Sei sulla pagina 1di 10

406

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

O GOLEIRO DE FUTEBOL:
UMA VISÃO A PARTIR DA PRAXIOLOGIA MOTRIZ

Cesar Vieira Marques Filho1, Antonio Guilherme Schmitz Filho1


João Francisco Magno Ribas1, Otávio Baggiotto Bettega2

RESUMO ABSTRACT

O goleiro de futebol é caracterizado por uma The football goalkeeper: a vision from motor
série de peculiaridades em relação aos demais praxiology
jogadores, conforme previsto nas regras.
Decorrente disso, muitas vezes ele é The football goalkeeper is characterized by a
visualizado de maneira fragmentada do series of peculiarities in relation to the other
contexto do jogo e seu processo de players, as provided in the rules. As
treinamento ocorre de forma muito particular consequence, he is often seen in a fragmented
em relação ao restante da equipe, centrado na way from the context of the match, and his
repetição e aprimoramento de gestos técnicos. training process takes place in a very particular
Para contrapor esta concepção, a presente way in relation to the rest of the team, focused
pesquisa realiza uma análise a respeito da on the repetition and improvement of technical
atuação do goleiro a partir da lógica interna do gestures. In order to counter this conception,
futebol, propondo implicações para o seu the present research analyzes the
processo de treinamento. Esta é estruturação goalkeeper's performance from the internal
é realizada a partir de uma pesquisa teórica, logic of football, proposing implications for his
utilizando os instrumentos da Praxiologia training process. This structuring is carried out
Motriz, os quais apontam a participação do based on a theoretical research, using the
goleiro nos aspectos comunicacionais do jogo tools of the Motor Praxeology, which points out
bem como o restante dos participantes. Neste the participation of the goalkeeper in the
sentido, a Ação Motriz do goleiro só tem communicational aspects of the game as well
sentido a partir das demandas que o jogo as the rest of the participants. In this regard,
apresenta, precisando ser desenvolvidas a the motor actions of the goalkeeper only make
partir da especificidade das situações que sense as of the demands that the game
emergem no futebol e da necessidade de presents, needing to be developed based on
leitura e adaptação do goleiro a cada momento the specificity of the situations that emerge in
do jogo, no contexto de interação entre football and the need of reading and
companheiros e adversários. O elemento adaptation of the goalkeeper in each moment
opositivo ganha relevo na participação do of the match, in the context of interaction
goleiro no jogo, devendo ser central no among teammates and opponents. The
processo de treinamento ao passo que opposing element gains importance in the
proporciona os aspectos de imprevisibilidade participation of the goalkeeper in the match,
presentes no jogo. and should be central to the training process
as it provides the aspects of unpredictability
Palavras-chave: Esporte. Comunicação. present in the match.
Treinamento.
Key words: Sports. Communication. Training.

E-mail dos autores:


1-Universidade Federal de Santa Maria, Santa cesarvmf@hotmail.com
Maria-RS, Brasil. otavio.b.bettega@gmail.com
2-Universidade de Campinas, Limeira-SP, schmitzg@gmail.com
Brasil. ribasjfm@hotmail.com

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
407

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

INTRODUÇÃO Para que se possa compreender os


elementos relacionados ao goleiro a partir de
A função exercida pelo goleiro, nos uma perspectiva sistêmica do jogo de futebol,
diferentes esportes, vem atrelada a uma série necessita-se de uma base de conhecimento
de particularidades quando comparada aos científico que venha a analisar a lógica interna
demais jogadores. No Futebol, é o único caso da modalidade.
onde existem regras específicas para uma Tal possibilidade é disposta através
determinada posição (Carlesso, 1981). dos instrumentos propostos pela Praxiologia
É o único jogador que pode pegar a Motriz. Oriunda da França na década de 1960,
bola com as mãos (dentro de sua área), que com autoria de Pierre Louis Parlebas,
tem limite de tempo com a posse de bola apresenta-se como a “Ciência da Ação Motriz
(caso segure a bola com as mãos ou receba e especialmente das condições, modos de
passe de um companheiro) e sem o qual não funcionamento e resultados de seu
pode se iniciar uma partida (Paoli, Grasseli e desenvolvimento” (Parlebas, 2001, p.354).
Nasser, 2006). O seu objeto de estudo baseia-se nas
Segundo Paoli (2002), nas últimas ações que emergem do jogo, considerando o
décadas foi a posição que mais evoluiu no que surge das manifestações dos jogos e
futebol. A participação mais incisiva de alguns esportes como a Ação Motriz (Parlebas, 1987).
goleiros, tanto na composição defensiva Uma compreensão mais contextual da
quanto ofensiva, apresenta uma óptica participação do goleiro no jogo também gera
diferente para sua atuação, que vai além da implicações para o seu processo de
simples defesa direta da baliza. A exemplo, treinamento.
cita-se os alemães Manuel Neuer e Marc Ter Neste sentido, a presente pesquisa
Stegen, que frequentemente realizam objetiva, a partir dos conhecimentos propostos
coberturas defensivas e auxiliam na pela Praxiologia Motriz, compreender como se
manutenção da posse de bola em suas dá a atuação do goleiro a partir da lógica
equipes. interna do futebol, visando apresentar insumos
O goleiro está incluso no ambiente para o processo de treinamento dos jogadores
caótico do jogo de futebol, que se caracteriza que ocupam esta posição.
por seu dinamismo e complexidade, dentro do
qual emergem possibilidades de ação a todo o MATERIAIS E MÉTODOS
momento (Garganta e Cunha Silva, 2000;
Jiménez e Gorostiaga, 2015). O presente estudo é construído a
É constituído um contexto repleto de partir de uma pesquisa teórica de caráter
aleatoriedade, no qual predomina a variedade qualitativo. É disposta como uma pesquisa
dos acontecimentos, acarretando um caráter descritiva propositiva, sendo que o centro das
de imprevisibilidade às situações que ocorrem análises estará especialmente na
no jogo (Bettega e colaboradores, 2016; interpretação dos conteúdos a partir da
Fernandes Malta, 2012). construção de procedimentos adequados para
Nessa perspectiva, torna-se tal (Thomas, Nelson e Silverman, 2007).
necessário repensar o processo de treino A pesquisa utiliza os instrumentos de
desenvolvido com os goleiros. análise de jogo e esporte propostos pela
Os parâmetros que estruturam o Praxiologia Motriz para compreender as Ações
processo de treinamento do goleiro e sua Motrizes do goleiro de futebol a partir da lógica
atuação no jogo também contêm distinções interna do jogo. O principal instrumento de
em relação às demais posições (Leal, 2000). análise será baseado nas Universais dos jogos
Muitas vezes o goleiro é concebido esportivos coletivos.
como uma peça à parte, fragmentado do Segundo Parlebas (2001, p. 463), são
contexto do jogo. “modelos operativos que representam as
Desse modo, por vezes recebe menor estruturas básicas de funcionamento de todo
relevância tática e coletiva, assim como jogo esportivo e que contém sua Lógica
grande parte do processo de treinamento Interna”.
ocorre separado do restante dos jogadores, Segundo Lagardera Otero e Lavega
ministrado por um profissional especializado Burgués (2003) as universais apresentam uma
(preparador de goleiros). estruturação capaz de analisar a lógica interna

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
408

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

dos jogos, a partir dos sete principais aspectos (Parlebas, 1999), é a classe de atitudes,
que a constituem. São eles: mímicas, gestos e comportamentos motores
postos em prática para transmitir pergunta,
Rede de comunicação indicação ou ordem tática e relacional,
substituindo as palavras (Parlebas, 2001).
Diz respeito às interações motrizes O Código Gestêmico (ou
instrumentais entre os participantes, simplesmente “gestemas”) diz respeito às
caracterizando como fenômeno maior na formas de comunicação gestual que facilitam
tarefa (Ribas, 2014). as ações de relação entre os jogadores
Conforme Parlebas (2001), a natureza (Ribas, 2014).
social do jogo se baseia na rede de Segundo o mesmo autor, são muito
comunicação que qualquer jogo contém. utilizados na fase de iniciação, entretanto, no
Parlebas (1976) aponta que o alto rendimento, ocorrem de forma menos
desempenho depende diretamente da corriqueira, dada a facilidade de leitura por
comunicação dos jogadores, sendo que a parte do adversário.
conduta de cada jogador é sempre
comunicativa. Eles não podem decidir quando Código praxêmico
iniciar ou terminar a comunicação, porque todo
o comportamento motor funciona como um Diz respeito aos praxemas,
sinal (Jiménez e Gorostiaga, 2015). considerados como comportamentos de “pré-
No futebol, caracterizam-se dois tipos ação”, com uma mensagem tática ou
distintos de interação: situações de relacional (Lagardera Otero e Lavega Burgués,
comunicação e contracomunicação motriz, 2003).
estabelecidas através de mensagens Correspondem à conduta motriz
transmitidas a companheiros e adversários interpretada como um signo, constituindo-se
(Lagardera Otero e Lavega Burgués, 2003). no próprio comportamento observável de um
Cada jogador é portador de jogador (Parlebas, 2001). Conforme Sampedro
mensagem e elas devem ser passadas de Molinuevo (1996) pode-se definir como ações
forma mais clara possível aos companheiros, que tem como significado ou intencionalidade
ao passo que, simultaneamente, devem conter serem mensagem prévia da execução de uma
um caráter de dificuldade para serem interação motriz
decodificadas pelos adversários (Ribas, 2014). Os praxemas estão diretamente
relacionados com o processo de tomada de
A rede de interação de marca decisão, pois são indicadores da Ação Motriz
conseguinte.
Irá centrar a análise sobre as formas Segundo Ericsson (2003), os
de pontuar no jogo. No Futebol, se classifica jogadores peritos são melhores na captura
como uma rede opositiva, visto que o objetivo precoce de indicadores relevantes da tarefa.
é fazer o gol na baliza que está sendo Portanto, uma leitura praxêmica
defendida pela equipe adversária e defender a aprimorada permite, por parte do atleta, uma
própria baliza. adequada orientação para os indicadores mais
relevantes, utilizando determinadas in-
Sistema de pontuação formações que emergem relativamente cedo
no cenário e que, via relações probabilísticas,
Corresponde a forma com que essa permitem predizer o resultado da ação
pontuação é organizada no sentido de ganhar (Ericsson, 2003).
ou perder um jogo (Parlebas, 2001).
No futebol, vence a partida a equipe Sistema de papel
que marcar o maior número de gols até o
término do tempo de jogo. Permite desvelar os distintos papéis
adotados pelos jogadores e as mudanças
Código gestêmico possíveis entre eles. Segundo Parlebas (2001,
p. 132) os papéis são “classes de
São posturas e gestos convencionais comportamentos motores associadas a um
que transmitem uma pretensão ou indicação regulamento preciso, em um jogo esportivo.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
409

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

Todo papel sociomotor está associado a um companheiros e adversários. Sendo o aspecto


estatuto que codifica a prática”. comunicacional elemento central no jogo, é no
A definição dos papéis pode ser âmbito das interações estabelecidas
realizada seguindo diferentes critérios. Nos coletivamente que ele se constitui (Parlebas,
jogos esportivos coletivos, frequentemente se 2001).
utiliza o critério a partir da posse de bola. O goleiro deve ter a capacidade de
Assim, os papéis se caracterizam por: jogador compreensão das diferentes situações que o
com bola, jogador sem bola da equipe que jogo apresenta, utilizando-se de leituras
detém a posse e jogador da equipe que não práxicas para maximizar o desempenho
detém a posse (Hernandéz Moreno, 2000). coletivo com os companheiros, bem como
reconhecer e adaptar-se aos padrões
Sistema de subpapel adversários.
O goleiro tem as mesmas
Aborda as Ações Motrizes possíveis a responsabilidades coletivas que os demais no
serem efetuadas pelo jogador de acordo com contexto dos onze jogadores que se
o seu papel. Portanto, os jogadores que comunicam entre si e se contracomunicam
possuem o mesmo papel motor têm o mesmo com onze jogadores adversários. A figura 1
leque de Ações Motrizes como possibilidade expõe a Rede de Comunicação do futebol.
de utilização. Representam a sequência motriz Neste contexto, o goleiro ganha relevo
de um jogador, considerada como uma como principal responsável por defender a
unidade básica de comportamento estratégico baliza, na qual ressalta-se, nesse processo, a
(Lagardera Otero e Lavega Burgués, 2003). importância da relação opositiva com os
Os papéis mudam a todo o momento adversários. Ele terá de realizar leituras sobre
durante o jogo e, portanto, os subpapéis o adversário, buscando identificar indicadores
também se alteram frequentemente, exigindo das suas ações a fim de antecipar-se à
atenção por parte dos participantes. Por serem situação que o jogo apresenta, adaptando
desenvolvidos a partir dos papéis, são mais suas condutas da melhor forma possível.
numerosos e apontam as maneiras diretas do Desta forma, terá de otimizar suas
participante atuar no jogo (Lavega Burgués, tomadas de decisão a partir da situação-
2008). problema disposta em determinado momento.
Para além da execução qualificada de gestos
O Goleiro e as Universais dos Jogos técnicos, o goleiro deve ter aprimorada
Esportivos Coletivos capacidade de leitura e decodificação de
mensagens transmitidas motrizmente pelos
Bem como os demais jogadores, o adversários. Passa a ser o último e principal
goleiro está incluído na Rede de Comunicação jogador para evitar o gol da equipe adversária,
do futebol e também será portador de sendo o jogador chave na relação opositiva de
mensagem, da mesma forma que terá de marca.
realizar leituras práxicas sobre os

Fonte: Adaptada de Díaz (2015).


Figura 1 - Rede de Comunicação do futebol.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
410

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

O goleiro também pode participar no de troca de papéis, que mudam a todo


processo de organização ofensiva, seja nas instante. O goleiro também exerce os papéis
reposições de bola ou como opção de passe de jogador com a bola, jogador sem a bola da
na manutenção da posse de bola. equipe que detém a posse e jogador da
Segundo Castelo (2004), pode se dar equipe que não detém a posse, devendo estar
de duas formas: no ataque-posicional, no qual preparado para atuar em cada um deles.
realiza passes curtos originalmente em seu É de suma importância para uma
campo de defesa e no contra-ataque, por meio equipe que todos os seus jogadores
de passes longos. Ainda, ressalta-se os contribuam coletivamente, independentemente
goleiros que contribuem marcando gols, do papel que assumam em cada momento do
geralmente provenientes de situações de bola jogo. O goleiro deve estar apto a jogar com a
parada (faltas e pênaltis). posse de bola, bem como sem a mesma
Conforme Carlesso (1981), o goleiro (Voser, Guimarães e Ribeiro, 2006).
tem a necessidade de participar ativamente A participação na organização
orientando a equipe durante uma partida. Por defensiva quando a equipe não detém a posse
posicionar-se de frente para toda extensão do da bola ganha relevo, visto que o goleiro pode
campo de jogo, tem a possibilidade de realizar ações para além da defesa direta da
visualizar com mais facilidade o panorama do baliza, como coberturas, fechamento de linhas
jogo e a disposição de companheiros e de passe e interceptações de bola.
adversários. O goleiro deve comunicar-se a Ao exercer o papel de jogador sem a
todo instante com os companheiros, bola da equipe que detém a posse, o goleiro
transmitindo informações que venham a também pode contribuir na construção de jogo,
contribuir com a organização da equipe estabelecendo linhas de passe, apresentando-
(Guimarães e colaboradores, 2014). Tais se como opção ao jogador que tem a bola e
orientações podem ocorrer de forma verbal, contribuindo para a manutenção de sua posse.
bem como através da utilização de gestemas. Para uma organização didática da
Quanto ao Código Praxêmico atuação do goleiro no jogo, estrutura-se a
expresso no futebol, o goleiro deve ter a mesma a partir de três principais momentos, a
capacidade de compreender o significado fim de sistematizar as Ações Motrizes
tático dos movimentos dos outros jogadores essências exercidas por ele.
(companheiros e adversários), ou seja, Cabe ressaltar que o goleiro tem um
aprender a decifrar os praxemas no jogo. Os leque muito vasto de Ações Motrizes como,
praxemas possuem significados diferentes de por exemplo, podendo driblar, fintar e finalizar
acordo com quem os está produzindo e, a gol. Entretanto, a presente proposta busca
portanto, os jogadores com mais habilidade enfatizar as Ações Motrizes particulares do
para decifrar-los terão melhor desempenho em goleiro, que são centrais para que o mesmo
uma determinada situação de jogo (Jiménez e atue no jogo. Tal estruturação vem
Gorostiaga, 2015). apresentada da seguinte forma (Quadro 1).
A leitura e interpretação das condutas A partir situações motrizes expressas
dos companheiros e adversários proporcionará nestes distintos momentos do jogo, emergem
ao goleiro a capacidade de antecipar-se às as Ações Motrizes centrais efetuadas pelo
suas ações. Logo, terá maior êxito ao goleiro. Desta forma, propõe-se a estruturação
contribuir coletivamente, como ao realizar uma abaixo para ilustrar essas Ações Motrizes.
cobertura defensiva cooperando com um Cada Ação Motriz será executada de
companheiro. Também terá maiores forma distinta, a partir da situação na qual a
indicativos das formas de finalização do mesma irá intervir e de acordo com as
adversário à baliza, podendo preparar-se interações entre os participantes.
antecipadamente para realizar a defesa Entretanto, cada Ação Motriz pode ser
(Souza e colaboradores, 2013). caracterizada a partir de alguns parâmetros. A
Tais elementos ocorrem pegada consiste em agarrar a bola com ambas
independentemente do papel exercido pelo as mãos (Leal, 2000) e pode ser alta, média
goleiro no jogo e, tendo em conta que os ou baixa, de acordo com o plano onde é
papéis são definidos a partir do critério que diz realizada em relação à bola (Souza e
respeito à posse da bola, existe uma dinâmica colaboradores, 2013; Domingues, 1997).

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
411

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

Quadro 1 - Momentos do goleiro no jogo.


Defesa da baliza Saídas de gol Construção ofensiva
Diz respeito tanto a reposição de bola
Caracteriza-se pelas Ações São constituídas por Ações
realizada com os pés ou mãos,
Motrizes executadas pelo goleiro a Motrizes relacionadas às saídas de
quanto a participação do goleiro na
fim de defender diretamente sua gol a fim de interceptar passes,
dinâmica de passes e manutenção
baliza, mediante uma finalização. cruzamentos e realizar coberturas.
de posse de bola da equipe.

Defesa da Construção
Saída de gol
baliza ofensiva
Pegada Pegada Passe com os

Espalmada
Soco
Encaixe
Passe com as
Recursos Cobertura mãos

Figura 2 - Ações Motrizes do goleiro.

O encaixe, por sua vez, é Em relação às saídas do gol, o goleiro


caracterizado como uma defesa realizada ainda pode realizar coberturas. Nesta ação, o
sobre a bola no plano da cintura do goleiro, objetivo é cortar um lançamento a um
onde se utiliza as mãos e antebraços servindo adversário que progride em direção à baliza
de “trilhos” que conduzem a bola até a altura defendida (Gonçalves e Nogueira, 2006).
do peito (Leal, 200), enquanto a espalmada Conforme Souza e colaboradores
trata-se de uma defesa onde o goleiro não (2013) a cobertura é de suma importância para
necessita segurar a bola, apenas alterando impedir que o atacante se coloque em
sua trajetória para impedir o gol (Carlesso, condições de finalizar a gol.
1981). A Ação Motriz expressa pelos O momento de construção ofensiva,
“recursos” engloba as mais variadas formas por sua vez, diz respeito às ações de passe.
com que o goleiro pode realizar uma defesa, a Segundo Carlesso (1981), os passes
exemplo do uso dos pés. devem ser executados com objetividade,
Relativo às saídas do gol, as bolas direcionando a trajetória da bola para um
aéreas são constantes no futebol, onde os jogador em melhor situação de jogo.
cruzamentos objetivam proporcionar Domingues (1997) expõe que os
finalizações de cabeça. O goleiro, a fim de passes do goleiro devem ser realizados com
impedir que os cabeceios ofensivos ocorram, velocidade e qualidade para seu companheiro,
pode tentar interceptar esses cruzamentos, contribuindo à construção de uma situação de
seja agarrando a bola ou afastando-a por meio ataque.
de um soco (Domingues, 1997; Marcellus, Conforme Souza e colaboradores
2004). (2013), o goleiro deve ter uma percepção
Segundo Leal (2000) o soco pode ser precisa sobre o posicionamento de seu
realizado com uma ou duas mãos, golpeando companheiro no momento de repor a bola em
a bola com o intuito direcioná-la para fora do jogo.
campo de jogo, para o lado ou para cima.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
412

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

Gonçalves e Nogueira (2006) baliza, mesmo que tal situação passe por uma
destacam a importância do goleiro possuir série de atitudes cooperativas (Lagardera
qualidade para jogar tanto com os pés quanto Otero e Lavega Burgués, 2003).
com as mãos, a fim de estar apto a realizar as Desta forma, cada Ação Motriz detém
diferentes formas da Ação Motriz do passe. um aspecto que predomina no sentido dado à
Desta forma, o goleiro pode ser ela (cooperar ou opor-se). Essa predominância
considerado o último defensor e o primeiro não descarta a outra forma de interação
atacante da equipe (Guimarães e presente, entretanto apresenta qual é
colaboradores, 2014). majoritária no significado atribuído a Ação
Ressalta-se que todas as Ações Motriz. Tal análise permite compreender um
Motrizes citadas acontecem dentro de um pouco mais das características de cada ação.
contexto de cooperação e oposição, portanto Deste modo, apresenta-se a
estão sempre relacionadas com esses estruturação das Ações Motrizes essenciais do
elementos, sendo influenciadas por eles e goleiro a partir de um critério de
influenciando-os. predominância cooperativa ou opositiva.
Da mesma forma que a Rede de Algumas Ações Motrizes do goleiro
Interação de Marca do futebol é compreendida apresentam-se como predominantemente
como de oposição, pois essa questão é opositivas, enquanto outras ganham relevo
predominante pelo fato que se deve superar o pela cooperação. Neste sentido, ao se
adversário que se coloque a bola em sua quantificar esses elementos (Figura 4).

Figura 3 - Ações Motrizes do goleiro e a predominância de interações.

Figura 4 - Ações Motrizes do goleiro e as interações.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
413

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

Percebe-se que a maioria das Ações proporcionar o desenvolvimento dessas


Motrizes do goleiro são predominantemente competências.
opositivas. A interação com o adversário Neste sentido, é de suma importância
emerge como elemento central para as que o goleiro treine a leitura e interpretação
intervenções do goleiro no jogo. Entretanto, a das condutas dos demais jogadores.
maior parte do treinamento dos goleiros ocorre Entretando, frequentemente tem-se
de forma individual, separada dos demais como principais atividades do treinamento de
jogadores da equipe (Leal, 2000). goleiro defesas sobre finalizações com
Também é comum priorizar-se um direções pré-estabelecidas. A ênfase na
treinamento de caráter analítico, enfatizando a correção de gestos técnicos, realizando
correção de movimentos. Frequentemente, o defesas em finalizações já indicadas pelo
goleiro conta com um profissional que trabalha treinador de goleiros, nega a leitura praxêmica
com ele especificamente, o preparador de que o goleiro deveria realizar.
goleiros, que auxilia na formação do atleta Atividades que agreguem situações
(Gomes, 2011). Todavia, a prioridade dada a onde existe um adversário que irá finalizar a
este tipo de atividade não condiz com as gol de forma aleatórioa, conforme o mesmo
demandas do futebol, afastando o processo de decidir, solicitará do goleiro a necessidade de
treinamento da especificidade do jogo. leitura, bem como a adaptação de seus gestos
técnicos de acordo com a situação que o jogo
Implicações ao Processo de Treinamento apresenta, atribuindo um sentido tático e
de Goleiros contextual às Ações Motrizes do goleiro.
Portanto, o processo de treinamento
Sendo no âmbito coletivo que se do goleiro deve conter, como aspectos
configura o futebol, os diferentes centrais, a especificidade do futebol e a
constrangimentos provenientes das interações preparação através das demandas
cooperativas e opositivas irão proporcionar apresentadas no jogo. O refino técnico não
situações diferentes e imprevisíveis ao longo pode ser descontextualizado dos atributos
do jogo. As Ações Motrizes do goleiro táticos. O conceito de Ação Motriz vem a
emergem deste panorama, ao passo que só evidenciar a indissociabilidade destes
têm sentido relacionadas com o contexto do elementos.
jogo. As Ações Motrizes de qualquer
Conforme Ribeiro e Voser (2011), para esporte emergem a partir de sua lógica
além dos fundamentos técnicos, o interna. Elas se concretizam a partir das
conhecimento tático do goleiro é peça regras instituídas e das interações entre os
importante tanto na ação defensiva quanto participantes (Ribas, 2014).
ofensiva de sua equipe. O goleiro tem uma série de Ações
Weineck (1994) expõe que a instrução Motrizes particulares, executadas apenas por
técnico-tática deve ser iniciada o mais cedo ele, conforme estabelecido pelas leis que
possível, proporcionando uma formação regulamentam o futebol.
técnico-tática polivalente e assimilação de um Entretanto, essas ações contêm as
repertório vasto de movimentos. mesmas características das realizadas pelos
A leitura sobre adversários e demais jogadores, no que tange sua origem a
companheiros, a tomada de decisão e as partir das demandas que o jogo apresenta.
soluções a serem encontradas para as Pensar as Ações Motrizes do goleiro
situações-problema expressas no jogo são o fragmentadas das situações de jogo é negar o
ponto central para o desenvolvimento do seu sentido. A execução qualificada de gestos
goleiro. Os gestos técnicos aprimorados só motores será de grande importância, desde
terão eficácia quando devidamente aplicados que aplicada de forma eficiente para
ao jogo, refletindo no aspecto comunicacional solucionar os problemas expressos no jogo.
presente a todo instante. O goleiro está inserido na rede de
Segundo Jiménez e Gorostiaga comunicação práxica bem como os demais
(2015), o processo de treinamento das jogadores. Terá as mesmas condições de ler
capacidades de leitura praxêmica é longo e as mensagens passadas entre os atletas e
complexo, exigindo uma série de ações também será portador de suas próprias
didáticas, como modificações do jogo para mensagens, consequentemente, também

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
414

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

passíveis de leitura por companheiros e 8-Garganta, J.; Cunha Silva, P. O Jogo de


adversários. Futebol: Entre o Caos e a Regra. Revista
Horizonte. Porto. Vol. 16. Num. 91. p.5-8.
CONCLUSÃO 2000.

Portanto, o seu processo de 9-Gonçalvez, G. A.; Nogueira, R. M. O. O


treinamento deverá ter por elemento central a Treinamento Específico para Goleiros de
especificidade do jogo, onde o goleiro não Futebol: Uma Proposta de Macrociclo. Revista
pode ser concebido como um jogador à parte. Estudos. Vol. 33. Num. 7/8. p.531-543. 2006.
O desenvolvimento de suas Ações
Motrizes deverá ocorrer a partir das interações 10-Gomes, F. V. A influência do treinamento
presentes no futebol, buscando aprimorar as de força nos níveis de impulsão horizontal e
leituras práxicas e o processo de tomada de vertical em goleiros de futebol de campo na
decisão, sempre direcionados pelas demandas fase da adolescência. Revista Brasileira de
que o jogo apresenta. Futsal e Futebol. Vol. 3. Num. 7. p.67-71.
2011. Disponível em:
REFERÊNCIAS <http://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/vi
ew/78/72>
1-Bettega, O. B.; Galatti, L. R.; Schmitz Filho,
A. G.; Tozetto, A. B.; Longarela, B.; Scaglia, A. 11-Guimarães, M. B.; Caldas, G. S. F.; Lima,
J. Planificación Táctica en el Fútbol: Aspectos R. C.; Paoli, P. B. As Posições do Futebol e
Generales y Específicos. E-Balonmano.com: Suas Especificidades. Revista Brasileira de
Revista Ciencias del Deporte. Vol. 12. Num. 1. Futebol. Vol. 2. Num. 7. p.71-83. 2014.
p.45-52. 2016.
12-Hernández Moreno, J. La Iniciación a los
2-Carlesso, R. A. Manual de Treinamento do Deportes desde su Estructura y Dinámica -
Goleiro. Rio de Janeiro. Palestra. 1981. Aplicación a la Educación Física Escolar y al
Entrenamiento Deportivo. Barcelona: Inde,
3-Castelo, J. A Organização Dinâmica do 2000.
Jogo. Lisboa. Edições FMH. 2004.
13-Jiménez, D. M.; Gorostiaga, R. M. S. Data
4-Díaz, R. D. Análisis Praxiológia de la Quality Control of an Observational Tool to
Dinámica de Juego em Fútbol: Lógica Externa Analyze Football Semiotricity. Cuadernos de
y Lógica Interna. Doutorado em Praxiologia Psicología del Deporte. Vol. 15. Num. 1. p.223-
Motriz, Educação Física e Treinamento 232. 2015.
Desportivo. Departamento de Educación
Física, Universidad de Las Palmas de Gran 14-Lagardera Otero, F.; Lavega Burgués, P.
Canaria. Las Palmas de Gran Canaria. 2015. Introducción a la Praxiología Motriz.
Barcelona. Paidotribo. 2003.
5-Domingues, A. Goleiro 100 Segredos.
Curitiba: Verbo, 1997. 15-Lavega Burgués, P. Classificação dos
Jogos, Esportes e as Práticas Motrizes. In:
6-Ericsson, K. A. Development of Elite Ribas, J. F. M. (Org.). Jogos e esportes:
Performance and Deliberate Practice: an fundamentos e reflexões da Praxiologia Motriz.
Update From the Perspective of the Expert Santa Maria. Editora da UFSM. p.8-104. 2008.
Performance Approach. In: Starkes, J.;
Ericsson, K. A. Expert Performance in Sports 16-Leal, J. C. Futebol: Arte e Ofício. Rio de
Advances in Research on Sport Expertise. Janeiro. Sprint. 2000.
Human Kinects, 2003
17-Marcellus, C. Goleiros.com. Disponível em:
7-Fernandes Malta, P. G. Caracterização da <www.goleiros.com.br> Acesso em:
Transição Defesa-Ataque de uma Equipe de 28/11/2016.
Futebol. Dissertação Mestrado em Ciências do
Desporto. Universidade da Beira Interior.
Covilha. 2012.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956
415

Revista Brasileira de Futsal e Futebol


ISSN 1984-4956 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b f f . c o m . b r

18-Paoli, P. B. Treinamento de Goleiros: 30-Weineck, J. Manual de Treinamento


Preparação Técnica e Tática. Viçosa. Canal Desportivo. São Paulo. Manole. 1994.
Quatro. 2002.

19-Paoli, P. B.; Grasseli, A.; Nasser, J. M. B.


Como Treinar uma Equipe de Futebol. Viçosa.
Canal Quatro. 2006. Endereço para correspondência:
Cesar Vieira Marques Filho.
20-Parlebas, P. Activités Physiques et General Câmara, 2107.
Éducation Motrice. Paris: Revue EPS, 1976. São Luiz Gonzaga-RS.
CEP: 97800-000.
21-Parlebas, P. Perspectivas para una
Educación Física Moderna. Unisport. Málaga.
1987. Recebido para publicação em 19/04/2017
Aceito em 19/06/2017
22-Parlebas, P. Jeux, Sports et Sociétés:
Lexique de Praxéolgie Motrice. Paris: Institut
du Sport et de L’éducation Physique. 1999.

23-Parlebas, P. Léxico de Praxiologia Motriz


juegos, deporte y sociedad. Barcelona.
Editorial Paidotribo. 2001.

24-Ribas, J. F. M. (Org.). Praxiologia Motriz e


voleibol: elementos para o trabalho
pedagógico. Ijuí. Editora da Unijuí. 2014.

25-Ribeiro, V. C.; Voser, R. C. Fatores


Motivacionais que Levam a Escolha da
Posição de Goleiro no Futebol.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos
Aires. Vol. 16. Num. 156. 2011.

26-Sampedro Molinuevo, J. Análisis


Praxiológico de los Deportes de Equipo: uma
Aplicación al Fútbolsala. Tese Doutorado em
Educação Física. Faculdad de Ciencias de la
Actividad Física y del Deporte, Universidad
Politécnica de Madrid. Madri. 1996.

27-Souza, W. C.; Souza, W. B.; David, L. M.;


Robles, A. R.; Mascarenhas, L. P.; Grzelczak,
M. T. Requisitos e Evolução da Preparação do
Goleiro. EFDportes.com, Revista Digital.
Buenos Aires. Vol. 18. Num. 183. 2013.

28-Thomas, J. R.; Nelson, J. K.; Silverman, S.


J. Métodos de Pesquisa em Atividade Física.
Porto Alegre. Artmed. 2007.

29-Voser, R. C.; Guimarães, M. G. V.; Ribeiro,


E. R. Futebol: História, Técnica e Treino de
Goleiro. Porto Alegre. EDIPUCRS. 2006.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, Edição Especial: Pedagogia do Esporte, São Paulo. v.9. n.35. p.406-415. Jan./Dez.
2017. ISSN 1984-4956

Potrebbero piacerti anche