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MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) aluno(a), seja muito bem vindo(a) à disciplina de Manutenção Industrial.
É com grande satisfação que apresento a você o meu livro. Sou o professor Alessandro
Trombeta e preparei este material especialmente a você, aluno(a), com muita pesquisa,
empenho e dedicação.
O meu objetivo com este material é apresentar conhecimento relevante para você que
está em um curso de graduação e que necessita de informações para a construção de
sua própria formação profissional e intelectual.
Este livro está dividido em cinco unidades e, em cada uma delas, os assuntos foram
subdivididos em tópicos. A disciplina de Manutenção Industrial é super importante para
a formação básica de qualquer engenheiro de produção. Assim, há bastante conteúdo
a ser discutido e, com certeza, precisará de mais profundidade e muito mais pesquisa,
caso você necessite utilizar os conceitos em sua vida profissional, acadêmica, científica
ou até mesmo pessoal.
Na Unidade I, apresento a você uma breve introdução a respeito da Manutenção Indus-
trial, com seus principais conceitos, como se deu a sua evolução, as principais terminolo-
gias e tipos de manutenção que podem ser aplicadas em um processo industrial.
Já na Unidade II, estudaremos o fator humano e o seu impacto nas atividades de manu-
tenção industrial.
Seguindo para a Unidade III, será abordado um tema de extrema importância em qual-
quer organização: o Planejamento e Controle da Manutenção. Este assunto é funda-
mental para a definição das rotinas de manutenção preventiva, alocação de recursos
(mão de obra e materiais), cadastro e classificação de equipamentos.
Dentro da Unidade IV, os conteúdos a serem apresentados são relacionados ao conceito
de Manutenção Centrada em Confiabilidade e o objetivo é aprender uma metodologia
a ser aplicada nos equipamentos mais complexos e, ao mesmo tempo, com maior criti-
cidade, objetivando eliminar as falhas.
Por fim, a Unidade V tratará, especificamente, de temas modernos relacionados à ges-
tão da manutenção, conceituando-os e mostrando como sua aplicação pode contribuir
para a melhoria dos resultados da manutenção.
Espero que aproveite muito este material e o conteúdo, o qual está sendo disponibiliza-
do a você com o intuito de despertar o seu interesse em adquirir novos conhecimentos.
Ainda, há muita informação a ser lapidada a respeito dessa área, por isso, não se acomo-
de em apenas uma única informação ou ponto de vista.
Explore mais conhecimentos e ótimos estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
16 Introdução à Manutenção
20 Terminologias da Manutenção
35 Considerações Finais
40 Referências
41 Gabarito
UNIDADE II
45 Introdução
46 As Pessoas e a Manutenção
61 Considerações Finais
67 Referências
68 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
71 Introdução
85 A Ordem de Serviço
112 Referências
113 Gabarito
UNIDADE IV
117 Introdução
147 Referências
148 Gabarito
UNIDADE V
151 Introdução
153 5S na Manutenção
185 Referências
186 Gabarito
187 Conclusão
Professor Me. Alessandro Trombeta
INTRODUÇÃO À
I
UNIDADE
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Conceituar e contextualizar a manutenção industrial.
■ Compreender as estratégias de manutenção.
■ Estabelecer a importância socioeconômica da manutenção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Introdução à Manutenção
■ Terminologias da Manutenção
■ Tipos e Estratégias de Manutenção
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO
Introdução à Manutenção
18 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
passando, em seguida, pela incorporação de ações administrativas, cujo foco é pla-
nejar e controlar as tarefas a serem realizadas e o custo da manutenção, chegando
a um terceiro momento, no qual a manutenção passa a se preocupar, também,
com a gestão, o que faz todo o sentido quando analisamos a terceira geração.
Outro ponto importante abordado na norma europeia diz respeito ao ciclo
de vida de um bem, que nos introduz a quarta geração da manutenção, que teve
início a partir de 2010. A quarta geração chega em um cenário de competitivi-
dade global, no qual a manutenção está, literalmente, cada vez mais perdendo o
seu significado. Quando falamos em manutenção, estamos nos referindo a um
sistema de gestão, ou seja, uma nova organização da forma de entendimento da
necessidade de sinergia entre todos os departamentos envolvidos nos processos
produtivos. Assim, podemos dizer que o termo “Manutenção”, aos poucos, será
substituído por “Gestão de Ativos”, pois esta nova visão não é de responsabili-
dade apenas do Departamento de Manutenção, mas de toda a empresa, e o que
se espera é resultado. Esta nova geração tem como foco maximizar a eficácia de
um ativo, minimizar as falhas, reduzir perdas e maximizar ganhos. Para isso, de
acordo com Mortelari et al. (2011), novos desafios devem fazer parte do dia a dia
da manutenção, como: Gestão de Risco, Confiabilidade Humana e Acuracidade
na Medição e Demonstração dos Resultados. A Figura 1 mostra um compara-
tivo entre as gerações da manutenção.
Quarta Geração
Introdução à Manutenção
20 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TERMINOLOGIAS DA MANUTENÇÃO
Terminologias da Manutenção
22 UNIDADE I
PREVENTIVA CORRETIVA
BASEADA NA
CONDIÇÃO SISTEMÁTICA
CONTÍNUA,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PROGRAMADA PROGRAMADA IMEDIATA ADIADA
E A PEDIDO
MANUTENÇÃO CORRETIVA
Casos em que a manutenção corretiva pode ser aplicada como uma estratégia
de manutenção, sem perdas para o processo: em equipamentos de baixo cus-
to operacional, em equipamentos que possuem back up, em equipamentos
de baixa criticidade e em equipamentos de fácil e rápida manutenção.
Fonte: Pereira (2009).
Manutenção Preventiva
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A manutenção preventiva, de acordo com a norma EN13306 (2010), é caracteri-
zada por ações efetuadas a intervalos de tempo pré-determinados, ou de acordo
com outros critérios prescritos, como quantidade produzida e quilômetros roda-
dos, por exemplo, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação
do funcionamento de um item.
A norma EN13306 (2010) divide a manutenção preventiva em dois tipos,
com abordagens distintas: manutenção preventiva sistemática e manutenção
preventiva baseada na condição.
A manutenção preventiva sistemática ocorre a intervalos pré-estabelecidos
de tempo, ou segundo um número definido de unidades de utilização, ou até
mesmo outro fator relacionado ao desgaste do equipamento. A sua principal
característica consiste na ausência de controle prévio do estado do equipamento
ou componente a ser substituído, por exemplo, o manual de um equipamento
possui uma tarefa de manutenção preventiva sistemática descrita como a subs-
tituição de um determinado rolamento a cada 8.000 horas de utilização. Assim,
a cada intervalo de 8.000 horas, o item é substituído, sem uma análise prévia
do seu estado de conservação e de sua condição operacional, simplesmente, é
trocado por um novo. Aqui, não existe a máxima “roda mais um pouquinho!”.
A manutenção preventiva sistemática é muito vantajosa quando se conhece
a durabilidade de um componente, ou seja, o seu TMPF - Tempo Médio para
Falha, caso contrário, estaremos substituindo um componente antes da hora, ou
seja, um componente será substituído ainda em condições de uso, contribuindo
para o aumento do custo da manutenção.
Manutenção Preditiva
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ A utilização deste tipo de manutenção deve ser justificada pelo equipa-
mento, sistema ou instalação em função dos custos envolvidos.
■ As falhas devem ser provenientes de causas que possam ser monitoradas
e cuja progressão possa ser acompanhada.
■ Seja estabelecido um programa de acompanhamento, análise e diagnós-
tico sistematizado.
A manutenção preditiva pode ser classificada em três fases distintas, de acordo
com Mirshawka (1991):
1. A detecção do defeito que se desenvolve.
2. O estabelecimento de um diagnóstico.
3. A análise da tendência.
O Estabelecimento de um diagnóstico
A Análise da tendência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Falha
Falha
Potencial
Falha
A B C Funcional
D
Tempo
Figura 3 - Intervalo P-F
Fonte: adaptado de Gulati e Smith (2009).
Na figura, a zona A indica o início de uma falha, que pode ser por uma redu-
ção da lubrificação, uma falha humana, defeito no material ou qualquer outra
razão. Na zona B, temos uma evolução da falha ao longo do tempo. A partir do
ponto “Falha Potencial”, a equipe de manutenção precisa identificar os efeitos
que estão sendo gerados pela falha e, com isso, programar a solução para o pro-
blema, antes do término da zona C. Caso a falha não seja identificada, no final
da zona C, temos a ocorrência da Falha Funcional, que é quando o equipamento
tem a sua operação interrompida e não exerce mais a sua função requerida. A
zona D é caracterizada pelo equipamento fora de operação.
Para Gulati e Smith (2009), a melhor estratégia para procurar e encontrar
um defeito ou condição anormal, na zona B, é a utilização de tarefas baseadas
na condição, como a manutenção preditiva.
As principais vantagens da aplicação da manutenção preditiva são:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Evita a ocorrência de falhas, reduzindo a manutenção corretiva emergen-
cial, e evitando assim a interrupção da produção.
Possibilita um controle efetivo de peças sobressalentes, diminuindo os cus-
tos com estoques elevados.
Permite que a produção e a manutenção tenham conhecimento do estado
real dos equipamentos, a qualquer instante, permitindo a tomada de decisões
no momento certo.
Permite que as intervenções, independente do porte, sejam programadas.
Cria um histórico da planta, dos equipamentos e componentes.
Possibilita a tomada de decisão com base em dados e fatos concretos, e não
mais no famoso “achômetro”.
Aumenta o OEE (Eficiência Global do Equipamento).
Os principais tipos de manutenção preditiva são: análise de vibração, ter-
mografia, ultrassom, raio X, boroscopia, líquidos penetrantes e análise de óleo.
Análise de Vibração
Termografia
Ultrassom
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
técnica de ultrassom.
Figura 6 - Medição de espessura por ultrassom
Fonte: Utmaax ([2018, on-line])1.
Raio X
Boroscopia
Líquidos Penetrantes
Análise de Óleo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Kardec e Nascif (2009, p. 293).
MANUTENÇÃO AUTÔNOMA
ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO
Resultados
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ENGENHARIA
CORRETIVA PREVENTIVA PREDITIVA DE
Disponibilidade, Confiabilidade
MANUTENÇÃO
Segurança, Meio Ambiente
Custos
Tipo de Manutenção
EVOLUÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
36
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Rerência On-Line
1
Em: <http://www.utmaax.com.br/imagens/informacoes/ultrassom-convencional-
-industrial-01.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2018.
41
GABARITO
1. Alternativa E
2. Alternativa B
3. Alternativa D
4. D, C, A, B
5. O intervalo P-F consiste no tempo decorrido entre a detecção de uma falha po-
tencial (P) e a ocorrência de uma falha funcional (F). Este intervalo é importante
para que a manutenção possa se programar e corrigir a falha potencial, evitan-
do-se assim a falha funcional com a possível parada do equipamento e até do
processo.
Professor Me. Alessandro Trombeta
O FATOR HUMANO NA
II
UNIDADE
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender como as pessoas interagem na manutenção.
■ Entender os papéis e responsabilidades das pessoas na manutenção.
■ Compreender as causas de insucesso na manutenção.
■ Aprender a aumentar a produtividade da manutenção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ As Pessoas e a Manutenção
■ O Fator Humano na Manutenção
■ Papéis e Responsabilidades na Manutenção
■ Insucesso e Perdas de Produtividade na Manutenção
45
INTRODUÇÃO
Introdução
46 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AS PESSOAS E A MANUTENÇÃO
PESSOAS DA MANUTENÇÃO
As pessoas da manutenção, de acordo com Pinto (2013), podem ter como prove-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De um modo geral, Pinto (2013, p. 201) afirma que o responsável pelo departa-
mento de manutenção deverá possuir as seguintes qualidades:
■ Ter formação técnica e pessoal adequada às atividades de liderança e de
gestão.
As Pessoas e a Manutenção
48 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e o avanço tecnológico. A insatisfação no trabalho depende de fatores associados
às necessidades básicas e que se encontram, geralmente, no ambiente de traba-
lho. Esses fatores incluem a política da empresa, a supervisão, as condições de
trabalho, a remuneração e as relações de trabalho.’
Stevenson (2002) afirma que não se deve racionalizar o trabalho para se
aumentar a eficiência das equipes, e sim enriquecê-lo de modo a produzir uma
motivação real.
LIDERANÇA NA MANUTENÇÃO
que o líder deve possuir um perfil mais adequado às pessoas que lidera, sem
deixar de lado a cultura da empresa. O líder de manutenção precisa ser flexível,
sabendo se reportar à alta direção de uma organização e ao mesmo tempo à fun-
ção mais simples, mas não menos importante, da organização. E, além destes, o
líder de manutenção também se depara com líderes de outros departamentos,
uma vez que todas as áreas de uma empresa demandam manutenção, ele pre-
cisa saber lidar muito bem com essa situação, buscando atender a todos os seus
clientes internos, evitando conflitos e fazendo negociações.
Armstrong (2011, p. 25) ressalta a necessidade de se fazer uma distinção
entre gestão e liderança:
■ A preocupação da gestão é alcançar resultados a partir da obtenção,
destinação, aplicação e controle de todos os recursos necessários (pes-
soas, dinheiro, infraestrutura, instalações, equipamentos, informações
e conhecimentos).
■ A liderança já tem seu objetivo nas pessoas. É um processo de desenvol-
vimento e comunicação de uma visão de futuro, que envolve e motiva as
pessoas.
As Pessoas e a Manutenção
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O FATOR HUMANO NA MANUTENÇÃO
CRIATIVIDADE NA MANUTENÇÃO
Ser criativo é essencial nos dias atuais, principalmente para as equipes de manu-
tenção, que precisam acompanhar a velocidade dos eventos sociais, políticos,
econômicos e culturais, não podendo deixar de lado o foco no futuro e o avanço
acelerado da tecnologia.
É preciso estimular a capacidade criativa das equipes, pois só assim é possível
gerar processos de mudança nas organizações, no comportamento dos profissio-
nais, além de facilitar uma consequente quebra de paradigmas. Vale lembrar que:
■ O homem de manutenção do passado se sentia realizado quando reali-
zava um bom reparo.
■ O homem de manutenção do presente se sente realizado quando evita a
ocorrência de falhas.
■ O homem de manutenção do futuro se sentirá bem ao conseguir extrair
do equipamento/planta a sua melhor performance (KARDEC E NASCIF,
2009).
COMUNICAÇÃO NA MANUTENÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AVANÇO DA TECNOLOGIA NA MANUTENÇÃO
O nosso mundo se torna mais tecnológico a cada dia que passa. Zen (2004) res-
salta que é necessário que o profissional da manutenção tenha habilidades para
entender o significado das mudanças tecnológicas, uma vez que este tem impacto
direto em diversas áreas, como finanças, marketing, recursos humanos, produ-
ção e é claro, na manutenção.
É incrível a velocidade com que a tecnologia evolui. Já estamos vivenciando
a era dos carros elétricos e autônomos, da impressora 3D, da evolução da inte-
ligência artificial. O mundo encontra-se em constante evolução tecnológica.
Passamos por várias revoluções, quebras de paradigmas e novos conceitos. A
primeira revolução industrial foi marcada pela invenção da máquina a vapor, já a
segunda pela utilização de motores a combustão, energia elétrica e o foco na produ-
ção, com o modelo de produção da Ford. A terceira revolução veio com o advento
do desenvolvimento da eletrônica, com a utilização de controladores lógicos pro-
gramáveis (CLP) no chão de fábrica e sistemas de auxílio à produção, como PIMS
(Plant Information Management System) e MES (Manufacturing Execution System).
Atualmente, se ouve com certa frequência o termo Indústria 4.0, símbolo da
quarta revolução industrial. E o que a Indústria 4.0 traz de novo? Simples, muita
tecnologia aplicada aos processos industriais. A internet, que já faz parte do nosso
dia a dia, passa a fazer parte do chão de fábrica, chegando aos processos, rece-
bendo sinal de sensores instalados nos equipamentos e auxiliando os gestores
na tomada de decisão em tempo real. A manutenção passa ser direcionada pela
baixa pressão detectada por um determinado sensor, não mais pela manutenção
corretiva oriunda da falha no equipamento por baixa pressão de óleo, com a con-
sequente parada total de toda planta. A inteligência artificial passa a fazer parte do
dia a dia dos processos, dando mais fluidez ao trabalho, tornando algumas tarefas
automatizadas, gerindo melhor o tempo e melhorando os processos de produção.
O profissional da manutenção precisa conviver com mudanças mais velozes,
mas, sobretudo, deve estar preparado para lidar com elas de forma mais consis-
tente e assertiva.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RESILIÊNCIA NA MANUTENÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PAPÉIS E RESPONSABILIDADES NA MANUTENÇÃO
GERENTE DE MANUTENÇÃO
■ Delegar tarefas.
■ Possuir papel preponderante no processo.
■ Direcionar de forma produtiva os recursos humanos e materiais.
SUPERVISOR DE MANUTENÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PLANEJADOR DE MANUTENÇÃO
PROGRAMADOR DE MANUTENÇÃO
MANUTENTOR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INSUCESSO E PERDA DE PRODUTIVIDADE NA
MANUTENÇÃO
Quando nos deparamos com a palavra produtividade logo vem à nossa mente
o processo produtivo, relacionando a produção com os fatores produtivos uti-
lizados. Da mesma forma, podemos relacionar os resultados da manutenção
com os fatores humanos associados, uma vez que a manutenção depende, em
muito, das pessoas.
É muito comum nas organizações a subutilização de recursos humanos, por
diversos motivos, como mostra a Figura 1.
100%
1
90%
2
80% 10 3
4
70%
5
60% 1 Falta de Formação
6
2 Falta de Coordenação
50% 7
3 Deslocamentos Inúteis
4 Falta de Planejamento
40%
5 Falta de Preparação
30% 11
8 6 Deslocamentos Úteis
7 Relatórios de Intervenção
20%
8 Realização da Intervenção
10% 9 Preparação da Intervenção
9 10 NVA
0%
Síntese Causas de 11 VA
VA/NVA VA/NVA
Figura 1 - Desperdício de Tempo na Manutenção
Fonte: adaptado de Cuignet (2006).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Qual o percentual de valor agregado estamos tendo em nossos processos
de manutenção? Paramos para pensar isso no nosso dia a dia?
Este índice é diretamente afetado pelo fator humano, e as causas principais para
a baixa produtividade da nossa manutenção, de acordo com Pereira (2009), são:
Duplicidade de atribuições.
1. Plano preventivo inadequado ou malfeito.
2. Tempo insuficiente para a execução das tarefas.
3. Longo tempo de espera de componentes.
4. Equipe sem ferramental adequado.
5. Descrição incorreta de uma determinada tarefa.
6. Mau uso a disponibilidade do equipamento para a execução da manu-
tenção preventiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
62
Com esse breve resumo, quis demonstrar que o mundo evoluiu muito nestas três últi-
mas décadas. O novo Engenheiro de Manutenção do século XXI precisa estar em sinto-
nia com este desenvolvimento e entendimento nesta nova era, seguida de conhecimen-
tos básicos em CLP e Comandos Numéricos. Evidentemente ele não precisará ser um
expert, mas deverá saber lidar com técnicos e fabricantes de forma a organizar ambas
as ideias e prover sistemas preventivos ou corretivos capazes de evitar a deterioração
precoce destes equipamentos especiais. Em síntese, grande parte de sua capacitação se
dará de duas formas pela receptividade ao conhecimento recebido em treinamento e
pela vivência nos ambientes onde ele atuará, seja na área de manutenção dos ativos ou
das utilidades industriais, comerciais, hospitalares etc.
Novamente, indico como fundamental a participação ativa ao lado dos mantenedores,
acompanhando consertos ou mesmo auxiliando-os administrativamente (procurando
itens em catálogos, telefonando para alguma empresa ou até mesmo fazendo tradu-
ções de documentação técnica). Isto o tornará, sem dúvida, um engenheiro cada vez
mais qualificado. Toda a troca de informação é útil para que a formação acadêmica se
fortaleça. A “vivência prática” é uma fonte interminável de conhecimento.
Lembre:
“O conhecimento é uma riqueza que não se esgota. É um valor agregado que diferencia o
indivíduo na sua trajetória profissional.”
Ditado popular
Fonte: Pereira (2009).
67
REFERÊNCIAS
1. Alternativa E
2. Alternativa C
3. Alternativa B
4. Alternativa D
5. Alternativa C
Professor Me. Alessandro Trombeta
PLANEJAMENTO E CONTROLE
III
UNIDADE
DA MANUTENÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender os fundamentos de Planejamento e Controle da
Manutenção.
■ Aprender a codificar plantas, equipamentos e seus componentes.
■ Conhecer o conceito de criticidade e aplicá-lo na classificação dos
equipamentos.
■ Saber priorizar os serviços corretivos do dia a dia, definindo uma
sistemática de atendimento.
■ Compreender os passos para a elaboração de um plano de
manutenção preventiva.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Introdução ao Planejamento e Controle da Manutenção
■ Tagueamento, codificação e cadastros
■ Criticidades e Prioridades na manutenção
■ A Ordem de Serviço
■ Plano mestre de manutenção preventiva
■ Contratação de mão de obra na manutenção
71
INTRODUÇÃO
Introdução
72 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA
MANUTENÇÃO
Nos últimos anos, temos observado profundas mudanças nas organizações, com
aumento de produtividade e inserção de novas tecnologias, bem como novos
modelos de gestão.
Na Manutenção não tem sido muito diferente, uma vez que a função manu-
tenção destaca-se como um dos alicerces de qualquer indústria de transformação,
visto a sua importância na garantia da disponibilidade e confiabilidade dos equi-
pamentos. Os principais motivos para justificar a manutenção são:
■ Aumento da confiabilidade dos equipamentos, com consequente redu-
ção no número de paradas não programadas.
■ Melhora da qualidade, uma vez que máquinas e equipamentos não con-
formes podem gerar erros, baixo desempenho e problemas de qualidade
no produto.
■ Redução de custos, pois quando bem cuidados, os equipamentos funcio-
nam com maior eficiência e, além disso, o custo da manutenção corretiva
em equipamentos críticos é muito maior que o da preventiva.
■ Aumento da vida útil, com cuidados básicos, como limpeza e lubrificação.
O PCM é definido por Branco Filho (2008) como sendo um conjunto de ações
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TAGUEAMENTO, CODIFICAÇÃO E CADASTROS
Viana (2002) afirma que a palavra inglesa Tag pode ser considerada como o RG
do equipamento e tem como significado “etiqueta de identificação”. É impor-
tante para a manutenção, e também para a produção, que todos os equipamentos
possuam etiquetas de Tag para mapear os processos, facilitar a identificação de
equipamentos e agilizar o planejamento e a programação da manutenção. Dessa
forma, as informações podem ser estratificadas mais facilmente.
Apesar de parecer algo relativamente simples, um bom tagueamento do pro-
cesso é capaz de indicar com clareza onde o manutentor esteve e o que ele fez ao
prestar um serviço de manutenção. Além disso, o tagueamento e a codificação
criam uma relação entre o cliente, o equipamento, o material e a especialidade
de mão de obra, possibilitando a gestão saber onde e como foi despendido tudo
o que foi utilizado. Dessa forma, é preciso codificar:
■ Fábricas.
■ Seções.
■ Equipamentos.
■ Componentes.
■ Centros de custo.
■ Mão de obra.
Os códigos, segundo Branco Filho (2008), devem ser montados de acordo com
a estrutura e também seguindo uma determinada regra, do ponto de vista de
colocação sequencial de códigos. A Figura 2 mostra um exemplo de codifica-
ção de equipamento.
0 1 C A T Q 0 1
Neste exemplo, a leitura deve ser feita da seguinte forma: Tanque 01, instalado
no prédio da Caldeira, na unidade 01.
É essencial entender os níveis relacionados ao tagueamento e codificação
dentro de uma organização. Dentro de uma fábrica, podemos ter vários siste-
mas, que são constituídos por um conjunto de equipamentos, conforme mostra
a Figura 3.
Agrupamento
Fábrica
de Sistemas
Agrupamento
Sistema 1 Sistema 2
de Equipamentos
Unidade complexa,
composta por conjuntos, Equipam. Equipam. Equipam.
componentes e peças A A C
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3 - Níveis de tagueamento
Fonte: adaptado de Branco Filho (2008).
Partes ou pedaços de
Peça 1 Peça 2 Peça 1
um todo. Não divisível.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 6 - Exemplo de cadastro de um equipamento
Fonte: Astrein ([2018, on-line])¹.
Aqui, vale ressaltar que nem todos os equipamentos de uma fábrica têm a mesma
criticidade. Alguns podem avariar sem verdadeiramente afetar a produção, a
segurança ou o ambiente, como será o caso dos equipamentos repetidos ou dos
equipamentos utilizados ocasionalmente. Em contrapartida, há equipamentos
que têm imperativamente que estar em bom estado de funcionamento. A sua
não disponibilidade pode acarretar a perda de vendas, atrasos nas entregas aos
clientes, acidentes pessoais ou danos ambientais. Estes são os chamados equi-
pamentos críticos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
S CLASSES
MTTR
M 2h
Custo de Maior de Entre Menor que
Manutenção R$ 3000,00 R$ 3000,00 e R$ 1000,00
A B C R$ 1000,00
CLASSE DE CRITICIDADE
A B C
FATORES:
CRÍTICOS IMPORTANTES AUXILIARES
Necessidade de operar a A falta do equipamento afeta A falta do equipamento não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CARACTERÍS- plena capacidade, sempre diretamente o processo traz consequências
TICA DA que solicitado, por questões produtivo, podendo relevantes.
CLASSE de produção ou segurança. comprometer a qualidade ou
quantidade produzida.
ABORDAGEM Confiabilidade Máxima Disponibilidade Máxima Custo Mínimo
Execução de paralisações no Inexistência de intervenções Mínimo aporte de recursos da
menor tempo possível. não programadas ou de manutenção (pessoal, materiais
OBJETIVO emergência. e equipamentos) de modo a
Inexistência de intervenções direcionar os esforços para os
não programas ou emergência. itens de maior importância.
MEIO Os equipamentos devem atender aos requisitos da norma ISO 14000, quanto a geração e
AMBIENTE emissão de resíduos e metas internas da gerência quanto a geração de resíduos.
SEGURANÇA Os equipamentos devem conter meios de eliminação de riscos para atender aos requisitos da
Política de Segurança. As ordens de serviço de segurança deverão ser tratadas prioritariamente.
Os equipamentos devem garantir a Política de Qualidade dos produtos e processos da empresa
QUALIDADE (atendimento a clientes, atendimento a legislação, crescimento profissional dos colaboradores,
desenvolvimento de parceria com fornecedores e a melhoria contínua dos sistema de gestão da
qualidade).
O equipamento é relevante
CONFIABI- Devido ao impacto no Devido ao baixo impacto no
para o processo, porém a
LIDADE processo, o equipamento processo, a confiabilidade é
confiabilidade estará condicion-
exige confiabilidade importante, porém o fator
ada a um custo adequado de
máxima. mais relevante será o custo.
monitoramento.
PRIORIDADES DE ATENDIMENTO
Uma boa solução que pode ser adotada, neste caso, é a utilização do Sistema
GUT, que consiste em uma sistemática para priorização de tarefas. Trata-se de
uma montagem matricial que combina três parâmetros de extrema importân-
cia para a manutenção: gravidade, urgência e tendência.
A primeira etapa da utilização do GUT é definir a gravidade do serviço a
ser executado. Para isso, o quadro 3 mostra os pesos que podem ser associados,
conforme critérios de avaliação.
PESO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE DO SERVIÇO
Se o serviço não for realizado o processo será interrompido drastica-
5
mente e/ou ocorrerá comprometimento da segurança.
3 Quando a produção não for interrompida, porém será reduzida.
O equipamento está envolvido no processo produtivo, mas tem pouca
1
influênciada na produção do setor.
Quadro 3 - Critérios de Avaliação da Gravidade do Serviço
Fonte: adaptado de Amaral (2012).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
E por último, e não menos importante, é preciso levar em consideração a tendên-
cia, ou seja, qual a consequência da não solução do problema para o processo.
Os critérios e pesos são mostrados no quadro 5.
PESO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DA TENDÊNCIA DO SERVIÇO NÃO RESOLVIDO
A não solução do problema trará consequências graves para o proces-
5
so atual ou seguinte em curto prazo.
A não solução do problema trará maiores consequências para o pro-
3
cesso seguinte a médio ou longo prazo.
A não solução do problema não mudará com o tempo, o esquipamen-
1
to está em condições estavél.
Quadro 5 - Critério de Avaliação da Tendência do Serviço não resolvido
Fonte: adaptado de Amaral (2012).
b. G = 5, U = 3, T = 5 → GUT = (5 + 3) X 5 = 50
c. G = 3, U = 5, T = 3 → GUT = (3 + 5) X 3 = 50
Por que não criar uma gestão da rotina para as tarefas do PCM, contem-
plando o que deve ser feito diariamente, semanalmente, quinzenalmente e
mensalmente?
A ORDEM DE SERVIÇO
A Ordem de Serviço
86 UNIDADE III
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■ É parte obrigatória de uma OS programada a indicação de quem irá exe-
cutar o trabalho. A OS também deverá informar o tempo provável de
execução da tarefa.
■ Com a indicação de quando será feita a tarefa, estamos fazendo com que
exista uma programação prévia. Isto é particularmente importante quando
existem trabalhos que afetam muitas áreas, ou que exigem cuidados espe-
ciais com mobilização de muitos recursos.
■ É importante, na OS corretiva, a identificação da causa da falha que oca-
sionou o problema, como: desalinhamento, queima, curto circuito, fadiga,
vazamento, corrosão, aquecimento ou vibração. Também, é importante,
além da descrição da ocorrência, informar a “intervenção”, por exemplo,
alinhado, substituído, desbloqueado, instalado, soldado, reposto, fixado
ou ajustado.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
HISTÓRICO DA ORDEM:
Matrícula: Data: Hora Início: Hora Término:
____________ __/__/____ ___:___ ___:___
____________ __/__/____ ___:___ ___:___
____________ __/__/____ ___:___ ___:___
____________ __/__/____ ___:___ ___:___
____________ __/__/____ ___:___ ___:___
PEÇAS UTILIZADAS
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
TROCA DE EQUIPAMENTOS
TAG Equip. Saiu: _______________ TAG Equip. Entrou: _______________
REGISTRO DE PARADA
( ) Parada de Equipamento ( ) Parada Parcial Planta ( ) Parada Total Planta
_____________________ ______________________
Ass. Liberação Área Ass. Conclusão Serviço
A Ordem de Serviço
88 UNIDADE III
OS Não
executada? Programação OS
Avaria identificada
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Sim
Fim
Sim
Execução da OS Geração da OS do Execução da OS 2
plano
Fim
Início
Programação da OS
Rota Não
executada? 1
Criação da rota
de inspeção
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Execução da OS
Sim
Geração da OS Encerramento da
da rota OS da rota
OS Não
Programação da executada?
1 Folha Não
rota identificada? Fim
Sim
Execução da rota
Abertura de OS Execução da OS
Fim
Quantos serviços poderiam ter sido evitados caso as ordens de serviço cor-
retivas passassem por uma avaliação criteriosa sobre a real necessidade do
serviço e também sobre o que poderia ter sido feito para evitá-las?
A Ordem de Serviço
90 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PLANO MESTRE DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Contramedidas a
Descrição Modo de falha Efeito Causa
implementar
Ocorrência
Severidade
Detecção
NPR
Ocorrência
Severidade
Detecção
NPR
A Figura 12 mostra a aplicação da FMEA a uma bomba centrífuga, com o objetivo de identificar os seus modos de falha,
causas e efeitos e, dessa forma, definir as tarefas de manutenção preventiva.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Funções Modos de falha Efeitos Severidade Causas Ocorrência Controles Detecção Ações recomendadas
Quais são as O que pode dar errado com Qual é o impacto Gravidade Quais são as causas dos Freqüência dos modos Como podem ser detectados Chance de RPN
O que pode ser feito?
entradas as entradas no cliente? do efeito modos de falha? de falha (modos/causas) detecção
4 Desgaste por tempo 1 Inspeção visual 4 16 Inspeção visual
4 Projeto 1 Nenhum 5 20 -
Desgaste do rotor Perda de rendimento 4 Cavitação 1 Inspeção audiva e visual 4 16 Análise de vibração
4 Corpo estranho 1 Nenhum 5 20 -
4 Falha de montagem 1 Nenhum 5 20 -
4 Falha de lubrificação 4 Análise de vibração 2 32 Lubrificação
4 Vibração 4 Análise de vibração 2 32 Análise de vibração
Quebra do rolamento Parada
4 Desalinhamento 4 Análise de vibração 2 32 Prevenva
4 Falha de montagem 4 Nenhum 5 80 -
4 Falha de montagem 4 Inspeção visual 5 80 Prevenva
4 Falha operacional 4 Nenhum 5 80 Inspeção visual
4 Falha de aperto 4 Nenhum 5 80 -
Perda de rendimento,
Vazamento 4 Junta danificada 4 Inspeção visual 4 64 -
contaminação e sujeira
4 Falha de montagem 4 Nenhum 5 80 -
4 Falha de gaxeta 4 Inspeção visual 3 48 -
4 Desgaste do retentor 4 Inspeção visual 4 64 -
4 Vibração 1 Análise de vibração 2 8 Análise de vibração
4 Falha de montagem 1 Nenhum 5 20 Inspeção visual
Quebra da carcaça Parada
4 Desalinhamento 1 Análise de vibração 2 8 -
4 Tubulação irregular 1 Nenhum 5 20 -
4 Desalinhamento 3 Análise de vibração 2 24 Análise de vibração
Bomba 4 Viibração 3 Análise de vibração 2 24 Análise de vibração
4 Desgaste por tempo 3 Nenhum 5 60 Lubrificação
Quebra do selo mecânico Parada
4 Projeto 3 Nenhum 5 60 -
4 Falha de refrigeração 3 Nenhum 5 60 Inspeção visual
4 Falha de lubrificação 3 Nenhum 5 60 -
4 Sobrecarga 3 Nenhum 5 60 -
4 Projeto 3 Nenhum 5 60 -
4 Falha de lubrificação 3 Nenhum 5 60 Análise de vibração
Queima do motor Parada
4 Falha de operação 3 Nenhum 5 60 -
4 Subtensão (falta de fase) 3 Nenhum 5 60 -
4 Umidade 3 Nenhum 5 60 -
4 Desgaste por tempo 3 Inspeção visual 3 36 Análise de vibração
4 Desalinhamento 3 Análise de vibração 2 24 Inspeção visual
Quebra do acoplamento Parada
4 Projeto 3 Especificação da manutenção 3 36 Prevenva
4 Folga entre eixos 3 Nenhum 5 60 Especificação Manutenção
4 Desalinhamento 3 Análise de vibração 2 24 Análise de vibração
4 Má qualidade do material 3 Especificação da manutenção 2 24 Especificação Manutenção
4 Projeto 3 Nenhum 5 60 -
Quebra do eixo Parada 4 Vibração 3 Análise de vibração 2 24 Análise de vibração
4 Base danificada 3 Inspeção visual 1 12 Prevenva
4 Aquecimento 3 Nenhum 5 60 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção. A Figura 13 mostra um mapa de manutenção conhecido como 52C1, que
traz os equipamentos e as semanas nas quais ocorrerão as tarefas preventivas ao
longo das 52 semanas existentes no ano.
Total de Hh
Comprometidos
Figura 13 - Mapa de manutenção preventiva de 52 semanas (52C1)
Fonte: adaptado de Branco Filho (2008).
emprego por calendário semanal. É bom ressaltar que o mapa 52C1 considera
todos os equipamentos da planta.
Para facilitar o alinhamento entre produção e manutenção, é possível utilizar
uma variante, o mapa 52C2, que é considerado um complemento do mapa 52C1,
ou seja, é feito para cada equipamento abordado no mapa 52C1. Assim, fica visí-
vel para a produção o dia da semana exato no qual o equipamento passará por
uma intervenção preventiva, ou seja, é utilizado apenas para um equipamento
ou seção, após a criação do mapa 52C1. Recomendado para que a supervisão
de produção da área a ser atendida lembre-se de qual dia está liberado para a
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Ao implementar este tipo de plano, precisamos nos atentar para dois detalhes
importantes: o plano com hierarquia e o plano sem hierarquia.
No primeiro caso, o plano de manutenção aceita que as ordens de serviço de
periodicidade menor não sejam abertas quando uma maior é ativada, simples-
mente porque as atividades menores já estão inclusas nas tarefas maiores. Dessa
forma, neste tipo de modalidade, se houver uma tarefa mensal, a programação
semanal não será ativada, pois a tarefa já está inclusa na rotina mensal. Da mesma
forma, se houver uma tarefa trimestral a programação mensal, a quinzenal e a
semanal não serão ativadas, pois já estão contempladas na rotina trimestral.
A Figura 15 mostra um exemplo de plano com hierarquia contemplando
atividades mensais e semestrais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Equipamento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 10 21 22 23 24 25 ... 50 51 52
UNR-0001 M M M S M M M
UNR-0002 M M M S M M
UNR-0003 M M M S M M
UNR-0004 M M M S M M
Total de Hh
Comprometidos
Figura 15 - Plano de manutenção preventiva com hierarquia
Fonte: adaptado de Branco Filho (2008).
No segundo caso, o plano sem hierarquia irá buscar todas as atividades progra-
madas e as ordens de serviço serão abertas e disponibilizadas para execução.
Uma atividade anual, neste modelo, permitirá que as ordens de serviço inferiores
sejam ativadas e impressas. Assim, o software irá abrir todas as ordens mensais,
bimestrais, trimestrais e semestrais, por exemplo, como mostra a Figura 16.
UNREF 03 T T T T
UNREF 03 M M M M M M M M
UNREF 04 A A
UNREF 04 S S
UNREF 04 T T T
UNREF 04 M M M M M M M
Total de Hh
Comprometidos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Substituir o óleo lubrificante (S).
■ Anualmente (4 eletromecânicos - 4 horas de serviço: 16 Hh):
Conferir a regulagem do termostato de controle de temperatura (M).
Verificar e testar a operação das válvulas solenóides (M).
Verificar a fixação e o alinhamento da polia do motor (S).
Substituir o óleo lubrificante (S).
Substituir os rolamentos (A).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 L4 L8 22 40
5 L1 L5 L9 23 41
6 L2 L6 L10 24 42
7 L3 L7 L11 25 43
8 L4 L8 L12 26 44
9 L1 L5 L9 27 45
10 L2 L6 L10 28 46
11 L3 L7 L11 29 47
12 L4 L8 L12 30 48
13 31 49
14 32 50
15 33 51
16 34 52
17 35 -
18 36 -
Figura 18 - Plano de manutenção preventiva
Fonte: adaptado de Branco Filho (2008).
Uma das tarefas do PCM é providenciar recursos para a execução das tarefas de
manutenção, sejam elas preventivas, corretivas, melhorias e até novas instalações.
De acordo com Kardec e Nascif (2009), existem 3 modalidades de contra-
tação de mão de obra para manutenção:
■ Contratação de mão de obra.
■ Contratação de serviço.
■ Contratação por resultados.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Baixa produtividade, com ônus para a contratante, não tendo a contra-
tada interesse em aumentar a produtividade em função do impacto direto
no seu faturamento.
■ Não há qualquer compromisso da contratada com os resultados.
■ Maior índice de acidentes.
■ Baixa qualidade dos serviços, exigindo um esforço da contratante na
fiscalização.
■ Menor comprometimento dos empregados por falta de identidade com
qualquer das duas empresas (contratante e contratada): o empregado não
veste a camisa de nenhuma das empresas.
■ Tendência ao descumprimento das obrigações trabalhistas como fonte
de renda.
■ Interferência constante da contratante na administração das atividades
da contatada.
■ Tendência ao descumprimento das obrigações assumidas nos acordos
coletivos.
■ Pagamento da mão de obra por homem hora ou homem dia.
■ A consequência de todos os itens acima é um impacto negativo na dis-
ponibilidade e na confiabilidade.
Além disso, Kardec e Carvalho (2002) abordam essa relação como sendo de
alto risco empresarial e trabalhista, não devendo ser praticada por empresas
que tenham uma visão de futuro moderna e que queiram sobreviver por longo
prazo no mercado. É uma relação de crescimento unilateral, de ganho imediato,
conhecida como política do perde-perde.
Os autores, entretanto alegam que esta forma de contratação tem objetivos intei-
ramente antagônicos e, por consequência, impede aquela relação estratégica para
garantir bons resultados empresariais, que é a parceria. A contratante busca maior
disponibilidade, que é conseguida apenas com redução na demanda de serviços. Por
outro lado, quanto maior a demanda de serviços maior será o faturamento da con-
tratada e, antagônica, caracterizando este tipo de contratação como perde-ganha.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em disponibilidade e custo menor, e a contratada ganha ao receber
uma remuneração maior em função das melhorias e reduções de custo
implementadas.
Neste ponto, você deve estar questionando: como conseguir maior disponibili-
dade com menor custo, já que trata-se de uma contradição?
Para responder a essa questão, utilizaremos um exemplo abordado por
Kardec e Nascif (2009). Para iniciar, o contrato leva em consideração dois indi-
cadores básicos, que podem ser:
■ Disponibilidade mínima dos equipamentos ou sistemas, estabelecida
contratualmente.
■ Teto de recursos contratados estabelecido de maneira coerente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
manutenção sejam mais assertivas e, consequentemente, os recursos, tanto huma-
nos quanto materiais e financeiros, sejam utilizados da melhor maneira possível.
Além disso, vimos que os dados são fundamentais para uma boa gestão e
a forma que a manutenção tem de coletar dados para transformá-los em infor-
mações e em gestão é por meio da ordem de serviço. A ordem de serviço deve
ser o centro das atenções de um departamento de Planejamento e Controle da
Manutenção.
Vimos, também, a importância da manutenção preventiva para evitar as
falhas de equipamentos e paradas de processos. Saber elaborar planos de manu-
tenção faz toda a diferença, por isso, aprendemos a gerar os mapas de 52 semanas
52C1 e 52C2. A manutenção precisa trabalhar de forma a garantir a disponibi-
lidade dos equipamentos para a operação e os mapas de planejamento semanal
contribuem para o alinhamento entre produção e manutenção, trazendo resul-
tados para a organização.
Pensando na evolução do conhecimento, na próxima unidade, trataremos
do conceito de Manutenção Centrada em Confiabilidade. Agora que sabemos
como elaborar um plano de manutenção, aprenderemos a analisar se estamos
fazendo a tarefa certa, no equipamento certo e na hora certa. Não basta garantir
a disponibilidade dos equipamentos, precisamos nos preocupar também com a
confiabilidade! Preparado? Vamos lá?
1. Planejar e controlar a manutenção deve ser uma rotina de toda empresa que
busca a excelência. Analise as assertivas a seguir em relação ao Planejamento
e Controle da Manutenção:
I. O PCM pode ser considerado um departamento opcional para empresas de
grande porte e de processos complexos, uma vez que essa complexidade
faz com que os trabalhos já ocorram de forma planejada.
II. A ausência do PCM faz com que as pessoas da manutenção se sintam “livres”.
III. O PCM é capaz de dizer como os equipamentos estão hoje e como poderão
estar dentro de algum tempo.
IV. O PCM existe para que os eventos ocorram dentro de parâmetros aceitáveis
e desejados, tanto em tempo, como em risco de incidentes, quanto no uso
de recursos e seu custo.
V. Cuidados simples, como limpeza e lubrificação, garantem a durabilidade da
máquina, reduzindo os pequenos problemas que podem causar desgaste
ou deterioração, evitando, assim, a necessidade de implementação de um
setor de PCM.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas:
a) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Somente a afirmativa IV está correta.
e) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
2. Em relação ao tagueamento de equipamentos, sugira um TAG para o equipa-
mento descrito a seguir:
“Bomba centrífuga número 1 instalada no setor de utilidades da fábrica número 2”.
108
3. Terceirizar a manutenção é uma decisão que pode trazer bons resultados para
uma organização, desde que seja feita seguindo critérios bem claros e defini-
dos. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) Na modalidade de contratação de serviço por mão de obra, a responsabili-
dade técnica pelo trabalho realizado é total da contratada.
( ) A terceirização da manutenção é vantajosa quando a contratada é especia-
lista no que faz ou quando é a fabricante do equipamento.
( ) Em geral, na contratação por serviço a mão de obra é de melhor qualificação.
( ) A contratação por resultado é do tipo ganha-ganha, na qual a contratan-
te ganha em disponibilidade e custo menor, e a contratada ganha ao receber
uma remuneração maior em função das melhorias e reduções de custo imple-
mentadas.
( ) Na modalidade de contratação por serviço, a responsabilidade técnica pelo
trabalho realizado é total da contratante.
A sequência correta para a resposta da questão é:
a) V, F, V, F e F.
b) F, V, V, V e F.
c) V, V, V, V e F.
d) F, V, F, V e F.
e) V, F, F, V e V.
4. José Ramos (matrícula 443567) recebeu da área de programação da manuten-
ção da ordem de serviço a seguir:
Então, José foi para campo realizar o serviço. Chegou até o setor e comunicou
o encarregado, solicitando a assinatura da ordem de serviço para liberação.
José, então, seguiu os procedimentos preliminares de segurança, bloqueando
e preparando o equipamento para o início das atividades. Era dia 15 de setem-
bro de 2017. José iniciou a desmontagem do equipamento às 8h42min, fez
a substituição de um rolamento 6208 C3 e o alinhamento do equipamento,
concluindo o serviço às 11h50min. Faça o preenchimento da ordem de serviço
com as informações descritas no texto.
109
5. Uma pequena empresa possui, em uma de suas áreas, três máquinas de extre-
ma importância, que representam 65% da produção e do faturamento da em-
presa. O fabricante recomenda que a manutenção cumpra as seguintes tarefas:
Mensalmente (2 eletromecânicos - 4 horas de serviço: 8 Hh):
Inspecionar vazamentos em tubulações e conexões (M).
Verificar e testar a operação das válvulas de controle de fluxo (M).
Se as máquinas falassem...
Não é possível, você vem mexer comigo de novo! Agora é assim: toda semana você me
abre, me desmonta, me sangra. Será que não percebe como isso me faz sofrer? Sinto
até um arrepio no eixo quando o vejo chegar perto com essa caixa de ferramentas. Em
outros tempos eu achava que você era meu médico, até gostava quando cuidava de
mim. Só que ultimamente, você mais parece um monstro, um sádico com essa mania de
me virar do avesso, me desmontando nas suas preventivas. Você passou dos limites da
última vez, quando rebobinou meu motor. Se eu fosse velha, vá lá. Mas sou tão jovem
e já estou com o motor rebobinado desse jeito! Abre-me para prevenir que eu tenha
falha e me degradê. Nem espera que os sintomas apareçam. Mas, se você pensa que isso
adianta alguma coisa, está muito enganado.
Será que você esqueceu de que fui projetada para produzir 10 toneladas por dia? Agora,
só porque os chineses estão comprando tudo o que faço, me obrigam a dar 13 tonela-
das de produtos por causa das modificações do projeto inicial que fizeram em mim. E
você, em vez de me defender, age como se isso não tivesse nenhuma conseqüência!
Estou aqui me arrebentando para fazer o que a sua diretoria quer, e não adianta ficar tro-
cando minhas peças toda hora. Não resolve trocar meus sensores quando eles começam
a piscar de modo diferente, nem substituir meus rolamentos ou rebobinar meu motor
(que humilhação!) antes da hora. Estou chacoalhando inteira! O problema, meu caro, é
outro. Minha degradação está se acelerando rapidamente, você está mexendo na minha
vida, e desse jeito só vou durar a metade do tempo para o qual foi projetada. Se as coisas
continuarem assim, por mais que você cuide de mim (ou ache que cuida) começarei a
falhar. Eu vou quebrar, você vai me consertar, vou quebrar de novo, você vai me conser-
tar novamente... vai ser um quebra/conserta eterno. Você chama isso de manutenção
corretiva? Até que um dia acharão que eu não sirvo para mais nada, vão me aposentar e
me mandar para o ferro velho.
Como participante ativa do processo desta fábrica não posso me calar! Com que crité-
rios a liderança da manutenção define o plano de manutenção preventiva para mim?
Isso porque esses planos, muitas vezes, parecem um tanto exagerados. E o que é mais
incrível: criados para manter a minha confiabilidade intrínseca, acabam muitas vezes
contribuindo para a minha desconfiabilização ao longo do tempo. Todos da produção
já estão falando que eu não sou confiável! Sei também de amigas que produzem duas
ou três vezes mais do que eu e evidentemente tem mais componentes, mais instrumen-
tação e mais controles, mas não demanda necessariamente mais manutenção como
fazem. Você nunca ouviu falar do conceito de manutenção centrada em confiabilida-
de? Fique você sabendo que está me condenando à morte precoce. Será que não tem
nenhum remorso?
Fonte: Azevedo (2007).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
112
REFERÊNCIAS
Referência On-Line
¹ Em: <http://www.astrein.com.br/>. Acesso em: 29 ago. 2018.
113
GABARITO
1. Alternativa C
2. Possível resposta: FAB2-UTL-BOM-001
3. Alternativa B
4. Preencher de acordo com o modelo de ordem de serviço apresentado
5. Possível resposta:
PLANO MESTRE
DE MANUTENÇÃO
PREVENTIVA
Semanas do Ano
Equipamento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Máquina A A M M M M
Máquina B M M A M M
Máquina C M M M M
Total de Hh Com-
16 8 8 8 8 8 8 16 8 8 8 8 8 8
prometidos
PLANO MESTRE
DE MANUTENÇÃO
PREVENTIVA
Equipamento 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Máquina A M S M M
Máquina B M M M
Máquina C A M M M
Total de Hh Com-
16 8 8 8 12 8 8 8 8 8 8
prometidos
PLANO MESTRE
DE MANUTENÇÃO
PREVENTIVA
Semanas do Ano
Equipamento 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52
Máquina A M M M
Máquina B S M M M
Máquina C M M M S
Total de Hh Com-
12 8 8 8 8 8 8 8 8 8 12
prometidos
Professor Me. Alessandro Trombeta
MANUTENÇÃO CENTRADA
IV
UNIDADE
EM CONFIABILIDADE
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender o conceito de confiabilidade.
■ Calcular os indicadores relacionados à confiabilidade e manutenção.
■ Implementar análises de modo e efeito de falhas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Conceito de Manutenção Centrada em Confiabilidade
■ Termos e definições em Manutenção Centrada em Confiabilidade
■ Análises de Modos e Efeitos de Falha (FMEA)
■ Análises de Causas Raízes de Falhas
■ Indicadores de Desempenho de Confiabilidade
117
INTRODUÇÃO
Introdução
118 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO DE MANUTENÇÃO CENTRADA EM
CONFIABILIDADE
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Ao longo das últimas décadas, a metodologia RCM tem sido aplicada nos mais
diversos segmentos de mercado e das mais variadas formas, sempre apresen-
tando resultados benéficos a quem a utiliza.
A Manutenção Centrada em Confiabilidade, de acordo com Moubray
(1992), tem se consolidado como um processo usado para determinar as neces-
sidades de manutenção de qualquer ativo físico no seu contexto operacional,
assegurando que um ativo físico continue a fazer o que seus usuários querem
que ele faça.
A base da RCM consiste no conceito de que a manutenção deve estar
atrelada ao contexto operacional do ativo e, por tratar-se de um processo,
pode ser dividido em sete etapas, comumente conhecidas como as sete ques-
tões básicas da RCM, segundo Moubray (1997, apud Fogliatto e Ribeiro,
2009, p. 218):
1. Quais são as funções e padrões de desempenho do item no seu contexto
operacional atual?
2. De que forma ele falha em cumprir suas funções?
3. O que causa cada falha funcional?
4. O que acontece quando ocorre cada falha?
5. De que forma cada falha tem importância?
6. O que pode ser feito para prevenir cada falha?
7. O que deve ser feito se não for encontrada uma tarefa preventiva?
FUNÇÕES
Função pode ser definida como aquilo que o usuário deseja que o item ou sistema
faça dentro de um padrão de desempenho especificado. Dentro do conceito de
Manutenção Centrada em Confiabilidade, é de fundamental importância que as
definições das funções sejam estabelecidas para posterior identificação das ati-
vidades de manutenção recomendadas para cada sistema.
Como regra geral, é importante identificar as funções em sua ordem de
importância, observando os seguintes aspectos:
■ Segurança pessoal.
■ Meio ambiente.
■ Operação da instalação.
■ Economia do processo.
■ Instrumentação e controle.
FALHAS
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Centrada em Confiabilidade, um novo conceito de falha passa a valer: a falha
passa a ser definida como a cessação da função requerida de um item ou incapa-
cidade de satisfazer a um padrão de desempenho previsto. Dessa forma, Kardec
e Nascif (2009) complementam afirmando que a falha pode também ser repre-
sentada pela redução da produção, pela operação em regime instável e até pela
queda de qualidade do produto.
Para se alcançar os objetivos da Manutenção Centrada em Confiabilidade,
Siqueira (2009) define dois tipos de falhas:
■ TIPO 1 - Falha Potencial: definida como uma condição identificável e
mensurável que indica uma falha funcional em processo de ocorrência.
■ TIPO 2 - Falha Funcional: definida pela incapacidade de um item desem-
penhar uma função específica dentro de limites desejados de desempenho.
As falhas funcionais podem ser classificadas em:
■ Falha Evidente: detectada pela equipe de operação durante o trabalho
normal.
■ Falha Oculta: não pode ser detectada pela equipe de operação durante o
trabalho normal.
■ Falha Múltipla: combinação de uma falha oculta mais uma segunda falha,
ou evento, que a torne evidente.
Um modo de falha é definido como qualquer evento que cause uma falha funcio-
nal, ou seja, é a maneira com que um item pode falhar em atender aos requisitos
do projeto.
A identificação dos modos de falha consiste em um dos passos mais impor-
tantes no desenvolvimento de um programa de Manutenção Centrada em
Confiabilidade, possibilitando verificar as suas consequências e planejar ações
para prevenir a falha. Alguns dos modos de falha típicos que podem gerar falha
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CAUSA DA FALHA
A causa da falha pode ser entendida como uma deficiência no projeto, cuja
consequência é o modo de falha. Pode ser associada a: defeito do material, defi-
ciências durante os processos de fabricação, defeitos de instalação e montagem,
condições de serviço não previstas ou fora de projeto, erro de montagem, erro
de operação e até mesmo erro de manutenção.
Essa é uma das etapas mais importantes do estudo, na qual se busca identi-
ficar a raiz do problema.
EFEITOS DA FALHA
O efeito de uma falha é definido como sendo a ocorrência gerada por um modo de
falha, ou seja, o que ocorre em um determinado processo quando um modo de falha
é detectado. O efeito da falha é percebido diretamente pelo cliente, por exemplo,
para o modo de falha de queima de uma lâmpada, o efeito da falha é a escuridão.
SEVERIDADE
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O conceito de severidade é utilizado para quantificar a gravidade de uma falha poten-
cial, analisando a consequência da falha e seu impacto no sistema. A severidade
aplica-se exclusivamente ao efeito, ou seja, sempre dizemos “severidade do efeito”.
O Quadro 1 apresenta um modelo de critérios para determinação da severidade.
Severidade do Efeito Escala
Comprometimento da segurança da operação ou
Muito Alta 10
infração a regulamentos governamentais.
Insatisfação total do cliente, sem comprometimento
Alta 8
da segurança ou infração.
Insatisfação devido à queda de desempenho ou mal
Moderada 6
funcionamento.
Leve insatisfação por leve deterioração ou queda no
Baixa 4
desempenho.
Falha que afeta minimamente o desempenho do
Mínima 2
sistema.
Quadro 1 - Sugestão de escala para avaliação dos efeitos dos modos de falha
Fonte: adaptado de Fogliatto e Ribeiro (2009).
OCORRÊNCIA
Ocorrência
Taxa de falha. Escala
de falha
Muito Alta Falhas quase inevitáveis. 10
Alta Falhas ocorrem com frequência. 8
Moderada Falhas ocasionais. 6
Baixa Falhas raramente ocorrem. 4
Mínima Falhas muito improváveis. 2
Quadro 2 - Sugestão de escala para avaliação da ocorrência da causa de falha
Fonte: adaptado de Fogliatto e Ribeiro (2009).
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DETECÇÃO
GRAU DE RISCO
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ANÁLISE DE MODOS E EFEITOS DE FALHA (FMEA)
Severidade
Ocorrência
Ocorrência
Detecção
Detecção
Contramedidas a
Descrição Modo de falha Efeito Causa
implementar
NPR
NPR
Funções Modos de falha Efeitos Severidade Causas Ocorrência Controles Detecção Ações recomendadas
Quais são as O que pode dar errado com Qual é o impacto Gravidade Quais são as causas dos Freqüência dos modos Como podem ser detectados Chance de RPN
O que pode ser feito?
entradas as entradas no cliente? do efeito modos de falha? de falha (modos/causas) detecção
4 Desgaste por tempo 1 Inspeção visual 4 16 Inspeção visual
4 Projeto 1 Nenhum 5 20 -
Desgaste do rotor Perda de rendimento 4 Cavitação 1 Inspeção audiva e visual 4 16 Análise de vibração
4 Corpo estranho 1 Nenhum 5 20 -
4 Falha de montagem 1 Nenhum 5 20 -
UNIDADE
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129
SEQUÊNCIA DE IMPLEMENTAÇÃO
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Com base no controle existente, ou até na falta de controle, e na causa de cada
modo de falha, define-se a melhor estratégia de manutenção a ser aplicada
para mitigar o risco, ou seja, a possibilidade da ocorrência da falha.
Manutenção
Corretiva
Figura 2 - Seleção dos tipos de manutenção
Fonte: adaptado de Kardec e Nascif (2009).
A Análise das Causas Raízes de Falha (Root Cause Failure Analysis - RCFA), de
acordo com Kardec e Nascif (2009), consiste em um método ordenado cujo obje-
tivo é a busca das causas de problemas e a determinação de soluções para evitar
a sua reincidência. O Quadro 5 mostra os principais passos a serem seguidos
em um processo de Análise das Causas Raízes de Falha.
Sequência Passo Responsável
1 Análise de Modo e Efeito de Falha Operação/Manutenção
2 Preservação da informação da falha Manutenção
3 Organização do grupo de análise Gerência Manutenção
4 Análise
4 Relato das descobertas
Grupo de Análise
4 Recomendações
4 Acompanhamento de resultados
Quadro 5 - Passo a passo para um processo de Análise de Causa Raiz
Fonte: Adaptado de Kardec e Nascif (2009).
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As respostas obtidas para os porquês serão a base de análise para a implemen-
tação de melhorias e soluções para os problemas encontrados. Kardec e Nascif
(2009) trazem um exemplo de aplicação, mostrado no quadro 6.
PERGUNTA RESPOSTA
No caso exemplificado, hipotético, houve uma falha mecânica que teve sua ori-
gem em um superaquecimento. O fato de o flushing não estar aberto pode nos
remeter a uma ação para eliminação da válvula de flushing e/ou instalação de um
dispositivo automático, como uma válvula de controle, para evitar a ocorrência.
■ A produção.
■ A qualidade do produto.
■ O meio ambiente.
■ A segurança pessoal e da planta.
■ Os custos.
■ Identificação das causas raízes.
■ Recomendações para prevenir nova ocorrência.
■ Acompanhamento das ações recomendadas.
Pereira (2009) reitera a importância da utilização da metodologia 5W2H no
plano de ação, para que este seja consistente e a causa da falha seja eliminada:
■ WHAT (o quê?): define as tarefas a serem executadas.
■ WHEN (quando?): define o prazo para a conclusão das tarefas.
■ WHO (quem?): define a pessoa responsável pela tarefa.
■ WHERE (onde?): define o local onde a tarefa será executada.
■ WHY (por quê?): define a razão da execução da tarefa.
■ HOW (como?): define a forma como a tarefa vai ser executada (é impor-
tante uma descrição clara e objetiva).
■ HOW MUCH (quanto custará?): define os recursos financeiros necessá-
rios para a execução da tarefa.
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INDICADORES DE DESEMPENHO DE
CONFIABILIDADE
Quando pensamos em indicadores, logo nos deparamos com o seu conceito intui-
tivo, na velha máxima: “quem não mede não gerencia!”. Na maioria das vezes,
porém nos esquecemos de outros fatores importantes, como:
■ Medir o quê?
■ Medir para quê?
■ Comparar a medida com o quê?
■ Qual o objetivo do indicador no contexto?
TAXA DE FALHAS
A taxa de falhas, representada pela letra grega λ, é definida por Kardec e Nascif
(2009) como sendo o número de falhas por unidade de tempo. É calculada con-
forme equações abaixo:
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Tempo
Figura 3 - Curva da Banheira
Fonte: adaptado de Kardec e Nascif (2009).
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conforme mostrado na Figura 4.
O Tempo Médio entre Falhas, segundo Branco Filho (2006), consiste na média
aritmética dos tempos existentes entre o fim de uma falha e o início de outra
falha (a próxima falha) em equipamentos reparáveis.
■ Finalidade: determina a média dos tempos de funcionamento de cada
item reparável ou equipamento reparável entre uma falha e outra.
■ Período de Apuração: período em que exista uma amostragem aceitável
(mínimo duas falhas).
TEMPO TOTAL
TEMPO DISPONÍVEL TEMPO EM MANUT.
TEMPO DE FUNC. TEMPO DE NÃO FUNC. EM REPARO
T1 t1 T2 t2 T3 t3 T4 t4
O Tempo Médio para Reparo, segundo Branco Filho (2006), consiste na média
aritmética dos tempos de reparo de um sistema, de um equipamento ou de
um item.
■ Finalidade: determina a média dos tempos que a equipe leva para repor
a máquina em condições de operar desde a falha até o reparo ser dado
como concluído e a máquina ser aceita como em condições de operar.
■ Período de Apuração: Período onde exista uma amostragem aceitável
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(mínimo duas falhas).
TEMPO TOTAL
TEMPO DISPONÍVEL TEMPO EM MANUT.
TEMPO DE FUNC. TEMPO DE NÃO FUNC. EM REPARO
T1 t1 T2 t2 T3 t3 T4 t4
DISPONIBILIDADE INERENTE
DISPONIBILIDADE OPERACIONAL
MANUTENIBILIDADE
Este indicador é definido por Kardec e Nascif (2009) como sendo a característica
de um equipamento ou instalação permitir um maior ou menor grau de facili-
dade na execução dos serviços de manutenção.
Monchy (1989, p.159) apresenta a seguinte definição probabilística para
manutenibilidade: “é a probabilidade de restabelecer a um sistema suas condições
de funcionamento específicas, em limites de tempo desejados, quando a manu-
tenção é conseguida nas condições e com procedimentos e meios prescritos”.
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Pode ser calculada pela equação:
Em que:
M(t): função manutenibilidade, que representa a probabilidade de que o
reparo comece no tempo t = 0 e esteja concluído, satisfatoriamente, no tempo t.
e: base dos logaritmos neperianos (e = 2,718).
μ: taxa de reparos ou número de reparos efetuados em relação ao total
de horas de reparo do equipamento.
t: tempo previsto de reparo.
Backlog
Viana (2002) define o backlog como sendo o tempo que uma equipe de manu-
tenção deve trabalhar para concluir todos os serviços pendentes, com toda a sua
força de trabalho, considerando que não será adicionado nenhum outro serviço
durante a execução de todos os serviços pendentes já solicitados. O backlog
consiste na relação entre a demanda de serviços e a capacidade da equipe de
manutenção em atendê-los e pode ser calculado pela equação 5.
Lembrando que o backlog é medido em semanas, sendo uma boa prática man-
ter um backlog máximo de 2 semanas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
142
CENTRIFUGAS
FIC
1 2 3 4
FT
ÁGUA pHIC
LI DORNA I LI
VOLANTE CUBA pHT CUBA CUBA
ÁCIDO 1 2 3
LT LT
1. Alternativa c
2. Alternativa b
3. Alternativa c
4. Alternativa c
5. a) 0,00056 falha/hora; b) 1.785,6 horas; c) 0,00672 falha/hora; d) 148,8 horas; e)
2,8 horas.
Professor Me. Alessandro Trombeta
V
FERRAMENTAS E
UNIDADE
FILOSOFIAS APLICADAS À
MANUTENÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender as filosofias associadas à manutenção.
■ Aplicar ferramentas de gestão na manutenção.
■ Quebrar paradigmas relacionados à gestão da manutenção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Gestão Estratégica na Manutenção
■ 5S na Manutenção
■ TPM na Manutenção
■ Qualidade na Manutenção
■ OEE (Overall Equipment Effectiveness)
■ Gestão de Ativos
151
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), chegamos à nossa última unidade de estudo. Aqui, você já pos-
sui muitos conceitos formados a respeito da manutenção. Para complementar o
nosso estudo, abordaremos, nesta unidade, alguns temas relevantes e que con-
tribuem para melhorar a entrega de resultados por parte da manutenção. Como
você pode ter visto, a manutenção não pode ser considerada como um setor a
mais na organização, mas sim um setor estratégico e de extrema importância
para garantir a continuidade das operações, a confiabilidade e disponibilidade
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Introdução
152 UNIDADE V
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GESTÃO ESTRATÉGICA NA MANUTENÇÃO
5S NA MANUTENÇÃO
O 5S é entendido por Kardec e Nascif (2009) como a base para que qualquer
processo seja realizado com qualidade. Sem uma cultura 5S, dificilmente tere-
mos ambientes propícios à realização de trabalhos com segurança e eficiência.
Cuignet (2006) complementa dizendo que um processo de manutenção não pode
ser verdadeiramente eficaz se os seus executantes trabalham em um ambiente
desordenado e sujo ou com ferramentas em mau estado.
A origem do nome 5S está no fato das 5 palavras, tanto em japonês quanto
inglês, iniciarem com a letra S, como mostra o Quadro 1. Consiste em uma fer-
ramenta de origem japonesa e de grande potencial para desenvolver pessoas a
pensarem no bem comum.
JAPONÊS INGLÊS PORTUGUÊS
SEIRI SORTING ORGANIZAÇÃO
SEITON SYSTEMATIZATION ORDEM
SEISO SWEEPING LIMPEZA
SEIKETSU SANITIZING ASSEIO
SHITSUKE SELF DISCIPLINE DISCIPLINA
Quadro 1 - Programa 5S
Fonte: adaptado de Kardec e Nascif (2009).
5S na Manutenção
154 UNIDADE V
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■ Melhoria do ambiente de trabalho.
■ Melhoria do moral dos empregados.
■ Incentivo à criatividade.
■ Modificação da cultura.
■ Melhoria da disciplina.
■ Desenvolvimento do senso de equipe.
■ Maior participação em todos os níveis.
Como já visto, os 5S são cinco palavras que, em japonês, começam pelo som “S”
e, segundo Pinto (2013, p. 95), são definidos como:
1. Seiri (sentido de organização) – separação entre itens úteis e inúteis,
identificando coisas desnecessárias nos postos de trabalho.
Pinto (2013) ressalta que a aplicação do 5S requer tempo, disciplina e muita per-
sistência. Sua aplicação, contudo irá gerar envolvimento das pessoas em função
das melhorias que irão perceber no seu ambiente de trabalho, principalmente
em relação à redução do tempo procurando coisas, ferramentas e peças nos seus
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TPM NA MANUTENÇÃO
Por muito tempo predominou nas empresas a manutenção corretiva, com muitos
desperdícios, perda de tempo, retrabalhos e baixa eficiência, o que refletia direta-
mente nos custos industriais. A competitividade exigiu das empresas uma análise
de seus processos e a manutenção passou a dar ênfase nos sistemas preventivos.
Segundo Pereira (2009), a manutenção preventiva teve sua origem nos Estados
Unidos e foi introduzida no Japão, em 1950. Até então, predominava o conceito
corretivo nas indústrias japonesas. Toa Nenryo Kogyo foi a primeira empresa
japonesa a adotar tarefas preventivas na manutenção, em 1951, obtendo bons
resultados. Em 1960, a Confiabilidade passa a ter uma maior importância para
o ganho de eficiência das organizações, tornando-se ponto chave para a melho-
ria dos processos de manutenção. Na década de 70, surge a metodologia TPM
- Total Productive Maintenance, também conhecida como MPT - Manutenção
Produtiva Total, com o objetivo de levar os conceitos de confiabilidade e pre-
venção na área produtiva, aumentando a sua eficiência.
TPM na Manutenção
156 UNIDADE V
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De acordo com Pereira (2009), a Nippon Denso Co., pertencente ao grupo Toyota,
foi a primeira empresa a introduzir a metodologia TPM no seu processo indus-
trial, no Japão, em 1971, foi reconhecida e premiada pelo JIPE (Japan Institute
of Plant Engineers) pela “Excelência em Manutenção”. Mais tarde, o prêmio foi
concedido pela JIPM (Japan Institute Plan of Maintenance).
Segurança, saúde e
Administrativas
Manutenção da
meio ambiente
Treinamento
Manutenção
Manutenção
Educação e
Específicas
Autônoma
Qualidade
Planejada
Melhorias
Controle
Inicial
Áreas
O TPM é sustentado por 8 pilares que, segundo Nakazato (1999), são essenciais
para combater as seis grandes perdas e obter o sucesso esperado de um pro-
grama TPM.
TPM na Manutenção
158 UNIDADE V
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reparos, lubrificação e inspeções, mantendo o processo de acordo com padrões
estabelecidos e antecipando-se aos problemas potenciais. Pereira (2009) traz a
relação a seguir como as principais atividades do manutentor autônomo:
■ Operação correta de máquinas e equipamentos.
■ Aplicação do 5S no dia a dia da manutenção.
■ Registro diário das ocorrências e ações.
■ Inspeção autônoma.
■ Monitoração com base nos sentidos humanos: visão, audição, olfato e tato.
■ Lubrificação.
■ Elaboração de padrões e procedimentos.
■ Execução de regulagens simples.
■ Execução de reparos simples.
■ Execução de testes simples.
■ Aplicação de manutenção preventiva simples.
■ Preparação simples (set up).
■ Participação em treinamentos e em grupos de trabalho.
■ Inspeção geral.
■ Inspeção autônoma.
■ Efetivação dos padrões provisórios.
■ Gestão da manutenção autônoma.
Limpeza e inspeção
Muitas pessoas não sabem, por isso Pereira (2009) ressalta que a limpeza também
é considerada como um método de manutenção, e o operador precisa entender
que não trata-se de uma simples tarefa. Ao fazer a limpeza, muitos problemas
podem ser detectados, como: vazamentos, pontos de aquecimento, peças sol-
tas e até trincas no equipamento. É importante identificar os pontos de limpeza.
Por que não orientar as equipes para que, após as limpezas, as pinturas se-
jam feitas dentro dos padrões e normas de projeto de máquinas e segurança
vigentes?
TPM na Manutenção
160 UNIDADE V
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Nesta etapa do processo, Pereira (2009) considera extremamente importante a
definição de padrões, mesmo que provisórios, para limpeza, inspeção e lubri-
ficação. Esse padrão provisório tem por objetivo registrar as informações para
posterior divulgação às equipes, possibilitando a criação de um ambiente que
propicie a ideia de um ambiente limpo, organizado e identificado. Incluem-se
nesta etapa as tarefas de inspeção e lubrificação, que contribuem para manter o
ambiente dentro das condições ideais de trabalho.
Inspeção geral
A inspeção geral tem por objetivo capacitar o operador para realizar a inspeção
autônoma. É realizada em conjunto com o manutentor, e com o objetivo de trei-
namento do operador. Pereira (2009) traz a seguinte relação de componentes e
subsistemas que o operador deve conhecer e problemas que deve saber identificar:
■ Parafusos soltos.
■ Correias soltas.
■ Ruídos anormais em sistemas girantes.
■ Aquecimento excessivo em sistemas térmicos ou elétricos.
■ Níveis de óleo.
■ Pontos de lubrificação de equipamentos.
■ Proteções ausentes ou soltas.
Inspeção autônoma
Nesta etapa, segundo Pereira (2009), o posto de trabalho deve estar organizado
da seguinte forma:
■ Possuir o descritivo das atividades registrado e divulgado, como folhas
de dados, check lists, painéis autônomos etc.
TPM na Manutenção
162 UNIDADE V
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Pilar Manutenção Planejada
Com a manutenção planejada, Pinto (2013) enfatiza que os esforços das pessoas
são gradualmente modificados de uma abordagem reativa para uma nova abor-
dagem, com características pró ativas.
Este pilar tem uma relação muito próxima com as atividades de Planejamento
e Controle da Manutenção, apresentadas na Unidade 3.
1. Quebras.
Perda por Paralisação. Disponibilidade.
2. Mudança de Linha.
3. Operação em Vazio e
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5. Defeitos de Produção.
Perda por Defeitos. Qualidade.
6. Queda de Rendimento.
Quadro 2 - As 6 Grandes Perdas (TPM)
Fonte: adaptado de Kardec e Nascif (2009).
Pinto (2013) faz uma relação interessante das influências das 6 grandes perdas,
associando a disponibilidade aos equipamentos, a performance às pessoas e a
qualidade aos processos.
O objetivo, segundo Kardec e Nascif (2009), é atingir a quebra zero, ou seja, a
máquina não pode parar durante o período em que foi programada para operar.
Vale ressaltar que isso não significa que a máquina nunca pode parar! A máquina
deverá ter paradas previstas para manutenção preventiva, conforme definido no
plano de manutenção, desenvolvido pelo Pilar Manutenção Planejada. Algumas
medidas importantes na busca pela quebra zero:
■ Estruturação das condições básicas para a operação (limpeza, asseio, lubri-
ficação e ordem mantida).
■ Obediência às condições de uso: operar os equipamentos dentro das con-
dições e limites estabelecidos.
■ Corrigir os pontos falhos decorrentes de projeto: corrigir eventuais defi-
ciências do projeto original e fazer previsão da vida média por meio de
técnicas de diagnóstico.
TPM na Manutenção
164 UNIDADE V
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Pilar Educação e Treinamento
Dentro da filosofia TPM, o operador é uma peça fundamental. Por este motivo,
possui algumas habilidades consideradas fundamentais, como: identificar e apri-
morar fontes de pequenos defeitos; entender que limpeza faz parte da inspeção
e que é fundamental para o bom funcionamento do equipamento; conseguir
diagnosticar falhas até certo ponto; conhecer a relação entre as características
de qualidade do produto e o equipamento; aprimorar os conhecimentos rela-
cionados a uma boa operação dos equipamentos.
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TPM na Manutenção
166 UNIDADE V
Este pilar tem por objetivo erradicar falhas no equipamento que estejam direta-
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mente relacionadas com a qualidade do produto. Baseia-se no conceito de que
os equipamentos em perfeitas condições mantêm a perfeita qualidade dos pro-
dutos processados. Pinto (2013) também aborda a implementação de sistemas
à prova de erro, também chamados de poka-yoke, capazes de inibir a produção
de defeitos.
O principal objetivo deste pilar é eliminar desperdício e perdas geradas pelo tra-
balho de escritório. É necessário que todas as atividades organizacionais sejam
eficientes. Os departamentos são tratados como fábricas de informações e, dessa
forma, busca-se melhorias no processamento das informações recebidas, de forma
que as informações fornecidas sejam ágeis e confiáveis. Pinto (2013) elenca algu-
mas perdas comumente ocorridas em escritórios:
■ Perdas de processamento.
■ Perdas (custo) em áreas de apoio, como compras, contabilidade e marketing.
■ Perdas por falhas de comunicação.
■ Perdas por paradas ou inatividades.
■ Perdas por falta de precisão/exatidão das informações.
■ Perdas por falhas nos equipamentos de escritório.
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QUALIDADE NA MANUTENÇÃO
Qualidade na Manutenção
168 UNIDADE V
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E o que podemos dizer sobre qualidade na manutenção?
Abordaremos esse assunto utilizando a ilustração mostrada na Figura 3.
Nível 1 - Quebra/
FUNCIONAMENTO BÁSICO Conserta
Tempo
Figura 3 - Evolução da Qualidade e da Manutenção
Fonte: o autor.
Qualidade na Manutenção
170 UNIDADE V
CICLO PDCA
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Ciclo PDCA.
O objetivo do PDCA é facilitar
o atingimento das metas e, segundo
Campos (2004), existem dois tipos de
metas: metas para manter e metas para
Figura 4 - Ciclo PDCA
melhorar.
Quando nosso objetivo é entregar um certo relatório de manutenção no
dia 5 de cada mês, estamos nos referindo a uma meta do tipo manter. Quando
o objetivo é reduzir o custo de manutenção em 5%, aumentar o Tempo Médio
entre Falhas em 10% ou a Disponibilidade em 0,5%, estamos nos referindo a
uma meta do tipo melhorar.
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Gráfico de Pareto
12 120%
10 100%
8 80%
6 60%
4 40%
2 20%
0 0%
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Falta de
Quebra de Corrente Falha no Queima de Quebra Curto Falha na
energia
acoplamento travada compressor fusível de correia circuito automação
elétrica
Nº de ocorrências
% Acumulado
Figura 5 - Gráfico de Pareto
Fonte: o autor.
Qualidade na Manutenção
172 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
OEE (OVERALL EQUIPMENT EFFECTIVENESS)
Paradas
Tempo de Operação Total Planejadas
A Tempo Disponível
Paradas não
B Tempo em Operação Planejadas
C Produção Programada
Pequenas
D Produção Real Paradas/Redução
de Produção OEE = B/A x D/C x F/E
E Produção Real
Produtos
F Produção Aprovada Reprovados
Figura 7 - Representação Gráfica do OEE
Fonte: o autor.
A produção mensal foi de 125.321 unidades, porém somente 122.456 foram apro-
vadas. Qual foi o OEE da planta no mês em questão?
A resposta será construída passo a passo, para facilitar o entendimento.
Primeiro, começaremos pelo índice de disponibilidade. Considerando o tempo
total, de 720 horas, precisamos descontar deste tempo as horas de parada: 32 +
18 + 10 + 5 = 65 horas. Assim, 720 - 65 = 655 horas de operação. O índice de
disponibilidade será 655/720 = 90,97%.
O próximo passo é calcular o índice de performance. Considerando que a
planta operou por 655 horas no mês em questão, subtraindo as paradas, a quan-
tidade de peças esperadas seria de 655 x 200 = 131.000 peças no mês. Fazendo a
relação entre as peças produzidas e as esperadas, temos o índice de performance
do processo: 125.321/131.000 = 95,67%.
Consideremos a qualidade. Dividindo-se as peças aprovadas pelas produzi-
das teremos o índice de qualidade: 122.456/125.321 = 97,71%.
Paradas
Tempo de Operação Total Planejadas
A Tempo Disponível = 720 horas
65
B Tempo em Operação = 665 horas horas
C Produção Programada = 131.000 peças
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5.679
D Produção Real = 125.321 peças peças OEE = B/A x D/C x F/E
E Produção Real = 125.321 peças OEE = 665/720 x 125.321/131.000 x 122.456/124.321
F Produção Aprovada = 2.865 OEE = 86,34%
122.456 peças peças
GESTÃO DE ATIVOS
Gestão de Ativos
176 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
expectativas falha. crescente. • Maior disponibilidade. • Maior disponibilidade.
em relação à • Maior vida útil do • Melhor relação custo • Melhor relação custo
manutenção equipamento. benefício. benefício.
• Preservação do meio • Preservação do meio
ambiente ambiente.
• Segurança.
• Influir nos resultados do
negócio.
• Gerenciar os ativos.
Visão quanto Todos os equipa- • Todos os equipa- • Existência de 6 pa- • Reduzir drasticamente
à falha do mentos se desgas- mentos se compor- drões de falhas. falhas prematuras.
equipamento tam com a idade e, tam de acordo com
por isso, falham. a curva da banheira
Mudança nas Habilidades volta- • Planejamento • Monitoramento da • Aumento da Manuten-
técnicas de das para o reparo. manual da manu- condição. ção Preditiva e Monitora-
manutenção tenção. • Manutenção Preditiva. mento da condição.
• Computadores • Análise de risco. • Minimização nas manu-
grandes e lentos. tenções preventivas e
• Computadores pe-
• Manutenção corretivas não planejadas.
quenos e rápidos.
preventiva por • Análise de falhas.
• Softwares potentes.
tempo. • Técnicas de confiabili-
• Grupos de trabalho
dade.
multidisciplinares.
• Manutenibilidade.
• Projetos voltados para
a confiabilidade. • Projetos voltados para
Confiabilidade, Manu-
• Contratação por mão
tenibilidade e Custo do
de obra e serviços.
Ciclo de Vida.
• Contratação por resul-
tados.
Quadro 4 - Evolução da Manutenção e Gestão de Ativos
Fonte: adaptado de Kardec e Nascif (2009).
Gestão de Ativos
178 UNIDADE V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
manutenção, que era de manter algo em funcionamento. Hoje, o homem de
manutenção busca evitar as falhas, mas para atender aos níveis de competitivi-
dade atuais e futuros, isso não é suficiente. Com a gestão de ativos, precisamos
nos preocupar com todo o ciclo de vida do equipamento. Assim, o homem de
manutenção do futuro terá como objetivo extrair do equipamento o seu melhor
desempenho em todas as fases do seu ciclo de vida.
Também, vimos que o 5S é a base para uma boa manutenção, contribuindo
para a organização e a disciplina dos manutentores. O 5S, em conjunto com o
TPM, permite que a manutenção seja estendida a outros níveis dentro da orga-
nização, possibilitando também a participação da operação no cuidado com os
equipamentos. A limpeza é o primeiro passo para uma boa manutenção. Um
equipamento sujo pode esconder muitos problemas e a organização é essen-
cial para que as atividades sejam desenvolvidas a contento e de forma eficiente.
Com a metodologia de cálculo OEE, vimos que é possível conhecer onde
estão ocorrendo as principais perdas no processo, possibilitando tomar ações
para aumentar a disponibilidade e a confiabilidade.
Finalizando o conteúdo, esperamos que tenham gostado e compreendido
sobre este conteúdo e convidamos você a se aprofundar um pouco mais no
assunto de manutenção industrial, um tema de grande importância para que as
nossas organizações se desenvolvam, atinjam suas metas com custos competiti-
vos e de forma sustentável Obrigado pela sua companhia!
Quantidade produzida
28.645 27.195 30.678 23.800
(unidades)
Complete a tabela com os dados referente ao mês e, com base nas informações
anteriores, sabendo que o OEE do mês foi de 75,00%, qual será a quantidade de
produtos aprovada na semana 4?
182
Implementando o TPM
Muitas organizações de sucesso geralmente seguem um plano de implementação que
inclui os seguintes 10 passos:
Gestão de Ativos
Allan Kardec, João Ricardo Lafraia, João Esmeraldo e Júlio Nascif
Editora: Qualitymark
Sinopse: Gestão de Ativos não é mais um tema que se restringe ao universo
de quem atua no financeiro. Também é pauta para RH, Marketing, Comercial.
Quatro experts nesse tema nos esclarecem de forma didática, mas muito
objetiva, de que forma a gestão de ativos pode ser correlacionada a temas
de grande importância em nosso dia a dia, como liderança, planejamento,
execução, qualidade, meio ambiente e saúde.
185
REFERÊNCIAS
1. Alternativa B
2. Alternativa A
3. A, D, C, B, E
4. 78,58%
5. 22536 peças. Com as horas paradas, calcular a disponibilidade em relação ao
mês (720 horas). Em seguida, calcular a performance, com a soma das quantida-
des produzidas em relação ao que poderia ser produzido (quantidade de horas
de operação x 200 peças/hora). Com o OEE é possível calcular o índice de qua-
lidade e, a partir do mesmo, calcular a quantidade total e a quantidade apenas
da semana 4.
187
CONCLUSÃO