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Parecer Técnico GEDIN Nº 229/2008

feam Processo COPAM Nº 354/2000/002/2007


FUNDAÇÃO ESTADUAL
DO MEIO AMBIENTE
PARECER TÉCNICO

Empreendedor: BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA.


Empreendimento: Unidade Industrial DN Código Classe Porte
Atividade: Fabricação de Cosméticos 74/2004 C-06-01-7 5 G
CNPJ: 02.176.615/0001-07
Endereço: Rodovia MG 123, km 1, Quadra 7, Distrito Industrial
Município: Alvinópolis/MG
Consultoria Ambiental: Qualitydata Consultoria Ltda.
Referência: REVALIDAÇÃO DE LICENÇA DE OPERAÇÃO INDEFERIMENTO
RESUMO
A BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA., localizada no município de Alvinópolis/MG,
tem como atividade a fabricação de cosméticos, cuja unidade industrial se caracteriza pela
produção de condicionadores, xampus e óleos. A empresa conta hoje com uma equipe de 325
empregados, trabalhando em três turnos diferenciados, no período de 6 às 22h, 5 d/semana.
A empresa entrou em funcionamento em 1997, tendo sua primeira solicitação de Licença de
Operação, em caráter corretivo, deferida em novembro/2001.
Em 28-7-2005 a empresa informou a alteração do sistema de tratamento de efluentes líquidos
industriais e domésticos, visando substituir o projeto apresentado no PCA já implantado e em
operação, contudo o referido sistema só iniciou sua implantação em março/2006, conforme
documento apresentado pela empresa em 26-5-2006.
Esse sistema de tratamento de efluentes líquidos corresponde ao tratamento conjunto do
efluente industrial e sanitário, sendo constituído por uma peneira auto limpante, seguido por um
tanque de neutralização. O efluente é então encaminhado ao tanque séptico seguido por valas
de infiltração.
A água consumida no empreendimento é proveniente da captação em dois poços semi-
artesianos, sendo encaminhada à Estação de Tratamento de Água - ETA, onde a água para
consumo humano recebe apenas um pré-tratamento, enquanto a água utilizada no processo
industrial passa por todo o sistema de tratamento. A empresa ainda capta a água do córrego
Ponte Alta, sendo esta utilizada no setor de refrigeração, sem tratamento preliminar, e
encaminhada posteriormente ao abastecimento das 12 lagoas existentes no empreendimento.
Os resíduos sólidos gerados são encaminhados para reciclagem e/ou reutilização, sendo
classificados basicamente como recicláveis (papel, papelão, plástico etc.), resíduo comum,
resíduo de capina/varrição, bombonas, vidros, óleo usado, metais e lodo de ETE.
O processo de revalidação da Licença de Operação foi formalizado em 16-8-2007, objeto de
análise deste Parecer Técnico. Em 3-4-2008 foi realizada vistoria às instalações do
empreendimento para subsídio de sua análise técnica.
Ressalta-se que, em consulta ao Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM, não
constam autuações contra a empresa até a presente data.
Em 26-5-2006, a empresa informou que não seria possível realizar as análises do efluente,
Autora: Assinatura:
Cibele Mally de Souza – MASP N° 1.200.660-7
Consultora Ambiental Data: ______/______/_____
De Acordo: Assinatura:
Liliana Adriana Nappi Mateus - MASP Nº 1.156.189-1
Gerente de Desenvolvimento e Apoio Técnico às Atividades Industriais - GEDIN Data: _____/______/______
Visto: Assinatura:
Paulo Eduardo Fernandes de Almeida
Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento – DPED Data: _____/______/______
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tendo em vista a instalação do novo sistema biológico, não sendo encaminhados, desde então,
os relatórios de automonitoramento de efluentes líquidos industriais e sanitários, descumprindo
uma das condicionantes do processo de licenciamento expedido em 2001. Além disso, a
empresa informou durante a vistoria que realiza internamente as análises dos efluentes
líquidos, contudo apresentando valores fora dos padrões de lançamento estabelecidos pela DN
COPAM N° 010/86.
Diante do exposto, este Parecer Técnico é contrário à revalidação da Licença de Operação da
BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA. e sugere a concessão do prazo de 90 dias para
formalização de novo processo de licenciamento ambiental.

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1. INTRODUÇÃO
A BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA. localiza-se no município de Alvinópolis/MG,
desenvolvendo atividade classificada pela Deliberação Normativa COPAM N° 74/2004 segundo
o código C-06-01-7 – Fabricação de produtos de perfumaria e cosméticos.
A empresa iniciou suas atividades em 1997, tendo formalizado, em 12-6-2000, seu primeiro
processo de Licença de Operação, em caráter corretivo, obtendo-a em 6-11-2001, com
condicionantes e validade de 6 anos.
Em 16-8-2007 a empresa formalizou o pedido de revalidação da Licença de Operação,
apresentando o Relatório de Avaliação de Desenvolvimento Ambiental – RADA, tendo como
responsável pela sua elaboração o engenheiro agrimensor Rogério Eustáquio Coutinho –
CREA 74811/D.
Ressalta-se que, em consulta ao Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM, não
constam autuações contra a empresa até a presente data.
Para subsidiar a análise do processo de revalidação, foi realizada vistoria às instalações do
empreendimento em 3-4-2008.
Este parecer tem o objetivo de subsidiar o COPAM no julgamento do requerimento da
revalidação da Licença de Operação, PA COPAM N° 354/2000/002/2007, efetuado pelo
empreendimento.

2. DISCUSSÃO
2.1 Caracterização do Empreendimento
O empreendimento localiza-se no município de Alvinópolis/MG, desenvolvendo a fabricação de
cosméticos . A área total do terreno equivale a 11.200 m², com área útil de 9.000 m² e 6.984,15
m² de edificações.
O quadro funcional atual é de 325 empregados, trabalhando em regime de três turnos, no
período de 6 às 22h, durante 5 d/semana.
Os produtos fabricados pelo empreendimento são constituídos por condicionadores, xampus e
óleos capilares, sendo declarado um faturamento para o ano de 2007 de R$ 42.800.000,00.
Este parâmetro determina o porte dessa tipologia industrial, sendo enquadrado, neste caso,
como de grande porte.
Durante a vigência da Licença de Operação concedida em 2001, segundo informado durante
vistoria realizada em 3-4-2008, foram adquiridos 6 novos reatores para o processo produtivo,
além de concluída a construção de um galpão para coleta seletiva e estando em fase de
construção um galpão para depósito de produto acabado, ambos dentro da área do
empreendimento.
A empresa utiliza, no total, 24 reatores no processo produtivo. Para a geração de energia
térmica são utilizados 3 aquecedores de 600.000 kcal/h e um trocador de calor a gás (GLP).
A água captada pela empresa é proveniente de dois poços manuais, com registro de uso
insignificante junto ao IGAM, conforme processos n° 5469/2007 e 5470/2007. Essa é
encaminhada à Estação de Tratamento de Água - ETA, cuja concepção de tratamento é físico-
química.
Esse tratamento é constituído primeiramente por um tanque de cloração, seguido por 3
deionizadores (com uso alternado), dois filtros de areia e tanque de distribuição. Parte da água
segue para consumo humano, enquanto a água do processo industrial recebe posterior
tratamento, com uso de filtro de carvão ativado, seguido por filtro catiônico, filtro aniônico e filtro
microporoso. Destaca-se que esse último sistema é constituído por 3 conjuntos de cada
unidade, estando sempre dois em funcionamento e um em stand by.
A empresa ainda capta a água do córrego Ponte Alta, com processo de outorga n° 5467/2007
em análise junto ao IGAM. Esta é utilizada no setor de refrigeração, sem tratamento preliminar,
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e desaguando nas 12 lagoas existentes no empreendimento, sendo posteriormente direcionada


ao rio do Peixe, conforme informações do RADA. A empresa também possui autorização para
captação em curso d’água não especificado, conforme processo n° 5468/2007, considerado
insignificante, para fins de irrigação.
Os efluentes industrial e sanitário são destinados ao sistema de tratamento de efluentes
constituído por 3 caixas de gradeamento (peneira auto limpante), seguido por um tanque de
neutralização. Posteriormente o efluente é encaminhado a 3 tanques sépticos e bombeados
para as valas de infiltração. As águas dos coletores pluviais são encaminhadas ao córrego
Ponte Alta, conforme informado durante vistoria de 3-4-2008.
A energia elétrica consumida é proveniente da CEMIG.
Observou-se durante a vistoria realizada em 3-4-2008 que a empresa se localiza em uma área
tipicamente rural, onde é realizado na área do empreendimento o cultivo alternado de grãos,
como o milho, além da existência de um pomar, cuja colheita é para uso interno.

2.2 Impactos Identificados


Os impactos identificados estão relacionados à operação do empreendimento, sendo
caracterizados pela geração de efluentes líquidos industriais e sanitários e resíduos sólidos.
Os efluentes líquidos industriais apresentam elevados teores de produtos químicos devido ao
uso de matérias-primas, como os tensoativos, emoluentes, quelantes, espessantes, corantes,
essências, conservantes, antioxidantes e álcool graxo, além do uso de princípios ativos. Alguns
desses produtos se caracterizam por sua baixa biodegradabilidade e podem exercer efeitos
tóxicos sobre os organismos aquáticos. Os efluentes líquidos sanitários também devem ser
considerados, caracterizando elevada carga orgânica a ser tratada na ETE.
A atividade desenvolvida implica também na geração de grande quantidade de resíduos
sólidos, tais como materiais passíveis de reciclagem (papel, papelão, plástico etc.), resíduo de
características domésticas , resíduo de capina/varrição, bombonas, vidros, óleo usado, metais e
lodo de ETE, conforme descritos no RADA.

2.3 Avaliação do Desempenho Ambiental


2.3.1 Cumprimento das Condicionantes
A Licença de Operação obtida pela BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA., para sua
unidade industrial localizada no município de Alvinópolis/MG, em 6-11-2001, teve sua validade
condicionada ao cumprimento dos itens descritos no Quadro 1.

Quadro 1 – Condicionantes da Licença de Operação de 2001.

Item Descrição Prazo


Implantar e operar as estações de tratamento dos efluentes
líquidos industriais e sanitários. O projeto deverá ser
1 6 meses
complementado com medidor de vazão a montante e a jusante do
sistema de tratamento de efluente industrial.
Executar o Programa de Automonitoramento dos efluentes Durante a vigência
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líquidos e resíduos sólidos, conforme definidos pela FEAM. da LO corretiva
Apresentar caracterização do lodo da estação de tratamento de
Até 6 meses após
3 efluentes líquidos industriais e a proposta de sua correta
início da operação
disposição.

A estação de tratamento de efluentes sanitários iniciou sua operação em

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1-5-2002, sendo esse tratado por meio de fossa séptica seguida por filtro anaeróbio. A ETE
industrial era composta pelas seguintes unidades: tanque de armazenamento e equalização,
tanque de homogeneização e saponificação dotado de agitador mecânico, tanque de
floculação dotado de agitador mecânico e leito de secagem.
A Licença de Operação concedida em 2001 à BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA.
esteve condicionada à execução do Programa de Automonitoramento de efluentes líquidos
sanitários e industriais, com parâmetros e freqüências definidas no Quadro 2. Cabia à empresa
encaminhar trimestralmente à FEAM os resultados das análises efetuadas, informando o
número de empregados no período, sendo os relatórios elaborados conforme normas
aprovadas pelo INMETRO, ou na ausência deles, no Standard Methods for Examination of
Water and Wastewater APHA-AWNA, última edição.

Quadro 2 – Programa de Automonitoramento de Efluentes Líquidos


Local de Amostragem Parâmetro Freqüência
Entrada e saída do sistema
DBO5.20, DQO, pH, sólidos em suspensão,
de tratamento de efluentes Trimestral
sólidos sedimentáveis
sanitários
pH, temperatura, sólidos sedimentáveis,
Semanal
vazão média
Entrada e saída do sistema
de tratamento de efluentes DBO5.20, DQO, sólidos em suspensão,
óleos e graxas, detergentes, selênio, Quinzenal
cádmio, chumbo, mercúrio

Com relação aos resíduos sólidos, a empresa deveria apresentar semestralmente à FEAM as
planilhas mensais de controle de geração e disposição de resíduos sólidos gerados,
informando previamente ao referido órgão em caso de alterações na forma de disposição final
de resíduos.
Os relatórios de automonitoramento foram entregues com a devida freqüência, entretanto, as
análises não apresentavam bons resultados, em termos de atendimento aos limites
estabelecidos na Legislação vigente, o que acarretou na alteração do sistema inicialmente
proposto no PCA.
Dessa forma, visando substituir o projeto apresentado no PCA já implantado e em operação,
um novo projeto do sistema de tratamento de efluentes líquidos industriais e sanitários foi
encaminhado à FEAM em 28-7-2005, conforme protocolo n° F041134/2005. Durante vistoria
realizada em 23-9-2005 constatou-se que o referido sistema encontrava-se em fase final de
instalação, sem prévia autorização pelo órgão ambiental. Coube à FEAM avaliar a eficiência do
sistema através dos relatórios de automonitoramento. Esse sistema era constituído por uma
peneira auto limpante, seguido por um tanque de neutralização, sendo então o efluente
encaminhado ao tanque séptico seguido por valas de infiltração.
Contudo, esse novo sistema somente teve sua implantação iniciada em março/2006, conforme
documento apresentado pela empresa em 26-5-2006, sob protocolo n° F040338/2006. Na
ocasião, a empresa informou que não seria possível realizar as coletas para análise, tendo em
vista a implantação de um sistema biológico. Contudo, os relatórios de automonitoramento de
efluentes líquidos não vêm sendo entregues à FEAM até a presente data. Em consulta ao
Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM, observou-se que não houve retorno por
parte da FEAM informando à empresa da necessidade de realização das análises e
encaminhamento dos relatórios de automonitoramento. Nas informações complementares
encaminhadas pela empresa em 29-7-2008, conforme protocolo n° R090975/2008, serão
encaminhadas as análises dos resultados de monitoramento quando houver volume suficiente
de efluente à jusante das valas de infiltração para a realização das coletas.
Apesar de não entregues os relatórios à FEAM, a empresa informou, durante vistoria realizada
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em 3-4-2008, que as análises do efluente ainda são realizadas, após sua passagem pelos
tanques sépticos, apresentando valores fora dos padrões de lançamento estabelecidos pela
DN COPAM N° 010/86.
Em atendimento à condicionante 3, a empresa apresentou, em 2-12-2002, conforme protocolo
n° 071602/2002, o relatório de classificação de resíduos sólidos gerados na estação de
tratamento de efluentes líquidos industriais, elaborado pela empresa ENGEQUISA S/C, onde o
mesmo foi classificado como Classe IIA – não inerte, segundo os parâmetros estabelecidos
pela NBR 10.004/2004. A empresa informou ainda que estudava a possibilidade de reutilização
do mesmo, contudo optou por sua estocagem temporária, pelo prazo de um ano, nos leitos de
secagem, até que se definisse a destinação mais adequada.
Contrariamente ao supracitado relatório, consta no RADA a classificação do lodo como Classe I
- perigoso, sendo encaminhado para a incineração e aterro industrial Classe I.
Já na vistoria de 3-4-2008 foi informado, contradizendo os dois documentos anteriormente
citados, que o lodo da ETE ainda era armazenado no empreendimento, pois aguardava análise
de sua classificação para definir a destinação final.
Dessa forma, foi encaminhado à empresa, em 27-6-2008 o OF. GEDIN N° 147/2008,
solicitando informações complementares referente à real classificação do lodo da ETE e sua
destinação final. Essas informações foram apresentadas pela empresa em 29-7-2008, dois dias
após o prazo concedido pela FEAM, conforme protocolo n° R090975/2008. Nesse documento a
empresa informou que o lodo é caracterizado como Classe IIA, conforme apresentado no
documento n° 07602/2002 em 2-12-2002. Foi informado ainda que, conforme documento n°
F041134/2005, de 28-7-2005, a remoção do lodo seria efetuada no intervalo de 5 anos, sendo
esse armazenado temporariamente no empreendimento.

2.3.2 Controle e Monitoramento dos Impactos Ambientais


Efluentes Líquidos
Os efluentes líquidos gerados pelo empreendimento são provenientes do processo industrial,
limpeza de pisos e equipamentos, além dos efluentes líquidos sanitários gerados pelos 325
empregados.
A estação de tratamento de efluentes da empresa é constituída por 3 caixas de gradeamento,
com função de remover os sólidos grosseiros. Em seguida o efluente segue para o tanque de
neutralização e, posteriormente, para os 3 tanques sépticos, onde é realizado o tratamento
biológico. O efluente tratado é então bombeado para as valas de infiltração, para remoção da
carga orgânica residual. Efluentes industriais e sanitários são tratados em conjunto neste
sistema.
Foi informado, durante a vistoria de 3-4-2008, que não existem poços de monitoramento nas
valas, sendo as análises do efluente tratado realizadas após a saída dos tanques. Segundo a
empresa, os referidos valores se encontram fora dos padrões de lançamento. Vale ressaltar
que os laudos das análises de efluentes líquidos industriais não vêm sendo entregues à FEAM
desde a implantação do novo sistema biológico de tratamento, em março/2006.
Verificou-se ainda que as valas de infiltração estão localizadas em áreas de topo de morro,
sendo duas valas com comprimento total de 1.500m, estando recobertas por camadas de brita
e bidim, e presença de tubos de drenagem. Foi informado durante a vistoria que cerca de 30m³
de efluentes são tratados por dia nas valas, com freqüência variada.
Conforme informado pela empresa na vistoria, o lodo gerado tem sido armazenado, até sua
classificação segundo NBR 10.004/2004, para que seja definida a melhor forma de disposição
final. Nas informações complementares encaminhadas pela empresa em 29-7-2008, conforme
protocolo n° R090975/2008 foi informado que o lodo é caracterizado como Classe IIA e que a
remoção do lodo seria efetuada no intervalo de 5 anos, sendo esse armazenado
temporariamente no empreendimento.

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Resíduos Sólidos
A empresa possui um depósito de armazenamento temporário de resíduos sólidos, onde os
tambores e bombonas são primeiramente lavados e depois dispostos em superfície arenosa,
não impermeabilizada, conforme observado durante a vistoria de 3-4-2008. A empresa
informou que esses resíduos são vendidos, doados ou mesmo reutilizados dentro do
empreendimento, para outros fins. O efluente gerado na lavagem dos tambores e bombonas é
encaminhado para a ETE.
Ressalta-se que os relatórios de automonitoramento de resíduos sólidos não vêm sendo
encaminhados à FEAM, assim como os relatórios de automonitoramento de efluentes líquidos
industriais e sanitários.
A atividade desenvolvida implica também na geração de outros resíduos, tais como: óleo
usado, encaminhado para rerefino; papel, papelão, plásticos, metais e vidros, encaminhados
para a reciclagem e; resíduos de capina e varrição, utilizados no pomar, conforme informaç ões
descritas no RADA.

Emissões Atmosféricas
As emissões atmosféricas da empresa são consideradas insignificantes, visto que os
processos são realizados em ambientes controlados.

2.3.3 Ampliação/Modificação da Capacidade Produtiva


Conforme informações descritas durante a vistoria realizada em 3-4-2008, a empresa informou
que durante o período da Licença de Operação vincenda, processo COPAM
N° 354/2000/002/2007, foram adquiridos, em 2006, 6 novos reatores para o processo
produtivo, além de concluída a construção de um galpão para coleta seletiva e estando em
fase de construção um galpão para depósito de produto acabado, ambos dentro do terreno do
empreendimento. Constam ainda no RADA a implantação de um novo turno de trabalho,
acarretando em um aumento da capacidade instalada, referente a 32 t/dia, e o acréscimo da
área construída, de 3.504m² para 6.984,15m².
Vale ressaltar que, no processo de licenciamento de 2001 a empresa apresentou potencial
poluidor médio, segundo a DN COPAM N° 01/1990, tendo como parâmetros referentes ao
porte a área útil e o número de empregados. Conforme parecer técnico DIQUA N° 231/2001, a
capacidade nominal instalada era de 172 t/mês de xampus, 222 t/mês de condicionadores e 5
t/mês de óleos, sendo sua produção correspondente a 35% desse total. Durante a vistoria de
3-4-2008 a empresa informou que são produzidos na empresa aproximadamente 1.500.000
unidades/mês de xampus, condicionadores e óleos, mantendo seu potencial poluidor médio
segundo a DN COPAM N° 74/2004, tendo como parâmetro referente ao porte o faturamento.
Dessa forma, entende-se que houve um aumento da produção e da capacidade instalada da
empresa, desde o último processo de licenciamento, cujas alterações no empreendimento
somente foram informadas no atual processo.

3. CONCLUSÃO
O processo COPAM N° 354/2000/002/2007 que trata do requerimento de revalidação da
Licença de Operação da BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA., em Alvinópolis, foi
protocolado em 16-8-2007, sendo devidamente instruído do ponto de vista técnico, com a
apresentação da documentação para sua análise solicitada por meio do Formulário Integrado
de Orientação Básica sobre o Licenciamento Ambiental – FOBI Nº 236781/2007.
O potencial poluidor da empresa é médio, principalmente no que se refere aos efluentes
industriais.
Em 26-5-2006 a empresa n
i formou que não seria possível realizar as coletas do efluente
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tratado para análise, tendo em vista a implantação de um sistema biológico. Contudo, os


relatórios de automonitoramento de efluentes líquidos não vêm sendo entregues à FEAM até a
presente data. Em consulta ao Sistema Integrado de Informação Ambiental – SIAM, observou-
se que não houve retorno por parte da FEAM informando à empresa da necessidade de
realização das análises e encaminhamento dos relatórios de automonitoramento. Assim,
entende-se que a empresa não cumpriu uma das condicionantes do processo de
licenciamento, o que por si só justificaria a não renovação da licença de operação. Além disso,
a empresa informou durante a vistoria de 3-4-2008 que realizava internamente as análises dos
efluentes líquidos, cujos resultados excediam os padrões de lançamento estabelecidos pela DN
COPAM N° 010/86. Entende-se, dessa forma, que se faz necessário a adequação do sistema
de tratamento de efluentes líquidos.
As informações complementares solicitadas em 27-6-2008, conforme OF. GEDIN N° 147/2008,
para análise do processo de licenciamento, referente à classificação do lodo da ETE e sua
destinação final foram apresentadas em 29-7-2008, conforme protocolo n° R090975/2008.
A despeito da situação irregular da empresa, até a data do requerimento de revalidação da
licença não foi lavrado nenhum Auto de Infração contra a empresa.
Diante do exposto, este Parecer Técnico é contrário à revalidação da Licença de Operação da
BIO EXTRATUS COSMETIC NATURAL LTDA. e sugere a concessão do prazo de 90 dias para
formalização de novo processo de licenciamento ambiental.

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