A escolha do equipamento vai depender da finalidade e dos recursos
disponíveis. E não esqueça, quanto maior o investimento melhor a
qualidade da imagem. O que há disponível no mercado vai desde a tecnologia mais caseira à mais sofisticada. Na "caseira" estão as câmeras VHS (Video Home Sistem); com grau mais sofisticado, semi-profissional, há o sistema SVHS (SuperVHS); o sistema profissional mais utilizado é o Betacam. Antes de transmitir o programa, você tem que fazer o óbvio, prepará-lo, isto é chamado produção. A produção inclui um roteiro do programa, música, atores, se for o caso, locutores, local de trabalho,... Para fazer um programa de TV com uma qualidade razoável, você precisa dos seguintes equipamentos (abaixo você tem os valores aproximados no mercado): 1 câmera VHS - R$ 600,00 2 videocassetes - R$ 350,00 1 mesa de edição- R$ 2.300,00 2 monitores/TVs de 14 polegadas (NTSC-PalM) - R$ 350,00 (cada) 2 spots de iluminação (sun gun 1000 watts) - R$ 120,00 (cada) 1 transcoder (decodificador Pal M - NTSC) - R$ 250,00 1 microfone Le Son SM 58 -R$ 100,00 A segunda fase é a transmissão do programa. Para isso você necessita dos seguintes equipamentos (custo médio total, R$ 9.000,00): 1 transmissor VHF de 100 a 250 watts de potência 4 lances de cabos coaxiais RGC 213 (celular/baixas perdas), 25 metros cada 1 divisor coaxial 1:4 nos mesmos canais de transmissores. 4 antenas log para composição de sistema irradiante para quatro direções 24 conectores coaxiais tipo N (macho)
2) TELEVISÃO COMUNITÁRIA EM SINAL ABERTO
Não é lei ainda. Está tramitando no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 2.701/97 do deputado Fernando Ferro (PT-PE) que regulamenta as atividades da televisão comunitária. O Sistem de TV comunitário vai utilizar a faixa de operação de emissoras de televisão captadas normalmente. Isto é, não há necessidade do cidadão assinar TV para captá-la. Conheça os principais pontos do PL nº 2.701/97 que regulamenta a televisão comunitária: Art. 24. A outorga de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária fica sujeita a pagamento de taxa simbólica, para efeito de cadastramento, cujo valor e condições serão estabelecidos pelo Poder Concedente. Art. 25. O Poder Concedente baixará os atos complementares necessários à regulamentação do Serviço de Radiodifusão Comunitária, no prazo de cento e vinte dias, contados da publicação desta Lei.O prazo começou a contar a partir de 20/2/1998, quando a Lei foi publicada no D.O.U. Art. 26. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 27. Revogam-se as disposições em contrário.
OUTORGA: Concessão feita pelo Governo à fundações ou associações civis,
sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço, por três anos. POTÊNCIA: Máximo de 250 watts. A altura do sistema irradiante será limitada a um máximo de 30 metros. LEGISLAÇÃO: O Serviço de Televisão Comunitária obedecerá aos preceitos dos Artigos 1º, 3º, 5º, 21º, 220º, 221º, 222º e 223º da Constituição Brasileira. CONSELHO COMUNITÁRIO: O Serviço de Televisão Comunitária será autorizado à pessoa jurídica que preveja em seus estatutos a existência de um Conselho Comunitário, composto por, no mínimo, cinco entidades pertencentes a comunidade da área abrangida pela emissora. De caráter consultivo, este conselho fiscalizará a emissora no tocante ao seu caráter comunitário, à sua administração, e à sua programação. OBJETIVOS: Entre outros, dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade; oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil sempre que necessário; contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente; permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão e da cidadania. COMISSÕES DE ASSESSORAMENTO: O Governo criará Comissões Regionais de Assessoramento Técnico constituídas por 6 membros: 3 indicados pelo Poder Concedente e 3 indicados por entidades da radiodifusão comunitária. PROGRAMAÇÃO: As emissoras devem permitir o livre exercício do direito de manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação; não pode haver discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais, convicções político-ideológicas-partidárias e condição social. É vedado o proselitismo de qualquer natureza na programação das emissoras de televisão comunitária. DEMOCRACIA: Qualquer cidadão da comunidade beneficiada terá direito a emitir opiniões sobre quaisquer assuntos abordados na programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões, reclamações ou reivindicações, devendo observar apenas o momento adequado da programação para fazê-lo, através de pedido encaminhado à direção responsável pela TV comunitária. CANAIS: O Poder Público divulgará lista dos canais disponíveis para cada localidade, indicando pelo menos dois canais nas freqüências de VHF e dois canais nas freqüências de UHF. AUTORIZAÇÃO: As entidades interessadas deverão solicitar petição ao Poder Concedente, conforme o Plano Básico. A concessão será atribuída levando em consideração: a representatividade e grau de responsabilidade administrativa do Conselho Comunitário da entidade; o apoio de entidades associativas e comunitárias, considerando sua importância do ponto de vista social e comunitário, e o número de membros. FORMAÇÃO DE REDES: só poderá ocorrer em caso de situações de guerra, calamidade pública, epidemias; para as transmissões obrigatórias dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, definidas em Lei; quando decidido pela comunidade. PUBLICIDADE: As emissoras poderão comercializar os intervalos de sua programação para a publicidade de produtos e serviços, obedecendo ao limite de no máximo 10 % de sua programação. PROTEÇÃO: Cabe ao Poder Público atuar na proteção das emissoras de Televisão Comunitárias contra eventuais interferências causadas por outras emissoras ou quaisquer serviços de telecomunicações ou radiodifusão regularmente instaladas. Constatando-se interferências indesejáveis dos demais serviços regulares de radiodifusão sobre as emissoras de Televisão Comunitárias, o Poder Público atuará junto aos serviços regulares de radiodifusão para corrigir os problemas.
3) TELEVISÃO COMUNITÁRIA A CABO
Esta já tem lei regulamentando. Tem acesso a ela quem paga canal de TV a Cabo. A TV a Cabo é uma das três modalidades tecnológicas de TV por assinatura. As outras duas são por DTH (satélite digital) e por MMDS (microondas). A TV a Cabo é a única que tem hoje uma legislação completa, onde se incluiu um canal comunitário. Por isso que em algumas cidades existe TV por assinatura mas não é possível colocar o canal de TV comunitário. Ele foi previsto unicamente para TV a Cabo. Conforme a Lei, todas as empresas de TV a Cabo, na sua área de prestação de serviço, são obrigadas a reservar seis canais básicos de utilização gratuita: 1) canal comunitário aberto para utilização livre por entidades governamentais e sem fins lucrativos. 2) Senado. 3) Câmara Federal. 4) canal Legislativo municipal/estadual (para ser compartilhado entre as duas assembléias. 5) canal universitário. 6) canal educativo-cultural, para ser utilizado pelos órgãos do Governo que tratam de educação e cultura a nível municipal, estadual e federal. A legislação que trata da TV a Cabo é composta pela Lei nº 8.977, pelo regulamento de TV a Cabo, Decreto nº 2.206/97, e pela Norma Complementar de Serviço de TV a Cabo, Norma nº 13/96-Rev/97. O Artigo 23 da Lei 8.977 e o Artigo 59 do seu regulamento, esclarecem que a operadora deve ceder o canal gratuitamente, mas deixa para a entidade (ou entidades) que for utiliza-lo a obrigação de entregar o sinal no cabeçal da operadora Nas cidades onde existir mais de uma concessão de TV a Cabo, a entidade que estiver gerenciando o canal comunitário poderá inseri-lo na programação de todas as operadoras, pois não há vínculo de exclusividade. No canal comunitário de TV a Cabo não pode haver menção de patrocínio do programa. No entanto pode-se buscar verbas na forma de apoio cultural. Tão logo recebam as concessões do Governo e iniciem as atividades, as operadoras devem disponibilizar estes canais para a população.