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A MUNDIALIZACÃO DA ECONOMIA E O MUNDO

CONTEMPORÂNEO
A MUNDIALIZAÇÃO DOS PROCESSOS ECONOMICOS

Conforme observa o economista Raymond Barre (in “Manual de


Economia Política”, Fundo de Cultura, Rio de Janeiro) “toda a nação
é co-participante da economia mundial”. Seja qual for a
propensão ao isolacionismo e à auto-suficiência que certos países
possam demonstrar, a aspiração de construir uma economia
relativamente completa dificilmente poderá concretizar-se em toda a
sua plenitude e extensão. As trocas de bens e serviços e de
recursos económicos, bem como a intermediação de recursos
financeiros, não se processam apenas no interior das economias —
elas tendem a realizar-se também a nível internacional, devido
às muitas vantagens decorrentes da divisão do trabalho e da
especialização entre as nações.

Para que esta divisão se verifique, nem mesmo há a necessidade de


que as economias que mantêm relações económicas e comerciais
entre si sejam estritamente complementares. A experiência revela
que mesmo os países de estruturas paralelas de produção têm
possibilidade de abertura mútua. Os países industrializados, por
exemplo, parecem ser, entre si, os melhores parceiros comerciais”.

De facto, as economias fechadas, isoladas das restantes


economias da comunidade internacional, deixaram há muito de
existir. Já lá vai o tempo em que o mundo económico se encontrava
circunscrito quase praticamente à Europa. Isto não significa que a
África Negra, as Índias e o Extremo Oriente não estabelecessem
relações económicas com a Europa; muito pelo contrário, essas
regiões, embora lançassem constantemente produtos nos mercados
europeus e deles recebessem produtos manufacturados, não se
consideravam integradas nos respectivos complexos económicos
europeus. A própria América do Norte só muito lentamente é que
penetrou neles.
Todavia, o aparecimento das técnicas modernas veio permitir uma
difusão de informações extremamente rápida e uma acentuada
facilidade de transportes fazendo alargar o mundo económico,
mundializando, assim, a economia.
A realidade coloca-nos hoje perante economias abertas, voltadas
para as trocas internacionais e cada vez mais dependentes dos fluxos
de pagamentos internacionais. Isto acontece assim, porque as nações
verificaram que somente co-participando nos fluxos internacionais de
trocas, conseguirão atingir os níveis globais de eficiência e de
crescimento a que aspiram; de resto, muitas nações nem mesmo
conseguiriam sobreviver se dependessem exclusivamente da sua
própria capacidade de produção.

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Por razões de sobrevivência, por um lado, e por razões de satisfação
de necessidades menos vitais, por outro, existem fortes motivações
que induzem as nações ao comercio internacional
Na base do comércio internacional está a especialização
internacional, também designada por Divisão Internacional do
Trabalho (DIT).
Segundo a lógica do comércio internacional, os países especializam-
se na produção de bens ou em etapas especiais do processo de
produção para os quais tenham maiores aptidões.

A Divisão Internacional do Trabalho diz respeito à


especialização de cada país na produção de bens ou em fases
específicas do processo produtivo, para os quais apresente
capacidades ou aptidões relativamente superiores às dos
demais países.

São vários os factores que justificam a especialização, todas elas


conduzindo ao reconhecimento de que os países dispõem de
diferentes capacidades de produção:
• Desigual dotação de reservas de recursos naturais, sendo o
petróleo um exemplo paradigmático — de facto, nem todos os
países têm a sorte de possuir reservas de petróleo;
• Diferenças na localização geográfica, no clima, no relevo e na
fertilidade dos solos;
• Diferenças ao nível da formação dos recursos humanos e da
disponibilidade de capital; e
• Diferentes estágios de desenvolvimento tecnológico.

A influência combinada destes quatro factores básicos,


motivando a divisão internacional do trabalho, a especialização e as
trocas internacionais, tem contribuído, de forma persistente,
para a mundialização dos processos económicos e para o
contínuo aumento de dependência de cada país em relação ao
resto do mundo.

Mundialização/globalização

Os fenómenos da actualidade são dominados pela mundialização e


globalização, consequências e causas de múltiplas mudanças, directa
ou indirectamente relacionadas com a questão do desenvolvimento.
Com efeito a partir da segunda metade do século XX, começa a falar-
se em “aldeia global” a substituir o puzzle geopolítico que caracteriza
os períodos anteriores. Vão-se intensificado as trocas ao nível dos
produtos e dos factores de produção (internacionalização da
produção e triunfo das multinacionais), ao nível financeiro, ao nível
das ideias das pessoas e da informação.
A actualidade é marcada pela tendência para a formação de grandes
espaços de trocas e para a redução da importância das fronteiras
nacionais, por um desenvolvimento vertiginoso no domínio dos

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transportes e das comunicações, pela intensificação e generalização
da interdependência, por uma crescente circulação de mercadorias,
pessoas, serviços e capitais, pela internacionalização das economias,
pela globalização dos fenómenos económicos, sociais, ambientais,
culturais, pela consciência da existência de um sistema mundo de
delicados equilíbrios…
Neste contexto de globalização, as nações passam a ser regiões da
economia global, onde as ETN são responsáveis nuns lados pelo
desemprego e pauperização e noutros pontos do Globo, pelo
crescimento económico Os habitantes da “Aldeia Global” são
considerados como os trabalhadores e os consumidores do vasto
mercado mundial.

A mundialização designa a integração crescente das diferentes partes


do Mundo sob o efeito da aceleração das trocas, do desenvolvimento
das novas tecnologias da informação e da comunicação, dos meios
de transporte, etc.

Mas a mundialização é igualmente um conceito que traduz mudanças


de todo o tipo (inovações, criações, destruições, aculturações...)
provocadas por essa troca generalizada no conjunto da Humanidade.
Com efeito, os fenómenos de mundialização em curso são
acompanhados de turbulências e de recomposições de regiões,
países, camadas sociais e profissionais. Os fluxos económicos e as
redes de natureza diversa redesenham os contornos das
comunidades políticas. O espaço destas últimas já não é unicamente
delimitado por fronteiras territoriais, sendo reconstruído em função
das estratégias das empresas, dos circuitos comerciais, da
deslocação de pessoas. dos efeitos da comunicação.

Mundialização e globalização são frequentemente conceitos utilizados


como sinónimos. Todavia, podemos referir a mundialização sobretudo
como um processo de evolução da economia com profundas
repercussões sociais, traduzidas essencialmente no crescimento das
exportações de capitais e na divisão internacional do trabalho a qual
assume actualmente a forma de deslocalização das unidades de
produção e que abrange quase todos os países do Mundo.

A globalização traduz a estratégia destinada a uniformizar os


aspectos da actividade económica à escala mundial, conduzindo à
integração económica e tecnológica dos países. A globalização é, em
grande parte, devida à revolução das tecnologias da informação e
comunicação. Identifica a estratégia das ETN.

As características da globalização são as seguintes:


• Globalização das finanças e propriedade dos capitais.
Intensificação dos fluxos de investimento e a integração das
praças bolsistas.

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• Globalização dos mercados e das estratégias, em particular as
da concorrência.
• Globalização da tecnologia, da I&D e dos conhecimentos.
• Globalização dos modos de vida, das estruturas de consumo e
da cultura.
• Globalização das possibilidades de controlo do Estado,
conduzindo a um papel reduzida dos governos nacionais e a
uma perda da democracia.
• Globalização do sistema político mundial.
• Globalização da tomada de consciência de um mundo único
quer nos aspectos sociais, culturais, ecológicos, entre outros.
• Regionalização através da constituição de vastas zonas de
comércio livre.
• Emergência de firmas multinacionais globais, integrando
actividades financeiras, comerciais e industriais, com a
aceleração de fusões e concentrações em certos sectores.

Após a 2’ Guerra Mundial, começaram a surgir os produtos que


tomaram possível a revolução da informação: BBC Internacional, Voz
da América, TV nacionais, seguidos da TV satélite, Eurovisão, vídeo,
software, Internet.
O exemplo da Internet, que na sua origem era encarada como um
instrumento de comunicação e informação, transformou-se num meio
comercial de uma dimensão jamais utilizada, numa espécie de
supermercado planetário. Apoiando-se nos progressos tecnológicos,
os mercados financeiros conheceram um desenvolvimento
exponencial, e há quem comece a falar nos riscos da criação de uma
economia virtual desconectada da economia real. É que, no mercado
global, o dinheiro circula à velocidade da luz, as mercadorias à
velocidade dos diversos meios de transporte, enquanto as pessoas se
confrontam com diversos obstáculos legais, políticos e culturais.
Segundo o ponto de vista em que é analisada, a mundialização
abrange processos específicos que, para uns, prolongam tendências
antigas e, para outros, marcam um período novo.

O papel das multinacionais na internacionalização da


produção e do consumo

“Chamaremos empresa multinacional àquela empresa a cuja direcção


e controlo estão sujeitas várias outras empresas filiais (que entre si
cooperam na planificação das suas actividades e estabelecem
intercâmbio comercial, de informações e de serviços técnicos, sem
prejuízo da conveniente e necessária descentralização), controlo que
pode ser assegurado pela empresa-mãe a partir da propriedade
directa de empresas no estrangeiro, de simples tomadas de
participação minoritárias, da concessão de licenças de fabrico, etc.
Já em 1915 Bukarine falava da “internacionalização do capital”, de
que seria “o trust internacional o mais elevado grau de organização”.

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O que agora é novo, portanto, não é a exportação de capitais
privados nem a existência de empresas que estendem a sua
actividade produtiva a vários países. O que é novo é a
internacionalização do próprio processo produtivo, traduzida na
realidade das empresas multinacionais com a sua rede de produção e
comercialização dos meios de financiamento espalhadas por diversas
partes do mundo, estabelecendo uma divisão internacional do
trabalho à medida dos seus interesses, fraccionando o processo
produtivo e localizando em regiões ou países diversos cada unia das
fases do processo”. (Avelãs Nunes, in Os Sistemas Económicos)

Algumas características das empresas multinacionais (EMN)

Hoje em dia, embora sejam muitas as considerações em torno das


EMN, parece-nos que podemos sintetizar as suas principais
características nos pontos seguintes:

1. Dispõem de unidades de produção num certo número de países de


forma tal que nenhum dos seus produtos é absolutamente decisivo
para os resultados finais. As perdas de um dos seus estabelecimentos
ou da sua presença global num só país durante um ou mais
exercícios não obrigam à suspensão das suas actividades ou ao seu
encerramento. Por outras palavras, face às empresas convencionais
de âmbito nacional, as EMN têm, geralmente, uma grande
capacidade de resistência com base nos seus resultados globais. O
que se torna de importância crucial para garantir praticamente a
média ou longa prazo o êxito da sua penetração num mercada
concreto, embora de antemão exista nele uma forte competição,

2. O carácter diversificada (e também de multiprodutos) das EMN tem


como propósito a penetração nos mais diversas mercadas, aproveitar
a força de trabalho nas condições mais vantajosas, minimizar os
custas de transporte, optimizar o uso da sua tecnologia com base na
sua máxima difusão, utilizar as forças financeiras locais nos países
em que produzem, conseguir uma política de consumo ao custo
mínimo, etc.
Este aproveitamento intensivo de todos os recursos e das
oportunidades locais é o que faz que se considere as empresas
multinacionais como agentes fundamentais do colonialismo
económico. E tal denúncia é coerente, pois a EMN, ao promover uma
filial num país determinado, ao que aspira é obter o máximo de lucro
com o máximo daqueles recursos locais comparativamente mais
económicos.

3. As EMN empregam, de forma sistemática e quase exaustiva, as


técnicas mais avançadas em matéria de organização industrial,
direcção de pessoal gestão de stocks, marketing, publicidade,
‘promoção de vendas, etc. Técnicas, todas elas, que se aplicam de
acordo com padrões normalizados, embora com diferenciações nas

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elementos secundários, a fim de se adaptar com o máximo
rendimento a cada um dos países em que se actua.
R. Ta mames, in Estrutura da Economia internacional ed. D. Quixote

Teoria das Vantagens Absolutas e Teoria das Vantagens


Comparativas

Com o nascimento da ciência económica no século XVIII, as trocas


passam a ser objecto de estudo científico. Começa a reconhecer-se
que, tal como no interior das economias, também as trocas no plano
internacional conferem benefícios mútuos aos seus intervenientes,
realçando assim as vantagens da divisão internacional de trabalho e
da especialização dos países.
O comércio faz a felicidade nacional, pois que aumenta a circulação e
enriquece, e une mais as nações. (Manuel de Almeida)
Esta nova ciência vem mostrar que o comércio internacional tem
lugar devido a diferenças nos custos de produção entre os países.

Já em 1776, Adam Smith, constatara que aos países interessa


produzir os bens que impliquem menores custos que os estrangeiros
e comprar no exterior aqueles que fiquem mais baratos do que se
fossem produzidos no interior do país. – Teoria das vantagens
Absolutas.

Mais tarde, em 1817, o economista David Ricardo apresenta a sua


Teoria das vantagens comparativas. Demonstrou que não era
necessário que um país tivesse uma vantagem absoluta de custo de
produção de uma mercadoria para que a pudesse comercializar.
Mesmo que um país produzisse todas as mercadorias a custos mais
baixos do que outro, poderia haver vantagens no comércio, para
todos, desde que os custos relativos da produção das diferentes
mercadorias fossem favoráveis. Mesmo que determinados países
sejam em absoluto mais ou menos eficientes que outros, cada um
terá uma vantagem comparativa nalguns bens e uma desvantagem
comparativa noutros.

Vejamos o seguinte exemplo: Portugal e o Reino Unido produzem


ambos batata e tecido, O custo de produção dos bens em cada um
dos países é representado apenas pelo número de horas de trabalho,
quadro

Nº de horas de trabalho necessárias


para produzir
Portugal Reino Unido
1 kg de batata 60 80
1 metro de 70 110
tecido

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Verificamos que a produção quer da batata quer do tecido é mais
barata em Portugal do que no Reino Unido; Portugal apresenta
vantagem absoluta na produção dos dois bens. Comecemos por
calcular os preços relativos da batata em Portugal e no Reino Unido
comparativamente com o tecido.

Em Portugal No Reino Unido


Custo batata / custo tecido = Custo batata / custo tecido =
60/70 = 0,86 80/110 = 0,73
Custo tecido / custo batata = Custo tecido / custo batata =
70/60 = 1,17 110/80 = 1,38

Em Portugal, a produção de 1 quilograma de batata apresenta um


custo correspondente a 0,86 do custo de produção de 1 metro de
tecido, enquanto a produção de um metro de tecido tem um custo de
1,17 vezes superior ao custo do quilograma de batata.

Fazendo o mesmo raciocínio para o Reino Unido, constatamos que a


produção de batata é relativamente mais barata do que a produção
de tecido, pois o preço relativo é menor.

Comparando os preços relativos dos dois países, verificamos que:


• a produção de batata é relativamente mais barata no Reino
Unido (preço relativo no Reino Unido é de 0,73 e em Portugal de
0,86);
• a produção de tecido é relativamente mais barata em Portugal
(preço relativo português é de 1,17 e no Reino Unido de 1,38).

Portugal deve especializar-se na produção de tecido, exportando para


o Reino Unido, e importará batata deste país, devendo, portanto, o
Reino Unido especializar-se na produção de batata. Os dois países
devem especializar-se de acordo com as vantagens comparativas.

Diz-se que um país apresenta vantagem comparativa se


produz o bem com custo relativo mais baixo do que outro
país.

Neste caso a decisão é tomada, não a partir das vantagens absolutas,


mas das vantagens relativas. Cada país deve especializar-se na
produção para a qual o preço relativo seja inferior ao outro país.

Michael Jordan e o jardim

Michael Jordan é um grande atleta, um dos melhores jogadores da


NBA, pode saltar mais alto e lançar a bola melhor que a maioria das
pessoas. Certamente, também é melhor em outras actividade,

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provavelmente corta mais depressa a relva do seu jardim. Mas só
porque corta mais rápido a relva deverá fazê-lo?
Digamos que Jordan pode aparar a relva do seu jardim em 2 horas.
Nessas duas horas poderá participar na gravação de um comercial de
ténis para a televisão e ganhar 10 mil dólares. Por outro lado, a sua
vizinha, Jennifer, poderá cortar a relva em 4 horas. Nessas mesmas 4
horas ela poderia trabalhar no McDonald’s e ganhar 20 dólares.
Jordan tem uma vantagem absoluta no corte da relva porque pode
fazer esse trabalho em menos tempo. Contudo, Jennifer tem uma
vantagem comparativa na mesma actividade porque tem um custo
de oportunidade mais baixo.
Os ganhos de comércio neste caso são espectaculares. Em lugar de
aparar a relva. do seu jardim, Jordan deve actuar no comercial e
contratar Jennifer para cortar a relva. Enquanto ele lhe pagar mais de
20 dólares e menos do que 10 mil dólares, ambos terão vantagem.
Mankiw. N. Gregoi op. cit. (adaptado)

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