a justiça
de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos, fariseus,
vocês não entrarão no Reino do Céu". Os doutores da Lei ou
escribas eram os intelectuais, donos do saber, que
interpretavam a Bíblia para os outros. Sabiam muito bem o
que se devia fazer, mas não o faziam e nem sempre
ensinavam aos outros o que Deus pedia. Uma forma de
conservar o poder: ocultar.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 54


Jesus exige a justiça maior.

Para explicar o que é a justiça maior. Jesus retoma algumas


exigências da Lei (5,21-42).

O ato de matar começa com o ressentimento e a raiva. É preciso


cortá-los pela raiz, resolvendo o ódio que pode levar até ao
assassinato. O adultério começa com o olhar cobiçoso, com os
planos para arrebatar a mulher do próximo.
O senso de justiça não se apega simplesmente a uma regra ou
norma escrita. Pelo contrário, vai até o fundo dela e se
transforma em discernimento que em cada situação dita um ato
novo, capaz de encaminhar a liberdade e a vida.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 55


A justiça que Jesus exige dos pobres que.se comprometem com
ele é esse discernimento que vê profundamente as situações, e
em todas elas gera um ato libertador .
Deus manda o sol e a chuva sobre justos e injustos, sobre amigos
e inimigos. Eis a questão. E nós, o que faremos diante disso?
Somos imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1,26-27). E
somos filhos dele. Tal pai, tal filho. O maior desafio é
compreendermos aquilo que Deus diz através do profeta
Ezequiel: "Eu não tenho prazer na morte de ninguém...
Convertam-se e terão a vida" (Ez 18,32).

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 56


JUSTIÇA VERDADEIRA
(Mateus 6,1-18)

Mateus vai direto ao assunto: "Prestem atenção! Não pratiquem a


justiça de vocês diante dos homens, só para serem elogiados por
eles. Fazendo assim, vocês terão a recompensa do Pai de vocês que
está no céu" (6,1). Os fariseus praticavam ajustiça ostensivamente,
para serem vistos e elogiados e, assim, manterem seu prestígio e
poder, tapeando o povo. Pura máscara, pura representação.
Os seguidores de Jesus, ao contrário, deverão praticar ajustiça não
para se exibirem, bancando "os tais", mas para obedecer ao Pai,
fonte de liberdade e vida para todos.
O Pai é o começo e o fim de tudo. Os homens são apenas
instrumentos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 57


A recompensa de fazer o que Deus quer é ter a experiência
da própria vida de Deus.

As três faces da justiça

No tempo de Jesus a justiça era encarada como a realização de


três práticas: esmola, oração e jejum.

1. A esmola
No seu Reino a justiça proporciona vida digna para todos, através
da partilha igualitária dos bens que ele destinou a todos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 58


2. A oração
A oração (6,5-6) nos coloca em contato com o
Pai, continuamente nos lembrando do projeto de
Deus e do nosso compromisso com esse projeto.

PAI NOSSO
Oração da comunidade (nosso), com seis pedidos. Os três primeiros são
por toda a humanidade: que todos reconheçam o Pai (nome), que seu
Reino de justiça se realize (Reino), trazendo para o mundo a vida que
Deus quer para todos (vontade). Os três últimos são pela comunidade:
que Deus conceda o (necessário e suficiente para ela viver (pão), que
Deus a perdoe assim como ela perdoa seus inimigos (perdão), e que o Pai
não permita que a comunidade sucumba às tentações da injustiça
(tentação). (Se a comunidade não perdoar, ela deixará de ser o
testemunho do amor do Pai.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 59


3. O jejum

Jejuar (6,16-18) é privar-se de alguma coisa que julgamos muito importante, e


depois descobrir que essa coisa não é tão importante assim. No jejum podemos
perceber horizontes novos para a nossa vida, e principalmente o que é
essencial e fundamental para a vida humana.

A ESCOLHA FUNDAMENTAL
(Mateus 6,19-34)
Primeira escolha: ou Deus ou o dinheiro
Mas qual é esse tesouro? A maior tentação é a de identificá-lo com o dinheiro. Quem tem
dinheiro pensa que tudo está resolvido, e que poderá safar-se de qualquer necessidade ou
problema, comprando tudo e todos. Grande ilusão. O dinheiro acumulado multiplica os
problemas, e os ladrões (os que foram roubados antes) e os ambiciosos (que caem na
mesma ilusão) não deixam o rico em paz.
Isso para não falar das graves conseqüências que a riqueza produz: riqueza de uns à custa
da miséria da maioria. Situação insustentável.
14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 60
Segunda escolha: ou a justiça ou as preocupações

Ao desespero dos pobres o Evangelho contrapõe os pássaros e


os lírios. Os pássaros não se preocupam nem se angustiam. Os
lírios se vestem melhor do que o rei Salomão, o mais rico e
poderoso rei de Israel. Por quê? Primeiro, porque um pássaro é
um pássaro. Nada mais e nada menos. Um lírio é um lírio. Nada
mais e nada menos.
Ambos são o que são, graças a Deus e à sua providência, que
proporciona a ambos serem o que são e terem tudo o que
necessitam para isso. E aqui vem o contraste: o ser humano é
muito mais que um pássaro e um lírio. Ria portanto, ser um
escândalo de beleza e felicidade.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 61


Pássaro é pássaro. Lírio é lírio. E o ser humano deve ser
realmente humano, isto é, feito à imagem e semelhança de
Deus. Quando ele descobrir que o Reino da justiça é o que
ele e Deus desejam, então aprenderá que pode confiar
inteiramente em Deus e no seu projeto. Não se preocupará
mais com o dia de amanhã, porque o amanhã será muito
melhor se tivermos lutado hoje pela justiça que Deus quer, e
nós todos também.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 62


JUSTIÇA NÃO É TEORIA, MAS PRÁTICA
(Mateus 7)

Dois pontos fundamentais:


A regra suprema da justiça, e a necessidade de
partir para a prática.

A regra de ouro
Qual o critério para praticar a justiça? O v.12 dá a chave: "Tudo o
que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês
também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas". Lei e
Profetas eram o modo de se referir ao Antigo Testamento. Jesus o
resume inteiro nessa curta frase que apela para a consciência de
cada um. Por onde começar? Por si próprio .

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 63


Assim, o apelo para a promoção da justiça vem de dentro de cada
um.
Ao redor desse tema fundamental, temos vários conselhos.
agrupados nos vv. 1-20:

1. Não, julguem! (vv. 1-5). Seremos julgados da mesma


forma com que julgamos os outros. Por isso é melhor: não julgar. Só
Deus, que tudo vê e sabe, pode julgar.

2. Saibam discernir (v. 6).

3. Confiem no Pai (vv. 7-11).

4. Não se iludam (vv. 13-14).

5. Cuidado com os aproveitadores (vv. 15-20).


14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 64
Justiça é prática, e não teoria

Não adianta ficar só rezando com palavras, confortavelmente


protegidos dentro de quatro paredes. ou usando o nome de
Deus e de Jesus para remendar situações revocadas pela
injustiça. Deus não quer isso. Ele quer que a nossa oração leve
a prática da justiça ou melhor
ainda, quer que aprendamos a rezar através da ação que
transforma a realidade, criando o Reino da justiça que Deus
quer.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 65


As duas parábolas finais (7,24-27) voltam de novo ao tema
fundamental: é preciso ouvir e depois colocar em prática. Não
adianta ouvir falar da justiça. E preciso realizar a ação prática, que
transforma concretamente a ,realidade.

Ouvindo tudo isso, o povo fica admirado (7,28-29)! Jesus tem


autoridade. Qual? A de falar a partir do que ele faz. Os doutores
da Lei sabiam de tudo, mas não faziam nada. Jesus primeiro vive e
pratica, e só depois explica e ensina. O verdadeiro anúncio nasce
da ação prática que a comunidade realiza.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 66


A JUSTIÇA LIBERTA
OS OPRIMIDOS
(Mateus 8,1-9,34)

Somos tentados a ver os milagres de Jesus como fatos isolados e


extraordinários, que só ele podia fazer, porque era o Filho de
Deus. Ora, também somos filhos de Deus, e devemos fazer os
mesmos milagres, pois somos chamados a realizar a justiça que
ele realizou. Os milagres são modelos da ação que todo discípulo
é chamado a realizar.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 67


Justiça é servir à libertação

Mt 8,7 explica o que está por trás da ação de Jesus: "ele tomou
as nossas enfermidades e carregou (= tirou) as nossas doenças".
Trata -se de uma citação do profeta Isaías (53,4). O profeta
falava do Servo de Javé, que iria libertar o povo de tudo aquilo
que o escravizava e oprimia. Jesus é esse servo, e sua ação
liberta das enfermidades e doenças.
Quais? Tudo aquilo que impede as pessoas de serem livres e
terem uma vida digna, como Deus quer.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 68


As dimensões da ação libertadora estão no tipo das í coisas que Jesus faz:
o leproso era um marginalizado. Quais são os marginalizados de hoje? O
paralítico dependia dos outros, não podia agir por si mesmo. O que é que
paralisa as pessoas hoje? A febre e a hemorragia eram doenças que
enfraqueciam e prostravam as pessoas. O que é que enfraquece e
prostra o povo hoje? Os demônios alienavam as pessoas. E hoje, o que é
que aliena o povo? O pecado também paralisa a pessoa e não a deixa
caminhar por si mesma. O que é que nos paralisa hoje? Quais os pecados
que não nos deixam caminhar? A morte prematura vai contra o projeto
de Deus, que quer a vida. O que é que compromete a vida do povo e o
faz morrer antes do tempo? A cegueira impede de ver a realidade. Quem
é que nos tapa os olhos hoje, para não vermos as injustiças que se
cometem? A mudez impede o homem de falar e se comunicar, dizendo a
sua palavra para construir a sociedade e a história. Quem é que tapa a
boca do povo, imedindo- o de participar na construção da vida humana?

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 69


A justiça não conhece fronteiras

Atendendo ao pedido de um pagão (8,5-13) e agindo em terra


estrangeira Jesus mostra que a justiça do Reino não se restringe
ao quintal do povo de Israel. Todos são filhos de Deus e Deus
quer liberdade e vida para todos. Os israelitas daquele tempo
viviam pensando na sua libertação e na sua vida. Jesus acaba
com esse nacionalismo, e ultrapassa todas as fronteiras, para
libertar a todos os que necessitam de libertação

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 70


A justiça não conhece preconceitos.

A Lei proibia a um leproso aproximar-se dos outros, e também que


alguém o tocasse. Também proibia tocar ou ser tocado por uma
mulher menstruada ou com corrimento. E ainda de comer com os
pecadores e gente de má fama. O risco era ficar impuro e, portanto,
ficar separado de Deus. Ora, Jesus faz tudo isso, e ele é o "Deus
conosco". Mostra-nos assim que devemos jogar os preconceitos, e
os preconceitos religiosos principalmente, no lixo. Justiça não é ficar
"em paz" entre os "puros", mas ir até os doentes e colaborar para
libertá-los, curá-los e regenerá-los, se eles de fato desejarem isso.
Lei que impede a liberdade e a vida não vem de Deus, mas da nossa
pequenez.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 71


A justiça traz a nova aliança

A justiça provoca uma grande festa na casa de Mateus, o pecador,


e muitos outros como ele se acotovelavam aí, ao redor de Jesus
(9,9-17). Os fariseus, que se consideravam perfeitos, ficam
escandalizados. Jesus explica: "quem precisa de médico é o
doente, e não os que estão bem de saúde". Ironia pura. Os
fariseus tinham que ser curados do seu orgulho. E os discípulos de
João Batista, muito severos, também se escandalizam. Jesus
explica: "como fazer jejum em festa de l<1Samento"?
Sim, a libertação traz grande festa, e só não participa dela quem
não se alegra pelo fato de o povo se libertar para uma vida nova. É
o tempo da nova aliança, da nova ligação de Deus com a
humanidade, ligação que lhe traz vida nova, em todos os sentidos.
Quem é que não quer isso?
14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 72
A MISSÃO PRECISA
DE TRABALHADORES
(Mateus 9,35-10,15)

A atividade libertadora

Jesus continua sua prática, e três coisas são importantes:


o ensinamento (Jesus ensina a ler a Bíblia na perspectiva
da justiça), o anúncio (o Reino é a boa notícia de que a
libertação vem pela prática da justiça) e a cura (a justiça liberta
de tudo o que diminui ou impede a liberdade e a vida) (9,35-
38).

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 73


Jesus olha as multidões abandonadas e sofridas e sente
compaixão. Palavra Importante, porque nela está a raiz da
missão: compaixão significa sofrer junto, sentir em si mesmo as
dores e os problemas do povo. Quando sentimos dor, temos que
fazer ai a coisa para resolvê-la. Jesus sentiu isso, e espera que nós
sintamos também.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 74


Doze que começam um novo povo

Jesus chama os que o acompanham mais de perto e compartilham


as suas preocupações (10,1-4). Não é possível
ser amigo de alguém e não participar da vida e idéias desse
alguém. E o grupo de Jesus já aumentou. Ele havia começado o
trabalho com quatro pessoas (4,18-22). Agora já são doze.
Conhecemos pouco e cada um deles, assim como conhecemos
pouco as pessoas que hoje trabalham no projeto de Jesus, que é o
projeto do Pai. O importante é o número doze. O ovo de Deus era
formado por doze tribos: Para libertar o povo de Deus que geme
debaixo da injustiça é preciso que todo o povo lute pela justiça.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 75


A missão é continuar o que Jesus começou.

CONSEQÜÊNCIAS DA MISSÃO (Mateus 10,16-11,1)

Ovelhas no meio de lobos

A situação daqueles que se comprometem com o anúncio e a


prática da justiça é crucial (10,16-25). Com sua palavra e ação eles
irão atingir o coração da sociedade injusta, e esta, ameaçada nas
suas bases, irá reagir e não medirá esforços para acabar com essa
"subversão da ordem". Os seguidores de Jesus, como ele próprio,
serão considerados inimigos e bandidos. Serão perseguidos, presos,
torturados, levados a julgamento, condenados e, quem sabe,
mortos.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 76


O discípulo deve estar bem atento: o seu compromisso
fundamental foi com Jesus, com a palavra e a ação dele. Se for fiel
a esse compromisso, Jesus também será fiel a ele, e o apresentará
ao seu Pai. Ai, porém, do discípulo que renega a causa de Jesus!
Jesus também o renegará ao Pai. Apior coisa é ter conhecido a
verdade e depois traí-la. Essa culpa jamais nos deixará dormir.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 77


JESUS É: MESMO O MESSIAS?
(Mateus 11)

Capítulo 11 de Mateus funciona como revisão do que


aconteceu até agora neste evangelho. O povo daquele tempo,
como nós hoje, esperava pelo Messias libertador. Jesus chegou,
começou a falar e a agir, mostrando que o seu compromisso era
com o Reino de Deus e com a justiça que faz esse Reino se
tornar presente e concreto na vida do povo. Será que ele é
mesmo o Messias?

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 78


Até o anunciador duvida

João Batista estava preso (ver 4,12) por enfrentar violentamente


os poderosos (ver 14,1-5). Ele havia anunciado a chegada do
Messias que iria julgar e condenar
violentamente toda a injustiça, mas Jesus se apresentara
humildemente para o batismo de conversão (veja 3,13-15). João
esperava alguém forte, e Jesus parece fraco. Então manda seus
discípulos perguntar: "Você é mesmo o Messias, ou devemos
esperar um outro?" ( 11,7- 15). Essa pergunta pode ser também
a nossa: Será que Jesus traz de fato a solução para todos os
nossos problema.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 79


A resposta de Jesus aponta não para a sua
pessoa mas para o que ele faz: o povo
começa a enxergar, a andar, a ficar limpo de
sua marginalização a ouvir e importante, os
pobres recebem a notícia da sua libertação.
Tudo o que os profetas anunciavam para o
tempo do Messias.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 80


Por que João e Jesus não são aceitos?

João era severo e violento. Exigia arrependimento, conversão


e mudança de vida. Jesus é manso e cheio de compaixão, e
liberta o povo do sofrimento e dos problemas. Mas há gente
que não gosta nem de um nem do outro (11,16-19). Como
entender? Jesus compara essas pessoas com crianças
caprichosas que emburram e não querem participar nem do
brinquedo de festa, nem do brinquedo de velório. No fundo,
essas pessoas não querem mudar, ou melhor, não querem
reconhecer que estão erradas e precisam
mudar. Então partem para a difamação: "João? Ora, ele é um
louco!. .. Jesus? Ora, ele é um boa-vida!. .."

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 81


Quem pode entender o que Jesus faz?

Jesus começa a criticar as cidades: Corazin,


Betsaida, Cafarnaum ... (11,2-24) Por quê?
Porque nelas estavam os poderes,
principalmente os poderes intelectuais,
concentrados sobretudo nas sinagogas, onde o
povo entrava para ouvir a Palavra de Deus.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 82


Só os pobres compreendem o projeto de Deus

Mateus 11,25-30 é um dos pontos mais altos do


evangelho. Jesus louva o Pai porque ele revela o seu
projeto aos pobres e os esconde aos "sábios",
"inteligentes" e “poderosos".

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 83


JESUS AGE POR DEUS
OU PELO DEMÔNIO?
(Mateus 12)

O amor está acima da Lei

A maior observância para os judeus era a lei do sábado (12,1-6).


No entanto, Jesus não só a viola, mas permite que os seus
discípulos a violem. Era proibido pela Lei fazer qualquer trabalho
no dia de sábado. Quando a lei foi criada, ela servia às pessoas,
assegurando seu direito ao descanso.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 84


Contudo, com o tempo ela se tomou não mais
direito, mas obrigação. Colhendo espigas para
comer, os discípulos estavam fazendo o que era
proibido. Proibido matar a fome? Curando um
homem com a mão paralisada, Jesus estava
violando a lei. Mas que lei é essa, que impede de
conservar a vida e libertar para a ação?

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 85


Os fariseus, que se julgavam santos, serviam -se da Lei para
oprimir as pessoas, enchendo-as de culpa. Jesus é diferente.
Mostra que a Vida está muito acima da Lei, e que esta só tem
sentido quando está a serviço da Vida. O Templo pode ser violado
quando a vida humana está em necessidade. A lei do sábado pode
ser violada quando a propriedade está em perigo (uma ovelha).
Ora, a vida humana, com suas necessidades e problemas, está
muito acima de um edifício e de uma propriedade! (12,9-14).
Deus ama a vida humana, e não quer que ela seja sacrificada, nem
que seja em nome do seu culto. A alegria de Deus é que
estejamos vivos e felizes. O resto é para servir a isso, e se não
servir para isso, não serve para nada. Deus quer-liberdade e vida,
e está contra todo tipo de escravidão e morte. Devemos
desconfiar de tudo o que não serve à liberdade e à vida. Isso não
vem de Deus, mas do demônio.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 86


Deus quer misericórdia

Jesus age por Deus ou pelo demônio?

Depois que Jesus curou o homem com a mão atrofiada, os fariseus, que se
consideravam santos e perfeitos, "saíram e fizeram um plano para matar
Jesus". Por quê? Porque eles iriam perder prestígio: defendiam a Lei e a
impunham a todo custo, para oprimir o povo, mantendo-o sempre culpado,
sempre aquém das exigências que eles
mesmos fabricavam. Jesus é perigoso para aqueles que conseguem uma boa
situação às custas da miséria do povo.

Jesus é o .Emanuel, o "Deus conosco", aquele que põe em ação o projeto de


Deus libertando e dando vida ao povo. Dizer que ele faz isso por obra do
demônio é entortar tu o, chamando o bem de mal e o mal de bem.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 87


A fé não pede sinais

Agora vêm os doutores da Lei, ou


escribas, os intelectuais daquele tempo,
em socorro dos fariseus, os "perfeitos”
(12,38-45). Pedem a Jesus um sinal de
que ele é o enviado de Deus.

14/1/2014 21:35 Pe. Wellington G. Souza 88

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