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Sermão – IGS – 17/05/2020

Texto: Rute 4.1-12


Pedro Guimarães Marchi
0) LEITURA DO TEXTO E ORAÇÃO
I) INTRODUÇÃO
A) Fatos importantes
1) Narrativa ocorre no período dos juízes (1.1) – Período de desordem e de degeneração moral,
espiritual e social: “Naqueles dias, não havia rei em Israel, cada um fazia o que achava mais
reto” (Jz.21.25)
2) Um dos objetivos era dar apoio a Davi como rei, e legitimar sua ascendência apesar da
participação de uma moabita/estrangeira nela (Apêndice genealógico em 4.18-22)
3) A ação soberana de Deus está implícita, às vezes de forma irônica, em todo o texto.
4) Livro literariamente muito bem construído (veremos mais fundo ao longo da exposição):
a) Divisão em 5 atos estruturados em quiasmo/simetria*
1º Ato (cap 1) Noemi perde marido e filhos (A)
2° Ato (cap 2) Rute descobre seu resgatador (B)
3° Ato (cap 3) Um resgate é prometido (C)
4° Ato (4.1-12) Rute é resgatada (b’)
5° Ato (4.13-17) Noemi ganha um filho (a’)
b) Repetição de palavras importantes. Por exemplo, hesed (lealdade benevolente, sacrificial)
c) Contrastes entre pessoas e atitudes: (Orfa/Rute); (Boaz; outro parente)
d) Intertextualidade: Ló e origem de Moabe/ Judá e Tamar.
B) Breve revisão dos atos anteriores
0) Contexto histórico: juízes (caos e desordem/ líderes provisórios)
0b) Lei do levirato: “Se dois irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem deixar filhos, a
sua viúva não se casará com alguém de fora da família. O irmão do marido se casará com ela
e cumprirá com ela o dever de cunhado. O primeiro filho que ela tiver levará o nome do
irmão falecido, para que o seu nome não seja apagado de Israel.” (Dt 25.5.6)
1) A desgraça na vida de Noemi (cap 1) (quiasmo)
a) Noemi vai para Moabe devido a fome, e perde marido e filhos (Elimeleque, Malom,
Quiliom)
b) Noemi e suas noras (Rute e Orfa) começam a jornada de volta para Belém
c) As noras fazem suas escolhas (Rute x Orfa) *
Declaração de fé e lealdade de Rute:
Não insistas comigo que te deixe e que não mais te acompanhe. Aonde fores irei, onde
ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Onde
morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com todo o rigor se
outra coisa que não a morte me separar de ti! (Centro do quiasmo).
d) Noemi e Rute continuam a jornada para Belém
e) Noemi e Rute chegam a Belém no início da colheita
2) Rute descobre o seu resgatador (cap2)
a) Rute sai de casa para colher espigas nos campos (como assegurado aos pobres)
b) “Acidentalmente” entra no campo de Boaz. E Boaz interroga seus homens
c) Boaz dá proteção e abençoa Rute
d) Boaz instrui seus homens a respeito de Rute
e) Rute volta para casa depois da colheita
3) O plano de Noemi e a promessa de Boaz de um resgatador (cap 3)
a) Rute sai de casa para a eira (terraço onde se debulhava os grãos de cereais)
b) Rute encontra Boaz na eira
c) Rute pede um resgatador e Boaz promete atendê-la
d) Rute recebe cevada de presente de Boaz
e) Rute retorna para casa, e aguarda a resolução de Boaz com Noemi.
II) EXPOSIÇÃO DO TEXTO

A) Resumo do ato

Enquanto Rute estava com Noemi depois do ato da eira, Boaz vai ao portão da cidade, que era
o local das decisões legais e transações comerciais daquele contexto, para encontrar o “parente
mais próximo” e resolver a questão do resgate de Rute e da herança de Elimeleque.

O parente passa por lá e Boaz o chama para resolver a questão. Boaz o chama de Peloni-
almoni (equivalente à Seu Fulano) — o narrador, parece intencionalmente ocultar o nome do
parente próximo, provavelmente como um julgamento negativo para que ele caia no
esquecimento.

Boaz, tendo em vista selar um acordo, chama testemunhas. E diante dessas testemunhas, Boaz
explica a situação ao parente, omitindo a princípio a questão de Rute e falando apenas da terra.

O parente próximo, tendo em vista a oportunidade de aumentar seu patrimônio, sem hesitar,
diz: “Eu resgatarei”.

Boaz, entretanto, acrescenta a questão do resgate de Rute e Noemi e a preservação do nome de


Elimeleque e Malom (apesar de não haver conexão necessária entre a lei do resgate de terras e
a lei do levirato. Entretanto, entendia-se, pelo espírito da lei, que era de bom tom combinar as
duas coisas)
Agora, tendo em vista o risco de prejudicar sua herança, o parente volta atrás e abre mão de
seu dever/direito, deixando-o a cabo de Boaz levar o resgate a diante.

Então, diante das testemunhas e seguindo um costume antigo (entrega das sandálias) confirma-
se a transferência do direito/dever de Seu Fulano para Boaz.

Findo o acordo, Boaz anuncia diante de todo o povo que está resgatando a moabita Rute e
salvando o nome de Elimeleque e Malom em sua herança, concretizando dessa forma seu
papel de resgatador.

O povo e as testemunham abençoam a bondade leal (hesed) de Boaz desejando a ele boa fama,
e que Rute seja como Raquel e Lia, matriarcas de Israel (mostrando que receberam Rute como
uma israelita). Além disso, desejam que sua prole seja como Perez, filho de Judá e Tamar,
patriarca da tribo de Judá.

B) Pontos a destacar

1) A fidelidade e a retidão de Boaz

- Apesar de desejar resgatar Rute, ele respeita a lei de Deus e as normas vigentes.

- Transparente: chama testemunhas para selar um acordo público.

2) Contraste entre Boaz e Seu Fulano (espelhando Orfa e Rute)

- Seu Fulano pensa só em si e nas suas posses (v.6): “Não posso fazer o resgate pois
colocará em risco minhas posses e minha herança)

- Boaz se sacrifica para salvar o nome de outro e a vida de duas viúvas (v.10): “Eu estou
resgatando Rute para tê-la como mulher e manter o nome do falecido em sua herança e para
que não desapareça do meio de sua família e dos registros da cidade”. (Boaz salva
Elimeleque e Malom da “morte” [esquecimento])

3) Boaz como um tipo de Cristo

- Por sua bondade leal e sacrificial (hesed), por sua retidão, por sua fidelidade, Rute (gentia)
e Noemi (judia desgarrada) foram salvas e resgatadas.

* Nós também fomos resgatados pela bondade leal e sacrificial, pela retidão, e pela
fidelidade de outro: Cristo. Éramos estrangeiros, ímpios, como ovelhas desgarradas, mas
fomos enxertados no povo de Deus, assim como Rute, pela graça e misericórdia de Cristo.

4) Não só pela fidelidade Deus executa seu plano redentor > Intertextualidade Moabe/Tamar

a) “moabita Rute” (v.5,10, como em todo o livro isso é enfatizado). De onde vem Moabe?

- Gn 19.30-38: Ló partiu de Zoar com suas duas filhas e passou a viver nas montanhas,
porque tinha medo de permanecer em Zoar. Ele e suas duas filhas ficaram morando numa
caverna. Um dia, a filha mais velha disse à mais jovem: “Nosso pai já está velho, e não há
homens nas redondezas que nos possuam, segundo o costume de toda a terra. Vamos dar
vinho a nosso pai e então nos deitaremos com ele para preservar a sua linhagem”.
Naquela noite, deram vinho ao pai, e a filha mais velha entrou e se deitou com ele. E ele
não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou. No dia seguinte a filha mais
velha disse à mais nova: “Ontem à noite deitei-me com meu pai. Vamos dar-lhe vinho
também esta noite, e você se deitará com ele, para que preservemos a linhagem de nosso
pai”. Então, outra vez deram vinho ao pai naquela noite, e a mais nova foi e se deitou com
ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou. Assim, as duas filhas
de Ló engravidaram do próprio pai. A mais velha teve um filho e deu-lhe o nome de
Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje. A mais nova também teve um filho e deu-lhe o
nome de Bem-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje.

(Incesto para preservar a linhagem do pai)

* Deus escolhe uma mulher desse povo para trazer o redentor de seu povo:

Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão: Salmom gerou
Boaz, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja mãe foi Rute; Obede gerou Jessé; 6e
Jessé gerou o rei Davi. (Mt 1.1,5,6)

* Deus redime uma moabita e a torna mãe de redentores

b) Tamar (v.12): “Que os filhos dela sejam como Perez que Tamar deu a Judá”.

- História de Tamar (Gn 38)

Judá, filho de Jacó, se afasta de sua família e vai morar com os cananeus (povo
estrangeiro e futuro inimigo dos judeus). Ele se casa com uma caananita, que lhe dá 3
filhos: Er, Onã e Selá. Judá escolhe uma mulher caananita chamada Tamar para se casar
com Er (primogênito), mas o Senhor o mata por ele ser perverso.

Então Judá entrega Tamar a Onã para que ele resgate a descendência de seu irmão, mas
Onã (v.9) “Sabia que a descendência não seria sua e toda vez que tinha relações com
Tamar, derramava o sêmen no chão para que seu irmão não tivesse descendência”. O
Senhor reprova essa atitude e o mata também.

Judá, então, manda Tamar de volta a terra de seus pais para aguardar Selá crescer o
suficiente para desposá-la. Mas Judá não cumpre sua palavra.

Tamar, por sua vez, se sentindo traída, bola uma armadilha para Judá, se disfarçando de
prostituta. Eles têm relação sexual e ela engravida de Perez, ascendente de Boaz, de
Davi, e de Jesus.

* Deus, apesar do homem, executa seu plano de redenção. Tanto Boaz como Rute são
descendentes de relações espúrias, terríveis e pecaminosas, mas ambos foram
instrumentos de Deus para trazer o redentor provisório do povo de Deus (Davi) e o
redentor definitivo, Jesus Cristo.

* Deus levanta servos fiéis a ele dos lugares mais improváveis. No meio do caos que foi
o período dos juízes, em meio ao poder de Sansão, de Gideão, de Débora e de outros
poderosos líderes e “resgatadores” pontuais, Deus levanta uma moabita e um homem
piedoso para trazer aquele que acabaria com a frase: “Naqueles dias, não havia rei em
Israel, cada um fazia o que achava mais reto”, seu servo Davi e, mais importante, o
próprio Cristo.

III) LIÇÕES

1) Deus executa seu plano redentor apesar do ser humano. Homens e mulheres tem se
rebelado e pecado contra Deus desde a queda, mas Deus (resumo do evangelho), por amor da
sua glória, executa seu plano redentor pela sua infinita graça,

2) Deus usa a fidelidade e a bondade (hesed) de outro para redimir o seu povo. Da fidelidade
(hesed) de Boaz veio a redenção para Rute, da bondade e compaixão de Rute veio a redenção a
Noemi e a “imortalidade” de Elimeleque e Malom. De Boaz e Rute veio Davi, o rei de Israel.

Da mesma forma, pela fidelidade e bondade de Cristo veio a redenção para sua igreja. Pelos
méritos de Cristo podemos ser aceitos pelo Pai, porque ele foi fiel naquilo que nós não fomos.
E assim como Boaz fez um sacrifício para dar “vida” a Elimeleque e Malom no povo de Deus,
Cristo se fez como sacrifício para nos dar a vida eterna.

3) Aplicação prática: A benevolência sacrificial (hesed) é a marca de quem é fiel a Deus.


Aquele que só ajunta para si e deixa seus deveres para com os outros de lado, merece ficar
para a história como um peloni-almoni (Seu fulano).

Que não sejamos como Orfa e Seu Fulano, que pensaram antes em si mesmos do que na
fidelidade à lei aos nossos irmãos. Mas que sejamos como Rute e Boaz que foram leais ao
próximo (Rute > Noemi/ Boaz > Elimeleque) e se sacrificaram para honrá-los e abençoá-los

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