Devido a carência de um referencial teórico crítico-
dialético e a necessidade de se fortalecer a ação profissional do serviço social, lhe conferindo um caráter científico, o exercício profissional do serviço social caracterizou-se – por muito tempo – como “medularmente sincrético”.
* A questão social é “polifacética e polimórfica”,
estando presente nos mais diversos espaços, não se restringindo apenas ao espaço fabril.
SINCRETISMO E A PRÁTICA INDIFERENCIADA
A busca por respostas às novas demandas surgidas para o serviço social atrelada à necessidade de se distanciar de suas ‘protoformas’ fez com que o serviço social: • Recorresse às contribuições das ciências sociais; • Buscasse generalizar uma sistemática de ação profissional, e, • Se esforçasse para construir uma documentação e instrumental próprios; • Buscasse vincular suas intervenções profissionais à instituições e públicas. - “ a profissionalização, criou um ator novo... (mas) não desenvolveu uma operacionalização pratica substantivamente distinta em relação àquela já dada” (NETTO) - “... o conteúdo difuso só pode ser preenchido através de uma aparente polivalência que exaure qualquer diferenciação prático-profissional. A polivalência aparente é a mais nítida consequência da peculiaridade operatória do Serviço Social, da sua intervenção indiferenciada” (NETTO)
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SERVIÇO SOCIAL COMO SINCRETISMO IDEOLOGICO - “uma primeira operação necessária para deslindar o sincretismo ideológico do serviço social é aquela que aponta para a radical diferença entre o caldo cultural europeu... e o norte americano, em todas as etapas evolutivas da profissão até os primeiros anos posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial ” Vertente Européia: heranças revolucionárias; tradição católica; espírito anti-capitalista; Vertente Norte-Americana: espírito capitalista “sem embaraços”; “insurgência” de grupos sociais focalizadas e pontuais; - Nesse “caldo cultural” desponta o tratamento da questão social tendo como enfoque a personalidade (típico do SS de Caso), sendo incorporado, em seguida, o foco na “relação interpessoal” (Típico do SS de Grupo). - Ocorreu no período de institucionalização do Serviço Social no Brasil um “duplicado sincretismo”: de um lado a vertente europeia se abre às técnicas e procedimentos, e, de outro, a pratica profissional baseada na vertente norte-americana sofre influencias do neotomismo. - Fechando o tripé Caso-Grupo-Comunidade, o SS de Comunidade surge quando as vertentes europeias e norte- americanas já se encontravam consolidadas, incorporando uma nova função ideológica ao SS, de “agentes de mudança social”.
SERVIÇO SOCIAL COMO SINCRETISMO CIENTIFICO OU TEORICO
- “a analise do sincretismo teórico ou, como quer a tradição ‘cientifico’, que articula o sistema de saber em que gravita o serviço social é uma operação que, no plano expositivo, deve contemplar três segmentos argumentativos diferentes: • as possibilidades do conhecimento teórico (ou cientifico) do ser social, • a filiação teórica do Serviço Social e • as suas próprias pretensões a erigir um saber especifico.” - Construção de um saber de “segundo grau” à base das ciências sociais - “a chamada teorização do serviço social desenvolveu-se em duas linhas principais: ou a constituição desse saber de segundo grau, com o ecletismo operando, ou a sistematização da pratica profissional” Esse ecletismo teórico não se processa apenas no período de institucionalização. No período que ficou conhecido como Reconceituação de Serviço Social, as várias vertentes que influenciaram a pratica profissional expressam esse sincretismo.
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