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GESTÃO DA TECNOLOGIA E DA

INOVAÇÃO
AULA 1

Prof. Marcelo Alessandro Fernandes


CONVERSA INICIAL
O objetivo de estudarmos a gestão da tecnologia e da inovação é entender
a fundo a natureza da dimensão criativa humana, da sua manifestação no
desenvolvimento de inventos, soluções e projetos de alto impacto, na expansão
e criação de novos mercados – criando impactos na sociedade e no progresso
humano.

É não só uma dimensão a ser cultivada nos mercados. A criatividade é


uma resposta bastante humana para os dilemas e para os problemas que
vivenciamos ao longo de toda nossa vida. É também uma forma de imprimir
nossa presença no mundo segundo nossos valores, inclinações e sonhos.

Em suma, a inovação, nada mais é do que criar novas possibilidades de


realização humana, que tragam consigo progresso e crescimento econômico, ao
sermos protagonistas que influenciam decididamente mudanças de caráter
social e no modo de vida das pessoas, fazendo nascer o melhor nos indivíduos,
ao se convencerem que novas soluções trazem valor genuíno para suas vidas.
Junto a um primeiro movimento inovador, temos também a possibilidade, em um
segundo momento, de criar um conjunto de mudanças que se configuram e se
integram como novo panorama no mundo.

CONTEXTUALIZANDO
Quando utilizamos a palavra “gestão”, precedendo as mais conhecidas
áreas da administração, como gestão de custos, gestão de recursos humanos
ou gestão de processos, queremos dizer que iremos utilizar processos, métodos
ou ferramentas para manter sob controle diferentes tipos de parâmetros, que, se
estivessem governados ao seu próprio sabor, jamais gerariam os resultados que
almejamos.

Assim, quando falamos gestão financeira ou gestão operacional, por


exemplo, queremos dizer que devemos ter sob rígido controle as principais
variáveis que impactam nossos problemas. Fazer uma boa uma gestão
financeira quer dizer que devemos monitorar sistematicamente indicadores com
o retorno sobre o investimento, sobre os custos ou os diferentes aspectos que
possam vir a impactar o balanço financeiro de uma empresa. De forma similar,
o mesmo vale para a estratégia, processos e projetos. Ausência de controle,
nesse sentido, é ausência de gestão.
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Assim, quando um comportamento esperado sai de nosso controle,
deveríamos tomar medidas corretivas imediatamente após algo constatado fora
dos parâmetros praticados, para que retornemos em direção aos rumos
pretendidos e traçados anteriormente.

Toda uma escola foi formada em torno desse pensamento. Mais controle,
mais resultados. Quanto mais sistemático e “organizado” for nossos processos,
quanto mais efetivo seus resultados, tanto maior será nossa curva de
aprendizado diante dos problemas. Mais sistematização, mais efetividade na
gestão! É justamente isso que os gestores do mundo todo têm difundido quando
falam sobre gestão da inovação.

Na inovação, necessitamos de experiências genuínas de abertura,


criatividade e originalidade para chegarmos em soluções realmente à frente
daquilo que é tido como certo por todo um setor de atuação. Assim, buscamos
efetivamente a quebra de paradigma1 ao recriarmos nossa realidade segundo
padrões mais próximos daquilo que nosso cliente secretamente ou
inconscientemente deseja. Nem sempre a transição entre o velho e o novo é
segura, e as barreiras para tudo aquilo de novo que imaginamos e aquilo que
efetivamos conseguimos realizar não são nitidamente estabelecidas para quem
está à frente de qualquer iniciativa de inovação.

Essa transição entre uma realidade e outra, foi alvo de estudos de muitos
estudiosos. O que se sabe até o presente momento é que não existe forma para
sistematizarmos processos de descoberta. A descoberta surge justamente
quando temos um novo insight, ou seja, quando temos uma nova ideia produzida
na nossa mente que nos faz caminhar para colocarmos em prática aquilo que
nós apenas vislumbramos ou intuímos como sendo um terreno fértil de novas
possibilidades.

Cabe salientar, entretanto, que a atividade criativa confronta diretamente


nossa capacidade de trabalharmos inventivamente diante dos problemas, ou

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Paradigma é um conceito geral utilizado nas ciências, criado por Thomas Kuhn no livro Estrutura das
Revoluções Científicas, que quer dizer “... realizações cientificas universalmente reconhecidas que,
durante algum tempo, fornece problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes
de uma ciência” (Kuhn, 1991, p.13)
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seja, conseguirmos irmos para além de uma ideia e chegarmos em novos
inventos.

A criatividade é o ponto de origem da inovação e, na medida em que


aprendemos, vamos gradualmente tornando concreto nossas ideias ao darmos
formas a elas em soluções práticas e criativas. O trajeto entre a ideia (ou as
várias ideias) criada em um primeiro momento e a transformação da mesma em
negócios rentáveis é o que chamamos de caminho para a inovação. Esse
caminho é cheio de descobertas a serem feitas. Não temos como nos
colocarmos à frente desse caminho com ferramentas de “controle”, como se
estivéssemos diante de um processo com movimentos claros, pois esse caminho
é repleto de novidades e aspectos totalmente desconhecidos por nós mesmos.

Por ainda não serem conhecidos, não podemos prever seu


comportamento antecipadamente, por isso, medidas de controle e de
antecipação são absolutamente inócuas ou irrelevantes, porque tentam
antecipar algo que não sabemos como se comportará nos termos dos
movimentos criativos. Não sabemos, porque justamente ainda não temos nada
em mãos.

Querer “gerir” a inovação como se quiséssemos otimizar uma trajetória é


justamente matar o processo já na sua origem, pois colocaríamos métodos,
métricas e aspectos de sistematização à frente do que realmente importa, que
são as pessoas e sua capacidade imaginativa. Isso porque, ao longo de uma
jornada para a inovação, são os indivíduos que farão a diferença, ao trazerem
propostas aparentemente infundadas e passíveis de crítica para uma evolução
que se dará gradualmente até se tornarem projetos promissores e de alta
relevância estratégica.

A inovação assemelha mais a uma plantinha que, se não for devidamente


cuidada com as condições necessárias para sua nutrição e crescimento, pode
facilmente morrer diante de um ambiente cheio de intempéries. Assim, inovar é
dar condições para que as ideias floresçam e ganhem estrutura própria. Para
isso, elas não podem ser guiadas, mas devem ser deixadas para que nos guiem
em um processo de crescimento, por assim dizer, direcionando nossos
pensamentos e ações consequentes.

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Se pudéssemos falar em gestão da inovação, deveríamos pensar em
como criar um ambiente propício para o surgimento de novas ideias, ainda que,
a princípio, elas pareçam um pouco deslocadas de nossa realidade. Mas elas
devem ser deslocadas da realidade, justamente por ter o potencial de nos jogar
para uma nova realidade em surgimento. Um novo paradigma.

Cada ideia é um potencial de renovação da realidade e importa mais para


quem vem a desenvolver uma solução inovadora a forma como ela pode “ampliar
e enriquecer” nossos horizontes.

Inovar é criar formas para dinamizarmos nossa capacidade criativa e


inventiva. É ter ideias que são potencialmente capazes de nos colocar num
contexto de descobrir o novo, ou seja, a própria ideia nos leva a imaginar uma
realidade totalmente diferente da que estamos vivendo e, com isso, temos
condições de romper formas padronizadas de resolver problemas.

TEMA 1: AUTO-ORIENTAÇÃO E AUTODESENVOLVIMENTO


Conforme salientamos, segundo o senso comum, gerir é inserir
parâmetros para controlar o desempenho das ações segundo uma direção
estabelecida, mas isso só é possível quando está muito claro para onde iremos
e por que iremos de determinada maneira.

A questão é que, na inovação, o caminho que seguiremos tentará


justamente romper com uma percepção dominante sobre como resolvemos um
problema ou uma situação. Ao tentarmos trabalhar com indicadores atrelados à
forma como costumeiramente resolvemos algo, iremos criar amarrar mentais
que irão inibir a evolução em sentido contrário ao de uma ideia dominante.

Queremos dizer com isso que a inovação é avessa à mensuração, pelo


menos, quando considerada a maneira habitual como produzimos as coisas.
Assim, é necessária grande liberdade e autonomia por parte dos envolvidos, que,
pouco a pouco, vão criar um caminho próprio, testando a viabilidade desse
caminho. Necessitamos então trabalhar com dois princípios fundamentais que
atravessam qualquer processo inovativo: auto-orientação e
autodesenvolvimento.

Auto-orientação: as pessoas envolvidas em experimentos inovadores


devem ter autonomia para decidirem quais caminhos tomar de acordo com os

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fatos que são descobertos, com as convicções que vão se estabelecendo e até
mesmo com a intuição. O próprio caminhar em direção a algo novo gera um novo
aprendizado sobre as coisas. Quem está de fora não tem condições de avaliar
tão bem o progresso – que ainda não chegou no seu fim – e, por isso, quem
avalia, somente avaliará as situações à luz de convicções existentes. É comum,
nos processos de inovação, as pessoas se surpreenderem com as conclusões
a que chegam, por elas saírem do senso-comum e das conclusões típicas sobre
a “melhor” maneira de atuar diante de um problema.

Autodesenvolvimento: Toda inovação leva a um novo caminho de


aprendizado. Evoluiremos nossas convicções segundo um novo aprendizado
que é bastante influenciado por experimentos. Essa evolução se dá, sobretudo,
frente à forma como reagimos aos “erros” e aos “equívocos”. Aquilo que
acreditamos funcionar como ideia, sofre muitas alterações quando testado em
condições práticas.

O exercício de inovação é sobretudo um exercício de abertura junto ao


universo dos clientes e, principalmente, das possibilidades aplicadas a este
universo. Assim é quase impossível querer antecipar tudo que irá suceder
concretamente durante a utilização prática de nossos inventos, quando forem
colocados nas mãos dos clientes. Necessitamos, para isso, testes e mais testes.
Longas horas de discussão e ponderamento sobre os riscos das possibilidades
que se revelam diante de nós.

A forma como reagimos diante desses experimentos, com maior ou menor


abertura para o aprendizado, dará o tom de todo o processo, permitindo com que
a equipe responsável pelo projeto possa ou não promover seu
autodesenvolvimento. Aprendizado e capacidade de execução caminham juntos
e, ao final, um grande desenvolvimento é gerado junto às equipes.

Técnicas de exploração
Ao dizermos que não existe processo sistematizador para a inovação não
queremos dizer que não podemos induzir ou mesmo promover a processos de
descoberta dentro das organizações.

As organizações têm estado em apuros ao ter que dar autonomia


compatível aos desafios que as suas equipes de inovação têm pela frente. É
bastante comum a empresa querer controlar os pormenores da atividade
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humana. Assim, há bem pouco tempo, ainda tínhamos ferramentas de
desempenho atrelado ao desempenho do indivíduo como as melhores formas
de melhorar a performance global da instituição. Havia pouco espaço para a
experimentação dos indivíduos e cada passo em falso era reprimido com um
conjunto de medidas de controle e punição exemplar.

A inovação traz consigo uma quantidade considerável de ferramentas


inovadoras para a descoberta e para a criação. Quando bem utilizadas, elas nos
levam a criar uma maior abertura junto aos grupos, ajudando-os a pensar e sentir
diferentemente as situações, ajudando-os a criar mais livremente e sem amarras.
A criação vem, sobretudo, por uma crença em nossa imaginação criadora. Ainda
assim, podemos usar um tanto livremente ferramentas para a criatividade, pois
no fundo o que queremos fazer é criar impressões únicas na mente do grupo
que cria. Essas impressões podem vier de muitas e diferentes formas.

Não existe um passo-a-passo para sabermos ao certo o que fazer no final


das contas. Podemos “visitar” outras realidades alternativas a que estamos nos
ocupando em entender e reinventar. Podemos criar metáforas e mundos
imaginativos que nos colocam além da percepção atual, tal como fez Steve Jobs
quando comunicou sua equipe que o primeiro computador pessoal deveria ser
tão simples e fácil de operar como usar uma torradeira elétrica.

Criar é movimentar-se diante do real para produzir uma visão renovada


sobre as coisas. Experiências novas podem criar uma percepção de movimento
junto ao grupo, induzindo-o a sair de sua zona de conforto. A base que
fundamenta essas técnicas, normalmente, está amparada em novas vivências
ou no contato com novas realidades.

Houve oportunidades em que tivemos, em projetos de inovação reais, de


fazer com que as pessoas adentrassem mais na realidade do cliente para ter um
ponto de partida diferenciado e verdadeiro em suas propostas. Assumir a
perspectiva de nossos clientes é um bom ponto de partida, assim, técnicas de
design thinking vêm sendo cada vez mais utilizadas por parte daqueles que
querem colher uma impressão diferenciada junto ao universo deles como
elemento iniciador para a criação.

Isso é válido desde que as pessoas consigam empenhar-se em,


momentaneamente, abrir mão de suas crenças desenvolvidas ao longo do
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tempo para, através de novos insights, virem a desenvolver outras convicções.
Essas convicções surgem na medida que as pessoas permitem-se deixar levar
por novos pontos de vistas, substituindo e renovando sua visão sobre as coisas.

Segundo nossa experiência, uma postura libertadora diante dos fatos é


que promove o surgimento de novas ideias. Além disso, o ato criativo não deixa
de ser um exercício de humildade por parte dos indivíduos diante de um novo
mundo sem respostas prontas.

Para conhecer mais sobre a aplicação do design thinking aos problemas de


negócios, acesse: https://endeavor.org.br/design-thinking-inovacao/

Integração com outras áreas de negócio


Em determinado sentido, inovar é colocar-se à parte num novo mundo.
Considerando isso, podemos dizer que a inovação é uma fonte de tensão
relativamente grande entre aqueles que estão “vivenciando” diariamente um
caminho pleno de descobertas e encantamento e aqueles que estão vivendo um
mundo de certezas e repetições.

No fundo, o futuro das organizações é tentar romper ao máximo com a


realidade enquanto produto de padronização permanente. Não queremos dizer
que a gestão das operações, da qualidade e dos produtos e serviços tenham
que ser deixadas de lado. Queremos dizer que as organizações colocam
erroneamente em primeiro plano a repetitibilidade dos processos como uma
meta final a ser perseguida e que tudo o mais deve relacionar-se a isso como
uma segunda ou terceira prioridade.

Continuidade ainda é o mantra organizacional repetido aos quatro cantos


do mundo, mas deveríamos considerar a capacidade de oxigenação e a
renovação das organizações como um modelo mais adequado e atualizado pelo
qual os executivos deveriam empenhar seus esforços.

TEMA 2: TIPOS DE INOVAÇÃO


A inovação é recriação de realidade, renovação de aspectos ligados à
maneira como interagimos e entregamos valor aos nossos clientes. Pode-se dar
de muitas maneiras e, no fundo, objetiva mais parcela de mercado e mais

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reconhecimento por parte do cliente a ponto que esse decida pagar pelas nossas
novas ofertas.

Produtos, serviços, processos e modelos devem se integrar de forma a


fazer com que o custo de viabilização de uma ideia compense o desembolso
dispendido pelo cliente, como contrapartida a uma oferta de valor sem
precedentes no mercado. Tendo isso como base, podemos dizer que a inovação
assume determinados contornos que servem para a caracterização concreta de
nossos esforços.

O Caráter Efêmero de uma Ideia

Fonte: https://www.pexels.com/photo/idea-bulb-paper-sketch-8704/

Produto: A inovação como produto normalmente envolve investimentos


em pesquisa e desenvolvimento continuado. Novos produtos normalmente estão
associados à nova tecnologia e à aplicação dessa tecnologia de maneira inédita
no mercado.

A tecnologia pela tecnologia não nos diz muita coisa e precisamos, de


fato, transformar as possibilidades de aplicação tecnológica em conceitos
inovadores. Produtos revolucionários como o iphone, o ipad e o iwatch trouxeram
consigo todo um novo conjunto de possibilidades, funcionando como uma
plataforma em que indivíduos têm condições de realizar possibilidades apenas
imaginadas em filmes de ficção.

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Serviços: Boa parte da economia atual é baseada em serviços. Isso
porque os serviços transcendem o concreto e podem dar um contorno sutil a
tudo aquilo que o ser humano deseja para si. Inovação em serviço é sobretudo
criar conveniências, experiências e valor percebido em tempo real. Um serviço
é tanto mais inovador quanto mais consegue gerir um conjunto grande de
processos que interagem e se integram à vida dos clientes, produzindo
informações pertinentes e de fácil acesso.

A Google é uma empresa que vem se notabilizando pela prestação de


serviço na medida em que consegue criar interações de valor junto aos seus
clientes a custo muito baixo, alcançado qualquer pessoa que tenha acesso a
internet em qualquer parte do globo. Além de permitir a interação em tempo real,
permite mais conectividade entre as pessoas, que juntas conseguem resolver
seus próprios problemas a uma velocidade jamais conseguida por empresas de
grande porte, presas próprio paradigma de funcionamento. Hoje, temos pessoas
que livremente se dispõem a ajudar pessoas com roteiros de viagens, dicas
sobre o cotidiano e o compartilhamento livre de informações simplesmente pelo
fato de que a colaboração é um valor que não precisa ser justificado.

Processo: Inovação em processo é inovar na maneira pelo qual fazemos


as coisas. Assim, podemos repensar a forma como construímos prédios,
transportamos mercadorias ou nos comunicamos com o cliente, integrando
novos métodos às metodologias de ponta.

A internet traz a tendência de integrar as coisas ao nosso redor em um


fluxo ininterrupto de troca de informações e de interação em tempo real. Haverá
o dia em que os próprios produtos se comunicarão entre si a partir da inteligência
artificial. Assim, teremos comunicação inteligente e a distância entre
automóveis, residências e relógios.

Modelo de Negócio: Inovação no modelo de negócio é inovar na forma


como o negócio funciona econômica e financeiramente. Por exemplo, podemos
mudar a forma como geramos receita em um determinado mercado, a exemplo
da Netflix, que cobra por usuário o acesso aos seus filmes e séries, criando uma
forte concorrência com as locadoras de filmes e a própria televisão.

Normalmente, a inovação no modelo de negócio busca baixar


consideravelmente os valores cobrados junto ao cliente final de forma a
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promover e abocanhar fatias de mercados já existentes. A Blockbuster, empresa
de locação de vídeos, não conseguiu concorrer com a Netflix, empresa entrante,
por não gerar economia de escala no funcionamento do próprio negócio, com
instalações físicas caras e dispendiosas.

Criou-se uma ruptura na forma de funcionamento do próprio mercado: as


receitas existentes foram reorientadas para a empresa inovadora (paramos de
locar filme e passamos a assinar pacotes pela internet), que soube aproveitar
todo um universo de clientes pagantes e ativos. A Netflix percebeu, antes de
todos, a oportunidade nascente de um mercado baseado em novas opções e
comodidade.

TEMA 3: ASPECTOS RELEVANTES DA GESTÃO DA INOVAÇÃO DOS


NEGÓCIOS
A gestão da inovação vem se destacando no cenário de negócios como
uma força central para renovação. Vincula-se diretamente à estratégia e à forma
de atuação das empresas nos seus respectivos mercados e também em novos.
Sem inovação, não temos novidade e não temos como nos diferenciar junto aos
nossos clientes num contexto de hipercompetição, como o que vivemos nos dias
atuais.

Restringir a estratégia organizacional ao mais do mesmo é criar pontos de


vulnerabilidade organizacional. Os mercados são inclementes, pois, a cada
novidade apresentada pela concorrência, os consumidores – ávidos por novas
experiências – movem-se em uma velocidade surpreendente para a satisfação
de suas necessidades e desejos.

O permanente movimento tem sido a regra e não mais retrocederemos a


um patamar onde a estabilidade e a certeza eram passíveis de serem atingidas
por meio de técnicas de previsão e controle central. Era uma época de pouca
inovação!

Quem tem duvidado dessas novas premissas tem pago caro, pois coloca-
se, enquanto empresa, enquanto profissional, numa posição coadjuvante que
espera que as coisas permaneçam mais ou menos as mesmas, acreditando que
conseguirá se antecipar às armadilhas criadas pelos inovadores.

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Assim, as empresas devem mover-se de forma a buscar oportunidades
para além de suas capacidades e negócios. Devem criar, a cada dia, alternativas
que venham a entregar mais valor, não só resolvendo aquilo que é percebido por
todos os competidores dentro de um determinado mercado, mas também
criando patamares inéditos que venham a encantar as pessoas de maneiras
surpreendentes.

Nesse sentido, relacionar-se com os clientes é aprender aquilo tudo que


possa vir a deslumbrá-los diante de propostas inequivocadamente singulares,
pois aquilo que se faz novo hoje não será mais assim reconhecido com o passar
de poucos meses.

Natureza da Inovação

Falamos acima dos tipos de inovação e a característica específica de cada


uma e acordo com seus ganhos de conformação na realidade. Devemos
caminhar um pouco mais e ir diretamente ao cerne da inovação, considerando
seu impacto direto de transformação do mercado. Assim, temos, considerando
os diferentes graus de mudança objetiva nos mercados:

Inovação Incremental

São modificações mínimas, mas existentes na forma como criamos valor


junto aos nossos clientes. Inovar incrementalmente significa que adicionamos
algum tipo de mudança nos produtos, com alguma funcionalidade ou aspecto
estético, tal como vemos no desenvolvimento de novos carros que trazem cada
vez mais plataformas de tecnologia de informação a bordo, mas não é,
necessariamente, uma grande novidade a ponto de gerar grande quantidade de
vendas.

Uma inovação incremental é uma inovação facilmente copiável, pois,


assim que reduz o risco para a própria empresa, permite que os concorrentes
façam o mesmo em curto espaço de tempo. Portanto uma inovação incremental
não garante vantagens competitivas consideráveis, pois não ataca de frente a
necessidade de renovação de produtos e serviços conhecidos.

Inovação Substancial

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São inovações que modificam consideravelmente a plataforma pelas
quais entregamos valor aos nossos clientes. Assim, uma mudança significativa
no modus operandi dos sistemas, canais de distribuição e nas formas como
interagimos com nossos clientes leva a um novo patamar de valor, a exemplo da
utilização de novas plataformas de interação continuada, como o ensino a
distância. Essas plataformas são consideradas inovações substanciais, pois
deslocam a barreira de tempo e espaço necessárias para adquirirmos um bem
ou um serviço. Como mudamos consideravelmente nosso modo de atuação
frente aos concorrentes tradicionais, criamos barreiras tecnológicas de difícil
imitação e que operam deslocados das formas habituais como normalmente
trabalhamos.

Inovação Transformacional

Também consideradas por alguns autores como inovações disruptivas,


são aquelas que modificam plenamente o paradigma de atuação das empresas,
ou seja, a forma como interagimos diretamente com a realidade. Isso quer dizer
que, na maioria das vezes, os empreendedores criam uma inovação do tipo
transformacional, trazem à luz vibrantes e improváveis cenários de realidade em
que os padrões de atuação das empresas tradicionais são recriados de uma hora
para outra.

Empresas como a Airbnb (que loca espaço nas residências comuns,


substituindo hotéis) trabalham para muito além do costumeiro e do viável. São
empreendimentos que desafiam a lógica tradicional ao virarem os mercados de
ponta-cabeça, pois em nada se parecem com as iniciativas mercadológicas
consideradas como sendo de alto impacto. Na verdade, esses novos
empreendedores, a frente de inovações transformacionais, operam dentro de
uma lógica nascente que lhes são próprias, descontinuando mercados inteiros,
não por lhes confrontar diretamente, mas por ir além dos limites conhecidos.

TEMA 4: A DESTRUIÇÃO CRIATIVA SCHUMPTERIANA

Em 1908, o economista Joseph Alois Schumpeter antecipou as condições


pelas quais as empresas trabalham hoje, criando a teoria do empreendedor
como agente da criação de riquezas. Segundo sua teoria, os empreendedores

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de mentalidade inovadora operariam segundo uma lógica própria, criando
modificações irreversíveis no mercado – as chamadas destruições criativas.

Destruições criativas são maneiras pelas quais um mercado cria valor real
para seus consumidores, substituindo velhas estruturas por novas, mais capazes
de gerar valor. Trata-se da continua substituição de processos e tecnologias por
novas, cada vez mais atuais e afinadas aos novos tempos, como a substituição
da máquina de escrever pelo computador, das câmeras de filmes fotossensíveis
por câmeras digitais.

Destruir criativamente um mercado é, portanto, solapar velhas estruturas


por novas e mais eficientes, criando um ganho de produtividade de tal monta que
a sociedade não volta mais ao ponto inicial. Isso faz com que esse tipo de
movimento crie mudanças também de ordem cultural, uma vez que
impossibilidades tidas como intransponíveis seriam agora a onda do momento,
renovando todo um conjunto de crenças, criando mais liberdade e autonomia
para os indivíduos.

Segundo a teoria Schumpeteriana, o empreendedor e sua ação criativa


ocupam papel fundamental na criação de riquezas.

Países e regiões com mais liberdade econômica, tais como EUA, norte da
Europa, Coréia do Sul, Hong Kong, Austrália e Nova Zelândia, tendem a ter mais
liberdade para a ação dos indivíduos, oferecendo condições para que novos
negócios possam ser testados e viabilizados, segundo inclinações individuas e
visões particulares de mundo.

Regiões com menos liberdade de “trânsito” para os indivíduos tendem a


ser regiões menos empreendedoras e, por conta disso, mais pobres, caso do
Brasil e da América Latina.

A necessidade de criar condições para a concretizações de novos


empreendimentos requer o livre fluxo de capitais e conhecimentos. Nações
avessas ao capitalismo tendem a operar à margem de novas realizações, porque
justamente não possuem o ambiente para que empreendedores e investidores
possam vir a se encontrar.

Veja o vídeo que fala sobre a destruição criativa atualmente:


https://www.youtube.com/watch?v=7czXtg6pNIs
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Leia o artigo sobre as teorias de Schumpeter e o impacto no
entendimento da economia atual:
http://sinop.unemat.br/site_antigo/prof/foto_p_downloads/fot_7471schumpeteb_
pob_costa_pdf

TEMA 5: AS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS


O físico norte-americano Thomas Kuhn imprimiu um novo significado na
ciência para as revoluções científicas.

Sem desenvolvimento científico, não temos como criar apoio concreto às


inovações.

Paradigma é sua expressão preferida e nos diz que para, irmos à frente
em qualquer setor da vida humana, necessitamos quebrar os pressupostos pelos
quais assentávamos a compreensão de nossa realidade. Um paradigma nos
restringe à descoberta, pois nos coloca em uma realidade que pouco se altera
nas suas condições primordiais.

A quebra de paradigma é, portanto, quebra de padrões de apreensão de


nossa realidade primeira e conduz ao desenvolvimento de novas áreas de
atuação científica. Assim, amparados em novas áreas de conhecimento,
podemos evoluir com as descobertas científicas, pois, no fundo, precisamos
entender cada vez mais os fenômenos da natureza e suas consequências.

A interação entre ciência e inovação, tem sido chamada de inteligência


tecnológica: esforço sistemático em encontrar respostas de cunho científico para
aquilo nossa imaginação nos aponta.

Curiosidade:

Veja como a tecnologia robótica pode ser utilizada criativamente na


indústria automobilística. Sempre existe a possibilidade de recriarmos nossa
realidade inventivamente. Assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=MfjkVGJxYu4

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TROCANDO IDEIAS
Responda a questão, trazendo sua opinião no nosso fórum: As empresas
estão preparadas para a inovação atualmente? Comente as principais
barreiras e o que deveria ser mudado na sua opinião.

NA PRÁTICA
Veja o estudo de caso do hospital Moinhos de Vento e reflita sobre os
princípios por trás do design thinking e da inovação:
http://www.crars.org.br/arquivos/artigo_thomas-troian.pdf

FINALIZANDO
Inovar é criar. É desenvolver a capacidade nos indivíduos para que a
manifestação criativa venha à luz e também para que possamos progredir na
criação de novos inventos e novas soluções para o mundo. Com a criatividade,
temos, em maior ou menor grau, a originalidade que se manifesta pela atuação
individual, que pode transformar o mundo, pelo seu potencial criativo e
imaginativo.

A inovação é um processo continuado de aprendizado, em novas


situações que confere ao agente significativo e intransferível saber. Toda jornada
de inovação confere significativa transformação na identidade dos indivíduos e
na forma como percebem e interagem com seus mundos.

Regendo essas condições, está a notável capacidade dos


empreendedores junto aos novos empreendimentos. Os empreendimentos
inovadores trazem consigo renovação e capacidade de geração de riquezas sem
precedentes. Operam, segundo Schumpeter, destruições criativas no mercado,
onde uma velha tecnologia é substituída sempre por novas. Cada empreendedor
se vale de uma nova noção paradigmática e atua como porta-voz de novas
realidades.

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REFERÊNCIAS
KUHN, Thomas Samuel. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de
Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 3ª ed.

CHRISTENSEN, Clayton M. O dilema da inovação: quando novas


tecnologias levam empresas ao fracasso. São Paulo: Makron Books, 2001.

SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo, democracia. Rio de Janeiro:


Fundo de Cultura, 1961.

FOSTER, Richard; KAPLAN, Sarah; Destruição Criativa. Campos, 2001.

BROWN, Tim. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o


fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

ADLER, Mortimer. Como pensar sobre as grandes ideias. São Paulo: É


Realizações, 2013.

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