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05/05/2020 Cota ao contrário: cotistas da UFMS precisaram de notas maiores que demais em até 76% das turmas - Jornal

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TRANSPARÊNCIA

Cota ao contrário: cotistas da UFMS precisaram


de notas maiores que demais em até 76% das
turmas
Dados revelam efeito da complicação, que chega a ter cotas especí cas como 'de cientes pretos,
pardos ou indígenas com baixa renda'

Evelin Cáceres Em 08h36 - 06/09/2019

Câmpus da UFMS de Campo Grande (Divulgação UFMS)

Com 35 expulsões de alunos e mais de 20 brigas judiciais somente nos últimos 6 anos, as
ações a rmativas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) enroscam em um
sistema de cotas complexo, que chega ao cúmulo de funcionar ao contrário: em até 76,57%
das turmas do último ano, por exemplo, ao menos uma das pontuações mínimas para os
cotistas precisou ser maior que a da ampla concorrência.

Ou seja, na maioria das turmas, pelo menos um dos estudantes negros, pardos, índios ou
com baixa renda que optaram pelas vagas reservadas acabou prejudicado.

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Com 40% das vagas reservadas para o vestibular que está com inscrições abertas até o dia
17 de novembro, e também com a possibilidade de ingresso pelo Sisu (Sistema de Seleção
Uni cada), as regras da UFMS para acesso por cotas foi alterado pela última vez em 2017,
aumentando de quatro para oito as modalidades.

No entanto, a mudança re etiu no aumento da nota de corte para o ingresso de alunos que
concorreram às vagas das ações a rmativas. Os números apontam que em 7,6 de cada 10
turmas, ao menos uma das notas mínimas para os cotistas conseguirem entrar precisou
ser maior que a pontuação de corte para os alunos da ampla concorrência.

O levantamento foi feito com exclusividade pelo Jornal Midiamax, por meio de dados
obtidos pela Lei de Acesso à Informação que serão tratados em série de três reportagens
sobre a implementação das cotas na maior universidade de Mato Grosso do Sul.

A UFMS adota o sistema desde 2013, após determinação da Lei 12.711/12. Em 2018 e
2019, a estrati cação ampliou para dez as modalidades de cotas (con ra ao nal da
matéria grá co com cada uma das cotas implementadas ao logo dos anos na UFMS,
somados dados das seleções via Sisu e dos vestibulares).

Pobres, de cientes, negros, pardos e indígenas


Desde a implantação, a quantidade de inscrições em ampla concorrência caiu, aumentando
as inscrições nos quatro tipos de cotas existentes até 2017 para pretos, pardos indígenas
oriundos de escolas públicas e com renda familiar até 1,5 salário mínimo, ou independente
dela.

As cotas garantiram crescente inscrições à política a rmativa até o ano de 2017.


Instrumento de inclusão social e reparação de uma dívida histórica, a ação a rmativa tem
necessariamente caráter temporário e deve ser revisada em 2022.

Porém, antes do prazo, a Universidade incluiu no sistema de cotas as pessoas de cientes e


também separou da cota de negros e pardos os indígenas. E ampliou ainda a possibilidade
de um negro ou pardo de ciente e também de indígenas de cientes terem um tipo de cota
especí ca.

Distorções no Sisu
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Ao mesmo tempo, o novo modelo usado pela Universidade não ampliou o acesso, por
exemplo, de alunos aos cursos mais concorridos, como Medicina e Direito, mas gerou
distorções principalmente nos campus do interior do Estado nos cursos com menor
concorrência, levando-se apenas em conta a seleção realizada por meio do Sisu.

No levantamento, a maior distorção aconteceu na seleção do Sisu 2018 de Verão, quando


das 111 turmas ofertadas, ao menos uma das dez notas de cotistas precisou ser mais alta
que a da ampla concorrência em 85 turmas, ou seja, 76,57% do total. Em 13 turmas, todos
os cotistas tiveram que ter nota de corte maiores que os da ampla concorrência.

Foram os casos de, por exemplo, cursos como os de Ciências Sociais – Bacharelado, no
campus de Campo Grande; Turismo – Bacharelado, no campus de Aquidauana; Psicologia
– Bacharelado, no campus do Pantanal; Letras (Português e Espanhol – Licenciatura) e
História (Licenciatura) no campus de Três Lagoas.

Na seleção pelo Sisu de Verão em 2017, do total de 97 turmas, em 69 ao menos uma das
estrati cações de cotas precisou ter nota maior que a ampla concorrência. Na seleção de
Inverno, das 12 turmas com vagas, oito registraram ao menos uma turma com nota maior
que a das inscrições fora das cotas. Em 2019, quando foi feita apenas uma seleção pelo
Sisu, 61,60% das turmas registraram ao menos uma nota de cota maior que ampla
concorrência para que o aluno conseguisse passar.

Menos piso, mais teto


Nesses casos, as distorções fazem a Lei de Cotas deixar de ser um piso para a inclusão
social e virar um teto, como demonstrado na pesquisa de Verônica Toste Da on, João Feres
Júnior e Luiz Augusto Campos: “O desempenho dos cotistas no Enem: Comparando as
notas de corte no Sisu”, de 2014.

Os pesquisadores analisaram dados que demonstraram que se na maioria dos cursos a


cota serve para garantir o ingresso de seus bene ciários, em alguns cursos tem ocorrido o
oposto e pleiteantes às cotas que obtiveram melhor desempenho que os não-cotistas não
têm conseguido ingressar na universidade.

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Ou seja, ao invés de funcionar como um piso garantidor de uma presença mínima dos
cotistas, o modelo das cotas implantado nas instituições de ensino federais pela Lei 12.711
acaba por funcionar como um teto, limitador para essa presença.

Por exemplo, antes da estrati cação, no Sisu 2017 de Verão, foram abertas inscrições para
97 turmas. Dessas, 69 turmas registraram ao menos uma nota de corte de cotistas maior
que a da ampla concorrência, o que representa 71,13% das turmas. Desse total, em 22
turmas todas as categorias de cotas precisaram ter notas maiores que as da ampla
concorrência. No entanto, eram apenas quatro os tipos de cota oferecidos na Universidade.

À época, as cotas previstas eram para L1 (alunos com renda igual ou inferior a 1,5 salário
mínimo), L2 (pretos, pardos ou indígenas com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo),
L5 (alunos que tivessem estudado integralmente em escola pública durante o Ensino
Médio) e L6 (pretos, pardos ou indígenas independentemente da renda).

Foram os casos de cursos como, por exemplo, Farmácia, Fisioterapia, Filoso a, Letras
(Português e Espanhol – Licenciatura), Pedagogia – Licenciatura (Campus do Pantanal),
Sistemas de Informação (Bacharelado Noturno) e Administração (Bacharelado Noturno)
ambos em Três Lagoas e Enfermagem – Bacharelado em Coxim.

Cotas muito especí cas e mais confusão


A UFMS disponibilizou até 14 tipos de cotas nos processos seletivos via processo seletivo
próprio ou Sisu. No vestibular de 2018, quando 30% das vagas da Universidade foram
destinadas para este tipo de ingresso, o edital lançado no 1º dia de dezembro de 2017
informava a abertura de dez tipos de cotas.

Três dias depois, a informação foi reti cada, diminuindo para o número para oito. Tempo
su ciente para que 35 inscrições fossem realizadas de forma errada, segundo os dados
obtidos junto à Universidade pelo Jornal Midiamax.

Além disso, quatro cotas apresentaram número baixo de inscrições. A L9, destinada a
de cientes com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, com 16 inscrições; a
L10, para de cientes pretos, pardos ou indígenas com renda familiar igual ou inferior a 1,5
salário mínimo, com 13 inscrições, assim como a L13, para de cientes independentemente
da renda e a L14, com 10 inscrições, para de cientes independentemente da renda.
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05/05/2020 Cota ao contrário: cotistas da UFMS precisaram de notas maiores que demais em até 76% das turmas - Jornal Midiamax

Ao todo, foram 52 inscrições para disputar um total de 97 vagas. Para a cota L9, foram
disponibilizadas 5 vagas; para a L10, 60 vagas; para a L13, apenas uma vaga, em Medicina
e para a L14, 31 vagas. Todas as vagas não preenchidas seguem para o processo seletivo
de vagas remanescentes da UFMS.

UFMS nem respondeu


A reportagem entrou em contato com a Universidade para poder discutir a implantação 
sistema de cotas e se há previsão na mudança das regras e da implementação até o nal
do prazo da ação a rmativa, em 2022, quando deverá obrigatoriamente ser revista pelo
Governo Federal, mas não obteve retorno.

Elaborada pelo MEC (Ministério da Educação) e sancionada em agosto de 2012, a Lei nº


12.711/2012 garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas universidades
federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos
integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e
adultos.

A outra metade vagas permanece para ampla concorrência e só adere ao sistema de cotas
quem quer.

Em ambos os casos, também será levado em conta percentual mínimo correspondente ao


da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo
demográ co do IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística).

Infogra a Deyvid Guimarães 

Inscrições em ampla concorrência e por cota


na UFMS

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Inscrições por tipos de cotas na UFMS entr


2013 e 2017

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Inscrições por tipos de cotas na UFMS entr


2018 e 2019

Quem é quem?

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L1 L2
Grupo: Independente. Grupo: Pretos, pardos ou indígenas.
Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salá
Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

L3 L4
Grupo: Pretos ou pardos. Grupo: Indígenas.
Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salá
Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

L5 L6
Grupo: Independente. Grupo: Pretos, pardos ou indígenas.
Renda Familiar: Independente. Renda Familiar: Independente.
Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

L7 L8
Grupo: Pretos ou pardos. Grupo: Indígenas.
Renda Familiar: Independente. Renda Familiar: Independente.
Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

L9 L10
Grupo: Deficientes. Grupo: Deficientes pretos, pardos ou indíg
Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salá
Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

L11 L13
Grupo: Deficientes pretos ou pardos. Grupo: Deficientes.
Renda Familiar: Igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Renda Familiar: Independente.
Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

L14 L15
Grupo: Deficientes pretos, pardos ou indígenas. Grupo: Deficientes pretos ou pardos.
Renda Familiar: Independente. Renda Familiar: Independente.
Ensino Médio: Integralmente em escola pública Ensino Médio: Integralmente em escola p
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Ensino Médio: Integralmente em escola pública. Ensino Médio: Integralmente em escola p

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