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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS Dr.

JÚLIO MARTINS - CHAVES


TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA PORTUGUÊS – 9.º Ano -
Turma E
Nome: ________________________________________________________N.º ___ Data: ___ / ___ /___

Lê o texto com atenção. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

A Viagem da Índia

As naus estavam finalmente aparelhadas, as guarnições a postos, as âncoras prontas a


erguer-se.
Fora ainda D. João II que as mandara construir; e o Príncipe perfeito, inspirando-se nos
conselhos de Bartolomeu Dias e dos outros práticos, não se poupara a esforços para que elas
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fossem acabadas de uma maneira especialmente cuidada e forte, com madeiras de grande
grossura, habilmente escolhidas e arrecadadas na Casa da Mina por pessoa de confiança, com a
pregaria bem atacada, com o calafeto 1 rigorosamente verificado e os aparelhos, o cordame 2, as
velas tríplices por causa dos temporais.
Estavam prontas as naus heroicas, predestinadas, que agora simbolizavam todo o futuro,
10 todo o sonho, toda a ansiedade de Portugal; as naus em que naquela manhã de 8 de julho de
1497, depois de ter passado a noite na capela do Restelo, vigiando e orando, Vasco da Gama
devia embarcar com os seus companheiros em demanda do Oriente.
Todo o povo de Lisboa tinha acorrido à praia, a que a piedade de muitos, ainda no tempo do
infante D. Henrique, pusera o pitoresco nome de Lágrimas; e na luz prestigiosa da manhã, toda
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em cintilas3 e irisados4 fulgores, toda em tonalidades do mais puro cristal, apenas lá muito ao
longe levemente empanada5 na bruma das serranias, o venturoso rei D. Manuel viera também
em triunfo, sob o pálio6, dizer o último adeus aos novos argonautas.
No calmo estuário do Tejo, tão predestinado para as gloriosas empresas e para as supremas
consagrações, já o S. Gabriel, o S. Rafael, o S. Miguel e o Bérrio desfraldam as velas aos ventos e
20 aos sonhos épicos; e, no meio da multidão – enquanto Vasco da Gama e os outros comandantes
se afastam – as mãos agitam-se mais altas num frémito de ansiedade, as almas perturbam-se
numa mais enternecida emoção e um velho de longas barbas alvejantes diz talvez em torno as
proféticas palavras d’Lusíadas.
Enfim! Enfunadas as velas, já lá iam pelo mar fora, audazmente, na apoteose esplêndida do
25 sol trespassando o azul, dourando a cidade e as águas; já lá iam em busca da morte, em busca
da glória e das origens do sol, como aventureiros ousados de um novo, mais pulcro 7 ideal –
enquanto a multidão se dispersava, agora mais soturna, ainda em lágrimas, no angustioso
presságio dos temporais, dos naufrágios, dos flagelos implacáveis do futuro…
In Quadros da História de Portugal, Chagas Franco & João Soares, Gradiva Publicações, 2010

VOCABULÁRIO: 1 vedação; 2 cordas; 3 brilhos; faíscas; 4 brilhantes; coloridos; 5 encoberta; 6 espécie de dossel
sustido por varas, debaixo do qual vai o rei nos cortejos; 7 belo; delicado
1. Para responderes a cada item, seleciona a afirmação adequada ao sentido do texto.
1.1. A palavra “aparelhadas” (linha 1) significa:
a) acabadas.
b) ancoradas.
c) encaminhadas.
d) preparadas.
1.2. O ano “1497” (linha 10) reporta-se ao século:
a) XIV.
b) XV.
c) XVI.
d) XVII.
1.3. O “S. Gabriel, o S. Rafael, o S. Miguel e o Bérrio” (linha 19) referem-se:
a) ao nome dos comandantes das naus.
b) ao nome atribuído às naus.
c) aos santos que acompanhavam os navegadores.
d) aos sacerdotes que viajavam com a tripulação.
1.4. A expressão “as mãos agitavam-se mais altas” (linha 21) contém uma:
a) metáfora.
b) perífrase.
c) personificação.
d) sinédoque.
1.5. Na frase “já lá iam pelo mar fora” (linha 24), o sujeito é:
a) as naus.
b) as velas.
c) os argonautas.
d) os sonhos épicos.
1.6. A palavra sublinhada na expressão “ainda em lágrimas” (linha 27) pode ser substituída por:
a) agora.
b) até agora.
c) mais.
d) também.
Parte B

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

70 73
Mas neste passo, assi prontos estando, Correm logo os soldados animosos
Eis o mestre, que olhando os ares anda, A dar à bomba; e, tanto que chegaram,
O apito toca: acordam, despertando, Os balanços que os mares temerosos
Os marinheiros dũa e doutra banda, Deram à nau, num bordo os derribaram.
E, porque o vento vinha refrescando, (1) Três marinheiros, duros e forçosos,
Os traquetes das gáveas tomar manda. (2) A menear o leme não bastaram;
– «Alerta (disse) estai, que o vento crece Talhas (10) lhe punham, dũa e doutra parte,
Daquela nuvem negra que aparece!» Sem aproveitar dos homens força e arte.

71 74
Não eram os traquetes bem tomados, Os ventos eram tais que não puderam
Quando dá a grande e súbita procela. (3) Mostrar mais força d' ímpeto cruel,
– «Amaina (disse o mestre a grandes brados), Se pera derribar então vieram
Amaina (disse), amaina a grande vela!» A fortíssima Torre de Babel.
Não esperam os ventos indinados (4) Nos altíssimos mares, que creceram,
Que amainassem, mas, juntos dando nela, A pequena grandura dum batel
Em pedaços a fazem cum ruído Mostra a possante nau, que move espanto,
Que o Mundo pareceu ser destruído! Vendo que se sustém nas ondas tanto.

72
O céu fere com gritos nisto a gente, 1- soprando
Cum súbito temor e desacordo; (5) 2- manda encurtar as velas superiores do mastro
3- tempestade
Que, no romper da vela, a nau (6) pendente
4- enfurecidos
Toma grão suma (7) d' água pelo bordo. 5- nervosismo
– «Alija(8) (disse o mestre rijamente, 6- de São Gabriel
Alija tudo ao mar, não falte acordo (9)! 7- grande quantidade
Vão outros dar à bomba, não cessando; 8- lança carga ao mar
À bomba, que nos imos alagando!» 9- presença de espírito; sangue frio
10- cordas que se prendem ao leme

3. Situa o excerto de Os Lusíadas na estrutura interna da obra.


4. Atenta nas estâncias 70 e 71.
4.1. Transcreve das estâncias as expressões que mostram o crescimento progressivo da tempestade.
4.2. Transcreve da estância 71 um recurso expressivo, demonstrando o seu valor expressivo.
4.3. Caracteriza a atitude da personagem individual, destacada na tripulação, face à tempestade.

5. Relê as estâncias 72 e 73.


5.1. Aponta o estado de espírito dos marinheiros.
5.2. Explicita a atitude dos marinheiros perante as ordens do “mestre”.
6. Explica o sentido dos quatro primeiros versos da última estância. Identificando o recurso expressivo
utilizado na descrição da tempestade.
37 39
"Porém já cinco Sóis1 eram passados Não acabava, quando ua figura
Que2 dali3 nos partíramos, cortando Se nos mostra no ar, robusta e válida6,
Os mares nunca d‘outrem navegados, De disforme e grandíssima estatura,
Prosperamente os ventos assoprando, O rosto carregado, a barba esquálida7,
Quando ua noite estando descuidados, Os olhos encovados, e a postura8
Na cortadora proa vigiando, Medonha e má, e a cor terrena9 e pálida,
Ua nuvem que os ares escurece Cheios de terra e crespos os cabelos,
Sobre nossas cabeças aparece. A boca negra, os dentes amarelos.

38 40
Tão temerosa vinha e carregada, Tão grande era de membros, que bem posso
Que pôs nos corações um grande medo; Certificar-te que este era o segundo
Bramindo o negro mar, de longe brada De Rodes estranhíssimo Colosso10,
Como se desse em vão nalgum rochedo. Que um dos sete milagres11 foi do mundo.
- “Ò Potestade4 (disse) sublimada: Com um tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que ameaço divino ou que segredo Que pareceu sair do mar profundo.
Este clima5 e este mar nos apresenta, Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
Que mor cousa parece que tormenta?” A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.

In Os Lusíadas, Luís de Camões,


edição de A. J. da Costa Pimpão, MNE-IC, 2000

10. Redige um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 100 palavras, no qual
explicites o conteúdo das estrofes 37 a 40.
O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de
conclusão.

Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicos seguintes:


a) identificação do episódio a que pertencem as estrofes;
b) integração do episódio na estrutura interna da obra;
c) caracterização do gigante;
d) referência à reação dos navegadores;
e) explicitação do modo como o espaço e o gigante contribuem para acentuar a desproporção
entre os portugueses e os obstáculos que têm de superar;
f) justificação da importância deste episódio na glorificação do herói de Os Lusíadas.

GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. “Não esperam os ventos indinados / Que amainassem” (estância 71)


1.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada.
1.2. Classifica a oração introduzida pela conjunção subordinativa “que”.

2. “Três marinheiros, duros e forçosos, / A menear o leme não bastaram” (estância 73)
2.1. Reescreve o segundo verso, substituindo “o leme” pelo pronome pessoal adequado.
Faz apenas as alterações necessárias.
2.2. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada.
3. Seleciona a alínea que te permite obter uma afirmação correta.
3.1. A frase em que a palavra que é um pronome é:
a) “Eis o mestre, que olhando os ares anda, / O apito toca” (estância 70)
b) “– Alerta (disse) estai, que o vento crece” (estância 70)
c) “Não esperam os ventos indinados / Que amainassem” (estância 71)
d) “Em pedaços a fazem cum ruído / Que o Mundo pareceu ser destruído!” (estância 71)

1. Completa cada uma das frases abaixo com os verbos indicados entre parênteses, usando apenas
tempos simples.
Duvido que a grande maioria das pessoas a) ........... (saber) que algumas expressões que b) ........
(utilizar) foram escritas por Camões.
Era interessante que c) ............. (haver) mais divulgação de outros aspetos curiosos e simples da
nossa literatura.
Todos já d) ............ (ouvir) “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, mas e) ............. (ser) que
todos sabem que são versos de Pessoa?

GRUPO III

Curioso e aventureiro, o Homem sempre quis conhecer o mundo que o rodeia. Também tu, decerto,
gostas de viajar.
Elabora uma narrativa sobre a viagem de sonho que já fizeste ou a viagem de sonho que um dia farás.
Não deixes de incluir, na tua narrativa, excertos descritivos.
O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras.

Observações relativas ao Grupo III:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como
uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2013/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 180 e um máximo de 240
palavras –, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos);
– um texto com extensão inferior a 60 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

COTAÇÕES
GRUPO I GRUPO II GRUPO III TOTAL
1.1 2 pontos 1.1 4 pontos
1.2
PARTE A

2 pontos 1.2 2 pontos


1.3 2 pontos 2.1 4 pontos
1.4 2 pontos 2.2 6 pontos
2. 2 pontos 2.3 4 pontos
3. 5 pontos 3 3 pontos
4.1 5 pontos 4.1 4 pontos
4.2 4 pontos
5. 5 pontos
PARTE B

5.1 3 pontos
6 8 pontos
7 10 pontos
8. 10 pontos
9. 10 pontos
50 pontos 20 pontos 30 pontos 100 pontos
PROPOSTA DE CORREÇÃO
Grupo I
Parte A

1.1. d) 1.2. b) 1.3. b) 1.4. c) 1.5. c) 1.6. b)

GRUPO I / parte B

GRUPO II
1. a) saiba;
b) utiliza;
c) houvesse;
d) ouviram;
e) será
2. Quem sabe a arte, estima-a.
3. a) “que a força humana”
b) comparação
4.1 Nesta exposição, os visitantes podem apreciar o engenho e a arte...
4.2 modificador verbal

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