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as-Ts

 01  05

Lbs

Cliqueaquipara
virarapágina
Ocina
Libras

Autora
Kate Mamhy Oliveira Kumada

Coautora
Priscila Paula da Silva Pereira

© 2013 Anhanguera Educacional

Proibida a reprodução nal ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modicada em língua
portuguesa ou qualquer outro idioma.

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Vice-Presidente
Vice-Presidente Acadêmica
Ana Maria Costa de Souza

Diretora de Planejamento e Organização Pedagógica


Cleide Marly Nebias

Diretora Adjunta de Inovação e Engenharia Pedagógica


Alessandra Cristina Fahl

Equipe: Coordenação Virtual


Assessoria Pedagógica Camila Torricelli de Campos
Daniela Vitor Ferreira
Emanuela de Oliveira Suporte Técnico
Fábio Cavarsan Aline Gonçalves Torres
Guilherme Nicésio Patrícia Taiane Ferreira da Silva
Letícia Martins Bueno Richard Rodrigues da Silva
Maysa Ferreira Rampim Wallace Barbosa de Souza

Analistas Acadêmicas Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da


Andiara Diaz Anhanguera - NAIA
Valquíria Maion Danubia Ferraz dos Santos
Jony Anderson de Oliveira
Analista de Projetos Rita da Penha Campos Zenorini
Liliam Silva
Gerência de Design Educacional
Assessoria Técnico-Acadêmica
Técnico-Acadêmica Rodolfo Pineli
Jesimiel Duarte Leão Gabriel Araújo
Juliana Cristina
Flávia Lopes

3
ÍNDICE

Introdução............................................................................................................................. 05

Aula-Tema 01 - História da Educação de Surdos


Texto e Contexto .................................................................................................................. 07
Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 12
Referências .......................................................................................................................... 13
Web Aula .............................................................................................................................. 13
Questões para Acompanhamento da Apredizagem ............................................................. 14
Saiba Mais ........................................................................................................................... 17

Aula-Tema 02 - Cultura e Identidade Surda


Texto e Contexto .................................................................................................................. 21
Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 25
Referências .......................................................................................................................... 26
Web Aula .............................................................................................................................. 26
Questões para Acompanhamento da Apredizagem ............................................................. 27
Saiba Mais ........................................................................................................................... 30

Aula-Tema 03 - Gramática da LIBRAS: aspectos fonológicos, morfológicos e


sintáticos
Texto e Contexto .................................................................................................................. 35
Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 39
Referências .......................................................................................................................... 40
Web Aula .............................................................................................................................. 40
Questões para Acompanhamento da Apredizagem ............................................................. 41
Saiba Mais ........................................................................................................................... 44

Aula-Tema 04 - Gramática da LIBRAS: categorias gramaticais, exão verbal e


nominal
Texto e Contexto .................................................................................................................. 49
Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 54
Referências .......................................................................................................................... 54
Web Aula .............................................................................................................................. 55
Questões para Acompanhamento da Apredizagem ............................................................. 55
Saiba Mais ........................................................................................................................... 58

4
ÍNDICE

Aula-Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre surdez, surdos e línguas de


Aula-Tema
sinais
Texto e Contexto .................................................................................................................. 63
Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 67
Referências .......................................................................................................................... 68
Web Aula .............................................................................................................................. 68
Questões para Acompanhamento da Apredizagem ............................................................. 69
Saiba Mais ........................................................................................................................... 72

Introdução
Caro(a) aluno(a),
Quando se deseja construir um ambiente inclusivo é essencial que a especicidade de cada
estudante seja considerada. Essa construção deve ir além das normas e das leis, todos os membros
da comunidade acadêmica precisam estar dispostos a conhecer e respeitar as diferenças e a
diversidade humana. Considerando esse pressuposto a Anhanguera Educacional propõe a Ocina
de Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Esta ocina foi idealizada pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da Anhanguera Educacional e
tem o propósito de instrumentalizar os participantes para que possam compreender e se comunicar
com pessoas surdas. Com esta iniciativa, esperamos contribuir para tornarmos a nossa instituição
ainda mais inclusiva.
A ocina possui carga horária total de 40 horas, distribuídas em 5 aulas-temas, a saber: Aula-tema 1)
história da educação de surdos; Aula-tema 2) cultura e identidade surda; Aula-tema 3) gramática da
Libras: parâmetros linguísticos, morfologia, fonologia e sintaxe; Aula-tema 4) gramática da Libras:
categorias gramaticais, exão verbal e nominal; e Aula-tema 5) mitos e perguntas frequentes sobre
a surdez, os surdos e as línguas de sinais.
Vale ressaltar que, além do contato com os conhecimentos teóricos da língua de sinais, esta ocina
possui 10 aulas práticas, distribuídas em 2 aulas práticas para cada tema. Em tais aulas serão
abordadas situações discursivas pertinentes ao cotidiano de uma instituição de ensino superior
como, por exemplo, o contexto da biblioteca, do Diretório Acadêmico, das atividades avaliativas,
entre outros. Vamos lá?

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TexTo e
ConTexTo T 01 - Hstó  ecçã  Ss

Um pouco da história da educação de surdos

Para compreender a importância da língua de sinais para os surdos é necessário analisar sua
posição em um contexto sócio-histórico. De fato, ao retroceder no tempo e revisitar a história é
possível situar as diferentes representações do surdo, da surdez e das línguas de sinais ao longo do
tempo, reconhecendo os mitos que já foram desconstruídos e os que ainda têm sido perpetuados.
Um dos primeiros mitos é o de que as línguas de sinais foram recentemente descobertas e/ou
criadas quando, na verdade, em registros da Idade Antiga, o historiador português Paulo Vaz de
Carvalho (2007, p. 8) arma que os egípcios já cultuavam os surdos pela forma particular com que
se comunicavam. Na Antiguidade, os surdos eram temidos e respeitados pelos egípcios, pois se
acreditava que os surdos eram mensageiros dos Deuses ao Faraó.
Apesar disso, a forma diferenciada de se comunicar não era vista com bons olhos por todos os
povos da Idade Antiga. Conforme Choi et. al. (2011,
(2011, p. 6), na Grécia antiga, a perfeição e a bravura
consistiam nos ideias perseguidos na época. Além disso, diante da alta valorização grega pela
retórica, pouco ou nenhum espaço era dado aos surdos que por não ouvirem, consequentemente,
consequentemente,
não podiam se exprimir pela oralidade. Logo, por não serem úteis a sociedade grega, os surdos
eram, geralmente, condenados à morte.
Do mesmo modo, em Roma, até 529 d.C., os surdos, principalmente os pobres, também não
eram considerados dignos de viverem em sociedade. Por essa razão eram lançados
l ançados ao Rio Tibre.
Contudo, a partir do Código Justiniano, formulado pelo imperador Justiniano, os surdos deixaram
de ser mortos. Com base nesse documento legal, apenas os surdos que se comunicassem pela fala
oral teriam seus direitos resguardados, caso contrário, estariam impedidos de possuir propriedades,
herdar fortunas ou bens, assim como contrair matrimônio.
Durante a Idade Média, os discursos de Aristóteles e Santo Agostinho declaravam que por não
ouvirem, os surdos também não poderiam ser educados (CARVALHO, 2007, p. 14; CHOI, et al.
2011, p. 6). Contradizendo tais ideias, o Arcebispo John de Beverley, em 700 d.C., intrigado pela
esperteza de um rapaz surdo decidiu ensiná-lo a falar (oralmente), ler e escrever. Com êxito em
seu empreendimento, o sucesso do jovem foi visto como um milagre pelos cidadãos da época
(CARVALHO, 2007, p.14).

7
TexTo e
ConTexTo T 01 - Hstó  ecçã  Ss

Foi assim que a possibilidade de educar os surdos se difundiu e foi fortalecida na Idade Moderna,
a partir do século XIV, quando autores como Bartolo della Marca d’Ancona, Rodolfo Agrícola e
Girolamo Cardano se posicionaram em defesa da instrução de surdos, cogitando outras formas
de comunicação, além da fala oral. Essa possibilidade chamou a atenção, principalmente para os
lhos de nobres cujas famílias estavam preocupadas com o destino de seus bens e patrimônios,
pois, conforme dito anteriormente, os surdos que não pudessem oralizar não detinham o direito de
herdar bens e fortunas.
Segundo Moura (2000, p. 17), Pedro Ponce de Léon, que viveu no século XVI, foi o primeiro
professor de surdos da história. Por ter vivido em um mosteiro beneditino, alguns autores como
Carvalho (2007, p.19) e Choi et al. (2011, p. 7) acreditam que Ponce de Léon conhecia os gestos
manuais utilizados pelos monges que faziam voto de silêncio e os aproveitou para criar um alfabeto
manual empregado na soletração de palavras pelos alunos surdos.
Assim que a sociedade percebeu que os surdos eram sujeitos aptos a aprendizagem, surgiram
inúmeros educadores e diversos métodos, a maioria se norteava pela escrita, oralidade, alfabeto
manual e sinais. Como tais prossionais eram contratados especialmente pelas famílias mais
abastadas, não demorou muito e uma disputa entre métodos foi instaurada. Além de manter suas
práticas em segredo, os educadores da corrente oralista iniciaram um movimento contra o método
baseado nos sinais. Entre os discursos oralistas, Konrad Amman armava que os surdos que não
falavam (oralmente) eram como animais, e que o uso de sinais atroava a mente e prejudicava o
desenvolvimento da fala e do pensamento (CARVALHO,
(CARVALHO, 2007, p.23).
Apesar dos ataques oralistas, a educação baseada nos sinais recebeu grande notoriedade,
principalmente, com as contribuições do Abade Charles Michel L’Épée. Segundo Choi et.al. (2011,
(2011,
p.8), o abade se destacou por aprender a língua de sinais francesa com os surdos que habitavam
as ruas de Paris e utilizando-a em prol da instrução dos mesmos. A iniciativa de L’Épée marcou
a passagem da educação de surdos individual para coletiva, ao transformar sua própria casa na
primeira escola para surdos do mundo (LANE, 1984, p.49). Conhecida como a “Era dourada na
educação de surdos” (LANE, 1984, s/p.), o ensino através dos sinais propiciou a formação de
numerosos educadores surdos, que se tornaram multiplicadores do método francês de L’Épée
e fundaram escolas para surdos em diversas partes do mundo, como por exemplo, os surdos
franceses Laurente Clerc nos Estados Unidos e E. Huet no Brasil.

8
No Brasil, Huet foi convidado pelo Imperador Dom Pedro II, em 1857, para inaugurar o Imperial
Instituto de Surdos-Mudos, escola que funciona até hoje no Rio de Janeiro, sendo atualmente
denominada Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). A inuência dos sinais franceses
trazidos por Huet foi mesclado com a língua de sinais utilizada pelos surdos brasileiros da época,
formando a língua brasileira de sinais (CHOI et. al., 2011, p.14). Além dos sinais franceses, Huet
importou o método francês de L’Épée e os materiais didáticos de seu mestre.
No entanto, apesar do sucesso internacional, o método francês do abade L’Épée enfrentou a
resistência oralista, não apenas no Brasil, como em várias partes do mundo. Na Inglaterra, Thomas
Braidwood fundou a primeira escola para correção da fala da Europa, onde ensinava os alunos
surdos, por meio da escrita, seguida da articulação das letras e da pronúncia das palavras. Na
mesma época, o alemão Samuel Heinicke inaugurou o Oralismo Puro, cuja abordagem negava o
uso de qualquer recurso manual. Assim como Konrad Amman o fez anteriormente, Heinicke alegava
que o uso de sinais era prejudicial ao desenvolvimento da fala oral. Surgiu, então, o método alemão
de Samuel Heinicke, também denominado “escola alemã” (CHOI et al., 2011, 2011, p. 8-9).
Com o avanço da tecnologia eletroacústica, tornou-se possível aferir o resíduo auditivo das pessoas
surdas, bem como amplicar o som através de aparelhos auditivos. Com isso, a promessa da “cura”
da surdez parecia uma realidade cada vez mais próxima para os oralistas, que se apoiavam nos
aparelhos de amplicação sonora associados ao treino da fala e da leitura orofacial.
A rivalidade entre o método francês baseado no uso de sinais e o método alemão baseado na
oralidade convergiu para o encontro dos principais educadores de surdos do mundo no Congresso
Internacional de Milão, realizado em 1880. Sem convidar nem tampouco considerar a opinião dos
surdos, os educadores ouvintes reunidos no Congresso de Milão decidiram proibir a língua de
sinais na educação de surdos.
Os prejuízos pela ausência da língua de sinais na educação de surdos foram reetidos no alto
índice de analfabetismo e fracasso escolar, conrmados nos anos seguintes ao Congresso de
Milão (SACKS, 1998, p.41; MOURA, 2000, p.49; CARVALHO, 2007, p.71; CHOI et. al., 2011,
p.11).
p.11). Além de demitir todos os educadores surdos que trabalhavam através das línguas
lí nguas de sinais,
Moura (2000, p.48-9) aponta que a abordagem oralista focalizava o ensino da fala e desprezava os
conteúdos escolares. Com essa postura, o Oralismo não preparava os surdos para uma prossão,
a não ser para exercer funções como sapateiros e costureiros. Algumas
Algumas escolas, preocupadas em
garantir o sucesso de sua instrução oralista, chegavam a recusar a matrícula para alunos surdos
profundos e surdos lhos de pais surdos para acolher somente aqueles que apresentavam reais
condições de oralização. Os alunos surdos que não progrediam na oralidade eram considerados
decientes mentais, sob uma concepção patológica da surdez ainda presente em discursos atuais,
que culpa(va) a própria criança pelo “fracasso” de seu desenvolvimento escolar e linguístico.

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TexTo e
ConTexTo T 01 - Hstó  ecçã  Ss

Apesar de todo esforço para minar a língua de sinais da vida das pessoas surdas, esta nunca pôde
ser realmente apagada. Segundo Choi et al. (2011, p.10) as línguas de sinais continuaram sendo
usadas por surdos adultos que as transmitiam de geração em geração, por estudantes em escolas
especiais (ainda que às escondidas) e nas associações criadas como espaço de encontro entre
surdos.
E foi assim, sobrevivendo à proibição, que em 1960 as línguas de sinais conquistaram o prestígio
linguístico através dos estudos realizados pelo americano William Stokoe. Este linguista demonstrou
e comprovou que a língua de sinais americana se tratava de uma língua genuína, com estrutura
interna equiparada às línguas orais e dotada de todos os aspectos gramaticais necessários. Sua
pesquisa trouxe novo fôlego para a educação
educação de surdos já desgastada
desgastada por um método oralista
oralista que
não funcionava.
Na mesma década, diante do fracasso do Oralismo, nasceu uma nova abordagem conhecida como
Comunicação Total. Utilizando vários recursos disponíveis, desde a oralidade, escrita, guras e,
inclusive, sinais, com o tempo a Comunicação Total,
Total, segundo Choi et al. (2011,
(2011, p.12), tornou-se um
método simultâneo de oralidade e sinais feitos na gramática da língua oral. A essa concomitância
de sinais e fala oral, foi denominado Bimodalismo.
Após várias críticas a Comunicação Total e ao Bimodalismo que não contemplavam o pleno
desenvolvimento linguístico nem da língua oral tampouco da língua de sinais e, perante o
reconhecimento e fortalecimento das línguas de sinais surgiu o Bilinguismo.
Baseado em uma concepção socioantropológica, desde então o Bilinguismo conquistou o favoritismo
da comunidade surda. A proposta do modelo bilíngue se norteia pelo respeito da língua de sinais
como primeira língua dos surdos, e da língua oral e ou escrita como segunda língua. Nesse sentido,
os surdos se distanciam da representação patológica oralista, que focaliza a cura e/ou reabilitação
da surdez, para serem reconhecidos como sujeitos bilíngues e biculturais.
Atualmente, vigoram as três abordagens na educação de surdos, sendo Comunicação Total,
Oralismo e Bilinguismo. As duas últimas são as mais comuns, e perpetuam a oposição iniciada
desde a Idade Moderna, quando os primeiros métodos foram criados. O mais intrigante é que os
argumentos continuam sendo os mesmos, ou seja, que os surdos educados na abordagem oral
não devem aderir aos sinais sob risco
r isco de prejuízos para seu desenvolvimento linguístico.

10
Desse modo, um dos benefícios da retrospectiva histórica consiste em proporcionar uma avaliação
consciente de discursos como esse, por exemplo, reproduzidos ao longo do tempo, cujos
argumentos não apresentam nenhum respaldo cientíco. A partir da análise exposta nesta aula-
tema, é possível observar a passagem da representação do surdo como sujeito ineducável para
educável. Do mesmo modo, acompanhamos a resignicação da língua de sinais durante a história,
entendida como uma forma de comunicação mística, cultuada pelos egípcios da Idade Antiga, a
ser vista como recurso pedagógico dos educadores que visavam o ensino da oralidade, passando
pela representação nociva que esses mesmos oralistas atribuíram-na até a sua proibição e,
posteriormente, legitimação. De fato, são esses deslocamentos que fazem da história um terreno
fértil para se (re)pensar o contexto sociolinguisticamente complexo da surdez na atualidade.

E agora, vamos praticar?

Clique aqui para conhecer o alfabeto de LIBRAS


Clique aqui para conhecer os números utilizados em LIBRAS.

ConCeiToS
fundamenTaiS
Alfabeto Manual: Representação das letras do alfabeto através de diferentes congurações de
mãos. Serve para soletrar palavras, mas não se equipara a um sistema linguístico.
Aparelhos de Amplicação Sonora Individual: Aparelhos auditivos utilizados para captar o som
externo e amplicá-lo para o surdo.
Bilinguismo: Abordagem educacional que visa o ensino de duas línguas para os surdos, sendo
considerada a língua de sinais como a primeira e a língua
lí ngua oral e/ou escrita como segunda.
Bimodalismo: Uso dos sinais realizados em concomitância com a oralidade e, na estrutura
gramatical desta última.
Comunicação Total: Abordagem educacional que visa a comunicação e não o desenvolvimento
de uma língua, por isso aceita diversos recursos, tais como oralidade, sinais, gestos, mímica,

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ConCeiToS
fundamenTaiS T 01 - Hstó  ecçã  Ss
escrita, guras.
Concepção patológica da surdez: Alinhada a uma educação oralista, essa concepção representa
o sujeito surdo como deciente auditivo, analisando-o pelo viés da deciência, acredita-se que ele
precise de tratamento, reabilitação e/ou cura.
Concepção socioantropológica da surdez: Trata-se da percepção do sujeito surdo como membro
de minoria linguística, assim como índios e imigrantes que, apesar de viverem no Brasil, possuem
uma língua diferente da língua majoritária nacional, ou seja, a língua portuguesa. Entendendo
a surdez como diferença linguística e não como deciência, a concepção socioantropológica se
alinha ao bilinguismo.
Leitura orofacial: Também conhecida como leitura labial, a leitura orofacial compreende não apenas
a leitura dos lábios, mas a leitura das expressões faciais que oferecem pistas para compreensão do
enunciado, por exemplo, a expressão de armação, dúvida, indagação, raiva, alegria.
Método francês ou método visual: Baseia-se no uso de gestos, sinais, alfabeto manual e escrita
na educação de surdos.
Oralidade: Que tem por base a fala oral, emitida pela boca, como geralmente ocorre na comunicação
entre pessoas ouvintes.
Oralismo: Abordagem de ensino para surdos que visa o desenvolvimento da fala oral, para que a
comunicação dos surdos ocorra da mesma forma como os ouvintes. No princípio, o Oralismo utilizava
recursos manuais para o ensino da oralidade, porém, assim que alcançado o desenvolvimento
oral, os sinais eram abandonados. Atualmente, o Oralismo se baseia no treino da fala a partir da
amplicação sonora e leitura labial.
Oralismo Puro ou Método Alemão (Escola Alemã): Abordagem de ensino para surdos que visa o
desenvolvimento da fala oral e rejeita o uso de qualquer recurso manual como, por exemplo, sinais
e alfabeto manual.
Resíduo Auditivo: Acredita-se que nenhum surdo possui perda auditiva total, sendo assim, os
aparelhos de amplicação sonora podem aproveitar o resíduo de audição ainda existente.
Sinais: Equivalem nas línguas de sinais a “palavra” nas línguas orais.

12
referênCiaS
V.. de. Breve história dos surdos – no mundo e em Portugal. Lisboa: Surd’Universo,
CARVALHO, P. V
2007.

CHOI, D.; PEREIRA, M.C.C.; VIEIRA, M.I.; GASPAR, P.; NAKASATO, R. As línguas de sinais:
sua importância para os Surdos. In: CHOI, D.; PEREIRA, M.C.C.; VIEIRA, M.I.; GASPAR, P.;
NAKASATO, R. Libras: conhecimento além dos sinais. 1ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2011, p. 3-14.

LANE, H. The deaf experience : classics in language and education. Translated by Franklin Philip.
England: Harvard University Press. 1984.

MOURA, C. de. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: Editora Revinter,
2000.

SACKS, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras,
1998.

• Web Aula 01 e 02 – História


História da Educação de Surdos
Surdos

Clique aqui Clique aqui

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queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem T 01 - Hstó  ecçã  Ss
Módulo 01: Educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

QUESTÃO 01
Durante a leitura do “Texto e Contexto da Aula-tema 01” você conferiu os deslocamentos
das representações sobre o surdo e a língua de sinais ao longo da história. Considerando
seu aprendizado, identique se são (V) Verdadeiras ou (F) Falsas as armações abaixo:
( ) Na antiguidade, muitos surdos
surdos foram condenados
condenados a morte por
por não conseguirem se
expressar através da oralidade como as pessoas ouvintes.
( ) Na idade média, os surdos não oralizados
oralizados eram considerados ineducáveis,
ineducáveis, sem direitos
a educação, a contrair matrimônio e a herdar os próprios bens.
( ) A educação de surdos é bastante
bastante recente, ocorrendo somente
somente após o século XX, com
a criação da língua de sinais.
( ) A história comprova que a proibição da língua de sinais, no Congresso de Milão, trouxe
inúmeras contribuições para a escolarização e prossionalização
prossionalização dos surdos.
( ) Ao longo da história e ainda
ainda nos dias atuais é comum que os defensores
defensores do Oralismo
Oralismo
critiquem o uso dos sinais na educação de surdos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, respectivamente:
a) V, V, F, F, V.
b) F, F, V, F, F.
c) V, F, V, F, V.
d) V, F, F, V, V.
e) F, V, V, F, F.

14
QUESTÃO 02
Observe o enunciado realizado em LIBRAS a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

a) Oi, seu nome é Selma?


b) Olá, quero fazer minha matrícula.
c) Boa tarde, eu sou surda.
d) Oi, meu nome é Bruna.
e) Olá, eu moro na Rua Brasil.

QUESTÃO 03
Observe o enunciado realizado em LIBRAS a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

15
queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem T 01 - Hstó  ecçã  Ss

Fonte: CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL, W.D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Lín-
gua de Sinais Brasileira, Volume I e II. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2008. p. 540-1194.

a) Qual seu telefone?


b) Seu endereço, por favor?
c) Qual a sua data de nascimento?
d) Você tem e-mail?
e) Preciso do xerox dos seus documentos.

16
Saiba
maiS
Dica de livro

Breve História dos Surdos - no mundo


e em Portugal
Autor: Paulo Vaz de Carvalho
Editora: Lisboa: Surd’Universo, 2007
O livro oferece uma ampla descrição sobre os principais
educadores e acontecimentos históricos na área da
surdez, em Portugal e no mundo, desde a Antiguidade até
os tempos atuais.

Dicas de livros

E seu nome é Jonas


Diretor: Richard Michaels
Duração: 100 min.
Ano: 1979
País: EUA
Gênero: Drama
O lme retrata a história de uma mãe ouvinte com um lho
surdo e suas tentativas de educá-lo na abordagem oralista
e, posteriormente, bilíngue.

17
Saiba
maiS T 01 - Hstó  ecçã  Ss

Dica de vídeo

História da educação de surdos


O vídeo apresenta um breve panorama histórico da
educação de surdos no Brasil desde a criação do INES,
em 1857, perpassando o reconhecimento da LIBRAS, em
2002 e o atual contexto educacional na área da surdez.
Disponível em: < http://www.youtube.com/ 
watch?v=3VlJOxt9bag>.
Acesso em: 17 jun. 2013.

Dicas de sites
Objetos de aprendizagem
O Objeto de Aprendizagem apresenta um boneco virtual que realiza os sinais conforme
você clica na letra ou objeto indicado. Aproveite para treinar as letras e os números em
LIBRAS e repita quantas vezes quiser.

Interaja com
co m o Objeto de Aprendizagem
Aprendizage m ALFABETO DATILOLÓGICO
DATILOLÓGICO do Curso
Cur so de LIBRAS
à distância oferecido pela UNESP. LIBRAS EAD

Disponível em: <http://www.marilia.unesp.br/#!/extensao/libras---ead/objetos-de-


aprendizagem/>..
aprendizagem/>
Acesso em: 17 fev. 2013.

18
Dicas de sites

Dicionário de LIBRAS
O site contempla o dicionário de LIBRAS virtual, com opções para consulta por ordem
alfabética, por assunto, por conguração de mão
m ão e por busca de palavras.

Disponível em: <http://www.acessobrasil.org.br/libras/>.


Acesso em: 17 fev. 2013.

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TexTo e
ConTexTo T 02 - Ct  it S

Na Aula-tema anterior,
anterior, você acompanhou um breve panorama histórico sobre a educação de surdos
e as línguas de sinais. Compreendeu que as línguas de sinais são utilizadas na comunicação entre
pessoas surdas há muito tempo, como também há muito tempo ela vem sendo reprimida pela
sociedade ouvinte, que insiste em exigir que os sujeitos surdos se comuniquem tal como a maioria,
ou seja, por meio da oralidade.
Ainda resgatando a discussão da Aula-tema 1, a história apresenta a disputa entre duas principais
abordagens de ensino, uma que defende e outra que condena o uso dos sinais. A oposição que
se arrasta desde a Modernidade é representada, atualmente, pelo oralismo e pelo bilinguismo.
Enquanto o oralismo pressupõe o surdo como deciente auditivo que necessita de tratamento e
cura para ser integrado à sociedade ouvinte, o bilinguismo arma que os surdos devem ser aceitos
tal como eles são, ou seja, falantes da língua de sinais, sistema linguístico que lhes é natural e
acessível.
O bilinguismo parte de uma concepção socioantropológica da surdez, em que a língua de sinais é
respeitada enquanto sistema linguístico suciente e autônomo. A valorização da língua de sinais
propicia aos surdos a identicação com outros surdos, não apenas por uma língua em comum, mas
por uma série de fatores,
f atores, tais como a forma de vivenciar o mundo por meio de experiências visuais,
a história de lutas compartilhada, o processo de ensino-aprendizagem
ensino-aprendizagem diferenciado, a cultura surda,
entre outros. A esse
esse pertencimento a um grupo, no caso, à comunidade surda, é possível vislumbrar
a construção da identidade surda – ou de várias identidades surdas, conforme Perlin (1998, p. 62-
65).
A maioria das crianças surdas cresce em um ambiente familiar constituído por ouvintes. Elas
tendem a acreditar, por isso, que estão predestinadas a morrer ainda crianças ou que são as únicas
“estranhas” no mundo. Nas palavras da atriz e escritora surda francesa Emmanuele Laborit, ao
conhecer,
conhecer, pela primeira vez, um surdo adulto e a língua de sinais:

[...] compreendi imediatamente que não estava sozinha no mundo. Uma revelação
imprevista. Um deslumbramento. Eu, que me acreditava única e destinada a morrer
criança, como costumam imaginar que aconteceria às crianças surdas, acabava de
descobrir que existia um futuro possível, já que Alfredo era adulto e surdo. [...] Essa
lógica cruel permanece enquanto as crianças surdas não se encontram com um adulto.

21
TexTo e
ConTexTo T 02 - Ct  it S
Elas têm necessidade dessa identicação com adultos, uma necessidade crucial.
(LABORIT, 1994, p. 49 apud CHOI et al., 2011, p. 27-28)
Por esta razão, a comunidade surda defende que as crianças surdas devem ser expostas o mais
precocemente possível à língua de sinais e ao contato com adultos surdos, com os quais poderão
construir o sentimento de pertença a um grupo.
No entanto, as contribuições da língua de sinais vão além da identicação com um grupo, uma vez
que tal língua é também o principal instrumento para a produção cultural da comunidade surda.
Conforme Choi et al. (2011,
(2011, p. 34-35), o papel da língua de sinais pode ser visto basicamente a partir
da tríade “símbolo da identidade social”, “meio de interação social” e “depositário de conhecimento
cultural”.
Neste sentido, ao pensar a língua de sinais como meio de interação social, é válido destacar que
existem domínios que extrapolam a prociência linguística, e são desses domínios que trataremos
aqui.
Ao ingressar no universo da surdez, é preciso compartilhar alguns saberes culturais da comunidade
surda. Por exemplo, vale entender que as despedidas e as chegadas são sempre realizadas de
forma demorada e formal. Ao se despedirem, os interlocutores justicam sua partida, aonde vão e o
que farão, enfatizam como foi bom rever o outro e combinam o próximo encontro. Se você realizar
uma despedida rápida poderá ser mal-interpretado pelos surdos, concluindo que você estava com
pressa para se retirar da companhia deles (CHOI et al., 2011,
2011, p. 37-38). Contudo, durante a conversa,
ir direto ao assunto que se deseja é algo extremamente natural. Conforme Choi et al. (2011, p. 41),
os surdos apreciam uma conversa direta que facilite a comunicação e o entendimento.
Outro ponto de atenção é que na língua oral é comum chamar a atenção do outro simplesmente
falando seu nome. Isso não tem signicado para os surdos, pois, ao chamar o outro pelo nome,
este não será ouvido. O que eles utilizam é um leve toque no braço ou antebraço. E, se estiver
longe, você pode acenar com o braço dentro do campo visual da pessoa, pisar forte no chão (o
que provocará uma vibração e chamará sua atenção), bater na mesa (quando houver) ou apagar e
acender a luz (CHOI et al., 2011,
2011, p. 36).
Outro fator comunicativo é o olhar. Em uma comunicação estabelecida por meio da língua de

22
sinais, falar de frente e olhar para seu interlocutor é imprescindível, anal, trata-se de uma
comunicação visual-espacial, logo, se você desviar o olhar ou virar as costas, o surdo entenderá
que está desinteressado ou entediado com a conversa, percebendo seu comportamento como um
insulto (CHOI et al., 2011, p. 37). O desvio do olhar ocorre, muitas vezes, quando nós, ouvintes,
nos distraímos com algum barulho ou com alguém que nos chama a atenção. Nestes casos,
aconselhamos que você avise o surdo sobre a interrupção da conversa.
A fala oral não é valorizada pelos surdos, pois, para tais indivíduos, o normal é que se comuniquem
por meio da língua de sinais. Na verdade, eles sentem orgulho da própria língua, cultura e identidade.
Deste modo, referir-se aos surdos como decientes auditivos deve ser evitado em qualquer diálogo.
Você
Você pode achar estranho, mas é muito comum que surdos façam grandes rodas de conversa, em
que vários diálogos se entrecruzem sem que uma conversa atrapalhe a outra. Conforme Choi et
al. (2011,
(2011, p. 40), isso seria inviável nas línguas orais, uma vez que as pessoas começariam a gritar
para se entender.
Com relação às apresentações, os usuários da LIBRAS, na maioria das vezes, apresentam seu
sinal, em seguida, soletram seu nome e depois se identicam como surdos ou ouvintes (CHOI
et al., 2011, p. 41). Neste sentido, eu me apresentaria da seguinte forma: “Esse é o meu sinal
(executando meu sinal pessoal), meu nome é K-A-T-E
K-A-T-E (soletrando em LIBRAS meu nome), eu sou
ouvinte”.
Os sinais pessoais são um elemento da cultura surda. Todo novo membro dessa comunidade
recebe um sinal, que sempre deve ser batizado por um surdo. De acordo com Choi et al. (2011, p.
42-43), os sinais pessoais podem ser atribuídos a partir da característica física da pessoa (altura,
cabelo, olhos, marcas de nascença etc.), do uso constante de objetos (brincos, óculos, pulseira
etc.), do comportamento constante (mexer no cabelo, ruborizar, sorrir etc.) ou por suas práticas
habituais (comer, nadar, jogar futebol, andar de bicicleta etc.). Tais sinais correspondem ao nome
de cada pessoa na cultura ouvinte, ou seja, uma vez atribuídos, não são alterados. Ainda que o
sinal tenha sido dado, por exemplo, em decorrência de um corte de cabelo que a pessoa não usa
mais ou de objetos que já não possui, o sinal deve permanecer o mesmo.
Outro elemento da cultura surda são os pontos de encontro da comunidade surda (CHOI et al.,
2011,
2011, p. 44). Em toda cidade existe um ou mais pontos de encontro, que pode(m) ser um shopping,
terminal rodoviário, associações ou outro local ao qual os surdos se dirigem, frequentemente,
quando desejam encontrar seus pares e estabelecer um diálogo em língua
l íngua de sinais.
Ao falarmos sobre a LIBRAS enquanto depositário cultural, não podemos deixar de mencionar,
ainda, a grande riqueza de expressões artísticas privilegiada por meio da língua de sinais. São
inúmeras produções deagradas em forma de poesias, teatros, lmes, literaturas, piadas, clássicos,

23
TexTo e
ConTexTo T 02 - Ct  it S
fábulas, contos, romances, lendas, histórias de surdos etc.
No Brasil, há uma ampla literatura popular na LIBRAS presente nas associações de surdos, escolas
e pontos de encontro da comunidade surda que revela a originalidade de sua cultura e identidade
(CHOI et al., 2011, p. 46-47). Nos últimos anos, essa literatura tem sido registrada em formato
de livros e vídeos, além de divulgada para a sociedade ouvinte interessada, principalmente aos
familiares e prossionais que atuam na área da educação de surdos.
No que tange ao humor surdo, o fato de não ouvir é satirizado, assim como a incompreensão dos
ouvintes da forma visual como os surdos são capazes de vivenciar o mundo. Já as poesias são
banhadas pelas mais belas combinações de movimento e ritmo, além de repletas de signicado
linguístico.
Para Choi et al. (2011, p. 51), a música, entretanto, não faz parte da cultura surda, mas pode ser
apresentada aos surdos sob caráter informativo e para estabelecer uma relação intercultural entre
ouvintes e surdos.
Cabe também mencionar (CHOI et al., 2011,
2011, p. 51-55) as adaptações culturais desenvolvidas pela
indústria para promover o acesso das pessoas surdas a variadas formas de tecnologias. Entre
essas adaptações, destacam-se as campainhas luminosas que substituem o som por uma luz
emitida através de lâmpadas estrategicamente posicionadas em residências ou escolas. Na mesma
lógica que a campainha luminosa, funciona a babá luminosa, pois, ao som do choro do bebê, emite
uma luz no aparelho posicionado próximo à mãe surda. Os relógios e/ou despertadores funcionam
por vibração, podem ser colocados embaixo do travesseiro e alertam no horário programado.
O telefone para surdos, conhecido pela sigla americana TDD (Telephone
(Telephone Device for Deaf) ou pela
sigla brasileira TTS (Terminal Telefônico para Surdos), consiste na troca de mensagens escritas.
Quando um dos interlocutores não possui o aparelho TTS, é necessária a mediação de uma central
de atendimento. Por meio do TTS, o surdo digita sua mensagem no telefone adaptado e a atendente
verbaliza tal mensagem para o interlocutor ouvinte, que está do outro lado da linha. O inverso
também ocorre, a mensagem transmitida pelo ouvinte será digitada pela atendente e repassada
através do visor do TTS ao surdo. Contudo, esse aparelho é pouco utilizado, principalmente na
atualidade, em que a maioria dos surdos possui um aparelho celular, em que é possível a troca de
mensagens instantaneamente, inclusive por meio da tecnologia 3G de sistema de videoconferência,

24
que permite a conversa sinalizada entre surdos. As operadoras de celulares têm se adaptado à
clientela e oferecido planos especícos para surdos, visto que não realizam chamadas telefônicas
e apenas se aproveitam dos SMS, e-mails e sistemas de videoconferência.
Outra conquista tecnológica
tecnológica para os surdos (CHOI, et al., 2011,
2011, p. 54-55) são os aplicativos de
tradução de texto que têm sido utilizados
util izados nas televisões (Closed Caption) e de tradução em LIBRAS
implementados por alguns sites da internet e aplicativos para computadores, celulares e tablets.
Não são todos os sites que oferecem este recurso, mas algumas empresas já têm chamado a
atenção pela iniciativa.
Destarte, entre aspectos, adaptações e produções culturais, esperamos ter demonstrado o potencial
da língua de sinais para a comunidade surda, não como um instrumento compensatório pela falta
de audição, mas como um sistema linguístico legítimo capaz de desenvolver uma identidade e
cultura própria.

ConCeiToS
fundamenTaiS

Closed Caption: é a chamada legenda oculta que permite o acesso por escrito à informação
veiculada oralmente na televisão, tanto da fala dos personagens quanto dos sons emitidos, tais
como porta batendo, músicas etc.
Cultura surda: conjunto de valores, crenças e comportamentos partilhados pelos surdos.
Identidade: construto sócio-histórico criado a partir das práticas discursivas estabelecidas por meio
da denição de diferenças entre o grupo de pertencimento e outro(s) grupo(s).
Identidade surda: processo de identicação com a comunidade surda, bem como suas experiências
visuais, sua língua, cultura e ideologia.
Sinal pessoal: equivale ao nome na cultura ouvinte, contudo, é atribuído por um surdo a partir da
uma característica da pessoa (comportamento, aparência etc.).

25
referênCiaS T 02 - Ct  it S
CHOI, D.; PEREIRA, M. C. C.; VIEIRA, M. I.; GASPAR, P.; NAKASATO, R. Língua Brasileira de
Sinais - Libras: direitos dos surdos brasileiros. In: CHOI, D.; PEREIRA, M. C. C.; VIEIRA, M. I.;
GASPAR, P.; NAKASATO, R. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2011, p. 34-55.t

PERLIN, G. Identidades Surdas. In: SKLIAR, C. (Org.) A Surdez: um olhar sobre as diferenças.
Porto Alegre: Editora Mediação, 1998.

• Web Aula 03 e 04 – Cultura


Cultura e Identidade Surda

Clique aqui Clique aqui

26
queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem
Aula-tema 2: Cultura e Identidade Surda

QUESTÃO 01
Durante a interação com a comunidade surda, o domínio da língua de sinais pode ser insuciente
para estabelecer um diálogo saudável. Com base no conteúdo aprendido na Aula-tema 2, considere
as armações a seguir:
I. Os surdos costumam realizar grandes rodas de conversas. Nessas rodas, é considerado natural
que as conversas se entrecruzem sem que interram uma na outra.
II. Para chamar a atenção e iniciar uma conversa com uma pessoa surda você pode acenar com
o braço em seu campo visual ou pisar forte no chão.
III. Despedida breve é comum na comunidade surda, ou seja, você pode chegar e partir
repentinamente sem problemas.
IV. Não olhar para seu interlocutor enquanto conversa com ele ou virar de costas é considerado
pela comunidade surda uma grande falta de respeito.
r espeito.
Estão CORRETAS somente as armações:
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I, III e IV.
e) I, II e IV.

27
queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem T 02 - Ct  it S

QUESTÃO 02
Observe o enunciado realizado em LIBRAS, a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

a) Ele é meu pai.


b) Ela é minha prima.
c) Eu sou viúva.
d) Eu sou professor.
e) Eu sou professora.

QUESTÃO 03
Analise os sinais a seguir e indique a alternativa que realiza a tradução correta dos
pronomes interrogativos:

28
Fonte: QUADROS, R. M.; PIMENTA,
PIMENTA, N. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006.
p. 19.

a) Como? Por quê?


b) Quem? Onde?
c) Onde? Quando?
d) Quanto? Por quê?
e) Como? Quando

29
Saiba
maiS T 02 - Ct  it S

Dica de livro

A Surdez: um olhar sobre as diferenças


Autor: Skliar, Carlos
Editora: Editora Mediação, 1998
O livro oferece uma ampla descrição sobre os principais
educadores e acontecimentos históricos na área da surdez, em
Portugal e no mundo, desde a Antiguidade até os tempos atuais.

Dica de vídeo

Identidade Surda
O vídeo traz depoimentos de surdos e ouvintes (familiares
e prossionais da área) sobre surdez, educação de surdos,
língua de sinais e identidade surda.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=9PJwvv7PTcg> .
Acesso em: 19 jun. 2013.

30
Dica de vídeo
O Encontro – Libras
Curso Básico de LIBRAS II - Ensinando a LIBRAS na rede
de ensino regular: noções básicas para professore
professoress e
alunos.

O vídeo simula várias situações cotidianas de uma família surda


dialogando em LIBRAS. O vídeo apresenta legenda e está
dublado, o que permite ao novo usuário da LIBRAS realizar
associações entre os sinais apresentados e sua respectiva
tradução. No nal da terceira parte do vídeo, há também um
glossário com os sinais referentes a alimentos, família, objetos,
disciplinas escolares e vestimentas.
Parte 1. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=x5k
<http://www.youtube.com/watch?v=x5kmIZmP2Wo>
mIZmP2Wo>..
Acesso em: 21 jun. 2013.
Parte 2. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=KmCH8yhVUDc>..
<http://www.youtube.com/watch?v=KmCH8yhVUDc>
Acesso em: 21 jun. 2013.
Parte 3. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=tmoUFmZwDQU>..
<http://www.youtube.com/watch?v=tmoUFmZwDQU>
Acesso em: 21 jun. 2013.

31
Saiba
maiS T 02 - Ct  it S

Dica de lme

Sou surdo e não sabia


Título Original: Sourds et Malentendus
Diretor: Igor Ochronowicz
Lançamento: França/2009
Sandrine é a personagem de destaque do documentário.
Surda, lha de pais ouvintes, a atriz narra sua própria
percepção da surdez desde o nascimento, passando pela
infância até a atualidade. Durante seu relato, Sandrine
compartilha experiências como a descoberta de sua
surdez, assim como seu primeiro contato com a língua
de sinais, com o aparelho de amplicação sonora e com
a escola.
Parte I. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qtXV_VKZqqg>.
Parte II. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=2STHTjtWb7Q>.
Parte III. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=_AX6WgjYE9A>.
IV. Disponível em:
Parte IV.
<https://www.youtube.com/watch?v=RcGGz-l6lOI>.
Parte V. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=r44EsO89MEI>.
Parte VI. Disponível em:
<https://www.youtube.com/ 
watch?v=Xvu0Wwznkso&NR=1&feature=endscreen>.
Acesso em: 19 jun. 2013.

32
Dica de site

Conheça o tradutor, aplicativo e dicionário de LIBRAS/Língua


Portuguesa PRODEAF
O site apresenta o tradutor,
tradutor, aplicativo e dicionário de LIBRAS/Língua Portuguesa Prodeaf.
O software realiza traduções de mensagens escritas em língua portuguesa para a LIBRAS
e também faz o reconhecimento de voz, traduzindo o enunciado para a LIBRAS.

Disponível em: <http://www.prodeaf.net/>.


Acesso em: 19 jun. 2013.

33
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TexTo e T 03 - gátc  libraS: scts
ConTexTo ócs, ócs  státcs

Na aula-tema anterior, você aprendeu que, para estabelecermos uma comunicação efetiva em
LIBRAS, além da própria llíngua
íngua de sinais, é necessário compreendermos os domínios de interação
social que o funcionamento desse sistema linguístico envolve. Além disso, na Aula-tema 2 foi
vislumbrado que a LIBRAS assume o protagonismo dentro da comunidade surda, não apenas por
se constituir enquanto uma língua legítima, acessível e que possibilita a criação de bens culturais
para esse grupo, mas também por ser instrumento de identicação para a construção da identidade
surda.
Por falar em legitimação, vale destacar que a língua brasileira de sinais (a LIBRAS) é reconhecida
r econhecida
legalmente como meio de comunicação e expressão das comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Assim, por meio da Lei n. 10.436, aprovada em 24 de abril de 2002, a LIBRAS foi ocializada como
sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria e de pertencimento
das comunidades surdas do país (BRASIL, 2002).
Contudo, o reconhecimento da língua de sinais não ocorreu apenas no âmbito das legislações,
pois muito antes disso, em 1960, o americano William Stokoe já havia comprovado no campo dos
estudos linguísticos que a estrutura e a organização da língua de sinais apresentavam equivalência
aos níveis encontrados nas línguas orais.
Deste modo, como sublinha Felipe (1997, p. 82), toda língua, seja ela de sinais ou oral, é organizada
em sua estrutura por níveis linguísticos baseados na fonologia, na morfologia, na sintaxe, na
semântica e na pragmática. Emprestando as palavras da autora, é possível armar que:

Apesar das diferenças peculiares a cada língua, todas as línguas possuem algumas
semelhanças que as identicam como língua e não linguagem como é o caso da
linguagem das abelhas, dos golnhos, dos macacos, enm, a comunicação dos
animais. (FELIPE, 1997, p. 82)
Esta citação é oportuna para enfatizar novamente que a LIBRAS representa uma língua, e não
uma linguagem. Conforme Felipe (1997, p. 82) e Choi et al. (2011, p. 59), a distinção precípua
entre a língua portuguesa e a LIBRAS reside no canal (ou meio) de comunicação, ou seja, a língua
portuguesa é uma língua de modalidade oral-auditiva, enquanto a LIBRAS ocorre por meio da
modalidade gestual-visual, uma vez que depende de movimentos gestuais e expressões faciais
interpretados por meio da visão. Entretanto, deve car claro que a língua de sinais partilha de

35
TexTo e T 03 - gátc  libraS: scts
ConTexTo ócs, ócs  státcs

elementos linguísticos e gramaticais que a denem enquanto língua, tal como ocorre com as línguas
orais. Vamos conhecer
conhecer um pouco mais sobre os aspectos linguísticos da LIBRAS?

Aspectos fonológicos

No caso das línguas oral-auditivas, a fonologia se concentra na análise dos sons (ou fonemas),
enquanto nas línguas de sinais tal estudo equivale à querologia (ou quirologia). De acordo com
Fernandes (2003, p. 40), a querologia é o estudo das mãos e dos pulsos. Assim, em vez de estudar
os fonemas, como a fonologia, a querologia prioriza os queremas por meio da articulação dos
sinais.
Stokoe foi o primeiro a descrever a querologia da língua de sinais, focalizando o movimento, o
ponto de articulação e a conguração das mãos, da mesma forma como os linguistas
li nguistas fazem com a
língua oral, quando determinam o ponto de articulação da língua e a inuência bucal e/ou nasal na
emissão de sons vocálicos ou consonantais (FERNANDES, 2003, p. 40).
Segundo Choi et al. (2011, p. 59-60), a classicação feita por Stokoe (localização, movimento e
conguração das mãos) foi complementada, posteriormente, por outros estudiosos da área que
constituíram os seguintes parâmetros linguísticos da língua de sinais: 1. conguração das mãos;
2. localização (ou ponto de articulação); 3. movimento; 4. orientação das palmas das mãos; e 5.
traços não manuais.
A conguração das mãos pode ou não se fundamentar na datilologia (alfabeto manual), isso
porque, além dos sinais equivalentes a cada letra do alfabeto, existem outras possibilidades de
congurar a(s) mão(s).
A localização (ou ponto de articulação) está associada ao lugar, seja no corpo ou no espaço, em
que incide a mão predominantemente durante a realização do sinal. O sinal pode ser feito com uma
ou duas mãos em frente ao rosto ou ao peito, ou, ainda, tocando em determinada parte do corpo
(peito, cabeça, dedos etc.). O espaço em frente ao corpo é referido pelos estudos linguísticos da
área da língua de sinais como “espaço neutro” (FELIPE, 1997, p. 84).
A sinalização da LIBRAS pode implicar ou não a existência de movimento. O movimento pode
ocorrer a partir do movimento de dedo(s), pulso, mão, braço, cabeça etc.

36
Outro parâmetro linguístico da LIBRAS, implementado por Battison (1974 apud CHOI et al., 2011, p.
60-65), refere-se à orientação das palmas das mãos . As mãos podem ser direcionadas para cima
ou para baixo, para dentro ou para fora, para direita ou para esquerda, ou apresentar combinações
de posições atreladas a determinados movimentos.
As expressões faciais, o movimento corporal e o olhar formam os . As expressões faciais são
imprescindíveis durante a conversação sinalizada, pois inuenciam no sentido da frase, assim
como ocorre na entonação das palavras e nos enunciados da língua oral.
A combinação
combinação dos cinco parâmetros linguísticos aqui apresentados dene cada sinal da língua
lí ngua de
sinais. A alteração de qualquer elemento linguístico supracitado pode transformar
t ransformar radicalmente seu
signicado. Por esta razão, são considerados traços distintivos, da mesma forma como os traços
de sonoridade observados na língua portuguesa.

Aspectos morfológicos

De acordo com Quadros e Karnopp (2004, p. 19), se por um lado a fonologia está preocupada com
a organização dos sons e a pronúncia das palavras, a morfologia prioriza o estudo da estrutura
interna da língua para a formação de palavras, concentrando-se na identicação das categorias de
número (plural/singular), gênero (masculino/feminino), tempo (passado/presente/futuro) e pessoa
(eu/você/ele).
Deste modo, a partir do domínio sobre os aspectos morfológicos de determinada língua, o sujeito é
capaz de reconhecer sua lógica linguística para a suposição e/ou formação de novos signicantes.
Para Choi et al. (2011, p. 70-71), o conhecimento da estrutura interna da LIBRAS oportuniza a
seus falantes que compreendam, por exemplo, a ocorrência de sinais para verbos e substantivos
associados, respectivamente, ao movimento mais curto ou repetido, como é o caso de “sentar” e
“cadeira” ilustrados na Figura 3.1 a seguir:

Figura 3.1 Sinais “sentar” e “cadeira”.

Fonte: Choi et al. (2011,


(2011, p. 70)

37
TexTo e T 03 - gátc  libraS: scts
ConTexTo ócs, ócs  státcs

Outra forma de criação de novos sinais da LIBRAS é a composição. Assim como a língua portuguesa
possui palavras compostas, na LIBRAS também há sinais compostos, como é o caso, por exemplo,
do sinal “escola”, que é feito a partir da combinação do sinal “casa” com o sinal “estudar”.
Outro aspecto morfológico a ser considerado são as incorporações: a) de argumentos (quando
os sinais se ajustam ao objeto); b) de numeral (quando os sinais incorporam o número); e c) de
negação (quando a conguração de mão é alterada, ou quando é acrescentado o meneio negativo
da cabeça ou quando o movimento “não” é feito com o dedo indicador) (CHOI et al., 2011, p. 72-76).

Aspectos sintáticos

No que tange à sintaxe da LIBRAS, existe intensa inuência da língua portuguesa nos surdos mais
oralizados, em que a ordem sujeito-verbo-objeto (SVO) é encontrada. Contudo, Choi et al. (2011,
p. 88-90) enfatizam que a estrutura tópico-comentário é a mais recorrente nas práticas discursivas
de sujeitos surdos menos oralizados (ou não oralizados).
Alinhadas à lógica tópico-comentário, frases como “onde é o banheiro?” ou “não tem banheiro”,
em LIBRAS, devem anunciar o tópico “banheiro” primeiro, por exemplo, BANHEIRO ONDE? ou
BANHEIRO NÃO TEM, conforme ilustra a Figura 3.2 a seguir:

Figura 3.2 Estrutura tópico-comentário.

BANHEIRO ONDE? BANHEIRO NÃO TEM.

Fonte: Choi et al. (2011, p. 70)

É importante destacar que o artigo “o” de “o banheiro” não aparece na oração, pois não existem

38
artigos na LIBRAS.
Do mesmo modo, na frase “quantos lhos você tem”, o tópico é FILHOS e deve iniciar a oração:
FILHOS VOCÊ TEM QUANTOS? (CHOI et al., 2011, p. 89). A dica é memorizar que as partículas
interrogativas, tais como “QUANTOS, QUEM, QUANDO, ONDE, PORQUE, O QUE, QUAL”, devem
ser apresentadas sempre no nal da frase.
Com isso, podemos facilmente perceber que a LIBRAS, enquanto língua natural, atende a todos os
aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos de uma língua. No que se refere à fonologia, a LIBRAS
apresenta a combinação de parâmetros linguísticos que permitem a criação de uma innidade de
sinais, possibilitando a descrição de conceitos abstratos e concretos e/ou a discussão de qualquer
assunto. No que se refere aos aspectos morfológicos, a LIBRAS possibilita a seus falantes que criem
novos sinais, conforme as exigências culturais ou tecnológicas de sua comunidade. Com relação
aos aspectos sintáticos, a LIBRAS possui estrutura própria e independente da língua portuguesa, o
que comprova ainda mais sua originalidade. Por esta razão, a LIBRAS é classicada como língua,
tal qual a língua
l íngua portuguesa, e não como “linguagem”, forma pela qual tem sido, equivocadamente,
identicada por muitas pessoas.

ConCeiToS
fundamenTaiS
Fonologia: estudo destinado à interpretação dos sons da fala, desde a produção de pequenos
segmentos, tal como os fonemas, até sua melodia e entonação.
Morfologia: estudo que investiga a estrutura, formação e classicação das palavras.
Queremas: constituem a unidade elementar da língua de sinais, analogamente ao papel dos
fonemas nas línguas orais.
Querologia: o termo tem origem grega e signica o estudo das mãos e dos pulsos. Tem a mesma
representação da fonologia, uma vez que a fonologia estuda os fonemas da língua oral e a querologia
estuda os queremas da língua de sinais.
Sintaxe: É o estudo linguístico
li nguístico que investiga a distribuição das palavras na construção das frases.

39
T 03 - gátc  libraS: scts
referênCiaS ócs, ócs  státcs

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras
e dá outras providências. Diário Ocial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 24 abr.
2002. seção 1, p. 23.

CHOI, D.; PEREIRA, M. C. C.; VIEIRA, M. I.; GASPAR, P.; NAKASATO, R. Aspectos linguísticos da
língua brasileira de sinais. In: CHOI, D.; PEREIRA, M. C. C.; VIEIRA, M. I.; GASPAR, P.;
P.; NAKASATO,
NAKASATO,
R. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. p. 59-92.

FELIPE, T.
T. A. Introdução à Gramática de LIBRAS. In: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto.
Secretaria de Educação Especial. Educação especial: Deciência Auditiva. Brasília, 1997.

FERNANDES, E. Linguagem e surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003.

QUADROS, R. KARNOP P, L. B. Língua brasileira de sinais: estudos linguísticos. Porto Alegre:


R . M.; KARNOPP
Artes Médicas, 2004.

• Web Aula 05 e 06– Gramática da LIBRAS: aspectos fonológicos,


fonológicos, morfológicos
morfológicos e sintáticos

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40
queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem
Aula-tema 3: Gramática da LIBRAS: aspectos fonológicos,
morfológicos e sintáticos

QUESTÃO 01
Considerando seu aprendizado sobre os aspectos gramaticais da LIBRAS, analise as
asserções a seguir e indique se são (V) Verdadeiras ou (F) Falsas:
( ) Os parâmetros linguísticos da LIBRAS
LIBRAS são
são constituídos
constituídos por conguração
conguração de mão,
mão,
localização, movimento, traços não manuais e orientação das palmas das mãos.
( ) A diferença entre a língua
língua portuguesa e a LIBRAS consiste no canal
canal (ou meio
meio de
comunicação), sendo a língua portuguesa oral-auditiva e a LIBRAS gestual-visual.
( ) Na língua portuguesa
portuguesa é comum
comum encontrarmos
encontrarmos palavras compostas, tal como
como “guarda-
“guarda-
chuva”. Já na morfologia da LIBRAS isso não ocorre, ou seja, sinais compostos não existem.
( ) Surdos com maior
maior inuência
inuência da oralidade utilizam
utilizam a estrutura sintática da LIBRAS
LIBRAS
sujeito-verbo-objeto;
sujeito-verbo-objeto; contudo, a ordem mais usada nas práticas discursivas em LIBRAS é
a tópico-comentário.
tópico-comentário.
( ) A sigla LIBRAS signica linguagem brasileira de sinais, linguagem utilizada pelas
comunidades de pessoas surdas do país.
a) V, V, F, V, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, V, F, V.
d) F, F, V, V, F.

e) V, F, F, F, V.

41
queSTõeS para
aCompanHamenTo T 03 - gátc  libraS: scts
da aprendizagem ócs, ócs  státcs
QUESTÃO 02
Observe o enunciado realizado em LIBRAS, a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

Fonte: Capovilla; Raphael (2008, p. 200-1340)

42
a) Hoje é dia 2 de agosto de 2013.
b) Ontem foi dia 11 de julho de 2013.
c) Ontem foi dia 8 de outubro de 2013.
d) Hoje é dia 5 de dezembro de 2013.
e) Amanhã é dia 7 de março de 2013.

QUESTÃO 03
Observe o enunciado realizado em LIBRAS, a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

Fonte: Capovilla; Raphael (2008, p. 433-1178)


433-1178)

a) As aulas terminam na sexta-feira, dia 29.


b) As férias começam no domingo, dia 26.
c) O Exame será no sábado, dia 28.
d) A apresentação
apresentação do seminário foi na quinta-feira, dia 27.
e) A atividade individual precisa ser entregue dia 20.

43
Saiba T 03 - gátc  libraS: scts
maiS ócs, ócs  státcs

Dica de livro

Língua brasileira de sinais: estudos


linguísticos
Autor: Quadros, Ronice Muller de; Karnopp,
Lodenir Becker
Editora: ARTMED
O estudo realizado por Ronice Quadros e Lodenir Karnopp
analisa a língua brasileira de sinais a partir de aspectos
linguísticos, como fonologia, morfologia e sintaxe.

Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe


da Língua de Sinais Brasileira
Autor: Fernando César Capovilla, Walkiria
Duarte Raphael
Editora: 3. ed. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2008. Volumes I
e II.
Enciclopédia trilíngue que apresenta uma ampla variedade de
sinais da LIBRAS encontradas em português, inglês, LIBRAS
e sign writing (modelo visual de escrita dos sinais). Além de
apresentar os conceitos e a tradução dos sinais, o Dicionário
Enciclopédico aborda a variedade linguística da LIBRAS,
indicando quando há mais de um sinal para o mesmo conceito.

44
Dica de vídeo
Estrutura Gramatical da LIBRAS
O vídeo com a pesquisadora da área e também lha de surdos,
Ronice Quadros, apresenta a descrição da organização dos
elementos linguísticos da LIBRAS, discorrendo sobre os
aspectos morfológicos e fonológicos da LIBRAS. Para ilustrar os
elementos gramaticais da língua de sinais, Quadros apresenta
vários exemplos práticos que contribuem para a compreensão
de sua estrutura linguística.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=O66o7BvuYwA>..
<http://www.youtube.com/watch?v=O66o7BvuYwA>
Acesso em: 21 jun. 2013.

“Natália Romera - Vinicius de Moraes A casa


(em LIBRAS)”
O vídeo trata de uma música interpretada em LIBRAS. A música
explora bastante o recurso dos classicadores e poderá ilustrar
o funcionamento da LIBRAS.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=m5N54DCS_BQ>..
<http://www.youtube.com/watch?v=m5N54DCS_BQ>
Acesso em: 23 jun. 2013.

45
Saiba T 03 - gátc  libraS: scts
maiS ócs, ócs  státcs

Dica de site

Legenda LIBRAS
O site possui 11 aulas contemplando os aspectos gramaticais da LIBRAS, tais como
pronomes, advérbios de lugar, classes verbais, sinais compostos, entre outros. As aulas
apresentam exemplos em vídeos dos sinais e de frases em que os sinais são colocados
em contexto.

Disponível em: <http://www.legendalibras.com.br/tutorial/index.html>.


Acesso em: 23 jun. 2013.

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TexTo e T 04 - gátc  libraS: cts
ConTexTo gramaticais, exão verbal e nominal

Na aula-tema anterior você ingressou nos estudos linguísticos sobre a estrutura gramatical da
LIBRAS, compreendendo seus elementos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Dando continuidade
ao seu aprendizado sobre a gramática da LIBRAS, esta aula-tema 04 abordará suas categorias
gramaticais e exões verbal e nominal.

Categorias gramaticais

As categorias gramaticais são as classes de palavras de uma língua (substantivos, verbos,


pronomes) e a LIBRAS, assim como a Língua Portuguesa, também organiza seus sinais em classes
(FELIPE, 1997, p. 91; CHOI et al, 2011,
2011, p. 76).
Em concordância com Felipe (1997, p. 91), todas as línguas possuem classes gramaticais, embora
não sejam as mesmas e isso não deve ser compreendido como carência ou inferioridade. Assim,
enquanto na língua portuguesa temos vários artigos regulados a partir de gênero e número (“o”, “a”,
“os”, “as”), no inglês existe apenas um artigo denido (“the”) e na LIBRAS não há nenhum.
Em LIBRAS, os verbos podem ou não apresentar concordância. Os verbos sem concordância
são conhecidos como verbos simples e não exionam, independentemente, da pessoa ou objeto
envolvidos na ação do verbo (Exemplo: COMER, BEBER, ESTUDAR). Por outro lado os verbos com
concordância estão divididos em duas classes: verbos direcionais e verbos espaciais. Os verbos
direcionais exionam em pessoa, número e aspecto, mas não incorporam axos locativos, já os
verbos espaciais incorporam axos locativos
locativos (CHOI et al., 2011,
2011, p. 77-8). O verbo “PERGUNTAR”
“PERGUNTAR”
é um exemplo de verbo direcional, pois ele direciona para o sujeito da oração (Exemplo: na frase
EU PERGUNTO PARA VOCÊ, em LIBRAS, o verbo PERGUNTAR é feito em direção a “VOCÊ”. Se
fosse VOCÊ PERGUNTA PARA MIM, o verbo estaria direcionado para o próprio emissor), enquanto
o verbo “IR” é um exemplo de verbo espacial, pois ele situa em determinado ponto no espaço a
direção do verbo.
É interessante saber que os adjetivos da LIBRAS não sofrem inuência de gênero (masculino e
feminino) ou de número (singular e plural). Por essa razão são transcritos, frequentemente, pela
marca “@” no nal da palavra, por exemplo, “FEI@” ou “VELH@”, pois não há a diferenciação
“feio”, “feia”, feios”, “feias”. Além disso, alguns adjetivos podem ser descritivos e classicadores,
permitindo que o interlocutor descreva o formato ou textura do objeto. Nestes casos, o adjetivo se

49
TexTo e T 04 - gátc  libraS: cts
ConTexTo gramaticais, exão verbal e nominal

torna mais icônico e o interlocutor o desenha ou mostra tomando por base o respectivo objeto ou
corpo a que se refere o adjetivo. Assim, utilizando o exemplo de Choi et al. (2011, p.79), para se
dizer que uma camiseta contém estampas de bolinhas, seria indicada as bolinhas no próprio corpo
do sujeito, conforme imagem ilustrativa abaixo:

Camiseta de Bolinhas

Fonte: Choi et al., 2011,


2011, p.79

Os pronomes também estão presentes na LIBRAS, tais como pronomes pessoais, possessivos e
interrogativos. A lógica para representar os pronomes pessoais, em geral, é bem simples. Com a
conguração de mão em D você deve apontar para o sujeito em questão (EU, VOCÊ(S), ELE/A(S),
NÓS). Se desejar ser mais especíco, indicando, por exemplo, “VOCÊS DOIS”, “NÓS TRÊS”, ou
“ELES DOIS”, a conguração de mão incorpora o numeral e aponta para os sujeitos, conforme
ilustra os exemplos abaixo:

VOCÊS DOIS NÓS TRÊS ELES DOIS

Fonte: CHOI et al., 2011,


2011, p.80-1.

50
Outra categoria bastante utilizada na LIBRAS são os classicadores. De acordo com Felipe (1997,
p.93) os classicadores são congurações de mão associadas a verbos “[...]
“[. ..] que funcionam como
marcadores de concordância” associados a coisa, pessoa ou animal referido. Nesse sentido, Choi
et al. (2011, p. 82-3) descrevem que a conguração de mão em “V” pode representar pessoas,
animais ou objetos; enquanto a mão em “C” é utilizada para indicar um objeto cilíndrico, como por
exemplo, um copo, e a mão em “B” alçada para superfícies planas, conforme pode ser conferido a
seguir nos exemplos “O COPO CAI” e “DUAS PESSOAS CAEM”.

O COPO CAI DUAS PESSOAS CAEM

Fonte: CHOI et al., 2011,


2011, p.83.

É possível observar nas sentenças acima que o verbo “CAIR” se adéqua ao sujeito ou objeto da
frase, assumindo a forma e a representação do mesmo. E essa manifestação é entendida como
um classicador da LIBRAS.

Flexão verbal

A exão de verbos também é um fenômeno gramatical da LIBRAS, contudo são incorporadas


marcações bastante distintas das encontradas na língua portuguesa. Na LIBRAS, apenas os verbos
com concordância são exionados e variam conforme o número e aspecto, e no caso do tempo
(presente, passado, futuro), os verbos agregam advérbios de tempo sem sofrer alterações.
A exão de número nos verbos está relacionada ao direcionamento do sinal para pontos estabelecidos
no espaço de sinalização, ou seja, ao dizer a frase DAR PARA UMA PESSOA, você deve apontar
um único ponto no espaço. Se alterar
alt erar a frase para DAR PARA
PARA DUAS PESSOAS deverá direcionar
o sinal para dois pontos no espaço. Logo, DAR PARA TRÊS PESSOAS indicará três pontos no
espaço, conforme ilustra a imagem abaixo:

51
TexTo e T 04 - gátc  libraS: cts
ConTexTo gramaticais, exão verbal e nominal

DAR PARA UMA DAR PARA DUAS PESSOAS DAR PARA TRÊS PESSOAS
PESSOA

Fonte: CHOI et al., 2011,


2011, p.84

A exão verbal de aspecto registra a variação da forma e duração dos movimentos. Choi et. al.
(2011,
(2011, p. 84) armam que os aspectos pontuais, continuativos, durativos e iterativos são denotados
através da alteração do movimento e/ou conguração da mão. No exemplo dos autores, no
enunciado ELE OLHOU, o verbo é apresentado de forma pontual, sem alterações. Porém, ao
dizer EU FICO OLHANDO, o verbo deve combinar com o aspecto durativo apresentando a mesma
conguração de mão, mas com movimento e expressão facial adequadas. Observe a diferença na
imagem abaixo:

EU OLHO EU FICO OLHANDO

Fonte: CHOI et al., 2011,


2011, p. 85

Em língua portuguesa, para identicar que o verbo se refere ao presente, passado ou ao futuro é
preciso conjugar o verbo em seu tempo correto, por exemplo, “eu bebi”, “eu bebo” ou “eu beberei”.
Entretanto, na LIBRAS, o verbo “BEBER”, é sinalizado da mesma forma e o que marca o tempo é o

52
acréscimo do sinal de advérbio de tempo para passado (ONTEM, ANTEONTEM,
ANTEONTEM, MÊS PASSADO,
JÁ, PASSADO), presente (HOJE, AGORA, AINDA) e futuro (AMANHÃ, SEMANA QUE VEM, VAI,
FUTURO).

Flexão nominal

A marcação de gênero (masculino ou feminino) na LIBRAS é expressada de uma única forma, ou


seja, pelo acréscimo do sinal de HOMEM ou MULHER. Assim, para se dizer SURDO, basta utilizar
o sinal HOMEM e o sinal SURD@ (o @ indica que o substantivo não possui gênero). Do mesmo
modo, SURDA é representado pela junção do sinal MULHER e do sinal SURD@, conforme segue
imagem ilustrativa:

SURDO SURDA

Já a exão nominal no plural ocorre, habitualmente, através da repetição do sinal, ou pelo


movimento das mãos que expressa a intenção de quantidade, seja com a presença de movimentos
semicirculares ou de movimentos repetidos para o lado (CHOI et al, 2011,
2011, p.87-8).
Destarte, diante das inúmeras e riquíssimas possibilidades linguísticas apresentadas aqui, você
pode facilmente perceber que a LIBRAS atende a todos os requisitos para o seu reconhecimento
enquanto língua natural e legítima. Nessa aula-tema 4, você teve a oportunidade de conhecer as
categorias gramaticais e as formas de exão verbal e nominal da LIBRAS, elementos que serão,
certamente, de grande valia no estabelecimento de trocas interlocutivas
interlocutivas com surdos usuários
usuários da
LIBRAS.

53
ConCeiToS T 04 - gátc  libraS: cts
fundamenTaiS gramaticais, exão verbal e nominal

Advérbios de tempo: são aqueles que indicam o momento em que a ação é realizada, por exemplo,
agora, ontem, amanhã.
Categorias gramaticais: são paradigmas ou classes de palavras de uma língua (substantivos,
verbos, pronomes), uma vez que as palavras são classicadas como parte de um tipo, classe ou
paradigma em relação aos seus aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos.
Icônico: que possui estreita semelhança com o formato do objeto mencionado.
Classicadores: é uma forma que existe em número restrito
r estrito em uma língua e estabelece referência
a concordância. Na LIBRAS, os classicadores são marcadores de concordância de gênero
(pessoa, animal, coisa) e na língua portuguesa os classicadores podem ser encontrados como: a)
classicação de substantivos e adjetivos em masculino e feminino; b) partícula que se coloca entre
as palavras e c) desinência utilizada no verbo para estabelecer concordância.

referênCiaS

CHOI, D.; PEREIRA, M.C.C.; VIEIRA, M.I.; GASPAR,


GASPAR, P.;
P.; NAKASATO,
NAKASATO, R. Aspectos linguísticos da
língua brasileira de sinais. In: CHOI, D.; PEREIRA, M.C.C.; VIEIRA, M.I.; GASPAR,
GASPAR, P.;
P.; NAKASATO,
NAKASATO,
R. Libras: conhecimento além dos sinais. 1ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011, p. 76-83.

FELIPE, T.A. Introdução à Gramática de LIBRAS. In: BRASIL, Ministério da Educação e do


Desporto. Secretaria de Educação Especial. Educação especial: Deciência Auditiva. Brasília,
1997.

54
• Web Aula 07 e 08
08 – Gramática
Gramática da LIBRAS: categorias gramaticais,
gramaticais, exão verbal e nominal
nominal

Clique aqui Clique aqui

queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem
Aula-tema 4: Gramática da LIBRAS: categorias gramaticais, exão
verbal e nominal

QUESTÃO 01
Compreender a estrutura e funcionamento da LIBRAS é imprescindível para o novo
aprendiz desse sistema linguístico. Desse modo, considerando seu aprendizado durante
a aula-tema 04 sobre a gramática da LIBRAS, analise as alternativas abaixo e responda:
é correto armar que:
a) Os pronomes pessoais, tais como, EU, VOCÊ e ELE podem ser realizados com a
conguração de mão em P.
b) A exão verbal para tempo é marcada na LIBRAS pela repetição do sinal e/ou de

55
queSTõeS para T 04 - gátc  libraS:
aCompanHamenTo cts
ct s tcs,
da aprendizagem exão verbal e nominal

movimentos circulares com a mão.


c) Os artigos da LIBRAS são caracterizados pelo uso de classicadores, um recurso da
gramática da língua de sinais.
d) A exão nominal para gênero (masculino e feminino) ocorre através do acréscimo do
sinal HOMEM e MULHER.
e) Todos os verbos da LIBRAS não possuem concordância, ou seja, não exionam,
independentemente, da pessoa ou objeto que sofre a ação.

QUESTÃO 02
Observe o enunciado realizado em LIBRAS a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

Fonte: CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL, W.D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Lín-
gua de Sinais Brasileira, Volume I e II. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2008. p. 434-920.

a) Eu quero um pastel e um suco de laranja.


b) Eu gosto de comer maçã e morango.
c) Eu quero comer arroz e feijão.
d) Eu gosto de beber suco de caju.
e) Eu quero beber uma vitamina de banana.

56
QUESTÃO 03
Observe o enunciado realizado em LIBRAS a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

Fonte: CAPOVILLA, F.C.; RAPHAEL, W.D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Lín-
gua de Sinais Brasileira. Volume I e II. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2008. p. 632-1242.

a) Eu tenho pizza de queijo.


b) Eu quero o prato com frango e salada.
c) Eu gosto de macarrão com guaraná.
d) Eu não como cachorro quente com pão.
e) Posso pagar o sanduiche com cheque?

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Saiba T 03 - gátc  libraS: scts
maiS ócs, ócs  státcs

Dica de livro

Introdução à Gramática de LIBRAS


Autor: TANYA
ANYA A. FELIPE
FELIPE
Editora: Secretaria de Educação Especial
O livro faz parte de uma série de fascículos desenvolvidos por iniciativa
do Ministério da Educação e da Cultura. A autora realiza um estudo
aprofundado sobre a estrutura gramatical da LIBRAS, discorrendo
sobre seus parâmetros linguísticos, a forma de transcrição da LIBRAS,
o uso de categorias gramaticais
gramaticais e a construção
construção de enunciados.
enunciados.
Disponível em:
<http://www.librasemcontexto.org/index.php?option=com_content&vie
w=article&id=55:introducao-a-gramatica-da-libras&catid=36:capitulo&I
temid=53>..
temid=53>
Acesso em: 24 jun. 2013.

58
Dica de vídeo

Gramática da LIBRAS
O vídeo é realizado em LIBRAS, mas contém legenda e áudio
em português. É uma ótima oportunidade para aprofundar não
apenas seu conhecimento sobre a gramática da LIBRAS, mas
também de treinar suas competências na compreensão da língua
de sinais. No vídeo ca claro a independência da LIBRAS com
relação à Língua Portuguesa, tanto na formação das palavras e
sinais, quanto da estrutura dos enunciados.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=3Qp9v1WYa5c&list=PLbyV
PJgCjH9E1-HS6NBvAUBXpkAhe-uqY>.
Acesso em: 24 jun. 2013.

Chapeuzinho Vermelho” contada em


LIBRAS
O vídeo produzido pelo Instituto Nacional de Educação de
Surdos (INES), pelas professoras Louise Ferreira e Romilda
Monteiro traduz um clássico da literatura infantil. O vídeo possui
legenda em português, auxiliando alunos iniciantes de LIBRAS
no acompanhamento e aprendizado dos sinais realizados.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=mHBJ4-EmWZ8>.
Acesso em: 24 jun. 2013.

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Saiba T 03 - gátc  libraS: scts
maiS ócs, ócs  státcs

Dica de lme

O Resto é Silêncio
Gênero: Ficção
Diretor: Paulo Halm
Lançamento: 2003
Duração: 22 min.
O Curta-metragem totalmente interpretado por atores
surdos recebeu inúmeros prêmios nacionais, tais como
melhor roteiro, melhor ator e melhor curta. É uma ótima
chance de contemplar a produção cultural poética em
língua de sinais através das mãos do ator Valdo Nóbrega.

Disponível em:
<http://portacurtas.org.br/lme/?name=o_resto_e_silencio>.
Acesso em: 24 jun. 2013.

60
Dica de site

Conheça a TV INES
 A primeira emissora brasileira para surdos (via internet) inverte a lógica da janela para
intérpretes produzindo um canal de veiculação em LIBRAS, com legendas em língua
portuguesa. A programação diária conta com o Jornal Visual, Piadas, Aula de LIBRAS,
entre outras. A iniciativa é da Instituição Nacional de Educação de Surdos (INES).

Disponível em: <http://www.tvines.com.br/>.


Acesso em: 24 jun. 2013.

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TexTo e Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre
ConTexTo surdez, surdos
surdos e línguas de sinais

Chegamos à última aula-tema desta ocina. É válido lembrar que este é um módulo básico da língua
brasileira de sinais; por isso, a continuidade dos estudos, bem como o contato com surdos usuários
da LIBRAS são fatores essenciais para o desenvolvimento de sua prociência nessa língua. Apesar
de ser iniciante, você já traz um rico repertório linguístico e cultural do contexto da surdez, pois,
além da prática nessa língua desde o início desta ocina, você foi exposto a conteúdos sobre a
história da educação de surdos e das línguas de sinais, cultura surda, identidade surda e aspectos
gramaticais da LIBRAS, incluindo seus estudos fonológicos, morfológicos e sintáticos.
No entanto, a discussão ainda não foi encerrada. A Aula-tema 5 foi reservada para respondermos
sobre os principais mitos e perguntas sobre surdez, surdos e línguas de sinais. Vamos conferir?

1. A língua de sinais é universal?


Não. Assim como não existe uma língua oral universal, também não há uma única língua de
sinais. Apesar de reconhecermos que o berço da formalização da língua de sinais foi a França,
e que seus educadores fundaram escolas em diversas partes do mundo, difundindo a língua de
sinais francesa, cada sociedade e cultura foi transformando a língua de sinais ao longo do tempo,
resultando em novas e fortuitas combinações linguísticas. Cabe observar que semelhante evolução
ocorreu nas línguas orais derivadas, por exemplo, do latim, que sofreram inuências culturais e
históricas originando sistemas linguísticos distintos, tais como o espanhol, o português e o i taliano.
Segundo Choi et al. (2011, p. 4), existe sim uma língua de sinais universal, conhecida como “gestuno”,
uma língua articial, criada para facilitar a comunicação entre surdos de diferentes países. Mas,
assim como o esperanto, o gestuno não pertence a nenhuma nação, em outras palavras, não se
trata de uma língua natural.

2. Qual a diferença entre as expressões surdo, surdo-mudo e deciente auditivo


(DA)?
A expressão “surdo-mudo” é equivocada. Ela é reproduzida desde a Idade Antiga, quando os
povos acreditavam que apenas a língua oral permitia o pensamento e a comunicação. Como você
acompanhou na história da educação de surdos, essa representação se arrastou até a década
de 1960, quando a língua de sinais foi legitimada enquanto língua. Assim, em decorrência do não
reconhecimento da língua de sinais, durante muito tempo os surdos foram vistos como “sem língua”,

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TexTo e Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre
ConTexTo surdez, surdos e línguas de sinais

originando a falsa ideia de que, por não falarem oralmente, eles também eram “mudos”. No entanto,
a partir do momento em que se adota uma concepção socioantropológica da surdez, na qual se
reconhece a língua de sinais como sistema linguístico legítimo, é necessário admitir que o surdo
não é mudo, pois ele pode falar por meio da língua de sinais. Com relação à expressão “deciente
auditivo”, ela está relacionada a uma concepção clínico-patológica da surdez, que percebe o
sujeito a partir do que lhe falta para ser “normal”, aceitando esta condição enquanto deciência. Em
contrapartida, o termo “surdo” está atrelado ao reconhecimento da diferença linguística e cultural,
nomenclatura preferida pela comunidade surda.

3. Professores, pais, lhos de surdos e outros ouvintes com domínio na LIBRAS


são intérpretes de línguas de sinais?
Conforme Quadros (2004, p. 29-30), cada prossional desempenha sua função. O professor da
área da surdez precisa dominar a língua de sinais para lecionar aos alunos surdos, mas isso não
signica que ele queira ou tenha habilidade para realizar a interpretação de uma língua para outra.
Do mesmo modo, pais de surdos ou lhos de surdos que utilizam frequentemente a língua de
sinais em suas trocas interlocutivas não são, necessariamente, bons prossionais intérpretes. Para
ser um bom intérprete de LIBRAS, Quadros (2004) garante que é necessário o domínio das duas
línguas envolvidas, o prossionalismo, a qualicação permanente e a observância do código de
ética do intérprete de língua de sinais.

4. As línguas de sinais são realmente línguas capazes de expressar tudo, tais


quais as línguas orais?
Sim. Conforme Quadros e Karnopp (2004, p. 31), por meio das línguas de sinais é possível expressar
conceitos concretos e abstratos, dialogando sobre qualquer assunto, seja política, educação, religião,
física, e assim por diante. Por ser uma língua genuína, as línguas de sinais exibem autonomia em
relação às línguas faladas, com léxico e sintaxe particulares. Em concordância com Quadros e
Pimenta (2006, p. 62), gestos e mímicas podem ser incorporados à língua de sinais, assim como
ocorre nas línguas orais, porém, é necessário enfatizar que nem todo gesto equivale a um sinal da
LIBRAS.

5. Por que é errado dizer linguagem de sinais?

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Em concordância com a linguista Tânia Felipe (1997, p. 82), todas as línguas devem ser organizadas
em sua estrutura por níveis linguísticos fundamentados na fonologia, morfologia, sintaxe, semântica
e pragmática. Isso as identica como línguas, e é o caso da LIBRAS, que comprovou deter tais
requisitos para ser alçada como língua, e não como linguagem. Segundo Felipe (1997), a linguagem
é entendida como a linguagem das abelhas, dos macacos, dos golnhos, o que não é o caso da
língua dos surdos. Esta situação é o que desloca os surdos da condição de decientes e os situa
na condição de minorias linguísticas, tais como índios e imigrantes que habitam o Brasil e que não
têm a língua portuguesa como primeira língua.

6. A LIBRAS se restringe ao alfabeto manual?


Não. Cada conceito é representado em LIBRAS por um sinal especíco e não, exclusivamente,
pela soletração de palavras. A soletração por meio do alfabeto manual (também conhecido como
alfabeto datilológico) é feita em algumas situações, tais como para se soletrar um nome, um
endereço ou uma palavra estrangeira. Alguns sinais derivam da datilologia, mas com o tempo
acabam ganhando movimento e ritmo próprio, tornando-se uma soletração rítmica, o que, em geral,
acarreta aglutinação ou supressão de letras.

7. Todo
Todo surdo faz leitura labial?
Não. A leitura labial (ou leitura orofacial) é fruto de um treinamento intenso por parte do surdo, no
sentido de aprender a interpretar a combinação de movimento dos lábios e expressões faciais,
traduzindo isso em palavras e enunciados. Como o surdo não ouve, ele precisa ser exposto ao
aprendizado da língua portuguesa para conseguir atribuir sentido ao que o outro fala. Vale destacar
que a leitura labial não oferece 100% de inteligibilidade aos surdos, visto que alguns fonemas, por
exemplo, /p/, /b/ e /m/, apresentam a mesma articulação dos lábios, diferenciando-se por serem,
respectivamente, fonemas surdo (sem vibração), sonoro (com vibração) e nasal.
Além disso, várias situações podem prejudicar uma boa leitura orofacial, tal como ambientes com
pouca luminosidade (quando o professor apaga a luz para apresentações de slides ou lmes),
falar de costas ou de lado (quando os alunos debatem em sala de aula ou quando o professor fala
enquanto escreve na lousa), barba e bigode (que impedem uma boa visualização do movimento
dos lábios), uma fala muito rápida ou pouca articulação dos lábios etc.
8. Existe surdo que fala (oralmente)?
Sim. Existem surdos que aprendem a falar oralmente, inclusive, alguns deles desconhecem a língua
de sinais. Mas o aprendizado da oralidade depende de vários fatores. Um desses fatores é o tipo
e o grau da perda auditiva. Por esta razão, alguns surdos podem ter uma perda auditiva menor, a
qual não prejudica a aquisição da oralidade.

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TexTo e Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre
ConTexTo surdez, surdos e línguas de sinais

As classicações da perda auditiva podem variar,


variar, mas, de acordo com a classicação seguida pelo
Ministério da Educação (BRASIL, 1997), a surdez leve compreende a perda auditiva até 40 dB, a
surdez moderada afeta os limiares de 40 dB até 70 dB, a surdez severa acomete os limiares entre
70 dB e 90 dB, e a surdez profunda é a perda auditiva acima de 90 dB.
Para ilustrar esta mensuração, vamos pensar na condição do surdo com perda auditiva leve e do
surdo com perda auditiva profunda. O sujeito com perda auditiva leve, geralmente, não escuta
sons mais agudos e de menor intensidade, como o balançar das folhas na árvore, o vento ou uma
torneira pingando. Entretanto, ele não apresenta diculdades para ouvir o som da fala humana, por
isso, participa de uma conversa normalmente e poderá ser oralizado sem grandes diculdades. No
outro extremo, o surdo com perda auditiva profunda não consegue ouvir o telefone tocando ou o
ladrar do cão, tampouco os sons da fala humana. Apesar disso, ele poderá ouvir sons mais graves
e intensos como o do trovão, da turbina do avião ou de uma bomba.
Com base no resíduo auditivo que todo surdo tem, a tecnologia e a medicina têm buscado, por
meio dos Aparelhos de Amplicação Sonora Individual (AASI) e de implantes
i mplantes cocleares, amplicar o
som para os indivíduos surdos, propiciando amenizar ou reduzir o decit auditivo. Para as menores
perdas, o AASI demonstra bons resultados, porém, isso é muito variável no caso de surdos com
perda auditiva profunda, pois o ganho propiciado pelo AASI (em torno de 30 dB) pode ser insuciente
para escutar os sons da fala oral. Por outro lado, o implante coclear é um procedimento cirúrgico
que benecia perdas auditivas maiores, contudo, suas contribuições também são relativas, uma
vez que não beneciam todos os tipos de surdez. Além disso, é necessário considerar que existem
perdas que são unilaterais, ou seja, em apenas um ouvido, e isso também facilita a aquisição da
oralidade.
Somadas a essas condições existem diferentes abordagens de ensino que favorecem a oralização
dos surdos, conforme visto na Aula-tema 1, e o oralismo é um método que defende o aproveitamento
do resíduo auditivo dos surdos, o treino da fala e da leitura orofacial.
Assim, caminhamos para o desfecho da última aula-tema desta ocina. Esperamos que as respostas
e informações desveladas aqui colaborem para sua interação e comunicação tanto com surdos
usuários da LIBRAS quanto com surdos oralizados que se utilizam da leitura orofacial. Com relação
às intenções desta ocina como um todo, visamos, além do contato com a LIBRAS, contribuir

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para o deslocamento da representação clínico-patológica, que entende a surdez como deciência,
para que você nos ajude a redesenhar esta história, adotando uma postura socioantropológica
em relação à surdez, deixando de vislumbrar a patologia onde existem inúmeras competências e
habilidades.

ConCeiToS
fundamenTaiS
Aparelhos de Amplicação Sonora Individual: aparelhos auditivos utilizados para captar o som
externo e amplicá-lo para o surdo.
Concepção clínico-patológica: envolve a visão da surdez como patologia e do surdo como
deciente que precisa de tratamento e reabilitação.
Concepção socioantropológ
socioantropológica:ica: envolve a visão da surdez como diferença e situa os surdos em
contextos de minorias linguísticas.
Gestuno: uma língua de sinais articial, como o esperanto, criada para permitir a comunicação
entre pessoas surdas de diferentes países.
Implante coclear: trata-se de um procedimento cirúrgico para a implantação de um dispositivo
eletrônico que permite estimular eletricamente o nervo auditivo, substituindo o que deveria ser feito
pelas células ciliadas da cóclea.
Mímica: expressão por meio de gestos ou expressões corporais e faciais.
Minorias linguísticas: são comunidades, sociedades ou grupos que utilizam uma língua que se
diferencia da língua ocial do país ou da língua utilizada pela maioria da população.
Soletração rítmica: trata-se da soletração por meio do alfabeto manual da LIBRAS, com forma,
ritmo e movimento próprios. A soletração rítmica, na maioria das vezes, envolve a supressão ou
aglutinação de letras.

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Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre
referênCiaS surdez, surdos e línguas de sinais

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Educação


especial: Deciência Auditiva. Brasília, 1997.

CHOI, D.; PEREIRA, M. C. C.; VIEIRA, M. I.; GASPAR, P.; NAKASATO, R. As línguas de sinais:
sua importância para os Surdos. In: CHOI, D.; PEREIRA, M. C. C.; VIEIRA, M. I.; GASPAR, P.;
NAKASATO, R. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
2011. p.
3-22.

FELIPE, T.
T. A. Introdução à Gramática de LIBRAS. In: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto.
Secretaria de Educação Especial. Educação especial: Deciência Auditiva. Brasília, 1997.

QUADROS, R. M. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa .


Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos. Brasília:
MEC; SEESP, 2004.

QUADROS, R. KARN OPP,, L. B. Língua de Sinais Brasileira: estudos lingüísticos. Porto Alegre:
R . M.; KARNOPP
Artmed, 2004.

PIMENTA, N. Curso de LIBRAS 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006.


QUADROS, R. M.; PIMENTA,

• Web Aula 09 e 10 – Mitos e perguntas


perguntas frequentes
frequentes sobre surdez,
surdez, surdos
surdos e línguas de sinais

Clique aqui Clique aqui

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queSTõeS para
aCompanHamenTo
da aprendizagem
QUESTÃO 01
Na Aula-tema
Aula-tema 5 aprendemos sobre diversos mitos e ideias equivocadas em torno da surdez,
dos surdos e da língua de sinais. Considerando seu aprendizado, analise as armações a
seguir e indique se são (V) Verdadeiras ou (F) Falsas:
( ) Deciente
Deciente auditivo
auditivo é aquele que tem uma
uma perda auditiva menor,
menor, enquanto
enquanto surdo é
aquele que não ouve nada.
( ) O gestuno
gestuno é uma
uma língua de sinais universal, criada para facilitar a comunicação entre
surdos de diferentes países.
( ) Para ser um bom intérprete de LIBRAS basta
basta ter domínio
domínio da língua
língua de sinais.
sinais.
( ) As línguas
línguas de sinais são realmente
realmente línguas capazes de expressar
expressar conceitos concretos
concretos
e abstratos, da mesma forma que as línguas orais.
( ) Existem surdos que aprendem a falar
falar oralmente, e alguns deles desconhecem
desconhecem a língua
de sinais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, respectivamente:
a) V, F, V, V, F.
b) V, V, F, F, V.
c) V, F, V, F, V.
d) F, F, V, V, F.
e) F, V, F, V, V.

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queSTõeS para
aCompanHamenTo T 05 - mts  ts ts
da aprendizagem sobre surdez, surdos e línguas de sinais
QUESTÃO 02
Observe o enunciado realizado em LIBRAS, a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

Fonte: Choi et al. (2011, p. 89)

a) Qual é a hora?
b) Está procurando algo?
c) Onde é o banheiro?
d) O táxi é caro?
e) Quer ajuda?

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QUESTÃO 03
Observe o enunciado realizado em LIBRAS, a seguir, e assinale a alternativa que o traduz
corretamente:

Fonte: Choi et al. (2011,


(2011, p. 71-89)

a) Você vai à padaria?


b) Você vai ao açougue?
c) Você vai ao laboratório de informática?
d) Você vai à escola?
e) Você vai ao segundo andar?

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Saiba Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre
maiS surdez, surdos e línguas de sinais

Dica de livro

Curso de LIBRAS 1
Autor: QUADROS, R. M.; PIMENTA, N.
Editora: LSB Vídeo, 2006.
O livro acompanha DVD com conteúdo, atividades e orientações
para iniciantes na língua brasileira de sinais. No formato de um
curso de LIBRAS, o livro contempla os aspectos gramaticais e
culturais da LIBRAS, expondo conteúdos como alfabeto manual
(diferença entre países), números (diferença entre regiões do
país), classicadores (diferença
(diferença entre o classicador e a mímica)
etc.

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Dica de vídeo

A fábula do Tsuru
O vídeo apresenta uma narrativa em LIBRAS. A narradora é a
surda e modelo Vanessa
Vanessa Vidal, Miss Ceará, em 2008, e segunda
colocada no Miss Brasil no mesmo ano.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=9JsvCFVsXDk>.
Acesso em: 11 maio 2013.

Dica de site

Navegue no site LIBRASnet


O site possui uma proposta de ensino de LIBRAS por meio de indicações de textos
liberados para download e amostra de jogos para treinar alfabeto e frases em LIBRAS.

Disponível em: <http://librasnet.com/>.


Acesso em: 21 abr. 2013.

Explore o site LSB Vídeos


Neste site você encontrará inúmeros materiais produzidos em LIBRAS, desde livros de
literatura infantil, DVDs, livros didáticos para aprendizes da língua de sinais, materiais
didáticos, entre outros.

Disponível em: <http://lsbvideo.com.br/>.


Acesso em: 16 jun. 2013.

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Saiba Tema 05 - Mitos e perguntas frequentes sobre
maiS surdez, surdos e línguas de sinais

Dica de site

Acesse o site da Editora Arara Azul


Neste site você encontrará inúmeros materiais, desde literatura infantil para surdos até
livros, artigos e revistas cientícas
cientí cas que abordam a educação de surdos. Alguns materiais
estão à venda, mas outros estão disponíveis para acesso e consulta virtual gratuita.

Disponível em: <http://editora-arara-azul.com.br/portal/>.


Acesso em: 26 jun. 2013.

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FICHA TÉCNICA

Supervisão Editorial: Capa:


Letícia Martins Bueno Gerência de Design Educacional

Diagramação:
Gabriel Araújo

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