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OBSERVAÇÕES
1. As ideias podem ser simples ou complexas.
Ideias simples: toda representação mental de uma impressão que
produz uma ideia que não pode ser decomposta.
Ideias complexas: toda ideia que pode ser decomposta em outras
simples.
2. O Método crítico
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Para verificar se uma ideia possui credibilidade, “devemos perguntar
de que impressão é derivada aquela suposta ideia”.
Toda e qualquer associação de ideias é um ato voluntário.
3. Impressões e ideias
As impressões são mais fortes que as ideias.
Existem diferentes graus de impressão. A fidelidade das ideias às
impressões depende da força das mesmas (impressões).
O HÁBITO
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O fato de observar a sequência repetitiva dos fatos nos faz esperar que
a sequência seja mantida, porém, por mais que um fenômeno se tenha
repetido nada nos garante que se repetirá novamente, assim, a
verdade é apenas provável.
OBSERVAÇÕES:
Revolução copernicana
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o Enquanto a metafísica antes admitia que “o nosso conhecimento devia
regular-se pelos objetos”, agora “devemos experimentar” e “admitir que
os objetos devem regular-se pelo nosso conhecimento” (CRP XVI).
o Os objetos adaptam-se ao conhecimento, não o conhecimento aos
objetos. (dicionário Kant).
A Razão
A razão é composta de duas estruturas: estrutura ou forma da sensibilidade e
a estrutura ou forma do entendimento.
A estrutura ou forma da sensibilidade “capta os dados” a partir da percepção
sensorial e a estrutura do entendimento os organiza.
A razão humana é uma estrutura sem conteúdo. É uma estrutura inata e
universal, portanto transcendente. É uma estrutura a priori.
A experiência fornece a matéria do conhecimento e o entendimento fornece a
forma (universal e necessária) do conhecimento.
Fenômeno e coisa em si
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No processo do conhecimento o ser humano não “assimila” de forma
“passiva” os objetos (realidade), ao contrário, participa de sua construção
mental (estrutura mental a priori).
O objeto do saber é construído pelo próprio ser humano a partir da
manifestação do objeto.
A coisa em si ou a realidade (noumenon) não pode ser percebida pela
sensibilidade, ou pelo entendimento, portanto, não pode ser conhecida.
“Não conheço a coisa em si, mas como ela aparece para nós”.
Percebemos a realidade a partir das formas a priori da sensibilidade: tempo e
espaço.
Organizamos estes dados a partir das formas do entendimento (categorias)
que são a priori e, a partir daí, emitimos juízos sobre a realidade.
Idealismo transcendental
Idealismo: o sujeito pensante é que dá a forma ao objeto, gerando o conhecimento.
Transcendente: é o termo usado por Kant, para descrever aqueles princípios que
“reconhecem transpor” os limites da experiência, em oposição aos princípios
imanentes “cuja aplicação está inteiramente dentro dos limites da experiência
possível” (CRP 296). Ex. Liberdade; Deus; imortalidade da alma; não é possível
falar de sua existência ou não pela razão pura, outrossim, pela razão prática.
Transcendental: uma forma de conhecimento, não dos próprios objetos mas dos
modos pelos quais somos capazes de conhecê-los, ou seja, as condições da
experiência possível.“chamo transcendental todo o conhecimento que está ocupado
não tanto com os objetos quanto com o modo de nosso conhecimento de objetos, à
medida que esse modo de conhecimento é possível a priori (CRP A 12).
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Permanecer na menoridade é deixar que outros pensem em seu lugar.
O sujeito é o único responsável para passar da menoridade para a
maioridade.
Os tutores, os que pensam pelos que estão na menoridade, não desejam que
estes atinjam a maioridade e tentam mantê-los na menoridade.
A maioridade se relaciona com a razão pública e a menoridade, com a razão
privada.
Capacidade de conhecer
Existem duas formas de conhecimento possíveis, o conhecimento empírico e o puro.
a) Conhecimento empírico: a posteriori = aquele que se refere aos dados fornecidos
pelos sentidos.
Conhecimento imanente
b) Conhecimento puro (a priori): que é anterior à experiência. Possui validade
universal e necessária.
Tipos de juízos
Quando afirmo ou nego um predicado a um sujeito estou emitindo um juízo.
Os Juízos podem ser classificados em juízos analíticos e juízos sintéticos.
a) Juízo Analítico: é aquele em que o predicado já está contido no sujeito. Ex. o
quadrado tem quatro lados. O triângulo possui três lados.
Serve para tornar mais claro o que já se conhece do sujeito. É sempre a priori
(possui validade universal e necessária).
Não amplia conhecimento.
b) Juízo sintético é aquele em que o predicado não está contido no sujeito, mas é
acrescentado a ele.
Amplia o conhecimento.
Pode ser a priori ou a posteriori.
a) Juízo sintético a posteriori: está ligado diretamente à experiência sensorial,
portanto, está condicionado ao tempo e ao espaço da experiência.
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b) Juízo sintético a priori: é universal e necessário; seu predicado acrescenta novas
informações ao sujeito; amplia o conhecimento; é o mais aceito pela ciência.
Ética
Parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e
princípios da vida moral.
Moral: conjunto de normas livres e conscientemente adotadas que visam a
organizar as relações das pessoas na sociedade em vista do bem e do mal.
Para Kant as normas morais não devem ser impostas por “nenhuma força”
externa. Devem ser fruto da razão esclarecida. O homem, guiado pela razão, deve
agir de acordo com o dever, reconhecido pelo livre uso da razão e não ligada aos
desejos individuais e sensíveis.
A única regra, ou imperativo, a ser seguido quando da elaboração de um
princípio moral é “age de tal forma que o princípio moral de tua ação possa tornar-se
uma lei universal.”
O que se fala ou faz pode ser feito por qualquer pessoa sem trazer prejuízo a
ninguém.
A ação moral trata a pessoa do outro como fim e não como meio.
O fim (deve ser) é a felicidade da pessoa, que não pode ser usada como meio
para satisfazer os seus desejos.
Devemos agir por dever e não por interesse, portanto, devemos evitar agir por
inclinação (segundo nossas inclinações, instintos, desejos), bem como agir conforme
o dever (fazer o que é certo para evitar punições, ou para receber recompensas),
pois, desse modo, estaríamos utilizando nossas ações não como fim, mas como
meio. Devemos agir por dever, ou seja, fazer o bem em si, conforme nos mostra o
imperativo categórico.
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Estava fragmentada em inúmeros Estados (principados ou repúblicas)
sujeitos a disputas internas e a hostilidades entre cidades vizinhas.
Nesta Itália dividida e por vezes dominada por nações estrangeiras, viveu
Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) na república de Florença.
Os príncipes dos Estados italianos se apoiam nos condottieris.
A família Médici governava a república florentina, porém, por dez anos, essa
família foi afastada do governo e em seu lugar governou o republicano
Soderini.
o Desse governo participou Nicolau Maquiavel.
Quando Soderini foi deposto, os Médici voltaram à vida política e Maquiavel
caiu em desgraça.
No contexto de sua “desventura” política é que Maquiavel escreveu “O
Príncipe”.
O PRÍNCIPE.
Maquiavel afirma (a um amigo) que irá falar como as coisas são e não como
as coisas deveriam ser.
Em 1513 dedicado a Lourenço de Médici.
O que importa é a conquista e a manutenção do poder.
o Para conquistar e manter o poder, são necessárias a virtù e a fortuna.
VIRTÙ: virtude = força, valor, qualidade de lutador, guerreiro. Capacidade de
realização de grandes obras ou de edificar a História, enfim, a capacidade de
agir conforme as circunstâncias.
FORTUNA (SORTE) = ocasião; acaso; sorte.
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Maquiavel questiona a moral vigente na Idade Média, pois, no período
medieval, o mais importante era a salvação da alma, assim, o príncipe de
virtude deveria pautar as suas ações a partir da moral cristã: viver a justiça, a
verdade, praticar o bem; por isso, o Estado não devia violar a moral natural.
Maquiavel propôs um novo paradigma para a moral: a moralidade como
resultado. Não negou a moral, mas, sim, estabeleceu uma nova moral, cujo
valor ético está no resultado e não na ação.
Observações.
Príncipe não deve apoiar-se em valores preestabelecidos, mas agir com
vistas aos resultados reais de suas ações.
O critério para definir o que é ou não moral é a conquista ou manutenção
do poder: A coerção, a guerra, a espionagem, a violência, a mentira
podem ser legítimos se isso possibilitar a manutenção do poder e do bem
público.
Maquiavel combate a tirania, pois o tirano age com violência, por capricho
e pelo bem individual. A violência só se justifica quando for absolutamente
necessária.
O Príncipe de virtù deve ser capaz de distinguir a moral pública da moral
privada: o homem de ação política eficaz não deve ficar preso a nenhuma
moral pré-fixada: Não pode tomar decisões que envolva o governo, o
poder público, tendo por base uma moral privada.
A ética política deve ser revista conforme as circunstâncias: a “razão de
Estado” coloca as ações acima das normas.
A ação política deve ser independente da religião: Maquiavel defende a
autonomia do Estado.
Existe uma controvérsia sobre Nicolau Maquiavel, em especial suscitada
pelas suas principais obras, “O Príncipe” e : “Comentários a primeira década
de Tito Lívio”.
o Na primeira, parece defender o absolutismo.
o Na segunda, defende a republica.
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o Hoje se acredita que Maquiavel prevê dois estágios para a ação do
Príncipe: para conquistar a estabilidade, unificar a Itália, enfim, para
conquistar e manter o poder justifica-se o absolutismo, mas, alcançada
a estabilidade, é possível e desejável a república.
o O governo deve desenvolver leis, possuir um norte e não agir por
capricho.
Defende uma política realista: mostra como o homem age de fato (não como
diz agir). – “não vou falar sobre republicas e principados que nunca se viu”...
(comentar e relacionar com Platão).
Defende o utilitarismo: ação eficaz e imediata.
A legalidade ou não da ação esta no resultado alcançado.
Não analisa “como deve ser mais como é”.
OS CONTRATUALISTAS
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Por desejarem a paz, ter direito à paz e à vida, mas ser marcado pelo caráter
beligerante, os homens resolvem abdicar do poder de conduzir a si mesmos com
total liberdade, para, mediante um pacto, darem origem ao Estado artificial.
No Estado artificial, a vontade de todos é transferida para um homem ou uma
assembleia de homens de maneira irrevogável.
O poder do soberano deve ser absoluto, isso é, sem limites. A transferência do
poder individual ao soberano deve ser total, do contrário, a paz e a vida estariam
ameaçados.
Tudo o que o soberano faz é resultado do investimento da autoridade consentida
pelo súdito, é correto e não pode ser contestado. É o Leviatã.
O soberano garante o seu poder, a manutenção do pacto, pela força “Os pactos
sem a espada não são mais que palavras”.
O Soberano não pode ser destituído, punido ou morto. Tem o poder de
prescrever as leis, escolher os conselheiros, julgar, fazer a guerra e a paz,
recompensar e punir. Controlar as opiniões e doutrinas contrárias à paz.
No estado de natureza, não existe o direito à propriedade privada. “Tudo é de
todos e nada é de ninguém” (Hobbes); mas, no Estado artificial, o soberano deve
garantir a posse da propriedade privada.
Como o poder do soberano é sem limites, nada do que ele fizer será imputado
como ilegal, ou injusto. Se possui poder ilimitado, não pode abusar do poder.
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O pacto que dá origem ao Estado Civil é celebrado, visando a garantir os
direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade.
A função do Estado é garantir os direitos naturais e, para esse fim, deve fazer
leis que regulem as relações entre os homens.
No Estado artificial, Locke considera o Legislativo o poder supremo, ao qual
deve estar subordinado o Executivo.
O Poder Executivo deve reunir-se todos os dias; o Legislativo, somente quando
houver necessidade.
Todos os homens são membros da sociedade civil, mas apenas os mais ricos
podem ter plena cidadania; a classe operária, não tendo bens, está submetida à
sociedade civil em virtude do suposto contrato original.
O pacto poderá e deverá ser refeito sempre que aqueles a quem os cidadãos
confiaram o poder não cumprirem a sua função: regular as relações entre os
homens e garantir os direitos naturais.
Propriedade privada é um direito natural, garantido pelo Estado artificial.
Locke considera propriedade tudo o que pertence a cada individuo, ou seja, sua
vida, sua liberdade e seus bens.
O trabalho do seu corpo é propriedade do individuo e o que dá legitimidade a
propriedade em sentido estrito (bens, patrimônio); assim sendo, o direito à
propriedade é ilimitado.
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deveriam ter acreditado, mas derrubado a cerca e tapado o fosso, contestando
os que cercaram “a propriedade”, afirmando que isso não é seu, ao contrário,
isso é nosso.
Mediante a criação da propriedade privada, alguns homens passaram a explorar
o trabalho de outros, gerando a escravidão e a miséria.
A propriedade privada é um falso contrato, pois coloca os homens sob grilhões.
Cria a desigualdade e gera diversos males. O falso contrato torna necessário o
estabelecimento de um novo contrato verdadeiro.
O contrato social, para ser legítimo, deve-se originar do consentimento
necessariamente unânime, em que cada associado se aliena totalmente, ou seja,
abdica sem reserva de todos os seus direitos em favor da comunidade.
O homem abdica de sua liberdade, mas sendo ele próprio parte integrante e ativo
do todo social, ao obedecer à lei, obedece a si mesmo e, portanto, é livre.
O homem é ativo (soberano) enquanto faz a lei e é passivo (súdito) enquanto a
cumpre.
A soberania inalienável pertence ao povo; ao povo todas as instituições devem
estar subordinadas.
Qualquer lei que não for ratificada pelo povo (vontade geral) é nula.
Rousseau preconiza a democracia direta ou participativa, mantida por meio de
assembleias frequentes de todos os cidadãos. Mas onde não houver
possibilidade de praticar esse tipo de democracia, deve ser implantada a
democracia representativa.
Na democracia representativa, o poder deliberativo pertence inalienavelmente ao
povo; o poder de representar não dá o poder de decidir no lugar do povo: o
governante está a serviço do povo e não o povo a serviço do governante.
A propriedade não existe no estado de natureza, mas passa a ser um direito
garantido pelo Estado artificial. O direito à propriedade deve ser limitado.
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Em 1798, época da Revolução Francesa, com 19 anos, Hegel não mais podia
aceitar a concepção metafísica da realidade, pois os pensadores dessa
corrente filosófica concebiam conhecimento como constituído de verdades
estáticas e intocáveis.
O processo revolucionário que marcou a sua época fez Hegel procurar
desenvolver um novo sistema filosófico, um novo paradigma, uma nova
concepção da História.
Para Hegel a História está em constante transformação, em um processo
ininterrupto de devir. Está mobilidade “perpétua” é justificada, por ser fruto do
pensamento que se modifica constantemente.
O mundo é a manifestação da razão (ideia), “o real é racional e o racional é
real”. “A História Universal é a manifestação da razão”.
A consciência interfere ativamente na construção da realidade; a realidade é
dinâmica, pois o pensamento é dinâmico.
O que provoca a constante mudança no pensamento (e consequentemente
na realidade) é a dialética.
A dialética é um processo que pode ser sintetizado da seguinte forma: “todas
as coisas morrem e da morte nasce uma nova vida”. Todas as coisas têm em
si a vida (tese), a morte (antítese) e a vida nova presente na morte (síntese).
o A vida tese (afirmação).
o A morte antítese (negação da afirmação).
o A vida nova presente na morte síntese (negação desta negação, ou
nova afirmação).
A dialética hegeliana fundamenta-se no embate e superação de contradições,
fazendo surgir uma nova tese, em um fluxo sem fim.
Espírito subjetivo (individuo): tese. O que faz mover = emoção, desejo,
imaginação, ideia.
Espírito objetivo (coletivo): antítese. = vontade geral expressa em leis,
normas, regras.
Espírito absoluto: síntese = Estado: história do povo feita a partir da
autoconsciência.
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FILOSOFIA HEGELIANA: PRÍNCIPIOS BÁSICOS
Marx fez uma crítica radical ao idealismo hegeliano, afirmando que Hegel
inverteu o determinante e o determinado. Para Marx, é a realidade material
que determina os conceitos e as representações mentais dessa realidade.
Segundo Marx, a história dos homens é a história da luta de classes, em que
uma faz o papel de dominante e a outra de dominada, assim, para entender a
sociedade, não devemos partir do que os homens dizem, imaginam ou
pensam, mas sim de como produzem. Como os homens se relacionam ao
transformarem a natureza e as relações entre eles.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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A mercadoria adquire valor superior ao homem.
O homem não se reconhece no que produziu, não participa do processo
produtivo.
O homem se desumaniza, vira mercadoria, vende sua força de trabalho.
IDEOLOGIA
Instrumento usado para que os não proprietários não consigam perceber a
realidade; para que não percebam a exploração a que são submetidos. As coisas
parecem ser como são por natureza (naturalização). As ideias da classe dominante
são universalizadas. Faz parecer que todos são livres e iguais. Encobre a realidade.
MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO:
Explicação da História a partir de fatores materiais, econômicos e técnicos, a
partir de um movimento dialético que se processa mediante a luta de classes.
Estrutura (Infraestrutura): designa o conjunto das relações do homem com
a natureza e dos homens entre si no que se refere às condições nas quais os
homens organizam o seu processo produtivo.
Superestrutura: sistema jurídico-político-ideológico, explicações teóricas para
a realidade.
NB: A estrutura (infraestrutura) quando é modificada, provoca transformações
na superestrutura = as condições históricas produzem as ideias. As condições
materiais determinam o pensamento. A História é movida pelas lutas de
classes, não é um movimento linear.
MODOS DE PRODUÇÃO.
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A maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas
relações de produção num dado momento histórico, ou seja, como a
sociedade se organiza para produzir (patriarcal; escravista; feudal; capitalista;
socialista).
Para entender a sociedade, devemos procurar entender como os homens se
organizam para produzir e como se relacionam nesse processo.
O modo de produção varia conforme as relações entre as forças produtivas:
instrumentos de produção; força de trabalho (experiência dos que manejam
os instrumentos); hábitos de trabalho.
Relações de produção: relacionamento social dos homens no processo
produtivo; relação entre os que possuem os instrumentos de trabalho e os
que são detentores da força de trabalho:
a) Exploração, dominação.
b) Solidariedade e respeito.
Antagonismo de classes.
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Como por fim a esta luta? Construindo uma sociedade comunista perfeita,
sem classes sociais (ex. comunismo produtivo).
Revolução e práxis
A classe oprimida sempre tenta destruir a classe opressora. No sistema atual, a
única força capaz de vencer a burguesia e o proletariado mediante a práxis: a ação
humana que une teoria e prática (dialética) visando a transformar conscientemente a
realidade.
NB: A consciência é determinada pelo modo pelo qual os homens produzem a sua
existência, contudo, a ação humana pode ser projetada, refletida gerando uma
transformação das estruturas.
OBSERVAÇÕES
a) A burguesia: é composta pelos que possuem os meios de produção e que
compram a força de trabalho.
b) O proletariado: é constituído pelos que não possuem os meios de produção
e vendem a força de trabalho em troca de um salário.
c) Salário: é o pagamento do que vende sua força de trabalho, porém, este
também pode ser fonte de exploração. NB: (Conforme a Constituição de
1988, o menor salário pago no Brasil deve possibilitar o trabalhador repor sua
energia: moradia, lazer, saúde, educação, alimentação transporte).
A Mais Valia
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Observação:
Qual a mais valia oferece um perigo maior ao trabalhador? A relativa: pois
gera desemprego.
LUPEMPROLETARIADO: na sociologia marxista indica a camada social
carente de consciência política constituída pelos operários que vivem na
miséria extrema e por indivíduos direta ou indiretamente desvinculados da
produção social (prostitutas, ladrões,...).
O EXISTENCIALISMO
ESSÊNCIA E EXISTÊNCIA.
A LIBERDADE E A ANGÚSTIA.
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O que diferencia o ser humano dos demais animais (e coisas) é o fato de que
o homem é livre, e as demais coisas (que conhecemos) não são, elas são
em-si e o homem é para-si. O homem é um ser que nasce como um nada e
na sua existência vai construindo o que ele é e, enquanto existente, é um ser
inacabado, em construção permanente, e é o que escolhe fazer de si mesmo.
O homem é livre, por consequência, é responsável por tudo aquilo que
escolhe e faz: “ao afirmarmos que o homem se escolhe a si mesmo,
queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas queremos dizer
também que, escolhendo-se, ele escolhe a todos os homens.” (Sartre).
Para Sartre, a liberdade se concretiza na ação.
A consciência de sua responsabilidade gera em cada homem uma profunda
angústia.
O homem não pode recusar a sua liberdade, está condenado a ser livre,
assim, a angústia é inevitável. Para superar a angústia, existem dois
caminhos, o primeiro é o da decisão. O segundo o da má-fé.
A MÁ-FÉ
A má-fé é a atitude característica do homem que finge escolher, sem, na
verdade escolher. Imagina que seu destino está traçado, que os valores são
dados; aceita que elementos, ou verdades, ou divindades, exteriores
condicionem a sua ação. Assume como suas as determinações de outros.
O homem não deveria agir de má-fé. A existência já e difícil, imagine viver
fingindo ser o que não é. É um absurdo viver o que não se é.
O homem de má-fé é Cínico; é sério; “busca respeitabilidade”. Recusa a si
mesmo, deixa de ser para-si e torna-se em-si (coisa).
A RESPONSABILIDADE.
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ideal (que julga que todo homem deve ser), portanto, constrói uma imagem
que é válida para todos os seres humanos. Assim, o homem, ao agir, é
responsável por toda a humanidade (não é responsável pelo que o outro faz,
mas, ao agir, torna-se responsável por toda a humanidade).
A MORTE
É um absurdo; Ela nadifica todos os nossos projetos. Gastamos nossa
existência construindo o nosso ser e a morte nos devolve ao nada.
DEUS
Não existe. Se existisse, negaria nossa liberdade. Se existisse, deixaria ser
analisado pela ciência. Deus não faz parte da História. Não podemos provar a
sua existência. Não pode passar pelo crivo da ciência. Criamos a ideia de
Deus para fugir da angústia, frente ao absurdo da existência, criamos a ideia
da divindade por agir de má-fé.
Se Deus existisse nos daria uma essência e não seríamos livres.
POLÍTICA
Foi marxista, embora criticasse o totalitarismo e o condicionamento histórico.
Defendeu a política do engajamento, mostrando a necessidade de o pensador
estar voltado para a análise da situação concreta em que vive, tornando-se
solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. A liberdade se
concretiza na ação.
OBSERVAÇÕES
Sartre viveu em um período conturbado, talvez por isso, achava a existência
um absurdo. 1914 – 1918 = Primeira Guerra; 1917 = Revolução Russa; 1929
= Crise Mundial (crack na bolsa NY); 1936 – 1939 = Guerra Civil Espanhola;
1939 – 1945 = Segunda Guerra Mundial. Tudo isso faz a existência ser um
absurdo, não existe vida após a morte, a existência tem que ter sentido, viver
em meio a violência, a assassinatos, pestes, estupros, guerras torna a
existência sem sentido.
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O homem deve-se engajar para construir um mundo que valha a pena nele
viver, um mundo que permita um significado para a existência.
Se a morte é inevitável, devemos viver cada instante como se fosse o último:
não deixe para o amanhã o que for necessário fazer, o amanhã não existe,
existe o hoje, o agora.
ÉTICA E MORAL
A conduta ética
É necessário o sujeito consciente, capaz de avaliar a obrigação de respeitar ou
não o que é estabelecido pela sociedade.
O sujeito moral deve ser dotado de vontade, responsabilidade e liberdade.
A vontade é o poder deliberativo e decisório do agente moral, deve pois ser livre.
O sujeito responsável é aquele que “responde por seus atos”, ou seja, é capaz
de, livre e conscientemente, assumir a autoria e a consequência de seus atos.
Ser livre significa ter capacidade de dar a si esmo a regra, a norma. Ter o poder
decidir se acata ou não a norma moral.
BREVE HISTÓRICO.
A ética tem início com Sócrates, que tinha o objetivo de levar o interlocutor a
formar sua consciência, sendo capaz de conhecer as causas e os fins de sua
ação.
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ARISTÓTELES
Afirma que todo ser possui uma finalidade. A finalidade do ser humano é a
felicidade. Para atingi-la, é necessário utilizar a razão, característica
tipicamente humana.
A razão deve determinar as ações éticas; deve governar as paixões.
As questões centrais, da ética aristotélica, são: como o homem deve viver?
Qual é o bem supremo? O que produz a eudaimonia (felicidade).
O objetivo das ações do ser humano deve ser alcançar o bem supremo, a
felicidade.
A ética gera o bem coletivo: ela oferece os princípios e os fins da vida moral:
o bem comum: a felicidade.
Para se atingir a felicidade, é necessário desenvolver a virtude.
A virtude é a disposição para agir de um modo deliberado, baseado em
princípios racionais, buscando o meio termo entre o excesso e a falta de
atributos.
O homem deve buscar o meio termo, o equilíbrio.
A virtude é a justa medida que a razão impõe aos sentimentos e as ações.
Não é uma inclinação, mas uma disposição. É um hábito adquirido na ação
(aprender fazendo o que se deve).
A virtude ética é a disposição interior constante, realizada por escolhas
deliberadas sobre os possíveis meios bons de se alcançar um fim que seja
bom.
A educação ética nos faz adquirir o hábito da virtude (forma o caráter).
Para Kant, as normas morais não podem nem devem ser impostas por
“nenhuma força” externa. As normas morais ou éticas devem ser fruto da
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razão esclarecida, emancipada, autônoma (não individual ligada aos desejos
sensíveis).
O homem moral deve agir de acordo com o dever, reconhecido pelo livre uso
da razão.
A única regra, ou imperativo, a ser seguido quando da elaboração de um
princípio moral é “agir de tal forma que o princípio moral de tua ação possa
tornar-se uma lei universal”; assim sendo, a ação moral deve tratar a pessoa
do outro (a humanidade) como fim e não como meio: a ação moral deve ser
desinteressada.
Para que uma ação seja moralmente correta, tanto os meios como os fins
devem ser bons: os meios devem estar em sintonia com os fins.
TIPOS DE AÇÕES
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Quem age conforme o dever faz o que é correto, o que se espera de uma
pessoa de bem. Age em conformidade com a lei, mas o faz por interesse, não
faz o correto por ser o certo, mas, sim, para evitar o castigo, ou para ter
algum tipo de recompensa. Dessa forma, trata a pessoa do outro como meio
e não como fim.
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É necessário recuperar as forças inconscientes, vitais instintivas. Devemos
assumir uma perspectiva de vida para além do bem e do mal ‘além da regra
moral’.
Nietzsche acredita que devemos fazer uma inversão de todos os valores.
Substituir a tábua dos valores tradicionais, baseados na renúncia a vida e na
submissão, pelos da aceitação da vida, dos sentimentos, afetos, mesmo os
mais cruéis.
Nietzsche diz ser um niilista por não crer em nenhuma verdade moral ou
hierarquia de valores preestabelecidos. É necessário ‘matar Deus’ – ele não
prescreve nosso destino, não estabelece normas morais, estas são criadas
por nós mesmos. Nb. Ele não é um niilista ‘radical’, não nega a existência de
valores: criados pelo individuo, sem conformismo e submissão.
Nietzsche fez uma crítica a moral (tradicional) baseada na racionalização que
subjuga os sentimentos (sentidos). Os sentidos não podem ser domados pela
razão.
Na cultura helênica havia um equilíbrio entre o espírito dionisíaco e o
apolíneo, contudo, a partir das teorias socrático-platônica, esse equilíbrio foi
rompido, predominando o apolíneo.
o Espírito Apolíneo: representa a ordem; a harmonia e a razão.
o O espírito Dionisíaco representa o sentimento, a ação, a emoção, a
aventura e a desordem.
o É necessário superar a tradição. Atingir o niilismo que conduz aos
valores afirmativos, valores que não ignorem a existência real e que
possibilite o poder, que valorize a potência.
A moral que emana do espírito apolíneo, ratificada pela moral judaico-cristã,
criou a moral do escravo; do rebanho da decadência (subjuga os instintos à
razão); domestica a fera humana. Moral baseada nos valores da bondade; da
humildade; da piedade e do amor ao próximo (altruísmo).
A essa moral devemos contrapor a moral dos senhores: moral positiva (sim à
vida); sadia; dos instintos fundamentais que se fundamentam na capacidade
de criação, invenção, poder e que gera alegria e possibilita a superação.
O indivíduo que consegue superar-se é um super-homem.
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Nietzsche critica o fato de o bem e o mal serem considerados valores
metafísicos, independentes da vida concreta, pois essa crença torna o
homem passivo; enfraquece-o; diminui a potência; gera rancor;
ressentimento; sentimento de culpa e remorso; limita a ação; transforma
fortes em fracos.
É necessário repensar os valores, fazer a transvaloração de todos os valores
(inversão), valorizar o lado dionisíaco, equilibrar sentimento e razão, fazer
escolhas que não limitem o sentir a vida, é preciso entender que, sob o
domínio da moral, homem se enfraquece, adoece e se sente culpado.
É bom tudo o que fortalece o sentimento de potência, que fortalece o homem
em suas conquistas, que geram poder.
É mau tudo o que enfraquece.
A compaixão e o altruísmo são sinais de fraqueza.
As concepções morais surgem com os homens a partir de suas necessidades
reais.
O homem vive por sua conta e risco.
Os três estágios do homem
o Camelo: aceita a carga imposta pela sociedade e instituições.
o Leão: revolta-se contra os valores.
o Criança: aceitação, esquecimento e recomeço.
Questões
01. Explique o conceito de super-homem para Nietzsche. Trata-se de uma
possibilidade ou de uma utopia?
02. Nietzsche tenta ultrapassar a oposição metafísica dos valores. Discuta como
é possível a “Transvalorização de todos os valores” do ponto de vista da moral.
03. Como Nietzsche interpreta o dogmatismo dos filósofos em relação à verdade?
Nota: O esquema acima constitui um roteiro de estudo: não dispensa o aluno de
pesquisar e rever as suas próprias anotações das aulas.
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ARANHA, M. A & MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia.
São Paulo. Moderna.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 2. ed. São Paulo: Atual.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo. Ática.
Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas.
São Paulo. Saraiva.
www.catolicaonline.com.br/poros.
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