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NR 33 – Segurança e Saúde
nos Trabalhos em Espaços
Confinados - Supervisores
de Entrada
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA -
FIESC
Conselho Regional
Jaraguá do Sul/SC
2014
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento
do editor.
FICHA CATALOGRÁFICA
__________________________________________________________________
P471n
117 p. : il. ; 30 cm
ISBN
CDU: 614.8
_____________________________________________________________________________
Competências
Identificar os espaços confinados efetuando o reconhecimento, avaliação, mo-
nitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanen-
temente a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços.
Conhecimentos
Definições;
Reconhecimento, avaliação e controle de riscos;
Funcionamento de equipamentos utilizados;
Procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho;
Noções de resgate e primeiros socorros;
Identificação dos espaços confinados;
Critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;
Conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados;
Legislação de segurança e saúde no trabalho;
Programa de proteção respiratória;
Área classificada;
Operações de salvamento.
Habilidades
Interpretar os itens da NR 33 confrontando com os estabelecidos em
outras NRs.
Identificar e diferenciar os níveis de atuação e responsabilidades dos tra-
balhadores (supervisores, vigias e trabalhadores).
Emitir a Permissão de Entrada e Trabalho.
Executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos conti-
dos na Permissão de Entrada e Trabalho.
Assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponí-
veis e que os meios para acioná-los estejam operantes.
Cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário.
Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos serviços.
Atitudes
Ter atitude prevencionista em relação à saúde, à segurança e ao meio
ambiente.
Ser organizado.
Ser zeloso.
Argumentar tecnicamente.
Comunicar-se de forma clara e precisa.
Manter concentração.
Ser disciplinado.
Ser observador.
Ser proativo.
Solucionar problemas.
Ter senso de análise.
Ter senso investigativo.
Ter visão sistêmica.
Tomar decisões e transferir a aprendizagem em novas situações.
Apresentação
1
Seção 1 - Histórico do trabalho em espaços confinados
Você acredita que o trabalho em locais apertados, escuros ou inóspitos é coisa
da modernidade industrial? Não. Já no tempo do antigo Egito as pessoas exer-
ciam atividades nestas condições adversas. As pirâmides são o exemplo mais
típico de espaço confinado da antiguidade. A construção de túneis, galerias e
câmaras naquelas edificações, em condições de trabalho inadequadas, levou
muitos trabalhadores à morte. E não era apenas na construção! Como eram
locais preparados para ser a morada eterna do faraó, durante muito tempo os
súditos ainda rastejavam pelos túneis para realizar a manutenção da decora-
ção e levar alimentos até as câmaras mortuárias.
Os antigos navios também são outros exemplos de espaço confinado. Os pira-
tas, por passarem períodos muito extensos no mar, tinham verdadeiras arma-
dilhas em seus porões. O acúmulo de animais, alimentos expostos, explosivos
e metais no fundo das embarcações transformavam estes locais em espaços
confinados.
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
1. falta de informação;
2. negligência de empregadores e/ou trabalhadores;
3. falta de avaliação adequada dos riscos envolvidos na ativida-
de.
Victor Borisov ([20--?])
Como você pôde perceber, uma das principais causas neste tipo de acidente é
a falta de informação. Você consegue entender claramente o que é um espaço
confinado? Segundo a NR 33 espaço confinado é:
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Módulo 1 – Definições de Espaço Confinado
Chalabala
tubulações e caldeiras; carregamento ou descarregamento de na-
vios; entre vários outros.
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
solo e teto;
poços (minas, valas), sistemas de lubrificação, escava-
ções acima de 1,5 metros de profundidade;
reservatórios de água, esgotos, chaminés, porões e es-
truturas similares;
locais que possam ser ou estar inertizados, ou seja, passaram por um
Inertizados tratamento e ventilação dos gases;
Tornar-se inerte, parali- caixas d’água, contêineres, porões de navios, tubulações, filtros de man-
sado, indolente. A inerti- ga.
zação é obtida mediante Como você pôde perceber nesta seção, quase todos os setores produtivos
o uso de um gás inerte, possuem espaços confinados. Isto já justifica a existência de uma norma que
como o nitrogênio, que
garanta a segurança nesses ambientes! Na próxima seção, você conhecerá a
forma uma capa prote-
tora, evitando a reação própria NR 33.
dos produtos.
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Módulo 1 – Definições de Espaço Confinado
Seção 4 - Apresentação da NR 33
Pensando nos riscos que envolvem o trabalho em espaço confinado, o Minis-
tério do Trabalho e Emprego publicou no Diário Oficial da União (D.O.U.) em
27/12/2006, a Portaria nº 202, de 22 de dezembro de 2006, a nova norma regu-
lamentadora 33, que foi atualizada pela Portaria MTE Nº 1409, de 29 de agosto
de 2012. A Norma Regulamentadora 33 foi elaborada com o foco na gestão de
segurança para trabalhos em ambientes confinados e seu objetivo é:
iStockphoto ([20--?])
Você sabia que a empresa deve identificar, isolar e sinalizar os espa-
ços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas, bem
como antecipar e reconhecer os riscos nesses espaços? Sim, isso é sua
obrigação!
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
PERIGO
PROIBIDA A ENTRADA
RISCO DE MORTE
Além das placas de sinalização de espaço confinado, também deve ser utiliza-
da sinalização para isolamentos como, cones, cavaletes, além de isolamento
com tela.
Figura 2 - Sinalização para isolamento de área
iStockphoto ([20--?])
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Módulo 1 – Definições de Espaço Confinado
Finalizando
Encerramos aqui o primeiro módulo de
estudos, onde descobrimos que atividades
neste tipo de ambiente acompanham o ho-
mem em toda a sua história, e que, ainda
hoje, trabalhadores continuam morrendo
por não conhecerem e tomarem as devidas
precauções.
Anotações:
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Legislação de Segurança e
Módu
Saúde no Trabalho lo
2
Seção 1 - Disposições gerais
Nesta seção você conhecerá o que a lei define sobre segurança e saúde no
trabalho, especialmente em espaços confinados. Além de conhecer o texto da
norma, você terá informações sobre as responsabilidades do empregador, e
também sobre seus direitos e deveres como trabalhador.
Você sabia que é um direito do trabalhador receber do empregador todos os
equipamentos de segurança necessários para a execução da atividade profis-
sional? Isso está previsto nas regras que foram criadas para os trabalhadores.
Algumas delas, chamadas de normas regulamentadoras (NRs), dizem respeito
à segurança e medicina do trabalho, e devem ser cumpridas obrigatoriamente,
tanto em empresas privadas quanto em públicas. Isso vale também para ór-
gãos públicos da administração direta e indireta, além dos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
Quando o assunto é segurança no trabalho, não basta apenas ser
um funcionário bem equipado. É preciso que ele conheça o traba-
lho que será executado e também todos os riscos que envolvem
essa atividade. Além disso, é necessário conhecer os procedimen-
tos e os equipamentos de segurança para executar determinada
atividade, e ainda, estar ciente dos procedimentos e equipamen-
tos de resgate e primeiros socorros. Lembre-se que é sua obriga-
ção ajudar a cobrar essas informações do seu empregador!
A seguir, você encontrará um importante fragmento de texto da
Stockbyte ([20--?])
NR 1. Leia com atenção!
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Nesta seção, você conheceu os deveres da empresa para com a segurança dos
empregados e como sua participação deve ser ativa no processo. Na próxima
seção, você aprenderá a diferenciar claramente os conceitos de perigo e de
risco segundo as normas regulamentadoras. Acompanhe!
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
Photodisc ([20--?])
Perigo: Fonte ou situação com potencial para provocar danos em ter-
mos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente
do local de trabalho, ou uma combinação destes. (OHSAS 18001, 1999
apud GOICOECHEA, 2012).
Quando se fala em segurança no trabalho, existem quatro fontes de perigo
clássicas: altura, espaço confinado, eletricidade e fogo.
Nestas situações os acidentes podem gerar consequências como: fraturas,
contusões, asfixia, paralisia, queimaduras, inconsciência, perda de capacidade
de trabalho, morte do trabalhador etc. Além disso, os acidentes ainda podem
causar danos materiais nas instalações, na matéria-prima e nos equipamentos.
Então, para ajudar no controle e evitar acidentes, foi definido o termo medidas
de controle. As medidas de controle são o resultado da ação humana sobre os
perigos para que eles sejam eliminados, reduzidos ou identificados. Mas, na
prática, o que são as medidas de controle? O que é possível fazer quando um
perigo é identificado?
Especialistas apontam que existem três formas de lidar com o perigo: conviver,
alertar e eliminar. Observe cada uma delas, por meio das próximas ilustrações.
Figura 3 - Formas de lidar com o perigo
Diego Fernandes (2012)
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Você percebeu a diferença entre cada forma de lidar com o perigo? Analise
outro exemplo, na próxima ilustração. O leão é um animal que, dentro de de-
terminadas circunstâncias, torna-se um verdadeiro perigo. Para controlar esta
situação de risco, é preciso tomar medidas de controle. Neste caso, são medi-
das apropriadas: uma cela, alguns cadeados e uma placa sinalizando o perigo.
Figura 4 - Medidas de controle
Controle
Controle
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
Thinkstock([20--?])
proteção do trabalhador – proteção insuficiente,
inadequada ou inexistente, roupas não adequadas,
equipamentos de proteção defeituosos etc.
Você já ouviu a expressão “desvio de segurança”? Não? Então acompanhe a
explicação, a seguir.
Para entender o conceito da expressão “desvio de segurança”, que define atos e
condições inadequadas, observe a pirâmide de prevenção elaborada por Frank
Bird. No dia a dia de uma fábrica ou empresa há um amplo número de ações
sistêmicas e comuns, porém inadequadas, que irão resultar em acidentes.
Estes desvios de segurança formam a base de prevenção de uma pirâmide que
representa o volume de acidentes em ambiente de trabalho. A capacidade em
perceber estes desvios está relacionada com a competência dos colaborado-
res em comparar padrões reconhecidos de segurança e saúde com as práticas
desenvolvidas nos seus locais de trabalho.
Figura 5 – Pirâmide de Frank Bird
1 Acidente grave
s
olada
Acidente leve
30
Acidente materiais
s is
300 ambientais
Açõe
3.000
Diego Fernandes (2012)
Incidentes
30.000
Desvios
Ações
sistêmicas
Fonte: Adaptado de Fernandes (2012).
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Iceberg de segurança
Parte visível
Condição inadequada
Responsável por 4%
dos acidentes
Ato inadequado
A esta altura você já percebeu que a prevenção de acidentes é uma tarefa que
deve ser compartilhada diariamente por todos os trabalhadores. Uma das for-
mas de praticar isto você vai conhecer agora – chama-se “comunicação de des-
vios”.
Comunicação de desvios é uma ferramenta de uso geral para todos os cola-
boradores sejam incentivados a contribuir e apontar melhorias na gestão de
segurança. Note que a comunicação de desvio é muito diferente de uma ins-
peção de risco, que possui uma frequência definida e um conjunto de inspeto-
res que realizam a análise dos riscos.
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
Thinkstock ([20--?])
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
iStockphoto ([20--?])
riscos e a adoção das medidas de controle necessá-
rias para eliminá-los ou controlá-los.
Trabalhadores Envolvidos
Nome Cargo Registro/Matrícula
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Os campos deste modelo de APR devem ser preenchidos quando se está ela-
borando uma análise preliminar de riscos. O treinamento de analistas de des-
vios de segurança deve ser realizado com foco nos aspectos comportamentais
e na avaliação de sistemas de causa-efeito, que garantem o sucesso na identi-
ficação dos desvios. É este esforço que permite a adoção de medidas de con-
trole objetivas, mensuráveis e eficazes para um ambiente de trabalho seguro.
Na próxima seção, conheça tudo o que diz respeito à legislação da segurança
e saúde em ambiente de trabalho.
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
Thinkstock ([20--?])
NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio
de Materiais.
NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão.
NR 14 - Fornos.
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.
NR 16 - Atividades e Operações Perigosas.
NR 17 - Ergonomia.
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
NR 19 - Explosivos.
NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis.
NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto.
NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração.
NR 23 - Proteção Contra Incêndios.
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.
NR 25 - Resíduos Industriais.
NR 26 - Sinalização de Segurança.
NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho - REVO-
GADA pela Portaria n.º 262, de 29 de maio de 2008, publicada no D.O.U. de
30/05/2008.
NR 28 - Fiscalização e Penalidades.
NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuá-
rio.
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura.
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde.
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados.
NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval.
NR 35 - Trabalho em Altura.
NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em empresas de Abate e Processa-
mento de Carnes e Derivados.
Também existe uma série de programas, órgãos, procedimentos e processos
dedicados a atenderem a legislação de segurança e saúde do trabalho. Conhe-
ça, a seguir, a seleção de informações importantes e guarde estes dados para
referência futura.
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Finalizando
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Módulo 2 – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho
Anotações:
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Reconhecimento, Avaliação e
Módu
Controle de Riscos lo
3
Seção 1 - Identificação de riscos
O objetivo de todo trabalhador que exerce atividades em espaço confinado
é transformá-lo em ambiente controlado. Para isso, é natural que ele
precise primeiro reconhecer os riscos (iminentes ou não), avaliar seus
possíveis desdobramentos e, então, agir para controlá-los, permitindo
assim, uma atividade profissional segura. Este será o assunto dessa seção,
onde analisaremos alguns exemplos práticos e o próprio texto da Norma
Regulamentadora 33. Prepare-se para novas descobertas! Você já conhece as
principais definições da Norma Regulamentadora 33, portanto sabe que seu
foco principal é a segurança no trabalho em espaços confinados. Para poder
realizar uma atividade profissional, é necessário fazer uma análise prévia e
reconhecer os riscos do ambiente confinado em questão. Observe, a seguir, o
que dizem alguns trechos da NR 33.
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Independente da inspeção - que deve ser realizada antes de emitir uma Per-
missão de Entrada e Trabalho (PET) - o inventário de riscos de espaços confi-
nados é requisito obrigatório para se exercer uma atividade nestes ambientes.
Acompanhe agora, o que destaca Krzyzaniak (2010) sobre os elementos que
devem estar contidos em uma identificação de riscos. Ele deve compreender
(sem limitar-se a estes) a análise e avaliação dos riscos relacionados a seguir:
Riscos atmosféricos
1. Deficiência de oxigênio (asfixia): concentrações de oxigênio abaixo de
19,5%. Em situações com concentração abaixo de 18%, o risco é grave
e iminente.
2. Enriquecimento de oxigênio: concentrações de oxigênio acima de
23,5%.
3. Intoxicação: contaminantes com concentrações nocivas. Considera-se
nociva a concentração acima do limite de tolerância até a Imediatamen-
te Perigosa à Vida e à Saúde (IPVS).
4. Incêndio e explosão: presença de substâncias inflamáveis, tais como
metano, acetileno, GLP, gasolina, querosene e similares.
Riscos mecânicos
1. Equipamentos que podem movimentar-se subitamente.
2. Choques e golpes por chapas defletoras, agitadores, elementos salien-
tes, dimensões reduzidas da boca de entrada, obstáculos no interior etc.
Riscos elétricos por contato com partes metálicas que, acidentalmente, po-
dem ter tensão.
Quedas
1. De diferentes níveis e ao mesmo nível por escorregão.
2. De objetos no interior enquanto se está trabalhando.
Posturas incorretas.
Jupiterimages ([20--?])
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
iStockphoto ([20--?])
Seção 2 - Responsabilidades
Para iniciar o estudo dessa seção, acompanhe os trechos da NR 33 que tratam
das responsabilidades do empregador no trabalho confinado.
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
A fim de cumprir todas estas diretrizes, cada empresa passou a definir um do-
cumento que explique sua própria gestão de segurança e saúde no trabalho
em espaços confinados. Esta documentação é chamada de Procedimento de
Segurança e define a forma como a empresa irá implementar a NR 33 em sua
rotina operacional. Também fazem parte do procedimento de segurança as
informações a seguir.
cadastro dos espaços confinados, incluindo os riscos e suas respectivas
medidas de controle;
relação dos trabalhadores autorizados a realizar atividades em espaços
confinados;
medidas de controle genéricas a serem utilizadas de acordo com a ne-
cessidade da atividade da empresa;
itens de verificação (checklist) a serem observados antes do ingresso em
espaços confinados;
Permissão de Entrada e Trabalho (PET) em espaços confinados;
Conheça agora, modelos de algumas fichas que fazem parte do procedimento
de segurança!
Quadro 1 - Modelo de cadastro de Espaços Confinados
Ponto de Reunião
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
4. SINALIZAÇÃO
5. RISCOS PROVÁVEIS
8. VENTILAÇÃO
Volume do equipamento
Requisitos:
Para condicionamento/liberação:
Para manutenção:
Notas:
9. CABOS ELÉTRICOS/ILUMINAÇÃO
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Nota:
13. RESGATE
Equipe de resgate:
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
Zoonar RF ([20--?])
MA
NOR
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
DIREITOS
conhecer os riscos do trabalho a ser executado;
conhecer o trabalho a ser executado;
conhecer os procedimentos e equipamentos de segurança
para executar o trabalho;
receber todos os equipamentos de segurança necessários
para a execução dos trabalhos;
conhecer os procedimentos e equipamentos de resgate e pri-
meiros socorros;
não entrar em espaço confinado, caso as condições não sejam
iStockphoto ([20--?])
seguras;
entrar em espaço confinado somente após o supervisor de
entrada realizar todos os testes e adotar as medidas de controle
necessárias.
DEVERES
fazer os exames médicos;
usar os equipamentos de proteção fornecidos;
participar dos treinamentos e seguir as informações de segurança;
comunicar riscos.
Você já refletiu sobre a realidade dos direitos e deveres do trabalhador no dia a
dia da sua empresa? Eles são praticados? Por quê? O que é possível fazer para
melhorar estas práticas?
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
TRIAGEM DE FUNCIONÁRIOS
Você aprendeu que os trabalhadores autorizados para exercer atividades em
espaço confinado dividem-se em: os que entram no ambiente e os vigias que
observam a atividade. De acordo com essa situação, como a empresa ou a pró-
pria equipe deve fazer a triagem destes trabalhadores autorizados? Quem vai
entrar e quem vai vigiar?
Esse tipo de avaliação é feita por um tripé. Primeiro, observa-se a aptidão física
do trabalhador, sempre apoiado pelo Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).
Nessa avaliação são analisados os seguintes critérios: a agilidade, o biótipo,
a força e a condição física do trabalhador, além da própria condição médica.
Biótipo
Depois, é avaliada a desenvoltura do trabalhador nos treinamentos. Seu regis- Aspecto do indivíduo
tro de conhecimentos, reciclagens realizadas e avaliações são pontos impor- segundo sua
aparência física e suas
tantes que devem ser considerados.
características genéticas.
Enfim, o trabalhador também é avaliado pela sua experiência. Isso envolve sua
vivência profissional realizando a atividade específica e seu histórico positivo,
o que os avaliadores costumam chamar de “jogo combinado”. Baseado neste
tripé de avaliações, o empregador saberá afirmar, com segurança, onde cada
trabalhador autorizado exercerá sua função com mais desenvoltura.
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Este gráfico mostra que respiramos uma mistura de gases formada principal-
mente por nitrogênio (78%), e o oxigênio representa apenas 20% a 21%. O
restante é ocupado pelo Gás Carbônico (1%) e pelos Gases Nobres (0,03%),
que completam esta mistura, como argônio, criptônio, hélio, neônio, radônio
e xenônio.
Para ser um ambiente respirável, a concentração ideal de oxigênio deve ficar
entre 20% e 21%. Teores abaixo deste podem causar vários problemas, como:
descoordenação motora (15 a 19%);
respiração difícil (12 a 14%);
falhas mentais, inconsciência, náuseas e vômitos (8 a 10%);
morte após 8 minutos (6 a 8%);
coma em 40 segundos (4 a 6%).
A presença de gases inertes ou inflamáveis, considerados asfixiantes simples,
tomam o espaço do oxigênio e o deslocam para fora. Dessa forma, tornam o
ambiente impróprio e muito perigoso para a respiração o que justifica a obri-
gação de monitorar o ar do espaço confinado antes de entrar. A entrada só
deve ser feita ao garantir a presença de oxigênio em concentrações na faixa
de 19,5% a 23%.
Para caracterizar uma atmosfera em relação ao oxigênio respirável, foram de-
finidos dois conceitos:
50
Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
51
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Processos de limpeza
Segundo Mancebo ([200-?]), os trabalhos de drenagem, limpeza, lavagem e
purga de um tanque geram gases nocivos, que tornam o ambiente insusten-
Purga tável para a vida e para a saúde do trabalhador. A concentração de oxigênio
Método de limpeza tende a diminuir pelo deslocamento causado pelos gases originados nas ativi-
que torna a atmosfera dades de limpeza. Gases combustíveis são liberados das superfícies sob as in-
interior do espaço crustações orgânicas, de pontos baixos ou altos, dos flanges e demais cone-
confinado em um xões ou válvulas. Da mesma forma, gases tóxicos são liberados pela ação de
ambiente controlado.
solventes ou produzidos pela reação química entre estes e outros materiais
Purgar: depurar, livrar,
limpar, purificar. utilizados na limpeza.
Metano (CH4)
O metano é um gás incolor que, quando misturado ao oxigênio à tem-
peratura de 67°C, forma uma mistura detonante. Ele tem característi-
cas semelhantes ao gás de cozinha (butano), e riscos de explosões e
inalação equivalentes. O gás metano pode ser obtido em processos de
fermentação e putrefação.
Quanto aos sintomas, o metano possui baixa toxidade, no entanto, o
aumento de sua concentração diminui a disponibilidade de oxigênio.
Apenas em altas concentrações o gás penetra na corrente sanguínea,
iStockphoto ([20--?])
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
Atmosfera inflamável
A atmosfera inflamável pode ser formada por meio de duas variáveis que são:
oxigênio presente no ar;
gás, vapor, poeira, entre outros, na mistura adequada à inflamabi-
lidade.
Você já ouviu falar sobre limites de explosividade? A ABNT NBR 14787 deter-
mina que:
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Atmosfera tóxica
Substâncias tóxicas como líquidos, vapores, gases, névoas e pós sempre de-
vem ser consideradas perigosas quando estão em espaço confinado. Segundo
Krzyzaniak (2010, p. 80), elas podem ter origem nas seguintes ocasiões:
Aprisionamento
Considera-se aprisionamento quando há condições de retenção do
trabalhador no interior do espaço confinado que impeçam sua saída
do local pelos meios normais de escape, ou ainda, que possam propor-
cionar lesões ou morte ao trabalhador.
Normalmente, o aprisionamento é provocado pela ação de equipa-
iStockphoto ([20--?])
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
Engolfamento ou envolvimento
Engolfamento é o termo usado quando uma substância sólida, porém dividida
em pequenos pedaços, assume o comportamento de fluido e envolve uma
pessoa. Normalmente provoca morte por asfixia.
Este tipo de acidente ocorre quando os trabalhadores andam sobre grãos no
interior de silos verticais ou graneleiros. Ao pisar sobre um ponto falso, a pes-
soa pode ser “engolida” pelos grãos, pois no local pode criar um bolsão de ar.
Com todos os assuntos estudados, certamente você vai entendendo cada vez
mais por que é importante o treinamento em segurança no trabalho, não é
mesmo? Nesta seção, você conheceu detalhes sobre os principais riscos at-
mosféricos: atmosfera asfixiante (apresentando falta ou deficiência de oxigê-
nio), atmosfera tóxica (com substâncias prejudiciais) ou incêndio/ explosão
(com misturas inflamáveis ou explosivas). Aprendeu também, que as medidas
de controle, neste caso, são: ventilação, monitoramento da atmosfera e prote-
ção respiratória. Já quando o assunto é risco físico, você aprendeu que os ti-
pos são mais abrangentes: inundação, soterramento, engolfamento, choques
elétricos, fadiga térmica, queimaduras, quedas e escorregamentos, impactos,
esmagamentos e amputações, entre outros. As medidas técnicas de controle
destes riscos físicos você conhecerá na próxima seção, à luz de trechos da NR
33. Vamos lá?
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Finalizando
Você encerrou o estudo do terceiro mó-
dulo do curso de NR 33. Aqui você teve
a oportunidade de conhecer os procedi-
mentos de reconhecimento, avaliação e
controle dos riscos existentes em espaços
confinados. A esta altura, você já tem uma
boa noção da necessidade de cuidados re-
dobrados neste tipo de atividade. Ainda te-
mos muito para estudar, portanto, mergulhe
com motivação e entusiasmo no estudo do
próximo módulo!
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Módulo 3 – Reconhecimento, Avaliação e Controle de Riscos
Anotações:
57
Funcionamento de
Módu
Equipamentos Utilizados lo
4
Seção 1 - Equipamentos de bloqueio de energias perigo-
sas
Um dos riscos proporcionados pelo trabalho em ambientes confinados é o
potencial de exposição do funcionário a uma partida inesperada de equipa-
mentos elétricos ou mecânicos que podem liberar energias perigosas. São
exemplos: a alimentação acidental do espaço por líquidos, sólidos, ou ainda, o
acionamento inesperado de movimentadores, entre outros.
Você sabe qual é a melhor forma de controlar energias perigosas? A resposta
não é simples, uma vez que existem vários tipos de energia. Mas, à luz da ne-
cessidade de segurança e saúde no trabalho, foi criado o Programa de Contro-
le de Energias Perigosas.
Você sabe qual o objetivo deste programa? É prevenir a energização inespera-
da ou a liberação de energia armazenada em máquinas, equipamentos e ins-
talações nas quais os serviços de manutenção ou operações estejam sendo
realizados pelos trabalhadores.
Para chegar a este objetivo, é preciso isolar a energia e, dependendo do caso,
usar um bloqueador. Acompanhe as definições, a seguir.
Dispositivo de isolamento de energia: trata-se de um dispositivo mecânico,
capaz de prevenir fisicamente a transmissão ou a liberação de energia. Entre os
exemplos típicos de isoladores estão: disjuntores, chaves seccionadoras, vál-
vulas e tomadas.
Figura 9 - Exemplos de válvulas isoladoras de fluidos e gases
FabriCO (2008); Diego Fernandes (2012)
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
60
Módulo 4 – Funcionamento de Equipamentos Utilizados
iStockphoto ([20--?])
61
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Figura 14 - Proporção de concentração de gases Você está lembrado dos níveis de concentração de gases no ar que
respira? Relembre-os, observando as proporções na ilustração ao
N2 (78%) lado. É importante destacar que o monóxido de carbono (CO) é muito
diferente do gás carbônico (CO2), um asfixiante simples.
O monóxido de carbono não pode ser medido com oxímetro, porque
este é um aparelho que mede apenas oxigênio. Como monitorar CO
então? É preciso ter um monitor provido de sensor exclusivo para CO.
O2
Diego Fernandes (2012)
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Módulo 4 – Funcionamento de Equipamentos Utilizados
D 30 x D
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Terra
2
FabriCO (2008); Diego Fernandes (2012)
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Módulo 4 – Funcionamento de Equipamentos Utilizados
Figura 18 - Exaustão
Terra
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Figura 19 - Exemplo dos equipamentos utilizados em ambiente classificado como área IPVS
1
FabriCO (2008); Diego Fernandes (2012)
3
2
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Módulo 4 – Funcionamento de Equipamentos Utilizados
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
5 6 9
5 4
11
10 5 6
3 10
6
3
3
6 7
10
1. Cadeiras suspensas.
2. Guinchos para pessoas.
3. Trava-quedas móveis.
4. Trava-quedas com cabos retráteis.
5. Linha de vida fixa e móvel.
6. Cinturões e acessórios de ancoragem.
7. Trabalhos em áreas de carga.
8. Trabalhos em espaços confinados.
9. Trabalhos em estruturas em construção.
10. Trabalhos em fachadas.
11. Trabalhos em telhados.
68
Módulo 4 – Funcionamento de Equipamentos Utilizados
Finalizando
Nesta unidade de estudos, você reforçou
a ideia de que a identificação e o bloqueio
de todas as fontes de energias perigosas
devem ser feitos antes de qualquer manu-
tenção, serviço, reparo, limpeza ou ajuste de
equipamento com potencial de exposição
do funcionário. Essa exposição pode vir de
uma partida inesperada do equipamento ou
contato acidental com qualquer energia, in-
cluindo elétrica, mecânica, hidráulica, pneu-
mática, gravitacional, térmica, nuclear ou
química. Por isso, para cada caso específico,
o funcionário deve estar ciente do perigo
e devidamente equipado para lidar com a
situação. Nesta etapa, você também conhe-
ceu os principais tipos de equipamentos e
suas aplicações. Até o próximo módulo de
estudos!
Anotações:
69
Áreas Classificadas Módu
lo
5
Seção 1 - Classificação de áreas e zonas
Você já ouviu falar no termo “área classificada”? Ele é usado para definir a pos-
sível presença de atmosfera explosiva formada por gases inflamáveis, vapores,
líquidos ou qualquer outra substância sujeita à ignição. Isto é importante, por
exemplo, com a possibilidade de criação de uma atmosfera explosiva durante
o funcionamento de determinado equipamento, inclusive em espaços confi-
nados.
A melhor forma de definir área classificada é: espaço delimitado, onde uma at-
mosfera explosiva está presente, ou no qual é provável sua ocorrência, a pon-
to de exigir precauções especiais para a construção, instalação e utilização de
equipamentos elétricos.
Áreas perigosas são classificadas em zonas, de acordo com a probabilidade do
perigo. Observe uma área classificada e suas zonas, na figura a seguir.
Figura 23 - Exemplo de área classificada
Zona 2
AI PETROLEUM
Zona 0 Zona 1
FabriCO (2008); Diego Fernandes (2012)
Zona 1
Zona 0
Zona 0 – área onde uma mistura explosiva ar/gás está continuamente pre-
sente, ou presente por longos períodos. Exemplo: interior de vaso separador,
superfície de líquido inflamável em tanques etc.
Zona 1 – área onde é provável ocorrer uma mistura explosiva em condições
normais de operação. Exemplo: sala de peneira de lamas, sala de tanques de
lama, mesa rotativa, respiro de tanques de processo etc.
Zona 2 – área onde é pouco provável ocorrer uma mistura explosiva em condi-
ções normais de operação. Se ocorrer, será por um curto período. Exemplo: vál-
vulas, flanges e acessórios de tubulação para líquidos ou gases inflamáveis etc.
71
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Velocidade de combustão
Você sabe a diferença entre explosão e detonação? As duas combustões são
basicamente as mesmas, mas diferem na intensidade ou velocidade. A veloci-
dade de combustão obedece a duas variáveis: cresce proporcionalmente na
razão entre a quantidade de substância inflamável e a quantidade de oxigênio
no instante da ignição.
A partir disso, já é possível definir os dois tipos de combustão. Veja os concei-
tos, a seguir:
Explosão: é uma comoção seguida de detonação, produzida pelo de-
senvolvimento repentino de uma força ou pela expansão súbita de um
gás. Atinge a ordem de metros por segundo.
Detonação: é uma combustão com características semelhantes às da
explosão, mas cuja velocidade de propagação é muito mais rápida, e
atinge a ordem de quilômetros por segundo.
Percebeu a diferença entre os tipos de combustão? Na seção seguinte, você
conhecerá as propriedades dos gases. Siga atento!
Densidade
Para analisar os gases quanto à sua densidade, é preciso pegar o ar atmosférico
como referência 1. Se o gás tiver uma densidade superior a 1, ele é mais pesa-
do e tende a descer, além de ser considerado mais perigoso. São exemplos de
gases mais densos que o ar: o propano (1,56) e o butano ou GLP de cozinha
(2,05).
Já se o gás tiver uma densidade inferior a 1, ele tende a subir, o que o torna
menos perigoso ao homem. São exemplos: o hidrogênio (0,07), o gás natural
veicular ou GNV (0,55), e o monóxido de carbono (0,97).
72
Módulo 5 – Áreas Classificadas
Ar como referência = 1
Exemplo:
Hidrogênio = 0,07
Exemplo:
Ponto de fulgor
Para entender a definição de ponto de fulgor, imagine a situação de um cami-
nhão-tanque transportando combustível em um dia muito quente. É preciso
haver controle da temperatura, certo? Isso se explica porque, quando a tem-
peratura ambiente é alta, o combustível líquido (ou outros inflamáveis) desen-
volve uma grande quantidade de vapor por evaporação. Este vapor é capaz de
formar uma mistura inflamável logo acima da superfície do líquido.
Dentro deste contexto, o chamado ponto de fulgor, ou flash point, é a menor
temperatura na qual um líquido libera vapor/gás em quantidade suficiente
para formar uma mistura inflamável.
Temperatura de autoignição
Autoignição é o termo utilizado para definir a temperatura na qual uma con-
centração de gás inflamável explode mesmo sem a presença de uma fonte de
ignição. Observe os exemplos mais comuns, a seguir.
73
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Gás Autoignição
Metano 595°C
Querosene 210°C
Gasolina (56 a 60 octanas) 280°C
Acetileno 305°C
Hidrogênio 560°C
Propano 470°C
Monóxido de carbono 605°C
Classificação de área
A classificação de área dos gases, na metodologia brasileira, segue as regras
estabelecidas pela IEC 7910 (International Electric Code, reconhecidas pela As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT). São dois grupos. Saiba mais
sobre cada um deles!
Grupo I: define parâmetros para minas subterrâneas, onde o metano (CH4) e a
poeira de carvão estão presentes.
Grupo II (A, B e C): define parâmetros para outras indústrias onde gases estão
presentes. Os grupos A, B e C são divididos quanto à volatilidade dos gases.
Finalizando
Você está concluindo o quinto módulo do
curso sobre a NR 33! Nestas páginas, você
aprendeu a definição de áreas classificadas
e estudou outros riscos, termos e classifica-
ções relacionados a gases inflamáveis. Até o
próximo módulo em que você encontrará
novos conhecimentos!
74
Módulo 5 – Áreas Classificadas
Anotações:
75
Programa de Proteção
Módu
Respiratória lo
6
Seção 1 - Procedimentos operacionais
O Programa de Proteção Respiratória é fruto da Instrução Normativa n.º 1, de
11/04/1994. Este programa especifica um conjunto de regras que devem ser
adotadas pelas empresas e pelos fornecedores de equipamentos de proteção
respiratória com o objetivo de adequar a utilização dos respiradores a cada
usuário. Tais medidas são essenciais para que os usuários obtenham proteção
contra possíveis doenças ocupacionais provocadas pela inalação de poeiras,
fumos, névoas, fumaças, gases e vapores prejudiciais a saúde do ser humano.
Antes de mergulhar nas recomendações da Instrução Normativa (IN) 1, que es-
tabelece o regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção
respiratória, veja os trechos da NR 33 que orientam sobre este tipo de proteção.
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
78
Módulo 6 – Programa de Proteção Respiratória
Jupiterimages ([20--?])
Para verificar a aptidão em utilizar equipamentos de proteção respi-
ratória, o médico deve ter em mãos as características do ambiente de
trabalho (temperatura, umidade, pressão), a demanda física para a
atividade, a necessidade de EPIs e o tempo de uso de cada um deles,
para então avaliar as características do candidato.
Com esses dados, o médico pode fazer uma avaliação cuidadosa do candidato
ao trabalho em espaço confinado. Torloni (2002, p. 90), descreve o que deve
ser considerado na avaliação médica de trabalhadores candidatos à utilização
de equipamentos de proteção respiratória (normativo). Saiba mais, a seguir:
79
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Nesta seção, você pôde compreender que, no uso de EPR, assim como em
qualquer outra atividade profissional realizada em espaços confinados, não há
espaço para brincadeira.
As responsabilidades são compartilhadas: as empresas precisam organizar um
programa próprio de proteção respiratória, os funcionários devem cumpri-lo
e, ainda, precisam realizar exames médicos para verificar a aptidão em traba-
lhar equipados nas condições adversas que o espaço confinado prevê. Na pró-
xima seção, você aprenderá a selecionar o equipamento correto para cada tipo
de serviço.
80
Módulo 6 – Programa de Proteção Respiratória
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se tem informações suficientes para planejar a
segurança necessária, você tem obrigação de
considerar que a atmosfera é IPVS.
Você lembra o que é uma atmosfera IPVS? Segundo Torloni (2002, p. 29), um
local é considerado IVPS quando apresentar alguma das seguintes situações:
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
A - Purificador de ar
não-motorizado 10 100 --- ---
motorizado 50 1000 1000 25
B - De adução de ar
B1 - Linha de ar comprimido
de demanda sem pressão positiva 10 100 --- ---
de demanda com pressão positiva 50 1000 --- ---
de fluxo contínuo 50 1000 1000 25
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Módulo 6 – Programa de Proteção Respiratória
Treinamento
Para trabalhar em segurança com o auxílio de respirador, os empregados de-
vem receber treinamento e reciclagem periódicos. Esses treinamentos devem
envolver supervisores, usuários, os funcionários que distribuem os respirado-
res e as equipes de emergência e salvamento.
83
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Ensaio de vedação
Você conhece a expressão “ensaio de vedação”? Sabe o que significa? Ensaio
de vedação deve ser feito antes de entrar no espaço confinado submetendo o
respirador a um teste para checar se ele oferece uma boa vedação, adaptado
ao rosto do usuário.
Nesta seção, você aprendeu que a seleção de respiradores deve ser realizada
de acordo com a natureza da operação, o tipo de risco respiratório, a localiza-
ção da área de risco, o tempo de utilização, as características e as limitações
dos respiradores, os fatores de proteção, entre outros.
84
Módulo 6 – Programa de Proteção Respiratória
Thinkstock ([20--?])
Alergênicas: provocam reações alérgicas de-
vido à formação de anticorpos mesmo em
pessoas sem predisposição. Ex.: pólen, pelos
de animais, resinas epóxi, platina, fungos e es-
peciarias.
Cancerígenas: provocam câncer após um período latente.
Ex.: amianto, cromatos, radionucleídeos.
Mutagênicas e Teratogênicas: induzem mutação em ní-
vel celular (mutagênicas), ou alterações genéticas (terato-
gênicas). Ex.: chumbo, mercúrio (FERNANDES, 2005, p. 2).
Partículas não-classificadas
Você sabia que existem tantas partículas nocivas e que causam tantos efeitos
diferentes? Também pode ocorrer de adentrarmos em ambientes confinados
que apresentam materiais desconhecidos, portanto, eles devem ser considera-
dos como potencialmente tóxico, sem exceção.
Acompanhe a seguir as principais características das chamadas partículas não
TLV – TWA
- classificadas:
É a abreviação dos termos
Threshold Limit Value e Time
Substâncias para as quais não há evidência de efeitos tó- Weighted Average e refere-
xicos. -se à concentração média
Não causam fibrose ou efeitos sistêmicos, mas também
não são biologicamente inertes. de determinada substância
Em alta concentração, podem provocar morte devido à durante certo tempo a
proteinose alveolar. que um trabalhador co-
Em baixa concentração, podem inibir ação ciliar, fazendo mum pode ser exposto
com que substâncias tóxicas não sejam eliminadas. Dimi- repetidamente sem apre-
nuem a mobilidade dos macrófagos.
Pertencem a esta classe os aerossóis que não contêm as- sentar efeitos colaterais,
besto, ou a sílica cristalina que está abaixo de 1%, como dia após dia, em rotina
carbonato de cálcio, calcário, cal, gesso e amido. normal de trabalho.
O TLV-TWA para partículas inaláveis é 10mg/m³. O TLV-
-TWA para partículas respiráveis é 3mg/m³. (GRIEP, 2012, p.
32).
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NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
86
Módulo 6 – Programa de Proteção Respiratória
Percebeu como pode ser perigoso o contato dos gases e vapores com o corpo
humano? Na tabela a seguir, você visualizará a classe do filtro que precisa ser
utilizado de acordo com cada tipo de composto (gases ou vapor), a concentra-
ção máxima e o tipo de peça facial compatível com o perigo - que você analisa
através do Fator de Proteção Atribuído, estudado na seção 2 desta unidade de
estudos. Acompanhe!
Tabela 4 - Máxima Concentração de Uso dos Filtros Químicos
(A) Não usar contra vapores orgânicos ou gases ácidos com fracas propriedades de alerta, ou que geram alto calor
de reação com o conteúdo do cartucho.
(B) A concentração máxima de uso não pode ser superior a I.P.V.S.
(C) Para alguns gases ácidos e vapores orgânicos, esta concentração máxima de uso é muito baixa.
Fonte:Vieira (2012, p. 14).
87
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Finalizando
E aqui você conclui mais um módulo de es-
tudos do curso sobre a NR 33 que reforçou
os conhecimentos sobre um assunto já co-
nhecido e muito importante: a respiração.
Com o objetivo de promover a saúde e a
segurança no trabalho, foi criado por meio
da Instrução Normativa 1 o Programa de
Proteção Respiratória. Aqui você também
teve a oportunidade de conhecer os princi-
pais conceitos e procedimentos, bem como
selecionar respiradores, classificar partícu-
las, gases e vapores e o emprego correto
dos filtros químicos. Que tal passar para o
próximo módulo de estudos? Até lá!
Anotações:
88
Módulo 6 – Programa de Proteção Respiratória
Anotações:
89
Procedimentos e Utilização da
Módu
PET lo
7
Seção 1 - Responsabilidades do empregador
Neste momento do curso, você já deve saber que segurança e saúde no tra-
balho é uma prática que exige responsabilidades distintas de todos os envol-
vidos no processo, não é mesmo? Entenda, a seguir, o que diz a Norma Re-
gulamentadora 33 sobre as responsabilidades do empregador na entrada de
espaços confinados.
33.2.1 - Cabe ao Empregador: [...]
NOR
MA f. garantir que o acesso ao espaço confinado so-
mente ocorra após a emissão, por escrito, da
Permissão de Entrada e Trabalho, conforme
modelo constante no anexo II desta NR; [...]
i. interromper todo e qualquer tipo de trabalho
em caso de suspeição de condição de risco gra-
ve e iminente, procedendo ao imediato aban-
dono do local;
33.3.2 - Medidas técnicas de prevenção: [...]
33.3.2.4 - Adotar medidas para eliminar ou controlar os ris-
cos de incêndio ou explosão em trabalhos a quente, tais
como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou ou-
tros que liberem chama aberta, faíscas ou calor.
33.3.3 - Medidas administrativas: [...]
e. adaptar o modelo de Permissão de Entrada e
Trabalho, previsto no Anexo II desta NR, às pe-
culiaridades da empresa e dos seus espaços
confinados;
f. preencher, assinar e datar, em três vias, a Per-
missão de Entrada e Trabalho antes do ingresso
de trabalhadores em espaços confinados;
g. possuir um sistema de controle que permita a
rastreabilidade da Permissão de Entrada e Tra-
balho;
h. entregar para um dos trabalhadores autoriza-
dos e ao Vigia, cópia da Permissão de Entrada e
Trabalho;
i. encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho
quando as operações forem completadas,
quando ocorrer uma condição não prevista ou
quando houver pausa ou interrupção dos tra-
balhos;
j. manter arquivados os procedimentos e Permis-
sões de Entrada e Trabalho por cinco anos;
k. disponibilizar os procedimentos e Permissão
de Entrada e Trabalho para o conhecimento
dos trabalhadores autorizados, seus represen-
tantes e fiscalização do trabalho; [...]
n. assegurar que o acesso ao espaço confinado
somente seja iniciado com acompanhamento
e autorização de supervisão capacitada;
o. garantir que todos os trabalhadores sejam in-
formados dos riscos e medidas de controle
existentes no local de trabalho;
33.3.3.1 - A Permissão de Entrada e Trabalho é válida so-
mente para cada entrada. [...]
91
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
92
Módulo 7 - Procedimentos e Utilização da Permissão de Entrada e Trabalho
93
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
94
Módulo 7 - Procedimentos e Utilização da Permissão de Entrada e Trabalho
E quando todo este planejamento de entrada não sai como o esperado? A ela-
boração de um “plano b” também faz parte da NR 33. A seguir, você estudará
algumas alternativas de planos de emergência.
95
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Finalizando
Anotações:
96
Módulo 7 - Procedimentos e Utilização da Permissão de Entrada e Trabalho
Anotações:
97
Noções de Resgate e Primeiros
Módu
Socorros lo
8
Seção 1 - Responsabilidades do empregador
Você já estudou que, apesar de focar todos os seus esforços na prevenção, a
Norma Regulamentadora 33 também prevê a elaboração de planos de emer-
gência. Ou seja, faz parte do treinamento do trabalhador autorizado o conhe-
cimento dos corretos procedimentos de resgate e dos equipamentos apro-
priados para essa necessidade.
Você sabia que, além da elaboração da Análise Preliminar de Riscos, o empre-
gador ainda precisa, por exemplo, realizar uma simulação real de perigo pelo
menos uma vez ao ano? Confira, a seguir, o que diz a NR 33 sobre as respon-
sabilidades do empregador quando o assunto é resgate e primeiros socorros.
33.4 - Emergência e Salvamento
NOR
MA
33.4.1 - O empregador deve elaborar e implementar pro-
cedimentos de emergência e resgate adequados aos espa-
ços confinados incluindo, no mínimo:
a. descrição dos possíveis cenários de acidentes,
obtidos a partir da Análise de Riscos;
b. descrição das medidas de salvamento e primei-
ros socorros a serem executadas em caso de
emergência;
c. seleção e técnicas de utilização dos equipamen-
tos de comunicação, iluminação de emergência,
busca, resgate, primeiros socorros e transporte
de vítimas;
d. acionamento de equipe responsável, pública ou
privada, pela execução das medidas de resgate
e primeiros socorros para cada serviço a ser rea-
lizado; e
e. exercício simulado anual de salvamento nos
possíveis cenários de acidentes em espaços
confinados. (BRASIL, 2012, p. 5).
99
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
normais ou de emergência.
Manter comunicação com os trabalhadores para mo-
nitorar o estado deles e para alertá-los quanto à ne-
cessidade de abandonar o espaço confinado.
Não realizar qualquer outra tarefa que possa compro-
meter o dever primordial, que é o de monitorar e pro-
teger os trabalhadores. (ABNT, 2001, p. 7).
100
Módulo 8 - Noções de Resgate e Primeiros Socorros
101
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Ferimentos
Os ferimentos no ambiente de trabalho são mais comuns do que
possa parecer.
102
Módulo 8 - Noções de Resgate e Primeiros Socorros
Queimaduras
As queimaduras também são outro tipo de acidente que
ocorrem com frequência no ambiente laboral. Elas po-
dem ocorrer em função de um contato com uma chama,
brasa, líquidos quentes, materiais superaquecidos, ou en-
tão, com substâncias químicas.
Segundo Kranzfeld (2007, p. 45),
iStockphoto ([20--?])
queimadura é a lesão de uma ou
mais regiões do corpo, provocada
pela ação do calor sobre o organis-
mo. [...] As queimaduras podem ser
de 1º, 2º e 3º graus. As de 3º grau
são as mais graves. Uma só pessoa
pode apresentar, ao mesmo tempo,
queimaduras de 1º, 2º e 3º graus.
103
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Fraturas
Muitos trabalhadores também sofrem quedas em seu ambiente
de trabalho, que podem provocar pequenas ou grandes fraturas.
Segundo Kranzfeld (2007, p. 46),
E você sabe o que fazer para socorrer um colaborador que sofreu uma fratura?
Acompanhe, na sequência, a conduta correta em caso de fraturas.
Em caso de fraturas expostas, deve-se cobrir a parte afetada com gaze ou pano
limpo. Jamais desloque ou arraste a vítima até que a região afetada seja imo-
bilizada, a não ser que o ambiente apresente algum risco iminente de novo
acidente, como por exemplo: explosão, liberação de gás tóxico, desabamento
etc. Nos casos em que se suspeite de entorse ou luxação, a conduta é a mesma
de fraturas não expostas.
104
Módulo 8 - Noções de Resgate e Primeiros Socorros
105
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Figura 28 - Ambu
Thinkstock (2014)
Parada cardíaca
Você sabe o que é uma parada cardíaca e sabe como proceder nestes casos?
Veja o que diz Kranzfeld (2007, p. 48), sobre isso: “uma pessoa tem parada car-
díaca quando o coração para de bater”. Para socorrê-la, é preciso realizar a res-
piração boca a boca, como você aprendeu anteriormente e, adicionar os movi-
mentos de recuperação, como segue:
deitar a pessoa em uma superfície firme e dura;
apoiar a palma da mão sobre a altura do coração e co-
locar a outra apoiada sobre a primeira;
calçar, com as mãos, o peito da vítima, fazendo força
para baixar o peito. Fazer esse movimento cinco vezes
e parar por alguns instantes. Nesse instante, o auxiliar
deverá realizar o movimento de respiração artificial;
não parar a massagem por mais de cinco segundos. O
intervalo para descansar não pode passar de cinco se-
gundos;
continuar os movimentos de recuperação e a respira-
Stockbyte ([20--?])
Convulsões
Ver uma pessoa sofrendo uma convulsão pode assustar um pouco e deixar a
pessoa que vê a cena sem ação. Por isso, deve-se estar preparado para prestar
os primeiros socorros a estas vítimas para não prejudicar ainda mais a saúde
desse trabalhador. Bem, antes de sabermos o que fazer, é preciso saber o que
vem a ser uma convulsão:
106
Módulo 8 - Noções de Resgate e Primeiros Socorros
Desmaios
Os desmaios podem ocorrer com muita frequência no ambien-
te de trabalho, e alguns deles são decorrentes de fatores como,
por exemplo: alimentação incorreta ou insuficiente, exposição
a altas temperaturas, fortes emoções etc. Porém, alguns des-
maios podem advir de fatores bem mais sérios e demonstram
claramente que a saúde do trabalhador não está em ordem.
Igorr1 ([20--?])
Segundo Kranzfeld (2007, p. 49), “desmaio é a perda da cons-
ciência, caracterizada, geralmente, por sensação de vazio no
estômago, enjoo, suor abundante, escurecimento das vistas e
palidez.”
Veja qual conduta pode ser tomada no caso de desmaio.
Caso você se depare com uma pessoa que sofreu um desmaio, tome as seguin-
tes providências:
coloque a vítima deitada, com a cabeça em nível mais
baixo do que o do corpo, para melhorar a circulação
do sangue no cérebro;
afrouxe as roupas;
ao voltar à consciência, dê líquidos açucarados, mas
nunca bebidas alcoólicas;
se não voltar à consciência em poucos minutos, cha-
me o médico o mais rápido possível. (KRANZFELD,
2007, p. 49).
107
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados - Supervisores de Entrada
Envenenamentos
Outro acidente que pode ocorrer no ambiente profissional é o envenenamen-
to, que nada mais é do que “a ingestão ou intoxicação por substâncias estra-
nhas e agressivas ao organismo.” (KRANZFELD, 2007, p. 50). Acompanhe, a se-
guir, os procedimentos corretos para atender esse tipo de situação.
Transportar a vítima ao pronto-socorro. Tem que ser
rápido para que o organismo não tenha tempo de ab-
sorver o veneno.
Não deixar a vítima andar. O esforço físico auxilia a ab-
sorção do veneno.
Se desconhecer a natureza do veneno, não se deve
dar leite.
Não dar óleo comestível, pois poderá apressar a absor-
ção de certos venenos.
Se o veneno for corrosivo, ou se a vítima estiver in-
consciente, não provocar o vômito. (KRANZFELD,
2007, p. 50).
Além das cobras, existem ainda as aranhas, escorpiões, e outros animais com
veneno capaz de colocar em risco a saúde e a vida do trabalhador. O veneno
destes animais, transmitido por um contato físico (normalmente um ataque),
causa dor, edema, sudorese, tremores, insuficiência renal ou respiratória, in-
chaço, calor, sangramento, bolhas e gangrena no local da picada. Segundo
Estadão (2010), de acordo com dados do Ministério da Saúde, no ano de 2009
houve 90.558 notificações de acidentes com animais peçonhentos em todo o
Brasil. Os dados indicam ainda que acidentes com esses animais foram respon-
sáveis por 309 mortes no país em 2009.
Para que não ocorra esse tipo de acidente, deve-se evitar andar descalço, usar
botas até os joelhos, não colocar a mão em buracos escuros e jamais mani-
pular serpentes, por mais inofensivas que pareçam. Além disso, é importante
manter o ambiente de trabalho limpo e livre de entulhos, detritos ou restos de
alimentos que atraiam os ratos - pois onde eles estão, as cobras aparecerão,
afinal são sua fonte de alimento.
Veja, agora, como ajudar vítimas de envenenamento por animais peçonhen-
tos.
108
Módulo 8 - Noções de Resgate e Primeiros Socorros
Finalizando
E aqui você encerra o último módulo de
estudos deste curso! Nesta etapa, você
conheceu a importância de um sistema
de resgate seguro durante o trabalho em
ambiente confinado. Aprendeu também as
responsabilidades compartilhadas entre
empregador e vigia autorizado a acompa-
nhar a atividade. Por fim, estudou também
os cuidados que são necessários para pres-
tar os primeiros socorros a vários tipos de
emergências. Esperamos que você tenha
aproveitado seus estudos e tirado todas as
dúvidas com seus colegas ou com o profes-
sor. Caso contrário, este é o momento para
fazer isto! Então, faça um bom trabalho com
segurança e até a próxima!
Anotações:
109
Finalizando
111
Referências
113
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Ensaios. 2012. Disponível em: <http://www.biologico.sp.gov.br/pdf/
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fundacentro.gov.br/dominios/CEPR/anexos/Curso%20Protecao%20
Respiratoria/Apresentacao.pdf>. Acesso em: 09 ago. 2012.
115
Anexos
Anexo 1
Quadro 6 - Permissão de Entrada e Trabalho (modelo alternativo)
data de revisão
25-01-2007
Permissão de entrada em espaço confinado Fonte
NBR - 14787:2001
e NR 33:2006
Nome da empresa Local do espaço confinado Espaço confinado nº
Data e horário Trabalho a ser
Data e horário de emissão
de término realizado
Trabalhadores autorizados Equipe de resgate
1. 1.
2. 2.
3. 3.
Supervisor de entrada
Nome Assinatura
116
SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL SC
Coordenação do Projeto
Morgana Machado Tezza
Elaboração
Paulo Roberto Perucci
Projeto Educacional
Angela Maria Mendes
Israel Braglia
Projeto Gráfico
Jean Carlos Klann
Design Educacional
Daiana Silva
Diagramação
Jean Carlos Klann
Ficha Catalográfica
Patrícia Correa Ciciliano
CRB: 14/752
117