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tendo em vista a instalação do novo sistema biológico, não sendo encaminhados, desde então,
os relatórios de automonitoramento de efluentes líquidos industriais e sanitários, descumprindo
uma das condicionantes do processo de licenciamento expedido em 2001. Além disso, a
empresa informou durante a vistoria que realiza internamente as análises dos efluentes
líquidos, contudo apresentando valores fora dos padrões de lançamento estabelecidos pela DN
COPAM N° 010/86.
Diante do exposto, este Parecer Técnico é contrário à revalidação da Licença de Operação da
BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA. e sugere a concessão do prazo de 90 dias para
formalização de novo processo de licenciamento ambiental.
1. INTRODUÇÃO
A BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA. localiza-se no município de Alvinópolis/MG,
desenvolvendo atividade classificada pela Deliberação Normativa COPAM N° 74/2004 segundo
o código C-06-01-7 – Fabricação de produtos de perfumaria e cosméticos.
A empresa iniciou suas atividades em 1997, tendo formalizado, em 12-6-2000, seu primeiro
processo de Licença de Operação, em caráter corretivo, obtendo-a em 6-11-2001, com
condicionantes e validade de 6 anos.
Em 16-8-2007 a empresa formalizou o pedido de revalidação da Licença de Operação,
apresentando o Relatório de Avaliação de Desenvolvimento Ambiental – RADA, tendo como
responsável pela sua elaboração o engenheiro agrimensor Rogério Eustáquio Coutinho –
CREA 74811/D.
Ressalta-se que, em consulta ao Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM, não
constam autuações contra a empresa até a presente data.
Para subsidiar a análise do processo de revalidação, foi realizada vistoria às instalações do
empreendimento em 3-4-2008.
Este parecer tem o objetivo de subsidiar o COPAM no julgamento do requerimento da
revalidação da Licença de Operação, PA COPAM N° 354/2000/002/2007, efetuado pelo
empreendimento.
2. DISCUSSÃO
2.1 Caracterização do Empreendimento
O empreendimento localiza-se no município de Alvinópolis/MG, desenvolvendo a fabricação de
cosméticos . A área total do terreno equivale a 11.200 m², com área útil de 9.000 m² e 6.984,15
m² de edificações.
O quadro funcional atual é de 325 empregados, trabalhando em regime de três turnos, no
período de 6 às 22h, durante 5 d/semana.
Os produtos fabricados pelo empreendimento são constituídos por condicionadores, xampus e
óleos capilares, sendo declarado um faturamento para o ano de 2007 de R$ 42.800.000,00.
Este parâmetro determina o porte dessa tipologia industrial, sendo enquadrado, neste caso,
como de grande porte.
Durante a vigência da Licença de Operação concedida em 2001, segundo informado durante
vistoria realizada em 3-4-2008, foram adquiridos 6 novos reatores para o processo produtivo,
além de concluída a construção de um galpão para coleta seletiva e estando em fase de
construção um galpão para depósito de produto acabado, ambos dentro da área do
empreendimento.
A empresa utiliza, no total, 24 reatores no processo produtivo. Para a geração de energia
térmica são utilizados 3 aquecedores de 600.000 kcal/h e um trocador de calor a gás (GLP).
A água captada pela empresa é proveniente de dois poços manuais, com registro de uso
insignificante junto ao IGAM, conforme processos n° 5469/2007 e 5470/2007. Essa é
encaminhada à Estação de Tratamento de Água - ETA, cuja concepção de tratamento é físico-
química.
Esse tratamento é constituído primeiramente por um tanque de cloração, seguido por 3
deionizadores (com uso alternado), dois filtros de areia e tanque de distribuição. Parte da água
segue para consumo humano, enquanto a água do processo industrial recebe posterior
tratamento, com uso de filtro de carvão ativado, seguido por filtro catiônico, filtro aniônico e filtro
microporoso. Destaca-se que esse último sistema é constituído por 3 conjuntos de cada
unidade, estando sempre dois em funcionamento e um em stand by.
A empresa ainda capta a água do córrego Ponte Alta, com processo de outorga n° 5467/2007
em análise junto ao IGAM. Esta é utilizada no setor de refrigeração, sem tratamento preliminar,
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Processo COPAM Nº 354/2000/002/2007
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1-5-2002, sendo esse tratado por meio de fossa séptica seguida por filtro anaeróbio. A ETE
industrial era composta pelas seguintes unidades: tanque de armazenamento e equalização,
tanque de homogeneização e saponificação dotado de agitador mecânico, tanque de
floculação dotado de agitador mecânico e leito de secagem.
A Licença de Operação concedida em 2001 à BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA.
esteve condicionada à execução do Programa de Automonitoramento de efluentes líquidos
sanitários e industriais, com parâmetros e freqüências definidas no Quadro 2. Cabia à empresa
encaminhar trimestralmente à FEAM os resultados das análises efetuadas, informando o
número de empregados no período, sendo os relatórios elaborados conforme normas
aprovadas pelo INMETRO, ou na ausência deles, no Standard Methods for Examination of
Water and Wastewater APHA-AWNA, última edição.
Com relação aos resíduos sólidos, a empresa deveria apresentar semestralmente à FEAM as
planilhas mensais de controle de geração e disposição de resíduos sólidos gerados,
informando previamente ao referido órgão em caso de alterações na forma de disposição final
de resíduos.
Os relatórios de automonitoramento foram entregues com a devida freqüência, entretanto, as
análises não apresentavam bons resultados, em termos de atendimento aos limites
estabelecidos na Legislação vigente, o que acarretou na alteração do sistema inicialmente
proposto no PCA.
Dessa forma, visando substituir o projeto apresentado no PCA já implantado e em operação,
um novo projeto do sistema de tratamento de efluentes líquidos industriais e sanitários foi
encaminhado à FEAM em 28-7-2005, conforme protocolo n° F041134/2005. Durante vistoria
realizada em 23-9-2005 constatou-se que o referido sistema encontrava-se em fase final de
instalação, sem prévia autorização pelo órgão ambiental. Coube à FEAM avaliar a eficiência do
sistema através dos relatórios de automonitoramento. Esse sistema era constituído por uma
peneira auto limpante, seguido por um tanque de neutralização, sendo então o efluente
encaminhado ao tanque séptico seguido por valas de infiltração.
Contudo, esse novo sistema somente teve sua implantação iniciada em março/2006, conforme
documento apresentado pela empresa em 26-5-2006, sob protocolo n° F040338/2006. Na
ocasião, a empresa informou que não seria possível realizar as coletas para análise, tendo em
vista a implantação de um sistema biológico. Contudo, os relatórios de automonitoramento de
efluentes líquidos não vêm sendo entregues à FEAM até a presente data. Em consulta ao
Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM, observou-se que não houve retorno por
parte da FEAM informando à empresa da necessidade de realização das análises e
encaminhamento dos relatórios de automonitoramento. Nas informações complementares
encaminhadas pela empresa em 29-7-2008, conforme protocolo n° R090975/2008, serão
encaminhadas as análises dos resultados de monitoramento quando houver volume suficiente
de efluente à jusante das valas de infiltração para a realização das coletas.
Apesar de não entregues os relatórios à FEAM, a empresa informou, durante vistoria realizada
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em 3-4-2008, que as análises do efluente ainda são realizadas, após sua passagem pelos
tanques sépticos, apresentando valores fora dos padrões de lançamento estabelecidos pela
DN COPAM N° 010/86.
Em atendimento à condicionante 3, a empresa apresentou, em 2-12-2002, conforme protocolo
n° 071602/2002, o relatório de classificação de resíduos sólidos gerados na estação de
tratamento de efluentes líquidos industriais, elaborado pela empresa ENGEQUISA S/C, onde o
mesmo foi classificado como Classe IIA – não inerte, segundo os parâmetros estabelecidos
pela NBR 10.004/2004. A empresa informou ainda que estudava a possibilidade de reutilização
do mesmo, contudo optou por sua estocagem temporária, pelo prazo de um ano, nos leitos de
secagem, até que se definisse a destinação mais adequada.
Contrariamente ao supracitado relatório, consta no RADA a classificação do lodo como Classe I
- perigoso, sendo encaminhado para a incineração e aterro industrial Classe I.
Já na vistoria de 3-4-2008 foi informado, contradizendo os dois documentos anteriormente
citados, que o lodo da ETE ainda era armazenado no empreendimento, pois aguardava análise
de sua classificação para definir a destinação final.
Dessa forma, foi encaminhado à empresa, em 27-6-2008 o OF. GEDIN N° 147/2008,
solicitando informações complementares referente à real classificação do lodo da ETE e sua
destinação final. Essas informações foram apresentadas pela empresa em 29-7-2008, dois dias
após o prazo concedido pela FEAM, conforme protocolo n° R090975/2008. Nesse documento a
empresa informou que o lodo é caracterizado como Classe IIA, conforme apresentado no
documento n° 07602/2002 em 2-12-2002. Foi informado ainda que, conforme documento n°
F041134/2005, de 28-7-2005, a remoção do lodo seria efetuada no intervalo de 5 anos, sendo
esse armazenado temporariamente no empreendimento.
Resíduos Sólidos
A empresa possui um depósito de armazenamento temporário de resíduos sólidos, onde os
tambores e bombonas são primeiramente lavados e depois dispostos em superfície arenosa,
não impermeabilizada, conforme observado durante a vistoria de 3-4-2008. A empresa
informou que esses resíduos são vendidos, doados ou mesmo reutilizados dentro do
empreendimento, para outros fins. O efluente gerado na lavagem dos tambores e bombonas é
encaminhado para a ETE.
Ressalta-se que os relatórios de automonitoramento de resíduos sólidos não vêm sendo
encaminhados à FEAM, assim como os relatórios de automonitoramento de efluentes líquidos
industriais e sanitários.
A atividade desenvolvida implica também na geração de outros resíduos, tais como: óleo
usado, encaminhado para rerefino; papel, papelão, plásticos, metais e vidros, encaminhados
para a reciclagem e; resíduos de capina e varrição, utilizados no pomar, conforme informaç ões
descritas no RADA.
Emissões Atmosféricas
As emissões atmosféricas da empresa são consideradas insignificantes, visto que os
processos são realizados em ambientes controlados.
3. CONCLUSÃO
O processo COPAM N° 354/2000/002/2007 que trata do requerimento de revalidação da
Licença de Operação da BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA., em Alvinópolis, foi
protocolado em 16-8-2007, sendo devidamente instruído do ponto de vista técnico, com a
apresentação da documentação para sua análise solicitada por meio do Formulário Integrado
de Orientação Básica sobre o Licenciamento Ambiental – FOBI Nº 236781/2007.
O potencial poluidor da empresa é médio, principalmente no que se refere aos efluentes
industriais.
Em 26-5-2006 a empresa n
i formou que não seria possível realizar as coletas do efluente
Rubrica da Autora Parecer Técnico GEDIN Nº 229/2008
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