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ECONOMIA MISTA E O GOVERNO

As sociedades estão organizadas em diferentes sistemas económicos que


respondem de forma diferenciada às questões económicas fundamentais: o quê,
como e para quem produzir?

O que produzir? Todas as sociedades têm que decidir quais os bens e serviços
que devem produzir? Quais os bens que devem ser produzidos internamente e
quais devem ser importados? Em que quantidades os vão produzir? Se devem
produzir mais bens de consumo ou bens de investimento?

Como produzir? Como serão produzidos esses bens? Quem os irá produzir? Com
que recursos? Qual a tecnologia que deve ser usada na sua produção? Que
combinação produtiva, entre tecnologia e recursos humanos deve ser utilizada?

Para quem produzir? Quem beneficiará do resultado da atividade económica?


Como será distribuída a riqueza criada? Será a distribuição da riqueza justa e
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equitativa? Qual a diferença de rendimentos entre os mais ricos e os mais
pobres? A sociedade deve proporcionar a todos os indivíduos um mínimo de
consumo? Ou todos têm que trabalhar se quiserem alimentar-se?

Podemos identificar duas formas opostas de organização económica das


sociedades: num extremo temos uma economia centralizada em que é o
governo quem toma a maioria das decisões económicas; no outro extremo
temos uma economia descentralizada em que as decisões são tomadas nos
mercados, pelos respetivos intervenientes.

Economia Planeada, Dirigida ou de Direção Central:

Neste tipo de economia centralizada, , ou simplesmente economia centralizada,


o Estado toma as decisões mais importantes acerca da produção e da
distribuição, impondo diretivas às famílias, empresas e trabalhadores. É o
Estado quem dá resposta às principais questões económicas – o quê, como e
para quem será produzido, através da posse dos recursos e do seu poder de
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impor decisões.

Numa economia dirigida, é o Estado quem detém a maior parte dos meios de
produção (terra e capital); possui e dirige a atividade das empresas na maior
parte dos setores de atividade; é empregador da maioria dos trabalhadores; é
quem decide como a produção deve ser repartida entre os diversos bens e
serviços.

Economia de Mercado, Liberal ou Mercado Livre:

Numa economia de mercado ou liberal, ou simplesmente economia


descentralizada, são os indivíduos e as empresas quem toma as decisões mais
importantes da produção e consumo. É o sistema de mercado, através do
mecanismo de determinação de preços, quem decide o quê, como e para
quem.

Neste tipo de economia descentralizada são as empresas que decidem quais os


bens que produzem, com que técnicas de produção e quais as tecnologias a
adotar.

O caso extremo de economia de mercado corresponde a uma economia onde o


Estado não intervém na tomada de decisões económicas, pode ser designada de
economia de laissez- faire (tradução do francês: deixar fazer).

A tese da “mão invisível” de Adam Smith (considerado por muitos como o pai da
economia) insere-se nesta abordagem liberal ou mercantilista, que defende que
o mecanismo do mercado liberal constitui a melhor forma de afetação eficiente
dos recursos. Esta abordagem parte do pressuposto de que os mercados se
autorregulam, sem necessidade de intervenção estatal. A ideia é que cada
indivíduo, defendendo os seus interesses pessoais, mesmo que numa ótica
egoísta e individualista, acaba por contribuir para o bem-estar social. É como
se os indivíduos fossem conduzidos por uma mão invisível para a maximização
do benefício coletivo, ou seja, para a promoção do bem estar da sociedade.

No entanto, nenhuma das economias contemporâneas se enquadra em nenhum


destes dois casos extremos de organização da sociedade, pelo menos no seu
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estado puro. Na realidade deparamo-nos com economias que combinam de
diferentes formas elementos de mercado livre com elementos de direção
central, pelo que podemos afirmar que a maioria das economias são economias
mistas.

As sociedades contemporâneas funcionam como economias mistas, em que o


governo e o setor privado interagem na resolução dos problemas económicos.

A maior parte das decisões ocorre nos mercados, mas o Estado desempenha
um papel importante na supervisão do funcionamento dos mercados, na
regulação da atividade económica através da publicação de leis, na prestação
de serviços como a educação, a saúde, a defesa e a justiça, e na promoção da
equidade social através dos impostos e transferências para as famílias, por
exemplo..

O Estado intervém na economia como regulador, com o objetivo de aumentar


a eficiência, promover a equidade e estimular o crescimento e a estabilidade
macroeconómica (os 3 E’s da economia que veremos melhor no slide 8).

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As diferentes sociedades aproximam-se mais de um extremo ou de outro,
conforme a atuação do Estado seja mais intensa ou mais moderada. O exemplo
de Cuba é um dos mais próximos de uma economia de direção central, onde o
Estado assume um papel relevante na condução das atividades económicas,
existindo contudo lugar à iniciativa privada. Outras sociedades, como os EUA por
exemplo, funcionam de forma mais próxima de economia de mercado, com o
Estado a assumir um papel mais moderado na atividade económica.

Logo, se na atualidade subsistem exemplos de economias que se aproximam


mais de um ou de outro dos extremos atrás identificados (economia planeada e
mercado livre), a maioria das economias contemporâneas modernas são
economias mistas, onde Portugal está incluído .

A própria evolução das sociedades faz com que existam diferenças temporais no
funcionamento de uma economia.

Portugal, por exemplo já funcionou mais próximo de uma economia planeada,


durante a ditadura do Estado Novo, caminhando progressivamente para uma
economia mais descentralizada com a implementação da democracia e as
atuais exigências da globalização ou mundialização da economia.

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A maior aproximação de uma economia mista a uma economia planeada ou a
uma economia de mercado pode ser avaliada através do peso do Estado na
economia, medido pelos níveis de despesa pública (despesas do Estado) em
percentagem da riqueza gerada na economia (PIB/Produto Interno Bruto).
Em princípio: maiores níveis de despesa pública em % do PIB representam
uma maior intervenção do Estado na economia.

Assim, no gráfico apresentado, ou seja, considerando as economias nele


assinaladas, os EUA aparecem como exemplo de uma economia mais
descentralizada (menor despesa pública em % do PIB), enquanto a Suécia figura
como exemplo de uma economia mais centralizada (maior despesa pública em %
do PIB)

O ponto de partida de qualquer economia mista é a economia de mercado, que


defende que os mecanismos de mercado constituem a melhor forma de
afetação eficiente dos recursos.

O mercado é o mecanismo através do qual compradores e vendedores

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interagem para determinar preços e quantidades de bens e serviços a
transacionar. Um mercado é um mecanismo que permite às pessoas realizarem
trocas, normalmente reguladas pela lei da oferta e da procura, como vimos no
capítulo 1.2 dos conteúdos programáticos da UC (Procura, Oferta e Mercado).

O preço funciona como mecanismo regulador dos mercados na medida em que


coordena as decisões dos produtores e dos consumidores em relação à
quantidade que desejam, respetivamente, vender e comprar.

No entanto, todas as economias de mercado sofrem de imperfeições, que


conduzem a problemas como a poluição, o desemprego ou a pobreza extrema e
a exclusão social, por exemplo.

Nas economias modernas os governos intervêm exatamente para corrigir e


combater essas falhas de mercado, supervisionando algumas atividades, como a
banca e a produção e distribuição de medicamentos, fornecendo alguns bens e
serviços, como a educação, a saúde, a justiça, a segurança pública, financiando
atividades de interesse social, como a investigação científica e a inovação, ou

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arrecadando impostos para redistribuir pelos mais carenciados.

Assim, no contexto de uma economia mista, há legitimidade para a intervenção


do Estado na economia, sempre que o Mercado, por si só, falha na resolução
de problemas económicos (falhas/limitações/imperfeições do Mercado).

Genericamente, as falhas de mercado são todas aquelas situações que põem


em causa (um ou mais dos) “três Es da economia” (ver slide seguinte).

A intervenção do estado na economia deve garantir: o aumento da

EFICIÊNCIA; a promoção da EQUIDADE; o estímulo do crescimento


económico e da ESTABILIDADE macroeconómica; abreviadamente referidos

como “Os três Es da economia”.

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Para tal, o Estado assume três funções económicas importantes:

- Função de afetação: o governo contribui para o aumento da eficiência na


afetação dos recursos, ao promover a concorrência, ao combater as
externalidades como a poluição e ao fornecer bens públicos.

- Função de redistribuição do rendimento: o governo promove a equidade


ao usar os impostos e determinados tipos de despesa para redistribuir o
rendimento a grupos específicos.

- Função de estabilização e de crescimento económico : o governo


estimula o crescimento e estabilidade macroeconómicos, reduzindo o
desemprego e a inflação, ao mesmo tempo que estimula o crescimento
económico, através das políticas orçamental e monetária.

No slide seguinte detalhamos este papel económico do governo, analisando


com maior detalhe exemplos da atuação do Estado em cada uma destas três
funções.

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Função de afetação: o Governo deve fomentar o desenvolvimento económico
e a gestão racional e eficiente dos recursos. A sua intervenção ocorre muitas
vezes com o objetivo de corrigir as situações em que os mercados não
funcionam de forma eficiente.

• Correção de Externalidades

Uma razão que justifica a intervenção do Estado na economia é a existência de


externalidades ou efeitos sobre o exterior. As externalidades podem ser
positivas ou negativas, caso o efeito externo seja, respetivamente, um benefício
ou um custo para terceiros.

O Estado deve intervir no sentido de corrigir as externalidades, combatendo as


externalidades negativas e promovendo as externalidades positivas.

No caso das externalidades negativas o estado o Estado intervém através da sua


regulação, com legislação que proíbe ou minimiza, por exemplo, a poluição ou a
emissão de resíduos perigosos.

Também cabe ao Estado promover a criação de externalidades positivas


promovendo a investigação científica (o desenvolvimento de novas vacinas, por
exemplo), a reciclagem, o tratamento de resíduos, a adoção de práticas
ambientais, etc.

• Promoção da Concorrência

Outro tipo de ineficiência em que os mecanismos de mercado falham é a


inexistência de concorrência. A concorrência imperfeita, como por exemplo o
monopólio (existência de uma única empresa a fornecer um bem ou serviço),
conduz a preços demasiado elevados e a níveis de produção reduzidos (como
veremos mais à frente no capítulo 2.3 dos conteúdos programáticos da UC).

Para combater estas situações, os governos regulam as atividades impondo


restrições anti- trust ao comportamento das empresas, que proíbem a atuação
consertada das empresas, como a fixação de preços ou a divisão de mercados
entre elas.

• Fornecimento de bens e serviços

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O Estado é em geral um fornecedor de bens e serviços, nomeadamente de bens
públicos.

Este é mais um aspeto em que os mecanismos de mercado falham, uma vez que,
pelas suas características (explicadas no slide seguinte) o fornecimento deste tipo
de bens não gera benefícios que constituam incentivo económico para que a
iniciativa privada os pretenda fornecer. Assim, e uma vez que o fornecimento
privado de bens públicos é, em geral, insuficiente ou mesmo inexistente, o Estado
tem de atuar no sentido de produzir ou estimular a produção de bens públicos,
que de outra forma não serão produzidos/fornecidos.

Isto não significa que todos os bens fornecidos pelo Estado sejam considerados
bens públicos, pelo contrário o Estado também é fornecedor de um conjunto
variado de serviços considerados bens privados. Bem como o facto de estarmos
perante um bem público não significa necessariamente que seja o Estado a
fornecê-lo, ou seja, não significa que os agentes privados não possam fornecer
bens públicos, pelo contrário existem alguns casos de concessão da exploração de
bens públicos a entidades privadas.

Função de Redistribuição do Rendimento: as economias de mercado não


conduzem necessariamente a uma justa repartição dos rendimentos, podendo
originar níveis inaceitáveis de desigualdades nos níveis de rendimento e de
consumo.

No sentido de promover a equidade e a justiça social, o Estado deve intervir


corrigindo as desigualdades sociais, nomeadamente no sentido de promover a
redistribuição dos rendimentos gerados na economia. Em geral, os governos
utilizam os impostos para aumentar as transferências e os programas de apoio aos
mais necessitados (um pouco na lógica do Robin dos Bosques: tirar aos ricos para
dar aos pobres).

- Do lado dos impostos, destaque para os impostos progressivos (exemplo do IRS


– Imposto sobre Rendimentos Singulares), tributando os rendimentos maiores
com taxas de imposto superiores às dos rendimentos mais baixos; também
impostos sobre as grandes fortunas ou impostos sucessórios (sobre as
heranças), para quebrar a cadeia de privilégios hereditários.
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- Do lado das despesas públicas, salientam-se as transferências do Estado para
as famílias no sentido de proteger as camadas sociais mais desfavorecidas
(subsídios de desemprego, de apoio à doença, velhice ou invalidez; apoios à
infância ou à maternidade; programas de combate à exclusão social, serviços
de ação social, cuidados de saúde subsidiados; etc.)

Função de Estabilização e de Crescimento Económico : capacidade do Estado em


estimular o crescimento económico e garantir a estabilidade macroeconómica,
combatendo o desemprego e a inflação nas diferentes fases do ciclo económico,
através das políticas macroeconómicas (estas questões serão abordadas no

próximo semestre na UC de Macroeconomia!).

Bens públicos são bens ou serviços que podem ser usufruídos por qualquer
indivíduo e que nenhum indivíduo pode ser excluído do seu consumo.

Esta definição conduz-nos para as duas características dos bens públicos: não
rivalidade no consumo e impossibilidade de exclusão (ou não exclusão), na
maior parte dos casos associada à ideia de gratuitidade do bem.

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Note-se que para ser considerado um bem público, este tem que possuir
obrigatoriamente as duas características em simultâneo: não rivalidade e não
exclusão. Basta que uma destas duas características não estaja presente, para
que o bem já não seja considerado um bem público.

- Por exemplo a emissão do sinal de TV (TDT)/frequência de rádio, a iluminação


pública, a defesa nacional: nenhum indivíduo pode ser excluído do acesso a
estes bens (não exclusão) e pelo facto de uma pessoa consumir, não deixa de
estar disponível, na mesma quantidade, para os outros (não rivalidade).

Bens privados são bens ou serviços que, pelo contrário apresentam as


características de existir rivalidade e/ou exclusão no consumo.

A grande maioria dos bens que consumimos são bens privados, na medida em que:
por um lado, pagamos para os consumir, constituindo o preço uma das formas mais
comuns de exclusão no consumo, pois quem não estiver disposto ou não puder
pagar, não pode usufruir do bem; por outro lado, a maioria dos bens uma vez
consumido por um já não está disponível para ser adquirido pelos restantes
consumidores (quando compro um carro, por exemplo, passa a ser meu, mais
ninguém o pode adquirir).

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Também existem bens que não são bens públicos, mas também não são bens
privados puros (porque não têm ambas as características). Muitas vezes
chamados na literatura de bens mistos, são bens que apresentam apenas uma
das características de bem privado.

Para facilitar a caracterização dos diferentes bens, vamos assumir que estes
bens são considerados bens privados, ainda que falhem numa das
características.

Assim, existem bens que apresentam rivalidade no consumo, ou seja, uma vez
consumidos por um consumidor deixam de estar disponíveis para outros.
Contudo, por serem considerados fundamentais, a sociedade entende que
devem estar ao dispor de todos os cidadãos (não exclusão), assumindo assim o
Estado o seu fornecimento gratuito. São os chamados Bens de Mérito.

Por exemplo, as vacinas que fazem parte do Plano Nacional de Vacinação, são
bens de mérito, porque uma vez administrada a vacina num paciente, ela deixa
de estar disponível para outro utente (portanto apresentam rivalidade no

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consumo), mas como o Estado entende que a vacinação é fundamental para a
saúde dos cidadãos, nomeadamente por razões de saúde pública, fornece
essas vacinas gratuitamente a todos os cidadãos (passando assim a não ter
exclusividade no consumo).

Por outro lado, existem ainda bens que não têm rivalidade no consumo, pois uma
vez fornecidos eles estão disponíveis em iguais quantidades para todos, ou seja,
pelo facto de serem consumidor por um consumidor não reduz a sua
disponibilidade para terceiros. Contudo, têm de ser pagos, pelo que apresentam
exclusão no consumo, pois só pode usufruir deles quem pagar para ter acesso,
ficando excluídos todos os consumidores que não estejam dispostos ou não
possam pagar para os consumir. É, por exemplo, o caso do serviço de fornecimento
de comunicações (TV por cabo, net, telefone fixo, telemóvel…), uma vez estando
disponível naquela zona geográfica toda a gente pode pedir o serviço, contudo só
tem acesso a ele quem pagar a mensalidade para usufruir do serviço (pelo que tem
exclusão no consumo), mas não é por eu estar a utilizar o meu serviço que o meu
vizinho deixa de o poder utilizar (logo, não tem rivalidade). São chamados Bens de
Clube, uma vez que só pode usufruir deles “quem pertencer ao clube” e, para
pertencer ao clube, tem de pagar.

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