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Algumas palavras para explicar a minha poesia? A minha poesia é muito simples. Algumas
palavras para explicar o meu espírito? O meu espírito é muito complicado. (ANDRADE, 2012,
p.18)
"alguns dos mais importantes nomes da nossa poesia modernista manifestaram reserva
(para dizer o mínimo) frente a seus livros de estreia, decerto, pelo fato de não
reconhecerem nessas trilhas iniciais nada ou quase nada dos itinerários que viriam a
abraçar tempos depois"
Os títulos dessas obras são Teia de aranha, Preguiça e, o objeto de estudo desse trabalho,
Os 25 poemas da triste alegria.
Segundo Drummond
“era uma forma diversa de escrever, entre as formas de 1915-1920. Não seria a mais
profunda; era a mais delicada” (In: GLEDSON, 1945, p.28).
fase penumbrista Devido a sua imersão na literatura Decadentista inspirada por Anatole France – o poeta francês do
pessimismo e da ironia sem engajamento.
“Ao contrário da influência de Álvaro Moreyra, por exemplo, a influência de Mário deu
espaço para Drummond desenvolver seu próprio estilo e atitude, de maneira que o
rompimento foi indolor e gradual, e mesmo talvez, até certo ponto, inconsciente. Foi tanto
estilística quanto temática” (GLEDSON, 2003, p.70).
http://www.elfikurten.com.br/2016/07/jules-laforgue.html
https://fr.wikisource.org/wiki/Les_Complaintes_(Mercure_de_France_1922)/Complainte_des_
pubert%C3%A9s_difficiles
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=fr&u=https://fr.wikisource.org/wiki/L
%25E2%2580%2599Imitation_de_Notre-Dame_la_Lune&prev=search
https://fr.wikisource.org/wiki/L’Imitation_de_Notre-Dame_la_Lune
Se o poeta é gauche, criou, pois, um deus às avessas, porque cedo percebeu que
havia uma tortuosidade em seu mundo, um desajustamento entre os acontecimentos e o
próprio indivíduo. Por isso, na vida de um homem “Chega um tempo em que não se diz
mais: meu Deus. / Tempo de absoluta depuração”, em “Os ombros suportam o mundo”
(OC, 2002, p. 79). Tempo de se sentir abandonado: “Meu Deus, porque me abandonaste”,
(“Poema de Sete Faces, OC, 2002, p. 5), “Deus me abandonou no meio da orgia [...] Estou
perdido”. “Deus me abandonou no meio do rio/ Estou me afogando, em “Um Homem e
seu Carnaval” (OC, 2002, p. 46). Nessa inquietação, criou uma “Hipótese” (OC, 2002, p.
1244)
E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo.
O que seriam as coisas deste mundo? As duas grandes guerras mundiais, que
deixou mortos, dor e sofrimento, por exemplo. O poeta se recusa a acreditar que Deus rege
um mundo em que essas coisas acontecem. Ele se torna “Único” (OC, 2002, p. 742):
“assunto, problema, enigma, possível, impossível, absurdo e culpado”, embora cada
homem possua o seu, como declara o poema “O Deus de cada homem” (OC, 2002, p. 742).
Quanto a Carlos, sujeito lírico, quando ele diz “meu Deus”, grita sua orfandade e chora sua
ansiedade”.
Dessa forma, a visão que tem de Deus é um ser triste, cuja solidão é
incomparável, expresso no poema “Deus Triste” (OC, 2002, pp. 742-743). Se Deus é triste
há, pois, “Tristeza no Céu” (OC, 2002, p. 102). Deus é lido por Carlos (sujeito lírico) como
um ser triste, único, que vive em um permanente embate com suas criaturas.