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Como Funciona
Aparelhos, Circuitos e
Componentes Eletrônicos
Volume 1
Newton C. Braga
Patrocinado por
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São Paulo - Brasil - 2020
Instituto NCB
www.newtoncbraga.com.br
leitor@newtoncbraga.com.br
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Como Funcionam - Aparelhos, Circuitos e Componentes
Eletrônicos - Volume 1
Autor: Newton C. Braga
São Paulo - Brasil - 2020
Palavras-chave: Eletrônica – aparelhos eletrônicos –
componentes – física - química
Copyright by
INTITUTO NEWTON C BRAGA.
1ª edição
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Índice
Apresentação da Série.................................................................8
Apresentação............................................................................10
O Choque Elétrico......................................................................11
Efeitos da Corrente no Organismo Humano........................11
Eletricistas de “mãos grossas”..........................................13
a) Espessura da pele............................................14
b) Umidade.........................................................14
c) Presença de cortes...........................................15
d) Exposição a partes sensíveis..............................15
A Alta Tensão............................................................................16
O Perigo........................................................................16
A Faísca.........................................................................17
Como Produzir Faíscas.....................................................20
As Válvulas...............................................................................27
A Válvula Diodo..............................................................27
As Válvulas Triodo..........................................................31
Outros Tipos de Válvulas.................................................34
Diferenças Básicas..........................................................35
Clube da Válvula.............................................................36
Indutâncias...............................................................................38
Reforçando O Campo......................................................40
A Indutância..................................................................44
Reatância Indutiva..........................................................46
Indutância.....................................................................47
Reatância e Oscilações....................................................48
Os LEDs.....................................................................................52
Níveis de Energia e Luz Monocromática.............................56
Lasers Semicondutores....................................................61
O Microfone...............................................................................63
a) Fidelidade..................................................................64
b) Sensibilidade..............................................................64
c) Diretividade................................................................64
Tipos De Microfones........................................................65
a) carvão............................................................65
b) Microfone dinâmico...........................................67
c) Microfones piezoelétricos...................................68
d) Microfone de eletreto........................................69
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Impedância e Nível de Sinal.............................................72
Préamplificadores...........................................................73
Os Alto-Falantes........................................................................77
Tipos de Alto-Falantes.....................................................79
Ligando Alto-Falantes......................................................80
Fones de Ouvido.............................................................86
Conclusão......................................................................86
Alto Falantes Pequenos.............................................................87
Cápsulas ou Buzzers Cerâmicos ................................................90
Como Funciona...............................................................90
Aplicações.....................................................................94
Motores.....................................................................................98
Fundamentos.................................................................98
Motor DC com Escovas..................................................103
Perdas nos Motores DC..................................................108
Perdas nos enrolamentos...............................................109
Perdas pelos contatos....................................................110
Perdas no Ferro............................................................110
Perdas por Frição..........................................................111
Perdas por Curto-Circuito...............................................111
Outras Perdas:.............................................................112
Ripple de Torque................................................112
Desmagnetização...............................................113
Ressonância Mecânica.........................................113
Contra - FEM Induzida........................................114
Motores sem Escovas....................................................114
O Motor Trapezoidal......................................................119
O Motor Senoidal..........................................................121
Torque Constante.........................................................121
Servos Híbridos............................................................122
Motores de Acionamento Direto......................................124
Os SCRs...................................................................................126
Como Funciona o Scr ....................................................126
Tiristores:..........................................................134
As Características dos SCRs.................................134
Aplicações.........................................................136
O Diodo Zener.........................................................................141
O Diodo Zener..............................................................144
Diodos Zener na Prática.................................................146
Usando os Diodos Zener................................................147
6
Outras Aplicações.........................................................152
Supressores de Transientes............................................153
Diodos Comuns como Zeners.........................................153
Laser – O Fantástico Raio da Morte..........................................155
A Natureza da Luz.........................................................155
Com o laser tudo é diferente..........................................157
a) Luz monocromática:.......................................162
b) Diretividade:..................................................164
c) Concentração de energia:................................166
d) Fase:............................................................167
Aplicações....................................................................173
Os Raios Ultravioleta...............................................................176
Propriedades da Luz Ultravioleta.....................................179
Fontes de Ultravioleta....................................................182
Usos do Ultravioleta......................................................183
Os outros mais de 160 livros sobre Eletrônica .........................184
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 1
Apresentação da Série
Esta é uma série de livros que levamos aos nossos leitores
sob patrocínio da Mouser Electronics (www.mouser.com). Os
livros são baseados nos artigos que ao longo de nossa carreira
como escritor técnico publicamos em diversas revistas, livros e no
nosso site. São artigos que representam 50 anos de evolução das
tecnologias eletrônicas e, portanto, têm diversos graus de
atualidade. Os mais antigos foram analisados com eventuais
atualizações. Outros pela sua finalidade didática, tratando de
tecnologias antigas e mesmo de ciência não foram muito
alterados a não ser pela linguagem que sofreu modificações. Os
livros da série consistirão numa excelente fonte de informações
para nossos leitores.
Os artigos têm diversos níveis de abordagem, indo dos
mais simples que são indicados para os que gostam de
tecnologia, mas que não possuem uma fundamentação teórica
forte ou ainda não são do ramo. Neles abordamos o
funcionamento de aparelhos de uso comum como
eletroeletrônicos, não nos aprofundando em detalhes técnicos que
exijam conhecimento de teorias que são dadas nos cursos
técnicos ou de engenharia.
Outros tratam de componentes, ideais para os que
gostam de eletrônica e já possuem uma fundamentação quer seja
estudando ou praticando com as montagens que descrevemos em
nossos artigos. Estes já exigem um pequeno conhecimento básico
da eletrônica. Estes artigos também vão ser uma excelente fonte
de consulta para professores que desejam preparar suas aulas.
Temos ainda os artigos teóricos que tratam de circuitos e
tecnologias de uma forma mais profunda com a abordagem de
instrumentação e exigindo uma fundamentação técnica mais alta.
São indicados aos técnicos com maior experiência, engenheiros e
professores.
Também lembramos que no formato virtual o livro conta
com links importantes, vídeos e até mesmo pode passar por
atualizações on-line que faremos sempre que julgarmos
necessário.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 1
Apresentação
Saber como funcionam componentes, circuitos e
equipamentos eletrônicos é fundamental não apenas para os
profissionais da eletrônica que usam de forma prática a
tecnologia em seu dia a dia como também para aqueles que não
sendo técnicos, mas possuindo certo conhecimento, precisam
conhecer o funcionamento básico das coisas.
São os profissionais de outras áreas que, para usar
melhor equipamentos e tecnologias precisam ter um
conhecimento básico que os ajude.
Assim, tratando de conceitos básicos sobre componentes
e circuitos neste primeiro volume e depois de equipamentos
prontos num segundo, levamos ao leitor algo muito importante
que já se tornou relevante em recente estudo feito por
profissionais.
A maior parte dos acidentes que ocorrem com o uso de
equipamentos de novas tecnologias ocorre com pessoas que não
tem um mínimo de conhecimento sobre o seu princípio de
funcionamento.
A finalidade deste livro não é, portanto, ajudar apenas os
estudantes, professores e profissionais, mas também os que
usam tecnologia no dia a dia e desejam saber um pouco mais
para melhor aproveitá-la e não cometer erros que podem
comprometer a integridade de seus equipamentos e até causar
acidentes graves.
Nota importante: componentes básicos como os resistores,
capacitores, indutores, transformadores, diodos, transistores,
também têm a seu princípio de funcionamento explicado na nossa
série de livros “Curso de Eletrônica”. Neste livro, abordamos
alguns componentes que especificamente têm explicações mais
detalhadas do que as encontradas naquelas publicações.
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O Choque Elétrico
O corpo humano pode conduzir a corrente elétrica. No
entanto, como nosso sistema nervoso também opera com
correntes elétricas, qualquer corrente que “venha de fora”,
consiste em uma forte interferência que pode causar sérios
problemas ao nosso organismo.
Dependendo da intensidade da corrente que circular pelo
nosso organismo, diversos efeitos podem ocorrer.
Se a corrente for muito fraca, provavelmente nada ocorre
pois o sistema nervoso não será estimulado o suficiente para nos
comunicar alguma coisa e as própria células de nosso corpo não
sofrerão influência alguma. Contudo, se a corrente for um pouco
mais forte, o sistema nervoso poderá ser estimulado e teremos
algum tipo de sensação como, por exemplo, um “formigamento”.
Se a corrente for mais forte ainda, o estímulo
proporcionará a sensação desagradável do choque e até a dor.
Finalmente, numa intensidade muito grande, além de
poder paralisar órgãos importantes como o coração, poderá ainda
danificar as células, “queimando-as”, pois correntes intensas
quando encontram certa resistência à sua passagem, geram
calor. A tabela abaixo nos mostra as diversas faixas de correntes
e os efeitos que causam sobre o organismo humano.
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a) Espessura da pele
Uma pele mais grossa é mais isolante que uma pele fina.
Por esse motivo, os eletricistas “calejados” que possuem a pele
dos dedos bem mais grossas (e sujas!) quase não sentem
choques, pois a intensidade da corrente que pode passar por ela
é muito pequena.
b) Umidade
Uma pele úmida se torna excelente condutora de
eletricidade, principalmente se estiver molhada de suor que, pela
presença de sal, é mais condutora ainda.
Isso torna o choque nas condições de um banho,
extremamente perigoso, pois as correntes podem ser dezenas de
vezes maiores do que em condições normais.
c) Presença de cortes
Um corte coloca a parte “molhada” de nosso corpo que é
formada pelo fluido sanguíneo e outros fluidos internos em
contato direto com a eletricidade. Esta parte é um excelente
condutor de corrente, aumentando em muito a sua intensidade
em caso de choque.
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Observação importante:
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A Alta Tensão
O Perigo
A alta tensão em si não é perigosa, pois o que causa o
dano físico e o choque é a corrente elétrica.
Assim, quando elevamos a tensão de uma fonte qualquer,
a tendência é haver uma redução proporcional da corrente que
podemos obter.
Este é o princípio da conservação da energia, segundo o
qual, não podemos criar nem destruir energia, mas simplesmente
transformá-la.
Assim, se temos uma fonte que nos fornece 12 V sob
corrente máxima de 1A, se conseguirmos elevar a tensão para 12
000 V, podemos ter certeza de que a corrente não passará de
0,001A, ficando reduzida em 1000 vezes também.
A fórmula abaixo nos ajuda a determinar as alterações que
ocorrem numa transformação de tensão, levando em conta que o
circuito seja 100% eficiente (o que não acontece na prática).
V1 x I1 = V2 x I2
Onde:
V1 e I1 são a tensão e a corrente antes da transformação.
V2 e I2 são a tensão e a corrente depois da
transformação.
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que dificilmente pode ser perigosa, a não ser que ela nos atinja
por muito tempo ou em pontos críticos ou vitais do nosso
organismo, por exemplo, o coração (figura 1).
A Faísca
O ar é um bom isolante, não permitindo a passagem de
correntes elétricas. No entanto, se entre dois condutores isolados
por uma camada de ar manifestar-se uma tensão muito alta,
pode ocorrer um rompimento do isolante.
Nestas condições, o ar deixa de ser isolante, permitindo a
passagem da corrente, normalmente de forma violenta. Esta
corrente produz forte aquecimento do ar com a emissão de luz e
som. Temos então uma faísca, conforme mostra a figura 2.
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Figura 4 – O aterramento
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As Válvulas
Os novos na eletrônica talvez nunca tenham montado
alguma coisa que use válvulas e em alguns casos nem sequer
visto um aparelho que use esses componentes antigos, a não ser
como sucata ou em algum museu, casa de antiguidades ou filme
antigo. No entanto, as válvulas são muito importantes e até hoje
existem equipamentos que as usam, pois os componentes
modernos não as superam em desempenho em muitos casos.
Veja neste artigo como funcionam as válvulas e como elas são
utilizadas.
A válvula termiônica, ou simplesmente válvula, tem
algumas desvantagens importantes em relação aos componentes
equivalentes mais modernos, que são os transistores. Ela é muito
maior, trabalha quente e precisa de tensões muito elevadas para
funcionar. No entanto, convenientemente usada ela pode fazer as
mesmas coisas que os transistores e na verdade, faz isso, desde
muitos anos antes de existir o próprio transistor. A válvula foi
inventada muito antes do transistor.
A válvula diodo (de dois elementos) foi quem deu início a
tudo. Ela foi inventada por Fleming em 1904, sendo seguida pela
válvula triodo (de três elementos) que é o equivalente mais
próximo do transistor, que foi inventada em 1906 por Lee de
Forest. Apareceram válvulas com mais elementos depois como a
tetrodo, pentodo, hexodo e outras, mas é da válvula diodo e da
válvula triodo que vamos falar inicialmente neste artigo.
A Válvula Diodo
Se num tubo de vidro fizermos o vácuo, ou seja,
retirarmos todo o ar, e colocarmos um filamento de tungstênio
que possa ser aquecido pela passam de uma corrente, notaremos
um fenômeno interessante.
Em torno do filamento, quando ele é aquecido forma-se
uma espécie de “nuvem” de elétrons que tecnicamente é
denominada “carga espacial”, conforme mostra a figura 1.
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As Válvulas Triodo
Lee de Forest descobriu um fato interessante ao pesquisar
o funcionamento das válvulas. Se entre a placa e o catodo fosse
colocada uma tela de metal, uma tensão aplicada nesta tela
poderia servir para controlar o fluxo de cargas no interior da
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Diferenças Básicas
Além de trabalhar com tensões mais altas assim como
também quentes (elas precisam ser aquecidas antes de entrarem
em funcionamento e isso pode levar até mais de 1 minuto), as
válvulas apresentam outras diferenças importantes em relação
aos transistores. Uma delas refere-se ao fato de que a válvula
opera com uma tensão aplicada à grade e não corrente aplicada à
base como o transistor. Assim, a válvula é um dispositivo de alta
impedância ao mesmo tempo em que o transistor comum
(bipolar) é um dispositivo de baixa impedância.
Os transistores de efeito de campo, por exemplo, se
aproximam mais das características das válvulas, porque também
são amplificadores de tensão, e por isso dispositivos de alta
impedância. Por essa característica, a válvula não pode ser ligada
diretamente a um alto-falante que é um dispositivo de baixa
impedância, exigindo um transformador, conforme vimos na
figura 9.
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Clube da Válvula
Existem amantes da música de boa qualidade que
defendem a ideia de que o som produzido por um equipamento
que use válvulas é mais “puro” do que o som dos equipamentos
modernos com transistores e circuitos integrados. A diferença
estaria no fato de que o transistor tem uma pequena distorção
pelo se denomina “crossover” devido ao fato de que ele não é
linear em tensões muito baixas, o que não ocorre com a válvula.
Os ouvidos mais sensíveis podem perceber a diferença e
daí a preferência pelos equipamentos valvulados. Assim, mesmo
em nossos dias existem fábricas de amplificadores valvulados que
os vendem ä preço de ouro”. E esse preço de ouro é real: as
válvulas usadas possuem seus eletrodos revestidos de ouro para
eliminar o que se denomina “emissão secundária” garantindo
assim a melhor qualidade de som. Um simples amplificador de
100 W valvulado desta nova geração pode custar mais de R$ 10
000! Na foto, um amplificador valvulado de altíssima qualidade (e
custo!).
O amplificador da foto pesa 22 kg fornecendo 40 W de
potência por canal.
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Indutâncias
Figura 1
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Figura 2
Figura 3
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Figura 4
Reforçando O Campo
O campo magnético que aparece em torno de um fio
percorrido por uma corrente é muito fraco, mal conseguindo
deflexionar uma agulha imantada.
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Figura 5
Figura 6
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Figura 7
Figura 8
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Figura 9
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A Indutância
Se tivermos uma bobina com fio de cobre, sua resistência
à passagem de uma corrente depende basicamente da resistência
do fio de cobre usado.
Assim, podemos fazer circular por bobinas correntes
intensas e obter com isso campos magnéticos muito fortes.
No entanto, existem alguns fenômenos que merecem ser
estudados e que envolvem o comportamento da bobina quando a
corrente varia.
Vejamos um primeiro caso em que temos uma bobina
ligada a uma pilha através de uma chave e que é mostrado na
figura 10.
Figura 10
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Figura 11
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Reatância Indutiva
Evidentemente, num circuito de corrente contínua só
teremos problemas com a indutância quando a corrente for
estabelecida ou desligada.
No entanto, as bobinas podem ser usadas em circuitos de
correntes alternadas, onde as correntes estão variando
constantemente. Nestes circuitos, o que ocorre é que a bobina
está constantemente "reagindo" as variações da corrente.
Isso significa que, a intensidade da corrente que circula
numa bobina, quando ligada num circuito de corrente alternada,
não depende somente da resistência do fio usado, mas de um
fator adicional: a reatância.
As bobinas possuem então uma "reatância indutiva", que é
a sua propriedade de se opor à circulação de uma corrente
alternada.
Figura 12
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Figura 13
Indutância
A principal característica de uma bobina é a sua
indutância. A indutância vai indicar de que modo essa bobina
"reage" às variações de corrente e de que modo ela produz um
campo magnético no seu interior.
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Onde:
L é o coeficiente de autoindução ou indutância em Henry
(H)
N é o número de espiras
S é área da seção do núcleo da bobina em centímetros
quadrados (cm2)
M é o comprimento do solenoide em centímetros (cm)
Reatância e Oscilações
Conforme vimos, as bobinas "reagem" às variações da
corrente, apresentando uma oposição que denominamos
reatância indutiva.
Ora, quanto mais rápidas forem as variações da corrente,
maior será a reação da bobina. Isso nos leva a concluir que a
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Figura 14
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Figura 15
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Os LEDs
A luz nada mais é do que radiação eletromagnética, ou
seja, é formada por ondas cujas frequências se diferenciam dos
sinais comuns de rádio, TV, radar e outros que estamos
acostumados a usar em eletrônica, apenas pela sua frequência.
Na figura 1 temos a colocação da faixa visível, ou seja, das
frequências que nossos olhos podem ver, no espectro
eletromagnético.
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Lasers Semicondutores
O que diferencia um Laser de um LED é que no LASER a
luz emitida é concentrada e coerente, devido ao próprio processo
de produção no material semicondutor.
Num LED a luz é produzida por uma excitação
descontrolada dos átomos que, ao receber e devolver a energia
emitem luz a qualquer instante e em qualquer direção. Num
LASER os átomos recebem a excitação de tal forma que haja um
fenômeno denominado "inversão de população", ou seja, que em
determinado instante tenhamos mais átomos excitados do que
sem excitação.
Assim, quando um átomo devolve sua energia forma de
um quantum de luz, este quantum serve para excitar outros
átomos energizados, forçando-os a devolver sua energia numa
espécie de reação em cadeia, mostrada na figura 13.
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O Microfone
As ondas sonoras consistem em vibrações mecânicas de
um meio natural e se propagam com uma velocidade que
depende de diversos fatores, entre eles a natureza do meio.
Assim, no ar, estas ondas são de compressão e
descompressão e se propagam em condições normais a uma
velocidade de aproximadamente 340 metros por segundo.
Evidentemente, por serem ondas mecânicas, elas não
podem excitar diretamente os circuitos eletrônicos, daí a
necessidade de termos um dispositivo intermediário que faça sua
conversão em eletricidade.
Este dispositivo é um transdutor eletroacústico
denominado microfone.
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a) Fidelidade
A fidelidade significa a capacidade do microfone em
produzir um sinal elétrico que tenha as mesmas características
dos sons originais, ou seja, intensidade, frequência e forma de
onda.
b) Sensibilidade
A sensibilidade está relacionada com a capacidade que o
microfone tem de trabalhar com sons muito fracos. Dependendo
do uso, podemos ter microfones mais ou menos sensíveis.
c) Diretividade
Conforme a construção do microfone, ele pode ter mais
facilidade em captar os sons provenientes de determinadas
direções. Isso determina a diretividade do microfone que pode ser
representada por meio de um gráfico.
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Tipos De Microfones
Diversos são os tipos de microfones que encontramos nas
aplicações práticas e que diferem tanto quanto 1as características
elétricas como também segundo o princípio de funcionamento.
Temos então os seguintes tipos de microfone (alguns
pouco usados atualmente, mas cujo conhecimento é importante
por motivos históricos):
a) carvão
Este, sem dúvida, é o tipo mais antigo, já que os primeiros
microfones que existiram utilizavam finos grãos de carvão numa
caixinha com um diafragma, conforme mostra a figura 4.
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b) Microfone dinâmico
Este tipo de microfone ‚ formado por uma bobina presa a
um diafragma que a movimenta no campo magnético de um imã
permanente, conforme mostra a figura 6.
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c) microfones piezoelétricos
Os microfones de cristal ou cerâmicos operam
aproveitando as propriedades piezoelétricas de determinadas
substâncias como, por exemplo, o Sal de Rochelle ou as
cerâmicas como o titanato de bário.
Estas substâncias, ao sofrerem deformações mecânicas,
geram tensões elétricas proporcionais.
Assim, basta que um cristal de uma substância como estas
seja acoplado a um diafragma para que as ondas sonoras
captadas produzam forças mecânicas que fazem o cristal gerar
sinais elétricos.
Na figura 8 temos um exemplo de microfone deste tipo.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 1
d) microfone de eletreto
Existem substâncias denominadas eletretos que
apresentam propriedades elétricas interessantes.
Quando submetidas a uma deformação mecânica estas
substâncias carregam-se de eletricidade estática, manifestando
tensões elétricas proporcionais entre suas faces, de um modo
algo semelhante aos cristais piezoelétricos, conforme mostra a
figura 9.
Estas substâncias podem ser moldadas de modo a
formarem os diafragmas de um microfone e ligadas diretamente
à comporta (gate) de um transistor de efeito de campo (FET).
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Preamplificadores
A finalidade de um preamplificador é tanto aumentar a
intensidade do sinal fornecido por um microfone para que ele
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Os Alto-Falantes
Os alto-falantes comuns são transdutores que convertem
energia elétrica em energia acústica. Em outras palavras, eles
recebem um sinal elétrico que tem a frequência e a forma de
onda de um e o convertem nesse som, conforme a figura 1.
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Figura 5
Tipos de Alto-Falantes
Para os sons agudos, por exemplo, os alto-falantes
recomendados são de pequenas dimensões. São os denominados
“tweters”.
Tecnologias modernas permitem obter altos falantes de
agudos com transdutores piezoelétricos, mas existem ainda tipos
de bobinas.
Esses alto-falantes se destinam à reprodução da faixa de
frequências que tipicamente vai dos 5 000 Hz aos 15 000 Hz.
Para os sons médios existem os “mid ranges”, que são
alto-falantes relativamente pequenos que se destinam à
reprodução de sons entre 500 e 5 000 Hz.
Temos ainda os “woofers”e “sub woofers”, que são alto-
falantes pesados e grandes que se destinam à reprodução dos
sons graves ou sons de baixas frequências como os sons de
explosões, terremotos e outros muito apreciados no home-
theater.
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Figura 6
Ligando Alto-Falantes
A principal característica elétrica dos alto-falantes é a sua
impedância. Na verdade, os alto-falante possuem uma
impedância que depende da frequência conforme a figura 7.
O valor nominal da impedância de um alto-falante
normalmente é dado para o ponto da característica em que ela é
menor, o que costuma estar em torno de 1 kHz.
Os alto-falantes comuns são dispositivos de baixas
impedâncias com valores típicos como 3,2 ohms, 4 ohms, 8 ohms
16 ohms, etc. Veja que se trata de uma impedância e não da
resistência que o alto-falante deve apresentar quando o testamos
com o multímetro, conforme mostra a figura 8.
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Figura 7
Figura 8
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Figura 9
Figura 10
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Figura 11
Figura 12
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Figura 13
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Figura 14
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Fones de Ouvido
Atualmente, existem pequenos fones de ouvido dinâmicos
que nada mais são do que pequenos alto-falantes de muito baixa
potência, conforme mostra a figura 15.
Figura 16
Conclusão
Os alto-falantes ainda consistem na solução mais adotada
para a reprodução de som em sistemas de todos os tipos. No
entanto, como qualquer componente eletrônico, os alto-falantes
possuem especificações que devem ser observadas com cuidado.
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Como Funciona
No nosso livro Curso de Eletrônica – Eletrônica Básica
tratamos de materiais denominados piezoelétricos, em que a
disposição dos átomos é tal que eles passam a apresentar
propriedades que se manifestam externamente.
Os materiais piezoelétricos são exemplos, podendo ser
dados como exemplos o quartzo e determinados tipos de
cerâmicas. Quando estes materiais são deformados, eles
manifestam uma diferença de potencial elétrico entre suas
extremidades e, inversamente, quando submetidos a uma tensão
eles se deformam, como mostra a figura 2.
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Aplicações
Para os transdutores comuns, sem oscilador, temos
diversas possibilidades de uso com circuitos excitadores. Uma
configuração simples é mostrada no provador de continuidade da
figura 8.
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Motores
Motores elétricos são parte integrante de uma infinidade
de equipamentos. Máquinas industriais, automatismos domésticos
e automotivos, portões elétricos, dispositivos mecatrônicos, robôs
são alguns exemplos de lugares onde podemos encontrar
motores. Os motores podem ser dos mais diversos tipos, formas
e tamanhos o que leva a todo profissional da eletrônica a ter um
conhecimento mais profundo destes dispositivos se quiser saber
como trabalhar com eles. Neste artigo especial analisaremos os
diversos tipos de motores, suas vantagens e desvantagens e a
tecnologia que cada um emprega.
Os motores são transdutores que convertem energia
elétrica em energia mecânica. Nesta função, eles fazer parte de
uma grande quantidade de equipamentos que encontramos no
dia a dia.
Nos últimos tempos com a união cada vez maior da
eletrônica à mecânica com a criação de dispositivos mecatrônicos,
os motores aparecem em cada vez maior quantidade e numa
variedade de tipos até então nunca vista.
Como funcionam os diversos tipos de motores que
encontramos nos equipamentos de nosso dia a dia, como
trabalhar com eles é algo que todo profissional precisa saber e é
isso que vamos levar neste artigo.
Fundamentos
A ideia de se obter energia mecânica a partir de energia
elétrica, criando-se assim o primeiro motor de corrente contínua
vem de 1830 quando Michael Faraday desenvolveu o primeiro
motor de disco. Na figura 1 temos uma idéia de como ele
funcionava.
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Características:
Os motores deste tipo na realidade são especificados para
operar dentro de uma faixa de tensões. Assim, um motor de 3 V,
realmente funcionará quando alimentado com tensões na faixa de
1,5 a 4,5 V sem problemas. Acima desta tensão o problema
maior é a dissipação de calor pelo enrolamento.
Aquecendo demais os fios podem ter sua isolação
queimada já que são do tipo esmaltado. A velocidade de rotação
deste tipo de motor depende da tensão aplicada assim como da
carga, ou seja, da força que devem fazer.
Assim, é comum termos um gráfico para especificar a
relação tensão x velocidade conforme mostra a figura 9.
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P = R x I2
Onde:
P é a potência elétrica perdida- transformada em calor (W)
R é a resistência do enrolamento (ohms)
I é a intensidade da corrente no motor
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Perdas no Ferro
As características de magnetização do ferro usado como
núcleo nos motores devem ser consideradas quando analisamos o
funcionamento de um motor de corrente contínua com escovas.
A principal se deve às correntes de turbulência ou Foucalt.
que são geradas devido à histerese do material usado no núcleo.
Como este material não consegue acompanhar as
inversões muito rápidas de polaridade do campo magnético
quando o motor gira em alta velocidade. são induzidas correntes
no núcleo que causam seu aquecimento.
Este aquecimento pode influir no aumento da resistência
do enrolamento (como já vimos) assim como nas próprias
características magnéticas do material usado no núcleo do motor.
Em suma, maior velocidade para este tipo de motor pode
significar perdas consideráveis pelas correntes induzidas desta
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Outras Perdas:
Além das causas analisadas existem outras que afetam o
desempenho de motores de corrente contínua que fazem uso de
escovas. analisemos algumas delas.
Ripple de Torque
Devido as características indutivas do enrolamento do
motor e também devido à inversão da corrente constantemente
pela ação nas escovas dos motores de corrente contínua não é
possível manter constante a corrente e com isso o torque.
Na prática, o torque varia conforme uma curva ondulação
(ripple) que é mostrada na figura 18.
Esta característica costuma trazer problemas de
funcionamento principalmente em altas velocidades e pode ser
minimizada com a utilização de enrolamentos múltiplos no motor
ou ainda aumentando-se o número de polos de comutação, mas
isso sem dúvida encarece o dispositivo.
Outras técnicas podem ser empregadas para se minimizar
este tipo de problema.
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Desmagnetização
Os imãs permanentes usados nos motores de corrente
contínua para criar o campo sobre o qual se baseia seu
funcionamento não são tão permanentes assim, perdendo seu
magnetismo com o tempo.
Outro fator que tem influência na desmagnetização do imã
permanente é a própria corrente que circula pelos enrolamentos.
O campo magnético criado pelos enrolamentos atua sobre
o imã permanente e com o tempo faz com que seu magnetismo
se reduza até o ponto em que ele começa a afetar de modo
sensível no rendimento do motor.
É importante observar que uma intensidade de corrente
acima de certo valor nos enrolamentos do motor pode criar um
campo suficientemente intenso para desmagnetizar de modo
completo os imãs permanentes.
Assim, pulsos de correntes intensas devem ser evitados de
qualquer forma pois eles podem causar este tipo de problema.
Ressonância Mecânica
Todos os corpos tendem a vibrar com maior intensidade
em certas frequências e isso é válido para as partes mecânicas de
um motor. Assim, se deixarmos um motor de corrente contínua
girar livremente sem carga ele tende a se acomodar numa
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O Motor Trapezoidal
Com uma intensidade de corrente fixa nos enrolamentos,
pode-se conseguir um bom aumento do torque.
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O Motor Senoidal
No motor senoidal que também é chamado de servo AC
sem escovas, nenhum cuidado é tomado para se corrigir as
características senoidais básicas de torque.
Este motor pode ser alimentado como um motor AC
sincronizado simplesmente aplicando-se aos enrolamentos uma
tensão senoidal com o deslocamento de fase apropriado, 120
graus no caso de motores de três fases.
Se for necessária uma precisão em baixas velocidades
uma precisão maior nas tensões deve ser conseguida. Isso
significa que o drive deve gerar três correntes que estejam em
fase de acordo com a posição do eixo. Para obter a necessária
precisão nesta codificação normalmente são usados codificadores
ópticos.
Torque Constante
Para entender melhor como pode-se obter torque
constante deste tipo de motor, é melhor analisar um caso em que
tenhamos apenas duas fases.
Este motor tem dois conjuntos de bobinas que são
alimentadas com um sinal trapezoidal defasadas de 90 graus,
uma em relação a outra.
Se representarmos a posição do eixo por um ângulo x, as
correntes nos enrolamentos estarão na forma:
I = Io sen x
I = Io cos x
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T1= Io K cos2x
T1 + T2 = Io K (sen2 x+ cos2 x)
Mas:
sen2 x+ cos2 x = 1
Onde obtemos:
T1 + T2 = Io x k
Servos Híbridos
Com relação ao princípio de funcionamento, o motor de
passo e o servo motor sem escovas são semelhantes.
Cada um possui um sistema de imãs rotativo e um estator
com bobinas enroladas.
A única diferença está no fato de que eles possuem
números de polos diferentes. São apenas 3 pares no servo híbrido
e até 50 no motor de passo.
Assim, para efeito de análise podemos considerar um
servo híbrido como um motor de passo simplificado.
Baseados nos mesmos princípios podemos usar um motor
de passo como servo simplesmente agregando algum recurso de
feedback como, por exemplo, um encoder óptico.
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Os SCRs
O SCR é um dispositivo semicondutor da família dos
Tiristores, ou seja, é um dispositivo de estado sólido usado no
controle de potência ou controle de correntes elevadas. SCR ‚ a
abreviação de Silicon Controlled Rectifier ou Retificador ou Diodo
Controlado de Silício.
De uma forma mais, simples, pelo seu comportamento e
símbolo que lembram um diodo, preferimos chamá-lo de Diodo
Controlado de Silício.
A verdade é que o SCR se comporta exatamente como um
diodo conduzindo a corrente entre o anodo e o catodo (num
sentido único) mas, quando for disparado por meio de um sinal
aplicado ao seu eletrodo de comporta.
A corrente que os SCRs podem conduzir entre o anodo e o
catodo são muito intensas, mesmo para dispositivos de baixo
custo, variando entre alguns ampères e dezenas de ampères.
Desta forma, ligados em série com dispositivos diversos
eles podem funcionar como "chaves" eletrônicas, ligando ou
desligando esses dispositivos ou ainda "dosando" a potência
aplicada, como ocorre em dimmers e controles de velocidade.
Para entender melhor como o SCR funciona será
interessante fazermos uma análise deste componente a partir de
sua estrutura.
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Tiristores:
Outros dispositivos da família dos Tiristores ou diodos de 4
camadas são os Triacs, Diacs, SUS (Silicon Unilateral Switches),
SBS (Silicon Bilateral Switches), PUT (Programmable Unijuntion
Transistor) além do Quadrac. Todos estes dispositivos são
destinados a comutação rápida em controles de potência.
Encontramos estes componentes em alarmes, fontes chaveadas,
inversores e em muitas outras aplicações.
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Aplicações
Não é difícil projetar circuitos que utilizem SCRs,
principalmente da série 106, se levarmos algumas das
características que analisamos neste artigo.
Vamos ver a seguir alguns aplicativos típicos que podem
ser usados pelo leitor nos seus projetos de mecatrônica e mesmo
eletrônica, sem problemas.
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O Diodo Zener
Para entender o que é um diodo zener deveremos começar
com uma breve revisão das propriedades das junções
semicondutoras que formam um diodo comum.
Se tivermos uma junção entre dois materiais
semicondutores, um do tipo P e outro do tipo N, o resultado será
um dispositivo que tem a propriedade de conduzir a corrente num
único sentido, conforme ilustra a figura 1.
Figura 1 – A junção PN
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O Diodo Zener
Observa-se que, se o componente não for destruído ao ser
polarizado inversamente com a tensão indicada, sua resistência
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Onde:
Vcc é a tensão mínima da fonte
Vz é a tensão do diodo zener
l é a corrente no circuito. j:
R= (4 - 3) / 0,012
R = 1/0,012
R = 83,33 ohms.
P=Vxl
P = 3 x 0,012
P = 0,036 watts.
Temos, então:
P = Vz x I
Onde:
Vz é a tensão zener (3V)
I é a corrente máxima (0,012 A)
P = 3 x 0,012
P = 0,036 W.
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I = P/Vz
I = 1/12
I = 0,083A ou 83 mA.
V= 12 x 1,41
V = 16,92 V
V = 16,92 - 12
V = 4,92 V.
R = V/l
R = 4,92/0,083
R = 59 ohms.
P=V x l
P = 4,92 x 0,083
P = 0,40 W.
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l = hFE x lz
l = 40 x 0,083
l = 3,32 A.
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Outras Aplicações
Além de estabilizar a tensão num circuito, o diodo zener
também pode ser empregado em outros tipos de aplicações.
Na figura 11 temos um diodo zener em uma configuração
usada para evitar que a tensão de entrada num circuito sensível
supere um determinado valor que possa danificá-lo.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 1
Supressores de Transientes
Não obstante uma das aplicações para os diodos zener
seja como supressor de transientes existem outras em que
componentes específicos podem ser melhores tanto em
desempenho quanto no custo.
Assim, existem os TVS (Transient Voltage Supressor), que
são diodos específicos para essa finalidade e os Varistores de
Óxido de Zinco que podem
ser encontrados principalmente na proteção de entrada de
aparelhos alimentados pela rede de energia.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 1
A Natureza da Luz
A luz produzida por uma lâmpada comum, uma chama ou
pelo sol é constituída por ondas eletromagnéticas de curtíssimo
comprimento de onda e, portanto, de frequência muito elevada.
Nossos olhos podem “captar" estas ondas e a distinção
que fazemos das cores se deve à capacidade que temos de
diferenciar as frequências de uma certa faixa dessas ondas, a
faixa que podemos ver e que corresponde, portanto, ao espectro
visível.
Quando um corpo emite luz em que temos diversas
frequências misturadas, este corpo nos aparece com sendo
branco. Uma lâmpada comum emite luz branca porque ao ser
aquecido, seu filamento produz comprimentos de onda de uma
faixa muito larga (figura 1).
Veja então que a natureza física da luz é a mesma das
ondas de rádio comuns, das ondas de TV ou FM. Como estas
ondas, a luz se propaga no vácuo a uma velocidade de
aproximadamente 300 000 quilômetros por segundo.
Colocando todos os tipos de ondas eletromagnéticas
conhecidas num gráfico obtemos um espectro: o espectro
eletromagnético. Na parte inferior deste espectro, em que temos
os maiores comprimentos de onda e, portanto, as menores
frequências temos as ondas de rádio comuns. Acima temos as
micro-ondas e logo depois, os raios infravermelhos.
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a) Luz monocromática:
Os lasers são construídos de tal modo que ocorrem saltos
bem definidos dos elétrons no momento de entregar sua energia,
o que significa que somente uma frequência de luz é produzida.
Temos então a emissão de luz de uma única cor, numa
faixa bem estreita do espectro e com toda a energia disponível se
concentrando nela (figura 9). Em lugar do transmissor de ruído,
que espalha toda sua energia numa ampla faixa, temos o
transmissor "bem sintonizado" concentrando sua energia numa
única frequência.
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b) Diretividade:
Esta é uma outra característica importante da luz emitida
pelo Laser.
Enquanto uma luz comum emite luz em todas as direções,
e mesmo usando equipamento óptico bem elaborado não
podemos obter feixes muito estreitos, o laser permite conseguir
feixes extremamente direcionais. Um feixe de luz com uma
abertura de 1mm na saída do laser abre pouco mais do que
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c) Concentração de energia:
Uma lâmpada comum distribui sua energia por uma ampla
faixa de frequências, conforme vimos. Se tomarmos uma
pequena amostra do espectro desta lâmpada, correspondente a
uma largura de faixa muito estreita, a quantidade de energia
conseguida nesta faixa será muito pequena.
Se esta energia for usada numa transmissão de
mensagens, sua eficiência será muito pequena.
Como o laser concentra toda a energia praticamente numa
única frequência, seu rendimento nesta frequência é
tremendamente maior. (figura 14)
A quantidade de energia obtida por uma fonte de luz pode
ser dada em termos de sua temperatura.
Calcula-se que para se obter, numa faixa de frequências
correspondente à do laser, a mesma quantidade de energia, seria
preciso aquecer um corpo a uma temperatura superior a 1 bilhão
de graus!
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 1
d) Fase:
Temos finalmente a possibilidade de obter com laser, luz
em fase. A produção da luz sob condições de uma câmara
ressonante, em que se obtém uma onda estacionária, faz com
que a emissão de um laser ocorra em fase, o que não acontece
com uma fonte comum, mesmo que monocromática, como uma
lâmpada neon ou um LED, em que a radiação de mesmo
comprimento de onda aparece desordenada em fase. (figura 15)
O primeiro Laser foi construído em 1960 e operado por
cientistas da Hughes Aircraft Company. Seu coração era um
bastão de rubi (Al3O2) com características especiais de
montagem (figura 16).
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Aplicações
O LASER pode ser aplicado numa variedade enorme de
dispositivos, conforme citamos no início do artigo.
Nas comunicações, o LASER admite a possibilidade de
transmissão simultânea de milhares de canais de TV ou milhões
de canais telefônicos por um único feixe. Este feixe pode ser
enviado de um local a outro diretamente pelo espaço, ou então,
em locais em que a neblina ou poluição possam dificultar sua
propagação, através de fibra óptica.
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Os Raios Ultravioleta
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Fontes de Ultravioleta
Além do Sol, existem diversas fontes de raios ultravioleta,
algumas das quais ao nosso alcance.
Uma delas é a lâmpada fluorescente de raios ultravioleta
que é formada por um. tubo cheio de gás que se ioniza quando
uma corrente elétrica o atravessa. (fig. 9)
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Usos do Ultravioleta
Além das propriedades bactericidas, a luz ultravioleta pode
também ser usada para apagar memórias (EPROMs) de
computadores, na análise de alimentos, minérios, tecidos, papéis,
dinheiro aplicações estas que analisaremos no nosso artigo de
capa.
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