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DIREITO PENAL

TEORIA DO ERRO
Por Fernanda Evlaine
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Sumário
1 ERRO DE TIPO............................................................................................................................3
1.1 CONCEITO.........................................................................................................................................3
1.2 ERRO DE TIPO x ERRO DE PROIBIÇÃO...............................................................................................3
1.3 ESPÉCIES DO ERRO DE TIPO..............................................................................................................4
1.3.1 Erro de tipo essencial (já esqueceu? Lembre-se: recai sobre os dados principais do tipo penal). .5
1.3.2 Erro de tipo acidental:....................................................................................................................5
1.3.3 Erro de tipo essencial x delito putativo por erro de tipo..............................................................10

2 ERRO DE PROIBIÇÃO................................................................................................................11
2.1 ESPÉCIES DE ERRO DE PROIBIÇÃO...................................................................................................13
2.2 DESCRIMINANTES PUTATIVAS OU ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO.................................................13
2.2.1 Conceito.......................................................................................................................................13
2.2.2 Natureza Jurídica:........................................................................................................................13

3 RESOLUÇÃO DE QUESTÕES......................................................................................................16
4 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO............................................................................17
5 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA........................................................................................................17
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ATUALIZADO EM 10/05/20191

DESVENDANDO A TEORIA DO ERRO

1 ERRO DE TIPO

1.1 CONCEITO

Erro no Direito Penal pode ser conceituado como a falsa percepção/compreensão de algo. Não se
confunde com a ignorância, que é o total desconhecimento de determinada coisa. Atenção: O CP equipara o
erro e a ignorância, tratando ambos como erro.

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.

Dessa forma, o erro de tipo trata-se então de erro ou ignorância que recai sobre as elementares,
circunstâncias ou quaisquer dados que se agregam a determinado tipo penal 2.

Exemplo: Aluno que por estar atrasado para determinado compromisso, sai apressadamente da sala de aula e
acaba por levar mochila de colega que é muito parecida com a sua.

No exemplo, a conduta se amolda a um tipo penal (ex: furto), entretanto, percebe-se que o agente
não tinha a correta representação/compreensão da realidade, pois acreditava que aquele objeto era seu.

#DICA: Pra gente não esquecer mais esse danado, vamos lembrar do exemplo:
ERRO DE TIPO = MOCHILA DO COLEGA

1.2 ERRO DE TIPO x ERRO DE PROIBIÇÃO

Enquanto no erro de tipo o agente não sabe o que faz, no erro de proibição o agente SABE O QUE
FAZ (não esqueça!!), todavia, ignora ou desconhece o caráter ilícito de seu ato.

É o exemplo do holandês que vem fazer turismo no Brasil e imagina ser aqui permitido, assim como é
na Holanda, o uso de maconha.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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Rogério Sanches, Direito Penal Parte Geral (2016), p. 206.


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#DICADACOACH: Pra gente não esquecer mais esse OUTRO danado, vamos lembrar do exemplo:
ERRO DE PROIBIÇÃO = HOLANDÊS QUE FAZ USO DE MACONHA NO BRASIL

#DEOLHONATABELA:
Erro de Tipo Erro de Proibição
O agente possui falsa percepção da realidade. O agente possui a concepção correta da
realidade. Todavia, equivoca-se quando a
regra da conduta efetuada.
O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz, mas ignora ou
pensa não ser proibido.
MOCHILA DO AMIGO HOLANDÊS QUE FAZ USO DE MACONHA NO
BRASIL

Agora que fixamos essa diferença, que parece simples (não se engane. Cole na parede. Na testa.
Salve como proteção de tela do celular), mas que é a grande vilã na hora das questões, sigamos de forma mais
aprofundada...

1.3 ESPÉCIES DO ERRO DE TIPO

O erro de tipo pode ser dividido em duas espécies: o erro de tipo essencial e o erro de tipo acidental.
O primeiro recai sobre os dados principais do tipo penal, já o segundo, sobre os dados secundários/periféricos.
Vejamos suas modalidades:

#DEOLHONATABELA:
a) Inevitável, escusável ou desculpável.
Erro de tipo essencial
b) Evitável, inescusável ou indesculpável.
a) Erro sobre o objeto
b) Erro sobre a pessoa

Erro de tipo acidental c) Erro na execução


d) Resultado diverso do pretendido
e) Erro sobre o nexo causal

#OFF TOPIC - QUEM NUNCA CONFUNDIU QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA:

INEVITÁVEL = ESCUSÁVEL3 = DESCUPÁVEL= INVENCÍVEL


EVITÁVEL = INESCUSÁVEL = INDESCULPÁVEL =VENCÍVEL
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Lembre-se de “excuse me” do inglês e chegaremos em desculpável!


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1.3.1 Erro de tipo essencial (já esqueceu? Lembre-se: recai sobre os dados principais do
tipo penal)

a) escusável (desculpável) ou inevitável ou invencível: o critério de distinção é a figura do homem médio (ou
mulher média – GIRL POWER, ORAS!). O agente errou, mas o homem médio no seu lugar também erraria.

b) inescusável (não desculpável) ou evitável ou vencível: o homem médio no seu lugar não erraria.

#DEOLHONATABELA:
ERRO INEVITÁVEL ERRO EVITÁVEL
Exclui o dolo – o agente não tem consciência do Exclui o dolo – o agente não tem consciência do
que faz (um dos elementos do dolo). que faz.
Exclui a culpa – o resultado é imprevisível (a Pune a culpa, se prevista em lei – o resultado era
previsibilidade é elemento da culpa). previsível.

#OLHAOGANCHO: Dentro do erro de tipo essencial, podemos citar ainda o erro de tipo espontâneo e o
provocado. No espontâneo, o agente erra por contra própria. Já no provocado, terceiro determina o erro do
agente.

Aquele que provocar dolosamente erro de outrem responde por dolo, já se provocar culposamente,
responderá por culpa.

Art. 20, § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

1.3.2 Erro de tipo acidental:

No erro de tipo acidental, o erro recai sobre dados periféricos do tipo; a intenção criminosa do autor
é manifesta.

a) Erro de tipo acidental sobre o objeto:

Criação doutrinária. Trata-se da hipótese que o agente confunde o objeto material (coisa) visado no
crime, atingindo outro diferente do desejado.

Exemplo: Ciclano ingressa numa loja para subtrair um relógio de ouro, mas acaba furtando um relógio
dourado, mera imitação barata, por tê-lo confundido com o original.

No erro sobre o objeto o agente é punido pela conduta efetivamente praticada, considerando-se
somente o objeto realmente atingido. (Relógio dourado, no caso do exemplo). Obs. há divergência doutrinária
nesse ponto. Há quem entende que o autor do crime deve responder pelo objeto pretendido.
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#DICA: Dificilmente o ponto será abordado em prova objetiva. Nas demais fases, opte pela corrente mais
favorável ao cargo pretendido.

#DICADACOACH: Para não esquecer:


ERRO SOBRE O OBJETO = FURTO DO RELÓGIO GENÉRICO

b) Erro de tipo acidental sobre a pessoa:

Está previsto no art. 20, §3º do CP:

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

O agente confunde a pessoa que queria atingir com pessoa diversa. Há uma vítima virtual, pessoa
que o agente queria atingir, e vítima real, pessoa efetivamente atingida.

Exemplo: Concorrente do ciclano, decidido a matar seu pai, espera este adentrar pela porta de casa
para alvejá-lo com diversos tiros. Todavia, representando equivocamente a pessoa que entra em casa, acaba
atirando contra seu tio, achando que este era o seu pai, causando assim a sua deste.

Nesse caso, não se consideram as condições da vítima atingida e sim da que se queria atingir.

ATENÇÃO: Não confundir erro quanto à pessoa com erro na execução. No erro quanto à pessoa o sujeito
executa perfeitamente a conduta criminosa (não há falha operacional), enganando-se no momento de
representar o alvo.

#DICADACOACH: Para não esquecer:


ERRO SOBRE A PESSOA = MATOU O TIO, MAS QUERIA MATAR O PAI PORQUE ELES SÃO PARECIDOS. NÃO
TEM ERRO DE PONTARIA.

c) Erro de tipo acidental na execução – Aberratio Ictus:

É previsto no art. 73 do Código Penal, vejamos:

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa
que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela,
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código (leva-se em conta a vítima virtual). No caso de ser
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Quando por acidente ou erro, no uso dos meios de execução, o agente atinge pessoa diversa da
pretendida, embora corretamente representada.
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Exemplo: Concorrente do ciclano decide matar seu pai, para isso compra uma arma e espera este
passar. Quando o vê, mira seu genitor, porém, por falta de habilidade no manuseio do referido instrumento
acaba atirando em outra direção, atingindo pessoa que passava na rua. Aqui, há erro de pontaria.

São duas as possibilidades de erro na execução:

1. Unidade simples ou resultado único: o agente atinge somente pessoa diversa da desejada. Qual a
semelhança do erro sobre a pessoa? Nos dois casos temos uma vítima virtual e real. Na unidade
simples não há confusão alguma. Mirou na pessoa certa, mas errou.

#Atenção: são institutos diversos, mas tem o mesmo resultado, pois também se aplica o art. 20, §3º -
responde com o se fosse a vítima que queria (vítima virtual é levada na dosimetria da pena). Na dosimetria da
pena é como se ele tivesse matado o pai. Se não existisse essa regra, responderia por homicídio tentado
contra o pai e homicídio culposo contra o desconhecido.

2. Unidade complexa ou resultado duplo: O agente atinge a pessoa desejada e também pessoa diversa.
Nesse caso, ele responde pelos dois crimes em concurso FORMAL.

Só existe erro na execução com unidade complexa quando o segundo crime é culposo. Se houver
dolo eventual em relação aos demais ofendidos haverá cumulação material (por exemplo, o agente pouco se
importava em atingir ou não terceiros). Se todos os seguintes são dolosos, não tem erro nenhum.

Mais uma vez é importante ressaltar (eu já entendi!!! Mas vamos lembrar), o erro na execução não
se confunde com o erro quanto à pessoa:

#DEOLHONATABELA:
Erro quanto à pessoa – Art. 20, §3º. Erro na execução ou aberratio ictus– Art. 73.
Há equívoco na representação da vítima Há a representação correta da vítima
pretendida. pretendida.
A execução do crime é correta, não há falha A execução do crime sai errado, há falha
operacional. operacional (erro de pontaria).
A pessoa visada não corre perigo, pois é A pessoa visada corre perigo, não sendo
confundida com outra pessoa. confundida.
Nos dois casos o agente responde pelo crime cometido considerando as qualidades da vítima
virtual/pretendida.

#DICADOCOACH: Para não esquecer:


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ERRO NA EXECUÇÃO= MATOU O TIO, MAS QUERIA MATAR O PAI PORQUE ERROU A PONTARIA.

#ATENÇÃO #OLHAOGANCHO - Ciclano quer matar o policial federal “Antônio”. Por erro na execução, acaba
matando o policial civil “Paulo”, que estava ao lado de Antônio. Qual o crime praticado e qual a jurisdição
competente (Federal ou Estadual)?
R. Crime de homicídio doloso, considerando as qualidades de “Antônio” (policial federal). A competência é do
Júri da Justiça Estadual.

#CUIDADO: O erro sobre a pessoa ou na execução não tem relevância para efeito de determinação de
competência, pois erro é matéria de Direito Penal e de competência é de processo penal.

#LEMBRAR: Os critérios de competência do processo penal são: lugar da infração, domicílio do réu, natureza
da infração, distribuição, conexão e continência, prevenção e prerrogativa de foro (art. 69, CPP). Há hipótese
de erro de execução? Não, então a sua ocorrência, não influencia na competência.

d) Erro sobre resultado diverso do pretendido – Aberratio Criminis ou delicti:

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se
ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código (concurso formal de crimes).

Resultado é no sentido de crime diverso do pretendido. O agente queria praticar um crime, mas por
erro acabou praticando um crime diverso. Conforme leciona Rogério Sanches, o resultado diverso do
pretendido também é erro na execução, todavia, trata-se de lesão a bem jurídico diverso. Há erro de pontaria.

Exemplo: Ciclano joga uma pedra na vidraça de seu rival, mas acaba atingindo pedestre que passava naquele
momento.

Vejamos a seguinte tabela diferenciadora:

#DEOLHONATABELA:
Erro na execução
Tipo de Erro Aberratio Ictus Aberratio Criminis

Previsão legal Art. 73, CP. Art. 74, CP.


Conceito O agente, apesar do erro, atinge o O agente, em razão do erro,
mesmo bem jurídico pretendido. acaba por atingir bem
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jurídico diverso.

Ocorrendo o resultado diverso do pretendido o agente responde pelo crime efetivamente ocorrido a
título de culpa (se houver tal previsão). No nosso exemplo, Ciclano responderá por lesão corporal culposa.
Como ocorre no aberratio ictus, se o agente atingir também o resultado pretendido, responderá pelos dois
crimes, em concurso formal.

#CUIDADO: Alerta ZAFFARONI que não se aplica o art. 74 do CP se o resultado produzido é menos grave (bem
jurídico menos valioso) do que o resultado pretendido, sob pena de prevalecer a impunidade. Nesse caso, o
agente responde pela tentativa do resultado pretendido não alcançado.

Exemplo: Atira para matar e atinge janela. Nesse caso, o agente responderá por tentativa de homicídio ( e não
por crime de dano).
#DICADACOACH: Para não esquecer:
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO = JOGO PEDRA NA VIDRAÇA, MAS ATINGE O PEDESTRE

e) Erro sobre o nexo causal – Aberratio causae:

Não possui previsão, sendo criação doutrinária. Ocorre quando o agente atinge o resultado desejado,
porém, com nexo causal diverso, de maneira diferente da planejada pelo agente. Divide-se em duas espécies:

1. Erro sobre nexo causal em sentido estrito : mediante um só ato o agente provoca o resultado
pretendido, porém com nexo diferente.

Exemplo: Concorrente do ciclano atira Fulano de um penhasco, para que este morra afogado, porém, durante
a queda Fulano tem a cabeça explodida por uma rocha e morre instantaneamente.

2. Dolo geral, aberratio causae ou erro sucessivo: através da pluralidade de atos, o agente provoca o
resultado pretendido, também com nexo diferente.

Exemplo: Concorrente do ciclano atira em Fulano, e supondo que este já estava morto, resolve jogá-lo em um
rio, causando a sua morte por afogamento.

A doutrina diverge sobre a consequência a ser considerada. Todavia, prevalece o entendimento que
o agente responde pelo crime pretendido desde o início a título de dolo.

#DPU #DICA: Em provas de Defensoria adotar o posicionamento mais favorável ao réu, tendo em vista não
existir previsão legal. Verificar sempre o entendimento da banca (Como? Vai no qconcursos, coloca esse tema
e a sua banca. Afinal, manda quem pode, obedece quem quer passar!!)
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#APROFUNDAMENTO: E no caso de incidir qualificadora?


Ciclano, acreditando que matou Fulano, decide jogar o carro com o corpo em uma lagoa com o intuito de
ocultar o cadáver. Todavia, Fulano estava vivo e morre por afogamento. Pergunta-se, incide a qualificadora da
asfixia?
O tema é polemico. Para o MP sim, para a DP não.
1ª Posição: Considera-se o nexo pretendido pelo agente (entendimento prevalente).
2ª Posição: Considera-se o nexo efetivamente ocorrido (real).
3ª Posição: Considera-se o nexo mais favorável ao réu.

#DICADOCOACH: Para não esquecer:


ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL = QUERO MATAR AFOGADO, MAS ELE MORRE DA BATIDA NA PEDRA

1.3.3 Erro de tipo essencial x delito putativo por erro de tipo

(#OFFTOPIC - DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO: se você estudou esse assunto e esquecer mil vezes isso só
prova que você é uma pessoa NORMAL!! Por isso, repita, repita e repita. E o principal: veja um dia antes da
prova. Até Masson precisa dar uma espiada de vez em quando. Fica de boa!)

Em ambos ocorre a falsa percepção da realidade. A diferença reside justamente no fato de que no
erro de tipo essencial o agente pratica um delito sem querer. Já no delito putativo por erro de tipo, o agente
deseja e pensa estar praticando crime, mas comete fato atípico pois na sua conduta faltam elementos da
definição típica.

Exemplo: Erro de tipo é o caçador que atira em uma pessoa fantasiada de urso (AMO EXEMPLOS SUPER REAIS),
acreditando tratar-se de animal feroz. Haverá delito putativo por erro de tipo no caso de visitante de museu
de cera que atira num boneco acreditando estar matando alguém, ou ainda, agente que vende talco achando
que está vendendo cocaína.

#DEOLHONATABELA:
Erro de Tipo Essencial Delito Putativo por Erro de Tipo
Há uma falsa percepção da realidade, pois o agente não sabe o que faz.
O agente imagina estar praticando O agente imagina estar praticando fato típico.
indiferente penal. Acha estar agindo Imagina estar agindo ilicitamente. (SE
licitamente. ACHANDO O CRIMINOSOOOOO!!)
O agente pratica o tipo penal sem querer. O agente pratica um fato atípico sem querer
(crime imaginário).
EX: Agente que atira contra pessoa EX: Agente que atira contra boneco de cera
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imaginando ser animal selvagem. imaginando ser pessoa.4

#DICADACOACH: Pra não esquecer:


DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO = SE ACHA O CRIMINOSO, MAS NÃO PASSA DE IMORAL. AGENTE
VENDE TALCO ACHANDO QUE ESTÁ VENDENDO COCAÍNA

2 ERRO DE PROIBIÇÃO

A causa excludente (dirimente) da potencial consciência da ilicitude é o erro de proibição, previsto no


art. 21 do Código Penal, vejamos:

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;
se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

a) Erro de proibição inevitável/escusável/invencível: O critério de distinção é o perfil subjetivo do


agente, pois estamos a tratar de questão de culpabilidade, diferentemente do erro de tipo, em que o
critério era o homem médio. O agente errou e por mais que ele se esforçasse, ainda assim, ele erraria.
Ex. pescador que joga uma laranja na cabeça de um golfinho por atrapalhar sua pescaria (crime de
molestar cetáceo). Esse erro isenta de pena por excluir a culpabilidade por faltar a potencial
consciência da ilicitude.

b) Erro de proibição evitável/inescusável/vencível: O agente errou, mas poderia ser evitado pelo esforço
do agente no caso concreto. Não isenta de pena. Não exclui a culpabilidade, mas a pena poderá ser
diminuída de um sexto a um terço. O grau de reprovabilidade diz a quantidade de diminuição.

Resumo para não esquecer nunca mais:


#DEOLHONATABELA:
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO

O agente sabe o que faz, mas pensa que sua


O agente não sabe o que faz.
conduta é lícita, quando, na verdade, é proibida.
É o erro incidente sobre os elementos objetivos
É o erro quanto à ilicitude da conduta
do tipo
Trata-se da má interpretação sobre os FATOS. Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE,
Recai sobre os requisitos ou elementos fático- que é requisito da culpabilidade. Não há erro
descritivos do tipo, como também sobre sobre a situação de fato, já que essa está
4

Se o delito putativo por erro de tipo, recair sobre o elemento: objeto material, que é impróprio, ele não passa de um
crime impossível por impropriedade absoluta do objeto (art. 17 CP). Ex. traficar farinha.
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incontestável, mas não há a exata compreensão


requisitos jurídico-normativos do tipo. sobre os LIMITES JURÍDICOS DA LICITUDE da
conduta.
Exclui a CULPABILIDADE, se INEVITÁVEL ou
Exclui sempre o DOLO, se poderia ser evitado,
ESCUSÁVEL.
responde pela culpa, caso haja previsão da
forma culposa do delito.
Diminui a pena, se EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL.

Isenta de pena. Há crime, mas o agente não


Exclui o dolo. Não há crime.
será punido (quando for inevitável).

Não se confunde com a ideia de ERRO DE FATO Não se confunde com a ideia de ERRO DE
(tal instituto se aplica, ainda, no CPM). DIREITO (tal instituto se aplica, ainda, no CPM).

CAUSALISTAS: quando estão diante de ERRO CAUSALISTAS: quando estão diante de ERRO DE
DE TIPO ESCUSÁVEL afastam a PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL afastam a
CULPABILIDADE. CULPABILIDADE.

Para os FINALISTA, afasta a própria tipicidade. Para os finalistas, afasta a culpabilidade.


EXEMPLO 01: mulher de Ribeirão Preto,
embarcando para SP, encontra um conhecido
EXEMPLO 01: holandês que acreditou que no
que dá uma caixinha para levar para o primo
Brasil poderia ser usada droga, sem ser crime,
doente, onde há entorpecentes, e não
por isso trouxe a sua cota diária.
medicamentos, como erroneamente
acreditava a mulher.
EXEMPLO 02: “turista, oriundo de país em que
EXEMPLO 02: mulher que levou o carro de
se admite a poligamia, aqui se casa novamente,
outra pessoa achando que fosse o seu.
embora ainda sendo casado” (Füher)

2.1 ESPÉCIES DE ERRO DE PROIBIÇÃO

a) direto ou propriamente dito: O agente desconhece o caráter ilícito do fato.

É o típico exemplo do Holandês que vem ao Brasil e consome maconha, acreditando não ser crime.

b) indireto: É a descriminante putativa (imaginária) por erro de proibição. O agente sabe que a conduta é
típica, porém, supõe existir norma permissiva, causa excludente de ilicitude ou ainda supõe estar agindo nos
limites da descriminante. Também é chamado de erro de permissão.

Ciclano, traído por sua mulher, supõe estar autorizado para matá-la para recuperar sua honra.
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c) mandamental: O agente acredita erroneamente estar autorizado a livrar-se do dever de agir.

É o caso do agente que vê uma pessoa se afogando no mar, e podendo ajudar, nada faz, pois supõe que não
tem a obrigação de prestar socorro. “Cada um com seus problemas”.

#DICADOCOACH: Para não esquecer:

ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO = HOLANDÊS QUE VEM PARA O BRASIL E FUMA MACONHA.
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO OU ERRO PERMISSIVO = MARIDO TRAÍDO QUE ACHA ESTAR AUTORIZADO A
MATAR A ESPOSA PARA RECUPERAR SUA HONRA.
ERRO DE PROIBIÇÃO MANDAMENTAL = PESSOA QUE DEIXA DE PRESTAR SOCORRO, ACHANDO QUE NÃO TEM
O DEVER LEGAL.
*#OUSESABER: No âmbito da teoria psicológico-normativa, o erro de proibição inescusável exclui a
culpabilidade? De acordo com a teoria psicológico-normativa, a culpabilidade compreende os seguintes
elementos: a) imputabilidade; b) dolo ou culpa e; c) exigibilidade de conduta diversa.
Neste caso, a consciência atual da ilicitude constitui elemento integrante do dolo, denominado normativo.
Logo, o erro evitável ou inevitável exclui a culpabilidade. Por outro lado, para a teoria normativa pura, de
inspiração finalista, o dolo (natural) e a culpa integram o fato típico e a culpabilidade remanesce com os
seguintes elementos: a) imputabilidade; b) potencial consciência da ilicitude e; c) exigibilidade de conduta
diversa. Portanto, considerando que a consciência da ilicitude é potencial, somente o erro de proibição
inevitável constitui causa excludente da culpabilidade.

2.2 DESCRIMINANTES PUTATIVAS OU ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO

2.2.1 Conceito

Descriminantes são as causas de exclusão da ilicitude. Putativa vem de putare que significa
aparência. Aquilo que parece ser, mas não é. Descriminantes putativas são as causas de exclusão da ilicitude
erroneamente imaginadas pelo agente. Ele acredita estar diante de uma situação, exemplo, de legítima defesa
que não existe. Corresponde à suposição errônea de uma causa de justificação, errando o agente sobre a
EXISTÊNCIA ou os LIMITES da PROPOSIÇÃO PERMISSIVA.

2.2.2 Natureza Jurídica:

Depende da teoria da culpabilidade adotada. No finalismo (o dolo é natural) adota-se a teoria


normativa pura da culpabilidade. Essa teoria se subdivide em outras duas – extrema ou limitada. Para essas
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duas teorias a estrutura da culpabilidade é a mesma, diferenciando-se somente o tratamento das


descriminantes putativas.

a) Teoria extrema, estrita ou extremada: as descriminantes putativas sempre serão erro de proibição. É
o chamado erro de proibição indireto.
b) Teoria limitada da culpabilidade, as descriminantes podem ser erro de proibição como também
podem ser erro de tipo. Ou seja, a teoria limitada faz distinção entre erro de tipo permissivo e erro de
proibição!

#DICADACOACH - Limitada porque decorre da LEI!

 Qual a teoria que o CP adota? A doutrina e a jurisprudência se dividem. Há posições pros dois lados. Alguns
afirmam ter sido adotada a extrema, outros a limitada. O item 19 da Exposição de Motivos da parte geral do
CP diz que foi adotada a teoria limitada.

Frisa-se mais uma vez, as consequências só dizem relação à descriminante quantos aos pressupostos
fáticos.

#DEOLHONATABELA:
Teoria Extremada da Culpabilidade Teoria Limitada da Culpabilidade
(Tudo é erro de proibição indireto) (Pode ser erro de tipo permissivo)
Erro escusável: Exclui a culpabilidade Erro escusável: Exclui a tipicidade
Erro inescusável: Diminui a pena Erro inescusável: Responde por crime culposo,
se houver.

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.
Descriminantes putativas:
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
punível como crime culposo.

#APROFUNDAMENTO: Descriminantes putativas x erro de tipo permissivo e erro de proibição indireto:


Com base no exposto, podemos destacar uma semelhança e algumas diferenças entre o erro de tipo
permissivo e o erro de permissão (erro de proibição indireto). A similitude existente entre eles está no fato de
ambos se relacionarem com hipóteses de discriminantes putativas. No ordenamento jurídico brasileiro
contamos com três hipóteses de discriminantes putativas:
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a) Erro sobre a situação fática: erro de tipo permissivo.


b) Erro sobre a existência de uma justificante: erro de permissão (= erro de proibição indireto).
c) Erro sobre os limites de uma justificante: erro de permissão (= erro de proibição indireto).

Assim, para diferenciar erro de tipo permissivo e erro de permissão é indispensável saber qual o objeto do erro
do agente criminoso.
Se ele erra sobre a própria situação fática que, se existisse, tornaria a sua conduta legítima, o que se
evidencia é o erro de tipo permissivo.
No entanto, se o indivíduo se equivoca sobre a própria existência da justificante, ou, sobre o seu alcance e
seus limites, estaremos diante de um caso típico de erro de permissão (= erro de proibição indireto).

#LEMBRE-SE: isso só se aplica a teoria LIMITADA da culpabilidade!

Vejamos o caso de erro na legítima defesa ou legítima defesa putativa como exemplo para o
apresentado:

a) Erro sobre a existência da legítima defesa . O homem encontra a mulher com outro homem. Ele
acredita que a traição lhe assegura a legítima defesa. É um caso de erro de proibição. Consequência:
Erro de proibição indireto.
Outro exemplo: Marido acredita que está autorizado a manter conjunção carnal com a esposa, ainda
que violenta, quando esta se recusa.

b) Erro sobre os limites da legítima defesa . Sujeito encontra duas crianças furtando roupas em seu varal.
Ele acha que tem o direito de matar essas crianças. É um caso de erro de proibição. Ele acredita que o
direito penal autoriza matar quem furta suas roupas, quando na verdade ele só poderia ter se utilizado
dos meios necessários para impedi-las. Consequência: Erro de proibição indireto.
Outro exemplo: Sujeito que reage dando vários tiros em alguém que apenas lhe somente um tapa.

c) Pressupostos fáticos da legítima defesa. Há dez anos um homem prometeu matar outro. Anos depois
eles se encontram. O que prometeu matar coloca a mão por dentro da blusa para pegar um bilhete de
desculpa. Diante disso, o outro sujeito pensa que existia uma agressão injusta e iminente ali e mata o
rapaz. Consequência: É erro de tipo. É o chamado erro de tipo permissivo, tendo como consequência a
exclusão do dolo (sempre!) e a exclusão da culpa, se for inevitável. O erro recai sobre a situação fática,
pois neste, diferente dos outros casos, o agente não tem plena consciência do que faz!
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#BÔNUS: DE OLHO NA NOMENCLATURA e CONCEITO (#OFFTOPIC - Se já não fosse suficiente tudo o que
temos para estudar...)

Erro culturalmente condicionado: Se a não compreensão da norma, a não internalização de seu valor, se dá
em razão do conhecimento cultural do agente, está-se diante de um erro de compreensão culturalmente
condicionado.

Erro de vigência: O agente desconhece a existência do preceito legal, não isenta de pena (está previsto na
LINDB).

Erro de eficácia: O agente acredita que a norma jurídica não produz efeitos.

Erro de subsunção: O agente conhece a ilicitude do fato, ou, nas circunstâncias podia conhecê-la, porém,
supõe que seu fato se amolda a um tipo diverso. O agente não será isento de pena. Trata-se de erro evitável.

*Erro de tipo psiquicamente condicionado5: Um sujeito que é capaz de conduta e que realiza uma conduta
que preenche os requisitos de um tipo objetivo, pode, sem embargo, carecer de capacidade psíquica para
conhecer os elementos exigidos pelo tipo objetivo, isto é, não ter capacidade psíquica de dolo, ou, o que é o
mesmo, encontrar-se num estado de erro de tipo psiquicamente condicionado. É bem conhecido que, em
certos males psíquicos, são produzidos fenômenos psicopatológicos conhecidos como alucinações ou ilusões.
Supondo que um lenhador sofra uma ilusão ótica que lhe faça perceber uma árvore em lugar de um homem, e
que decida cortá-la, causará lesões ou morte, isto é, realizará uma conduta objetivamente típica de leões
corporais ou de homicídio, mas não se poderá falar de dolo de lesões e nem de homicídio, já que não se trata
de uma conduta final de lesionar ou de matar e sim de cortar uma árvore. Neste caso estaremos diante de
uma incapacidade de conhecer os elementos requeridos pelo tipo objetivo, proveniente de uma causa
psicopatológica, que não deve ser confundida com a incapacidade de culpabilidade (inimputabilidade).

http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_
boletim/bibli_bol_2006/Manual_de_direito_penal_brasileiro_cap_20.pdf
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3 RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

01. 2014 – CESPE – PGE-BA – Procurador do Estado:


No que diz respeito aos diversos institutos previstos na parte geral do Código Penal, julgue os itens seguintes.
Em direito penal, conforme a teoria limitada da culpabilidade, as discriminantes putativas consistem em erro de tipo
(e também erro de proibição indireto!), ao passo que, de acordo com a teoria extremada da culpabilidade, elas
consistem em erro de proibição6.

02. 2014 – FUNDEP – DPE-MG – Defensor Público:


Apesar da crítica doutrinária, o Código Penal, com a reforma da Parte Geral promovida pela Lei nº 7.209/1984, acerca
das discriminantes putativas, adotou7:
a) a teoria extremada do dolo, acarretando exclusão do dolo diante da ausência de consciência atual e concreta da
ilicitude.
b) a teoria limitada do dolo, acarretando exclusão do dolo diante da ausência de consciência presumida da ilicitude.
c) a teoria extremada da culpabilidade, mantendo o dolo e acarretando exclusão da consciência potencial da ilicitude.
d) a teoria limitada da culpabilidade, acarretando exclusão do dolo se o erro incidir sobre pressupostos fáticos da
causa de justificação e podendo excluir a consciência potencial da ilicitude quando incidir sobre a existência ou limites
da causa de justificação.

4 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVO
Código Penal Art. 20 e 21
Art. 73 e 74

5 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

- Anotações de aula

- Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1 – Cleber Masson

- Informativos STF e STJ (Dizer o Direito)

Gabarito: Errado. Deve-se ter em mente que para a Teoria Extremada todos os casos de discriminantes putativas
consistiram em erro de proibição indireto. Já a Teoria Limitada, por outro lado, entende que as descriminantes podem
configurar tanto erro de proibição indireto quanto erro de tipo permissivo! A questão errou ao generalizar.
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Gabarito: D. Como dito ao longo do material, o CP adotou a Teoria Limitada da Culpabilidade. Assim, quando o erro
incidir sobre os pressupostos fáticos da causa de justificação, será considerado erro de tipo permissivo. Por outro lado, se
incidir sobre os limites ou a existência da causa de justificação, será considerado erro de proibição indireto (ou erro de
permissão). Assim, as consequências serão as mesmas do caso do erro de tipo ou erro de proibição, dependendo do tipo
de descriminante putativa que o agente incidir.

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