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Uma sequência de PORCOS NA SALA

DEMÓNIOS
BERTACAO
NO MINISTÉRIO DE JESUS

FRANK HAMMOND
DEMÓNIOS E LIBERTAÇÃO
NO MINISTÉRIO DE JESUS

FRANK HAMMOND

HOLY BlBLE
DEMÓNIOS E LIBERTAÇÃO NO MINISTÉRIO DE JESUS
Frank Hammond

Publicado por:
Edições Holy Bible Ltda.
Avenida Tiradentes, 1390
01102-000 - São Paulo - SP - Brasil
Fone: (11) 3346-2025 Fax: (11) 3346-2037

Tradução: Rosilene Brandão Moredo


Revisão: Patrícia Murari
Capa e Diagramação: Emerson de Lima

Publicado em inglês originalmente com o título:


DEMONS & DELIVERANCE IN THE MINISTRY OF JESUS
Impact Christian Books, Inc.
Copyright © 1991, 2011 by Impact Christian Books, Inc.

ISBN: 978-85-7557-114-9
Código: 93303

Todos os direitos reservados. Permissão escrita deve ser obtida da editora para usar ou reproduzir
qualquer parte deste livro, exceto para citações breves em críticas, revistas ou artigos.

As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada, Almeida, Corrigida, Fiel (ACF), 1994,1995, da
Sociedade Bíblica Trinitariana.

Impresso no Brasil
SUMARIO

PREFÁCIO DO AUTOR 5
AGRADECIMENTOS 6
INTRODUÇÃO 7
As TENTAÇÕES NO DESERTO 9
O EVANGELHO DO REINO 16
LIBERTAÇÃO: UM MINISTÉRIO PÚBLICO 18
LIBERTAÇÃO NA RECONCILIAÇÃO 38
MINISTRANDO PARA A MULTIDÃO 41
O MINISTÉRIO PARA A MULTIDÃO CONTÍNUA 44
ORAÇÃO E LIBERTAÇÃO 46
O TESTE DO VERDADEIRO DISCIPULADO 47
O TESTEMUNHO DE MILAGRES 50
CURADOS DE DEMÓNIOS 53
DOIS REINOS OPOSTOS 57
ENCHENDO A CASA 63
A PARÁBOLA DO SEMEADOR 77
A PARÁBOLA DO JOIO 79
O GADARENO ENDEMONINHADO 80
OUTRA LIBERTAÇÃO CURADORA E ACUSAÇÃO PROFANA 84
OS DOZE COMISSIONADOS E UNGIDOS 86
PERSEGUIÇÃO ENFRENTADA 92
LIBERTAÇÃO É o ALIMENTO DOS FILHOS 94
LIGAR E DESLIGAR 97
HOMENS USADOS POR DEUS E Às VEZES USADOS PELO DIABO 100
A FALHA NA LIBERTAÇÃO 102
EXCLUSIVIDADE PARA EXPULSAR 107
DISCIPLINA NA IGREJA 108
A MALDIÇÃO DA FALTA DE PERDÃO 110
A MISSÃO DOS SETENTA 112
UM ESPÍRITO DE ENFERMIDADE 116
INTIMIDAÇÃO 120
JUDAS POSSUÍDO POR SATANÁS 122
SATANÁS PEDE PEDRO... ..125
PREFACIO DO AUTOR

Depois de vinte anos de envolvimento intenso no ministério de


libertação, cheguei a uma encruzilhada. Por todos esses anos tenho
sido um pastor ativo de uma igreja local, e mantendo o equilíbrio
da necessidade de pregar os planos de Deus para uma assembleia
local. Agora, enfrento um chamado de Deus de tempo integral para
um trabalho com batalha espiritual. O chamado para um minis-
tério itinerante necessitaria de minha resignação ao pastorado, e
significaria que eu tinha que me especializar em libertação. Pensei
em um perigo específico envolvido na especialização de um campo:
o perigo do desequilíbrio doutrinário. Já tinha presenciado outros
caírem nesse desequilíbrio, mas o erro dos outros não era uma
desculpa para que eu recusasse o chamado de Deus. Eu tinha, na
verdade, acabado de enfrentar uma tentação de levar abaixo "trilhas
de coelho" como uma fuga para ensino repetitivo. Enquanto eu
orava sobre o desequilíbrio doutrinário, o Espírito Santo falou ao
meu coração: "Fique com a carne e batatas da libertação". Entendi
que significava para eu ficar com os princípios básicos de libertação
e manter o ensino e o ministério baseado nas Escrituras.

Os princípios mais auxiliadores de libertação são encontrados nos


ensinamentos e atividades de Jesus. Esta é a razão pela qual decidi es-
crever este livro baseado nos evangelhos sinópticos. Este livro está es-
tabelecido em oração de que ajudará outras pessoas, tanto dar como
receber resultados do ministério de libertação, e manter a integridade
e evitar armadilhas pela lealdade aos princípios bíblicos básicos.
AGRADECIMENTOS

A tarefa de escrever um livro caminha com tranquilidade e


prazer quando existem aqueles que dão suporte ao escritor para
encorajar, aconselhar e ajudar. Sou especialmente abençoado em
todas essas áreas.

Primeiramente, com muita alegria agradeço a Ida Mae, minha


esposa e companheira de ministério. Temos aprendido juntos
através do estudo e da experiência, os princípios da libertação
estabelecidos neste livro, e colocamos essas verdades nele.

Meus agradecimentos especiais aos meus parceiros de ministé-


rio. Por meio das orações deles, estamos espiritualmente fortaleci-
dos e por meio dos presentes em amor estamos fisicamente abaste-
cidos. Com ajuda de vocês, Ida Mae e eu ficamos disponíveis para
tirar alguns meses sabáticos e terminar os manuscritos.

Minha apreciação especial a Sydna Loden, uma amiga cheia


de fé, que com alegria, entusiasmo e habilidades literárias deixou
suas marcas na maioria das páginas deste manuscrito.

FRANK HAMMOND
Plainview, Texas.
INTRODUÇÃO

Jesus enfrentou o diabo nas tentações no deserto logo no início


do seu ministério. Imediatamente depois, ele começou a expulsar
demónios de pessoas na multidão. Assim que escolheu os doze, Ele
começou a ensiná-los a expulsar demónios; então enviou-os com a
comissão e ungidos para fazer. Por isso, os evangelhos sinópticos
dão uma excelente visão sobre a existência e atividades de Satanás e
seus demónios. Os crentes também foram ensinados a dominar os
espíritos malignos com confiança.

Existem muitas atividades do diabo registradas em todos os evan-


gelhos as quais não são expressamente atribuídas a ele. Por exemplo,
o diabo determinou que desde o nascimento de Jesus ele de alguma
forma destruiria o Cristo "criança". Satanás, o assassino, trabalhou
por meio do rei Herodes para matar a criança, Jesus, com um assas-
sinato em massa de todas as crianças do sexo masculino. Depois que
o ministério de Jesus começou, Satanás trabalhou principalmente
por intermédio dos líderes religiosos judeus que faziam conspira-
ções e tomaram medidas para matá-Lo, mas todas essas tentativas
do diabo, seja direta ou indiretamente, fracassaram. Jesus estava
destinado a morrer na cruz pelos pecados do homem, e Satanás não
poderia matá-Lo prematuramente.

Além disso, o diabo estava a trabalho em todos os eventos em di-


reção à crucificação. Quando o sangue de Jesus foi despejado lá na
cruz, o diabo achou que tinha conseguido a vitória; mas, a grande
coisa que o fez pensar que era a sua vitória tornou-se o instrumento
de sua própria derrota:

"Entretanto falamos de sabedoria entre os que já têm maturidade,


mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão
sendo reduzidos a nada. Ao contrário, faiamos da sabedoria de Deus, do
miste'rio que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das
eras, para a nossa glória. Nenlium dos poderosos desta era o entendeu,
pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória"
(l Coríntios 2.6-8).

No estudo dos evangelhos sinópticos, portanto, deve ser obser-


vado que muitas atividades de Satanás não estão especificamente
identificadas como tal. Em particular neste estudo nós extraímos
somente as referências das atividades satânicas. As anotações foram
feitas em ordem cronológica, a seguir por Dr. A.T. Robertson 's The
Harmony of the Gospels (A.T. Robertson ' s - A Harmonia dos Evan-
gelhos). Onde as anotações foram encontradas em mais de um
evangelho, todas as referências são dadas.
AS TENTAÇÕES NO DESERTO
MATEUS 4.1-11 (MARCOS 1.12,13; LUCAS 4.1-13;

Então foi conduzido Jesus peio Espírito ao deserto, para ser tentado
peio diabo.

E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda


que estas pedras se tornem em pães.

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o


homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o piná-


culo do templo,

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, (ança-te de aqui abaixo; porque


está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão
nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.

Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe


todos os reinos do mundo, e a glória deles.

E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor


teu Deus adorarás, e só a eie servirás.

Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.


CONDUZIDO PELO ESPIRITO
Jesus tinha acabado de ser batizado por João, e assim que Ele saiu
das águas do Rio Jordão,

"... e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo
como pomba e vindo sobre ele". Mateus 3.16.

Desse modo, Jesus foi ungido pelo Espírito Santo para o ministério
para o qual tinha sido enviado.1 "Então" (imediatamente) Jesus foi
levado pelo Espírito até o deserto para ser confrontado pelo diabo.

Por que o Espírito Santo levou propositadamente Jesus para ter


um confronto direto com o diabo? Ele fez isso porque Jesus tinha
sido enviado exatamente ao mundo para esse confronto:

"Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do


diabo" l João 3.8.

Sem dúvida, alguns cristãos consideram que o plano de Deus


para a vida deles também é passar por confrontos com o diabo.

Certamente como o Espírito Santo levou Jesus para ter esse tipo
de encontro, o crente também será guiado a encarar o diabo,
para que esteja comissionado a agir.2

Há um exemplo em minha própria vida em que um crente ungido


foi impelido pelo Espírito Santo a confrontar o diabo. Vinte e quatro
horas após minha consagração para o ministério pelo batismo no Es-
pírito Santo, fui surpreendido por uma confrontação com espíritos
demoníacos. Eu tinha acabado de dar o testemunho do meu batismo
no Espírito Santo para uma convenção de empresários cristãos. Antes
de deixar o palco, três hippies descabelados invadiram o palco e inter-
romperam a reunião. Assim que vi os três se aproximando, exclamei
para o pastor que estava sentado perto de mim, "Estes homens não
são do espírito de Deus". Então, apontando para o hippie que estava

1
Atos 10.37, 38.
2
Marcos 16.17

10
à frente, declarei, "Aquele homem está com demónio!". O líder que
estava descabelado e com os olhos brilhando por causa das drogas,
pegou o microfone e declarou, "Eu sou Jesus, eu sou o caminho!".
Naquele exato momento minha esposa, Ida Mae, também sob o poder
do Espírito Santo, veio da parte de trás do auditório apontando os
seus dedos para o palco, e gritou "Demónio eu te repreendo em nome
de Jesus!". Em seguida, os três hippies caíram no chão como sacos de
batatas, esmagados pelo poder de Deus.

Nem a minha esposa nem eu havia identificado ou enfrentado


um manifestação demoníaca em uma pessoa, o que o Espírito Santo
fez por meio de cada um de nós foi absolutamente bíblico. Nós dois
tínhamos acabado de ser ungidos através do batismo no Espírito
Santo para o ministério. Assim como Jesus, nós fomos imediata-
mente levados a uma confrontação com o diabo.

Jesus também declarou que a igreja dele seria uma igreja militan-
te, ofensiva no ataque contra as forcas de Satanás:

"sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não


prevalecerão contra ela". Mateus ] 6.18.

Todo crente em Jesus Cristo é identificado como a Igreja dele e é


chamado para atacar "as portas do inferno".

Batalha espiritual está em todo chamado cristão.

O DIABO COMO UM TENTADOR


Em seus ataques contra Jesus, o diabo fez o papel de tentador.
Tentação é uma das três principais táticas dele. Todo ataque que o
diabo faz contra a raça humana é também por meio de tentação,
acusação ou decepção.

Jesus se preparou para este confronto com o diabo fazendo je-


jum. Desse modo,

Jesus deixou claro para nós que jejum é importante para bata-
lha espiritual.

11
Na verdade, jejum é uma disciplina espiritual exigida que todo
cristão pratique. Jesus não disse "se" vocês jejuarem; ele disse
"quando" vocês jejuarem (Mateus 6.16). Em uma ocasião, quando
os discípulos foram incapazes de expulsar um demónio, Jesus expli-
cou "mas esta casta de demónios não se expulsa senão pela oração e pelo
jejum" (Mateus 17.21).

O diabo é também um oportunista. Ele sabia que Jesus estaria


com fome ao fim de um jejum de quarenta dias. Qualquer dia a
mais do que quarenta dias necessitaria ser sobrenatural, pois depois
desta quantidade de tempo em que o corpo usou sua própria reser-
va de energia armazenada na gordura, a inanição chega e toma con-
ta. Então, a primeira tentação do diabo foi que Jesus, independente
do desejo do Pai, poderia providenciar alimento para si mesmo
transformando pedras em pão.

Há um paralelo entre a tentação de Jesus e de Eva no jardim


do Éden. Em ambas as tentações o diabo apelou para a cobiça da
carne, e lançou dúvida sobre a Palavra de Deus. Ele disse para Eva
"Foi isto mesmo que Deus disse?" e para Jesus ele desafiou: "Se tu
és o Filho de Deus..."

Deus havia falado claramente para Eva não comer do fruto da


árvore do conhecimento do bem e do mal. O diabo desafiou a
validade da Palavra de Deus, roubou dela a autoridade pela qual a
tentação não pôde ser resistida.

Com Jesus o diabo usou a mesma tática: "Se tu és o Filho de


Deus" (Mateus 4.3). Sendo que Jesus tinha acabado de vir do ba-
tismo nas águas do rio Jordão onde dos céus a voz do Pai declarou,
"Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" Mateus 3.17.
Logo, por meio do testemunho do Pai, Jesus é o Filho de Deus.

Jesus não foi movido pela tentação do diabo a desacreditar na Pa-


lavra de Deus. Como sempre, Satanás procura lançar dúvida sobre a
Palavra de Deus. Ele teme a luz e o poder inerente à Palavra.

O Tentador é derrotado pelo uso da "espada do Espírito, que é a


palavra de Deus" (Efésios 6.17). Eva deveria ter dito à serpente que

12
Deus tinha falado expressamente que ela não comesse do fruto da
árvore do conhecimento do bem e do mal, e que ela permaneceria
firme na palavra. Desta forma ela teria resistido ao diabo e causado
a fuga dele.3

Jesus subjugou a tentação do diabo em relação ao desejo da carne


respondendo:

Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus" (Mateus 4.4).

Dessa forma Jesus derrota Satanás com a espada do Espírito


como a citação em Deuteronômio 8.3.

A Palavra de Deus é uma arma poderosa e nós não devemos ja-


mais esquecê-la ou ignorá-la.

O diabo usará de todas as formas que puder para convencer o


guerreiro cristão a substituir a Palavra por qualquer outra coisa. A
psicologia e o conselho mundano não vão eliminar o diabo. Fique
firme na Palavra de Deus. Josué foi instruído por Deus em como
garantir sucesso na batalha: Não deixe a Palavra de Deus se afastar
da sua boca, medite nela dia e noite e faça o que a Palavra de Deus
manda (veja Josué 1.8).

Na segunda tentação, o diabo apelou para a soberba. Ele se en-


soberbeceu. Aproximou-se de Eva com a mentira de que se ela e o
Adão apenas comessem do fruto proibido, eles seriam "como Deus"
(Génesis 3.5). O diabo continua a espalhar a sua mentira "ser como
Deus" através da "Nova Era" que defende quem aceita o engano
hindu no qual os homens se tornam deuses através de repetidos car-
mas de reencarnacões. Os mórmons também propagam o engano
de que homens tornam-se deuses. Fiquemos atentos a todos falsos
ensinamentos que aparecem para mexer com a soberba humana por
meio das mentiras do diabo.

Soberba é conhecida como "condenação do diabo" (ITimóteo 3.6).

Tiago 4.7

13
É exatamente isso, a soberba é a mesma condenação na qual o diabo
caiu.4

O diabo é cheio de soberba, e quer ver todo homem sobre a


mesma condenação.

No mesmo apelo à soberba, o diabo tentou Jesus a pular do


penhasco e deixar que os anjos viessem para resgatá-lo. O diabo
ofereceu a Jesus um meio extraordinário de ganhar reconhecimento
e aceitação fora dos desejos de Deus.

Podemos notar que quando Jesus resistiu à primeira tentação citando


as Escrituras, era como se o diabo falasse "Ah! Então você pretende ficar
nas Escrituras, não é? Bem, deixe-me falar o que a Palavra diz". Satanás
usa as Escrituras contra aqueles que estão na Palavra. Por exemplo, ele
tenta aqueles que respeitam a Palavra para seguir as leis mais do que o
espírito da lei, pois ele sabe muito bem que a lei mata e o espírito dá
vida. Portanto uns podem permanecer na Palavra em um legalismo
cego que serão levados à interpretações imprudentes das Escrituras ou
a "bibliolatria" que venera excessivamente a palavra escrita, acima do
relacionamento pessoal com Deus.

A terceira tentação foi relacionada à luxúria. No caso de Eva, o


tentador mostrou a ela a árvore que era "agradável aos olhos" (Génesis
3.6). No mesmo tipo de tentação ele mostrou a Jesus os reinos deste
mundo e a sua glória. Desta forma, ele tentou tanto a Eva quanto a Jesus
a aceitarem o gíamour do mundo como substituto ao desejo de Deus.
De qualquer forma Jesus resistiu a essa tentação. Ele nos mostrou que
não podemos barganhar com o diabo. O preço é muito alto. Satanás
quer que o ser humano o adore. É um usurpador que cobiça o trono de
Deus, para uma adoração que somente Deus é digno de receber. O mais
alto desejo de Satanás é a adoração do homem. Jesus disse, "Retire-se
Satanás". Desta forma Satanás foi forçado a se retirar. Ele não recebeu re-
conhecimento de Jesus, muito menos adoração. E preciso que fique bem
claro que qualquer um que adorar a Satanás é imediatamente capturado
por ele, se tornando o seu escravo e é levado à mais severa escravidão. Por
outro lado, os que adoram e servem a Deus recebem liberdade e vida.

4
Isaías 14.12-14.

14
Quando nos submetemos a Deus e resistimos ao diabo, o diabo
foge5. Se submeter a Deus é submeter-se aos desejos de Deus.

Fazendo o que Deus nos fala para fazer nos tornamos qualifica-
dos para dizer ao diabo o que ele deve fazer.

Deus dá sua autoridade nele próprio. Todos crentes têm o nome


de Jesus como um poder de autoridade; eles podem agir com auto-
ridade do Nome de Jesus e obter os mesmos resultados que Jesus
proporcionou durante o seu ministério na Terra.

A espada do Espírito é manejada através da palavra. Devemos abrir


a nossa boca e falar a Palavra de Deus com a autoridade dada por Deus.
Satanás nos vencerá se permitirmos que ele nos envolva. Não devemos
ignorá-lo, mas sermos agressivos para resisti-lo e ele fugirá.

O MINISTÉRIO DOS ANJOS


Existem anjos e demónios em todo lugar. Cada crente tem pelo
menos um anjo que o acompanha onde ele estiver. Quando Pedro
bateu na porta depois de ter sido libertado da prisão de modo so-
brenatural, seus amigos pensaram que era o "anjo dele" na porta.6

Quando o crente caminha no Espírito fazendo o desejo de Deus,


os anjos estão disponíveis para auxiliá-lo em seu ministério.

Por outro lado, se o crente está desobediente e caminha em re-


belião ao desejo de Deus, ele permite para si mesmo a influência,
interferência e invasão demoníaca. Sempre escolhemos o nosso
mestre pelas decisões que tomamos:

"Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obe-
decer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou
da obediência para a justiça?". Romanos 6.16

Perceba que na citação acima o mestre é "quem", uma pessoa,


mais do que uma influência impessoal.

Se alguém não está servindo a Deus, está servindo ao diabo.


Não existe meio termo.

' Tiago 4.7


"Atosl2.15

15
O EVANGELHO DO REINO
MATEUS 4.23-25 (MARCOS 1.39)

E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pre-


gando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e mo(e'stias
entre o povo.

E a sua. fama correu por toda a Síria, e tra^iam-íhe todos os que pade-
ciam, acometidos de farias enfermidades e tormentos, os endemoninha-
dos, os lunáticos, e os paralíticos, e eíe os curam.

E seguia-o uma grande muitidão da Gaiileia, de Decápoíis, de Jerusa-


íe'm, da Judeia, e de além do Jordão.

Por intermédio de Jesus o Evangelho do Reino foi proclamado e


manifestado. O evangelho dele inclui cura e libertação. Aqueles que
estavam endemoninhados foram curados através da libertação. A
palavra grega para "cura" no verso 24 é therapeuo, a qual literalmente
significa o cuidado e atendimento necessário para trazer de volta à
totalidade. Therapeuo sugere um processo de libertação.

O evangelho é a "Boa Nova" que Jesus, o Salvador (o Mensagei-


ro), veio trazer para dar libertação e cura para todo o homem. O
espírito do homem foi trazido da morte pelo poder vivo do Espírito
Santo, a cura total do corpo e da personalidade foi feita através do
Seu toque e/ou pela libertação dos espíritos imundos.

Hoje as multidões estão necessitadas e desesperadas como esta-


vam no tempo de Jesus. O Evangelho não mudou nem perdeu a sua
força. Jesus não mudou! Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre.

16
A cura e libertação permanecem para nós como provisão do tra-
balho reconciliador de Jesus.

Cura e libertação são parceiros de ministérios, pois frequente-


mente existem necessidades sobrepostas. O epilético pode ter um
demónio, mas ele também pode precisar de uma cura no cérebro.
Não importa a necessidade, temos que aprender a ir até Jesus pela
fé, sabendo que ele é o salvador, mensageiro e grande médico.

17
LIBERTAÇÃO -
UM MINISTÉRIO PÚBLICO
MARCOS 1.21-28; LUCAS 4.31-37

Entraram em Ca/arnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali en-


sinava.

E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo au-


toridade, e não como os escribas.

E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual


exclamou,

Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos?


Bem sei quem és: o Santo de Deus.

E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele.

Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz,


saiu dele.

E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é


isto? Que nova doutrina ê esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos
imundos, e eles lhe obedecem!

E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.

18
ENSINAMENTO ABENÇOADO PROVOCA OS DEMÓNIOS

Jesus entrou na sinagoga num sábado e começou a ensinar. A


manifestação do demónio pode ter chamado mais a atenção do que
o ensinamento; embora, o ensino era uma prioridade com Jesus.

O ensino é uma necessidade para o ministério de libertação e


frequentemente é o prelúdio para a libertação.

Os ensinos bíblicos expõem o inimigo; é a luz contra o reino


das trevas. As pessoas ficavam admiradas com a doutrina de Jesus.
Supomos que os ensinamentos dele naqueles dias eram baseados
em libertação, embora isso não esteja especificamente declarado.
O objetivo era certamente mexer com os demónios que estavam no
homem.

A primeira coisa que impressionou os adoradores foi a autorida-


de com a qual Jesus ensinava, era um contraste com os mestres que
regularmente ensinavam na sinagoga. Os ensinamentos de Jesus
atiçavam os demónios a se exporem, enquanto outros mestres se
posicionavam a não ameaçá-los. Da mesma forma, os demónios não
são ameaçados pelos ensinamentos e pregações em algumas igrejas
hoje. Um enfraquecimento, o evangelho pode não escandalizar o
homem, mas também não escandalizará os demónios! Portanto,
uma pregação feita com autoridade e força na fé faz qualquer de-
mónio estremecer.

Eu me recordo uma vez em que eu estava fazendo um sermão


sobre "O Poder do Sangue", de repente uma mulher começou a
gritar, ou melhor, o demónio que estava nela começou a gritar,
como mencionado em Marcos 1.23. Enquanto a congregação can-
tava suavemente, os demónios saíram dela. Então o marido dela

19
começou a gritar, e ele, também recebeu libertação. Nós ficamos
sabendo que aquele casal estava lá por causa da insistência de um
parente. Eles vieram com uma atitude de zombaria, mas a men-
sagem do sangue de Jesus agitou os demónios que estavam neles,
levando-os a explosão.

UM ADORADOR EM NECESSIDADE

O homem com o espírito imundo, mencionado em Marcos e


Lucas, deve ter sido um adorador comum. Não existe razão para
afirmarmos que ele estava com alguns gentios estranhos que pe-
rambulavam na sinagoga. Ele poderia ser até mesmo um dos líderes
da sinagoga. Da mesma forma, é muito comum para as pessoas de
hoje, que verdadeiramente amam o Senhor e o adoram de todo o
coração, serem atormentadas por espíritos malignos.

Não precisamos sair do lado de fora da igreja para


encontrarmos esses necessitados de libertação.

O CRISTÃO PODE SER POSSUÍDO PELO DEMÓNIO?


Não, um filho redimido de Deus não pode ser posse do diabo.
Estar redimido significa "libertar pagando um preço de resgate". O
preço pago por Jesus para nossa redenção foi o seu próprio sangue:

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados... Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incontaminado. l Pedro 1.18, 19

Por esta razão, um cristão é uma posse adquirida pelo Senhor,


"Porque fostes comprados por bom preço" ICoríntios 6.20.

Um cristão é possuído por Jesus e não por demónios!

Muitas divergências ocorreram a partir de uma tradução que


a versão King James deu para a palavra grega daimonizomai como

20
"possuído com demónios". Uma tradução mais apurada da palavra
daimonizomai é: "estar debaixo do poder de um demónio."7 Existe
uma grande diferença entre "ser posse" (propriedade) do demónio
e "ter" demónios. Webster apresenta possuído com referência a de-
mónios como "afetado por demónios ou agentes invisíveis".8

A questão apropriada não é, "Um Cristão pode ser possuído pelo


Demónio?", mas "Um Cristão pode ter um demónio ou estar debai-
xo do poder de demónios?".

Uma "declaração honesta" do ensino do Novo Testamento


deve nos trazer a conclusão que o Novo Testamento não
faz distinção entre crentes e não crentes quanto no que diz
respeito a demónios.

Por esta razão, se o Novo Testamento não faz tal distinção, então
ninguém mais o fará. A conclusão óbvia é que tanto crentes quanto
não crentes podem ser endemoninhados.

Como podemos entender o demonismo de um cristão? A ques-


tão é: Uma propriedade com dono pode ser tomada por outra pes-
soa? Suponhamos que um proprietário de terras tem uma parte dela
com madeiras para fornecer abrigo aos esquilos. Um invasor pode
vir até aquela propriedade e começar a atirar nos esquilos, mas ele
também pode ser expulso da propriedade, pois é uma pessoa que
não tem direitos legais. Isso é precisamente o que acontece quando
um demónio habita num cristão. O espírito diabólico não tem
direitos sobre a propriedade. Sendo assim, quando o espírito malig-
no é comandado para sair, pelo Proprietário ou pelas autoridades
delegadas por ele, o espírito maligno não tem escolha a não ser ir
embora. Invasores podem ser expulsos.

Libertação para os crentes representa a expulsão dos


espíritos invasores.

7
Thayer's Greek-English Lexiocon (Dicionário Thayer Grego-Inglês)
8
American Dictionary of the English Language. Noah Webster, 1828. (Dicionário
Americano da Língua Inglesa, Noah Webster, 1828).

21
Outra importante questão é: "Quem opera a libertação?". Jesus
chamou de libertação "o pão dos filhos" (Mateus 15.26), significa
que libertação de demónios é para os que têm fé em Jesus Cristo.
Jesus declarou que o pão dos filhos não era para ser dado aos "ca-
chorros", significa que para aqueles que estão impuros ou os que
estão fora da promessa de Deus. A mulher de Canaã, que estava
buscando a libertação da filha dela, demonstrou fé por se contentar
que até mesmo os cachorros têm permissão para comer das miga-
lhas que caem da mesa de seus donos. Sobre o que Jesus declarou,

"O mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu dese-
jas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã." Mateus 15.28

Quando espíritos malignos são expulsos de uma pessoa, acontece


uma condição espiritual que Jesus compara a uma casa limpa recen-
temente. Ele ensinou que se a "casa" (a vida da pessoa) permanece
desocupada, ela está sujeita a receber de volta o velho inquilino
junto com seus amigos. Somente um crente pode preencher sua
vida com as coisas de Cristo.

Quem não preenche a si mesmo com Jesus e leva um estilo de


vida oposta a isso, está em um perigo iminente de acabar sete vezes
pior do que estava antes.9

MANIFESTAÇÕES DEMONÍACAS
Referindo-se novamente ao homem de Cafarnaum, como Marcos
1.23 registra, "e ele gritou", as Escrituras estão se referindo ao demónio
mais do que necessariamente ao homem, embora o demónio utilizasse
a voz do homem. Qualquer ministro experiente em libertação pode
dizer a você que o espírito maligno grita por necessidade ou pelo recebi-
mento de libertação, especialmente quando os demónios são expostos
a uma atmosfera cheia do poder do Espírito Santo.

É comum para os demónios revelar a presença deles quando


estão expostos ao poder dominante.

' Mateus 12.43-45

22
Em uma pregação e ensinos cheios de unção, espíritos imundos
são lançados para fora também. Os demónios estão bem informa-
dos do perigo que enfrentam quando aqueles que estão presentes, e
podem discerni-los, tem fé para expulsá-los. Os demónios reagirão
ao temor e revelarão a sua presença.

Um alerta para o ministro que lidera a igreja prestar atenção à


perturbação que causa distração e confusão na reunião. Demónios
podem causar choros de bebés, ou provocar um exibicionismo reli-
gioso em adultos, Qualquer coisa que não é do Espírito Santo deve
ser tratado, quer seja da carne quer seja demónio.

A PLURALIDADE DE DEMÓNIOS

O demónio que falou por meio do homem em Cafarnaum


não estava sozinho, ali existiam outros espíritos hospedados. O
pronome nesta passagem passa do singular para o plural. Por
exemplo, "Ele (singular) gritou, dizendo: Ah! que temos (nós-
plural) contigo... Vieste destruir-nos (plural)? Bem sei (singular)
quem és..." (Marcos 1.23,24). O demónio que estava falando
por meio do homem era o "homem forte" ou o espírito domi-
nante? Ele estava no comando da operação demoníaca dentro
deste homem.

Como no caso da legião (Lucas 8.26-40), podemos perceber que


uma pessoa endemoninhada pode estar hospedando uma fila de
espíritos. Eles se organizam como um sistema coordenado do mal,
com os espíritos inferiores debaixo da autoridade de um líder.

Uma tropa de demónios , mais do que um agrupamento de


espíritos desconectados, é o desafio encontrado em cada situação
de libertação.

Alguém nunca encara "um" demónio exceto no sentido de um


"homem forte".10 Cada demónio tem uma conexão direta com o
reino demoníaco.

' Mateus 12.29; Marcos 3.27; Lucas 11.21.

23
DISCERNIMENTO ALCANÇADO

Observe a seguir o discernimento sobre demónios, que refletem


aquilo que este espírito imundo diz:

1. Os demónios não querem nada com Jesus. Eles não têm nada
em comum com ele. Eles não querem um confronto aberto
nem com Jesus ou, podemos acrescentar, nem com os seus
discípulos que possuem a autoridade dele.

2. Os demónios sabem quem Jesus é. O demónio no homem


em Cafarnaum conhecia a identidade de Jesus como o "Santo
de Deus". Entretanto, pouquíssimos homens naquele tempo,
nem ao menos suspeitavam de quem ele era. Do mesmo modo,
os demónios também sabiam e reconheciam os servos ungidos
do Senhor. Em uma ocasião, lemos que, "Respondendo, porém,
o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem ê Paulo;
mas vós quem sois.7" (Atos 19.15).

3. Os demónios sabem que estão destinados à destruição e estão


apavorados por causa disso. (Compare: "E eis que clamaram,
dizendo: 'Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste
aqui atormentar-nos antes do tempo?'" Mateus 8.29).

O DEMÓNIO FALANTE SILENCIADO


Em Mateus 8 Jesus mandou o espírito parar de falar. Demónios
podem ter permissão para falar ou manter-se calado por aqueles que
têm autoridade sobre eles. Jesus proibiu o espírito de falar, pois não
havia nada positivo que se pudesse aproveitar.

O objetivo na libertação é expulsar o demónio e não fazê-lo falar.

POR QUE NÃO CONVERSAR COM DEMÓNIOS?


1. Nós deveríamos seguir o exemplo de Jesus. Quando Jesus foi
ensinar na sinagoga naquele dia, um homem com um espírito

24
maligno gritou alto. Jesus reconheceu que era um espírito malig-
no gritando através do homem. "E repreendeu-o Jesus, dizendo:
'Cala-te, e sai dele'" (Marcos 1.25). O espírito maligno estava
disposto a falar, mas Jesus não usou a ocasião como uma opor-
tunidade para conversar com o demónio nem para interrogá-lo.
Novamente as Escrituras reforçam, "Eie também expulsou muitos
demónios; não permitia, porém, que estes falassem, porque sabiam
quem ele era1 (Marcos 1.34 NVI). Os demónios são anticristo
em tudo que falam ou fazem. Portanto o que eles dizem nunca
será um prova válida para a Pessoa de Cristo. Não devemos acei-
tar, em momento algum, o testemunho deles como base para
validar qualquer verdade. Mesmo quando o que eles dizem seja
verdade (como em Marcos 1.24), o testemunho é inaceitável.
Deus não utiliza o testemunho de demónios para anunciar o
Seu evangelho. Por exemplo, um demónio de adivinhação em
uma jovem testemunhou quem Paulo e Silas eram "Estes ho-
mens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do
Deus Altíssimo" (Atos 16.17). Em vez de ficarem felizes com as
palavras lisonjeiras ditas pelo demónio, estes homens de Deus
ficaram "ofendidos" (K/V), "indignados" (NVI) e "extremamen-
te aborrecidos" (Amplified). Finalmente, Paulo, perturbado, vol-
tou-se e disse ao espírito: "Em nome de Jesus Cristo, te mando que
saias dela" (Atos 16.18).

2. Os espíritos malignos são todos mentirosos e enganadores.


Eles têm a mesma natureza que "o pai das mentiras", o diabo.
Jesus disse: "Ele (Satanás) foi homicida desde o princípio e não se
apegou a verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a
sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira" (João 8.44
NVI). O propósito do diabo e de seus demónios é a mentira e
o engano. Aqueles que ouvem as mentiras deles estão em peri-
go de acreditar no que eles dizem. A fala dos demónios nunca
será motivada pelo desejo de nos ajudar; os demónios são
armadores de ciladas. Ouvi-los com a intenção de considerar
qualquer verdade que eles possam articular, pode ser compa-
rado a beber um copo d'água com veneno, com uma intenção
de extrair o veneno da água com os nossos dentes.

3. Deus é um Deus zeloso. Não devemos procurar em nenhum


outro espírito por direcão, conhecimento, sabedoria, cura

25
ou poder. "Porque o SENHOR teu Deus é um fogo que consome,
um Deus zeloso" (Deuteronômio 4.24). Se precisarmos saber
alguma coisa sobre a atividade do inimigo, melhor irmos até
Deus do que confiar no inimigo. Josué, o líder do exército
de Deus, criou um problema irreversível quando permitiu ser
guiado por um interrogatório do inimigo em vez de consultar
ao Senhor. O esclarecimento está no capítulo nove de Josué.
Durante a conquista de Canaã, os gibeonitas enviaram um
mensageiro até Josué, como representante de uma terra dis-
tante. Embora eles estivessem próximo das pessoas na linha
de conquista de Israel, eles se apresentaram como viajantes
de uma terra distante e desejavam fazer um acordo com Josué
para que não fossem agredidos. A Palavra de Deus declara,
"Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pedi-
ram conselho ao SENHOR" (Josué 9.14).

4. Nós temos acesso a toda verdade e todo poder através do


Espírito Santo.11 Não estamos na dependência das mentiras
e meias verdades de Satanás. Qualquer tipo de suposta ajuda
que um espírito maligno poderia nos dar, podemos alcançar
através do Espírito Santo. Qual dessas duas fontes para se
adquirir conhecimento glorifica a Deus? Qual é o curso mais
sábio a seguir?

5. Depender de demónios para informações desencoraja o


uso dos dons do Espírito Santo. "Entretanto, busquem com
dedicação os melhores dons" (ICoríntios 12.31). "Sigam o
caminho do amor, e busquem com dedicação os dons espiri-
tuais" (ICoríntios 14.1). O único que pode nos chamar para
a batalha nos equiparará para a batalha. Deveríamos desejar
zelosamente o poder dos dons do Espírito Santo. Esses dons
crescem pela fé e pelo uso. Os dons do Espírito que são
mais necessários para expulsar demónios são: palavra de co-
nhecimento, palavra de sabedoria, o dom da fé, e o dom de
discernimento de espíritos. Esses dons espirituais vêm até nós
por meio da "promessa do Pai" (Atos 1.4), o poder do Espírito

11
João 8.31, 32; ICoríntios 12.7-11

26
Santo. "Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer
sobre vocês" (Atos 1.8).

6. Colocar confiança em demónios permite que eles direcionem o


ministério. Devemos permitir que apenas o Espírito Santo lidere
o caminho e não permitir que demónios tenham controle ou in-
fluência em uma sessão de libertação. Se colocarmos a confiança
em um demónio para que ele possa nos dar informação sobre
ele mesmo, ou sobre outros espíritos malignos, estaremos entre-
gando as rédeas do ministério para aquele demónio. O plano de
batalha fica então determinado pelo o que o espírito maligno nos
falar. Em todo ministério o Espírito Santo deve ser o nosso guia.
Quando as informações dadas por demónios são usadas para
guiar o ministério, então eles estão tomando o lugar que somente
o Espírito Santo deveria preencher.

7. Não existe embasamento bíblico sobre conversar com demó-


nios. Na verdade, conversar com demónios é proibido pelas
Escrituras.

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a
sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,
nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos" (Deute-
ronômio 18.10, 11).

Em outras palavras, aqueles que consultam um espírito familiar,


ou por meio de um morto, tenta se comunicar com a morte, verda-
deiramente se comunica com demónios.

Nota: Em Marcos 5.9 Jesus perguntou ao demónio que falava


por meio do gadareno endemoninhado, "Qual o seu nome?". Por
que Jesus comandou a Legião pelo nome? Jesus não sabia como era
a identidade da Legião? Não, Jesus sabe todas essas coisas. O seu
conhecimento é completo. Era importante saber a identidade da
Legião para a libertação daquele homem? Não, Jesus não usou a
identidade da Legião para fazer aquele homem livre. Então, deve-
mos procurar por uma resposta para a razão de Jesus ter comandado
a Legião a revelar sua identidade.

27
Quando Jesus começou comandar e questionar o demónio, o
espírito maligno reagiu; "E gritou em alta voz: 'Que queres comigo, Je-
sus...? Rogo-te por Deus que não me atormentes!'" (Marcos 5.7). Quan-
do um demónio é forcado a se identificar, ele perde a sua forca.
Então, o questionamento não era para se obter informação, mas
era uma tática de batalha espiritual. Os demónios fazem melhor
o seu trabalho quando escondem sua presença e identidade. Eles
trabalham sobre a proteção da escuridão. Ê um grande estouro
para eles quando a sua presença e natureza são revelados. Para
forçar um demónio a se revelar, o principal passo é expulsá-lo da
pessoa. Essa é uma tática útil quando há um confronto obstinado
e demónios persistentes.

Nota: Outra explicação muito plausível de Marco 5.9 é que


Jesus perguntou ao homem (não ao demónio) o seu nome. O pro-
pósito poderia ter sido trazer o homem de volta a controlar suas
faculdades mentais. Tal procedimento é comum em ministérios
de libertação nos casos em que os demónios dominam pessoas.
Mas a resposta veio do demónio hospedado, e não do homem,
dando o nome de Legião.

8. Isso prolonga a libertação e é imprudente para a pessoa que


está recebendo libertação. Quanto mais o demónio puder
distrair o ministro da libertação por meio da sua fala, ele pos-
tergará sua expulsão com uma astúcia pela qual possa escapar.
Também, é muito desgastante para a pessoa que está sendo
usada pelos demónios. As pessoas pelas quais os demónios
têm falado, geralmente ficam com uma sensação de confusão
e peso. Por outro lado, o Espírito Santo fala por meio de uma
pessoa para edificação: "Quem fala em língua a si mesmo se edi-
fica" (ICoríntios 14.4 NVI). A segunda maneira pela qual o
Espírito Santo fala é através de pessoas com profecias, e um
discurso profético é edificante e encorajador: "Mas quem pro-
fetiza, o faz para edificação, encorajamento e consolação dos
homens... quem profetiza edifica a igreja" (ICoríntios 14.3,4b
NVI). A influência de espíritos malignos é o oposto disso. O
Espírito Santo fala somente por meio de um vaso que permita,
já o espírito maligno controla a fala da pessoa.

9. Devemos evitar a tentação de nos gabar por ter conversado

28
com demónios. Orgulho é o pecado pelo qual o diabo perdeu
seu benefício com Deus, e ele tenta a toda pessoa com orgulho.12
O diabo pode fazer um ministro de libertação cair por orgulho,
até mesmo se orgulhar de ter conversado com demónios, ele tem
colocado uma excelente armadilha para os pés humanos. Uma
pessoa nunca se tornará forte contemplando o que os demónios
têm dito, mas uma pessoa se torna forte como uma árvore plan-
tada a beira de águas correntes quando se apoia no que Deus
tem dito.13 O sucesso sobre o inimigo vem através da Palavra de
Deus e meditando nela dia e noite. Deus disse a Josué quando
ele enfrentou os gigantes de Canaã: "Não se aparte da tua boca o
livro desta lei', antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado
de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás
prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido" (Josué 1.8).

10. Devemos evitar a decepção de acharmos que temos recebi-


do alguma informação valiosa ou confidencial por parte dos
demónios. O diabo sabe muito bem que se alguém acrescentar
ou tirar alguma coisa que está escrito na Bíblia estará debaixo
de maldição. A Palavra de Deus termina com este valioso
aviso: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da
profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa,
Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se
alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará
a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que
estão escritas neste livro" (Apocalipse 22.18, 19)

Se alguém se comunica com espíritos malignos, ele pode se


convencer que conseguiu informações especiais sobre a hierarquia
demoníaca, os planos do diabo, ou outra revelação. Se a pessoa
aceita tal informação e a toma como verdadeira, então cairá na
decepção. A Bíblia nos alerta que essas decepções ocorrerão nos
últimos tempos.

"O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandona-

12
Isaías 14.12-15; Ezequiel 28.15-17; ITimóteo 3.6
13
Leia: Salmo 1.1-3

29
rão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demónios" (ITi-
móteo 4.1 NVI).

11. Conversar com demónios não é necessário para a libertação


de uma pessoa. Jesus expulsava os demónios sem conversar
com eles, e isso também funciona nos ministérios de liberta-
ção de hoje.

12. A fala de demónios não promove fé. Isso pode ser teorizado
que ouvir o que os demónios falam produzirá fé nos céticos e
naqueles que não foram convencidos que demónios são reais. A
Bíblia não nos ensina que a fé vem por ouvir o demónio falar,
mas sim que, "... A fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é
ouvida mediante a palavra de Cristo" (Romanos 10.17 NVI).

O demónio falar pode estimular a carne, mas para ele mesmo não
tem propósito algum. No Novo Testamento os demónios ás vezes fala-
vam ou gritavam quando estavam sendo expulsos, hoje, no ministério
de libertação, também pode-se passar pela mesma experiência, mas
alguém tem que refrear a procura por emoções ou obter informações
em relação ao encorajamento para que os demónios falem.

13. Conversar com demónios pode facilmente cair na parte


proibida de ser um "consultor de espíritos" (Deuteronômio
18.11). Se alguém se torna um elo de comunicação com o rei-
no maligno, ele se torna um médium espírita, e a informação
que transmite é uma "doutrina de demónios" (ITimóteo 4.1
NVI). Portanto, questionamentos aos demónios e conversação
com eles, não é somente uma insensatez como também algo
excessivamente perigoso.

RESISTÊNCIA DEMONÍACA
Os espíritos malignos resistem a serem expulsos. Por isso encon-
tramos a expressão "sacudiu o homem" referindo-se ao homem de
Cafarnaum (Marcos 1.26). Manifestações estão acompanhadas de
libertação, em alguns casos, demonstração de resistência. E como
se o demónio estivesse determinado a fazer tanto estrago quanto ele

30
possa antes de ir embora. Ocasionalmente, uma pessoa é jogada no
chão, se contorce, se enche de dores ou sente uma fraqueza aguda
no rastro da libertação.

Se forem permitidos ou encorajados a fazer, os demónios fre-


quentemente se manifestarão com demonstrações convincentes.
Se eles são barrados ou proibidos pela autoridade espiritual de
uma manifestação desnecessária, há uma notável redução de suas
atividades. Contudo, qualquer ministério válido de libertação pode
antecipar algumas manifestações. Visto que Jesus não privou todas
as manifestações, então, nem nós deveríamos esperar o mesmo.

MANIFESTAÇÕES

As manifestações demoníacas deixam algumas pessoas conscien-


tes e outras não. Não é bíblico, nem se revelar nas manifestações
nem ser rejeitado por eles. Na passagem de Marcos l, o espírito
"gritou" quando inicialmente foi exposto, e novamente "gritou em
alta voz" como se estivesse sendo expulso. Outras manifestações
são: tosse e ânsia (algumas vezes com muco e ocasionalmente com
sangue, mas raramente com vómito), arroto, bocejo, suspiro, choro
e riso. No entanto, manifestações não devam se tornar um critério
para um julgamento da libertação bem sucedida.

Algumas pessoas recebem muitas libertações válidas sem alguma


manifestação perceptível, então está incorreto relacionar manifesta-
ções como uma evidência de libertação. Encorajar demónios a se
manifestarem dá a eles licença para tornarem-se demonstrativos e
violentos. Segue um exemplo típico:

O nosso pessoal do ministério estava conduzindo um grupo para


uma sessão de libertação na Suíça. Certo homem começou a bater
com seus punhos fortemente nas costas do assento da poltrona da
frente dele, como se estivesse esmurrando um saco. Quando um dos
nossos conselheiros começou a mandar o espírito sair, o homem caiu
no chão e começou a morder a bota do conselheiro de libertação.
Depois de alguns minutos de esforço violento, os demónios foram
expulsos e o irmão ficou livre. Ao questionar o companheiro aprende-

31
mós que ele tinha falado que aquelas manifestações foram necessárias
para a libertação dele; por essa razão, ele tinha permitido que os espí-
ritos que estavam nele se manifestassem. Na prática de espiritismo e
bruxaria, os demónios são requisitados e suas manifestações são bem
vindas, logo eles se manifestarão loucamente com proezas estranhas.
Como em uma situação de libertação onde as manifestações demo-
níacas são solicitadas pelo ministro, os demónios se sujeitarão a tais
coisas como falar por meio das pessoas, controlar o corpo da pessoa,
fazer com que a pessoa se torne violenta e destrutiva, ou imobilizar a
pessoa como se ela estivesse inconsciente ou morta.

Os demónios são orgulhosos por natureza e adoram ser o centro


da atenção. Por que encorajá-los a exibir o mau comportamento?
Por que não exaltar a Jesus de todas as maneiras e fazê-lo ser glorifi-
cado no meio da batalha?

O objetivo da libertação deveria ser expulsar o espírito no menor


tempo possível e com a menor demonstração possível.

Assim poupa-se a energia do ministro de libertação, se demonstra


consideração pela pessoa que está sendo tratada, se glorifica a Deus
e há resultados melhores para todos os lados.

REAÇÕES À LIBERTAÇÃO
As pessoas têm diversas reações em relação à libertação. Em
Marcos 1.27 algumas pessoas de Cafarnaum ficaram admiradas e
questionavam entre elas. Eles gostaram do fato do homem ter sido
liberto, mas ficaram perplexos com a tranquilidade e autoridade
com a qual isso aconteceu. Essa admiração é uma reação comum
para as pessoas que estão passando ou presenciando uma libertação
pela primeira vez. Dois mil anos depois as pessoas ainda se pergun-
tam? "O que é isto? Um novo ensino!" (Marcos 1.27).

A resposta para os "por quês" não são encontradas dentro de nós


mesmos, mas na Palavra do Senhor. Alguns, ainda pela lógica humana,
concluem que a libertação é uma mera ilusão, hipnotismo, malandra-
gem demoníaca ou uma representação. Se essas conclusões fossem ver-

32
dade, o ministério de Jesus seria invalidado; em vez disso, o ministério
dele comprova experiências de libertação nos dias de hoje.

AUTORIDADE SOBRE OS DEMÓNIOS

No Novo Testamento a libertação é consumada por


autoridade espiritual.
Jesus tem autoridade nele mesmo e tem dado a seus seguidores.

"E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o


poder no céu e na terra.

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações..." (Mateus


28.18, 19a)

Quando Jesus expulsou um espírito imundo daquele homem


na sinagoga, criou-se um movimento. Assim, as pessoas naquela
época de Jesus estavam familiarizadas com espíritos demoníacos.
Os judeus na sinagoga por um momento não questionaram a reali-
dade de demónios nem o fato daquele homem que estava no meio
deles estar com demónios. (Alguns, ainda nos dias de hoje, não
cresceram em relação ao entendimento daquela época). Mas o que
os judeus admiraram foi a autoridade que Jesus demonstrou, a qual
era marcada pelo contraste dos seus próprios meios de exorcismo.

Com absoluto espanto disseram: "O que ê isto.7 Um novo ensino


- e com autoridade! Até aos espíritos imundos ele da ordens, e eles lhe
obedecem!" (Marcos 1.27 NVI). A demonstração de autoridade dele
(Jesus) foi tão surpreendente para aqueles que estavam na sinagoga
quanto para os doze escolhidos que presenciaram quando ele orde-
nou que o vento e as ondas se acalmassem.

Os métodos de exorcismo empregados pelos judeus naqueles


dias de Jesus se comparam com os daquelas pessoas pagãs que
usavam encantamentos supersticiosos, fórmulas mágicas e misturas
herbáticas. Um historiador da antiguidade, Josephus, fala do exor-
cismo que presenciou feito Eleazar, que afirmou ter adquirido suas
habilidades através dos ensinamentos de Salomão. Se, de fato, seus
métodos vieram de Salomão, certamente Salomão adquiriu essas
técnicas de suas esposas e concubinas pagãs quando ele já estava
velho e tinha abandonado os caminhos de Deus.

33
Josephus descreve um dos rituais de exorcismo elaborado por
Eleazar: "A maneira da cura era esta: Ele colocava um anel com
uma raiz daquelas mencionadas por Salomão nas narinas do ende-
moninhado, depois puxava para fora o demónio através das narinas
dele, e quando o homem caía no chão imediatamente, ele ordenava
que o demónio não voltasse mais, fazendo menção ao nome de Sa-
lomão, e recitando os encantamentos que compôs". M

O Rev. Alfred Edersheim, sábio inglês, também recita algumas


das técnicas bizarras e encantamentos aplicados pelos exorcistas
judeus. Ele conclui seu artigo declarando:

"Tem sido uma tarefa exaustiva e desagradável registrar tais


superstições desprezíveis... O maior contraste que se poderia rara-
mente ser estabelecido é entre o que lemos no Novo Testamento e
as visões e práticas mencionadas nos escritos rabínicos - e se isto,
como é esperado, tem sido firmemente estabelecido, mesmo o tra-
balho ingrato conferido em colecionar essas informações de mau
gosto terá sido suficientemente retribuído."1'

A declaração de um exorcista charlatão em Atos 19 é dada diante


do contraste da falência miserável deles com o sucesso de Paulo em
expulsar demónios.

E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do


Senhor ]esus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-
vos por Jesus a quem Paulo prega... Respondendo, porém, o espírito malig-
no, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois? E,
saítancío neles o homem que tinha o espírito maiigno, e assenhoreando-se
de todos, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram
daquela casa. (Atos 19.13,15-16)

Os filhos de Ceva certamente aprenderam depois dessa experiência


que apenas repetir o nome de Jesus não lhe dá autoridade. Somente os
verdadeiros crentes em Cristo têm o direito de usar o nome Dele.

Josephus, Antiquities ofthe Jews, Book VIU. Chapter 5 (Joshephus, Antiquidades dos
Judeus, Livro VIII, Capítulo 5).
Edersheim, The Life and Times of Jesus the Messiah, p.776 (Edersheim, A Vida e
Tempo de Jesus, o Messias, p. 776)

34
Embora tanto os exorcistas charlatões quanto Paulo tenham
usado palavras como método de se dirigir aos espíritos malignos, os
judeus usavam encantamentos supersticiosos enquanto o discípulo
de Jesus aplicava palavras de verdadeira autoridade espiritual.

O método de libertação que distingue Jesus e seus discípulos


de todos os outros era a "autoridade". Este fato vem à tona em
Marcos 1.27 quando os judeus na sinagoga ficam maravilhados,
"Que autoridade! Até aos espíritos imundos ele dá ordens, e eles
lhe obedecem!".

Uma coisa que Jesus consistentemente entregou a seus discípulos


foi "autoridade" para expulsar demónios. Quando os doze foram
comissionados, ele "... deu-lhes poder sobre os espíritos imundos,
para os expulsarem..." Mateus 10.1; "E nomeou doze para que
estivessem com ele e os mandasse a pregar, e para que tivessem o
poder de curar as enfermidades e expulsar os demónios" (Marcos
3.14, 15).

Quando os setenta nomeados retornaram da primeira missão


deles, falaram, "Senhor, pelo teu nome, até os demónios se nos
sujeitam" (Lucas 10.17). O verbo "sujeitar" e um termo militar des-
crevendo sujeição e obediência à autoridade. Quando os discípulos
mandavam os demónios "irem", ele iam!

Jesus lembrou aos setenta que eles não deveriam se surpreender


porque os demónios estavam submissos à autoridade deles: "Eis que
vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do
inimigo" (Lucas 10.19).

Como a autoridade é utilizada? Jesus "comandou" demónios


com autoridade. Autoridade é administrada por meio de comandos
diretos.

O método bíblico de libertação é "expulsar demónios" ordenan-


do-os a sair em nome de Jesus! (Marcos 16.17).

Quando a libertação de demónios é necessária, não devem existir


alternativas de expulsá-los sem autoridade. Por exemplo, os demó-
nios não podem ser recomendados a sair. Recomendar acompanha-

35
ria libertação, mas recomendar não é libertação. O crescimento
espiritual também é vital e diminuirá a influência de demónios,
mas até mesmo maturidade em Cristo não é uma alternativa para li-
bertação. Espíritos oprimidos se contentam em esperar por alguma
oportunidade futura para agirem novamente.

Libertação não requer uma parafernália de material.

Autoridade espiritual não é uma citação da Bíblia carregada jun-


to ao corpo, uma cruz ou crucifixo colocado em seu peito, beber vi-
nho da comunhão ou água benta espirrada em sua cabeça. O nome
de Jesus é a nossa autoridade, e no nome dele nós utilizamos nossas
armas espirituais. Nós usamos a "espada do Espírito" quando lemos
ou citamos as Escrituras, utilizamos o poder que tem no sangue de
Jesus quando testemunhamos que o seu sangue tem poder para jus-
tificar, redimir, reconciliar e purificar; derrotamos o diabo através
da "nossa fala" quando testemunhamos que Jesus Cristo é o Filho
de Deus e que veio em carne como homem, viveu sem pecado, mor-
reu na cruz para carregar a penalidade pelos nossos pecados, mas
ressuscitou da morte, subiu aos céus e está vindo novamente em sua
glória para julgar o mundo.

A REPUTAÇÃO DO MINISTRO
"E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia" (Mar-
cos 1.28).

Ministros de libertação rapidamente desenvolvem uma reputa-


ção. As pessoas ouvirão as notícias e virão de todos os cantos para
receber deste ministério. Há muitas pessoas desesperadas que têm
sido atormentadas por demónios por tanto tempo que elas recebem
com alegria as notícias sobre ajuda e desesperadamente querem
receber.

Uma coisa que o ministro de libertação menos precisa é publici-


dade. Ele nunca precisará fazer propaganda do seu ministério por-
que cada um que ele ajuda falará para outros e assim rapidamente

36
ele terá mais pessoas batendo em sua porta do que tempo e forca
para ajudá-las. Isso nos faz entender porque Jesus algumas vezes fa-
lava para os que eram curados e libertos através do seu ministério
para não falar para ninguém. Ele precisava de tempo com os doze
para ensiná-los e treiná-los.

As pessoas estão tão desesperadas e necessitadas que o ministro


de libertação, às vezes, deve reservar um tempo para outros proble-
mas importantes.

Por causa da pressão da multidão Jesus fala para os seus discí-


pulos orarem ao Senhor para mandar mais trabalhadores. Isso é
também porque Jesus mesmo quem treinou e enviou os doze e os
setenta. Um homem, nem mesmo Jesus em carne, ministraria para
todos os necessitados.16

Aos chamados por Deus para o ministério de libertação fará


muito bem em seguir o exemplo de Jesus, passar parte do tempo
treinando outras pessoas.

Durante a jornada, mais pessoas receberão libertação à medida


em que novos trabalhadores forem treinados e enviados para o
campo.

16
Mateus 9.32; 10.8

37
LIBERTAÇÃO NA RECONCILIAÇÃO
Mateus 8.16, 17 (Marcos 1.32-34; Lucas 4.40, 41)

"E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com


a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam en-
fermos; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta /saías, que diz:
Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças."

Aqui está a evidência de que Jesus morreu pelo homem por in-
teiro; espírito, alma e corpo. A grande profecia messiânica de Isaías
53.4 é completamente declarada por meio do ministério de Jesus
de cura e libertação. Isaías 53 previu a provisão de Deus para todo
pecado humano através do trabalho reconciliador do Messias.

"Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores,


e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam
o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso aigum. Verdadeiramente
ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas ííores levou sobre
si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi
ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados" (Isaías 53.3-5).

Que provisão tremenda! Nosso Senhor Jesus Cristo tomou sobre


si a penalidade dos nossos pecados. Ele nos resgatou da morte espi-
ritual por meio da sua morte física, e através do seu sofrimento nós
tivemos a cura e libertação no corpo e na alma.

Em outras palavras, a provisão da cruz foi mais do que um pre-


sente para vida eterna. Vários segmentos de igreja têm ensinado
que o novo nascimento é o único benefício do sofrimento e morte

38
de Jesus. Entretanto, o pecado não apenas trouxe a morte para o
espírito humano, como também trouxe a fraqueza e enfermidades
para o corpo e alma.

BENEFÍCIOS DA CRUZ
Os benefícios da cruz são apropriados na forma pela qual Deus
escreveu. A provisão total da cruz não veio automaticamente com
uma experiência de um novo nascimento. Se isso fosse verdade,
nenhum cristão ficaria fisicamente doente, pois "e pelas suas feridas
fostes sarados" (lPedro 2.24). Há formas apropriadas para a cura fí-
sica. Às vezes há pré-requisitos estabelecidos antes de a cura chegar.
Também toda vez que os demónios forem responsáveis pela doença
do corpo ou personalidade humana, os demónios devem ser expul-
sos. Pela fé em Jesus como filho de Deus e Salvador, ordenar aos
demónios que saiam em nome de Jesus, eles saem. E a fé ativa e
obediente que força os demónios a saírem. A Palavra não nos ins-
trui a acreditar que Deus expulsará os demónios, mas que nos foi
dada autoridade sobre eles.

Por que ordenar um demónio mais de uma vez?

"Ele expulsou os espíritos com uma palavra" (Mateus 8.16 NVI).


Se Jesus expulsa demónios com uma única palavra de comando,
por que não podemos sempre fazer o mesmo? Com um exame mais
aprimorado percebemos nesta passagem que Jesus não expulsa os
demónios exatamente com uma única palavra. Isso é um erro co-
mum: crer que Jesus nunca comandou um espírito maligno mais
de uma vez. Entretanto, não existe um artigo no texto grego. O
verso literalmente diz: "Ele expulsou os espíritos com palavra". A
construção grega coloca ênfase sobre a autoridade expressa pela
palavra falada.

Contrastando com o exorcismo judeu, onde usavam encanta-


mentos, ervas e parafernálias ocultas. Jesus simplesmente falava
autoritariamente com os demónios e eles o obedeciam. No caso

39
do gadareno, Jesus ordenou o demónio repetidamente. Em grego,
o verbo "dizer" (Marcos 5.8) expressa acão contínua, a qual é tradu-
zida pela Bíblia Ampliada: "Pois Jesus estava ordenando: 'Saia deste
homem, espírito imundo"' (Marcos 5.8). Literalmente, Jesus estava
ordenando repetidas vezes, "Saia deste homem! Saia deste homem!
Saia deste homem!".

Os demónios são personagens. Como pessoas, alguns espíritos


imundos são mais fortes em determinação do que outros, portanto,
são mais devagar para responder às ordens dadas. Nossa batalha
contra os espíritos demoníacos é uma luta constante por meio de
pressão contínua sobre eles até que sejam derrotados. Ordenanças
dadas repetidas vezes aos demónios mantêm uma pressão espiritual
sobre eles até que se rendam.

Não podemos imaginar que comandar um demónio mais de


uma vez é uma posição negativa para a nossa fé, mas sim, uma evi-
dência de qualidade para a nossa fé. A verdadeira fé é persistente e
ativa, não presunçosa e passiva.

40
MINISTRANDO PARA A MULTIDÃO
Marcos 3.8-i 6

"E de Jerusalém, e da Idumeia, e de além do Jordão, e de perto de Tiro


e de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia,
vinha ter com ele. E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre
pronto um barquinha junto dele, por causa da multidão, para que o não
oprimisse. Porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos
tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem. E os espíritos
imundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és
o Filho de Deus. E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem.
E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E no-
meou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar, e para que
tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demónios."

Quanto mais Jesus ministrava para as necessidades da pessoa


mais eles pressionavam. Ele encontrou um recurso de pegar um bar-
co e ministrar longe das margens do Mar da Galileia para prevenir
que as pessoas não o atropelassem. Eles o pressionavam apenas para
tocá-lo. Os espíritos imundos reagiam em meio à multidão diante
da grande presença do Filho de Deus. Partindo desse pressuposto,
aprendemos que:

1. Espíritos imundos prontamente reconhecem Jesus como o


Filho de Deus enquanto a nação judia, como um todo, não
puderam decidir ainda sobre a identidade dele. Os demónios
tem uma vantagem que os homens não possuem, pois eles
sabiam que Ele não tinha pecados. Todos os esforços que fize-
ram para que Jesus pecasse, faliram.

41
2. Espíritos imundos são forçados a se curvar diante de Jesus.
Vejam, eles "se curvam diante dele". O conhecimento dele era
mais do que um reconhecimento: era uma rendição.17

3. Espíritos imundos podem ser impedidos de falar. Jesus orde-


nou que não falassem sobre Ele. Mesmo quando os espíritos
falam a verdade, o testemunho deles não deve ser válido. E tão
importante para o homem saber quem é Jesus a fim de acre-
ditar nele, quanto o testemunho dos demónios não é válido.
Jesus consistentemente se recusou a aceitar qualquer testemu-
nho sobre ele mesmo trazido pelos demónios.

Os demónios também conhecem os servos ungidos de Deus. Eles


responderam para os filhos de Ceva: "Jesus, eu conheço, Paulo, eu
sei quem é; mas vocês quem são?" (Atos 19.15 NVI).

Exatamente como os espíritos malignos caem diante da autoridade


de Jesus sobre eles, também tremem quando são confrontados pelos
guerreiros cristãos que caminham com discernimento e fé.

De vez em quando relatórios chegam de outros ministérios de


libertação dizendo que ouviram demónios falar que conhecem os
Hammonds. Um pastor disse: "Tenho falado com um demónio, e
perguntei a ele sobre você. Gostaria de saber o que o demónio falou
sobre você?". Fiquei indignado! Sem hesitar já falei: "Não tenho inte-
resse algum em saber o que os demónios pensam de mim; acima de
tudo estou interessado em saber o que o Senhor pensa de mim".

O bom senso aponta que devemos rejeitar totalmente o que os


espíritos malignos têm para falar. Caso contrário correremos o risco
de cair no laço do diabo de orgulho e de decepção. Como mencio-
nado anteriormente.

Qualquer verdade dita por demónios é com a intenção de enga-


nar e nunca traz efeitos benéficos.

4. Jesus escolhe os discípulos e os prepara para continuar o seu


ministério. Qual era o seu ministério? Jesus respondeu essa

17
Filipenses 2.9-11

42
questão quando estava na sinagoga em Nazaré e leu sobre ele
mesmo no livro de Isaias:

"O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar
os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liber-
dade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor." (Lucas 4.18, 19)

O trabalho de libertação hoje é dar continuidade ao ministério


de Jesus. Portanto, libertação permanece fazendo parte da comissão
da igreja tanto quanto pregar, ensinar e curar.

43
O MINISTÉRIO PARA A
MULTIDÃO CONTINUA
Lucas 6. J 7-19

"E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande nú-
mero de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judeia, e de Jeru-
salém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais tinham vindo para o
ouvir, e serem curados das suas enfermidades, Como também os atormentados
dos espíritos imundos; e eram curados. E toda a multidão procurava tocar-lhe,
porque saía dele virtude, e curava a todos" (Lucas 6.17-19).

Essa passagem parece um paralelo ao sermão da montanha


encontrado em Mateus 5.7. Somente Lucas relata o ministério de
cura e libertação para os seus discípulos e para um grande número
de pessoas vindas de diversos lugares. Os que foram libertos dos
espíritos imundos falavam que estavam sendo perturbados (ator-
mentados, fustigados ou incomodados) por eles. Esses sinónimos
descrevem exatamente os efeitos dos espíritos malignos na vida de
uma pessoa. Por um lado, Jesus é o Príncipe da Paz e o seu domínio
produz paz nos seus discípulos; por outro lado, o diabo é o des-
truidor da paz. A ausência de paz e a presença de tribulação é um
indicativo de demónios.

A palavra grega ochieo traduzida como atormentado na versão Al-


meida Corrigida e Revisada Fiel, também é encontrada na tradução
de Atos 5.16 na versão NVI.

"Afluíam também multidões das cidades próximas a Jerusalém,


trazendo seus doentes e os que eram atormentados por espíritos
imundos, e todos eram curados" (Atos 5.16).

44
Depois da ascensão de Jesus, o ministério de libertação conti-
nuou por meio do ministério dos apóstolos e se espalha por inter-
médio dos novos discípulos. O ministério de libertação continua
até hoje, e pela graça de Deus está sendo completamente restaurado
para o corpo de Cristo.

Soteria, a palavra para salvação em grego significa libertação. Em-


bora, o evangelho completo de salvação inclua não apenas as "boas
novas" de libertação da penalidade dos pecados, mas também as
"boas novas" da libertação do poder dos espíritos imundos e doen-
ças. O evangelho é "boas novas" de todas as bênçãos dadas por Deus
sobre o homem em Cristo através do Espírito Santo.

45
ORAÇÃO E LIBERTAÇÃO
Mateus 6.13

"E não nos induzas à tentação; mas íivra-nos do maí".

Esse versículo familiar da oração do "Pai Nosso" nos ensina a orar dia-
riamente por libertação. Precisamos da proteção contínua de Deus con-
tra o diabo, especialmente, contra as tentações dele. Em Mateus 26.41
Jesus alerta os seus discípulos "Vigiem e orem para que não caiam em
tentação". Eles falharam em seguir o conselho sobre a fraqueza da carne
e consequentemente não estavam preparados para o teste que viria. Por
exemplo: Pedro negou O Senhor: todos eles seguiram-no à distância, eles
ficaram desencorajados, retornaram para vida de pescador e duvidaram
quando ouviram a primeira notícia sobre a ressurreição de Jesus.

Jesus já havia alertado previamente que Satanás desejava tê-los e penei-


rá-los como trigo. Satanás deseja peneirar-nos também.

Por meio da oração incessante nós permanecemos vigilantes. Portan-


to, a falta de oração é fatal para a vida do cristão, pois isso permite que
o diabo se mova.

46
O TESTE DO VERDADEIRO
DISCIPULADO
Mateus 7.21-23 (Lucas 6.46)

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão na-
quele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome
não expulsamos demónios? e em teu nome não /icemos muitas maravilhas.'' E
então lhes direi abertamente: Nunca ws conheci; apartai-vos de mim, ws que
praticais a iniquidade".

Este é um aviso muito sério expresso nesta dura linguagem. Nem


todos que falam sobre o céu irão para o céu! Esse alerta é endereçado
àqueles que dizem "Senhor, Senhor" e clamam por merecimento pelos
motivos de suas obras sobrenaturais (incluindo expulsar demónios). No
dia do julgamento Jesus falará para muitos desses "Nunca os conheci.
Afastem-se de mim vocês. Que praticam o mal".

Duas importantes lições devem ser aprendidas do contexto de Mateus


7.13-23. Primeira, o alerta é real! A aplicação do aviso é:

1. Para aqueles que não entraram pelo caminho para a vida eterna
através da porta estreita e do portão apertado pelo arrependimento
dos pecados e fé no Senhor Jesus Cristo (v.13, 14).

2. Para os falsos profetas os quais seus frutos não condizem com suas
profecias a respeito do Senhor Jesus (v. 15, 16).

3. Para aqueles que o chamam de "Senhor", mas falham em fazer os


desejos do Pai (v.21); e

47
4. Para aqueles que clamam pelos trabalhos sobrenaturais feitos em
nome de Jesus para adquirir a aceitação dele (v.22).

Todos esses trabalhadores da "iniquidade" citados acima são os que


serão irreversivelmente rejeitados por Jesus Cristo "naquele dia" do julga-
mento final, e o destino deles será "Toda a árvore que não dá bom fruto
corta-se e lança-se no fogo" (Mateus 7.19).

Essa passagem reforça a doutrina da salvação pela graça por meio da


fé e não por obras.18 A consideração principal para todo homem deveria
ser a questão do seu destino eterno.

Além disso, mesmo os milagres realizados em nome de Jesus não são


razão exclusiva para regozijo. Quando os setenta, recentemente nomea-
dos discípulos, começaram a se regozijar sobre as vitórias de libertação,
Jesus trouxe-lhes de volta à realidade através destas palavras:

"Mas, não ws alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrawos antes


por estarem os wssos nomes escritos nos céus" (Lucas 10.20).

Alguns que são genuinamente salvos ficam sofrendo diante dos avi-
sos de condenação feitos por Cristo. Eles vivem com medo da rejeição
derradeira. Em vez da fé deles em Jesus e anos de serviços fervorosos,
eles tremem diante do pensamento do julgamento, e do sentimento da
última condenação de Deus.

O que faz alguns cristãos sentirem tanto medo do julgamento final?


Eles são perfeitos em amor. Eles certamente foram rejeitados, torturados
ou atormentados por outras pessoas, por essa razão, permanecem incer-
tos do amor - até mesmo do amor de Deus. Mas...

"E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor, e
quem está em amor está em Deus, e Deus nele. Nisto é perfeito o amor para
conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos
nós também neste mundo" (IJoão 4.16, 17).

Algumas vezes uma raiz de culpa é responsável por esse tormento em


relação ao medo do julgamento de uma pessoa nascida de novo. Embora

18
VejaEfésios2.8,9

48
tenha pedido perdão a Deus, o diabo continua a acusá-lo e fazê-lo sen-
tir-se não merecedor do perdão. Na verdade, ninguém é merecedor do
perdão. O perdão é nosso por meio da graça de Deus. Enquanto o crente
permitir que o diabo o condene, sua paz será destruída e ele não sentirá
segurança que Deus responderá às suas orações. Além disso, ele ficará
na linha da batalha espiritual. Como ele poderá expulsar um demónio
quando ele mesmo está consciente de seus pecados?

Como pode alguém ter certeza de que foi perdoado e que não estará
entre os rejeitados derradeiros? Simples! Receba de Deus as condições de
arrependimento e caminhe com fé e obediência. Então acredite no que
Deus disse:

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (IJoão 1.9).

Algumas pessoas que têm um vasto entendimento e apreciação pelo


ministério de libertação têm distorcido as Escrituras pela afirmação de
que todo aquele que expulsa demónios, especialmente dos cristãos, será
condenado no final. Tais críticos se enganam grosseiramente em suas
considerações, de que todos os ministros de libertação são falsos e são
desaprovados por Deus. Não somos intimidados com tais comentários
absurdos, pois conhecemos a comissão do nosso Deus para expulsar
demónios. Deixe os críticos examinarem o fruto, pois "... pelo fruto se
conhece a árvore" (Mateus 12.33b).

Esse tipo de ataque sobre os servos de Jesus é uma tática satânica para
desviar o ministro do seu trabalho diante da defesa do seu ministério. Os
escribas e os fariseus ficavam frustrados em suas tentativas de atacar Jesus
com essas táticas. Jesus apontou brevemente os erros deles e se dirigiu
a ministrar para aqueles que o recebiam. Este é um método frutífero e
seguro para os cristãos seguirem nos dias de hoje.

49
O TESTEMUNHO DE MILAGRES
Lucas 7.21

"E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e maies, e espíritos


maus, e deu vista a muitos cegos".

Nesse contexto João Batista foi questionado sobre o Messias. João estava
preso e enviou-os a Jesus, dizendo: "És tu aquele que havia de vir, ou esperamos
outro?" (Lucas 7.19). Jesus instruiu aos homens de João Batista que disses-
sem a ele sobre as obras sobrenaturais que Ele estava fazendo. Jesus estava
cumprindo tudo o que havia sido profetizado sobre o ministério dele.19

Jesus não censurou João Batista por questionar sobre a sua identida-
de, pelo contrário, ele procedeu daquela forma para recompensar João,
o maior tributo revelado. O Senhor sempre encontra questionadores
com perguntas sinceras, enquanto seus críticos indóceis recebiam o seu
"pesar".

Todo ministro do evangelho está sujeito a questionamentos e críticas


sobre a sua doutrina e a eficácia do seu ministério. O homem de Deus,
humildemente, deveria imaginar que ele está suscetível a erros também.
Ê prudente que estejamos abertos para correção. Uma crítica pode ser
construtiva, pode livrar a pessoa do erro e da decepção. Posição defensiva
e sensibilidade pode conduzir a indisponibilidade de avaliar a crítica e
aceitar correção.

Minha esposa e eu tínhamos muitas oportunidades para falar a respei-


to da crítica. Quando o nosso livro, Pigs in the Paríor (Porcos na Sala) foi

19
Isaías 29.18-19; 35.5-6;61.11.

50
publicado, continha um capítulo chamado "Prory Deliverance" (Libertação
representada). Um ministro da África do Sul nos advertiu que aquele ensi-
namento estava errado e que ele não recomendaria o nosso livro por causa
desse capitulo. Permaneci na defensiva e recusei sua critica. Mais tarde, o
Senhor falou ao meu coração, e eu vi que o termo "frory" (representada)
não convinha com o que realmente pretendíamos dizer. "Prory" (represen-
tada) tem a ideia de que uma pessoa pode ser representada por outra. Isso
era interpretado por algo parecido como se um representante pudesse con-
vidar demónios que estavam habitando outra pessoa para dentro de si mes-
mo e então receber a libertação para essa pessoa através desse processo.

Na edição subsequente de "Pigs in the Parior" (Porcos na Sala), o ca-


pítulo "Prory Deliverance" foi mudado para "Intercessor? Prayer Warface"
(Batalha de oração intercessora). Portanto, esta revisão abriu a porta para
novas objeções, e poucas pessoas nos censuraram pela troca do capítulo.
Contudo, ficamos agradecidos pela crítica construtiva que nos ajudou a
corrigir algo que não convinha com o que pretendíamos, e estava causan-
do alguns equívocos. A maioria dos trabalhadores da área de libertação
concorda que além de não ser bíblico é muito perigoso uma pessoa
convidar demónios para entrar nela mesma por qualquer razão que seja,
mesmo que suas intenções sejam as melhores.

Se o servo de Deus sabe que ele está em Cristo, conhece o Seu cha-
mado, sabe que está dentro dos desejos de Deus, sabe que está firme na
Palavra e que produz bons frutos, então dúvidas e críticas não abalarão
a sua confiança.

Lembro-me de um incidente quando o meu ministério foi desafiado.


No final do ensino, um jovem saltou no palco com a Bíblia aberta gri-
tando comigo por eu ter ministrado libertação para crentes. Finalmente
quando ele ficou um pouco mais calmo, eu o lembrei que Jesus comis-
sionou aos crentes para expulsar demónios. Citei Marcos 16.17, no qual
fala que aqueles que crerem em Jesus expulsarão demónios. Se ele não
estava expulsando demónios dos cristãos, de quem que ele estava expul-
sando então? Ele ficou sem respostas, por isso ele não estava expulsando
demónios de ninguém.

Quando uma crítica é infundada, o fruto do ministério de alguém


é a resposta suficiente. Quando os fariseus acusaram Jesus de expulsar
demónios pelo poder de Belzebu, Ele respondeu,

51
"Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto
mau; porque pelo fruto se conhece a árvore' (Mateus 12.33).

Apesar de que, até o fruto bom não satisfará aqueles que estão cegos
pelos seus próprios prejuízos. Até mesmo Jesus, o Mestre dos mestres,
não satisfazia as mentes dos indóceis. Além disso, eles recusavam a reco-
nhecer o "fruto bom" do ministério de Jesus.

Os fariseus e os escribas também acusaram João Batista de ter demó-


nios porque ele veio sem comer nem beber. Esses mesmos indivíduos
ficaram por ali e acusaram Jesus de comilão e beberrão porque Ele veio
comendo e bebendo.20

As Escrituras dizem,

"Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus..." (Lucas


7.30).

Se João Batista e Jesus foram acusados falsamente e criticados, outros


servos de Deus podem esperar por melhor tratamento?

Os homens que estão cegos pelo orgulho do legalismo religioso, ou li-


mitados pelo tradicionalismo religioso não podem discernir a verdadeira
natureza do Reino de Deus nem compartilhar corretamente a palavra da
verdade. Tais críticos são rejeitados por Jesus. "Mas a sabedoria é compro-
vada pelas obras que a acompanham" (Mateus 11.19b - NVI). Em outras
palavras, examine o fruto!

20
Mateus 11.18,19; Lucas 7.33, 34

52
CURADOS DE DEMÓNIOS
Lucas 8. l -3

"E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de al-


deia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e
os doze iam com ele. E algumas mulheres que haviam sido curadas de es-
píritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual
saíram sete demónios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes,
e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens".

CIDADES E VILAREJOS

Jesus não se restringiu apenas a grandes ministérios, mas foi demons-


trando a sua compaixão tanto em cidades quanto em vilarejos. Ministros
itinerantes terão oportunidade de seguir o exemplo de Jesus. Por que
um ministro se prende a algumas pessoas quando ele pode ministrar
para milhares? Deve-se caminhar dirigido pelo Espírito Santo. Filipe, o
diácono evangelista, foi um ministro bem sucedido em Samaria quando
o Espírito falou para ele sair dali e ir até uma região no deserto e mi-
nistrar para um único homem, o etíope eunuco. Quem conhecia qual
influência espiritual aquele servo da rainha levaria ao seu próprio país?
Não devemos supor que Deus nos daria limites para ministrar apenas a
grandes cidades ou grandes congregações.

O EVANGELHO COMPLETO

Mais uma vez vemos que o evangelho do reino inclui cura e liberta-
ção. Isto é o que alguns chamam de "o evangelho completo". Qualquer

53
evangelho que não inclua todos os benefícios da cruz deve ser considera-
do como um evangelho parcial.

TREINANDO OUTROS
Jesus tinha doze com ele, por isso estava treinando esses homens a
levarem adiante o Seu ministério após a sua partida. Não importa quan-
tos ministros existem entre nós, o Senhor nós dará outros para serem
treinados, propagadores e herdeiros daquele ministério.

"E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis,
que sejam idóneos para também ensinarem os outros" (2Timóteo 2.2).

CURANDO A PERSONALIDADE

A palavra "cura" não está limitada à cura física, mas é aplicada no


Novo Testamento à cura do espírito e da alma humana (personalidade).
Em Lucas 8.1-3, algumas mulheres receberam cura dobrada. Podemos
seguramente supor que cada uma delas já tinha recebido a cura de seus
espíritos, o qual resultou na salvação para vida eterna. As pessoas podem
experimentar um novo nascimento espiritual e ainda precisarem de cura
em seus corpos e personalidades. Todo tipo de cura não vem em um
único pacote.

Aquelas mulheres, especificamente, foram curadas de "espíritos malig-


nos e enfermidades". A cura dos espíritos malignos foi distinta da cura
das enfermidades, pois isso foi uma cura de alguma outra coisa além de
seus corpos. Outra consideração poderia ser a necessidade da cura da
alma delas (Greco: psuche) ou delas mesmas. De si mesmo, ou personali-
dade, é demonstrado através de pensamentos, emoções e desejos. Essas
são as áreas mais comuns da escravidão demoníaca. Muitos cristãos são
escravos de suas próprias personalidades, consequentemente, estão com
suas almas inseguras.21

21
2Pedro 2.24; Tiago 1.8

54
Há quatro palavras diferentes para "cura" traduzidas no Novo Testamen-
to Grego. A palavra utilizada neste contexto é therapeuo, derivada da palavra
inglesa "thempy" (terapia). Essa palavra descreve a cura e atendimento neces-
sário para trazer a pessoa de volta à sua totalidade. Descreve um processo de
cura interna da pessoa, a qual é submetida à terapia até ser completado o
trabalho de reabilitação. Esta palavra precisamente se encaixa a verdade de
que uma libertação pode levar um período de tempo antes que a libertação
esteja completa. Isso não é em relação à quantidade de tempo que seja ne-
cessária para se expulsar demónios, mas o tempo que a pessoa leva para se
disciplinar e preencher a sua "casa" com as coisas de Deus.

O quadro que vemos da therapeuo dessas mulheres que elas conti-


nuem a se submeter ao ministério de Jesus até estarem completamente
estabilizadas em suas personalidades e totalidade do corpo. Se elas ti-
vessem ficado desencorajadas diante do fator tempo, elas nunca teriam
conhecido a vitória.

SETE DEMÓNIOS

Maria Madalena foi liberta de "sete espíritos". Começamos a pensar


porque o número de espíritos foi dado. Quase todos os ministros de
libertação falariam que não é comum expulsar de uma pessoa grande
número ou centenas de demónios. O gadareno endemoninhado tinha
uma "legião" de espíritos, isso seria mais de cinco mil! Então o que seria
tão estranho que Maria Madalena estivesse com sete espíritos? A impres-
são deixada é que ela estava completamente endemoninhada. Esta ex-
plicação deve ser considerada teoricamente, Maria provavelmente tinha
sete demónios dominantes que estavam liderando uma multidão de ou-
tros espíritos. Cada espírito líder poderia facilmente estar representando
sete personalidades demoníacas diferentes. Então no caso dela poderia
ser uma dominação mais severa do que a mencionada.

LIVRE PARA SERVIR

Aqueles que são libertos ficam tão agradecidos que querem abençoar,
de alguma forma, aquele que foi usado por Deus para o processo de sua

55
libertação. Aquelas mulheres deram de si mesmas para contribuir com
Jesus e os doze. O coração delas estava repleto de amor. Você consegue
imaginar um trabalho que envolva alimentar e lavar as roupas de treze
homens robustos?

Pessoas que estão continuamente preocupadas com seus próprios


problemas, não estão disponíveis para servir as outras. Uma das maiores
bênçãos de quebrar barreiras dentro de si mesmo é a liberdade de servir
aos outros. O Corpo de Cristo é para ser um organismo servidor; por isso
os seus vários membros devem estar livres para realização do ministério.

56
DOIS REINOS OPOSTOS
Mateus 12.22-37 (Marcos 3.22-30)

"Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal


modo o curou, que o cego e mudo falava e via. E toda a multidão se
admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?

Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demónios


senão por Belzebu, príncipe dos demónios.

Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o


reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa,
dividida contra si mesma não subsistirá.

E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como


subsistirá, pois, o seu reino?

E, se eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam


então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juizes.

Mas, se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, logo é chegado


a vós o reino de Deus.

Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar


os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a

Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espa-
lha.

Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfémia se perdoará aos ho-


mens; mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada aos homens.

57
E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-
lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será
perdoado, nem neste século nem no futuro.

Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu
fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.

Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois
do que há em abundância no coração, disso fala a boca.

O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o


homem mau do mau tesouro tira coisas más.

Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem
hão de dar conta no dia do juízo.

Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás
condenado."

Um homem endemoninhado foi trazido para Jesus. Existem aqueles


que desconhecem a libertação provida por Jesus, e alguns são incapa-
citados de virem por iniciativa própria, e necessitam ser trazidos até o
Senhor por aqueles que conhecem o amor e o poder de Jesus em curar
e libertar.

A NATUREZA DO REINO DE SATANÁS

O reino de Satanás é mau, e aqueles que são capturados por ele são
colocados em cativeiro. Esta cegueira do homem e o silêncio são devido
aos laços demoníacos. Não estamos falando o que deu aos espíritos
malignos o direito legal sobre a vida dele, isso pode ter sido alguma mal-
dição passada através das transgressões de seus ancestrais, ou por causa
de algum pecado em sua própria vida. A igreja mais uma vez está come-
çando a reconhecer que a escravidão física algumas vezes esta atribuída às
obras do maligno. E importante que a causa da enfermidade do homem
seja diagnosticada cuidadosamente; pois, se o problema for espiritual e
demoníaco, nunca será curado por meios naturais.

58
A NATUREZA DO REINO DE DEUS

O poder e o benefício do Reino de Deus estão refletidos na cura


do homem. Tão logo Jesus entrou em cena, as correntes da enfermi-
dade foram quebradas, e os aflitos ficaram livres para enxergar e falar.
Então, os dois reinos são opostos: um leva o homem ao cativeiro, e o
outro o liberta.

REAÇÕES DA LIBERTAÇÃO

Sempre que uma libertação é feita em lugar público, existe uma va-
riedade de reacões. Alguns ficam cheios de medo e outros admirados;
alguns acreditam outros não; alguns dão glória a Deus outros zombam.
Aqui podemos perceber um típico contraste de reacões. Alguns reconhe-
cem Jesus como o Filho de Davi, o Messias, e outros acusam Jesus de
fazer a obra sob o poder de Belzebu, o príncipe dos diabos.

E um problema muito sério quando líderes religiosos estão insensíveis


ao chamado do Espírito Santo para libertação. Eles não apenas se colocam
fora do benefício da libertação, como também influenciam muitos outros
a rejeitar o precioso benefício da cruz. Há vários segmentos de igrejas hoje,
de todo tipo de denominação, que estão se colocando fora das bênçãos de
libertação por causa do preconceito doutrinário de seus líderes.

FALTA DE CONHECIMENTO

Na passagem de Mateus 12, Jesus demonstrou o quanto aqueles


homens estavam sendo ignorantes em atribuir a libertação ao trabalho
de Belzebu. Se a libertação era libertar-se do diabo, então eles estariam
se opondo a si mesmos. Se um reino ou uma casa está dividida contra
si mesma, não permanecerá firme, se autodestruirá. Satanás não está a
serviço de expulsar demónios! Ele não está dividido. Um fato observado
mais e mais no trabalho de libertação é a firmeza dos espíritos em apoiar
um ao outro. Existe uma unidade entre eles, que faz envergonhar todo o
corpo de Cristo. Embora a unidade deles não seja baseada em amor, mas
em respeito à autoridade e a propensão deles para o mal.

59
Certamente, Satanás pode e faz simulação de libertação quando
isso convém aos seus propósitos. Existem situações nas quais supostas
"curas" são feitas por meio de forcas ocultas, a "mesa branca". O que
aparenta ser um desabamento da casa de Satanás pelas suas próprias
mãos é na verdade uma decepção pela qual ele está aumentando a casa
dele. Por exemplo, uma pessoa pode sentir-se aliviada de uma dor de
cabeça e acabar com um câncer, por meio de simulações demoníacas
ocorre uma troca de um cativeiro menor por um maior. A existência de
simulação prova a existência da realidade. Satanás não poderia simular
uma libertação se ela não existisse.

A LIBERTAÇÃO É O REINO DE DEUS EM AÇÃO

Sempre que um demónio é expulso, o reino de Deus está operante.


"Mas, se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, logo é chegado
a vós o reino de Deus" (Mateus 12.28). O reino de Deus é superior ao
reino satânico. Satanás é chamado "o deus deste mundo" (2Coríntios
4.4), isto significa que o mundo está sob o domínio de Satanás com a
excecão de certas pessoas e áreas as quais são protegidas pelo exército de
Deus. O reino de Deus está estabelecido na Terra para destruir o reino
de Satanás.

A cura de um homem cego e mudo pelo poder do reino de Deus


sobre o reino do diabo.

Essa vitória é alcançada todas as vezes que os demónios são expulsos.


Não é uma questão de derrotar demónios específicos, mas confrontar
todo o reino demoníaco. Cada demónio lida com conexões diretas e
definitivas com o reino que ele representa. Existe uma hierarquia de espí-
ritos, as Escrituras chamam de "principados" e " potestades... nas regiões
celestiais" (Efésios 6.12). Nossa batalha é nos lugares celestiais, no reino
invisível de atividades demoníacas. Se nós pudéssemos ver os cativos se-
rem livres, nós poderíamos aprender onde batalhar e como.

Jesus declarou que é pelo "Espírito de Deus" que Ele expulsa demó-
nios, não por Belzebu. Uma expressão levemente diferente está expressa
em Lucas 11.20: "Mas é pelo dedo de Deus que eu expulso demónios".
Então, "dedo de Deus" significa o mesmo que "Espírito de Deus". Ob-

60
viamente Jesus utilizou a expressão de Êxodo 8.19 onde Moisés e Arão
confrontam o Faraó e seus magos. Quando os magos foram incapazes
de acompanhar os poderes de Deus por meio de Moisés e Arão, eles
confessaram a inferioridade de suas habilidades admitindo, "Isso é o
dedo de Deus".

O resultado inevitável da operação do poder de Deus na vida do cren-


te é a derrota do reino da escuridão. A batalha pode ser longa enquanto
lutamos contra principados e potestades, mas o resultado final será a
vitória pelo "dedo de Deus".

PRIMEIRO AMARRE O HOMEM FORTE

Jesus revelou como Ele foi capaz de fazer o homem cego e mudo
tornar-se livre. Ao fazer isso ele revelou um princípio espiritual impor-
tante para nós: "primeiro amarre o homem forte", e então roube a
casa dele.22

Sempre que Satanás está na ativa, ele utiliza um representante demo-


níaco encarregado. Este encarregado da operação é chamado "homem
forte". O homem forte é o espírito líder sobre um sistema de espíritos.
Existem homens fortes designados sobre pessoas, famílias, igrejas e áreas
geopolíticas de cidades a nações. Jesus deu poder à Sua igreja para amar-
rar o homem forte e roubar a casa dele. Isso significa que os cativos do
diabo são libertos, seu controle é quebrado, sua autoridade é cancelada e
seu governo é destituído por Deus.

NÃO HÁ LUGAR PARA A NEUTRALIDADE

Não há meio-termo no chamado para batalha espiritual. Jesus escla-


receu esta verdade com estas palavras: "Aquele que não está comigo, está
contra mim" (Mateus 12.30). Aqueles que não estão envolvidos na bata-
lha espiritual e de libertação tornam-se, por omissão, aliados de Satanás.
Aqueles que são contra a libertação, que dizem que um cristão não pode

22
Mateus 12.29.

61
ter um demónio, que negam a existência de demónios, estão enganados
pelo diabo e usados por ele para levar outros para o cativeiro. Algumas
igrejas e denominações íntegras estão nesta triste condição. Devemos
orar para que seus olhos sejam abertos a fim de que possam ministrar
libertação sobre os responsáveis. Eles estão cegos para o fato de que estão
servindo a Satanás.

BLASFEMAR CONTRA O ESPIRITO SANTO

Atribuir o trabalho do Espírito Santo a Satanás é um sério problema.


Jesus disse que esse pecado nunca seria perdoado nem neste mundo
nem no que está por vir. Ele chamou este pecado de "blasfémia contra
o Espírito". Os fariseus estavam rejeitando as diversas provas do Espírito
que foram realizadas para trazê-los à fé.

"Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, e
não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que
o Pai está em mim e eu nele" Qoão 10.37, 38).

Jesus declarou que a árvore é conhecida pelo seu fruto. Uma árvore
má não pode dar bom fruto, e uma árvore boa não pode dar mau fruto.
Eles não poderiam chamá-Lo Mau, porque Seu fruto era bom. A cura de
um homem cego e mudo era um bom fruto. Bom fruto vem dos minis-
térios de libertação: este é um bom fruto.

62
ENCHENDO A CASA
Mateus 12.43-45

E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos,
buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de
onde sai. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva
consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os
úitimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também
a esta geração má.

Esse ensinamento é destinado aos escribas e fariseus que confronta-


ram Jesus, acusando que ele estava expulsando demónios pelo poder
de Belzebu, o príncipe dos demónios. No capítulo anterior (Mateus
12.22-42), Jesus começou sua resposta a essas críticas. Vamos recordar
brevemente o que Jesus respondeu:

1. Um reino dividido contra si mesmo não pode permanecer firme.


Satanás não está expulsando demónios.

2. Jesus ministra pelo Espírito de Deus, e, sempre que os demónios


são expulsos, é uma evidência de que o reino de Deus está mani-
festado. O reino de Deus tem poder e autoridade sobre o reino de
Satanás.

3. Aqueles que não estão aliados a Jesus na libertação, estão contra


ele, o que significa que na verdade eles estão do lado de Satanás.

4. Creditar ao diabo o trabalho do Espírito Santo de libertação é


blasfemar contra o Espírito Santo.

5. Porque eles pedem um sinal, o sinal do profeta Jonas será dado a eles:

63
o sinal do sepultamento e da ressurreição de Cristo. Ao menos que
eles acreditem neste sinal e arrependam-se, eles serão condenados.

Jesus conclui sua admoestação em relação a critica com uma verdade


básica de libertação que eles entenderam muito bem:

Quando um demónio é expulso de um homem, coisas positivas de-


vem ser trazidas para ocupar o lugar da forca negativa que foi removida.
Caso contrário, a pessoa terminará em uma condição pior do que a que
estava antes de sua libertação.

Os fanáticos religiosos que desafiaram Jesus acreditavam em tirar


muitas coisas de suas vidas. A doutrina deles era basicamente negativa e
legalista - não faca isso, não faça aquilo. Jesus confronta-os com a neces-
sidade de uma fé positiva e prática. A eliminação de coisas más de uma
vida deve ser seguida pelo reposicionamento da pessoa, fruto e poder do
Espírito Santo, caso contrário um vazio espiritual perigoso é deixado.

Eles estavam diante da reivindicação de Cristo como o Messias deles.


Ele deve preencher a vida deles agora. Seu aviso concluindo foi: se eles
não preencherem a si mesmos com Aquele que cumpriu o sinal de Jonas,
eles serão como o homem liberto de demónios que não preencheu a si
mesmo com Deus; "e o estado final daquele homem torna-se pior do que
o primeiro" (Mateus 12.45).

"Assim acontecerá a esta geração perversa" (Mateus 12.45). Toda a


geração dos israelitas permaneceu em um extremo perigo espiritual. A
menos que aceitassem Jesus como Senhor e Salvador, eles terminariam
como um liberto de demónios que não preencheram sua "casa". Estes
religiosos acusadores e descrentes foram destinados a um julgamento
irreversível devido à teimosia descrente deles. "Mas quem falar contra o
Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir"
(Mateus 12.32). Este é um alerta rigoroso para todos aqueles, como os
escribas e fariseus, que se negam a pedir perdão pelos seus erros e conti-
nuam a resistir ao testemunho do Espírito Santo.

E quanto aquele homem cego e mudo que foi gloriosamente liberto


e curado? E quanto à multidão de pessoas que foram libertas de cadeias
demoníacas através do ministério de Jesus Cristo? Eles, também, devem
aceitar o sinal do profeta Jonas: a morte, o sepultamento e a ressurreição
do Filho de Deus. Eis a última libertação. Ao menos que eles preencham

64
a si mesmos com fé em Jesus, o futuro deles será pior do que antes. Os
demónios que foram expulsos voltarão com forca maior.

MORANDO SOBRE AS SERPENTES

Quando a nossa família se mudou para as montanhas do Colorado,


uma das coisas que eu mais esperava era adentrar através da floresta e
escalar sobre as pedras. Mas eu ficava esperto com as cobras. No lugar
em que morávamos no Texas, por duas vezes tinha escapado por muito
pouco de uma mordida de cobra enquanto explorava aquele país aciden-
tado. Nossa! Quantos répteis venenosos habitam nesses arredores?

Um nativo do Colorado riu do meu medo. Ele disse, "Irmão Frank,


não existem cobras venenosas nestas montanhas. Você está a dez mil
pés de altura, você mora sobre as cobras. As cobras não vêem até esta
altitude".

Então, eu moro sobre as cobras! Essa é uma metáfora espiritual


poderosa. Nas Escrituras, os demónios são comparados com serpentes
e escorpiões." Se alguém está sendo atacado por serpentes espirituais
(demónios) ele precisa escalar para uma altura segura mais espiritual.

Assim, depois que uma pessoa tenha passado por libertação, ela deve
ter o propósito de escalar para uma elevação espiritual onde os demónios
não possam alcançá-la.

Quais são os passos para esta elevação mais alta?

1. ARREPENDIMENTO EM ALERTA. Quando Deus percebeu o


mau no coração de Caim, Ele alertou Caim com estas palavras:

"Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado
o ameaça a porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo." (Génesis
4.7 NVI)

O diabo, como uma fera furiosa, ameaçou a porta de Caim, pronto

23
Lucas 10.19.

65
para devorá-lo. Deus estava chamando Caim para o arrependimento. O
arrependimento fecharia a porta para o inimigo. Por meio do arrepen-
dimento ele predominaria sobre a presença do diabo que esperava por
uma oportunidade para atacar.

E exatamente isso que as Escrituras alertam cada um de nós,

"hai-vos, e não pequeis', não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar
ao diabo". (Efésios 4.26, 27)

Quando negligenciamos o arrependimento de nossa ira (ou qual-


quer pecado) antes de o sol se pôr, é dada uma oportunidade para o
diabo atacar.

Não há vantagem de um arrependimento tardio - exceto a vantagem


dada ao diabo para deslizar nela. Se alguém pairar sobre uma injustiça
sofrida, estará chocando uma víbora. Através do arrependimento escala-
rá para um nível onde as serpentes não o alcançarão.

2. CAMINHAR EM AMOR. O amor deve direcionar e motivar a


sua vida.

O amor (de Deus em nós) "Não maltrata, não procura seus interesses,
não se ira facilmente, não guarda rancor" (ICoríntios 13.5 NV1).

Muitas pessoas se preocupam mais com as coisas erradas que alguém


fez a elas do que o que elas fizeram a outras pessoas. O cisco no olho do
outro é maior do que a viga que está em seu próprio olho.

Para cada abuso há um abusador. Geralmente quem tem sofrido a


ofensa é quem vem ao conselheiro, não o autor da ofensa. Muitos che-
gam dizendo: "Eu fui molestado", mas raramente alguém confessa, "Eu
sou o molestador". Tanto o amor que honra o outro e o amor que per-
doa o irmão transgressor deve prevalecer na vida daqueles que esperam
triunfar sobre o diabo.

O perdão é uma das principais formas na qual o amor é demonstra-


do. Deus nos dá o exemplo e padrão de amor nos perdoando pelo Seu
amor.

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5.8)

66
O amor de Deus destrói o último objetivo de Satanás. O mesmo
amor perdoador de nossa parte também nos manterá fora do alcance
do diabo.

3. UMA VIDA DISCIPLINADA. Mais e mais descobrimos que vidas


indisciplinadas dão acesso para a invasão demoníaca. Por isso, se
alguém espera fechar a porta para demónios e viver sobre a presa
da Velha Serpente, deve disciplinar diretamente todas as áreas da
sua vida. Uma vida com pensamentos indisciplinados pode ser a
sementeira para uma infestação demoníaca. Quando um homem
é nascido de novo, sua mente não é instantaneamente renovada.
Paulo exorta os cristãos em Roma,

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se


pela renovação da sua mente..." (Romanos 12.2 NVI)

A renovação da mente vem por meio da programação da mente


pela Palavra de Deus. Ter "este pensamento em vocês, igual ao que
era em Jesus Cristo" é um processo de disciplina diário.

Muitos cristãos vivem derrotados, tristes, depressivos e desen-


corajados, simplesmente porque suas mentes estão repletas com
lixo alimentado pelo diabo. Uma das maiores descobertas que um
cristão pode fazer é que ele tem poder sobre os seus pensamentos.
Ele pode escolher o que pensar e o que não pensar. Qual é o foco de
uma vida com propósito?

"Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre,
tudo o que for carreto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o
que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem
nessas coisas". (Filipenses 4.8 NVI)

Os versículos acima descrevem a escolha de pensamentos edifi-


cantes e religiosos. Se os pensamentos que preenchem uma mente
levam para o caminho do medo, depressão, sujeira, descrenças e coi-
sas contrárias a Palavra de Deus, então se deve ativar o desejo e virar
a "chave da mente" para a posição "rejeitar". Uma mente em paz é
conseguida em apenas poucos dias de autodisciplina. A escolha dos
pensamentos é nossa!

67
A BATALHA NA MENTE É UMA ESTRATÉGIA DE GUERRA.

A menos que a batalha na mente esteja ganha, os pensamentos com


os problemas da vida se infiltrarão com as emoções e vontades. Por
exemplo, um pensamento desenfreado de ressentimento pode levar
rapidamente ao sentimento de amargura e retaliação. Através da falta
de disciplina da mente, Satanás fica livre para construir uma fortaleza
em nossa mente a qual só pode ser destruída pelo uso das "... armas da
nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das
fortalezas" (ZCoríntios 10.4).

Em segundo lugar, as emoções também exigem disciplina. A maioria


de nós pode facilmente se identificar com o salmista, em como ele nos
compara a uma montanha-russa de emoções, das alturas, "Batei palmas,
todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo" (Salmos 47.1) às profun-
dezas "Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso ventre se apega à terra".
(Salmos 44.25)

O salmista sabia que o excesso emocional não estava em Deus, porque


isso impedia seu louvor e dedicação a Deus. Portanto, ele lidou dura-
mente com sua alma:

Por que você está assim tão triste, ó minha aima.? Por que está assim tão per-
turbada dentro de mim? Ponfia a sua esperança em Deus! Pois ainda o íotwarei;
ele é o meu Salvador e o meu Deus. (Salmos 43.5 NVI)

As emoções disciplinadas são emoções sadias: são canais pelos quais


podemos expressar nosso louvor, adoração, amor e alegria.

Emoções indisciplinadas são canais preenchidos com a escuridão da


inveja, ódio, fúria, medo, desesperança, autopiedade e depressão.

Em terceiro lugar, o desejo do homem deve ser disciplinado. De um


lado do espectro a passividade e a amabilidade, enquanto na outra extre-
midade encontram-se o rebelado e obstinado. A rebelião é um declive,
uma descida direto para a toca da cobra. A passividade cria um caminho
escorregadio à espera dos braços do diabo.

Mas, o desejo do homem que está submisso ao desejo de Deus desco-


bre uma comunhão com Deus e a vitória sobre o adversário.

68
"Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de
vocês" Tiago 4.7- NVI

A quarta prioridade de uma vida disciplinada é o controle da língua.

Toda palavra falada vai além do ministério.

Nossas palavras tanto podem destruir quanto edificar. Verdadeira-


mente, "A morte e a vida estão no poder da língua" (Provérbios 18.21).

"...Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. As-
sim tambe'm, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os
membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o cttrso
de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno". (Tiago 3.5b-6 NVI)

Quando a língua está inclinada ao fogo do inferno ela cospe palavras


destrutivas que servem para os propósitos do diabo. A lingua indiscipli-
nada mantém uma pessoa cercada de serpentes!

A quinta área da batalha disciplinar é com os desejos da carne. A co-


biça descontrolada por comida, bebida e sexo tem levado muitas pessoas
para a ruína. Paulo percebeu que os seus anos de serviço fiel a Deus não
era garantia de uma vitória contínua. Ele diariamente se guardava contra
o vergonhoso fracasso:

"Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escraw, para que, depois de
ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprowdo" (ICoríntios
9.27 NVI).

A mais alta motivação para controlar os apetites da carne e glorificar


a Deus no corpo é a confissão diária que o corpo é o templo do Espírito
Santo o qual habita nele.24

4. ENCARAR AS PROVAÇÕES DE ACORDO COM AS ESCRI-


TURAS. Ninguém está imune às provações e testes. E uma ilusão
transparente achar que nesta vida virá um dia de completa utopia.

24
ICoríntios 6.19, 20.

69
"Neste mundo vocês terão aflições..." (João 16.33 NV1). O proble-
ma intensifica quando as reações diante da pressão são erradas.

O demónio encontra uma porta para entrar quando as provações


da vida não estão adequadamente resolvidas.

Os primeiros oito versículos do livro de Tiago são preciosos. Eles


nos dão a fórmula de Deus para lidarmos com as provações. Primeiro,
nós somos privilegiados "Considerem motivo de grande alegria o fato
de passarem por diversas provações" (Tiago 1.2 NVI). Além do mais,
Jesus ensinou para os seus discípulos se "regozijarem" (tradução literal:
exuberantemente alegres, saltos de alegria) quando os perseguiram, os
insultaram e o acusaram falsamente.25 Somos forçados a confessar que
tais reações de imensa alegria diante das dificuldades são realmente raras.
E alguma maravilha que o diabo tenha qualquer tipo de vantagem em
tempos de adversidade?

Segunda necessidade para a vitória em tempos de provação é "a


perseverança deve ter ação completa" (v.4). Algumas provações não vão
embora durante a noite, elas duram dias, semanas, meses e anos. Perse-
verança na fé é a marca da maturidade. Nós demonstramos imaturidade
espiritual se, sob pressão, perdemos nossa paciência, acusamos Deus e
debatemos com os outros.

Terceira necessidade: orar por sabedoria. O que Deus está dizendo no


meio da provação? Ele é o bom Pai do céu que "dá (sabedoria) a todos
livremente, de boa vontade..." (v.5). Não devemos deixar de pedir, nem
de ouvir a resposta Dele.

A quarta necessidade diante da provação é permanecer firme na fé


- "com fé, sem duvidar" (v.6). Quem é indeciso não pode esperar coisa
alguma do Senhor.

A fé é a chave para receber de Deus. A salvação vem pela fé, os


dons do Espírito operam pela fé, cura é recebida pela fé, o conforto
de Deus é encontrado por meio da fé e a ajuda em tempo de angústia
vem através da fé.

26
Mateus 5.11,12.

70
Mente dividida é uma maldição. Ela mantém os filhos de Deus dis-
tantes de suas orações e causa instabilidade e desconfiança. O homem
com mente dividida não apenas desgasta-se a si mesmo, mas a todos que
se relacionam com ele. Para esse tipo de homem não há vitória na hora
da tribulação.

5. Mantenha a sua família no mandamento divino. Deus tem um


plano especial para proteger as famílias das ciladas de Satanás. É
um projeto Dele para o governante da família e está resumido em
Efésios 5.22; 6.4:

(1) O marido é a cabeça abaixo de Cristo;

(2) A esposa está submissa ao seu marido como a Cristo;

(3) Filhos obedeçam e respeitem seus pais no Senhor.26

Famílias que entendem e aceitam as ordenanças de Deus vivem aci-


ma da forca da "antiga serpente que é o Diabo" (Apocalipse 20.2).

Famílias dentro da ordenança divina vivem com retidão, paz e alegria.


Em constraste com aqueles que rejeitam e negligenciam a ordenança de
Deus para as famílias, invariavelmente tornam-se atormentados, assedia-
dos e destruídos pelo inimigo.

6. Seja um praticante da Palavra.

A linha base para viver acima da linha da cobra é fazer o que Deus
nos manda fazer.

Ser ouvinte apenas e não praticante, engana-se a si mesmo.27 Aquele


que acha que pode conseguir algo sem obedecer a Deus é um tolo!

No sermão da montanha, Jesus concluiu a sua palavra com a parábola


de dois construtores. Um constrói sua casa sobre a rocha e o outro cons-

26
Veja Kingdom Living for the Family - Frank e Ida Mae Hammond
27
Tiago 1.22.

71
trói sobre a areia. O tempo de teste é o mesmo. A chuva cai, transbordam
os rios, os ventos sopram. Essas forças da natureza simbolizam a pressão
e os testes que aparecem de todas as direções. A casa construída na rocha
resiste à vibração, mas aquela construída sobre a areia desmorona.

"Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, as-
semelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha"
(Mateus 7.24).

O que é a rocha? A "rocha" é ouvir e praticar a Palavra de Deus! Uma


vida construída sobre qualquer coisa além da obediência à Palavra de
Deus está construída sobre areia. Mas, Jesus não é a rocha? Certamente!
Jesus e Sua Palavra são inseparáveis.

O diabo está rondando para destruir todas as vidas possíveis. Se ele


puder seduzir o homem para desrespeitar e desobedecer a Palavra de
Deus, ele poderá destruir esta vida.

Existe um lugar no Espírito de Deus onde podemos morar com segu-


rança. Nenhum destruidor pode nos tocar no caminho de Deus.

"E ali haverá uma estrada, um caminho, aue se chamará o 'Caminho dos
Santos'; ... Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará
nele; porém só os remidos andarão por ele' (Isaías 35.8-9 - ênfase do autor).

PARA ONDE OS DEMÓNIOS VÃO QUANDO SÃO EXPULSOS?

Quando os demónios são expulsos, eles deveriam falar para onde


vão? Nós temos autoridade para mandá-los para o abismo, para um
país distante ou qualquer outro lugar? Os demónios apenas ficam
rondando na área onde são expulsos, a menos que sejam ordenados
para ir a certo destino?

Há várias passagens que podemos considerar para responder essas


questões. Primeiramente deve ser observado que os espíritos malignos
têm muito medo da sua derradeira punição que será quando Satanás e
todos os seus comandados serão lançados no lago de fogo. (Veja Apoca-
lipse 20.10; 21.8).

72
Isso é o que alguns demónios pensaram que iria acontecer com eles
quando Jesus os confrontou. Eles gritaram, "O que queres conosco, Jesus
de Nazaré? Vieste para nos destruir?" (Marcos 1.24 NVI). Em outro lugar,
o espírito que se identificou como "legião" gritou em alta voz, "Viestes
aqui para nos atormentar antes do devido tempo?" (Mateus 8.29 NVI).
Há destino certo esperando pelos demónios, e o tempo tem sido deter-
minado por Deus. Não pode ser imposto prematuramente.

A "Legião" também "implorava a Jesus, com insistência, que não os


mandasse sair daquela região" (Marcos 5.10 NVI). Isso sugere que é possí-
vel mandar os espíritos malignos para outro local. Não há precedente nas
Escrituras para esse feito, e, se isso é feito ou não em algumas situações,
baseia-se na liderança do Espírito Santo. Para um demónio ser mandado
para outro território necessitaria que estivesse sob a autoridade de um
demónio diferente de principados e autoridade. Por alguma razão inexpli-
cável os espíritos tem certa relutância para mudar de seus territórios.

Finalmente, "Os demónios imploraram a Jesus: 'manda-nos para os porcos,


para que entremos neles'. Ele lhes deu permissão, e os espíritos imundos saíram
e entraram nos porcos" (Marcos 5.12-13 NVI).

Novamente, nenhuma explicação é dada pela razão de Jesus dar esta


permissão. O incidente revela que:

1. Jesus considerou que a felicidade do homem está acima dos animais.

2. Os espíritos malignos podem e fazem morada em animais.

3. Se um demónio não pode habitar em uma pessoa ele prefere ficar


em algum animal a ser expulso da área;

4. O objetivo do espírito invasor é a destruição.

5. Os espíritos expulsos das pessoas podem ter permissão para entrar


nos animais.

Para nós parece imprudente utilizar esse procedimento como prática


rotineira, sendo que Jesus não utilizou esse método de enviar demónios
para os corpos dos animais em nenhuma outra libertação registrada.
Estamos frequentemente propensos a fixar-nos em métodos em vez de
aprender a seguir a voz do Espírito Santo. O que Ele nos fala para fazer?

73
Onde existe uma clara instrução na Palavra de Deus é o que é óbvio
que devemos fazer. O Espírito Santo nunca falará para alguém fazer
algo que seja contrário a Palavra de Deus. Às vezes, quando algumas
alternativas estão disponíveis, devemos receber nossa direção específica
do Espírito Santo.

Não existe nenhum caso em que Jesus permitiu a um espírito retornar


para uma pessoa sendo que já tinha sido expulso.

"Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre


nele." (Marcos 9.25 NVI).

Este é um caso de uma criança endemoninhada a qual o pai era res-


ponsável pela proteção espiritual da criança. Como o pai não deu uma
clara declaração de fé, Jesus, soberanamente proveu a proteção da crian-
ça libertando-a de um espírito destrutivo e atormentador proibindo-o de
retornar nela.

Se tivesse em mente que em toda a situação os demónios são proibi-


dos de voltar, então Jesus não teria ensinado que eles poderiam voltar
e, realmente tentariam fazê-lo. Manter a libertação não está baseado em
mandar demónios para um país distante!

A proteção contra a volta de demónios está em manter-se preenchido


com as coisas de Deus.

Jesus disse que quando um demónio vai embora de um homem, va-


gueia em lugares áridos. Não é ficar andando; mas, se ele não encontrar
alívio em lugar algum, ele voltará para inspecionar o lugar de onde foi
expulso. Se a "casa" (vida da pessoa) estiver vazia, o demónio entrará e
pode trazer outros espíritos com ele - até mesmo alguns mais perversos
do que ele mesmo!

Há muito mais coisas envolvidas em manter-se livre do que mandar


os demónios embora. Uma vez que os demónios saem, a pessoa deve en-
cher-se com o que é oposto daquilo de que ela foi liberta. Outras pessoas
podem encorajar e ajudar esta que foi liberta a permanecer livre, mas se
torna uma responsabilidade pessoal de cada indivíduo preencher a sua
própria casa.

74
OS DEMÓNIOS PODEM, POR SUA PRÓPRIA VONTADE,
SAIR DE UMA PESSOA?

"E, quando o espirito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos,
buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde
saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada". (Mateus 12.43, 44).

A expressão "quando o espírito imundo tem saído" em Mateus 12.43,


tem sido interpretada por alguns com o significado de que os demónios
deixam a pessoa por sua própria vontade. Isso é mera suposição. O
contexto da passagem começa com Jesus forçando o demónio a sair por
ordenança. Joseph Henry Thayer, um reconhecido na autoridade da lín-
gua grega, disse que a frase "tem saído" fala "daqueles que são banidos ou
expulsos (especialmente de demónios forçados a sair de um corpo que
eles tinham tomado posse)28. Então, o espírito ter saído é um resultado
de ter sido expulso; ele não saiu por sua própria vontade.

Observe também, que "sair" de um demónio pressupõe que ele estava


dentro da pessoa. Algumas pessoas ficam desnecessariamente envergo-
nhadas em admitir que espíritos malignos estavam dentro delas. Este é
um resultado de uma terminologia evasiva. Por exemplo, ao invés de ad-
mitir "demonização" uma pessoa pode dizer que ele estava "oprimido".

Libertação não é uma questão de remover demónios dos ombros; é


expulsá-los fora!

MINHA CASA

Quando os demónios falam por meio das pessoas durante o processo


de libertação, eles frequentemente se referem ao corpo da pessoa que
eles invadiram como "minha casa". Se a pessoa está em Cristo, então a
reinvidicação de posse é infundada. O crente foi comprado pelo sangue
de Jesus e pertence ao Senhor. Esta reinvidicação de posse é um meio de
enganação do demónio para tentar fazer o ministro de libertação pensar
que o demónio tem direito legal sobre aquela pessoa e, com isso, desistir
do ataque contra ele.

* Thayer, Greek-English Lexicon ofthe New Testament, 222. (Thayer, Dicionário Greco-
Inglês do Novo Testamento, 222).

75
PIOR DO QUE O PRIMEIRO
Jesus deixou claro nesta referência espíritos "piores" que os demónios
variam em graus de maldade. Todos eles são maus, mas alguns são mais
vilões que outros.

Os demónios também possuem graus variados de forca. Este tipo está


indicado no caso do epilético quando Jesus disse: "Mas esta casta de de-
mónios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum" (Mateus 17.21).

O quanto é importante a possibilidade dos espíritos retornarem em


forca maior do que quando saíram? A partir do momento que os espí-
ritos malignos não podem fazer nada além do que eles são permitidos a
fazer, a resposta para essa questão é relevante para o compromisso espi-
ritual da pessoa que recebeu a libertação. Por esta razão, o ministro de
libertação deve ser prudente com aqueles a quem ele ministra. Por exem-
plo, como podeira prevenir uma manifestação maior de um descrente
que será liberto? Com o que ele possivelmente completaria a si mesmo?
A menos que tenha entregado o seu coração e sua vida para Jesus imedia-
tamente e comece a preencher a si mesmo com a verdade viva, ele estaria
absolutamente vulnerável.

Ocasionalmente um crente expressa medo de libertação porque lem-


bra das Escrituras alertando que os demónios pode retornar em maior
número e força. Mas é muito raro. A razão dessa raridade é porque a
maioria dos cristãos, depois de receber libertação, caminha nos caminhos
do Senhor. Em relação a essa experiência, temos visto pouquíssimos ca-
sos onde o estado da pessoa fica pior do que antes. Alguns perdem o que
eles ganharam, mas poucos perdem mais do que eles ganharam.

Um ministro prudente ensinará aos novos libertos a importância de


preencherem suas casas.

Não há benefício duradouro de ter expulsado demónios, a menos


que eles permaneçam fora.

O candidato ideal para libertação é aquele que tem como motivo


principal o crescimento na imagem e semelhança de Cristo, mais do que
o alívio de seus problemas.

76
A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Marcos 4.3,4, J5 (Mateus 13.3,4;l8,19; Lucas 8.5,6,12)

"Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E aconteceu que semeando ele,
uma parte da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a
comeram."

"E, os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semea-
da; mas, tend&a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a paiawa que foi semeada
nos seus corações."

A semente, o evangelho do Reino, cai em diferentes tipos de solo, que


representam o coração dos ouvintes.

Satanás é ladrão. Ele sabe o potencial do crescimento da verdade


recebida pela fé no coração do homem, e sabe que a verdade liberta
o homem.29 Se a Palavra não estiver misturada com a fé daquele que a
ouve, então a verdade não penetrará em seu coração, mas permanece na
superfície da sua consciência, e Satanás, como um pássaro mau, rouba
a semente.

O que explica porque alguns que ouvem a verdade não se desenvol-


vem espiritualmente. Tem que ter fé no coração para receber a Palavra de
Deus.10 A menos que a Palavra seja aceita e tenha efeito sobre a pessoa,
ela será rapidamente roubada pelo diabo e esquecida.

Também, a semente que é lançada entre os espinhos é sufocada pe-


las "preocupações desta vida, e o engano das riquezas" (Marcos 4.18).

29
João 8.32
30
Hebreus 4.2

77
Não se esqueça que Satanás é o "deus deste mundo" (ZCoríntios 4.4);
portanto, a influência mundial está diretamente ligada ao diabo. Um
cristão conformado com este mundo é como um campo cheio de ervas
daninhas. Não importa a quantidade de semente que foi plantada em
seu coração, ela será sufocada rapidamente, e não há benefício duradou-
ro. Um homem deve desistir do mundo para aceitar Jesus Cristo. Um
cristão deve continuar desistindo do mundo a fim de que possa crescer
espiritualmente.

78
A PARÁBOLA DO JOIO
Mateus 13.24-26,37-39

"Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante


ao homem que semeia a boa semente no seu campo; mas, dormindo os
homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.

E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho


do homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino;
e o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo; e
a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos."

Jesus é aquele que semeia a boa semente no mundo. Ele plantou seus
filhos e sua igreja no mundo. Então Satanás veio da escuridão, quando
o homem estava espiritualmente dormindo, e plantou os filhos dele na
terra. Bons e maus se desenvolverão lado a lado até o juízo final. Então
chegará o tempo da colheita quando os justos que pertencem a Cristo
serão recolhidos para Ele, e aqueles que pertencem ao diabo serão quei-
mados no fogo.

Portanto, essa parábola revela a raiz principal que causou a maldade


encontrada no mundo e porque Deus não a julgou ainda. À luz desta
revelação, nós deveríamos estar mais determinados do que nunca em
permanecer conforme Jesus Cristo e o Seu evangelho. Deixe os verdadei-
ros filhos de Deus brilhar mais e mais entre a escuridão demoníaca, pois
o tempo de julgamento se aproxima.

79
O GADARENO ENDOMONINHADO
Lucas 8.26-39 (Marcos 5.1-20; Mateus 8.28-34)

"E navegaram para a terra dos gadarenos, que está defronte da Galileia.

E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade,


um homem que desde muito tempo estava possesso de demónios, e não
andava vestido, nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros.

E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando, e dizendo


com grande voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
Peco-te que não me atormentes.

Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele ho-


mem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no
preso, com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelido
pelo demónio para os desertos.

E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Le-


gião; porque tinham entrado nele muitos demónios.

E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo. E andava ali


pastando no monte uma vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes
concedesse entrar neles; e concedeu-lho.

E, tendo saído os demónios do homem, entraram nos porcos, e a


manada precipitou-se de um despenhadeiro no lago, e afogou-se.

E aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e fo-


ram anunciá-lo na cidade e nos campos.

E saíram a ver o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus. Acha-

80
ram então o homem, de quem haviam saído os demónios, vestido, e em
seu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram.

E os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aquele


endemoninhado.

E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se


retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. E entrando
ele no barco, voltou.

E aquele homem, de quem haviam saído os demónios, rogou-lhe que


o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo:

Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi
apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito."

ALTAMENTE ENDEMONINHADO

Hoje, os profissionais da saúde mental diagnosticam pessoas iguais


a esse gadareno, como doentes mentais. Eles são institucionalizados e
tranquilizados.

Considerando tanto a evidência bíblica quanto a experiência prática,


pode ser entendido que muitos confinados em instituições mentais
poderiam ser curados por meio da libertação.

As evidências de "endemoninhado" incluem:

1. Preocupação com a morte: o gadareno vivia entre os túmulos.

2. Forca subrenatural: correntes não conseguiam prendê-lo.

3. Ferocidade: ele era como um animal selvagem. Nenhum homem


conseguia dominá-lo.

4. Autodestruição: ele se cortava com pedras com tendência suicida.

5. Características esquizofrênicas: personalidade dividida

- Algo nele queria adorar a Jesus.

81
-Algo nele não queria saber de Jesus.

6. Algo nele sentia-se ameaçado pela presença de Jesus e suplicava para


não ser atormentado.

O QUE JESUS FAZIA

Jesus fazia o seguinte quando lidava com endemoninhados desse nível:

1. Jesus mandou o demónio ir embora. Ele estava no controle com-


pleto da situação. Ele sabia o que estava fazendo. O verbo "tinha
ordenado" (Lucas 8.29) expressa uma acão contínua. Jesus estava
pressionando ou ordenando ao espírito imundo por meio de repe-
tidas ordens para ele sair.

2. Jesus pediu para o demónio se identificar. Ele certamente não esta-


va ignorando a identidade do demónio, nem era uma informação
necessária para o processo de libertação. Quando este espírito forte
foi forcado a se identificar seu poder enfraqueceu, isso fica claro
pelo apelo dele para que Jesus não os mandassse para o abismo.

3. Ele expulsou os demónios com Sua autoridade.

4. Ele permitiu a Legião entrar nos porcos.31

É mais provável que Jesus tenha permitido aos demónios entrarem


nos porcos porque ele queria aliviar o endemoninhado de ser
ferido por tantos espíritos, e permitindo que eles entrassem nos
porcos, sairiam sem resistência.32

31
Lucas 8.31,32
32
Visão defendida pelo autor.

82
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DEMÓNIOS

1. Uma pessoa pode ser possuída por milhares de espíritos. Uma


legião representaria uns cinco mil.

2. Demónios invasores trabalham juntos como uma fileira de sol-


dados e só um único comandante. O reino de Satanás não está
dividido em seu próprio trabalho maligno.

3. Os demónios temem a tormenta da espera pelo juízo final deles.

REPERCUSSÃO E RESULTADOS DA LIBERTAÇÃO

1. Os cuidadores dos porcos "correram" com medo e alarmaram toda


a cidade.

2. As pessoas da cidade estavam tristes pelos danos materiais, afinal os


porcos se perderam, e "dominados pelo medo" diante das explica-
ções dadas. Eles suplicaram a Jesus que saíssem da região deles.

3. O endemoninhado foi abençoado e tornou-se um discípulo. Ele


quis ficar com Jesus permanentemente.

4. Os amigos do antigo endemoninhado e aqueles que o ouviam


ficavam "admirados" (Marcos 5.20).

83
OUTRA LIBERTAÇÃO
CURADOURA E ACUSÃO PROFANA
MATEUS 9.32-43

E, hm«ndo-se eies retirado, trouxeram-ÍKe um homem mudo e endemoninhado.

E, expulso o demónio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo:


Nunca tal se viu em Israel.

Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demónios peio príncipe dos demónios.

O VALOR DO TESTEMUNHO

A multidão estava correpondendo ao ministério de Jesus devido aos


testemunhos daqueles que foram libertos e curados. Nesse contexto
dois homens curados da cegueira "saíram e espalharam a fama Dele
por toda terra", e, entre aqueles que vinham para Jesus, estava este
homem sob o poder de um espírito mudo. Quando o demónio saiu, o
homem pôde falar.

JESUS E SEU MINISTÉRIO DE LIBERTAÇÃO JULGADOS


COMO SENDO DE SATANÁS

Os fariseus novamente acusaram que Jesus era do diabo e os mi-


lagres que estavam sendo realizados era pelo poder de Satanás. Sem
dúvida os fariseus estavam afetados pelo ministério de Jesus porque as
pessoas estavam se direcionando a Ele em massa. O que Jesus estava
fazendo, tão divergente das práticas deles, era intolerável para os fari-
seus, e Ele ensinava com tanta autoridade que eles ficavam incapazes

84
de contestá-lo. Eles chegaram à mesma decisão que toda pessoa chegou
sobre a identidade oficial de Jesus. Jesus ou seria aceito pelo que Ele diz
que é, ou rejeitado como falso. Diante dessa decisão, o homem deve
se assegurar de que não seja influenciado pelo seu próprio orgulho,
ciúmes ou prejuízo religioso.

É racional compreender que homens religiosos que gastaram suas


vidas estudando as profecias sobre a vinda do Messias fossem incapazes
de reconhecê-Lo e aceitá-lo quando Ele viesse. Decepção e erros são ini-
migos sutis buscando enlaçar todos que professam seguir a Deus. Paulo
alertou a Timóteo que o homem que é cheio de orgulho e indócil, é
vulnerável a cair na mesma condenação em que o diabo caiu.33

33
ITimóteo 3.6.

85
OS DOZE COMISSIONADOS
E UNGIDOS
Mateus 10.1,5-8 (Mattos 6.7; Lucas 9.1,2;

"E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espí-


ritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade
e todo o mal.

Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo cami-
nho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antes
às ovelhas perdidas da casa de Israel;

E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.

Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai


os demónios; de graça recebestes, de graça dai."

O CHAMADO E A CAPACITAÇÃO

Existem chamados de Deus dentro dos chamados. Jesus chamou


aqueles doze para serem apóstolos, e agora ele os chama para ministérios
específicos. Os servos do Senhor devem sempre permanecer abertos para
fazer o que o Mestre deles chamou para ser feito. Somos ensinados a não
nos compararmos com os outros, nem nossos ministérios, mas sermos
fielmente obedientes às instruções do Mestre. Hoje o Senhor tem cha-
mado alguns para o ministério de cura e libertação.

Deus me chamou para o ministério quando eu tinha vinte e seis anos.


Aos quarenta e sete anos, Ele me chamou para o ministério de liberta-

86
cão. Uma noite Jesus parou na cabeceira da minha cama e me falou,
"Frank, Frank!" Acordei a minha esposa como testemunha do chamado.
Sem acordar completamente, respondi com todo o meu coração, "Jesus?
Jesus!". Ele disse: "Eu o chamei pelo nome". Qual seria outro chamado?
Imediatamente nós nos entregamos ao ministério de libertação. Nunca
tínhamos aspirado este ministério. Então as pessoas começaram a nos
procurar de todos os lugares solicitando libertação. Os dons do Espírito
Santo começaram a fluir - discernimento de espíritos, palavras de co-
nhecimento e fé.

A todos os que o Senhor chama, Ele os capacita. Porque esses ho-


mens estavam expulsando demónios, Ele "deu a eles autoridade sobre
os espíritos imundos". Moisés não se achava capacitado quando Deus o
chamou na sarça ardente e o comissionou a ser um libertador do povo
de Deus, mas, como Moisés foi adiante e obedeceu, a capacitação era
evidente. Este exemplo de capacitação de Deus para o chamado é consis-
tente em toda a Escritura. Quando Jesus comissionou os doze, os setenta
e a igreja, Ele deu-lhes autoridade e poder.

"Reunindo os doze, Jesus deu-lhes poder e autoridade para expulsar


todos os demónios e curar doenças" (Lucas 9.1 - ênfase do autor).

"Poder" e "autoridade" estão representados separados, mas estão com-


pactados na capacitação do ministério.

"Autoridade" (em grego - exousia) são habilidade e força investidas em


alguém. Nas mãos do homem, é uma extensão da autoridade do Senhor,
por isso Jesus declarou que TODA autoridade foi dada a Ele nos céus e

Autoridade para expulsar demónios tem sido dada para todos os


crentes: "... em meu nome expulsarão demónios" (Marcos 16.17). Essa
autoridade está divinamente conferida a todos os cristãos que tem fé
para tomar posse dela. O diabo fica encantado quando os discípulos
cristãos permitem que a autoridade deles fique adormecida.

"Poder" (em grego - dunamis) é poder em ação, este é o poder que faz
os milagres, este é o poder do Espírito Santo. Bem próximo da ascensão

34
Mateus 28.18.

87
de Jesus, Ele prometeu, "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Es-
pírito Santo" (Atos 1.8 NVI). Essa promessa foi iniciada no Pentecostes
quando cento e vinte discípulos foram cheios do Espírito Santo15. As
boas novas é que

"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que
estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar" (Atos 2.39).

O poder dado para os crentes é por meio dos dons do Espírito Santo
os quais incluem dom de cura, milagres e discernimento de espíritos. Um
exemplo de uma cura e libertação milagrosa encontra-se em Atos 19.11-12:

"E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte


que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as
enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam."

O poder do Espírito Santo em operação através de um crente é nor-


malmente identificado como "o ungido". Qualquer um que já tenha
operado sob a unção do Espírito Santo sabe que a unção não é constante
- é maior em algumas ocasiões do que em outras. A autoridade é cons-
tante, mas o poder pode ser intensificado. Oração e jejum são disciplinas
espirituais que aumentam a unção.

Quando os discípulos fracassaram em expulsar certos demónios, Jesus


os instruiu, "Esta espécie só sai pela oração e pelo jejum" (Marcos 9.29)16
"Esta espécie" poderia apenas ser expulsa com unção. A disciplina espiri-
tual de oração e jejum aumentaria o poder deles.

As vezes nos questionamos porque não usufruímos do mesmo grau de


unção com a qual Jesus curava e libertava. Essa é a mesma pergunta que os
doze fizeram para Jesus, "Por que não conseguimos expulsá-los?". Como
eles, o nosso potencial depende de comprometimento e disciplina.

O poder e autoridade para expulsar TODO tipo de demónio já fo-


ram dados à igreja. Nós temos poder para despojá-los e expulsá-los - não
importa quantos são, quão astutos, quão diabólicos ou obstinados são.
Portanto, todo fracasso ou sucesso parcial deve ser atribuído à nossa
própria fraqueza.

35
Atos 2.4.
36
Muitas autoridades antigas acrescentaram "jejum".

88
Aqueles que vão adiante com obediência e fé experimentarão a unção
do Espírito Santo. O evangelho será confirmado com os sinais que o
acompanham.37

AS LIMITAÇÕES NO MINISTÉRIO

O Senhor estabeleceu limites no ministério dos doze. Não era o tem-


po ainda para irem aos gentios e samaritanos. Deus tem um tempo em
que Ele trabalha, e uma grande parte do desejo de Deus está em traba-
lhar dentro das limitações que Ele determina.

Libertação não pode ser ministrada indiscriminadamente. O Senhor


nos enviará para aqueles que Ele determina.

CURA E LIBERTAÇÃO

Cura e libertação são ministérios associados. A libertação frequente-


mente resulta em cura física e mais com mais frequência ainda em cura
emocional.

A cura física é frequentemente um produto da libertação.

Por exemplo, pessoas no cativeiro do ressentimento, ódio e falta de


perdão, geralmente são vítimas de dores de cabeça, desordens estoma-
cais, artrites e tumores. Quando o perdão e a reconciliação são estabele-
cidos, o espírito maligno associado a essa raiz de amargura vai embora,
então a cura muitas vezes é manifestada.

DAR LIVREMENTE

Jesus instruiu aqueles homens que dessem livremente o que livremen-


te receberam. Eles podiam dar livremente, cura e libertação aos outros,
pois eles eram os recipientes dessas bênçãos. Eles não tinham nada exceto
o que receberam do mestre deles. Eles foram pelos lugares com uma atitu-
de doadora, não pensando em o que ganhariam com o trabalho deles.

37
Marcos 16.14-20.

89
Sem dúvida, os exorcistas judeus estavam acostumados a exigir paga-
mento, como os médicos recebem pagamento por cuidar dos doentes.
Os doze poderiam facilmente ganhar uma grande soma de dinheiro dos
milagres que estavam realizando. Todavia, eles não estavam procurando
ganhos pessoais nem preocupados com sua própria vida.

Simão, o mago, quis comprar o poder do Espírito Santo38. Não está


à venda, ele é dado gratuitamente pelo Senhor. Não é conquistado por
valiosa busca de educação e trabalho.

A unção é recebida como um dom e o Senhor espera que ela seja


administrada no mesmo espírito da graça.

Os doze estavam trabalhando para o Senhor, e Ele era o responsável


por eles. Conforme eles davam, também era dado a eles, pois Ele faria o
homem colocar em seu coração uma boa medida, recalcada, sacudida e
transbordante.

A avareza e o amor pelo dinheiro têm levado alguns ministros a


caírem no laço do diabo. A tendência de hoje é comercializar o evan-
gelho. Muitos hoje vêem a pregação do evangelho como uma profissão
para ganhar dinheiro mais do que como um ministério. Os servos de
Deus são exortados a pastorear o rebanho de Deus, "não façam isso
por ganância (como um trabalho em um escritório), mas com desejo
de servir" (IPedro 5.2 NVI).

INSTRUÇÕES E EXORTAÇÕES

No contexto que temos sido guiados em Mateus 10, são dadas instru-
ções aos doze de como deveria ser a conduta deles. Estas instruções provêm
uma direção prática para os ministros itinerantes nos dias de hoje.

Os discípulos foram instruídos como se comportarem nas casas onde


fossem hospedados. Eles estavam fundamentados em qual ação tomar
quando fossem aceitos ou não. Eles encontrariam perigo de tempo em
tempo, por isso foram aconselhados a serem astutos como a serpente e sem

90
malícia como as pombas. Deveriam estar atentos com os homens e não se
envolver em problemas banais. Quando fossem levados diante dos religio-
sos e autoridades civis, deveriam considerar tais confrontos como oportu-
nidades de Deus para representá-Lo. O Espírito Santo lhes daria sabedoria
nesses momentos e não precisavam se preocupar com o que falariam.

Então, Jesus está ensinando para aqueles que estão dentro do desejo
de Deus que podem passar por dificuldades. Não devemos nos apavorar
ou responsabilizar o diabo, apenas confie na providência do Senhor.

Intimidação e perseguição são premeditadas. Por que nem todos os


líderes de igreja são obedientes à comissão do Senhor em expulsar demó-
nios? Às vezes é devido à ignorância, mas com mais frequência devido
ao medo. Como as pessoas reagirão? O que os meus líderes pensarão? O
que fariam?

O medo do homem tem feito alguns recusar ou abandonar a comis-


são para conduzir libertação.

91
PERSEGUIÇÃO ENFRENTADA
Mateus 10.24-27

"Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o sen» mais do que o seu senhor.

Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao seroo como seu senhor. Se chama-
ram Bekebu ao £>ai de família, quanto mais aos seus domésticos.7

Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-
se, nem oculto que não haja de saber-se.

O que ws digo em trews di^ei-o em luz; £ o que escutais ao ouvido pregai-o


sobre os telhados."

Embora, Jesus fizesse o bem e curasse todos que estavam oprimidos


pelo diabo39, Ele nem sempre era bem recebido. Depois que ele libertou
o gadareno dos espíritos opressores, o povo pediu para que ele se retiras-
se da comunidade deles. Em várias ocasiões os fariseus o chamavam de
Belzebu e o acusavam de expulsar demónios pelo poder do diabo.

Jesus falou aos seus discípulos que eles poderiam esperar tratamento
parecido, pois o discípulo não está acima do seu Mestre. Não é diferente
para os ministros nos dias de hoje. Não importa onde, nem quando os
diabos são expulsos, sempre haverá oposicões e críticas - sempre partin-
do das comunidades religiosas.

Em vez de resultados positivos, o ministro de libertação, frequente-


mente é ridicularizado e enfrenta resistência ao seu ministério.

Isto é um paradoxo, pois aqueles que atacam os ministros e ministé-

39
Atos 10.38.

92
rios de libertação estão agindo sob a influência do diabo. Na verdade, a
maioria dos que são francamente contra a libertação está secretamente
abrigando o diabo em suas vidas. Os hipócritas temem exposição.

A responsabilidade do ministro de libertação no Senhor é ser um des-


penseiro fiel da verdade incumbida a ele. Deixe os santos revelar a Sua
verdade, e Ele confirmará a integridade deles em seu percurso.

NÃO TER MEDO


Quando é enfrentada perseguição, o discípulo não deve se render ao
medo. Nesse contexto, três vezes Jesus fala para os seus discípulos não se
apavorarem. Se fortalecer contra a tentação do medo, Ele ensina alguns
princípios bíblicos:

1. Os discípulos devem se antecipar à oposição e perseguição. Existe


um preço a pagar por ser seguidor de Jesus.

2. Tudo que está escondido será trazido à luz. O ensinamento que Je-
sus tem dado é verdade. Até o que eles aprenderam em particular,
deve ser proclamado dos telhados. O mau e o erro são julgados e
derrotados pela luz da verdade.

3. O medo é o inimigo da coragem. O medo do homem roubará a


coragem dos servos de Cristo de proclamar a verdade Dele.

4. A fidelidade a Deus é mais importante do que a própria vida. É


melhor morrer do que negar. Embora, o medo reverenciai a Deus
deva ser colocado acima do medo do homem.

5. A recompensa do discípulo está em Deus. Ele conhece cada fio de


cabelo de nossa cabeça, e conhece a condição de cada pequenino
pardal. Não somos valiosos aos olhos de Deus. Se morrermos por
amor a Ele, a nossa morte não será em vão ou sem recompensa.

6. A verdade divide. Sempre existem aqueles que não aceitam ser


ensinados. As divisões são necessárias a fim de que aqueles que são
verdadeiros sejam manifestados.

"Mas é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhe-
cidos quais dentre vocês são aprovados" (ICoríntios 11.19).

93
LIBERTAÇÃO É O ALIMENTO
DOS FILHOS
Marcos 7.24-30 (Mateus 15.21-28)

"E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. e, entrando


numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se;

Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele,
foi e lançou-se aos seus pés.

E esta mulher era grega, siro-fenicia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de


sua filha o demónio.

Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não cowém
tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.

Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor, mas também os cachorri-


nhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.

Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demónio já saiu de tua filha.

E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o
demónio já tinha saído."

PRINCÍPIOS DA LIBERTAÇÃO

Na passagem adma está uma valiosa fonte de princípios pertinentes


à libertação:

94
1. Crianças podem estar endemoninhadas. A forma diminutiva da
palavra "filha" está empregada em grego, e o seu significado é uma
filha muito jovem.

2. Os pais são os guardiões espirituais responsáveis pelos seus filhos


jovens. As crianças não são capazes de protegerem-se a si mesmas
ou tomarem a iniciativa de pedir sua libertação. Os pais devem
procurar um ministro de Cristo para suas crianças. Isso é especial-
mente a responsabilidade do pai40, como Deus ordenou, a cabeça
da família41. Esse texto não menciona o pai desta criança, talvez ele
tivesse falecido, ou não concordava com a sua esposa em procurar
respostas e soluções espirituais. Na ausência do pai que é "o cabe-
ça", a mãe assume o papel com os filhos dela.

3. A libertação é "o alimento da criança". Esta é a libertação de


Deus para o seu povo. A passagem faz uma menção de que essa
mulher era grega de nascimento e siro-fenícia de origem. Ela não
era uma israelita, e, portanto, não pertencia ao povo descendente
de Abraão; dessa forma, Jesus inicialmente ignorou a súplica da
mulher pela cura de sua filha. Como a mulher persistiu, Jesus
percebeu a sua fé, o que a qualificaria como uma verdadeira filha
espiritual de Abraão, pois Abraão era considerado justo pela fé.42
Quando a fé foi demonstrada, a filha recebeu a libertação.

4. Pessoas podem ser libertas de demónios sem estarem na presença


do ministro de libertação. A garotinha não estava com a sua mãe,
estava em casa. Jesus expulsou os espíritos a distância. Não existem
problemas de tempo nem de distância quando o assunto é reino
espiritual.

OBS: A prática de libertação a distância deve ser estabelecida com


um representante familiar. O critério para esse ministério está na co-
bertura espiritual sobre esta pessoa mais do que sobre a impossibilida-
de de sua presença.

40
Efésios 6.4.
41
Efésios 5.23; ITimóteo 3.4,12.
42
Génesis 15.6.

95
Alguns desejam o ministro que não está disponível pessoalmente
naquele momento, um item ungido dele poderia ser usado.4' Mais
uma vez é necessário enfatizar que é necessária a orientação do Espí-
rito Santo.

5. A fé é muito importante para a libertação: "Oh mulher, grande é a


tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas" (Mateus 15.28).
As bênçãos de Deus estão reservadas para aqueles que crêem.44 A
libertação não é excecão. A fé é necessária para a salvação, o batis-
mo no Espírito Santo, a cura, a libertação e todas as coisas vêem de
Deus. Alguém pode receber a libertação por meio da fé de outra
pessoa, mas esse alguém que deverá manter sua própria fé. A Bíblia
ensina e aconselha que acompanhem, com o propósito de edificar
a fé daqueles que procuraram por libertação. Trazendo-o para uma
posição de fé, é uma parte essencial para um ministério eficaz.

OBS: A mulher sírio-fenícia não era uma descrente à procura de liber-


tação. Ela chamou Jesus de "Senhor" e pediu por uma bênção da "mesa
do Senhor". Todo o comportamento dela demonstrou sua fé, a qual
Jesus imediatamente reconheceu e recompensou-a.

43
Atos 19.11,12. Hoje em dia também há o serviço de conferência pela Internet que
permite ao ministério de libertação atravessar estados e até mesmo fronteiras
internacionais.
44
Hebreus 11.6.

96
LIGAR E DESLIGAR
Mateus 16.13-19 (Marcos 8.27; Lucas 9.18-21;

"E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus


discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias,


ou um dos profetas.

Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do


Deus vivo.

E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Bar-


jonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está
nos céus.

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a


minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;

E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na ter-


ra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado
nos céus."

A BASE PARA AUTORIDADE DO CRENTE

Jesus levantou a questão sobre a Sua verdadeira identidade. O ho-


mem sabe quem ele é? Muitos o viam como um dos profetas que já havia
morrido. Eles viam Jesus como alguém especial, mas não como o Filho
de Deus.

97
Quem dos doze escolhidos disse que Ele era? Pedro, o porta voz,
responde: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus parabenizou
Pedro pela revelação espiritual. Pedro tinha verdadeiramente percebido
a revelação do Pai dos céus. Jesus perguntou essa questão por uma razão.
O que ele estava ensinando para eles, exigia que em primeiro lugar eles
soubessem, sem dúvida alguma, quem Ele era.

O nome dele é sinónimo da autoridade dele.

Eles deveriam saber esta verdade a fim de entender a Sua igreja e a


missão de guerra espiritual. Sua igreja é construída sobre a rocha (funda-
ção) do Seu nome (autoridade). As portas do inferno não prevalecerão
contra ela. Sua igreja será uma igreja militante, um exército. Ela irá adian-
te em Seu nome e batalhará contra "as portas do inferno (os poderes da
região infernal)", e essas portas cairão.

A IGREJA E A BATALHA ESPIRITUAL

Jesus fala a Pedro sobre a igreja e o seu papel na batalha espiritual


conduzida pelos seguintes elementos:

1. Jesus constrói a Sua igreja.

2. Para ser eficiente na batalha espiritual, seus discípulos devem re-


conhecer a autoridade representada pelo nome Dele, sobre o qual
sua igreja é construída.

3. Sua igreja é chamada para uma batalha espiritual agressiva.

4. As portas do reino de Satanás, na qual a intenção é a morte e des-


truição, não prevalecerão ao ataque da igreja.

5. Jesus já muniu a sua igreja com as chaves do Reino do Céu, com


essas chaves a sua igreja chegará à vitória.

6. Essas chaves são o poder para ligar e desligar. As chaves são o


símbolo da autoridade. Por exemplo, se você tem a chave de um
automóvel, você pode abrir a porta, ligar o motor e sair dirigindo.
Ou você usa sua chave para desligar o carro, parar o motor e fechar

98
as portas. Então, é dada autoridade à igreja para controlar as ativi-
dades dos principados e potestades nas regiões celestiais.

7. Essas chaves não representam, como às vezes é interpretado, a


autoridade para entrar no Reino dos Céus, mas a habilidade para
a função da autoridade no reino. Elas são as chaves "do" Reino,
muito mais do que "para" o Reino.

8. As "portas do inferno" representam o governo do reino satânico.


No Velho Testamento os portões de uma cidade representava sua
autoridade daquele lugar. O rei e as pessoas daquela cidade se
encontravam nos portões para uma transação oficial de negócios.
Neste lugar as decisões e estratégias de guerra eram determinadas.

9. Derrubar os portões significa tomar a ofensiva contra o inimigo


e derrotá-lo enquanto ele ainda está fazendo planos contra você.
Isto é o que Jesus declarou que a sua igreja faria. A igreja está agora
tomando a ofensiva e atacando os portões do inferno por meio da
batalha espiritual.

10. O que é ligado ou desligado na terra, primeiro deve ser ligado


ou desligado no céu. Os verbos "deve ser ligado" ou "deve ser
desligado" são perfeitos, estão na voz passiva. Isso indica que
qualquer coisa ligada ou desligada na terra é o que já está na po-
sição de ter sido ligado ou desligado nos céus. Este ligar e desligar
nos céus representa o exercício da autoridade de igreja sobre o
reino de Satanás numa luta contra os principados e potestades
nas regiões celestiais.45

Para mais detalhes, veja "The Sainsts at War" (Os Santos na Guerra) de Frank
Hammond, capítulo IV. Disponível pelo site www.impactchristianbooks.com
HOMENS USADOS POR DEUS
E ÁS VEZES USADOS PELO DIABO
MATEUS 16.21-23

"Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convi-
nha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais
dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.

E Pedro, tomandoo de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Se-


nhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.

Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que
me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de
Deus, mas só as que são dos homens."

OS HOMENS SÃO FALHOS

Há uma mistura no homem. O mesmo Pedro que momentos antes


falara da revelação divina depois se tornou a boca de Satanás!

Nós devemos reconhecer que todos os homens são falhos. Ê perigoso


elevar qualquer homem, embora muitos têm sido usados por Deus e
proclamado a verdade, elevá-lo faz dele um "Papa" infalível.

Muitos líderes se tornam "papas" aos olhos dos seus seguidores.


Quando eles ensinam uma falsa doutrina, todos os seguidores vão junto
para o penhasco. Alguns ministros promovem e encorajam um compro-
misso cego a eles mesmos e se vêem como infalíveis. Por exemplo, eles
podem ver-se a si mesmos como apóstolos dos dias de hoje, e a razão é
que os apóstolos foram usados para escrever a maior parte do Novo Tes-

100
tamento, e por isso eram infalíveis no que escreviam, subentende-se que
os apóstolos de hoje são infalíveis. Tal engrandecimento está repleto de
decepção e desilusão. "Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que
não caia!" ICoríntios 10:12 - NVI.

Por outro lado, os líderes são feitos "papas" pelos seus liderados.
Alguns discípulos ouvem a voz de apenas um ministro. Paulo alertou
contra essas limitações, e aqueles que praticam essas discriminações são
"carnais" e estão causando inveja, contenda e divisão.46

Há um equilíbrio e segurança em ouvir as mensagens de todos os


mensageiros de Deus. Nenhum ministro individualmente tem uma
completa revelação das coisas de Deus.

"Seja Paulo, seja Ajwio, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente
ou o futuro; tudo é de vocês" (ICoríntios 3.22).

A Bíblia é a base para julgar toda mensagem do homem. Jesus estava


mostrando a seus discípulos (sem dúvida citando as profecias do Velho
Testamento) que Ele deveria ir até Jerusalém, sofrer, morrer e ressuscitar
no terceiro dia.47 Quando Pedro contrariou Jesus por Ele ter dito que
deveria morrer, Pedro estava falando o contrário da Palavra de Deus. A
opinião dele era puro engano. Ele tinha se tornado um instrumento de
Satanás. Jesus repreendeu Pedro assim como Satanás!

JESUS É DIGNO

Jesus sozinho é digno de ser a cabeça da Sua igreja. Todo homem, não
importa se exaltado por ele mesmo ou pelos outros, tem pés de barro.
Muitos homens que têm sido poderosamente usados por Deus na pala-
vra, mais tarde podem cair nas armadilhas de Satanás e se tornar presas
dele. O rei Saul foi esse tipo de homem. Ele foi escolhido e ungido como
rei. Ele profetizou pelo Espírito de Deus. Então, devido à sua desobedi-
ência e rebelião, ele perdeu a sua unção e tornou-se controlado por um
espírito maligno.48

* ICoríntios 3.1-4.
47
Mateus 16.21
18
l Samuel 15.16

101
A FALHA NA LIBERTAÇÃO
Marcos 9.14-29 (Mateus 17.14-21; Lucas 9.37-43)

Quando chegaram onde estavam os outros discípulos, viram uma


grande multidão ao redor deles e os mestres da lei discutindo com eles.

Logo que todo o povo viu Jesus, ficou muito surpreso e correu para
saudá-lo.

Perguntou Jesus: "O que vocês estão discutindo?".

Um homem, no meio da multidão, respondeu: "Mestre, eu te trouxe


o meu filho, que está com um espírito que o impede de falar.

Onde quer que o apanhe, joga-o no chão. Ele espuma pela boca,
range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que expulsassem o
espírito, mas eles não conseguiram".

Respondeu Jesus: "O geração incrédula, até quando estarei com vo-
cês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino".

Então, eles o trouxeram. Quando o espírito viu Jesus, imediatamente


causou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar,
espumando pela boca.

Jesus perguntou ao pai do menino: "Há quanto tempo ele está assim?"
"Desde a infância", respondeu ele.

"Muitas vezes o tem lançado no fogo e na água para matá-lo. Mas, se


podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos."

102
"Se podes?", disse Jesus. "Tudo é possível àquele que crê."

Imediatamente o pai do menino exclamou: "Creio, ajuda-me a vencer


a minha incredulidade!"

Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu


o espírito imundo, dizendo: "Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o
deixe e nunca mais entre nele".

O espírito gritou, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou


como morto, a ponto de muitos dizerem: "Ele morreu".

Mas Jesus tomou-o pela mão e o levantou, e ele ficou em pé.

Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram


em particular: "Por que não conseguimos expulsá-lo?"

Ele respondeu: "Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum".

UM PAI AFLITO

Certo homem implorava a Jesus que libertasse o seu filho que estava
sendo torturado e impedido de falar. Essa situação causava ferimentos
no menino que frequentemente caía no fogo ou na água.

Ferimentos podem ser puramente demoníacos, embora alguns sejam


resultados de dano cerebral. A intenção do diabo de matar suas vítimas
está claramente evidente. Satanás poderia ter causado a morte deste me-
nino por queimadura ou afogamento.

"O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir..." Qoão 10.10).

OS DISCÍPULOS FALHAM

Os discípulos tinham tentado libertar aquele menino, mas falharam.


Isso preocupa o coração de Jesus quando falhamos no ministério. Veja
o lamento de Jesus "O geração incrédula e perversa! até quando estarei eu
convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui" (Mateus 1717).

103
POR QUE ELES FALHARAM

Jesus tinha chamado, comissionado e investido naqueles discípulos


com autoridade para expulsar TODOS os demónios.49 Como eles falha-
ram? Como nós falhamos? Jesus colocou o seu dedo no problema. Eles
eram "incrédulos". Essa palavra significa: oscilantes, infiéis, inconfiáveis,
descrentes. Além de tudo eram perversos. Este mundo literalmente des-
tina-se a desviar ou se corromper. Em outras palavras, os discípulos não
tinham adquirido uma maturidade total de fé e comprometimento.

APRENDENDO COM AS NOSSAS FALHAS

Os discípulos estavam verdadeiramente preocupados sobre a falha de-


les. Eles tinham obtido grande sucesso em expulsar demónios. Eles esta-
vam abertos para correção e ensino. Qual o ministro que não enfrentou
um dilema parecido? Devemos nos manter humildes e dóceis. Quando
falhamos devemos ir para Jesus e pedir a sua orientação também.

Cada pessoa que precisa de libertação é importante. Devemos procu-


rar estar no nosso melhor, pois estamos lidando com vidas de pessoas
as quais Jesus morreu por elas. Quem pode clamar para ser tão eficiente
quanto Jesus? Não devemos também estar satisfeitos com um sucesso par-
cial, mas nos aprofundarmos Nele até conseguir a completa habilidade.

Problemas demoníacos são "montanhas" nas vidas daqueles que os


tem. Jesus ensinou que a fé do tamanho de um grão de mostarda é o
bastante para mover montanhas.50

Expulsar demónios é remover montanhas num ministério, exige fé.

Como cristãos devemos cultivar a fé e mante-la, pois sempre haverá


oportunidades para utilizar a fé para nosso próprio interesse ou dos
outros.

Jesus apontou a razão da falha de fé dos discípulos. Ele disse: "Esta casta
não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum" (Marcos 9.29).

49
Lucas 10.19.
50
Marcos 11.22,23.

104
Esta pequena declaração está cheia de verdade:

1. Os demónios variam em "tipo". Alguns são mais fortes do que ou-


tros. Personalidades demoníacas são como as das pessoas. Alguns
homens são fisicamente mais fortes do que outros, e alguns são
mais fortes em suas determinações. Alguns homens lutarão feroz-
mente por uma disputa e se recusam a desistir, enquanto outros se
rendem depois de uma tentativa. Essas experiências no ministério
de libertação podem facilmente comprovar a batalha com demó-
nios de vários graus de obstinação.

2. Expulsar uns demónios às vezes exige mais fé do que expulsar ou-


tros. O ministro de libertação pode ficar satisfeito com um sucesso
parcial. Ele pode estar capacitado para expulsar a maioria de demó-
nios no seu grau de fé, mas deveria persistir na fé até ser capaz de
controlar todo demónio que encontrar pelo caminho.

3. Existem certas disciplinas espirituais que são necessárias para o


poder espiritual. Oração e jejum são a chave da fé. Essas disciplinas
negam os vícios e prioridades da carne e depositam atenção total
ao Pai e Seu reino.

OBS: Jesus não repreendeu os Seus discípulos sobre a falta de jejum


deles. Naquele tempo, em especial os discípulos, não precisariam jejuar.51
Jesus está instruindo os doze e a nós também. Nós estamos naquele pe-
ríodo do tempo em que o Noivo não está mais presente neste mundo, e
nos damos a nós mesmos em jejum.

Não se espante com a igreja e seus ministérios terem se tornado tão


incrédulos diante de tão pouca atenção que tem sido dada à oração e ao
jejum.

Os filhos de Deus têm abandonado os caminhos de Deus e se perver-


tido pelo mundo e os desejos da carne. Este tipo de vida carnal jamais
construirá homens fortes na fé.

O FRACASSO RETIF1CADO

O pai apela para a compaixão de Jesus em favor do seu filho. Ele

1
Mateus 9.14,15.

105
pergunta se Jesus pode fazer alguma coisa para ajudá-lo, e Jesus imediata-
mente coloca a responsabilidade sobre o pai: "Se podes? Tudo é possível
àquele que crê". A compaixão e habilidade de Jesus não é a questão. A
libertação da criança depende da fé do pai.

Mais uma vez, no caso da mulher síro-fenícia, nós vemos uma mãe
representando uma criança. A criança recebeu libertação baseada na fé
que a mãe depositou. As crianças podem precisar de libertação, e proble-
mas físicos podem ser demoníacos. Se for, eles não irão embora por si só
ou apenas por oração. Sempre que um demónio está presente, ele deve
ser expulso. Se temos "a fé de Deus" (Marcos 11.22, tradução literal),
seremos capazes de expulsar todo tipo de espírito maligno. Cada um de
nós fale o que o pai falou, "Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulida-
de" (Marcos 9.24).

O demónio demonstrou uma grande resistência, sacudindo o garoto


e lançando-o inerte no chão. Uma multidão tinha se amontoado e a
maioria pensou que a criança estava morta. Quão estranho isso pareceu
para alguns, não é uma experiência normal do trabalho de libertação. Es-
píritos fortes demonstram resistência, e a pessoa é deixada fraca e inerte.
Mas a pessoa não está morta, ela recobra suas forcas rapidamente e fica
em um estado perfeitamente normal.

106
EXCLUSIVIDADE PARA EXPULSAR
Marcos 9.38-40 (Lucas 9.49-50)

"E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, i>imos um que em teu nome expulsava
demónios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus,
porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome
e possa (ogo falar mal de mim. Porque quem não ê contra nós, ê por nós".

Alguns discípulos de Jesus têm a tendência a tornar-se como o apósto-


lo João, no que se refere a sua atitude em relação a outros cristãos traba-
lhadores, pois eles querem "monopolizar o mercado" e alegar que apenas
eles são qualificados para o ministério de libertação. A menos que outros
estejam identificados com ele e seus grupos, eles serão julgados como
uma farsa. Este tipo de julgamento orgulhoso leva à exclusividade.

Jesus repreende tal julgamento e exclusividade. Ele nos mostra que de-
vemos encorajar tantas pessoas quanto possível a estarem ativas na guer-
ra espiritual. O inimigo procura continuamente dividir os trabalhadores
cristãos, colocando um contra o outro, por meio de ciúmes e criando
suspeitas sobre outros métodos e motivos. Quanto mais os outros estão
fazendo milagres em nome de Jesus, eles são contados como parte do
exército de Deus.

A expressão "milagre" é encontrada em muitas versões bíblicas. Em


grego a palavra dunamis significa poder. E é atribuída a trabalho de
origem e caráter sobrenaturais, que não poderiam ser executados por
agentes e recursos naturais. Portanto, expulsar demónios é considerado
por Jesus como um ministério de milagre.52

2
Compare Atos 8.6-11.

107
DISCIPLINA NA IGREJA
Mateus 18.15-18

"Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só;
se te ouvir, ganhaste a teu irmão;

Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela
boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.

E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja,


considera-o como um gentio e publicano.

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no
céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu."

Apenas duas vezes no Novo Testamento Jesus usou a palavra "igreja""


Em ambos os contextos Jesus se refere à Sua igreja pela declaração do
poder de ligar e desligar. Em Mateus 16.18 o contexto é a respeito dos
inimigos de fora da igreja. Na segunda referência o contexto é a respeito
da divisão dentro da própria igreja. Se todos os esforços de reconciliação
terminam em fracasso, então a igreja tem autoridade espiritual para uti-
lizar o seu poder para excomungar o membro não arrependido e sem
cooperação.

E uma imensa responsabilidade da igreja a autoridade de amarrar


Satanás para desligar aqueles que se recusam a se submeter à discipli-
na da igreja.

53
Mateus 16.18 e 18.17

108
Paulo conduziu a igreja a usar a autoridade dela em duas ocasiões,
quando os causadores de problemas não podiam permanecer entre os
demais membros da igreja para não corromper o corpo ou quebrar a
unidade. Eles devem ser entregues a Satanás.54

O poder de Satanás operando dentro de uma pessoa pode ser amar-


rado, mas o desejo de uma pessoa não pode ser controlado por outros.
Se a pessoa continua a causar problemas na comunidade, Satanás pode
ser desamarrado para lidar com tal pessoa. Esta ação não é tomada até
que todas as outras fontes tenham sido utilizadas para trazer o pecador
ao arrependimento. Isso deve ser feito sob a orientação direta do Espírito
Santo. Deve ser feito SOMENTE por aqueles que têm responsabilidade
espiritual pela igreja (uma responsabilidade apostólica). E feito na autori-
dade do Senhor Jesus Cristo e pelo poder de ligar e desligar dado a igreja
de Cristo.55

54
ICoríntios 5.1-5; ITimóteo 1.19-20.
55
ICoríntios 5.4.

109
A MALDIÇÃO DA FALTA DE PERDÃO
Mateus 18.34-35

"E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que


pagasse tudo o que devia.

Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdo-
ardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas."

Perdão incondicional aos outros é um exigência absoluta para a liberta-


ção. O contexto, que começa no versículo 23, expressa a lição do perdão
na parábola baseada na experiência do mestre e o servo. O servo devia ao
mestre uma soma incontável. Não existia meio pelo qual ele pudesse pagar
a dívida. Isso tipifica a dívida do pecado de todo homem, por essa razão não
há meio em que qualquer homem possa acertar a sua conta com Deus.

O mestre foi movido de compaixão e perdoou a dívida, tipifica a com-


paixão de Jesus em perdoar todos os nossos pecados.

Logo depois, encontramos o servo que fora perdoado se recusando a


perdoar um companheiro que devia uma pequena dívida a ele. O mestre
ficou indignado e entregou o servo impiedoso aos atormentadores até
que pagasse tudo o que devia.

Deus pede aos que Ele tem perdoado para perdoar. Se não perdoa-
rem, Ele voltará e entregará aos "atormentadores" até que paguem toda
a dívida do perdão.

Deus quer de cada um de nós que "Não devam nada a ninguém, a


não ser o amor de uns pelos outros..." (Romanos 13.8). Todos nós temos

110
uma dívida de amor que só pode ser paga por meio do perdão. Sempre
existirão ofensas, então sempre existirá a necessidade de perdoar uns aos
outros. Não existe dívida alguma que melhor tenhamos "pago".

Os espíritos demoníacos são os "atormentadores", e eles são os


atormentadores para aqueles que Deus se dirige quando se recusam a
perdoar.

Quando Deus entrega alguém aos espíritos atormentadores, esses


espíritos não podem ser expulsos até que a pessoa deseje perdoar
aqueles que têm transgredido contra ela.

Caso contrário, os demónios têm direito legal de estar lá, pois têm a
permissão de Deus.

Aquele que sofre atormentação pelos espíritos malignos pode experi-


mentar tormentos na mente, emoções ou no corpo físico. Esta é a razão
pela qual o ministro de libertação deve sempre orientar a pessoa a orar
pedindo libertação na mente para que ele possa perdoar a cada um que
a tenha ofendido.

O autor tem visto muitos exemplos de pessoas que não perdoam e


permanecerem em seus tormentos e que não recebem libertação até que
atendam à condição de Deus, Deus requer perdão para todos, indepen-
dente das circunstâncias.

Às vezes uma pessoa se sente injustiçada e fica abrigando amargura


contra a outra. Ela considera o seu coração muito duro para oferecer
perdão. Mas, quando honestamente considera o que Jesus fez para per-
doá-la, se sentirá envergonhada pela sua falta de perdão.

111
A MISSÃO DOS SETENTA
Lucas 10.1, 17-20

"E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os


adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde
ele havia de ir.

E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome,


até os demónios se nos sujeitam.

E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.

Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a forca
do inimigo, e nada vos fará dano algum.

Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos


antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus."

A NECESSIDADE DE TRABALHADORES

A comissão dos setenta poderia ser comparada com a dos doze.56 Em


ambas as passagens Jesus chama a atenção para a colheita e a falta de tra-
balhadores. Nos dois exemplos Jesus estimula seus discípulos a orarem
por mais trabalhadores, então envia Seus discípulos de dois em dois para
toda região.

A necessidade por mais trabalhadores para Cristo nunca diminuiu. A

'* Mateus 9.36;10.1.

112
urgência de trabalhadores para completar a colheita no campo espiritual
se intensifica em nossos dias. O apelo por trabalhadores de libertação é
especialmente forte. Existem mais necessidades do que parece. Muitos
países em volta do mundo estão clamando por alguém que comande a
"Macedônia" deles e os ajude.

Em todos os momentos que Jesus enviou seus discípulos a saírem,


Ele lhes deu autoridade para expulsar demónios:

(1) Os doze (Mateus 10.1,8)

(2) Os vinte (Lucas 10.1,17)

(3) A igreja (Marcos 16.17)

Quando Ele enviou os doze, o primeiro poder que deu a eles foi para
expulsarem espíritos imundos. Quando os setenta retornaram, o primei-
ro sucesso relatado foi que os demónios eram sujeitados a eles pelo Seu
nome. Quando Jesus comissionou a igreja, ele disse que sinais sobrena-
turais seguiriam os crentes. O primeiro sinal mencionado é: "em meu
nome expulsarão demónios". Essa primeira menção é uma indicativa da
prioridade que a libertação deve ser dada por aqueles que irão pregar o
evangelho.

DANDO GLÓRIA A DEUS

Os setenta deram glória a Deus pelas suas vitórias. Tudo foi feito em
nome de Jesus. Deus honrará os seus servos, mas Ele não dividirá a sua
glória com outros. Devemos ser rápidos para dar toda a glória a Deus, até
o falta de vitória sobre Satanás é também um ganho em nome Dele.

A DERROTA DE SATANÁS CONFIRMADA

Jesus confirmou. Seus olhos estariam sobre eles quando foram. Ele
sabia do sucesso deles, pois Ele "Viu Satanás caindo do céu como relâm-
pago". Ele viu o reino de Satanás destruído e o reino de Deus estabele-
cido naquele lugar.

113
A derrota de Satanás está sempre seguida pela vinda do Reino de
Deus.

"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e


Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos
foram lançados com ele.

E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: AGORA E CHEGADA A SAL-
VAÇÃO, E A FORÇA, E O REINO DO NOSSO DEUS, E O PODER DO
SEU CRISTO, PORQUE JÁ O ACUSADOR DE NOSSOS IRMÃOS É
DERRUBADO..." (Apocalipse 12.9,10).

Derrubar Satanás de sua posição de controle, e recolocá-lo sob o se-


nhorio de Cristo, é restabelecido a todo instante em que uma libertação
é experimentada com sucesso.

A AUTORIDADE DO CRENTE

Os discípulos foram relembrados da autoridade dada a eles. Eles "pisa-


riam sobre cobras e escorpiões". Isto é, eles receberam domínio sobre tan-
to o maior quanto o menor na classe dos espíritos malignos. As serpentes
são mais venenosas do que os escorpiões e representam os demónios mais
poderosos. Também, serpentes e escorpiões podem se referir a diferentes
tipos de demónios. Através das Escrituras a serpente está associada à de-
cepção, e o escorpião é o tipo de medo e tormento. Em todo caso, aos
crentes foi dada autoridade sobre "toda" classe de Satanás.

Enquanto o crente está colocando Satanás debaixo dos seus pés, ele
é confortado pela promessa do Senhor de que "nada lhes fará dano".
Certamente o diabo nos machucaria se ele pudesse, mas ele está impossi-
bilitado de retaliar quando é atacado. Essa promessa de imunidade a feri-
mentos não deve nos levar a presunção ou falta de cuidado, mas devemos
continuamente estar vestidos com a "armadura de Deus" (Efésios 6.11)
quando estamos envolvidos numa batalha espiritual. O inimigo é capaz
de ter vantagem sobre alguma área exposta onde a armadura de Deus
não está colocada. Na verdade, os demónios entram através de aberturas
criadas pela omissão de qualquer parte de uma armadura espiritual.

A promessa que "nada lhes fará dano" nos dá ousadia para nos empe-

114
nharmos em uma batalha espiritual contra demónios que habitam em
indivíduos e contra principados territoriais nas regiões celestiais.

Nós temos a segurança da Palavra de Deus de que não seremos feridos


pelo diabo quando pisarmos nele.

OS MOTIVOS DE REGOZIJO

Certamente, cada vitória sobre o inimigo é motivo para regozijo,


embora por mais gloriosa que essas vitórias sejam elas não são a causa
principal de regozijo. O poder de se tornarem filhos de Deus57 é o maior
resultado e motivo de regozijo do que o poder de expulsar demónios.

Existem alguns que expulsam demónios, mas serão renegados por


Cristo no dia do julgamento58, mas todos aqueles que têm o nome escri-
to no Livro da Vida viverá eternamente.

Antes, durante e depois de uma libertação é bom se regozijar no Se-


nhor e orar exuberantemente. Deixe que cada um dê graças a honra de
se tornarem filhos de Deus e ter o seu nome escrito nos céus.

57
58
João 1.12.
Mateus 7.21-23.

115
UM ESPIRITO DE ENFERMIDADE
Lucas 13.10-17

"E ensinava no sábado, numa das sinagogas.

E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermida-
de, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum
endireitar-se.

E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua


enfermidade.

E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.

E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesus


curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é mister traba-
lhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia de sábado.

Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábado não


desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, e não
o leva a beber?

E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de


Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?

E, dizendo ele isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados,


e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas
por ele."

116
OS CRISTÃOS PRECISAM DE LIBERTAÇÃO

A cena dessa maravilhosa libertação se passa na sinagoga, o lugar onde


as pessoas de Deus se encontravam aos sábados para adorar e aprender
a palavra de Deus. A mulher com "um espírito de enfermidade" era um
dos adoradores. Da mesma forma, nos dias de hoje a necessidade de
libertação é frequentemente encontrada entre a maioria dos devotos
adoradores. Isto não deveria ser uma surpresa.59

OS DEMÓNIOS CAUSAM ENFERMIDADES

Algumas enfermidades são causadas por espíritos malignos. Essa


pobre mulher tinha sido cativa do seu corpo por dezoito anos. Ela es-
tava impossibilitada de ficar ereta, estava provavelmente em sofrimento.
Pense nos tratamentos e medicamentos que ela seria sujeitada em nossos
dias! Mas o simples remédio para o problema dela foi a libertação.

Jesus expulsou espíritos de cegueira, mudez, surdez, epilepsia e febre.


Muitas das curas que Jesus realizou foram por meio da libertação ou em
conjunto com ela. A verdade é a mesma para os dias de hoje. Tumores,
doenças repentinas, pressão alta, asma, esterilidade, verrugas, câncer,
diabetes, cegueira, surdez e muitos outros tipos de doenças físicas estão
sendo curadas através da libertação.

Embora, nem toda doença ou enfermidade do corpo represente


uma necessidade clara de libertação.

Lembrem-se de que Jesus curou muitas pessoas mesmo quando não


foi mencionado nenhum tipo de libertação. Não faltemos com a nossa
fé quando uma necessidade de cura não é alcançada através da liberta-
ção. Jesus é tanto o libertador quanto a cura.

AS MANIFESTAÇÕES NEM SEMPRE SÃO EVIDENCIADAS

Não há relato de manifestação quando a enfermidade demoníaca saiu

59
Marcos 1.21-28.

117
da mulher. Provavelmente não havia, pois este é o caso em que muitos es-
píritos malignos são expulsos. Manifestações nem sempre acompanham
a libertação, embora seja comum ocorrerem as manifestações.

DESLIGADO DO DEMÓNIO

Jesus "desligou" aquela mulher que Satanás tinha como cativa. Isso
nos dá uma compreensão das palavras de Jesus quando Ele falou das
chaves do Reino pela qual temos poder para desligar.60 O que precisa ser
desligado? Aqueles que Satanás tem mantidos cativos precisam de desli-
gamento, Jesus tem nos dado poder para amarrar Satanás e desamarrar
os cativos.

IMPOSIÇÃO DE MÃOS

"E pôs as mãos sobre ela" Jesus com frequência impunha Suas mãos
sobre aqueles que Ele ministrava. Essa prática é encontrada como uma
ajuda na libertação, embora nem sempre seja necessário. Como em to-
das as situações no ministério, todos devem ser liderados pelo Espírito
Santo mais do que ficar restrito aos métodos padronizados.

Não deve haver medo de pegar outros demónios pela imposição de


mãos sobre uma pessoa durante a ministração de libertação.

Lembre-se que os demónios podem apenas entrar através de portas


abertas. Se o ministro de libertação não tem portas abertas dando opor-
tunidades ao acesso do espírito maligno, então nenhum poderá entrar
nele.

O PÃO PARA OS FILHOS DE DEUS

A mulher que era uma "filha de Abraão", o qual lhe deu direito de
receber bênçãos do Messias. Ela era espiritualmente qualificada para
compartilhar do "pão dos filhos de Deus" (Marcos 7.27).

Também, ser "uma filha de Abraão" significava que ela era uma "irmã"
perante as regras da sinagoga e os judeus foram insensíveis à enfermidade
dela. Para eles, ela significava menos do que um boi ou um jumento, os
quais são mais bem posicionados sob as regulamentações do sábado.

w
Mateus 16.19.

118
As pessoas são uma prioridade para Jesus e elas devem ser a priori-
dade para a igreja.

Quando as regras e regulamentações dos religiosos tornam-se mais


importantes do que as pessoas e suas necessidades, então o legalismo
impiedoso prevalece sobre o amor e a compaixão.

OBJEÇÕES LEVANTADAS POR LÍDERES RELIGIOSOS

Mais uma vez havia objeções ao o que Jesus fez. A regra da sinagoga
foi negligenciada quando Jesus curou em um sábado e por meio disso
desrespeitou a tradição legalista judaica, foi quando Jesus duramente
repreendeu a hipocrisia deles, Seus adversários ficaram envergonhados.
Cedo ou tarde todos "religiosos" que desprezam e se opõem aos milagres
de Cristo de cura e libertação, se envergonharão.

A hipocrisia deles era transparente. Eles odiavam Jesus Cristo e ca-


muflavam seu ódio em um zelo fingido pelo sábado. Um espírito do
anticristo controlava esses judeus. É o espírito do anticristo que nega a
divindade e o trabalho sobrenatural de Cristo.

119
INTIMIDAÇÃO
Lucas 13.31,32

"Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-


te daqui, porque Herodes quer matar-te.

E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demó-


nios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado."

Os fariseus procuravam amedrontar Jesus avisando-o que o rei Hero-


des tinha intenção de matá-lo. Jesus deixou claro que continuaria o seu
ministério de cura e libertação até que ele fosse para a cruz.

O diabo não para com suas táticas de intimidação. Hoje ele sussurra
medo nos ouvidos dos pastores e líderes de igreja. Esta é uma tentativa
de Satanás de interromper os ministérios de cura e libertação. No ori-
ginal grego, tanto Herodes quanto o fariseu, que deu o alerta, foram
chamados por Jesus de "raposas". O texto diz, "Ide, e dizei àquela raposa,
e a esta também..."

Medo é a razão primária pela qual muitos líderes cristãos não seguem
a comissão de Jesus para expulsar demónios. Existe o medo da retaliação
demoníaca, medo de líderes demoníacos, medo de outras opiniões,
medo de perder membros da igreja, medo de confrontação, medo do
fracasso, medo da crítica e medo do desequilíbrio.

Jesus não desistiu quando foi intimidado. Ele sabia que os seus inimi-
gos não poderiam fazer dano algum a ele. O destino Dele era completar
o desejo do Pai. Ele morreria numa cruz em Jerusalém.

120
Para resistir às táticas intimidadoras de Satanás, homens e mulheres
de Deus devem possuir três qualidades:

1. Convicção

(1) Que a libertação é bíblica - uma provisão da cruz (Mateus


8.16,17)

(2) Que nada pode substituir a libertação - nem aconselhamento,


ensinamentos ou "fé apenas".

(3) Que se opor ou resistir à libertação é estar contra Jesus Cristo


(Mateus 12.30).

2. Comprometimento

(1) Suportar a demanda física por longas horas, porque há pressão


da multidão e a necessidade para persistir na batalha até que a
vitória venha.

(2) Suportar pacientemente aqueles que precisam de ajuda repetidas


vezes.

(3) Suportar as manifestações repulsivas de espíritos imundos.

(4) Satisfazer as necessidades espirituais, oração, jejum e manter-se


livre.

(5) Amar o não amado e o desagradável, ser um amigo e confidente.

3. Coragem

(1) Para enfrentar o diabo e seus demónios.

(2) Para obedecer a Deus diante de críticas.

(3) Manter-se firme diante das ameaças e intimidações.

O servo de Deus deve estar alerta para qualquer tentação de desvio


do chamado de Deus para ele.

121
JUDAS POSSUÍDO POR SATANÁS
Lucas 22.3,4

"Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscario-


tes, o qual era do número dos doze.

E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de


como lho entregaria."

SATANÁS OPERA ATRAVÉS DAS PESSOAS

Satanás usa homens para atingir os seus propósitos. Através do enga-


no ele os atrai como seus agentes. Jesus tinha escolhido Judas como um
dos doze, e Jesus sabia desde o início o que estava no coração de Judas:

"Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é


um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este
o havia de entregar, sendo um dos doze." João 6.70,71

SATANÁS ENTRA EM JUDAS

Tem sido um assunto de debate entre os estudantes das Escrituras,


se foi o próprio Satanás que entrou em Judas, ou se foi um espírito de-
moníaco que o possuiu. Alguns têm suposto que Satanás não deixaria
esta responsabilidade principal para qualquer espírito além dele mesmo.
Outros vêem Satanás como uma autoridade suprema no reino demonía-
co, que sempre trabalha por meio dos seus "anjos" ou mensageiros para
conseguir os seus propósitos.

122
Satanás é um anjo caído, "foi ungido como um querubim guardião"
(Ezequiel 28.14). Em toda probabilidade ele era um arcanjo. Quando
Satanás liderou a sua rebelião no céu, ele levou com ele um terço das
"estrelas" - anjos (Apocalipse 12.4).

Esses anjos caídos compõem os principados, potestades, dominadores


do mundo das trevas, forca espiritual do mal, onde a esfera de operação
está nos "lugares celestiais" (Efésios 6.12).

Existe uma distinção entre anjos caídos e demónios. A luz das Es-
crituras os anjos são consistentemente representados como tendo seu
próprio corpo. Por outro lado, os demónios são espíritos sem corpos. Os
demónios são espíritos a procura de corpos, preferencialmente corpos
humanos para habitar a fim de realizar os seus propósitos malignos. An-
jos têm os seus próprios corpos não habitam em corpos humanos.

Quando Judas traiu Cristo, ele foi instigado por Satanás.

Metaforicamente foi dito, "e Satanás entrou em Judas" quando um


agente demoníaco de Satanás entrou no corpo de Judas.

O PECADO ABRE A PORTA

Judas era avarento e levou a vantagem de sua posição como tesoureiro


do grupo para roubar da bolsa de dinheiro.61 Satanás usou a avareza do
coração de Judas para tentá-lo a ganhar algumas moedas para que traísse
Jesus. Como sempre, as tentações atraentes de Satanás logo se tornam
maldições amargas. O único que vem "para matar, roubar e destruir"
(João 10.10), conseguiu outra vítima.

JUDAS ERA "UM DIABO"

Jesus tinha tido que Judas era "um diabo" (João 6.70). A palavra "diabo"
(em grego: diabolos) significa acusador; caluniador. Exatamente isso, Judas

1
João 12.6.

123
maliciosamente fez falsas acusações contra Jesus, que foram calculadas para
prejudicar a reputação dele. Todo aquele que abriga tal caráter assassino
contra outros está submetido ao mesmo espírito que Judas estava.

"Diabo" é um dos nomes de Satanás. Ele é o diabo, o acusador, o calu-


niador. Judas é a única pessoa em toda a Bíblia que foi dito que era "um
diabo". Isso porque Judas era como um diabo com ele mesmo; Judas era
um acusador, um mentiroso, um hipócrita. Judas não apenas tinha um
demónio como também era "um diabo". Seu caráter era falso.

O caso com Judas nos permite entender porque a libertação de demó-


nios não é uma cura instantânea para todos os problemas. Se o problema
de Judas tivesse sido simplesmente demoníaco, Jesus teria expulsado o(s)
demônio(s) e deixado Judas livre. O coração de Judas não era correto.
Ele precisava de uma mudança interior.

Se uma pessoa é basicamente má, ela mesma se abre para os demónios


fazerem morada. Um caráter imperfeito é uma porta através da qual os
demónios entram. Junto com a libertação o homem pode desenvolver
integridade - pureza, honestidade e lealdade - caso contrário os demó-
nios têm direito legal de permanecer na moradia.

Poderíamos perguntar: "Por que Jesus não expulsou os demónios dos


fariseus e lhes fez livres da hipocrisia e do julgamento?". Porque eles não
aceitavam a Sua palavra. Eles não admitiriam mudar suas necessidades.
Eles eram indisciplináveis. Esta é a razão de Jesus ter dito para eles, "vo-
cês pertencem ao pai de vocês o diabo" (João 8.44).

Um verdadeiro filho de Deus exibirá as características de seu pai. Ele


será santo, ou pelo menos esforça-se para a santidade. Aqueles que repre-
sentam a natureza e o caráter do diabo não têm motivos para se gabar,
pois nem Deus ou Abraão é pai deles.

124
SATANÁS PEDE PEDRO
LUCAS 22.31,32 (NVl)

"Simão, Simão, Satanás pediu iwcés para peneirá-los como trigo.

Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando wcé se
converter, fortaleça os seus irmãos."

Satanás tinha vindo a Jesus pedindo permissão para atacar e afligir to-
dos os apóstolos. "Vocês" no plural. Satanás queria pegar todos eles, mas
especificamente Pedro. Pedro era o porta-voz do restante, e logo depois o
mais impulsivo de todos.

Satanás tem corno prioridade capturar líderes espirituais, pois ele


sabe que quando líderes caem afetam a vida de muita gente.

SATANÁS ESTA LIMITADO

O pedido de Satanás é reminiscente ao seu pedido de tentar Jó62. Sua


força é limitada pela graça soberana de Deus. Se não fosse pela proteção
de Deus, Satanás já teria destruído cada um de nós há muito tempo.
Da mesma forma que Deus permitiu Satanás testar Jó, Jesus permitiu
Satanás testar os seus discípulos escolhidos. Através desta "peneira", Ele
sabia que eles seriam refinados. Satanás dispõe deste recurso para o mal,
mas Deus dispõe disso para o bem.

A intenção de Satanás era demonstrar que não existia nada além de

62
Jó 1.6-12.

125
palha em Pedro, mas Jesus sabia que quando Pedro visse a quantidade de
palha que havia nele, ele se arrependeria e então se tornaria mais eficien-
te para ministrar aos outros.

JESUS CRISTO O NOSSO INTERCESSOR

Pedro foi encorajado através da intercessão segura de Cristo por ele


enquanto percorria o seu caminho pela fé. Qual de nós traria provação
para nossa própria vida? Se a escolha ficasse por nossa própria conta,
sempre escolheríamos ficar imunes às dificuldades. Alguns anos mais
tarde, depois que Pedro tinha deixado as provações para trás, escreveu:

"Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os pro-
var, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida
que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua
glória for revelada, vocês exultem com grande alegria" (IPedro 4.12,13).

Observe como Jesus orou por Pedro em Lucas 22.31,32. Ele orou
para que a fé dele não desfalecesse. Este é o "escudo da fé" com o
qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno.63 O
medo é uma seta inflamada que apenas a fé pode apagar. O medo é
derrotado pela fé. Satanás colocou medo em Pedro, e quando Pedro foi
confrontado por uma moça, como um dos que andavam com Jesus, ele
estava temeroso que, também pudesse ser levado à morte. Esse medo
o fez negar o seu Senhor.

Pode haver uma queda temporária da fé, o que é diferente de uma


falência total da fé. Através da intercessão de Jesus, Pedro foi sustentado
e liberto de um desastre total. É reconfortante compreender que Jesus
intercede por cada um de nós individualmente. Ele também nos ensi-
nou a orarmos por nós mesmos: "E perdoa-nos os nossos pecados, pois
também nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas
em tentação, mas livra-nos do mal" (Lucas 11.4).

63
Efésiosó.16.

126
FORTALECER O SEU IRMÃO

Jesus permitiu que Pedro soubesse que ele tinha um ministério especí-
fico que esperava por ele do outro lado da tormenta. Depois de ter sido
testado e se recuperado através do arrependimento, ele poderia então
fortalecer seus irmãos.

A fim de ser efetivamente usado pelo Senhor, nós devemos ser vasos
purificados. Quando o lixo é removido de nossa vida, podemos imedia-
tamente ministrar aos outros. Nós, como Pedro, podemos até sentir que
somos fortes, e que nunca negaríamos o nosso Senhor. O teste revela
a palha. Quando nossa palha é exposta, seremos trazidos ao arrepen-
dimento e restauração do relacionamento com Jesus. Então podemos
servi-lo ministrando aos outros.

O motivo em procurar libertação é estar livre de qualquer obstácu-


lo para servir ao Senhor e ministrar às pessoas em nome de Jesus.

Depois de Davi ter caído na proeza da tentação, ele orou:

"Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.

Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito


estável.

Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.

Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto


a obedecer.

Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se


voltem para ti" (Salmos 51.9-13).

Amém!

127
•§••••

Demónios e Libertação no Ministério de Jesus


Uma sequência do livro de grande sucesso
Porcos na Sala - um manual prático sobre libertação.

Este livro dá prosseguimento à apresentação dos princípios


ensinados por Jesus no ministério de expulsar demónios e
libertar os oprimidos. Os evangelhos sinóticos são a base para a
compreensão acerca da ação do diabo e seus demónios e revelam o
padrão bíblico para a libertação.

> Você vai aprender conceitos práticos e úteis acerca de:

> A natureza e atuação do império demoníaco.

> Discernir quais os métodos certos e os errados de libertação.

> Os medos que podem trazer derrota aos soldados cristãos.

> A comissão, a autoridade e a unção dadas aos que crêem em


Cristo.

> A manutenção do equilíbrio na libertação.

> Manter-se longe do alcance do diabo.

> A relação da ação demoníaca com doenças psíquicas.

Frank Hammond graduou-se pela Universidade de Baylor e pelo


Seminário Teológico Batista do Sudoeste. Possui mais de 40 anos
de experiência como pastor e professor. E autor de diversos livros,
DVDs e CDs sobre guerra espiritual e sobre relações familiares, com
traduções em várias línguas. Ele e sua esposa, Ida Mae, iniciaram
em 1968 um ministério de libertação de alcance internacional.
: 93303

ISBN 978-85-7557-114-9

HOLY BlBLE I I 7 8 8 5 7 5 H 5 7 1 1 49

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