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Paulo Paiva Oliveira Leite Dyer (1) Maryangela Geimba de Lima (2)
Instituto Tecnológico de Aeronáutica – São José dos Campos-SP
paulo_dyer@yahoo.com
Instituto Tecnológico de Aeronáutica – São José dos Campos-SP
magdlima@ita.br
RESUMO
Neste projeto, serão propostas metodologias que visam o reaproveitamento de resíduos, a reutilização
de recursos, a geração de energia e a difusão da educação ambiental, com o objetivo de reduzir os
impactos ambientais, decorrentes de um prédio residencial de forma integrada e autônoma. Mostrando
que é possível unir o respeito ao meio ambiente com conforto e facilidade.
1. INTRODUÇÃO
Na fase de obra, existe muita poluição, como a produção de detritos, resíduos tóxicos e
resíduos recicláveis, podendo ser reduzida drasticamente através do melhor
aproveitamento dos materiais (redução de desperdício) e também através do uso de
ferramentas e estruturas inteligentes (andaimes de metal reutilizáveis ao invés dos
tradicionais andaimes de madeira comuns na construção civil). Já na fase de ocupação
de edificações residenciais, o principal passivo em poluição ambiental, é a produção de
RSU por parte dos moradores, tal impacto pode ser reduzido a partir da adoção de
gestões sustentáveis que visem a integração com os moradores com educação
ambiental. Da mesma forma, procedimentos de reciclagem de resíduos recicláveis e
compostagem de resíduos orgânicos, podem vir a reduzir a zero estes resíduos.
Figura 1.1 – Gráfico dos custos por m² de materiais, mão-de-obra, despesas tributárias
e equipamentos nos últimos nove anos em média. Fonte: SINDUSCON (2017).
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Figura 1.2 – Gráfico dos custos por m² de blocos de vedação, cobertura, pavimentação,
acabamento e ferragens. Fonte: CORDEIRO (2007).
A água, um dos bens mais preciosos da humanidade, também pode ser aproveitada
segundo os conceitos da construção sustentável. A água das chuvas, por exemplo,
pode ser facilmente estocada em cisternas e caixas d’água para ser usada em tarefas
como regar plantas, lavar o chão ou então nos vasos sanitários. O desperdício também
pode ser evitado através do uso de encanamentos de maior resistência e de modelos
de torneiras mais eficientes.
Desta forma, tais conceitos contribuem para a constituição de um projeto de edifícios
residenciais sustentáveis, que realmente cumpram o papel ambiental, sejam eficientes
e gerem benefícios financeiros, principalmente na fase de ocupação destes. Tais
conceitos serão abordados ao longo deste presente trabalho de forma mais detalhada.
Como abordado anteriormente, existem fatores para cumprir o papel de uma edificação
sustentável. Anteriormente foi mencionado cinco fatores de forma resumida, porém a
questão da eficiência energética e redução da poluição podem ser considerados
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apenas um único fator, uma vez que estes se complementam. Da mesma forma,
pensando em um projeto pronto, sem levar em consideração a fase de projeto, o fator
de projetos inteligentes é transformado em uma gestão de todos os fatores neste
empreendimento, uma vez que, para que todas as ações possam funcionar de forma
satisfatória, é necessária a supervisão destas, não somente a depender de um único
gestor, mas também da colaboração dos moradores que devem ser conscientizados
pela educação ambiental, que visa um bom funcionamento destas ações em benefício
de todos.
No Brasil, com exceção das regiões mais ao Nordeste do país, a incidência de chuvas
ocorre de forma bem regular e com certa abundância. Ou seja, este é um recurso
natural que que ocorre em excesso no país e muitas vezes é esquecido e pouco
aproveitado.
Considerando o Estado de São Paulo, nos últimos dez anos, ocorreram cerca de
118,22 mm em precipitações anuais em média, segundo dados do INMET (2017). Com
uma área de mais de 288 mil Km² e uma população média, nos últimos 10 anos, de
cerca de 53 milhões de habitantes (IBGE, 2017), são mais de 54 mil litros de água por
pessoa no Estado, assim sendo, se cada habitante, em média, consome 6 mil litros de
água por mês, sendo 3,3 mil somente para uso sanitário e outros (usos em que a água
não precisa ser potável), de acordo com a SABESP (2017), esta água de origem
pluviométrica poderia mais que suprir a demanda para usos não potáveis por água, no
Estado de São Paulo.
Esta alternativa traz grandes benefícios ao meio ambiente e população, pois ajuda a
controlar os excessos de água, que muitas vezes causam enchentes e deslizamentos
de terra, reduz o uso da água, mantendo reservas nos períodos de seca, que impacta
no valor da conta luz e reduz custos financeiros com a água.
Em conjunto com o reaproveitamento de águas pluviais em edifícios residenciais, uma
integração com hortas comunitárias presentes em espaços abertos e pouco utilizados
da edificação como os telhados ou terraços, incorpora o cultivo de hortaliças ao
ambiente construído, as quais são mantidas a partir de um reservatório abastecido pela
rede pública em épocas de estiagem, porém recolhem as aguas pluviais, enviando o
excedente para este mesmo reservatório, o qual, abastece a rede hídrica não potável
desta edificação.
Portanto o reaproveitamento de águas pluviais, em construções residenciais é
alternativa sustentável que gera benefícios que muitas vezes não são percebidos.
ADF Areia
Figura 1.4 – Ampliação de 40 vezes da areia e ADF.
Estes resultados mostram a proximidade destas ADFs à areia comum utilizada como
agregado para fabricação de blocos de vedação. Em ensaios mecânicos destes
artefatos produzidos contendo ADF (na proporção de 33%), foi observada a
conformidade com as normas de segurança ABNT (NBR:5739/94; NBR:9779/87), de
acordo com a Tabela 1.2.
Tabela 1.2 – Resultados dos ensaios de absorção de água e compressão normal nos
blocos de vedação.
Ensaio
Absorção de água (%) Resistência a compressão
Bloco de vedação Limite Limite
Resultados Resultado
NBR:9779/87 NBR:5739/94
(%) (MPa)
(%) (Mpa)
Convencional 2,43 <5 2,57 >2,5
Contendo ADF 2,38 2,70
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2. METODOLOGIA
Com o objetivo de superar tais desafios, a seguir serão propostos métodos, pelos
quais, existe a possibilidade de consolidação deste projeto.
Água
Figura 2.1 – Esquema de projeto dos captadores de águas pluviais com cultivo de
hortas comunitárias.
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Figura 2.2 – Esquema de funcionamento dos captadores de águas pluviais com cultivo
de hortas comunitárias.
Uma vez a cisterna de aguas pluviais abastecida, cisterna de 250 litros, esta água
poderá ser utilizada para fins não potáveis pelos moradores.
Energia
O RSU produzido pelos moradores que já vem captado de forma seletiva devido a
gestão com educação ambiental segue para unidade de processamento. O resíduo
reciclável RR (não orgânico) é segregado em metais, plásticos e vidro e então
armazenado em um galpão para a posterior venda para recicladoras.
Já o resíduo sólido orgânico (RSO) dos moradores e os resíduos de poda de áreas
externas da edificação seguirão para um anexo, localizado na área externa do prédio,
onde será triturado por um equipamento de trituração mecânica por martelo.
Em seguida, o resíduo segue para um equipamento que realiza a biodigestão aeróbica
do tipo DANO (HEIDEMANN et. al., 2007), onde por abrasão causada pelo movimento
rotacional do equipamento (1 rotação por minuto), o RSO atinge sua semi-maturação
no período de 48 horas.
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Após as 48 horas, o RSO é transferido para um equipamento que realiza biodigestão
anaeróbica, onde ocorre a compostagem por empilhamento. Este equipamento
consiste de um tanque de alvenaria enterrado no solo, impermeabilizado e hermético.
Para este presente projeto, é proposta a construção de dois equipamentos desses para
que o processo de produção de biogás não seja interrompido.
Ocorrendo a produção contínua de biogás no biodigestor anaeróbico, este é captado e
transferido para um tanque de armazenamento. Quando este tanque atinge uma
determinada pressão interna, este gás é transformado em energia por geradores à gás.
A seguir estas etapas e equipamentos serão mais detalhados.
Estas etapas ocorrem de acordo com o Fluxograma da Figura 2.7, que mostra a ordem
de execução de cada etapa e os benefícios gerados em cada etapa.
Educação Ambiental
O residencial firmará uma parceria com uma cooperativa de recicláveis para realização
de serviços de gerenciamento ambiental. Os moradores serão instruídos, através
cartazes explicativos sobre cuidados com a separação do lixo, etc. além de informes
regulares nas reuniões de condomínio.
Todos os moradores receberão duas lixeiras especiais que dispensam a utilização de
sacolas plásticas (Figura 2.8), nestas serão depositados os lixos orgânicos e os
recicláveis. Os resíduos recicláveis ficarão depositados em um lugar para
armazenagem. Semanalmente, dois funcionários da cooperativa parceira, irão retirar os
resíduos e levá-los para a cooperativa. Da mesma forma, esses dois funcionários irão
trabalhar no processo de produção de energia, atuando na gestão dos equipamentos e
manejo do composto maturado no pátio. Sendo assim, parte da produção de composto
maturado (cerca de 25%) será destinada à cooperativa.
3. CONCLUSÕES
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS