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Tolerância Geométrica

Tolerâncias de orientação

Em algumas peças, o funcionamento adequado depende da correta relação angular


entre as linhas e superfícies que compõem suas faces, isto é, depende da exatidão do
ângulo formado entre duas ou mais de suas linhas, entre linhas e superfícies ou entre
duas ou mais superfícies.

De um modo geral, quando se analisam as possibilidades de orientação de um


elemento em relação a outro, três se apresentam:
 Paralelismo; os elementos não formam ângulo entre si;
 Perpendicularidade: os elementos formam ângulo de 90º entre si;
 Inclinação: os elementos formam ângulo diferente de 90º entre si.

As tolerâncias de orientação referem-se aos desvios aceitáveis em relação ao


paralelismo, à perpendicularidade e à inclinação de elementos associados.

Quando se fala de elementos associados, um deles é o elemento tolerado e o outro é o


elemento de referência. O elemento tolerado, que aqui pode ser uma linha ou uma
superfície, deve ser observado segundo uma orientação estabelecida no projeto.

Os elementos de referência também são constituídos por linhas ou superfícies da


peça. Para efeito de verificação, deve-se assumir que os elementos de referência têm
a forma geométrica perfeita, mesmo sabendo que na prática isso não ocorre. Do
contrário não será possível separar, para efeito de verificação, diferentes tipos de
desvio.

Neste caso, serão analisados os três tipos de tolerância de orientação, as


características dos respectivos campos de tolerância e exemplos de aplicação no
desenho técnico.

SENAI 61
Tolerância Geométrica

Tolerância de paralelismo

Uma linha é paralela a outra quando ambas são equidistantes em toda sua extensão.
Pode-se falar também em paralelismo de superfícies e paralelismo de linhas e
superfícies.

Tolerância de paralelismo corresponde ao desvio aceitável de equidistâncias entre dois


elementos, um dos quais é o elemento tolerado e o outro é o elemento tomado como
referência.

Tolerância de paralelismo de uma linha em relação a uma linha de referência


Quando o elemento tolerado é uma linha e o elemento de referência também é uma
linha, o campo de tolerância correspondente é limitado por duas retas paralelas
afastadas uma distância “t” e paralelas também à linha de referência.

A figura a seguir mostra um exemplo de aplicação de tolerância de paralelismo de


uma linha em relação a uma linha de referência.

62 SENAI
Tolerância Geométrica

Neste exemplo, o elemento tolerado é a linha de centro do furo superior e o elemento


de referência, indicado no desenho pela letra A, é a linha de centro do furo inferior.

Na verificação, a linha de centro do furo superior deve estar contida entre duas retas
afastadas 0,1mm entre si e paralelas à linha de centro do furo inferior, tomada como
referência. Neste caso, a tolerância só se aplica no plano vertical.

Como não é possível verificar diretamente o paralelismo das linhas de centro dos furos
deve-se recorrer a um artifício que simule a posição correta dessas linhas. Para tanto,
utilizam-se mandris cilíndricos expansíveis ou justos que devem ser introduzidos no
furo de referência e no furo tolerado. O comprimento dos mandris deve ser maior que o
comprimento dos furos respectivos, uma vez que a medição ocorrerá na geratriz do
mandril cilíndrico inscrito no furo.

O dispositivo a seguir é baseado no princípio da verificação de paralelismo pela


medição de distâncias. O elemento de referência deve estar apoiado sobre suportes
fixos idênticos, como mostra a figura. O posicionamento adequado do suporte ajustável
permite a medição correta da direção indicada no desenho.

Deve-se medir as dimensões: L1, que corresponde ao comprimento do elemento


tolerado, e L12 que é a distância entre os pontos onde serão feitas as leituras do
relógio comparador. O relógio comparador deve ser zerado no ponto indicado em M1 e
levado para o ponto M2 onde deve ser registrada a variação do ponteiro do indicador.

SENAI 63
Tolerância Geométrica

O desvio de paralelismo (Dp) é calculado aplicando-se o princípio da semelhança de


triângulos, como mostra a figura a seguir.

O ângulo  mostra que os triângulos analisados são semelhantes. Portanto, o


segmento L1 é proporcional ao segmento L2, assim como o segmento Dp é
proporcional ao segmento M1 - M2 . O segmento M1 - M2 está em ter barras
para indicar que o resultado deve ser expresso em módulo, ou seja, será sempre
positivo. Matematicamente, essa relação é expressa com o segue:

Dp L1

M1 - M2 L2

Logo, o desvio de paralelismo é calculado pela fórmula:

M1 - M2 x L1
Dp 
L2

No próximo exemplo, a indicação no desenho mostra que a tolerância deve ser


aplicada no plano horizontal.

64 SENAI
Tolerância Geométrica

Neste caso, o campo de tolerância é definido por duas retas horizontais, paralelas à
linha de centro do furo inferior tomada como referência, como mostra a figura a seguir.

O método de verificação é semelhante ao anterior, devendo-se mudar a posição do


suporte ajustável para possibilitar a medição correta indicada no desenho.

O desvio de paralelismo Dp é calculado por meio da fórmula apresentada


anteriormente. Não deve ser maior do que 0,1mm na direção especificada.

A tolerância pode ser especificada em duas direções


perpendiculares entre si , como no próximo desenho.

SENAI 65
Tolerância Geométrica

Neste caso, o campo de tolerância tem a forma


de um paralelepípedo de seção transversal t1 x
t2. O eixo tolerado deve estar localizado dentro
deste paralelepípedo, onde t1, na direção vertical,
vale 0,1mm e t2 vale 0,2mm, na direção
horizontal. O paralelepípedo deve estar paralelo à
linha de centro do furo inferior.

O mesmo dispositivo utilizado nos casos anteriores pode ser utilizado quando a
tolerância é indicado nos procedimentos  e .

O desvio de paralelismo Dp é calculado para cada posição angular por meio da


fórmula já apresentada e não deve ser maior que 0,1mm na direção vertical e 0,2mm
na direção horizontal.

Se o valor da tolerância de paralelismo aparecer precedido pelo símbolo de diâmetro,


como no próximo desenho, o campo de tolerância terá a forma de um cilindro, com
diâmetro igual ao valor da tolerância especificada.

66 SENAI
Tolerância Geométrica

O eixo do cilindro imaginário, que delimita o campo


de tolerância, deve ser paralelo ao elemento de
referência, que no caso é a linha de centro do furo
inferior.

Para verificação, pode ser usado o mesmo dispositivo mostrado nos exemplos
anteriores. Os suportes ajustáveis devem possibilitar as medições em várias posições
angulares, entre 0º e 180º.

O desvio de paralelismo é calculado para cada posição angular por meio da fórmula já
apresentada e não deve ser maior do que a tolerância especificada no desenho, em
cada ponto de medição.

Tolerância de paralelismo de uma linha


em relação a uma superfície de
referência
Nos exemplos analisados anteriormente,
tratava-se do paralelismo entre linhas.
Mas, pode ser necessário especificar a
tolerância de paralelismo de uma linha em
relação a uma superfície de referência
como no desenho ao lado.

SENAI 67
Tolerância Geométrica

No exemplo, o eixo do furo cilíndrico deve estar paralelo à superfície inferior da peça.
O desvio de paralelismo admitido é de 0,01mm. Isso significa que o eixo do furo deve
estar situado entre dois planos distantes 0,01mm entre si e paralelos à superfície da
peça tomada como referência.

Como não é possível medir diretamente o desvio do eixo do furo, a verificação deve
ser feita a partir das geratrizes internas diametralmente opostas, na direção indicada
no desenho técnico, desde que o tamanho do elemento tolerado possibilite a
introdução da ponta do relógio comparador, como mostra o dispositivo a seguir.

O dispositivo pode utilizar um ou dois relógios. A base dos relógios e a superfície de


referência da peça devem ser totalmente apoiados sobre um desempeno, permitindo o
deslocamento da peça ou do relógio na direção especificada.

Na medição da primeira seção transversal (M1 e M2), os relógios devem ser zerados
nas duas geratrizes. O número de medições deve ser suficiente para cobrir a extensão
do elemento tolerado.

Caso seja utilizado um único relógio, deve-se registrar a distância entre os pontos de
medição para garantir o mesmo posicionamento da ponta do relógio na geratriz oposta.

68 SENAI
Tolerância Geométrica

Em cada posição, as variações dos relógios devem ser registradas.

A metade da diferença das duas leituras dos relógios comparadores, ou seja,


M1 - M2
2
corresponde ao desvio de paralelismo naquele ponto. A maior variação encontrada ao
longo das medições é o desvio de paralelismo da linha tolerada.

Em alguns casos, pode ser necessário especificar a tolerância de paralelismo de uma


superfície em relação a uma linha de referência.

Aqui o eixo do furo foi tomado como elemento de referência para verificação do
paralelismo da superfície superior da peça.

A superfície efetiva deve estar contida entre dois planos afastados 0,1mm e paralelos
ao eixo do furo da peça.

Na verificação deve-se levar em conta a impossibilidade de comparar diretamente a


superfície tolerada com o elemento de referência. O dispositivo para verificação deve
possibilitar a introdução de um mandril cilíndrico no furo, apoiado sobre suportes fixos,

SENAI 69
Tolerância Geométrica

de tal forma que a linha de centro do mandril fique paralela ao desempeno e coincida
com a linha de centro do furo O mandril pode ser expansível ou selecionado para que
se ajuste ao furo sem folga, como mostra o dispositivo a seguir.

Antes do início das medições, a superfície tolerada deve ser posicionada de tal modo
que a distância L1 seja igual a L2. Para obter essa equalização, pode-se utilizar o
relógio comparador. O relógio deve ser zerado em L1 e em seguida levado a L2. Se a
distância L1 for diferente de L2, a posição da peça deverá ser corrigida até que o
ponteiro indique o mesmo valor tanto em L1 como em L2.

O relógio comparador deve ser movimentado sobre a superfície tolerada em múltiplas


direções. O desvio de paralelismo corresponde à amplitude máxima do movimento do
ponteiro do relógio comparador.

Tolerância de paralelismo de uma superfície em relação a uma superfície de


referência
Finalmente, pode-se ter especificada a tolerância de paralelismo entre duas
superfícies, uma dos quais é o elemento tolerado e a outra é o elemento de referência.

70 SENAI
Tolerância Geométrica

Segundo o desenho, a face superior externa da peça deve ser paralela à face inferior,
tomada como referência. O desvio máximo aceitável de paralelismo é de 0,01mm. Isso
quer dizer que a superfície da face superior deve estar contida entre dois planos
afastados 0,01mm, paralelos à face inferior da peça.

Antes de iniciar a verificação a peça e a base do relógio comparador devem ser


totalmente apoiados sobre a superfície plana de um desempeno. A verificação consiste
em movimentar o relógio comparador sobre a superfície tolerada, em múltiplas
direções. O desvio de paralelismo corresponde à amplitude máxima do movimento do
ponteiro do relógio comparador.

Se o valor da tolerância for limitado a uma


extensão da peça, como aparece indicado
no desenho a seguir, a verificação do
paralelismo deve restringir-se ao
comprimento indicado, em qualquer lugar
da superfície.

SENAI 71
Tolerância Geométrica

A preparação para verificação é semelhante ao caso anterior. Neste caso, a


movimentação do relógio comparador é feita em múltiplas direções, sobre um
comprimento livremente escolhido, prescrito no quadro de tolerância. Esse
procedimento deve ser repetido até que toda a superfície da peça tenha sido
examinada, tomando-se a precaução de zerar o relógio comparador antes de cada
nova medição. Este cuidado é necessário para garantir que a verificação fique limitada
ao comprimento escolhido.

Em qualquer comprimento livremente escolhido, o desvio de paralelismo corresponde


à amplitude máxima do movimento do ponteiro do relógio comparador. Em nenhum
caso este valor pode ser superior ao valor indicado no quadro de tolerância.

Tolerância de perpendicularidade

A perpendicularidade é uma condição que só pode ser observada quando se trata de


elementos associados. Pode-se falar em perpendicularidade entre duas linhas, entre
dois planos ou entre uma linha e um plano. O ângulo formado entre esses elementos é
sempre de 90º (ângulo reto).

A tolerância de perpendicularidade refere-se ao desvio máximo aceitável de inclinação


entre o elemento tolerado e o elemento de referência. A unidade de medida deste tipo
de tolerância também é o milímetro.

Tolerância de perpendicularidade de uma linha em relação a uma linha de


referência
O primeiro exemplo a ser examinado apresenta tolerância de perpendicularidade de
uma linha em relação a outra linha.

72 SENAI
Tolerância Geométrica

O elemento tolerado é o eixo do furo que na vista frontal aparece inclinado. O elemento
de referência, em relação ao qual será verificada a perpendicularidade é o eixo do furo
da peça. O valor da tolerância é de 0,06mm.

O campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, afastadas 0,06mm, neste
exemplo, e perpendiculares à linha de referência, constituída pelo eixo do furo
horizontal. A peça será aprovada se o eixo do furo inclinado estiver contido entre essas
duas paralelas.

A verificação do desvio de perpendicularidade pode ser baseado no princípio da


medição de distâncias. Para isso, utilizam-se superfícies planas e perpendiculares,
assumidas como superfícies ideais. Na prática, as superfícies planas são constituídas
por desempenos e as superfícies perpendiculares por esquadros com base
suficientemente larga para garantir estabilidade do dispositivo.

A figura a seguir mostra um exemplo de dispositivo apropriado para verificação da


peça anteriormente apresentada.

SENAI 73
Tolerância Geométrica

Na impossibilidade de comparar diretamente as linhas de centro tolerada e de


referência, utilizando-se cilindros inscritos de maior extensão que os elementos
analisados, de modo a permitir a medição das distâncias que possibilitam o cálculo dos
desvios.

O eixo de referência da peça deve ser apoiado em suportes fixos dispostos sobre um
desempeno, garantindo o seu paralelismo com a superfície plana. A peça deve ser
posicionada de tal modo que o eixo tolerado fique alinhado com as pontas dos relógios
comparadores.

A verificação pode utilizar um ou dois relógios fixados no esquadro-padrão. A distância


entre os relógios L2 deve ser conhecida. A medida L1, que corresponde à distância da
geratriz do cilindro de referência até a face superior da peça, também deve ser
conhecida, para possibilitar o cálculo do desvio de perpendicularidade a partir das
propriedades de triângulos semelhantes.

As medidas M1 e M2 correspondem à distância do elemento tolerado até o esquadro


-padrão. O desvio de perpendicularidade (Dp) é calculado pela fórmula:

M1 - M2 x L1
Dp=
L2

Tolerância de perpendicularidade de uma linha em relação a uma superfície de


referência
No exemplo a seguir, o elemento tolerado quanto a perpendicularidade é o eixo da
parte cilíndrica da peça. A perpendicularidade desse eixo deverá ser verificada em
relação à superfície da base da peça. O valor da tolerância é de 0,1mm.

O campo de tolerância correspondente fica limitado por duas retas paralelas, afastadas
0,1mm e perpendiculares à superfície de referência, uma vez que a tolerância está
especificada somente m uma direção. Isso quer dizer que, na peça pronta, o eixo do
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Tolerância Geométrica

cilindro deve estar contido entre essas duas retas paralelas que definem o campo de
tolerância na direção especificada.

O método de verificação exemplificado a seguir baseia-se no princípio de medição de


distâncias. Neste caso, a superfície de referência deve estar apoiada sobre a
superfície plana de um desempeno, como mostra a figura seguinte.

O desvio de perpendicularidade á calculado a partir da semelhança de triângulos. Para


isso, é necessário determinar algumas distâncias. Uma vez que é impossível medir
diretamente a distância entre o esquadro-padrão e o elemento tolerado, que é a linha
de centro, as medições devem ser feitas a partir da geratriz do cilindro (M1 e M2).

A forma da superfície que simula o elemento tolerado influencia essa medição. Para
neutralizar essa influência, é necessário medir os diâmetros da peça (d1 e d2) nos
pontos que determinam a distância L2, que corresponde à distância entre as pontas
dos relógios comparadores.

SENAI 75
Tolerância Geométrica

A outra medida que interessa para estabelecer a proporcionalidade entre os lados dos
triângulos é L1, que corresponde à dimensão do elemento tolerado.

A fórmula para cálculo do desvio de perpendicularidade é:

Dp = M1- M2 -
d1- d2 L1
2
X
L2

Se a tolerância for especificada em duas direções perpendiculares entre si, como no


próximo desenho, a forma do campo de tolerância á diferente.

Aqui a tolerância aparece indicada tanto na vista frontal como na vista lateral esquerda.
O elemento tolerado é o eixo da parte cilíndrica e o elemento de referência é a
superfície da base da peça. A diferença, em relação ao caso anterior, é o que a
tolerância está especificada em duas direções.

Neste caso, o campo de tolerância assume a forma de um paralelepípedo, de seção


transversal t1 x t2, onde t1 é o valor da tolerância indicada no plano lateral e t2 é o
valor da tolerância indicada no plano frontal.

O método de verificação é semelhante ao que foi demonstrado para o caso anterior,


devendo-se repetir os procedimentos nas duas direções indicadas no desenho técnico.
76 SENAI
Tolerância Geométrica

Quando o valor da tolerância for precedido do símbolo indicativo de diâmetro, como no


desenho abaixo, o respectivo campo de tolerância tem a forma cilíndrica.

O diâmetro do cilindro que delimita o


campo de tolerância corresponde ao valor
da tolerância especificada. O eixo da parte
cilíndrica, na peça acabada, deverá estar
situado na região cilíndrica que constitui o
campo de tolerância.

O dispositivo para verificação requer uma mesa rotativa, apoiada sobre a superfície
plana de um desempeno. A superfície de referência da peça deve ser apoiada sobre a
mesa rotativa, de tal modo que o eixo de simetria tolerado coincida em pelo menos
uma seção com o eixo de rotação da mesa. Normalmente, a seção mais próxima da
mesa rotativa é utilizada para estabelecer essa centralização.

Durante um giro da mesa, deve-se registrar a variação radial na seção correspondente,


como indica o procedimento . Deve-se repetir as medições ao longo de toda a

SENAI 77
Tolerância Geométrica

extensão do elemento tolerado, como indica o procedimento , zerando o relógio


comparador antes de cada nova medição.

O desvio de perpendicularidade corresponde à metade da amplitude máxima


registrada pelo relógio comparador no conjunto das medições.

Tolerância de perpendicularidade de uma superfície em relação a um a linha de


referência
No próximo desenho, o elemento tolerado é a face lateral da peça, ou seja uma
superfície e a linha de referência é o eixo da parte cilíndrica, isto é uma linha. O valor
da tolerância é 0,08mm.

O campo de tolerância correspondente á limitado por dois planos paralelos, afastados


0,08mm, e perpendiculares ao eixo da peça. Na verificação, todos os pontos da
superfície tolerada deverão estar situados entre esses dois planos paralelos.

Na verificação, o elemento de referência deve ser inserido em um dispositivo com furo


sem folga, de tal modo que a face inferior da peça não toque no desempeno. Isso é
obtido utilizando-se um suporte fixo de altura suficiente para evitar que o rebaixo da
peça toque a superfície do dispositivo.
Para garantir a exatidão das medições, o furo do dispositivo deve ser perpendicular à
superfície que entra em contato com o desempeno.

78 SENAI
Tolerância Geométrica

O relógio comparador deve ser zerado em qualquer ponto da superfície tolerada e, em


seguida movimentado em múltiplas direções.

O desvio de perpendicularidade corresponde à amplitude máxima registrada pelo


indicador do relógio.

Tolerância de perpendicularidade de uma superfície em relação a uma superfície


de referência
Quando a perpendicularidade deve ser verificada entre duas superfícies, uma delas
recebe a indicação de tolerância e a outra é considerado o elemento de referência,
geometricamente perfeito. É o que aparece indicado no próximo desenho, onde a face
lateral direita está sendo tolerada quanto à perpendicularidade em relação à base da
peça. O valor da tolerância é de 0,08mm.

O campo de tolerância corresponde à região limitada por dois planos paralelos,


afastados 0,08mm, dentro da qual devem situar-se todos os pontos da superfície a ser
verificada.

SENAI 79
Tolerância Geométrica

Um exemplo de dispositivo para verificação deste tipo de tolerância á apresentada na


figura a seguir.

Embora o objetivo seja avaliar a perpendicularidade, os procedimentos de verificação


baseiam-se na medição dos desvios de paralelismo entre a face tolerada e a superfície
plana de desempeno.

A peça deve ser posicionada de tal modo que a superfície de referência fique
totalmente encostada em um dos lados de um esquadro-padrão e que não haja
contato direto entre a peça e a superfície plana do desempeno. Para tanto, deve ser
utilizado um suporte fixo e um suporte ajustável, os quais, devidamente ajustados,
neutralizam a influência de irregularidades na face de apoio da peça, de modo a não
comprometer a medição dos desvios de perpendicularidade na face tolerada.

80 SENAI
Tolerância Geométrica

O relógio comparador deve ser zerado em um ponto qualquer da superfície tolerada e


movimentada em múltiplas direções. O desvio de perpendicularidade corresponde à
amplitude máxima registrada pelo ponteiro do relógio durante o movimento.

Tolerância de inclinação

Quando o ângulo entre duas partes de uma peça for diferente de 90º e sua exatidão for
imprescindível por razões de funcionalidade, é necessário especificar no desenho a
tolerância de inclinação.

Da mesma forma que a tolerância de perpendicularidade, que é um caso particular de


inclinação em que o ângulo é reto, a tolerância de inclinação pode ser determinada
entre duas linhas, entre uma linha e uma superfície de referência, entre uma superfície
e uma linha de referência ou entre duas superfícies. Em cada caso, o campo de
tolerância tem características próprias.

A verificação do desvio de inclinação é derivada da medição de paralelismo ou de


perpendicularidade, dependendo de como é montado o dispositivo. Se o ângulo do
dispositivo não estiver correto, o resultado da medição apresentará um erro composto
por desvio de paralelismo ou de perpendicularidade associado ao desvio de inclinação.
Para verificar somente o desvio de inclinação, é necessário garantir, no dispositivo, a
exatidão do ângulo que aparece indicado dentro de uma moldura no desenho.

Tolerância de inclinação de uma linha em relação a uma linha de referência


O desenho ao lado mostra a
especificação de tolerância de
inclinação de eixo de um furo que
atravessa obliquamente uma peça
cilíndrica em relação ao eixo
longitudinal da peça, com o qual deve
formar um ângulo de 60º. O valor da
tolerância é de 0,08mm.
O eixo longitudinal, ao qual estão associados as letras A e B, é a linha de referência.
Neste exemplo, os dois eixos, isto é, o eixo tolerado e o eixo de referência, estão
situados no mesmo plano.

SENAI 81
Tolerância Geométrica

O eixo do furo oblíquo pode apresentar certo


desvio de sua inclinação geométrica ideal,
desde que esteja contido dentro do campo de
tolerância determinado por duas retas paralelas
afastadas 0,08mm e que formam o eixo
longitudinal um ângulo de 60º.

A verificação dos desvios de inclinação requer um dispositivo que possibilite a fixação


da peça no ângulo exato. Normalmente, quando se tratam de peças planas, utiliza-se
para isso uma mesa de seno. No caso de peças cilíndricas, é conveniente dispor de
uma mesa de seno com contrapontas. Quando o ângulo desejado não puder ser obtido
por meio das mesa de seno, é necessário construir um dispositivo específico.

No exemplo anterior, em que a linha de centro é a referência, a peça deve ser


posicionada entre pontas. A inclinação exata da mesa de seno com contrapontas é
obtida por meio de cálculos matemáticos e utilização de blocos-padrão, conforme a
especificação no desenho técnico.

Para simular a linha de centro do elemento tolerado, pode-se utilizar um mandril


cilíndrico com ajuste sem folga, de extensão maior que a peça. As medições podem
ser feitas com um ou dois relógios comparadores. A calibração dos dois relógios é feita
em uma altura conhecida.

82 SENAI
Tolerância Geométrica

A diferença entre as medições apresentadas inicialmente pelos relógios comparadores


em M1 e M2 correspondem aos desvios de inclinação somados aos erros de
posicionamento do mandril. Por isso, para anular a influência dos erros de
posicionamento, é necessário girar a peça até que a diferença entre M1e M2 seja
algebricamente mínima.

Para cada cálculo do desvio de inclinação Di utiliza-se a semelhança de triângulos. Por


essa razão, é necessário determinar as distâncias L1 e L2 que correspondem,
respectivamente, ao comprimento do elemento tolerado e à distância entre as pontas
dos relógios comparadores. O valor do desvio de inclinação é obtido a partir da
fórmula:

M1 - M2 x L1
Di =
L2

Quando a linha tolerada e a linha de referência encontram-se em diferentes planos,


como no próximo desenho, o campo de tolerância tem outra característica. Trata-se da
mesma peça anterior, com a diferença que o furo oblíquo não está no mesmo plano do
eixo longitudinal da peça.

SENAI 83
Tolerância Geométrica

Neste caso, o campo de tolerância é aplicado à projeção da linha tolerada em um


plano que contém a linha de referência e que á paralelo à linha tolerada.

A verificação pode ser feita com o mesmo dispositivo apresentado no caso anterior.

Tolerância de inclinação de uma linha em relação a uma superfície de referência


O desenho a seguir mostra um caso de aplicação de tolerância de inclinação de uma
linha ( o eixo da parte cilíndrica oblíqua da peça) em relação a uma superfície de
referência (a face inferior da base da peça). O ângulo entre o eixo da parte cilíndrica e
a face de referência deve ser de 60º. O desvio de inclinação do eixo efetivo deve estar
compreendido dentro do campo de tolerância especificado

84 SENAI
Tolerância Geométrica

Neste exemplo, o campo de tolerância compreende a região limitada por duas retas
paralelas, distantes 0,08mm uma da outra, que formam com a superfície de referência
um ângulo de 60º.

Para verificação deste tipo de desvio, pode-se utilizar mesa seno ou outro dispositivo
específico. O ângulo do dispositivo pode ser o determinado no desenho ou o seu
ângulo complementar. A escolha do ângulo do dispositivo depende da posição de
medição.

A figura a seguir mostra um exemplo de dispositivo apropriado para verificação do


desvio de inclinação especificado no desenho acima.

A linha de centro tolerado deve ser simulada por meio de um mandril cilíndrico justo. O
comprimento do mandril deve ser suficiente para permitir as medições das distâncias
M1 e M2 com um ou dois relógios comparadores fixados a um esquadro-padrão. A
peça deve ser movimentada sobre a superfície angular até que a diferença entre as
distâncias M1 e M2 seja algebricamente mínima.

SENAI 85
Tolerância Geométrica

Para calcular o valor do desvio usando a semelhança de triângulo, as distâncias L1 e


L2, que correspondem, respectivamente, ao comprimento do elemento tolerado e à
distância entre os relógios comparadores, também devem ser conhecidas.

O cálculo do desvio de inclinação é dado pela mesma fórmula:

M1 - M2 x L1
Di =
L2

Tolerância de inclinação de uma superfície em relação a uma linha de referência


A peça a seguir apresenta uma face circular oblíqua, tolerada quanto à inclinação em
relação ao eixo longitudinal da parte cilíndrica da peça, tomado como elemento de
referência.

O campo de tolerância, dentro do qual deve situar-se a superfície oblíqua efetiva da


peça, é definido por dois planos paralelos, afastados 0,1mm um do outro, que formam
com o eixo longitudinal da peça um ângulo de 75º.

86 SENAI
Tolerância Geométrica

Para verificar o desvio de inclinação, neste caso, é necessário simular a linha de


referência do furo por meio de um mandril cilíndrico justo. O mandril deve ser apoiado
sobre um suporte fixo e um suporte ajustável de modo que a linha de referência fique
paralela à superfície plana de um desempeno. Vista de cima, a linha de referência
deve ficar perpendicular à aresta inferior da superfície inclinada. A peça deve ser
travada para evitar deslocamento axiais.

A superfície de apoio do relógio comparador deve formar um ângulo de 75º exatos em


relação à superfície plana do desempeno. O relógio comparador deve ser
movimentado em múltiplas direções, sobre a superfície tolerada. O desvio de
inclinação corresponde à amplitude máxima dos desvios registrados pelo ponteiro do
relógio comparador.

Tolerância de inclinação de uma superfície em relação a uma superfície de


referência
No desenho a seguir, a base da peça foi escolhida como superfície de referência e a
tolerância de inclinação, de 0,08mm, foi especificada na face inclinada. O ângulo ideal
entre as duas superfícies é de 40º.

SENAI 87
Tolerância Geométrica

O campo de tolerância, dentro do qual deve estar contida a superfície inclinada efetiva
da peça, corresponde à região limitada por dois planos paralelos, distantes 0,08mm um
do outro, e que formam com a base da peça um ângulo de 40º.

Para verificação é necessário dispor


de uma mesa de seno ou um
dispositivo preparado com um ângulo
de 40º. A superfície de referência
deve ser apoiada sobre a superfície
plana inclinada do dispositivo.

A peça deve ser movimentada até que se obtenha a menor amplitude do desvio
registrado pelo relógio comparador para anular a influência dos desvios de paralelismo
provocados pelo posicionamento incorreto da peça no dispositivo. Em seguida, o
relógio comparador deve ser movimentado em múltiplas direções sobre a superfície
tolerada. O desvio de inclinação corresponde à amplitude máxima registrada pelo
ponteiro do relógio comparador.

Até aqui foram analisados todos os casos previstos na norma técnica para
especificação de tolerância de orientação nos desenhos técnicos. No próximo capítulo
serão analisados os diferentes tipos de tolerância de posição.

88 SENAI

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