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Sandro
ERGONOMIA
I- INTRODUÇÃO
Nascimento e Evolução:
A data oficial de nascimentos da Ergonomia é 12 de julho de 1949 na reunião de um grupo de cientistas e
pesquisadores para formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência.
Em uma segunda reunião do mesmo grupo em 16 de fevereiro de 1950, foi proposta a expressão ERGONOMIA,
formado do termo ergo, que significa trabalho e nomos, que significa regras, leis naturais.
VARIAÇÕES SOCIOCULTURAIS
EVOLUÇÃO DA ERGONOMIA
Várias escolas desenvolveram linhas diferentes de ação, ainda que preservando alguns princípios básicos. Segundo
Wisner (1987), a diferenciação entre duas escolas foi particularmente significativa.
A grande questão que percorre a ergonomia é a de seus critérios. Trata-se apenas de assegurar, sem grandes
problemas, o funcionamento do sistema produtivo, ou de obter primeiramente, ou pelo menos simultaneamente, a
saúde plena dos trabalhadores?
Nos EUA e na Inglaterra, os higienistas industriais têm uma prática antiga sobre a saúde física e a ergonomia se
desenvolveu separadamente, durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de um diálogo entre engenheiros e
psicólogos behavoristas, que têm em comum a linguagem do desempenho que compara a entrada e a saída do
dispositivo industrial. Essa atitude contribui para se considerar a ergonomia como um prosseguimento da OCT
(organização científica do trabalho, originalmente desenvolvida por Taylor). Se considerarmos os limites da OCT, tal
assimilação é, no mínimo, perigosa.
Na Europa Continental e particularmente na França, a influência tradicional dos médicos e dos fisiologistas do
trabalho e seu interesse pela ergonomia se traduzem por uma tentativa de fazer convergir as correntes da higiene
industrial e da ergonomia do tipo americano. “Certos ergonomistas franceses tentam também incluir aí sua
contribuição à engenharia, o que pode resultar na corrente psicossociológica”.
Atualmente, tais diferenças antes significativas tendem a perder sua importância, com os principais centros de
ergonomia procurando lançar mão de todos os conhecimentos disponíveis, organizando-os de forma sistêmica.
CONCEITO DE ERGONOMIA
A necessidade de precisão do conceito da ergonomia, da definição dos seus contornos, da sua especificidade é
expressa de forma incisiva por Fialho e Santos (1995): “A menos que a ergonomia se transforme numa disciplina
‘tapa-buracos’, condenando-se à ineficiência porque tudo analisa e nada sintetiza, é fundamental definir sua
especificidade”.
Em 1961, segundo Jouvencel (1994), numa publicação da Revista Internacional do Trabalho, a ergonomia foi assim
conceituada: A aplicação conjunta de algumas ciências biológicas para assegurar entre o homem e o trabalho uma
mútua e ótima adaptação, com a finalidade de incrementar o rendimento do trabalhador e contribuir para o seu bem
estar. ``
Em 1972, Wisner considera que ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e
necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de
conforto, de segurança e eficácia.
Em 1983, Grandjean definiu ergonomia como "o estudo do comportamento do homem em seu trabalho, convertendo-
se o mesmo homem no sujeito objeto de seu estudo das relações do homem no trabalho e seu ambiente".
Clark, em 1984, define ergonomia como "o estudo das habilidades e características humanas que afetam o design
dos equipamentos, sistemas e atividades de trabalho, visando à melhoria da eficiência, segurança e bem-estar".
Segundo Christensen (1988), Ergonomia é o ramo da ciência e tecnologia que inclui o que é conhecido e teorizado
sobre o comportamento e características biológicas humanas que podem ser validamente aplicadas à especificação,
design, avaliação, operação e manutenção de produtos e sistemas para aumentar a segurança, o efetivo e
satisfatório uso por indivíduos, grupos e organizações.
Em 1989, Castillo relaciona a ergonomia com o bem fazer do trabalho. Portanto, há que se compreender "não só a
eliminação de obstáculos que impeçam o bem fazer como também a promoção de sistemas que ajudem a consegui-
lo". A ergonomia tem um importante papel neste tema. O trabalho bem feito requer o desenvolvimento de conceitos
como: a segurança... As condições físico-ambientais... A eliminação de trabalhos penosos... A adaptação do posto
de trabalho ao homem... Desenvolvimento pessoal".
Em 1989, no congresso IV Congresso Internacional de Ergonomia (apud Moraes), adotou-se o seguinte conceito: ´´A
ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu
objetivo é elaborar, mediante a constituição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de
conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação do homem aos
meios tecnológicos e aos ambientes de trabalho e de vida".
Para Ilda (1990), uma definição concisa de ergonomia, fornecida pela ´´Ergonomics Research Society``, da
Inglaterra, é ´´Ergonomia é o estudo do relacionamento do homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente e
particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas
surgidos desse relacionamento``.
Para Guimarães, em 1994, ´´a ergonomia é uma nova ciência que transcende a abordagem médica ortodoxa focada
no indivíduo, para, com a co-participação da psicologia, engenharia industrial, desenho industrial, administração etc.,
conceber, transformar ou adaptar o trabalho às características humanas``.
Em 1994, Jouvencel define ergonomia como ´´o grupo de disciplinas que se interessam pelo estudo do equilíbrio (ou
estabilidade) entre as condições externas e internas ligadas ao trabalho e que interagem com a biologia humana,
exigências e requerimentos dos sistemas e produtos de seu trabalho, expandindo seu âmbito para sua preservação,
correção ou melhora``.
Em 1995, Santos e Fialho abordaram a ergonomia dentro de uma dinâmica própria, voltada para a análise das
atividades desenvolvidas no trabalho, o que é chamado de trabalho real: ´´A ergonomia identifica seu objetivo na
realidade. A atividade do homem que ela se propõe a estudar é sempre singular. Ela é, entretanto, determinada por
fatores exteriores que ela mesma modifica em contrapartida. A intervenção ergonômica nas suas diversas
modalidades e com seus resultados esperados, situa-se no centro dessa dialética. É importante notar que é a partir
do estudo profundo de determinadas situações, no tempo e no espaço, que podemos pôr em evidência problemas
gerais, para os quais soluções podem ser encontradas``.
Em 1996, Samir descreve uma forma sistêmica de atuação, dentro da qual a ergonomia ganha uma abrangência,
concomitamente maior e mais precisa, e, conseqüentemente, maior transparência e eficácia:
“As soluções ergonômicas são divididas em soluções de engenharia (desenho de equipamentos, mobiliário, posto de
trabalho), acompanhamento médico, controles administrativos (rodízios de tarefas, pausas, redução da força
utilizada, adequação da produtividade ao número de empregados, redução da monotonia e aumento da autonomia,
manutenção adequada de equipamentos, mobiliário e postos de trabalho) e treinamento em noções básicas de
ergonomia”.
Os precursores da Ergonomia:
Inglaterra (1914-1917) – Durante a I Guerra Mundial, fisiologistas e psicólogos foram chamados para aumentarem a
produção de armamentos, foi então criada a Comissão de Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, em
1915.
O Taylorismo e a Ergonomia:
Deriva-se de Frederick Winslow Taylor (1856-1915) – engenheiro americano, que se notabilizou através de sua obra
Princípios de Administração Científica, publicada originalmente em 1912. Taylor defendia que o trabalho deveria ser
cientificamente observado de modo que para cada tarefa, fosse estabelecido o método correto de executá-la, com
um tempo determinado, usando as ferramentas corretas. Haveria uma divisão de responsabilidade entre os
trabalhadores e a gerência da fábrica, cabendo a esta determinar os métodos e tempos, de modo que o trabalhador
pudesse se concentrar unicamente na sua tarefa produtiva. Os trabalhadores deveriam ser controlados, medindo-se
a produtividade de cada um pagando-se incentivos salariais àqueles mais produtivos.
As idéias de Taylor foram rapidamente difundidas nos Estados Unidos, criando-se a massificação de bens em
praticamente todas as fábricas americanas.
O Taylorismo atribuía a baixa produtividade à tendência de vadiagem dos trabalhadores e os acidentes de trabalho a
negligência dos mesmos.
Questionamentos à Taylor
Segundo Taylor o homem seria motivado a produzir simplesmente para ganhar dinheiro, então cada trabalhador
deveria ser pago de acordo com a sua produção. Hoje esta teoria não é mais aceita.
Após décadas de transformação dos sistemas de produção chegou-se a conclusão que o conhecimento científico
sobre a natureza do trabalho influenciou a gerência empresarial a rever suas posições. Uma das mudanças mais
significativas foi à substituição das linhas de montagem, aonde o trabalhador deveria fazer as mesmas atividades
repetitivamente por equipes menores, mais flexíveis, chamadas células de produção. Cada célula se encarrega de
fazer um produto completo e a distribuição de tarefa a cada trabalhador é feita pelos próprios elementos da equipe,
podendo haver o rodízio para combater a fadiga e a monotonia. O ritmo de trabalho é regulado pela própria equipe.
Este novo sistema trouxe mais responsabilidade e autonomia ao trabalhador, diferente do antigo aonde existia o
controle do processo e das pessoas.
II-APLICAÇÕES DA ERGONOMIA:
Ergonomia na Indústria: Existe para melhorar a eficiência, confiabilidade e qualidade nas operações industriais
através de três elementos: homem-máquina, organização do trabalho e melhoria das condições de trabalho.
Melhoria das Condições de trabalho: é feita pela análise das condições de trabalho como a temperatura,
calor, iluminação.
Ergonomia no setor de serviços: Com a evolução da economia e da indústria, este setor cresceu rapidamente,
sendo seus representantes maiores os serviços de banco, comércio, saúde, educação, escritório, lazer e prestação
de serviços em geral. Hoje existem diversas pesquisas envolvidas na racionalização e projetos de sistemas de
informação, centros de informação, centros de processamento de dados, projetos de vídeos, teclados, postos de
trabalho com terminais de vídeo e até na organização de sistemas complexos, como centros de controle operacional
de usinas e sistemas de transportes. A operação de um hospital moderno é tão complexa quanto à de uma empresa
industrial. As universidades, bancos, centrais de abastecimento e outros exigem operações de sistemas igualmente
complexos, oferecendo muitas oportunidades para estudos e aplicações da ergonomia.
Ergonomia na vida diária: É aplicada na vida diária, na concepção de meios de transportes, mobília doméstica e
aparelhos domésticos mais eficientes e seguros. Hoje já existe um ramo da ergonomia que se dedica a testes de
produtos de consumo, muitas vezes ligados a órgãos de defesa dos consumidores, que avalia o desempenho dos
produtos e divulga os resultados desses testes para a população. Importantes estudos ergonômicos são realizados
para melhorar as residências, a circulação de pedestres em locai s públicos, ajudar as pessoas com deficiências
físicas e assim por diante.
Será apresentada uma descrição resumida das principais funções do organismo humano que interessam à
ergonomia. Serão destacados apenas aqueles que influenciam no desempenho do trabalho que são principalmente:
a função neuromuscular, coluna vertebral, metabolismo, visão, audição e senso sinestésico.
Sistema Nervoso: O sistema nervoso é equipado para receber, interpretar e processar as informações recebidas,
transformado-as em movimentos musculares, como gestos, fala, movimento dos olhos e outros. Essas informações
chegam ao sistema nervoso central após serem captadas por células nervosas especializadas, que transformam
estímulos do mundo exterior ou do próprio corpo em correntes elétricas. Esses estímulos são a luz, som, tato,
temperatura, acelerações, agentes químicos, movimentos das juntas e outros.
Músculos: Os músculos são responsáveis por todos os movimentos do corpo. Transformam a energia química
armazenada no corpo em contrações e, portanto, em movimentos. Isso é feito pela oxidação de gordura e hidratos
de carbono, numa reação química exotérmica, resultando em trabalho e calor.
Alavanca interfixa: O apoio situa-se entre a força e a resistência. Esse tipo de alavanca é o mais adequado
para transmitir velocidade e pouca força.
Alavanca interpotente: A força é aplicada entre o ponto de apoio e a resistência. Esse tipo de alavanca é um
dos mais comuns no corpo.
Alavanca inter-resistente: A resistência situa-se entre o ponto de apoio e a força. Ë o caso dos músculos da
face posterior da perna, que se ligam ao calcanhar e permitem suspender o corpo na ponta dos pés. Esse
tipo de alavanca sacrifica a velocidade para ganhar força.
COLUNA VERTEBRAL
Ë constituída de 33 vértebras, que se classificam em cinco grupos. De cima para baixo, sete vértebras se localizam
no pescoço e se chamam cervicais; 12 estão na região do tórax e se chamam torácicas ou dorsais; cinco estão na
região do abdômen e se chamam lombares; cinco estão fundidas e formam o sacro e as quatro da extremidade
inferior são pouco desenvolvidas e constituem o cóccix. Estas nove últimas vértebras fixas situam-se na região da
bacia e sem chamam também de sacrococcigeanas.
A coluna vertebral também tem a função de proteger a medula espinhal, que faz parte do sistema nervoso central. É
um dos pontos mais fracos do organismo e está sujeita as diversas deformações. Estas podem ser congênitas ou
adquiridas durante a vida, por diversas causas, como o esforço físico, má postura no trabalho, deficiência da
musculatura de sustentação, infecção e outras.
A melhor forma de prevenção é feito através de exercícios para fortalecer a musculatura, e evitando-se cargas
pesadas ou posturas inadequadas, principalmente se estas forem prolongadas, sem permitirem mudanças
freqüentes.
METABOLISMO
Ë o estudo dos aspectos energéticos do corpo humano. A energia do corpo humano é proveniente da alimentação.
Uma parte da alimentação é usada para a construção de tecidos e a outra como combustível para manter o próprio
organismo funcionando. O processo que transforma os alimentos em combustível, chamado de glicogênio, através
de transformações químicas é chamado de metabolismo.
METABOLISMO BASAL
É a energia necessária para apenas manter uma pessoa viva, sem realizar nenhum trabalho externo, ou seja,
quando o corpo está em repouso.
VISÃO
É um dos sentidos mais importantes que possuímos, tanto para o trabalho como para a vida diária. Quando os olhos
estão abertos, a luz passa através da pupila, que é uma abertura da íris.
Tal como acontece na câmara fotográfica, à abertura da pupila pode variar, automaticamente, para controlar a
quantidade de luz que penetra no olho – a abertura aumenta na penumbra e se reduz sob luz forte. Atrás da pupila
situa-se o cristalino, que é a lente do olho. O foco da lente é acertado pela musculatura ciliar, que provoca alterações
na curvatura da lente. No fundo do olho fica a retina, que seria equivalente ao filme, na analogia com a câmara
fotográfica. Na retina ficam as células fotossensíveis, os cones e bastonetes. Essas células, sensíveis a luz e cor,
transformam os estímulos luminosos em sinais elétricos, que são conduzidos ao cérebro pelo nervo óptico, aonde se
produz a sensação visual.
CARACTERÍSTICAS DA VISÃO
Acuidade Visual:
Ë a capacidade visual para discriminar pequenos detalhes. Ela depende de muitos fatores, sendo os mais
importantes à iluminação e o tempo de exposição. A iluminação forte prejudica a acuidade visual porque provocam a
contração da pupila. Com níveis normais de iluminação, o olho demora pelo menos 200ms para fazer uma fixação
visual.
Acomodação e Convergência:
A acomodação é a capacidade de cada olho em focalizar objetos a várias distâncias. Isso se torna possível pela
mudança da forma do cristalino, que fica mais grosso e curvo para focalizar objetos próximos e mais delgados para
focalizar objetos distantes.
Com a idade o cristalino vai endurecendo dificultando essa acomodação. Aos 16 anos, a pessoa é capaz de
acomodar até oito cm de distância, mas aos 45 anos essa distância cresce para 25 cm e aos 60 anos, chega a 100
cm. Nesses casos, há necessidade de uns óculos de lente convergente para corrigir esta deficiência.
A convergência é a capacidade dos dois olhos se moverem coordenadamente, para focalizar o mesmo objeto. A
menor distância para a convergência situa-se em torno de 10 cm e não é muito afetada pela idade.
A acomodação e convergência são processos simultâneos, que dependem da musculatura dos olhos e têm a função
de manter a imagem única no foco.
IV - ILUMINAÇÃO E CORES
Quase todas as vidas animal e vegetal existente no planeta dependem da luz solar. Ela estabelece os ritmos
fisiológicos e o ciclo de atividades como acordar, dormir, comer e trabalhar. È importante com mecanismo de
regulação no humor e saúde.
No ambiente de trabalho o uso das cores é de extrema importância para o desempenho, segurança, reduzir a fadiga
e melhorar o bem estar dos trabalhadores.
A fotometria realiza medidas da luz. Essas medidas são essenciais para o projeto e avaliação dos postos de
trabalho. As principais unidades fotométricas são: a intensidade luminosa (I), o fluxo luminoso (F), iluminamento (E)
e iluminância (L).
EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ILUMINAÇÃO
O nível de iluminamento interfere diretamente no mecanismo fisiológico da visão e também na musculatura que
comanda os movimentos dos olhos.
O olho humano possui células fotossensíveis, musculatura interna para promover mudanças na forma do cristalino e
musculaturas externas, para movimentar os globos oculares.
Dentro os diversos fatores que influenciam na capacidade de discriminação visual, existem três fatores que podem
ser controláveis em nível de projeto dos locais trabalhos:
• Quantidade de luz;
• Tempo de exposição e
• Contraste entre figura e fundo.
Quantidade de Luz:
Na década de 1950 os valores recomendados oscilavam em torno de 10 a 50 lux, para poupar o máximo possível, a
energia elétrica. Os ambientes de trabalho eram escuros, prejudiciais aos trabalhadores. Com a evolução da
tecnologia das lâmpadas, foram desenvolvidas mais eficientes, e revisadas os níveis recomendados para ambientes
de trabalho. A iluminação deficiente e a conseqüente fadiga visual causam 20% de todos os acidentes (Grandjean,
1998). Uma fábrica de tratores dos EUA conseguiu reduzir em 32% o índice de acidentes na linha de montagem,
aumentando o nível geral de iluminamento de 50 para 200 lux.
O rendimento visual tende a crescer com o aumento do nível de iluminamento conforme verificamos no gráfico
abaixo, porém a partir de 1000 lux os aumentos do iluminamento não provocam melhoras sensíveis no rendimento,
mas a fadiga visual começa a aumentar e representa desperdício de energia, sem um aumento correspondente de
produtividade. Desta forma recomenda-se 2000 lux como máximo, e em alguns casos excepcionais como nas
montagens ou inspeções de peças pequenas e complicadas, com pouco contraste, pode-se chegar a 10000 lux.
NÍVEIS DE ILUMINAMENTO RECOMENDADOS PARA ALGUMAS TAREFAS TÍPICAS
TEMPO DE EXPOSIÇÃO
Para que um objeto possa ser discriminado, depende do seu tamanho, contraste e nível e iluminamento. Na maioria
das vezes o tempo de 1 segundo é suficiente para que haja uma boa discriminação. Se os objetos forem pequenos e
o contraste for baixo, o tempo necessários poderá crescer sensivelmente.
Os olhos têm dificuldade em fixar objetos em movimento. No caso de inspeções, em que o produto se move
continuamente numa esteira transportadora, os olhos fazem várias fixações, aos “pulos”. Se a velocidade aumentar,
alguns objetos passarão despercebidos, diminuindo a eficiência de inspeção. Neste caso é preferível que os objetos
se movam de forma intermitente, em pequenos lotes, de modo que as fixações visuais se processem sobre os
objetos parados.
CONTRASTE ENTRE FIGURA E FUNDO
Contraste é a diferença de luminância entre a figura e o fundo. Se não houver esse contraste, a figura ficará
camuflada e não será visível, como acontece, por exemplo, com o urso polar na neve ártica.
A proporção recomendada de iluminância para a área de trabalho e o ambiente imediato é de 3:1 e no ambiente
geral 10:1. Desta forma, não se recomenda o uso de revestimentos brancos em mesas de trabalho para a
manipulação de papéis. È preferível usar tons de cinza ou bege para que a folha branca possa destacar-se.
OFUSCAMENTO
É uma redução da eficiência visual, provocado por objetos ou superfícies de grande luminância, presentes com
campo visual, à qual os olhos não estão adaptados. O ofuscamento é produzido pelo sol, janelas, presença de
lâmpadas no campo visual ou reflexões em superfícies polidas, faróis de carros na direção contrária quando se dirige
à noite.
A retina é capaz de adaptar-se a diferentes níveis de luminância, desde que os contrastes não sejam muito grandes.
Assim, quanto mais escuro for o ambiente geral, maior será a vulnerabilidade dos olhos ao ofuscamento. Existem
vários níveis de ofuscamento, desde o desconforto até a incapacitação visual.
O desconforto é provocado pela presença de pontos luminosos brandos no campo visual, que distraem a atenção e
provocam fadiga, mas não chegam a afetar seriamente o desempenho visual.
Em ambientes escuros, a fadiga e irritação são causadas quando existe um objeto brilhante, pois o músculo dos
olhos tende a fechar para se adaptar ao claro e outros músculos tendem a dilatar para se adaptar ao escuro, como
por exemplo podemos citar assistir televisão numa sala escura.
A cegueira temporária é causada por luzes muito intensas que surgem repentinamente dentro do campo visual, o
efeito pode continuar por algum tempo depois mesmo cessado a fonte.
Tipos de ofuscamento:
Direto: Quando existe uma fonte direta causadora, podendo esta ser removida, colocado um anteparo entre
a fonte e os olhos para cessar o efeito.
Indireto: São aqueles causados por reflexão, como ocorre com superfícies lisas e polidas (vidros e peças
cromadas), para ser evitado este tipo de ofuscamento, deve ser substituído o material ou colocadas fora do
campo visual.
Para a eliminação do ofuscamento deve ser retirado à fonte de brilho do campo visual, sabemos que às vezes é
impossível de fazer isso (uma janela que reflete a luz solar), então podemos adotar a combinação de luzes diretas e
indiretas.
No caso da janela, resolve-se mudando a posição do trabalhador de forma que a janela fique de lado ou de costas
para ele.
A luz direta é a que incide sobre a tarefa, que serve para melhorar o contraste, a luz indireta é obtida através da
reflexão no teto, paredes e outras superfícies que fazem à transição suave com outras áreas, além de reduzir as
sombras.
FADIGA VISUAL
É caracterizada pela irritação dos olhos e lacrimejamento. A freqüência do piscar vai aumentando, a visão torna-se
borrada e se duplica chegando a causar dores de cabeção, náuseas, depressão e irritabilidade emocional, em
conseqüência, há quedas do rendimento e da qualidade do trabalho.
A fadiga visual ocorre principalmente em atividade que exigem grande concentração com, por exemplo, uso de
microscópio, monitores, inspeção de peças e revisões de texto sem boa iluminação, com longos períodos de
trabalho sem pausas.
PLANEJAMENTO DA ILUMINAÇÃO
A iluminação de um ambiente de trabalho deve ser cuidadosamente planejada, desde as etapas iniciais de projeto do
edifício, fazendo-se aproveitamento adequado da luz natural e suplementando-se com luz artificial sempre que for
necessário.
A luz natural, além de ter boa qualidade, proporciona economia com gastos energéticos, entretanto a incidência
direta da luz solar deve ser evitada, pois provoca perturbações visuais, e se ela incidir sobre paredes envidraçadas,
tende a aquecer o ambiente pelo “efeito estufa”.
A claridade do ambiente é determinada não apenas pela intensidade da luz, mas também pelas distâncias das fontes
e pelo índice de reflexão das paredes, tetos, piso, máquinas e mobiliário.
Um bom sistema de iluminação, com o uso adequado de cores e a criação dos contrastes, podem produzir um
ambiente de fábrica ou escritório agradável, onde as pessoas trabalhem confortavelmente, com pouca fadiga,
monotonia e acidentes e produzam com maior eficiência.
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
O sistema de iluminação depende das características do trabalho a ser executado. Existem três tipos de sistemas de
iluminação:
Iluminação geral: É obtida pela colocação regular de luminárias em toda a fábrica, garantindo-se assim, um
nível uniforme de iluminamento.
Iluminação combinada: É a iluminação que é complementada com focos de luz localizados sobre a tarefa,
com intensidade de 3 a 10 vezes superior ao do ambiente geral.
As luminárias devem se posicionadas de modo a evitar a incidência da luz direta ou refletida sobre os olhos, para
não provocar ofuscamentos. De preferência, devem situar-se acima de 30º em relação à linha de visão (horizontal), e
se possível, devem ser colocados lateralmente ou atrás do trabalhador, para evitar a luz direta ou refletida nos seus
olhos.
Nas indústrias recomenda-se pé direito pelo menos de 4 metros, e sempre que possível fazer aproveitamento da
iluminação natural pelas janelas e pelo teto.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
• Aproveitar a iluminação natural, evitando a incidência da luz solar diretamente sobre superfícies
envidraçadas;
• A distância da janela não deve ser o dobro da altura da janela, para o aproveitamento da luz natural;
• Usar cores claras nas paredes, tetos e outras superfícies, para reduzir a absorção da luz;
• Nos postos de trabalho com exigência de grande precisão, providenciar um foco de luz adicional, que pode
ter um iluminamento de 3 a 10 vezes superior ao do ambiente geral;
• A intermitência de lâmpadas fluorescentes pode tornar-se incômoda para as pessoas sensíveis. Elas podem
ser substituídas por lâmpadas eletrônicas com freqüência de oscilações mais altas.
CORES
Cor é uma resposta subjetiva a um estímulo luminoso, que penetra nos olhos. A sensação de luz e calor, associada
com a forma dos objetos é um dos elementos mais importantes na transmissão de informações.
Paredes:
Cinza clara
Bege creme
Ocre-amarela fosca
Máquinas:
Verde clara
Verde azulada clara
Azul clara
Não se recomenda o uso de cores muito forte e “chamativas” nas paredes, tetos e móveis, pois isso pode distrair a
atenção. Não se deve pintar todo o equipamento em uma única cor, existem normas para a pintura de partes móveis
e perigosas de equipamentos e tubulações. Cores foscas são melhores que as cores brilhantes, pois as últimas
produzem reflexos que prejudicam a visão e distraem o trabalhador.
Esta norma padroniza oito cores: vermelho, alaranjada, amarela, verde, azul, púrpura, branca e preta.
Essas cores não devem ser usadas nas pinturas de máquinas, exceto aquela branca preta e verde.
Vermelha: usada em equipamentos de proteção e combate a incêndios, inclusive portas e saídas de emergência. Os
acessórios, como registros e válvulas, são identificados pela cor amarela. A cor vermelha é usada também para
indicar proibição e parada obrigatória, bem com em luzes de sinalização em tapumes, barricadas e paradas de
emergência.
Alaranjada: indica perigo em partes móveis e perigosas de máquinas e equipamentos, como polias, engrenagens e
tampas de caixas protetoras (pintar o lado interno, para que fiquem visíveis na posição aberta). È usada também em
equipamentos de salvamento aquático como bóias e coletes salva-vidas.
Amarela: indica “cuidado” em escadas, vigas, pilares, postes, partes salientes em estruturas, bordas perigosas,
equipamentos de transportes e de movimentação de materiais. Podem ser combinada com listas ou quadrados
pretos (máximo de 50% da área) para melhorar a visibilidade, como em pára-choques ou para delimitar locais de
trabalho perigosos, áreas de segurança e locais destinados à armazenagem.
Verde: indica “segurança”, servido para identificar caixas e equipamento de primeiros socorros, macas, chuveiros de
emergência e quadros de exposição de segurança. Pode ser usada em faixas para delimitar áreas de segurança e
áreas de vivência (fumantes e descanso).
Azul: indica ação obrigatória, como o uso dos EPI´s. Indicam também os equipamentos fora de serviço, que não
devem ser energizados ou movimentados.
Púrpura: É usada para indicar perigos provenientes de radiações eletro magnéticas penetrantes e partículas
nucleares.
Branca: É usada nas faixas ou setas para demarcar corredores e locais onde circulam exclusivamente pessoas.
Usam-se também nas áreas em torno dos equipamentos de emergência, primeiros socorros e coletores de resíduos.
Preta: Indica os coletores de resíduos, exceto aqueles originários dos serviços de saúde.
Para melhorar a visibilidade, as cores de segurança devem ser pintadas sobre um fundo contrastante. È indicado um
fundo branco par as cores: vermelha, verde, azul, púrpura e preta. O fundo preto é usado para: alaranjada, amarela
e branca.
Para tubulações a NBR 6493/1994 recomenda para canalização de fluidos, material fragmentado e condutores
elétricos, as cores indicam o conteúdo:
Em determinados dias e horas, o organismo mostra-se mais apto ao trabalho, consequentemente o rendimento será
maior, o risco de acidentes será menor. Diversos fatores condicionam este resultado, alguns são intrínsecos da
própria natureza, como o ritmo circadiano e outras são deliberadamente realizados pelo homem, como nos casos de
treinamento.
Ritmo circadiano: o organismo humano apresenta oscilações em quase todas as suas funções fisiológicas com um
ciclo de 24 horas. A variação fisiológica mais significativa e de medição mais fácil é a temperatura interna do corpo.
Ela sofre variações de 1,1º a 1,2º durante o dia, oscilando entre 36,3 a 37,4º C. A temperatura corporal começa a
subir lá pelas 8 horas da manhã e mantém-se elevada até as 22 horas, quando começa a cair, atingindo o mínimo
ente dois e 4 horas da madrugada, depois volta a subir para completar o ciclo.
Assim mesmo nos casos de trabalhadores que trabalham à noite e dorme durante o dia, esse ritmo mantém-se
quase inalterado, havendo apenas pequenas adaptações, que demoram cerca de duas semanas para ocorrer.
Para espantar o sono, os trabalhadores costumam utilizar substâncias estimulantes, as mais comuns são a cafeína,
o fumo e o álcool.
Cafeína: é rapidamente absorvida pela corrente sanguínea, em geral aumenta a vigilância, reduz a inibição, alivia a
fadiga e provoca queda do apetite, alterações fisiológicas, elevando a temperatura corporal, acelerando o ritmo
cardíaco e aumentando o consumo de oxigênio. Paras algumas pessoas que têm seu nível de tolerância alterado,
ocorre diversos efeitos nocivos como a indigesto, nervosismo e insônia.
FADIGA
É o efeito de um trabalho continuado, que provoca uma redução reversível da capacidade do organismo e uma
degradação qualitativa desse trabalho. É causada por um conjunto complexo de fatores, cujos efeitos são
cumulativos. Em primeiro lugar, estão os fatores fisiológicos, relacionados com a intensidade e duração do trabalho
físico e mental. Depois, há uma série de fatores psicológicos, como monotonia, a falta de motivação e, por fim, os
fatores ambientais e sociais, como a iluminação, ruídos, temperaturas e o relacionamento social com a chefia e os
colegas de trabalho.
CONSEQUÊNCIAS
As conseqüências são as diversas possíveis, uma pessoa fatigada tende a aceitar menos os padrões de precisão e
segurança. A força, velocidade e precisão de movimentos tende a diminuir, os erros tendem a aumentar (ver Barnes,
1977).
Nas tarefas complexas a fadiga leva à desorganização das estratégias do operador para atingir seus objetivos,
encontrando maior dificuldade para combinar elementos incluindo omissões daquelas tarefas de baixa freqüência e
alterações na memória de curta duração. Existe a redução da precisão e retardamento das respostas sensoriais.
A sobrecarga ocorre quando as solicitações feitas sobre o indivíduo excedem a capacidade de resposta do mesmo,
e isso depende do grau de liberdade que operador dispõe para resolver o problema, da estratégia adotada para
solucionar o problema e também dos conhecimentos e habilidade individuais.
PAUSAS NO TRABALHO
Em trabalhos que exigem atividade física pesada, um em ambientes desfavoráveis como altas temperaturas ou
excesso de ruídos, devem ser proporcionadas pausas durante a jornada de trabalho. Em geral as pausas curtas,
embutidas no próprio ciclo de trabalho são mais efetivas que as longas, após o término desse trabalho. Neste caso,
pode ocorrer um efeito cumulativo da fadiga e, a recuperação, torna-se mais difícil.
As diversas pausas no ambiente de trabalho têm a sua importância, como por exemplo, as pausas para as
necessidades fisiológicas, para andar e levantar, ativando a circulação sanguínea das pernas e músculos dorsais.
Durante estas pausam se houver oportunidade de contatos sociais, conversas com colegas, poderá haver um
aumento do moral, retardando o aparecimento da fadiga.
Os movimentos humanos resultam das contrações musculares. As forças desses movimentos dependem da
quantidade de fibras musculares contraídas. Para longo s períodos, a contração muscular não deve ultrapassar a
20% da força máxima.
No corpo humano, os músculos ocorrem em pares antagônicos ligados à mesma articulação, de modo que, para o
mesmo movimento, há simultaneamente um músculos (protagonista) contraindo-se e outro (antagonista) relaxando-
se. Em movimentos mais complexos envolvendo, por exemplo, tração e rotação simultâneas, há contrações e
relaxamentos coordenados de diversos músculos.
Ritmo – Os movimentos devem ser suaves, curvos e rítmicos. Acelerações ou desacelerações bruscas, ou
rápidas mudanças de direção são fatigantes, porque exigem maiores contrações musculares.
Terminações – Os movimentos que exigem posicionamentos precisos, com acompanhamento visual, são
difíceis e demorados. Sempre que possível esses movimentos devem ser terminados com um
posicionamento mecânico, como no caso da mão batendo contra um anteparo, ou controles que tenham
posicionamentos discretos, como as alavancas de câmbio.
ALCANCE VERTICAL
Quando o braço é mantido na posição elevada, acima dos ombros, os músculos dos ombros e do bíceps fatigam-se
rapidamente, e podem aparecer dores provocadas por uma tendinite dos bíceps, especialmente nos trabalhadores
mais idosos, que tem menos mobilidade nas juntas.
A Figura 6.10 apresenta os tempos máximos em que uma carga pode ser sustentada em três alturas diferentes, na
posição sentada (Chaffin, 1973). Após esses tempos, começam a aparecer dores nos ombro e braços. Para uma
carga de 10 N nas mãos, por exemplo, mantida a 30 cm acima da superfície da bancada, o tempo máximo
suportável é de 4 minutos.
Se essa mesma carga for erguida ate 50 cm, o tempo se reduz a 2,5 min. Para movimentos repetitivos de curta
duração, o mesmo efeito aparece quando a solicitação muscular situar-se acima de 40% daqueles valores, e a
pausa entre as contrações for inferior a 10 vezes o tempo das contrações.
ALCANCE HORIZONTAL
O alcance horizontal, com um peso nas mãos, provoca uma solicitação maior dos músculos do ombro para
contrabalançar o momento criado pelo peso (fig.6.11). Isso ocorre devido à distância relativamente grande desse
peso em relação ao ombro.
Com o braço estendidos a 50 cm para frente, o tempo máximo que se pode suportar uma carga de apenas 5 N é de
5 minutos e, se a carga for de 10 N, esse tempo cai para 2,5min. Acima desses limites, surgem dores nos braços e
ombro, esses tempos podem ser triplicados (Chaffin, 1973).
Tanto o alcance vertical como aquele horizontal indicam que os braços têm pouca resistência em manter cargas
estáticas. Os tempos para isso não devem ser maiores que 1 ou 2 min. No projeto dos locais de trabalho devem ser
evitadas as situações em que um dos braços fica segurando a peça para a outra executar a operação requerida.
Essa carga, na medidas do possível, deve ser aliviada, providenciando-se suportes ou fixadores para manter
mecanicamente a peça na posição desejada, enquanto se executa a operação.
LEVANTAMENTO DE CARGAS
O manuseio de cargas é responsável por grande parte dos traumas musculares entre os trabalhadores.
Aproximadamente 60% dos problemas musculares são causados por levantamento de cargas e 20%, puxando ou
empurrando-as (Bridger, 2003).
Isso tem ocorrido principalmente devido à grande variação individual das capacidades físicas, treinamentos
insuficientes e freqüentes substituições de trabalhadores homens por mulheres. Torna-se então, necessários
conhecer a capacidade humana máxima para levantar e transportar cargas, para que as tarefas e as máquinas
sejam corretamente dimensionadas dentro desses limites.
LEVANTAMENTO DE CARGA
As situações de trabalho quanto ao levantamento de pesos podem ser classificados em dois tipos. Um deles refere-
se ao levantamento esporádico de cargas, que está relacionado com a capacidade muscular. O outro, ao trabalho
repetitivo com levantamento de cargas, onde entra o fator de duração do trabalho. Nesse caso, o fator limitativo será
a capacidade energética do trabalhador e a fadiga física.
RESISTÊNCIA DA COLUNA
Ao levantar um peso com as mãos, o esforço é transferido para a coluna vertebral, descendo pela bacia e pernas,
até chegar ao piso. A coluna vertebral é composta de vários discos superposto, sendo capaz de suportar uma
grande força no sentido axial (vertical), mas é extremamente frágil para as forças que atuam perpendicularmente ao
seu eixo (cisalhamento). Portanto, na medida do possível, a força sobre a coluna vertebral deve ser aplicada no
sentido vertical.
Essa situação é ilustrada na fig. 6.12. O trabalhador, na posição ereta, recebe carga (C) no sentido axial. Entretanto,
na posição inclinada, essa carga produz duas componente: uma na direção axial (C1) e outra na direção
perpendicular (C2). Essa componente de cisalhamento tem efeito “cortante ‘‘ é extremamente prejudicial à coluna”.
Na situação ideal, C1 deve coincidir com um C, ou seja, anulando-se a componente C2. Desse modo, recomenda-se
que o levantamento de cargas seja realizado sempre com a coluna na posição vertical, usando-se a musculatura das
pernas (fig.6.13), que são mais resistentes.
VII- CAPACIDADE DE CARGA MÁXIMA
A capacidade de carga máxima varia bastante de uma pessoa para outra. Varia também conforme se usem as
musculaturas das pernas, braços ou dorso. As mulheres possuem aproximadamente metade da força dos homens
para o levantamento de pesos.
A capacidade de carga é influenciada pela sua localização em relação ao corpo e outras características como
formas, dimensões e facilidade de manuseio. As mulheres, além de terem a capacidade menor de levantamento
dessas cargas, também sofrem uma redução mais rápida com o afastamento das mesmas.
LEVANTAMENTO DE PESO
Segundo os fundamentos da Biomecânica, praticamente não existem limites para o ser humano, quando são
utilizados ferramentas e equipamentos adequados ao peso e ação a ser executada, adotando uma postura
adequada no momento de realizar os esforços (Couto, 1995).
Nos dias de hoje, é freqüente encontrar atividades onde predominam o manuseio e a movimentação manual de
cargas. E a dúvida é se esta atividade está sendo realizada dentro dos limites normais de tolerância, ou se está
sobrecarregando alguma parte do corpo, havendo possibilidades de vir a provocar uma lesão músculo-ligamentar ou
mesmo uma hérnia de disco.
No Brasil, a legislação não é muito específica, neste ponto. Estipula em 60 (kg) o peso máximo que um trabalhador
deve manusear numa atividade laboral (Brasil, 1994). Apesar disto, este valor não pode ser referenciado para uma
atividade que seja realizada durante toda uma jornada de trabalho. Desta forma, alguns trabalhadores, acostumados
a levantar cargas que variam de 10 a 15 kg, apresentaram hérnia de disco, ou outras lesões na coluna ou membros,
o que nos leva a questionar não só a legislação, como os métodos utilizados para obter estas referências limites
(Couto, 1995).
O MÉTODO NIOSH
Em 1980, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National Institute for Ocupational Safety and Health - NIOSH,
patrocinou-se o desenvolvimento de um método para determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada
manualmente numa atividade de trabalho - NIOSH Tecnical Report - Work Practices Guide for Manual Lifting (1981).
Para isto, um grupo de pesquisadores reuniu-se para a formulação de um método consistente sobre o assunto,
levantando referências bibliográficas de todo o mundo e concluíram que este método deveria levar em conta quatro
aspectos básicos.
a) A epidemiologia: que é o estudo das doenças, sua incidência, prevalência, efeitos e os meios para sua prevenção
ou tratamento (Barbanti, 1994).
b) A psicologia: que considera o comportamento humano numa determinada situação. No caso do trabalho,
observamos que a imposição de certas tarefas depende da aceitação do próprio trabalhador. Um exemplo claro nos
mostra que como forma de prevenir as lombalgias, estipula-se que um trabalhador remova um conjunto de 1000
peças de 1 kg, uma de cada vez. Esta proposta é inviável economicamente, e psicologicamente será muito mal
aceita pelo trabalhador (Couto, 1995).
c) O biomecânica: que estuda as estruturas e funções dos sistemas biológicos, usando conceitos, métodos e leis da
mecânica. A biomecânica do movimento humano trata do estudo do movimento durante o trabalho, na vida diária e
nos esportes (Barbanti, 1994).
d) O fisiologia: que estuda as funções do organismo vivo. O fenômeno do crescimento, digestão, respiração,
reprodução, excreção, são primordialmente fisiológicos. A fisiologia do exercício estuda as funções do organismo em
relação ao trabalho físico.
O método NIOSH foi revisto em 1992, sendo proposto o Limite de Peso Recomendado (L.P.R) e o Índice de
Levantamento (I.L) (Watters, 1993).
O grupo de pesquisadores que fez esta revisão, decidiu estabelecer um critério não baseado em determinada carga,
acima da qual seria problemático e abaixo da qual haveria segurança, nem se basearam em estabelecer uma
freqüência máxima, nem uma técnica especifica para se fazer um esforço (Waters, 1993). O método utilizado
estabeleceu que, para uma situação qualquer de trabalho, no levantamento manual de cargas, existe um Limite de
Peso Recomendado (LPR). O LPR, uma vez calculado, compara-se com a carga real levantada, obtendo-se então o
Índice de Levantamento (I.L).
Onde o valor 23, corresponde ao peso limite ideal, quer dizer, aquele que pode ser manuseado sem risco particular,
quando a carga está idealmente colocada (FDH=25 cm; FAV=75 cm; FRLT=00; freqüência de levantamento menor
que uma vez a cada cinco minutos - F<0,2/min; e que a pega da carga seja fácil e confortável).
Observação:
Então:
H: Distância Horizontal: da linha do tornozelo até ponto em que as mãos seguram o objeto – geralmente no centro
da carga ) – (em cm)
Vc: altura vertical da carga – do chão ao ponto em que as mãos seguram o objeto (em cm)
Dc: distância vertical percorrida – corresponde à diferença de altura da carga entre a origem e o destino (em cm)
O fator qualidade da pega, que identifica as características de melhor ou pior conforto e facilidade para se manusear
uma carga, pode ser obtido através da tabela 2, na qual são cruzadas as variáveis de altura vertical da carga (Vc),
com a característica predominante da pega, obtendo-se o resultado.
Para definir a variável qualidade da pega, se faz necessário seguir algumas orientações colocadas por Herrin (1986,
in Couto, 1995):
Container ou caixa de boa qualidade * b) No caso de uma pega numa caixa, esta deve
Comprimento <= 40 cm, ter uma altura de no mínimo 7,5 cm, comprimento
altura <= 30 cm >=11 cm, forma semi-oval, no mínimo 3,2 cm de
superfície de alguma compressibilidade espaço para os dedos, a sua superfície deve ser
não derrapante. não derrapante e com algum grau de
compressibilidade;
Características de uma alça ou pega ótima **
a) No caso de uma alça ótima, esta deve ter um formato c) No caso de caixas ou similar, deve-se permitir a
cilíndrico, a sua superfície deve ser não derrapante, o seu possibilidade de dobrar os dedos próximo de 90º
diâmetro de 1,8 a 3,7 cm, comprimento >= 11 cm, e no debaixo desta.
mínimo 5 cm de espaço para as mãos;
Ao estabelecer o limite de peso em 23 kg, os especialistas destacam que este é o Limite de Peso Recomendado,
que é um peso que mais de 90% dos homens e mais de 75% das mulheres podem levantar sem problemas (Waters,
1993).
A título de exemplo, pode-se mencionar que na Itália, trabalha-se com o valor de 30 kg para os homens e 20 kg para
as mulheres. E na comunidade Européia, trabalha-se num consenso que estipula em 25 kg, o peso limite.
Assim, é recomendado que para que uma pessoa possa levantar uma carga de 23 kg, esta deve estar próxima do
corpo, sendo pega a uma altura de 75 cm, elevada 30 cm entre sua origem e seu destino, qualidade de pega boa e
freqüência de levantamento menor que uma vez a cada cinco minutos. Se a situação apresentar características
similares ou melhores, então o L.P.R, será bem inferior que 23 kg.
O método apresentado não considera o fator elevação com apenas uma das mãos, fato que acontece com
freqüência em atividades de movimentação de cargas. Nestes casos, a equipe técnica da Clínica del Lavoro, em
Milão, faz a seguinte recomendação, aplicar ao valor encontrado pela formula NIOSH o multiplicador 0,6, obtendo-se
assim uma aproximação mais real, ao se realizar uma destas atividades com uma das mãos.
CONTROLES
Para possibilitar as interações no sistema homem-máquina deve haver sub-sistemas próprios para que o homem
possa introduzir informações no sistema. Esses sub-sistemas são chamados de controles. Os tipos usuais de
controles são volantes, manivelas, botões, teclados, mouse, joysticks, controles remotos e outros. Esses controles
são acionados principalmente com os movimentos das mãos e dedos. Pesquisas em andamento indicam que,
futuramente, poderão ser utilizados outros meios como a voz (reconhecimento da fala) e expressões faciais.
TIPOS:
Os controles são classificados geralmente em dois tipos básicos, de acordo com a função: discreto e contínuo.
Controle discreto: O controle discreto é o que admite apenas algumas posições bem definidas, não podendo assumir
valores intermediários entre as mesmas.
Controle Contínuo: O controle contínuo é o que permite realizar uma infinidade de diferentes ajustes.
SELEÇÃO DE CONTROLES
Para a correta seleção dos controles deve-se considerar, em primeiro lugar, as características das informações que
se que transmitir ao sistema (discreto ou contínuo). Em segundo lugar, as características operacionais, como a
freqüência, velocidade, precisão e força dos movimentos exigidos do operador. Para cada situação, há um controle
mais adequado. Para controle de ativação, por exemplo, os mais eficientes são o botão liga-desliga, interruptor e
pedal, se considerarmos que a velocidade é mais importante, sem requerer posicionamentos muitos precisos. Para o
posicionamento discreto, são indicados o botão ou alavanca. Para controle contínuo, o volante ou pedal e assim
sucessivamente.
De maneira geral, podemos dizer que a precisão vai diminuindo quando se passa do movimento do dedo para as
mãos, daí para os braços, ombros e corpo, mas a força desses movimentos aumenta na mesma seqüência.
Para facilitar a discriminação entre os controles, podem-se fazer combinações entre diversas variáveis, tais como:
Forma: a discriminação ocorre pelo tato;
Tamanho: só funciona bem se os controles estiverem próximos entre si, para que possa, ser comparados
visualmente;
Cores: As cores podem ser associadas a diversos significados, como o verde para ligar e o vermelho para
desligar, têm-se dificuldades quando o ambiente é mal iluminado;
Textura: Refere-se ao tipo de acabamento superficial do controle.
Modo operacional: cada tipo de controle tem um modo operacional diferente, como tipo alavanca,
puxar/empurrar, tipo rotacional.
Localização: a localização supõe a sua identificação pelo senso sinestésico, sem acompanhamento visual,
exemplo: câmbio de marcha de veículo;
Letreiros: referem-se à colocação de palavras ou códigos numéricos nos controles, desta forma consegue-se
discriminar uma grande quantidade de controles, sem exigir treinamento especial. A desvantagem é que este
tipo de controle serve somente para pessoas alfabetizadas.
IX- MANEJOS
É a forma particular de controle, onde há um predomínio dos dedos e da palma das mãos, pegando, prendendo ou
manipulando alguma coisa.
Graças à grande mobilidade dos dedos, e o dedo polegar trabalhando em oposição aos demais, pode-se conseguir
uma grande variedade de manejos, com variações de fora, precisão e velocidade dos movimentos. Em cada tipo de
manejo pode haver predominância de alguns aspectos. Cortar arame com alicate exige força, montar pequenas
peças exige precisão e tricotar exige velocidade.
CARACTERÍTICAS DO MANEJO
Existem diversas classificações de manejo, mas, de uma forma geral, elas recaem em dois tipos básicos:
Manejo fino: é executado com as pontas dos dedos, em movimentos de precisão e velocidade, com pequena
força transmitida nos movimentos.
Manejo grosseiro: é executado com o centro da mão. Os dedos têm a função de prender, em geral, transmite
forças maiores, com velocidade e precisão menores que no manejo fino.
DIÂMETRO DA PEGA
Pesquisas feitas utilizando sensores de pressão em diversos pontos de contato entre a mão e o objeto, mediram as
áreas de contato entre as mãos e os cilindros, chegaram ao resultado de determinar o conforto subjetivo da pega
com valor médio de 3,2 cm para o diâmetro que apresenta maior conforto. Recomenda-se este diâmetro para o
projeto de cabos de ferramentas manuais e também nos balaustres dos veículos coletivos.
DESENHO DE PEGAS
Uma ferramenta destinada ao manejo fino deve ter formas menores que aquelas de manejo grosseiro. Isto pode ser
visto, por exemplo, nas chaves de fenda: algumas destinadas à transmissão de grandes torques têm cabos de maior
diâmetro, enquanto aquelas de manejo fino, têm diâmetros menores.
ACABAMENTO SUPERFICIAL
O acabamento superficial das pegas tem uma grande influência. No manejo fino são preferíveis superfícies lisas para
facilitar a mobilidade. Já no manejo grosseiro, onde estão envolvidas maiores forças, é melhor uma superfície áspera
para se aumentar o atrito das mãos. As superfícies emborrachadas também contribuem para isso, com uma
vantagem adicional, pois elas diluem as tensões. A presença de cantos vivos, protuberâncias e rebarbas na pega
são prejudiciais porque concentram pressões neste ponto.
FERRAMENTAS MANUAIS
As ferramentas manuais devem ser selecionadas adequadamente de acordo com as características da tarefa.
Aquelas que exigem velocidade e precisão com pouca força devem ser mais leves e ter um perfil mais delicado,
aproximando-se de formas geométricas enquanto aquelas que exigem transmissão de maiores forças, devem ser
mais robustas, com a pega aproximando-se de formas antropomorfas.
As principais características que devem ser consideradas na escolha da pega da ferramenta: a funcionalidade
(possibilidade de usar as duas mãos, se é adaptável aos canhotos, as diferentes formas de pega, movimentos a
serem transmitidos) e as características ergonômicas para se garantir a segurança e conforto (o centro de gravidade
deve situar-se mais próximo possível do centro da mão).
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM CONTROLES
Os controles cujo acionamento acidenta ou inadvertidos podem produzir conseqüências indesejáveis devem ser
cercados de certos cuidados especiais no projeto. Entre estes, destacam-se os seguintes:
Localização: Colocar os controles para serem acionados sequencialmente, dentro de uma determinada
lógica de movimentos.
Orientação: Movimentar controles na direção em que não possa ser movido por forças acidentais do
operador.
Rebaixo: Encaixar os controles em rebaixo no painel, de forma que não apresentem saliências sobre a
superfície.
Cobertura: Proteger os controles por um anel ou uma caixa protetora ou colocá-los no interior de caixas com
tampas.
Canalização: Usar guias na superfície do painel para fixar o controle numa determinada posição – o
deslocamento é precedido de um movimento perpendicular ao mesmo, para destravá-lo.
Batente: Usar bordas para ajudar o operador a manter uma determinada posição, evitando, por exemplo,
que os pés se escorreguem.
Resistência: Dotar o controle de atrito ou inércia para anular pequeno forças acidentais.
Bloqueio: Colocar um obstáculo, de modo que os controles só possam ser acionados quando forem
precedidos de uma operação desbloqueio, como a remoção de tampa, retirada de um cadeado ou a ligação
da energia.
Luzes: Associar o controle a uma pequena lâmpada que se acende, indicando que está ativado.
Código: Em sistemas computadorizados, exige-se a digitação de um código para permitir acesso ao
sistema. Esse código pode estar contido em cartões magnéticos.
DISPOSITIVOS DE INFORMAÇÃO
Os dispositivos de informação constituem a parte do sistema que fornece informações ao operador humano, para
que este possa tomar decisões.
O ser humano é dotado de muitos tipos de células sensíveis, mas principalmente a visão e audição são importantes
no contexto do trabalho e, portanto, são mais estudadas pela ergonomia. A visão, em particular, se destaca como o
principal órgão para recepção de informação no trabalho.
Os dispositivos de informação estão presentes em muitos tipos de produtos, ambientes e situações. Isso inclui desde
objetos de uso cotidiano, como rádio, relógios e carros, até painéis de controle complexos, como cabine de
aeronaves e centrais de controle de uma usina nuclear. Um projeto inadequado de tais instrumentos pode causar
erros, demoras e acidentes. Em alguns casos, as conseqüências podem ser desastrosas.
Até recentemente, essas informações eram fornecidas basicamente pela palavra escrita e diversos tipos de
mostradores. Muitos delas foram substituídos por meio informatizados, estabelecendo um novo tipo de
relacionamento homem máquina.
O homem é dotado de vários órgãos sensoriais, mas apenas dois deles são importantes para o trabalho: a visão e
audição.
No ambiente de trabalho há uma grande predominância das informações visuais. As informações auditivas são
usadas apenas em algumas situações específicas ou de forma complementar as informações visuais.
Existem diversos modos de apresentar as informações. Para cada situação pode haver uma modalidade mais
adequada. A escolha dessas modalidades depende de certas condições, que devem ser analisadas. Pode-se
começar com as seguintes perguntas (Cushman e Rosemberg, 1991):
• A natureza da informação é simples ou complexa?
• Há necessidade de uma informação quantitativa e precisa?
• A informação qualitativa ou indicação das faixas de operação seria suficiente?
• A informação exige uma ação imediata?
• A informação é exclusiva ou há outras pessoas envolvidas?
• A informação deve ser acessível também às pessoas não – especializadas?
• O receptor trabalha em local fixo ou fica andando?
• Quais são as características da iluminação e do ruído ambiental?
Uma cuidadosa análise da tarefa pode fornecer respostas para a maioria dessas perguntas. Isso pode levar à
escolha entre mostradores visuais ou auditivos, dependendo das características da informação, posição do receptor
em relação à fonte e das condições ambientais (tabela 10.1). Por exemplo, se a natureza da informação for
complexa e o ambiente, ruído, recomenda-se informação visual. Contudo, se o receptor ficar andando ou se a
situação exigir uma ação imediata, a modalidade auditiva será a mais indicada.
Os menus podem ser elaborados com opções visuais ou auditivas. Os menus visuais são vantajosos porque podem
apresentar maior número de opções, permitem uma visualização global e as informações não são perecíveis no
tempo. Esse tipo de cardápio é muito usado em programas de computador.
Os menus auditivos, também chamados de interfaces de estilo telefônico, aparecem, por exemplo, em mensagens
gravadas. Após ouvir cada mensagem, uma voz apresenta um cardápio de opções. “Exemplo: tecle dígito um para
repetir, dois para guardar e três para apagar”. Ao digitar uma das opções, por exemplo a 3, a voz comunica o
resultado: “mensagem apagada”. Nesse tipo de menu, o usuário deve guardar as opções em sua memória de curta
duração.
Entretanto, devido à baixa capacidade de armazenamento da memória MCD, ocorrem frequentemente dois tipos de
erros, quando há um grande número de opções: erro de omissão (o usuário esquece o número da tecla) e de
seleção (a opção escolhida é incorreta). Para reduzir esses erros pode – se organizar um cardápio hierárquico, sob a
forma de árvore de decisão. Desse modo, em cada nível, devem existir apenas três opções. Elas vão se
desdobrando em outras opções, cada vez mais específicas. Por exemplos “disque um para vendas, dois para
manutenção, três para gerência”. Ao discar um, surgem mais três opções: “disque um para alimentos, dois para
eletrodomésticos e três para vestuários” e assim por diante.
O tempo de reação entre um estímulo e a sua resposta oscila entre 100 a 500 MS. Desse tempo total, cerca de 60 a
70 % é consumido pelo processamento da informação recebida e tomada de decisão. Esse tempo pode ser
abreviado se houver compatibilidade entre o estímulo e resposta. Por exemplo, ação que requerem uma atividade
espacial, deve ser informada nessa mesma modalidade. No caso da montagem de uma peça, deve haver instruções
com desenhos, esquemas visuais ou fotos, e não com descrições verbais.
Nossos olhos têm uma grande mobilidade, podendo fazer muitas fixações, praticamente sem movimentamos a
cabeça. Entretanto, quando se exigem atenção em um campo visual mais amplo, pode–se estabelecer uma
hierarquia, em quatro níveis.
Nível um. visão ótima – Os objetos situados dentro dessa área podem ser visualizados continuamente,
praticamente sem nenhum movimento dos olhos. Situa-se em um cone abaixo da linha horizontal de visão com
abertura de 30º para frente e para os lados. Esse cone é conhecido como área de visão ótima.
Nível dois. visão máxima – É a visão que se consegue, movimentando-se somente os olhos, sem movimentar a
cabeça. Situa-se ate 25º acima da linha da linha horizontal de 80º, portanto, a 25º de cada lado, além da área de
visão ótima. Esse cone ampliado, com 80º de abertura horizontal e 60º na vertical e é chamada de área de visão
máxima.
Nível três. visão ampliada – No nível 3, situa-se o campo visual que se consegue atingir com o movimento da
cabeça, lembrando que a coluna cervical tem uma grande mobilidade. A cabeça consegue girar até 55º para a
esquerda ou direita, inclinar-se até 40º para baixo e 50º para cima e pender-se para um dos lados do ombro, à
esquerda ou à direita, em até 40º.
Nível quatro. visão estendida – Nesse nível exigem- se movimentos corporais maiores, como “estender” o
pescoço, girar o tronco ou levanta-se da cadeira.
Obs.: Essa classificação das tarefas visuais em quatro níveis leva a recomendar que os dispositivos visuais também
sejam classificados em quatro categorias, de modo que aqueles de maior importância se situem no nível um, os de
média importância no nível dois e aqueles de uso menos freqüente no nível três e aqueles de uso eventual, no nível
quatro.
X- ANTROPOMETRIA
A Antropometria trata das medidas físicas do corpo humano, porém obter medidas representativas e confiáveis de
uma população, que é composto de indivíduos dos mais variados tipos e dimensões. Além disso, as condições em
que estas medidas são realizadas (com roupa, sem roupa, com ou sem calçado, ereto ou na posição relaxada)
influem consideravelmente nos resultados.
A Antropometria em biomecânica fornece as dimensões corporais convencionais e a geometria do corpo e das
massas corporais. Enfrenta sérias dificuldades da variabilidade individual, de raça e decorrentes de desníveis sócio-
econômicos.
PERCENTIL
O percentil é um índice que divide a distribuição da freqüência (ordenada) de 100 partes iguais. O décimo percentil,
por exemplo, excede 10% dos dados e é excedido por 90% das observações. A mediana é o percentil de 50%.
No Brasil ainda não existem medidas antroprométricas normatizadas da população. A própria composição étnica,
bastante heterogênea, da população e o processo de miscigenação, além dos desníveis sócio-econômicos, que tem
profunda influência sobre medidas corporais, a partir de variantes nutricionais, dificultam o estabelecimento de
padrões antropométricos.
USO DE TABELAS
A maioria das medidas disponíveis foi realizada no exterior, portanto antes de usar tabelas de medidas
antropométricas, é necessário verificar certos fatores que influem nos resultados dessas medidas, tais como:
Etnia: Existem diversas diferenças de medidas antropométricas, principalmente nas proporções dos
diferentes segmentos corporais;
Profissão: Algumas medições foram realizadas no âmbito de certas profissões, em especial quando
realizadas nas forças armadas;
Faixa Etária: As medidas e o peso do corpo variam continuamente com a idade;
Época: As medidas dos povos evoluem com o tempo;
Condições especiais: Dizem respeito às condições que foram feitas as medidas, como o uso de sapatos,
roupas, nuas, semi-nuas e etc.
PESQUISA DE SHELDON
Uma das demonstrações mais interessantes das diferenças inter-individuais, dentro da mesma população, foi
apresentado por William Sheldon (940). Ele realizou um minucioso estudo de uma população de 4000 estudantes
norte-americanos. A conclusão de Sheldon foi a definição de três tipos físicos básicos, cada um com certas
características dominantes: ectomorfo, mesomorfo e endomorfo.
ECTOMORFO: É o tipo físico de formas alongadas. Têm corpo e membros longos e finos, com um ínimo de
gorduras músculos. Os ombros são mais largos, mas caídos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo
recuado e testa alta e abdômen estreito e fino.
MESOMORFO: É o tipo físico musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica, maciça, ombros e peitos
largos e abdômen pequeno. Os membros são músculos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea.
ENDOMORFO: É o tipo físico de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de gordura. Em sua forma
extrema, tem a característica de uma pêra (estreita em cima e larga em baixo). O abdômen é grande e cheio e o
tórax parece ser relativamente pequeno. Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são
arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo flutuar na água. A pele é macia.
VARIAÇÕES EXTREMAS
Dentro de uma mesma população de adultos, as diferenças de estaturas entre os homens mais altos (97,5% da
população) e as mulheres mais baixas (2,5% da população) oscilam, respectivamente, entre 188,0 e 149,1 cm, ou
seja, estatisticamente, o homem mais alto é 25% mais alto que a mulher mais baixa. Os comprimentos dos braços
são de, respectivamente, 78,2 cm e 62,7 cm, com a mesma diferença percentual de 25%.
Definições DE OBJETIVOS
A primeira providência é definir onde e para quê serão utilizadas as medidas antropométricas. Por exemplo, para o
projeto de um posto de trabalho para digitadores, devem ser tomadas pelo menos seis medidas críticas do operador
sentado.
O espaço de trabalho é um volume imaginário, necessário para o organismo realizar os movimentos requeridos
durante o trabalho. Certos trabalhos exigem muitos deslocamentos do corpo, andando, correndo ou subindo
escadas, mas a maioria das ocupações da vida moderna é desempenhada em espaços relativamente pequenos,
com o trabalhador em pé ou sentado, realizando movimentos só com os membros enquanto o resto do corpo
permanece relativamente estático.
Incluem-se, aí, os trabalhadores sedentários, que passam a maior parte do tempo sentado.
POSTURA
O fator mais importante no dimensionamento do espaço de trabalho é a postura. Existem três posturas básicas para
o corpo: deitada, sentada e de pé. Em cada uma dessas posturas estão envolvidos os esforços musculares para
manter a posição relativa de partes do corpo, que se distribuem da seguinte forma:
VESTUÁRIO
O vestuário pode tanto aumentar o volume ocupado pelas pessoas, como limitar os seus movimentos. Os vestuários
pesados, de inverno, influem, por exemplo, no dimensionamento de volume para cabines de elevadores ou veículos
de transporte coletivo e também limitam o movimento de alcance em ate cinco cm. Os calçados femininos de salto
alto também podem aumentar a estatura das mulheres em até sete cm. Em alguns casos, também equipamentos de
proteção individual de uso obrigatório, que podem aumentar o volume.
CADEIRAS DE RODA
As larguras das passagens, corredores e postos devem ser dimensionadas para permitir a circulação das cadeiras
de roda. Estas têm uma dimensão aproximada de 110 cm de comprimento e 65 cm de largura. O espaço de giro
deve ter pelo menos 160 cm.
ESPAÇO PESSOAL
Cada pessoa tem necessidade de um espaço para guardar seus objetos pessoais, desde ferramentas de uso
exclusivo como artigos de higiene (pasta dental, escova de dente, toalhas). As pessoas também gostam de introduzir
algumas mudanças no espaço de seu uso exclusivo, a fim de personalizá-lo, deixando a sua “marca pessoal”. Por
exemplo, mudando a posição dos móveis ou colocando um boneco ou vaso de planta para “enfeitar” o ambiente.
Além disso, há um espaço psicológico em que as pessoas se sentem seguras. A invasão desse espaço provoca
inseguranças e aumenta o estresse, reduzindo a produtividade.
DIMENSÕES DA MESA
Existem duas variáveis importantes no dimensionamento da mesa: a sua altura e a superfície de trabalho. A altura
deve ser regulada pela posição do cotovelo e deve ser determinada após o ajuste da altura da cadeira. Em geral,
recomenda-se que esteja três a quatro cm do nível do cotovelo, na posição sentada. Se a mesa tiver uma altura fixa,
a cadeira deve ter altura regulável. Se a cadeira dor fixa e tiver uma altura superior à altura poplítea, deve-se
providenciar apoio para os pés. Redgrove (1979) propõe dimensões recomendadas para alturas de mesas,
conjugada com alturas de cadeiras e apoio para os pés, a fim de acomodar as diferenças antropométricas dos
usuários.
A altura ideal da bancada para trabalho em pé depende da altura do cotovelo e do tipo de trabalho que se executa.
Em geral, a superfície da bancada deve ficar 5 a 10 cm abaixo da altura dos cotovelos.
Nas bancadas fixas. É melhor dimensioná-la pelo trabalhador mais alto e providenciar um estrado, que pode ter
altura de até 20 cm para o trabalhador mais baixo.
ASSENTOS
Na vida moderna, muitas pessoas chegar a passar mais de 20 horas por dia mas posições sentada e deitada.
O problema do assento tem despertado grande interesse entre os pesquisadores em ergonomia. Há diversas
vantagens em trabalhar na posição sentada:
Consome menos energia, em relação à posição em pé e reduz a fadiga;
Reduz a pressão mecânica sobre os membros inferiores;
Reduz a pressão hidrostática da circulação nas extremidades e alivia o trabalho do coração;
Facilita manter o ponto de referência para o trabalho (na posição de pé, o corpo fica oscilando) e;
Permite o uso simultâneo dos pés e mãos.
Desvantagens:
Um assento mal projetado pode provocar estrangulamento da circulação sanguínea nas coxas e pernas. Na posição
sentada, todo o peso do tronco, acima da bacia, é transferido para o assento, aliviando a pressão sobre os membros
inferiores. O corpo entra em contato com o assento praticamente só através de sua estrutura óssea.
Um estofamento pouco espesso, de dois a três cm, colocado sobre uma base rígida, que não se afunde com o peso,
ajuda a distribuir a pressão e proporciona maior estabilidade ao corpo, ajuda a distribuir a pressão e proporciona
maior estabilidade ao corpo, contribuindo para a redução do desconforto e da fadiga. Contudo, o aumento desse
estofamento não melhora o conforto. Ao contrário, pode prejudicá-lo. O material usado para revestir o assento deve
ter característica anti-derrapante e ter capacidade de dissipar o calor e suor gerado pelo corpo, não sendo
recomendado, por conseguinte, plásticos lisos e impermeáveis.
O conforto no assento depende de muitos fatores e é muito difícil de estabelecer as características que o
determinam. Em princípio, há um tipo de assento mais adequado a para cada finalidade. Cada pessoa adapta-se
melhor a certo tipo de assento. Assim, o conforto é influenciado por muitos fatores e preferências individuais, até
pela sua aparência estética. A NBR 13962 – Móveis para escritório – cadeiras estabelece requisitos mínimos, que
não são suficientes para assegurar o conforto.
Princípio 1 – As dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões antropométricas dos usuários.
O trabalho em turno é uma realidade do século XXI, e continuará presente nos próximos séculos. Ë uma exigência
imposta pela necessidade econômica, que não permite uma paralisação das atividades, como no caso da siderurgia
ou nas entidades de prestação de serviços públicos, como energia elétrica, telefone, hospitais e etc. É certo que a
plena utilização dos equipamentos proporciona empregos a um número maior de pessoas, o que é em si um objetivo
social perfeitamente legítimo.
A variação da temperatura corpórea ao longo do dia é o ciclo circadiano de melhor correlação com o ritmo vigília-
sono. A temperatura de uma pessoa é mínima entre 06h00min h e 08h00min h, quando inicia sua ascensão;
estabiliza-se em torno do meio dia e volta a subir cerca de uma hora depois, atingindo o seu máximo em torno de
20h00minh, quando inicia sua descida ao longo da noite.
Algumas pessoas atingem o seu pico de temperatura máxima ao início da noite, decaindo depois e começando a
ascensão no final da noite, são os indivíduos que costumam dormir cedo e acordar cedo, geralmente são chamados
de ”matutinos”. Há também aqueles cujo pico de aumento da temperatura ocorre tardiamente na noite, em torno de
meia-noite, que, por conseguinte dormem tarde e tendem a acorda mais tarde. São os chamados “vespertinos”.
CONSEQUÊNCIAS DA DEFASAGEM ENTRE O RITMO BIOLÓGICO DO SER HUMANO E O RITMO IMPOSTO
PELO TRABALHO
O indivíduo que trabalha à noite dorme um número menor de horas, apresenta durante o dia, um número maior de
cochilos; seu sono é menos contínuo e costuma se frequentemente interrompido pó ruídos e por condições
desfavoráveis de moradia.
Para o trabalhador noturno existe o prejuízo social importante, particularmente quanto ao convívio familiar, relações
com os amigos e oportunidades de desenvolver atividades em grupo.
Um estudo de Ulich (citado por Grandjean), pesquisando 438 trabalhadores industriais, encontrou rompimentos na
vida familiar em 59% dos casos e na vida social em 31%.
Os que não se adaptam: seleção negativa, apresentam sinais que os levam a demissão por afastamento
médico ou por baixo rendimento.
Os que trabalham com intolerância: apresentam cansaço mesmo após período de sono, irritabilidade
psíquica, períodos de depressão, perda geral da vitalidade e má disposição para o trabalho, distúrbios
intestinais e transtornos nervosos entre outros sintomas. Apresentam sintomas de fadiga crônica.
Os que trabalham com algum problema: adotam “reforços” para este estilo de vida com o uso de
estimulantes, cigarros, cafés, pílulas ou mesmo o álcool. Apresentam sintomas de fadiga crônica.
Segundo Ulich, a cada 100 trabalhadores, 54% são contra o trabalho noturno e 23% são completamente contra o
trabalho noturno. Por este raciocínio, sobram 24% dos indivíduos que se encaixariam na última categoria, ou de
seleção positiva.
TURNO DA NOITE
O turno da noite é o turno mais difícil de alcançar a sua produtividade ideal x adaptação do homem, devido a
performance de uma série de atividades que fica prejudicada pelo trabalho noturno pois:
O turno da noite não é bom para a realização de trabalho que envolva concentração mental, com
possibilidade de erros importantes, reforçando esta conclusão; Grandejean estudou o desempenho dos
controladores de vôo durante a noite, e encontrou que, após a meia- noite, todos os seus testes foram piores
que durante o dia;
O trabalho no turno da noite deve ser evitado quando envolver direção de veículos automotores;
O turno da noite não é adequado para que se desenvolva atividade física mais pesada, já que, neste
horário, os níveis de adrenalina não estarão do nível ótimo de secreção, nem a temperatura corpórea estará
adequada;
O trabalho noturno em operações monótonas e repetitivas induz ao sono e erro freqüentes;
O trabalho noturno, em operações executadas na postura exclusivamente sentada induz ao sono, e com isso
a erros freqüentes;
A alimentação suplementar, dada durante a noite às pessoas que realizam trabalho sedentário, pode
contribuir com obesidade.
COMITÊ DE ERGONOMIA:
É um time formado por representantes de diversos setores da empresa com o intuito de promover a interação entre
os departamentos para promoção de melhorias das condições de trabalho, através de ações preventivas e
corretivas. O desafio primordial é garantir um ambiente de trabalho satisfatório.
PATROCINADOR
COORDENAÇÃO
SECRETÁRIA
O desempenho das ações de Ergonomia pode ser monitorado mensalmente em reuniões através de:
• Indicador de Ergonomia;
• Pequenas Melhorias;
• Queixas e Afastamento;
• Fisioterapia.
Outras ações:
Acidente é, por definição, o acontecimento que determina, fortuitamente, dano que poderá ser à coisa, material, ou
pessoa. Acidente do trabalho, por definição legal, é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte, perda ou redução
(permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho.
Lesão Corporal é o dano anatômico, tal como a ferida, a fratura, o esmagamento, a perda de um pé, etc.
Perturbação Funcional é o dano, permanente ou transitório, da atividade fisiológica ou psíquica, tal como a dor, a
perda da visão, a diminuição da audição, convulsões, espasmos, tremores, paralisia, anquilose (perda dos
movimentos articulares), perturbação da memória, da inteligência ou da linguagem, etc. Nesses casos, o trauma é
concentrado, a eclosão é súbita, a sintomatologia é bem manifesta e a evolução é, até certo ponto, previsível. A
separação da lesão corporal da perturbação funcional é, em geral, teórica; a perturbação funcional decorre, quase
sempre, de uma alteração anatômica, mesmo que não seja perceptível à vista desarmada.
Acidentes Típicos: São todos os acidentes que ocorrem no desenvolvimento do trabalho na própria empresa ou a
serviço desta.
Acidentes de Trajeto: São os acidentes que ocorrem no trajeto entre a residência e o trabalho ou vice-versa.
Doenças ocupacionais: São doenças causadas pelo tipo de trabalho ou pelas condições do ambiente de trabalho.
OBS: Todo acidente de trabalho, exceto doença ocupacional, deve ser comunicado ao Ambulatório Médico ou
SESMT, até 24 horas após o acidente.
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser preenchida, com a finalidade de informar à Previdência
Social sobre os acidentes de trabalho ocorridos com seus funcionários, mesmo que não haja afastamento das
atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência.
As lesões por esforços repetitivos (LER), são movimentos repetidos de qualquer parte do corpo que podem provocar
lesões em tendões, músculos e articulações, principalmente dos membros superiores, ombros e pescoço, devido ao
uso repetitivo ou a manutenção de posturas inadequadas resultando no declínio do desempenho profissional. As
vítimas mais comuns são os digitadores, datilógrafos, bancários, telefonistas, secretárias e trabalhadores de linhas
de montagem.
As principais causas de LER são: posto de trabalho inadequado, mas projetado ou ergonomicamente errado;
atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos; posturas inadequadas e desfavoráveis às
articulações; repetição sistemática de um mesmo padrão de movimento; ritmo intenso de trabalho; jornada de
trabalho prolongada; falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes; falta de orientação e desconhecimento
sobre os riscos do LER.
Os sintomas principais sintomas são: formigamentos, dores, fadiga, perda da força muscular e inchaço nas partes
afetadas. Geralmente os diagnósticos médicos são de tenossinovites, tendinites, epicondilite, bursites, etc.
A melhor forma de combater a LER é através da prevenção, isto é, evitar que o trabalhador se torne um lesionado,
oferecendo condições de trabalho adequadas e que não o deixe exposto às causas do LER. O trabalhador portador
de LER deve ser reaproveitado em outra função em que não sua lesão não seja agravada.
As classificações mais usuais são feitas conforme a evolução e o prognóstico, classificando a "DORT" baseando
apenas em sinais e sintomas.
Fases
Fase 3 - Estado doloroso intenso com incapacidade funcional (não necessariamente permanente)
Estágios
Estágio 1 - Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho, com melhora nos fins de semana,
sem alterações no exame físico e com desempenho normal.
Estágio 2 - Dores recorrentes, sensação de cansaço persistente e distúrbio do sono, com incapacidade para o
trabalho repetitivo.
Estágio 3 - Sensação de dor, fadiga e fraqueza persistentes, mesmo com repouso. Distúrbios do sono e presença
de sinais objetivos ao exame físico.
A resolução 1.236/04, aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social em abril de 2004, prevê a utilização
do critério epidemiológico para definir as alíquotas do Seguro Acidente de Trabalho (SAT), de responsabilidade das
empresas.
Dessa forma, o INSS classifica as empresas por ramo de atividade com base no Código Nacional de Atividade
Econômica (CNAE) e os benefícios de Auxílio Doença concedidos no exercício pelo CID (Código Internacional de
Doenças), independente de terem sido registrados como doença comum ou acidente de trabalho. A partir daí, os
dados são cruzados.
Por exemplo, se uma empresa apresenta incidência de uma determinada patologia acima da média da população,
isso significa que há fator de risco naquela atividade/ambiente de trabalho, portanto haverá um aumento na alíquota
do SAT.Se o contrário ocorrer, ou seja, a incidência for menor do que a média, a alíquota poderá baixar, chegando
até a 50% do valor original. Está hoje em discussão proposta para que o mesmo critério seja adotado na concessão
do auxílio-doença, ou seja, se a incidência de uma determinada patologia em uma empresa estiver acima da média,
ela será automaticamente registrada como Acidente de Trabalho, restando à empresa o ônus de provar que em seu
ambiente de trabalho não há a presença dos riscos relacionados a tal patologia.
Além disso, todos os casos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também poderiam ser registrados
automaticamente pela Previdência Social como acidente de trabalho, desde que identificado pelo médico atendente,
com base no critério epidemiológico.
NR-17 - Comentários
Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
Mobiliário dos postos de trabalho;
Equipamentos dos postos de trabalho;
Condições ambientais de trabalho;
Organização de trabalho.
Deve considerar no mínimo:
As normas de produção;
modo operatório;
A exigência do tempo;
A determinação do conteúdo do tempo;
ritmo de trabalho;
conteúdo das tarefas.
XVII- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana.
Belo Horizonte : ERGO Editora, 1995.
IIDA, Itiro. Ergonomia projetos e produção. São Paulo : Edgar Blücher Ltda., 2005.
Rio, Rodrigo Pires. Ergonomia. Fundamentos da Prática Ergonômica: LTR, 2001.