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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA

BACHARELANDO EM DIREITO

OS DIREITOS LGBTQIA+ EM ÂMBITO DO DIREITO


CONSTITUCIONAL BRASILEIRO E A OMISSÃO LEGISLATIVA

DORI EDISSON PINA MORAIS

SALVADOR – BA

2020.1
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA

BACHARELANDO EM DIREITO

DORI EDISSON PINA MORAIS

OS DIREITOS LGBTQIA+ EM ÂMBITO DO DIREITO


CONSTITUCIONAL BRASILEIRO E A OMISSÃO LEGISLATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao Centro Universitário Estácio da
Bahia, sendo requisito final obrigatório para a
obtenção do Diploma de Graduação em Direito,
bem como o título acadêmico de Bacharel em
Direito.

Prof. Orientador.: Dr. Fernando de Alvarenga


Barbosa

SALVADOR – BA

2020.1
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA

BACHARELANDO EM DIREITO

DORI EDISSON PINA MORAIS

OS DIREITOS LGBTQIA+ EM ÂMBITO DO DIREITO


CONSTITUCIONAL BRASILEIRO E A OMISSÃO LEGISLATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao Centro Universitário Estácio da
Bahia, sendo requisito final obrigatório para a
obtenção do Diploma de Graduação em Direito,
bem como o título acadêmico de Bacharel em
Direito.

Prof. Orientador.: Dr. Fernando de Alvarenga


Barbosa

____________________________________________________
Prof. Orientador

____________________________________________________
Prof.

____________________________________________________
Prof.

Salvador, em _______ de __________________ de 2020.


DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho, em lagrimas, o todos os que já foram mortos pela homofobia,
oferecendo, também, essa pesquisa a todos que irão ser assassinados a cada 19 (dezenove) horas
como apontam os estudos da Fundação Getúlio Vargas.
Oferto esse labor a todos as classes consideradas minoritárias no Brasil, que lutam por
suas vidas, militam pela sobrevivência, sobretudo – em razão de toda essa luta – por vezes
acabam morrendo no campo de batalha social.
Consagro a todos que foram e são expulsos de sua habitação em razão de quem ama,
por pessoas que deviam proteger e amar.
Destino a todos os que acreditam em um mundo mais florido, com rosas de esperança,
tulipas de alegrias, lírios de amor, orquídeas de igualdade e orvalhos de paz.
Dedico, por fim, a Deus, e meus Orixás, em uma prece quase muda para um pouco de
paz a toda essa gente.
AGRADECIMENTOS
A Deus que me manteve em paciência quando nem eu mais achei que podia.
A Oxalá que me manteve em iluminação interior constante, em transe meditativo
quando necessário, mas sempre confiante de que as vezes passar pela pressão e o fogo é o que
transforma o carvão em diamante; Epá Epá Babà.
A Oyá que me manteve seguro de mim, com pés firmes no chão, me protegendo com
seus ventos de esperança, para na hora certa em seus ventos poder voar; Eparrey Oyá.
A Omolu / Obaluaê, que sempre olhou por mim, me cobrindo com suas palhas, curando-
me, livrando-me da sede, da peste, da fome; Atotô.
Aos meus ancestrais que sempre estiveram comigo em algum canto do gigante universo,
corpórea ou incorporeamente.
Aos meus pais, Dori Edisson Morais Silva e Zelainde de Oliveira Pina, que fizeram tudo
o que podiam para que esse momento fosse possível.
Aos meus irmãos que tanto amo, e vinham em mim luz e inspiração quando nem meu
espelho isso delatava; sempre estarei com vocês: Hugo Morais, Alice Morais e Alef Morais;
sempre juntos.
Aos governos anteriores que tiveram posicionamentos garantistas referentes ao acesso
a educação que me possibilizou, através de bolsa integral, concluir essa graduação.
A mim que por muitas vezes senti toda necessidade em entregar os pontos, jogar a
toalha, entretanto não desistir contrariando até meus próprios limites físicos e mentais; muito
obrigado por não desistir de si mesmo, muito obrigado por acreditar em você, muito obrigado
por seguir trilhando ainda que chorando nesse caminho confuso.
A todos os meus amigos e familiares, que estiveram comigo nos piores, bem como nos
melhores momentos.
A todos os meus professores, que foram brilhantes em suas competências, me enchendo
cada um com uma gota de conhecimento, para que eu pudesse começar a correr como um rio,
logrando algum dia fazer parte da maré mais alta.
“O Brasil não é meu país:
É meu abismo
Meu veneno
Um vídeo tape de horror
Nosso buraco cada vez mais baixo
Nosso câncer”.
- Jomard Muniz de Britto (2002)
OS DIREITOS LGBTQIA+ EM ÂMBITO DO DIREITO
CONSTITUCIONAL BRASILEIRO E A OMISSÃO LEGISLATIVA

Por: DORI EDISSON PINA MORAIS ¹

RESUMO

Os direitos LGBTQIAP+ em solo brasileiro vem ganhando espaço nos últimos anos; mas
majoritariamente a garantia desses se dá através do Poder Judiciário, tornando-se cada vez mais
evidente a omissão estatal nessa questão. A histórica decisão do Supremo Tribunal Federal de
2019, no julgamento da Ação Direita de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 26
declarou que há uma inercia inconstitucional do Poder Legislativo em garantir o direito
fundamental a segurança, bem como da dignidade da pessoa humana para os LGBT+. Frente a
isso essa obra busca entender as raízes do preconceito social sofrido pela comunidade
minoritária; trazer de forma cronológica importantes momentos históricos de conquistas de
direitos de igualdade social; analisar em ótica objetiva e subjetiva o descaso Estatal, e por fim
propor soluções assistencialistas logicas para que se cumpra o que reza a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, com ênfase a seu Art. 5, inciso XLI que trata sobre a
punição legal a qualquer forma de descriminação.

PALAVRAS CHAVE – ADO nº 26; Discriminação; Constituição da República Federativa do


Brasil de 1988; LGBTQIAP+; direito das minorias; Dignidade da pessoa humana.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO | 2. ANALISE DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE ASSOLAM OS


LGBT+ | 2.1. NÃO ACEITAÇÃO SOCIAL | 2.2. HOMICÍDIOS | 2.3. DEPRESSÃO E
OUTRAS DOENÇAS PSICOLÓGICAS | 2.4. SUICÍDIOS | 2.5. AGRESSÃO FAMILIAR | 3.
AVANÇOS DOS DIREITOS LGTB+ E INSEGURANÇA JURÍDICA AOS
BRASILEIROS | 5. DA OMISSÃO ESTATAL | 6. CONCLUSÃO | REFERÊNCIAS.

____________________________
¹ bacharelando em direito no Centro Universitário Estácio da Bahia, 10º período, e – mail:
morais.adv@hotmail.com.
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1. INTRODUÇÃO
Em conceito, segundo o Dicionário Michaelis, omissão significa: “1 Ato ou efeito de
omitir(-se). 2 Ação ou efeito de não dizer ou não fazer algo. 3 Ação ou efeito de deixar de
lado, de não se levar em conta; esquecimento, preterição” (grifo nosso).
Ainda nesse contexto, a mesma obra define omissão em sentido jurídico como:
“Abstenção de um ato ou de cumprimento de um dever legal; não realização de uma conduta
(socorro, salvamento, intervenção etc.) [...]” (grifo nosso).
Extraída essas duas acepções do conceito geral, agora se especifica em domínio
Constitucional a omissão legislativa como sendo o ato da casa legislativa em se tornar inerte
em sua função constitucional – de legislar – frente a uma realidade jurídica relevante; ferindo
sobretudo a dinamicidade característica primordial do Direito.
A realidade nacional já não pode ignorar a existência de uma minoria a muito tempo
oprimida, a população LGBTQIAP+ ¹; entretanto apesar dos índices de mortalidade, violência,
preconceito - gigantescos - para esse recorte populacional, não se notava a existência legislativa
com intuito da defesa dos direitos desses, o cenário começa a mudar na última década,
entretanto por vias do poder judiciário.
O Brasil é o país que mais mata LGBT+; como expõe a própria pagina on-line do Senado
Federal, por intermédio de Larissa Bortoni (2018):
O Brasil registrou 445 casos de assassinatos de homossexuais em 2017, segundo o
levantamento do Grupo Gay da Bahia. De acordo com a ONG Transgender Europe,
entre 2008 e junho de 2016, 868 travestis e transexuais perderam a vida de forma
violenta. O alerta para essas mortes é o tema da reportagem da Rádio Senado no Dia
Internacional de Combate à LGBTFobia, celebrado em 17 de maio.

Se estima que, em 2017, a cada 19 (dezenove) horas, um homossexual foi morto


violentamente no Brasil – como aponta a Fundação Getulio Vargas em matéria escrita por Ana
Luísa Azevedo, Andressa Contarato e Danielle Sanches em 2018:
(...) no mapeamento de homicídios contra a população LGBT, indicando que, em
2017, a cada 19 horas uma pessoa LGBT foi morta no Brasil. Uma reflexão
importante é a pouca disponibilidade de dados públicos, tanto em âmbito
nacional quanto entre os estados sobre a violência homofóbica. Entende-se que
dar visibilidade a estes números colabora para colocar este tema na pauta do debate
público, suscitando avanços não só por parte de instituições públicas, como na própria
mobilização da sociedade para coibir casos de preconceito e discriminação. (Grifo
nosso).

_____________
¹ A sigla mais recente que representa a comunidade, se apresenta da seguinte forma LGBTQIAP+; englobando
todas as pessoas que são Lesbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer (Questionando); Intersexuais;
Assexuados; Pansexuais, por fim o mais representa todos aqueles que não fazem parte da heterossexualidade ou
não são cis gêneros. Doravante a expressão será usada nesse trabalho somente como LGBT+, por vias de
comodidade.
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Em mais essa citação se observa outro dado importante, apesar das barbáries
vivenciadas diariamente o poder público não se atem sequer em uma tentativa para levantar
dados a respeito; o que nas palavras das autoras auxiliaria a aumentar a visibilidade social a
essa temática, o que certamente contribuiria para um estimulo a casa legislativa em sair da
inercia omissiva.
Vale ressaltar que somente em 17 de maio de 1990 a Organização Mundial da Saúde
retirou da lista de doenças mentais ser LGBT+; logo o termo homossexualismo foi substituído
por homossexualidade; haja vista -ISMO ser sufixo de patologias, a exemplo: autismo,
bruxismo, alcoolismo, tabagismo, dentre outras. Nas palavras de Vinicius Lemos (2018):
Há 28 anos, nesta mesma data, a homossexualidade é retirada da lista de doenças da
Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde então, alguns discretos avanços são
percebidos pela comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). O
preconceito, porém, permanece na sociedade brasileira e crimes motivados por
homofobia são recorrentes.

Em razão disso o dia 17 de maio tornou-se o dia internacional de Luta contra a


Homofobia, assim como a expressão que agora não é mais usual dado ao exposto, é considerada
de caráter discriminatório; pois ela era usada para se referir a suposta doença que era ser
LGBT+.
Por fim torna-se cristalina a urgência dos debates sobre esse assunto, sobretudo a
necessidade da movimentação do Poder Legislativo, para lançar uma proteção direcionada a
comunidade LGBT+, pessoas não podem continuar a morrer por sua condição sexual.
No Brasil ainda se observa uma legislação retrograda, não há um assistencialismo aos
LGBT+ que são expulsos de casa, não há uma saúde pública especializada que abarque todo o
público transsexual; nem assistencialismo profissional para essas pessoas que ainda com
alguma formação recorrem massivamente a subempregos como a prostituição ou atividades
criminosas.
Essa pesquisa se fundamenta em três pilares básicos: a) demonstração dos problemas
correlacionados a homofobia; b) evidenciação da omissão estatal; c) conclusão da obra. A
metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica com base nos moldes doutrinários,
jurisprudenciais e históricos; montando com elas um recorte do objeto estudado com o intuito
de entender as raízes e os frutos da LGBTfóbia.

2. ANALISE DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE ASSOLAM OS LGBT+


Os males que assolam a população LGBT+, são diversos, tanto em aspecto individual;
com os problemas emocionais, não aceitação familiar, expulsão de casa na fase da adolescência.
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Assim como em escala social como os homicídios, discriminação e marginalização a esse


grupo, difícil ingresso no mercado de trabalho; dentre outros.
Em escala jurídico Constitucional; é importante se evocar a priori a máxima estabelecida
no caput do Art. 5º, bem como em seus incisos I, VI e X – da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, que estabelecem:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição; (...) VI - é inviolável a liberdade de consciência (...) X - são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação; (grifo nosso)

Em análise objetiva literal todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país gozam


dos direitos: ao tratamento igualitário; a proteção da vida; das liberdades individuais; da
intimidade; da segurança; da liberdade de consciência, todavia os LGTB+, aparentemente, não
se enquadram nessa perspectiva protecionista; haja vista todos os dados históricos de
assassinato em massa, homofobia, agressões, privações dos direitos das suas liberdades
individuais como por exemplo - o próprio casamento, direito conquistado somente no ano de
2013 (dois mil e treze).
Vale dizer que com raras exceções como o Decreto Nº 8.727, de 28 de abril de 2016;
que dispõe a respeito do reconhecimento da identidade de gênero, bem como da utilização do
nome social por pessoas transexuais e travestis no âmbito da administração pública Federal
direta, fundacional e autárquica; assim como outras legislações estaduais nesse mesmo teor
como fez o Distrito Federal; no Brasil inexistem legislações que tratem sobre a temática
LGBT+; sendo que todos os direitos já garantidos foram por intermédio do Poder Judiciário.
Por fim se torna imperioso declarar uma omissão legislativa em relação ao desamparo
estatal aos casos incontáveis de desumanidades sofridas por todos os brasileiros que fazem parte
da minoria LGBT+; apesar de toda visibilidade televisiva, dos avanços em direitos pelo
judiciário, o poder emanatório de leis não pode ignorar essa realidade social, deve o direito
assumir sua postura dinâmica sob pena, se não o faze-lo, da condenação a estagnação temporal.

2.1. NÃO ACEITAÇÃO SOCIAL E HOMOFOBIA


Antes de abordar tal vertente se faz necessário contextualizar um pouco do aspecto
histórico que envolve o universo LGBT+; muitos são os fatores que podem ser citados para
embasar a raiz da não aceitação social no Brasil, dentre eles: falta de representatividade;
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demonização pela religião dominante; machismo estrutural; ser gay já ter sido considerado
crime; já ter tido teor patológico a homossexualidade, dentre muitos outros fatores.
No que tange a falta de representatividade pode-se afirmar que pouco se vê pessoas
LGBT+ em cargos importantes, seja dentro da política, em grandes corporações empresariais;
em espaços de notoriedade; dentro dos telejornais de grandes emissoras, em grandes clubes ou
seleções futebolísticas, dentre outras.
O reflexo disso se torna tangível; como expressa bem o dito popular, “o que não é visto
não é notado”, logo o pouco espaço midiático dará em contrapartida pouca pressão social para
reivindicações de direitos para a categoria, nas palavras de Gyssele Mendes, redatora da Carta
Capital (2017):
As noções de representação e representatividade são complexas e caras aos
movimentos e minorias sociais. No regime da visibilidade em que vivemos, “ser
visto” é também uma forma de pressionar instâncias governamentais por mais
direitos e políticas de igualdade, a fim de garantir a dignidade humana de grupos
sociais cotidianamente vilipendiados. Daí um dos papéis fundamentais da mídia na
contemporaneidade: é o espaço da visibilidade por excelência. (grifo nosso)
Quanto a essa temática a redatora faz um sábio apontamento; apesar de o primeiro
personagem gay em mídia televisiva ter aparecido por volta de 46 anos atrás; na novela “O
Rebu”, o personagem gay é retratado como um impulsivo passional capaz de matar por ciúmes,
e também relacionando o personagem a uma relação por interesse monetário de um rapaz mais
jovem por um homem de mais idade. Expressa Gyssele Mendes (2017):
A homossexualidade estreou na telenovela através do crime ‘passional’ e da
dependência financeira de um jovem por um homem mais velho”. (...) nos últimos
anos, a população LGBT tem conquistado cada vez mais espaço na mídia brasileira,
seja nas telenovelas, em reportagens pedagógicas da mídia impressa e online ou
programas humorísticos e de variedades. Mas quando pensamos nisso, quais
personagens LGBTs vêm à mente? Em um breve esforço, lembramos de Rafaela e
Leila, o casal de lésbicas mortas na explosão de um shopping, em Torre de Babel
(1997); Clara e Rafaela, de Mulheres Apaixonadas (2003), cujo final contava com
uma apresentação teatral do trágico “Romeu e Julieta”; um personagem ou outro
interpretando o “gay afeminado” e “afetado” em programas de humor; a travesti
Sarita, integrante do núcleo cômico de Explode Coração (1995); Júnior e Zeca, de
América (2005), que tiveram o beijo censurado no último capítulo; o casal Niko e
Félix, de Amor à Vida (2013), cujo beijo no final da novela rendeu inúmeras
discussões, e por aí vai. Outra questão vem à tona, além de como são
representados os personagens LGBTs: entre eles, quantos são interpretados por
pessoas LGBTs? Quantas travestis estão no elenco da Globo, do SBT, da Band ou da
Record? Quantos homens trans ocupam espaços de poder na mídia? Quantas lésbicas
participaram da produção do roteiro das telenovelas em que são representadas?
Provavelmente, a resposta não se distanciará muito do zero. [grifo nosso]

Se extrai do supracitado duas bases interessantes; quase sempre que um LGBT+ é


retratado pela mídia ou ele terá um fim tragicamente dramático, ou será em tom extremamente
vexatório, como um afeminado, colorido, absurdamente estereotipado, com comicidade barata
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e forçada. Em segunda analise quase nenhum dos personagens LGBT+ são representados por
alguém que realmente seja da comunidade.
Em chula analogia a mesma descaracterização ocorre quando a mídia retrata
personagens históricos negros com pessoas brancas; socialmente é mais aceito, entretanto em
aspecto constitucional tal corrente destoa completamente com a ideia de igualdade de
tratamento civil, e da não discriminação.
A representatividade se torna importante ao passo que o Brasil se figura como sendo
país democrático; a democracia se relaciona intimamente com a infinidade de opiniões, grupos
sociais, com a diversidade; logo se um grupo não possui representação, está ele sentenciado a
marginalização social, nos dizeres de Maria Clara Araújo apud Gyssele Mendes (2017):
Maria Clara Araújo, figura importante do movimento recente de mulheres trans no
Brasil, ressalta que “quando se fala em representar, é sobre existir, de fato, em uma
sociedade em que 90% das mulheres trans e travestis estão na prostituição como um
lugar condicionado”. A representação nas telas pode ser parte de uma ficção, mas as
consequências nas vidas dos grupos representados irresponsavelmente são reais.
Se torna imperioso que se lance uma outra visão a respeito do tema; como se observa
na dramaturgia brasileira os personagens homossexuais mais bem aceitos são aqueles que tem
caráter vexatório, espalhafatoso, cómico – o reflexo natural disso é que os homossexuais que
estão traçando sua personalidade social, assumam esse papel representativo, embasando-se na
ideologia que essa personificação será mais aceita socialmente.
O impacto disso é que a minoria LGBT+ acaba por assumir uma personalidade mais
rasa, menos crítica, menos intelectual, pois falta a eles esse espelho; essa matriz ideológica que
os levem a pensamentos mais críticos, mais racionais e por fim posturas mais combativas.
Outra vertente que se apresenta é o aspecto da opressão religiosa, constitucionalmente
o Estado brasileiro adota a laicidade, entretanto sua população é massivamente cristã; como
aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); em uma comunicação social
datada de 29 de junho de 2012:
Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período
intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010,
chegaram a 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2
milhões para 42,3 milhões). (...) Já os católicos passaram de 73,6% em 2000 para
64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em
2010, a histórica maioria católica, (...) (grifo nosso)
Com base no censo mais recente estima-se que aproximadamente 182 milhões de
brasileiros sejam da corrente religiosa cristã; baseando-se no livro intitulado de Bíblia Sagrada,
esse, naturalmente, deverá servir como norte moral, ideológico e doutrinário aos que se dizem
cristãos; em nome de Deus, boa parte dos cristão, com base na bíblia difunde a seguinte visão:
Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher,
ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois merecem a
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morte. (Levítico 20:13) § Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de
Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os
efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,
nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. (1 Coríntios 6: 9-
10) § A mulher não se vestirá de homem, nem o homem se vestirá de mulher: aquele
que o fizer será abominável diante do Senhor, seu Deus. (Deuteronômio 22:5) §
Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as
mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos
indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido
pela sua perversão. (Romanos 1:27) (Bíblia, Almeida Corrigida Fiel, 2020) [grifo
nosso]
Em virtude do supracitado se observa que o principal livro cristão possui em suas
passagens muitas declarações de repudia aos LGBT+, aos que seguem fielmente essa doutrina
se nota muitas posturas agressivas a comunidade justificadas nas próprias palavras da bíblia,
obras como o filme brasileiro “Do Lado de Fora” em 2014 retratam essa trama.
O objetivo principal de buscar essa fonte não é suscitar mais ódio, a luz da Carta Magna
de 1988 é livre a liberdade religiosa, respeitado o individualismo de cada um; sendo então o
proposito tornar nítida algumas das raízes do preconceito sofrido hoje pela comunidade gay,
tanto no Brasil, quanto no mundo.
Se correlaciona, também, com o cristianismo a defesa dos valores, da família
tradicional, sobretudo o não reconhecimento pela maior parte dos cristãos de estruturas
familiares que se divergem da descrita em gêneses: homem, mulher e filhos. O que gera na
sociedade animosidade, certa apatia aos que vivem de forma diversa a socialmente estabelecida.
É justa a ressalva de partes do preambulo da Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH) – da qual o Brasil é signatário, que estabelece:
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros
da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
liberdade, da justiça e da paz no mundo; considerando que o desprezo e o
desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram
a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que todos gozem
de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum.
(...) a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
Humanos: como ideal comum a ser atingido por todos os povos e nações, com o
objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente
essa Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o
respeito e esses direitos, e liberdades pela adoção de medidas progressivas de
caráter nacional e internacional (...) [grifo nosso]
Ainda com base no que reza a DUDH, em seus Artigos 1º, 2º, I e 7º:
Art. 1º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito
de fraternidade. § Art. 2º, §1: Todo ser humano tem capacidade para gozar os
direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer
espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza,
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. § Art. 7º
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção
da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que
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viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.


[grifo nosso]
Se extrai do supradito que todos em sociedade tem direito as suas liberdades individuais
garantidas; sendo de obrigação do Estado a proteção dessas prerrogativas, evitando, assim como
protegendo todo e qualquer indivíduo de sofrer violência ou descriminação. Grave, também, a
situação da violência até mesmo em ambiente educacional, como se observa:
Pesquisa com adolescentes brasileiros gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros mostra
que 73% sofrem bullying e 37% já apanharam na escola. Os números foram
apresentados nesta terça-feira (22) em audiência pública promovida pela Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). No Brasil, foram ouvidos 1.016
estudantes de 13 a 21 anos. Sessenta por centro disseram se sentir inseguros na escola,
73% foram agredidos verbalmente, 48% ouvem comentários homofóbicos e 37%
foram agredidos fisicamente. Já 36% acham a escola ineficaz para evitar
agressões. (AG. SENADO FEDERAL, 2016)
Os dados colhidos são alarmantes, entretanto o que mais chama atenção é que ainda que
o próprio Senado Federal, através de sua comissão especial tenha feito esse levamento, as pautas
protecionistas para a temática ficam inertes, sofrendo a morosidade omissiva.
Sendo assim o respeito as garantias constitucionais e gerais, como das liberdades
individuais, é o único caminho seguro na busca de pacificação social, em outras palavras, só
através do respeito as diferenças se é possível constituir uma sociedade pacifica e fraterna.

2.2. HOMICÍDIOS
Se faz necessário lançar uma visão a respeito de como a violência ceifa as vidas das
pessoas LGBT+ no Brasil; nas palavras de Preite Sobrinho (2019):
O STF (Supremo Tribunal Federal) volta a julgar hoje a necessidade de criminalizar
ofensas ou agressões cometidos contra a população LBGT (lésbicas, bissexuais, gays,
travestis e transgêneros). Não há consenso sobre a questão e projetos sobre o assunto
se acumulam sem votação no Congresso. Dados aos quais o UOL teve acesso
revelam, contudo, uma questão alarmante: 8.027 pessoas LGBTs foram
assassinadas no Brasil entre 1963 e 2018 em razão de orientação sexual ou
identidade de gênero (...) No documento, Cardia somou as denúncias de assassinato
registradas entre 2011 e 2018 pelo Disque 100 (um canal criado para receber
informações sobre violações aos direitos humanos), pelo Transgender Europe e pelo
GGB (Grupo Gay da Bahia), totalizando 4.422 mortos no período. Isso equivale a
552 mortes por ano, ou uma vítima de homofobia a cada 16 horas no país. [grifo
nosso]
Todas as questões anteriormente tratadas se correlacionam com esse tópico em
especifico, haja vista que os LGBT+ são parte minoritária no contexto social, e ainda que se
isolem na maior parte dos casos, não deixam de ser membros da sociedade; recebendo
diretamente suas influências, suportando o machismo, a misoginia, a homofobia, o racismo, as
imposições de crença, e outros fatores de relevância.
15

No que tange a imposição religiosa se elenca duas principais correntes; em primeira


análise, como dito, a maior parte da população brasileira é adepta a linhas religiosas que
defendem o extermínio dos homossexuais.
Em segunda instancia se tem a chamada bancada evangélica nas casas legislativas; dos
defensores dos ditos bons costumes, famílias tradicionais, bem como da honra brasileira. Os
reflexos disso se observa tanto em discurso dos parlamentares, e o principal representante do
executivo, com o seguinte teor:
Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui:
prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo
por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo, (...) se um casal homossexual vier morar
do meu lado, isso vai desvalorizar a minha casa! Se eles andarem de mão dada e derem
beijinho, desvaloriza. (Jair Messias Bolsonaro, 2011)
Em outro momento – em uma entrevista ao canal Pragmatismo, afirmou o presidente do
Brasil, Jair Messias Bolsonaro, que: “ter filho gay é falta de porrada (...) o filho começa assim
a ficar meio gayzinho, leva um coro, ele muda o comportamento dele”. Ou ainda “as minorias,
devem se curvar as maiorias ou serão esmagadas”, como expressa a redação do El País (2018).
Evitando generalização, pensamentos como o do presidente eleito está atrelado em
muito aos incorporados a mentalidade da população brasileira, como se observa esses modos
de concepção trazem à tona um altíssimo teor de violência, que por muitas vezes resultam em
homicídios a população LGBT+. Não é difícil encontrar nos jornais nacionais e internacionais,
notícias que abordam a temática:
Ataque em boate gay deixa 50 mortos em Orlando, nos EUA. Autoridades de
Orlando, nos EUA, afirmaram neste domingo (12) que 50 pessoas morreram e outras
53 ficaram feridas no ataque a uma boate voltada ao público LGBT. O número de
mortos faz do ato o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos. Em
entrevista ao canal de TV "NBC", o pai do suspeito descartou motivações religiosas
para o ataque e citou comportamentos homofóbicos. [grifo nosso] (SOBRINHO,
G1, 2016)
A Polícia Civil indiciou sete pessoas por envolvimento com o assassinato do professor
Ronaldo Pescador, de 40 anos. O crime ocorreu no dia 30 de novembro de 2019 em
uma residência no bairro Boqueirão em Curitiba. Cada um deverá responder por sua
conduta individualizada no crime, mas todos foram acusados por homofobia. “A
vítima sofreu discriminação e preconceito em virtude de sua orientação sexual
manifestada naquele momento. A vítima foi subjugada, humilhada e torturada nos
limites da imaginação humana”, diz um trecho do inquérito divulgado nesta sexta-
feira (21). De acordo com o documento, após ser torturado, o professor foi morto com
o golpe de uma faca no coração. [grifo nosso] (BERTICELLI, Record TV, 2020)
Mãe que matou filho por ele ser gay é condenada a 25 anos de prisão em SP Além
dela, mais duas pessoas pegaram 21 anos de detenção pelo crime; Itaberli Lozano foi
morto aos 17 anos a facadas e seu corpo foi queimado em um canavial (...) Itaberli
havia passado a morar com a avó depois de ser agredido pela mãe, mas ela o atraiu
à sua casa com o pretexto de fazer as pazes. No imóvel, com a ajuda dos outros dois
condenados e de um adolescente de 16 anos, ela submeteu o filho a uma sessão de
espancamento e depois o golpeou com facadas no pescoço. [grifo nosso] (PRATA, O
Estado de S. Paulo, 2019)
Polícia investiga criação de grupo para extermínio de gays em Goiás Na postagem,
que menciona o nome do presidente eleito Jair Bolsonaro, há até um número de
16

telefone de Goiás para que os interessados entrassem em contato A Polícia Civil do


Estado de Goiás (PCGO) investiga um comentário feito no Facebook, em que um
internauta convoca outras pessoas para formar um "grupo de extermínio dos gays" no
estado. (JORDÃO, Correio Braziliense, 2018)
Dado ao exposto fica evidente que muitos são os casos de homicídio no Brasil,
motivados tão somente pela orientação sexual ou gênero da vítima; é valido a ressalva que o
teor do Grupo de Extermínio Gay em Goiás se embasa no nome de Deus, assim como na
purificação do sangue brasileiro, sobretudo na manutenção da família tradicional.
Tal afirmativa acende um sinal vermelho porque em muitas partes da oratória dos
supostos membros do grupo, as convicções se assemelharem ao nazismo, por fim da
desumanização dos homossexuais, partido do pressuposto do que não é humano pode ser morto
– sem quaisquer ressentimentos.
Todo esse ódio empregado de vários lados, assim como de diversos grupos sociais para
com os LGBT+, vai de encontro aos vários princípios jurídicos, nacionais e internacionais; ao
passo em que fica a cargo do Estado a manutenção da segurança, da saúde, da vida – como
direitos fundamentais a todos os brasileiros.
Em linhas conclusivas ao que se observa as limitações legislativas existentes são
insuficientes para frearem o preconceito, e a homofobia que ceifa vidas diariamente. Surge a
esse ponto a necessidade de normas especificas a proteção desse grupo que sofre em suas
limitações e vulnerabilidades.

2.3. DEPRESSÃO E OUTRAS DOENÇAS PSICOLÓGICAS


Se faz necessário trazer à baila as questões inerentes aos diversos transtornos
psicoemocionais que comumente são acometidos os integrantes da população LGBT+; nas
palavras da psicóloga Lara Cannone, integrante do Núcleo de Sexualidade da Holiste apud
Camila Tuchlinki, (O Estado de S. Paulo, 2019):
Preconceito, falta de aceitação social e a não identidade de gênero provocam uma série
de problemas de saúde mental na população LGBT+. Passar anos de uma vida
tentando ser alguém que ‘não se é’ tem consequências emocionais sérias e que podem
causar transtornos de ansiedade e depressão. Em casos mais graves, o risco de suicídio
é alto, pois o indivíduo não consegue enxergar uma saída; "O preconceito
internalizado no próprio indivíduo se traduz, muitas vezes, em adoecimento, e o que
se faz é justamente desconstruir a ideia de normalidade e ajudar a lidar com todas as
consequências trazidas pelo contato desse indivíduo com o mundo externo e com seus
próprios modelos”, avalia a psicóloga Lara Cannone, integrante do Núcleo de
Sexualidade da Holiste.
Como trazido nas palavras da psicóloga; a não aceitação do meio externo, assim como
a recusa familiar; a disforia com o próprio corpo – em alguns casos; o medo da violência e da
discriminação social... são fatores que reverberam em transtornos psicológicos; haja vista que
17

muitos homossexuais e transsexuais, são forçados pelo próprio medo ou por sua família a
viverem uma realidade em distopia; assumindo um personagem, se travestindo de outro alguém,
não podendo assumir, assim como defender a própria identidade.
A luz do que reza a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; na parte
dos Princípios Fundamentais, em seu caput do Art. 3º, incisos I, III e IV:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I -
construir uma sociedade livre, justa e solidária; III - erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação. [grifo nosso]
Apesar das inspiradoras palavras trazida nesse recorte normativo, se evidencia a esse
ponto, que o Estado e a sociedade brasileira têm agredido frontalmente e diariamente a
Constituição Federal brasileira de 1988; ao passo em que existem pouquíssimas normas
especificas para a proteção aos direitos das pessoas LGBT+; que a sociedade incansavelmente
agride, ofende, descrimina e mata pessoas dessa minoria.
No que tange a responsabilidade legislativa concorrente à União, aos Estados, aos
municípios e ao Distrito Federal; se obriga na carta magna do Brasil de 1988 que todos esses
entes com competência legislativa versem sobre a proteção e defesa da saúde; como estabelece
o Art. 24, XII.
Vale, também, trazer a sabedoria do caput do Art. 6º: “São direitos sociais a educação,
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, (...) a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. [grifo
nosso]
Logo a saúde, que se compreende nas palavras da Organização Mundial da Saúde, em
um dos seus textos base, a Constituição da Organização Mundial da Saúde (2006):¹
A saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social; e não somente a
ausência de afecções, ou doenças. Gozar do grau máximo de saúde que se pode
alcançar, é um dos direitos fundamentais de todo ser humano, sem distinção de raça,
religião, ideologia política, ou condição econômica, ou social. [tradução nossa]
Com base no supracitado se estabelece que a saúde compreende uma integralidade de
fatores; desses o bem estar social, físico e mental; quando a Constituição Federal brasileira de
1988 traz para o Estado a obrigatoriedade em promover a saúde, se verifica uma falha por
omissão legislativa para atender particularmente a minoria LGBT+.
Pois a sociedade brasileira é tendenciosa ao preconceito, ódio, e exclusão das minorias.
Por isso há um reflexo psicológico dessa conduta social; qual seja o afastamento, isolamento e
________________________________________________________________________________________________________

¹ (texto original) La salud es un estado de completo bienestar físico, mental y social, y no solamente la ausencia
de afecciones o enfermedades. El goce del grado máximo de salud que se pueda lograr es uno de los derechos
fundamentales de todo ser humano sin distinción de raza, religión, ideología política o condición económica o
social.
18

sensação de culpa dos LGBT+, pelo fato da sua condição; resultando dessa combinação de
fatores há altos índices de distúrbios psicológicos, bem como suicídios.
Em matéria publicada por Gabriela Ingrid, UOL, Viva Bem, 2018; com base nas
entrevistadas se enfoca três importantes declarações: a de um LGBT+ ativista, Ariel; em
seguida do Doutor em psicologia pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Pedro
Paulo Gastalho de Bicalho; por último da Doutora em Psiquiatria, Alessandra Diehl:
O mundo dita suas próprias regras, rouba seu lugar de fala e diz onde ele deve ou não
deve trabalhar. O preconceito vai além das ruas e entra em casa e no ambiente de
trabalho. "Nossas histórias são sempre contadas sob um viés triste, porque a
sociedade impõe que nossas vidas sejam assim. Todo mundo que é LGBT passa por
isso e se dá conta de que não deveria existir, segundo a sociedade. Essa sensação é
muito solitária”, diz Ariel
Vivendo em um país que mais mata LGBTs no mundo, não é difícil entender
Ariel. Segundo um levantamento do GGB (Grupo Gay da Bahia), em 2017, foram
445 mortes de pessoas LGBTs. Um crescimento de 30% em relação a 2016. De
acordo com Pedro Gastalho de Bicalho, psicólogo do Programa de Pós-Graduação em
Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), a "LGBTfobia" produz o sentimento de solidão devido à condição de
orientação sexual e identidade de gênero de cada um; Experimentar um preconceito
reflete em culpabilização, o que faz com que as pessoas se afastem dos seus vínculos
sociais.
Alessandra Diehl, psiquiatra, educadora sexual e vice-presidente da Abead
(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), explica o isolamento
por medo do ódio: “Numa sociedade como a nossa, a mais LGBTfóbica do
mundo, onde 21% das pessoas dizem que tem ódio, antipatia de conviver com
gays, e 40% dos assassinatos transfóbicos do mundo ocorrem aqui, é óbvio que a
comunidade LGBT tende a se excluir, a se isolar.” [grifo nosso]

Quem lida com uma sexualidade diferente da tradicional normativa se depara


diariamente com uma luta interna de autoaceitação, para além disso, se trava outra batalha de
reconhecimento social, bem como jurídico.
Os grupos minoritários são acometidos comumente por problemas emocionais e
psicológicos, em razão do contato com a norma social tradicional, tornando inequívoco que em
razão dessa condição precisam de um tratamento pormenorizado; proteções estatais mais
especificas, respondendo aos princípios da especialidade, equidade e dignidade da pessoa
humana.

2.4. SUICÍDIOS
Estudos realizados pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, apontam que
as chances de um jovem homossexual se suicidar é cinco vezes maior que a de um jovem
heterossexual; como ainda salienta Gabriela Ingrid (2018), esse problema não decorre da
19

condição da sexualidade, mas sim das esferas de abandono social e familiar, sobretudo seus
reflexos a psique do indivíduo.
Em suma muitos são os problemas sociais que afetam a minoria LGBT+, o desafeto, o
abandono, o isolamento, o medo da violência constante nas ruas, os vários relatos de agressões
sofridas, são – certamente – combustíveis essenciais para a manutenção das inconformidades
emocionais e desvios suicidas.
A sensação de insegurança constate leva aos LGBT+, um nível de desencolhimento,
uma sensação da falta de representatividade, uma necessidade em se travestir com outra
essência e personalidade; resultando essa equação em um profundo descontentamento com si
próprio, assim como com o meio que se vive; chegando muitos desses a conclusão que a melhor
saída é não mais fazer parte de nada disso, ainda que isso custe a vida.
O caminho até o suicídio passa por deliberações constantes; iniciando-se muitas vezes
um ciclo de adoecimento mental que altera a percepção da realidade como explica o Doutor em
Psicologia Leandro Lúcio Férri (2017):
Para alguns indivíduos, a tentativa de suicídio torna-se a única saída para livrar-se de
todo o sofrimento que o acomete a cada dia (...) Alguns dos indivíduos que cometem
suicídio podem apresentar algum tipo de doença mental, que provavelmente contribui
para a alteração da percepção da realidade e de suas escolhas. Entre esses transtornos
mentais encontram-se a depressão, transtorno bipolar, transtorno de personalidade,
esquizofrenia, a dependência química e o abuso alcoólico.

Se extrai das elucidações de Férri (2017), que o suicídio é ainda um tabu social, ainda
que ele exista desde os primórdios da humanidade, sendo o ato de tirar própria vida uma
tentativa de acabar com a dor mental, ou física que passa o indivíduo; em outras palavras;
quando alguém se mata ela não tem o desejo de acabar com a própria vida, ela quer matar a dor
que existe dentro de si.
Outro ponto importante é que ao estigmatizar o suicido, impedindo aos debilitados
emocionalmente que se sintam à vontade para se abrir sobre essa temática, dialogando sobre
esse assunto, de igual modo, seus sentimentos; se cria uma barreira que dificulta a identificação
dos sinais do suicídio, o que corrobora para que a pessoa que o planeja alcance seu objetivo –
sem ao menos, ter anteriormente buscado ajuda profissional ou familiar.
Em linhas conclusivas só é possível reduzir os altos índices de suicídio dentro do meio
LGBT+, com cooperação social, uma ressignificação de valores, com abertura para o diálogo,
a redução das violências emocionais e físicas que sofrem essa minoria; criando-se
legislativamente propostas de políticas públicas que visem justamente garantir uma segurança,
sobretudo um aparo mais focado aos indivíduos desse grupo social.
20

Pois só se alcançará a justiça e igualdade – normatizadas na CRFB/88 - de fato


garantindo aos diferentes o necessário para suprir as lacunas das suas diferenças, com isso o
genocídio sofrido pela comunidade LGBT+ precisa de atenção imediata do legislativo para que
se reduzam os índices de mortalidade.

2.5. ABANDONO FAMILIAR


Um dos momentos mais críticos na vida de uma pessoa não cis gênero ou homossexual
é quando surge os primeiros envolvimentos amorosos, com ele, certa certeza da sua condição,
desse modo, ajunto a isso, emerge a necessidade de se assumir para os familiares, sendo essa a
base mais próxima de apoio emocional, servindo assim como o refúgio imediato.
Há vários desdobramentos a posteriori a esse feito; a) a aceitação e acolhimento por
parte da família; b) a não aceitação em conjunto com uma tentativa de alterar ou oprimir a
essência do indivíduo; c) a forte repressão mental, ou física, concomitantemente com a
expulsão de casa, bem como a invalidação informal do vínculo do poder familiar.
Dando vistas as duas últimas hipóteses, ambas descomunalmente nocivas, há inúmeros
relatos que se evidenciam em notas jornalísticas, entrevistas, entre outros. Referindo-se a esse
marco cita-se, nas palavras de André Baioff (2017), redator do Correio Braziliense:
Muitos integrantes do movimento LGBT sofrem a mais dura das violências:
a perda do direito a ser considerado um membro da família. Por isso,
surgem iniciativas para acolher quem foi rejeitado dentro da própria casa.
[grifo nosso]
Coadunando com isso se evoca as palavras de Iran Giusti, criador do projeto Casa 1, em
entrevista dada a UOL em 2017:
Você conhece alguém que foi expulso de casa por causa de sua orientação afetivo-
sexual e identidade de gênero? Não existe nenhum LGBT [Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] que, se você perguntar isso,
vai falar: ‘Não, não conheço’. Todo mundo conhece. [grifo nosso]
Explicando o projeto da Casa 1, esse consiste numa parceria coletiva entre particulares
para custear uma casa de apoio em São Paulo – SP, para acolher – exclusivamente – LGBT+
expulsos de casa, só em 2017 o recito abrigou mais de 74 (setenta e quatro) pessoas expulsas.
A expulsão é uma realidade comum; se colocar em pauta que uma única casa em uma
cidade especifica abrigou em um ano mais de setenta pessoas, elevando isso a analise nacional,
se questiona quantas pessoas, por sexualidade ou gênero, não sofrem a situação de desabrigo
anualmente no Brasil.
Em abordagem constitucional a moradia é um direito fundamental reconhecido
expressamente, sendo uníssono entre os pesquisadores do direito a ideia de sua essencialidade:
21

A moradia consiste em bem irrenunciável da pessoa natural, indissociável de sua


vontade e indisponível, que permite a fixação em lugar determinado, Não só físico,
como também as fixação dos seus interesses naturais da vida cotidiana, exercendo-se
de forma definitiva pelo indivíduo, e, secundariamente, recai o seu exercício em
qualquer pouso ou local, mas sendo objeto de direito e protegido juridicamente. O
bem da ‘’moradia’’ é inerente á pessoa e independente de objeto físico para a sua
existência e proteção jurídica. Para nós, ‘’ moradia’’ é elemento essencial do ser
humano e um bem extrapatrimonial. ‘’Residência’’ é o simples local onde se
encontraria o indivíduo. E a habitação é o exercício efetivo da ‘’ moradia’’ sobre
determinado bem imóvel. Assim, a ‘’ moradia’’ é uma situação de direito reconhecida
pelo ordenamento jurídico […]. (SOUZA, 2004, p.45)
Esse direito social tem caráter prestacional. Para que seja efetivado por meio de uma
prestação e se assegure o mínimo vital, é necessário o dispêndio de recursos pelo
Estado. Diante desse fato, surge uma questão de grande relevo, qual seja, a dimensão
econômica dos direitos sociais e o impacto econômico que a sua efetivação gera (...)
Ao se deparar com essa situação, verifica-se a discussão existente entre a “reserva do
possível” e o “mínimo existencial” (SILVA e SILVA, 2017, p. 4)

Quando se afirma que um direito tem caráter prestacional, significa dizer que o Estado
tem obrigação de usar de todos os meios necessários, bem como destinação de recursos
cabíveis, para que se faça valer esse direito.
Dado ao exposto se observa que os órgãos governamentais nacionais não se ativeram,
até o presente momento, a um trabalho legislativo, e por conseguinte a uma execução de um
plano que garanta moradia aos LGTB+ expulsos, muitas vezes precocemente (antes da maior
idade) de suas famílias e residências, verificando assim mais uma clara inercia legislativa.
Por fim, tal conduta estatal contribui para a marginalização da população minoritária
que por perderem o amparo habitacional e familiar, sobretudo pela dificuldade principalmente
dos transsexuais em obtenção de labor em razão do preconceito, acabam a recorrerem em
muitos casos a prostituição ou criminalidade.

3. AVANÇOS DOS DIREITOS LGTB+ E INSEGURANÇA


O clamor da minoria LGBT+ se observa em todos os cantos, dentro desse meio,
inclusive através das músicas compostas e interpretadas por LGBT+, como se verifica:
O que vão dizer de nós? / Seus pais, Deus e coisas tais / Quando ouvirem rumores
do nosso amor / Baby, eu já cansei de me esconder / Entre olhares, sussurros com
você / Somos dois homens e nada mais / Eles não vão vencer baby / Nada há de ser
em vão / Antes dessa noite acabar / Dance comigo a nossa canção / E flutua, flutua /
Ninguém vai poder, querer nos dizer como amar / (...) Um novo tempo há de vencer
/ Pra que a gente possa florescer / E, baby, amar, amar sem temer [grifo nosso]
(HOOKER, Flutua. 2017)
Todo dia morre mais de uma das minhas / Espero que isso mude / Espero que a
raiva pare de andar ao meu lado / Espero que o medo pare de me acompanhar /
Mas já tô cansada de esperar / Eu mereço parar de esperar / Por isso, ando com a
minha navalha / Minha navalha carrega o fio da vida / Minha voz está cansada de
gritar / Sei que o meu caminho é só de ida / E a gente não vai recuar / Esperar o
amor, mas andar com medo / Eu mereço muito, muito mais / Espero ter sorte, não
22

morrer tão cedo / Eu sei, eu mereço andar em paz / (...) Mereço sorrir / Mereço cantar
/ Mereço viver / Mereço que parem de me matar. [grifo nosso] (URIAS, Andar em
Paz. 2019 - Composição Alice Caymmi)
Se enfatiza, de modo cristalino, a forma majoritária nas produções artísticas LGBT+ a
expressão – medo – sentimento comum dentro da comunidade comumente agredida; o atual
cenário político, social e legislativo brasileiro não traz a classe segurança; se teme pela própria
vida.
A militância dentro dessa categoria busca uma garantia de humanificação, o direito de
ir e vir sem o agravo do temor de não voltar para casa; se tenta alcançar um reconhecimento
igualitário entre os direitos garantidos aos heteros, também, aos homossexuais – em todas as
esferas de sociedade.
A falta de firmeza de crença no sistema legislativo brasileiro se embasa, justamente,
pela inercia desse poder estatal em aprovar tantos projetos pautados para essa parte
populacional; sendo os direitos aos LGBT+ brasileiros quase que integralmente fundados em
atos jurisprudências.
Em um apanhado histórico cronológico se observa o surgir dessas garantias, trazendo
algum conforto a todos aqueles que são fora dos padrões tradicionais de gênero ou sexualidade,
como infracitado se observa.
No ano de 1830 ser homossexual era considerado crime no Brasil, a sodomia (termo
bíblico utilizado para descrever relações homoafetivas) foi descriminalizada pela força
normativa do Código Penal do Império, com isso se tem tal ano como sendo o da
descriminalização da homossexualidade no Brasil. Nas palavras de Menezes (2019):
Até hoje, estima-se que 68 países ainda criminalizem as relações homossexuais,
segundo a ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e
Intersexuais). A maioria deles está no continente africano (32 países) e na Ásia (21
países). Seis países, inclusive, ainda preveem a pena de morte: Irã, Arábia Saudita,
Iêmen, Nigéria, Sudão e Somália. Uma das descriminalizações mais recentes ocorreu
na Índia, em setembro de 2018.
Em 1985, O Conselho Federal de Medicina – CFM retira a homossexualidade do rol de
patologias psicológicas, sendo esse conselho do Brasil, mais célere que a própria Organização
Mundial da Saúde, que só presta manifestação a respeito da matéria e realiza a despatologização
cinco anos depois, em 1990. Logo após a CID (Classificação Internacional das Doenças) que
se posicionou em 1992. (MENEZES. 2019)
A cirurgia de redesignação sexual só vem a ser regulamentada formalmente, no Brasil,
na data de 1997, através de resolução do Conselho Federal de Medicina, todavia já havia sido
realizado o primeiro procedimento cirúrgico em solo nacional na data de 1959. Atualmente a
23

regulamentação dessa matéria encontra-se na Resolução nº 1.955/2010, CFM. (MENEZES.


2019)
Em razão da liberação do Conselho Federal de Medicina, o Sistema Único de Saúde
passa a oferecer o procedimento de readequação genital na data de 2008 para o cambio de
masculino para feminino; a posteriori em 2010 para mudanças do sexo feminino para o
masculino. (MENEZES. 2019)
Em 11 de maio de 2011, O Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 4277, bem como do Ato de Descumprimento de Preceito Fundamental
nº 132, reconhece a possibilidade da constituição de união estável para pessoas do mesmo sexo.
A base que fundamentou a tese do Supremo Tribunal Federal para esse reconhecimento
está na decisão do relator Ayres Britto, acompanhado por unanimidade, que clarifica:
O ministro Ayres Britto argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qualquer
discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser
diminuído ou discriminado em função de sua preferência sexual. “O sexo ¹ das
pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica”,
observou o ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável
homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF. [grifo nosso]
(BRASIL, AG. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2011)
Por esse feito a decisão do STF recebeu um certificado do MoWBrasil 2018, entregue
pelo Comitê Nacional do Brasil através do programa Memória do Mundo da Unesco que
reconhece a referida jurisprudência como patrimônio documental da humanidade, conforme a
própria pagina on-line do Supremo expressa.
Em decisão publicada em 2012 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento
do Recurso Especial nº 1.183.378, tomando como base os julgamentos do STF a respeito da
união estável homoafetiva em 2010; o Tribunal julgou que não há proibição expressa para que
se habilitem ao casamento pessoas do mesmo sexo, sendo assim a vedação a isso é
constitucionalmente inaceitável, haja vista a principiologia brasileira, e instrução do STF.
As decisões desses grandes órgãos do poder judiciário culminaram na determinação do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2013, que passou a obrigar cartórios a celebrarem a
união entre pessoas do mesmo sexo.
Outra conquista importante data de 2015, onde através da ministra do STF, Cármen
Lúcia, a corte autoriza a possibilidade de adoção de crianças, independente de idade; nas
palavras de Menezes (2019):
_______________________________________________________________________________________________________

¹ Nesse ponto se faz necessário uma ressalva; sexo, sexualidade e gênero são absurdamente distintos – uma,
respeitosa, correção ao ministro; o primeiro diz respeito a caráter biológico genital, o segundo a orientação sexual,
por quem o indivíduo sente-se atraído; já o ultimo trata-se da concepção psicológica e social de masculino e
feminino; com quais arquétipos se identifica o sujeito.
24

Em 2015, a ministra do STF Cármen Lúcia reconheceu que casais homoafetivos


podem adotar crianças, independentemente da idade delas. Isso porque, ainda que o
Estatuto da Criança e do Adolescente não determine a orientação sexual dos adotantes,
juízes negavam os pedidos feitos por LGBTIQs.
Após três anos ocorre mais um marco na conquista dos direitos LGBT+, em virtude do
julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4275, que analisou o Art. 58 da Lei nº
6.015 de 1973 (Lei de Registros Públicos); em seu termo de decisão o STF autoriza aos
transgêneros que realizem mudança nominal independente de intervenção cirúrgica, in verbis:
julgou procedente a ação para dar interpretação conforme a Constituição e o Pacto de
São José da Costa Rica ao art. 58 da Lei 6.015/73, de modo a reconhecer aos
transgêneros que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de
transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, o
direito à substituição de prenome e sexo diretamente no registro civil. (BRASIL, STF,
ADI 4275, Relator Marco Aurélio. 2018)
A esse ponto se faz necessário uma ressalva; apesar da declaração feita pela Organização
Mundial da Saúde em retirar a transexualidade do rol de doenças até 2022, ser transsexual ainda
é considerado, pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil, um desvio psicológico de caráter
perene de identidade sexual, com profunda aversão ao fenótipo, assim como tendência aguda à
automutilação e autoextermínio.
Há um longo caminho a se percorrer na seara das conquistas de diretos individuais
relacionadas a sexualidade e gênero; ainda que os LGBT+ precisem lutar até pelo direito de
doar sangue; a Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, tem sido uma grande
aliada do movimento militante da categoria, haja vista a Constituição Cidadã, ter perfil
garantista com vistas a igualdade social, de tratamento, e direitos.
Em linhas finalistas os direitos LGBT+ estão cada vez mais desenhados, assim como
delimitados em solo brasileiro, muito embora a fração majoritária desses direitos se originem
da veia jurisprudencial, quando na realidade o ideal seria ação e movimento legislativo estatal
para figurar um real igualitarismo.

4. DA OMISSÃO ESTATAL
Já supracitada, a definição de omissão, sugere uma inercia do ente que deveria atuar
para determinado fim; nesse sentido o poder legislativo devia cumprir sua função constitucional
de legislar a respeito dos fatos de relevância jurídica.
Como demonstrado muitos são os fatores que enfatizam a grandiosa omissão estatal que
tem sofrido a minoria LGBT+, externadas inúmeras relevâncias jurídicas que estão omitidas;
os fatos sociais e históricos dessa comunidade ignorados.
25

Frente a isso o mais importante tribunal brasileiro; no ano de 2019 (dois mil e dezenove)
reconhece que há uma omissão inconstitucional do Congresso Nacional pela ausência de leis
editadas que criminalizem atos de homofobia e transfobia.
O texto trazido pela ADO¹ nº 26, fundamentou a sentença do Supremo, na figura do
relator Celso de Mello; na lógica seguinte:
julgou-a procedente, com eficácia geral e efeito vinculante, para: a) reconhecer o
estado de mora inconstitucional do Congresso Nacional na implementação da
prestação legislativa destinada a cumprir o mandado de incriminação a que se referem
os incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição, para efeito de proteção penal aos
integrantes do grupo LGBT; b) declarar, em consequência, a existência de omissão
normativa inconstitucional do Poder Legislativo da União; c) cientificar o Congresso
Nacional, para os fins e efeitos a que se refere o art. 103, § 2º, da Constituição c/c o
art. 12-H, caput, da Lei nº 9.868/99; d) dar interpretação conforme à Constituição, em
face dos mandados constitucionais de incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII
do art. 5º da Carta Política, para enquadrar a homofobia e a transfobia, qualquer que
seja a forma de sua manifestação, nos diversos tipos penais definidos na Lei nº
7.716/89, até que sobrevenha legislação autônoma, editada pelo Congresso Nacional,
seja por considerar-se, nos termos deste voto, que as práticas homotransfóbicas
qualificam-se como espécies do gênero racismo, na dimensão de racismo social
consagrada pelo Supremo Tribunal Federal.
Dito isso, considera-se atualmente a homofobia e transfobia um ato de racismo social,
o Supremo Tribunal Federal conceitua essa modalidade de racismo como sendo:
O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além
de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto
manifestação de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo
objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação
política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade
daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao
estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são
considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do
ordenamento jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e de
perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral
de proteção do direito (BRASIL, STF, ADO 26)
Há, também, o Mandado de Injunção nº 4733, de teor similar pela relatoria de Edson
Fachin, que foi julgado pelo Supremo com basicamente os mesmos dizeres da decisão para o
ADO 26, declarando também a homofobia como um ato de racismo social, assim como
reconhecendo a mora inconstitucional do Congresso Nacional, vencidos no MI citado, somente
o Ministro Marco Aurélio, que julgou improcedente em razão da via mandamental.
Por fim é necessário dizer que ainda nessa decisão, ADI 26, o pleno do STF concluiu
que não há embargos a liberdade religiosa, podendo os sacerdotes independente da religião,
externarem os ensinamentos dos seus livros sagrados, assim como ensinar e doutrinar de acordo

______________________________
¹ Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO, está prevista no Art. 103, § 2º da CRFB/88; essa tem
por objetivo essencial forçar o Poder Competente a sair do estado de inercia, sendo esse notificado pelo tribunal
competente, a respeito de sua omissão, para que tome providencias necessárias para a devida instrumentalização
da efetivação de determinado direito.
26

com suas liturgias e valores religiosos, entretanto essa externalização não pode ocorrer de modo
a figurar discurso de ódio, sendo essa a flexibilização do direito de livre culto.

5. CONCLUSÃO
Em razão de todo o pesquisado, assim também do absorvido, chega-se a algumas
conclusões.
A minoria LGBT+ já passou por momentos históricos mais tensos, mesmo que ser
homossexual ainda seja considerado crime punível com a morte em alguns países, muitas outras
nações já alcançaram quase uma igualdade na tratativa para com homossexuais, heterossexuais,
cis gênero, e não cis.
A grande alavanca que segura a maior parte dessas conquistas vem de grupos que sofrem
com o extermínio dos seus diariamente, sem a atenção devida do Estado, se cria uma situação
de grande desigualdade de oportunidades, assim como claro desequilíbrio da paridade de armas.
Em analise aprofundada se verifica que todo o clamor da minoria LGBT+ vem, tão
somente, da necessidade de serem reconhecidos como pessoas comuns, humanos tão dignos
quanto ao outro; busca esse grupo a liberdade de ser ele mesmo, sem ter que pagar com a vida
para isso.
O grande poder que tem a mídia, intitulada por muitos, como quarto poder do estado,
serviria como um enorme braço de apoio se direcionassem seu espaço de exposição a
representar os vários tipos de LGBT+, falta muito de representatividade, faltam atores que
realmente fazem parte da minoria a valorizando em mídia pública.
Em muito se parece dolosa a intenção dos governantes do aparelho estatal, em manter
tantos projetos de proteção a população LGBT+ em gavetas; surgindo, quase sempre, com
contrapropostas sempre com intuitos de desqualificar, oprimir, exterminar os julgados
diferentes, sempre que esses minoritários tentam ter alguma voz.
Os Tribunais brasileiros merecem seu reconhecimento pelo esforço que fazem para levar
a equidade; interpretar adequadamente a norma; tentando no melhor modo levar o Brasil a um
avanço social histórico; afastando os ministros – certamente – a própria convicção pessoal e
adotando a legalidade.
É justa a ressalva de que o enquadramento da homofobia dentro do crime de racismo é
incoerente, entretanto mais ilógico seria a declaração de inconstitucionalidade omissiva sem
27

nenhuma medida a tentar sanar a lacuna social que já de tantos ceifou a vida, sem nenhuma
imputação criminal especializada, sobretudo mais severa.
A força que move o mundo, que alimenta os corações e sonhos é incansável, a necessidade
pelo oxigênio é tão fundamental quanto a do reconhecimento, o amor não para de fluir ainda
que por córregos sujos, ou oceanos viçosos; em outras palavras no Brasil onde já foi crime ser
homossexual, hoje é considerado crime descriminar um homossexual, porque a dinamicidade
do direito exige isso; o mundo e paz social requerem doses cavalares de empatia, respeito e
amor.
28

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