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Imunologia
Sistema Complemento
Vai ser responsável por complementar a ação do anticorpo, por isso o nome de sistema
complemento. Composto por uma série de proteínas solúveis no sangue que necessitam de
algum fator para disparar sua ativação. A partir do momento que ativa o sistema
complemento, um componente vai ativando o próximo complemento no sistema por meio de
uma cascata até atingir o objetivo final, que no caso do sistema complemento é a criação de
poros na membrana do patógeno.
Todo indivíduo possui estas proteínas do sistema complemento em níveis basais no seu
organismo.
Quando o sistema complemento foi descoberto, eles descobriram o que é chamado de “via
clássica”, nomeando as proteínas do sistema complemento na via clássica de C1 a C9.
Essas proteínas durante a cascata podem estar íntegras ou podem ser quebradas. Foi
estipulado que quando ela fosse quebrada, a parte menor fosse chamada de “a” e parte
maior fosse chamada de “b”.
Como essas proteínas do sistema complemento presentes no sangue em estado inativo são
ativas?
Existem 3 vias principais de ativação do sistema complemento, que são:
Essas 3 vias levam a ativação do sistema complemento por meio de uma cascata, que
como ação principal seria a destruição do patógeno, formando poros em sua membrana. O
sistema complemento também é importante para recrutamento de células inflamatórias,
então ele pode matar o patógeno diretamente ou ele pode recrutar células para destruição
do patógeno. E ele também pode induzir a fagocitose do patógeno, processo chamado de
opsonização (facilitar a fagocitose; proteína marca o patógeno para ele ser fagocitado).
Via Clássica
Todos os componentes de via clássica possuem nomenclatura de C1 a C9. A primeira
molécula a ser estudada na via clássica é a C1, que é um complexo formado pelas
subunidade C1q, C1r e C1s juntos. A C1q tem estrutura globular e é ela que se liga ao
anticorpo que está ligado ao patógeno. Como C1q se liga ao anticorpo, por esse motivo é
dito que a via clássica depende de anticorpo. O anticorpo no qual C1q vai se ligar precisa
estar ligado com o antígeno, formando o complexo antígeno-anticorpo. Atualmente sabe-se
que C1q é capaz de se ligar a outros substratos sem ser o anticorpo, como células
danificadas, restos de células, células apoptóticas e diretamente ao patógeno.
C3a e C5a (partes menores) que foram produtos da clivagem de C3 e C5 que não se
aderem a membrana do patógeno tem como função a ativação da degranulação de
mastócitos. Como os grânulos dos mastócitos são ricos em histamina, vai haver um maior
aumento de permeabilidade de membrana e consequente aumento de extravasamento de
plasma para o tecido onde está tendo infecção.
A via da lectina é bastante semelhante a via clássica. Seu primeiro componente é a MPB,
que também não está sozinha, ela é um complexo. As subunidades sMAP + MASPs vão
formar o complexo da MBP. A MBP quando liga ao microorganismo vai ativar a parte
enzimática do complexo, que irá quebrar C4 e C2, originando C4a, C4b, C2a e C2b. Vai
haver formação do complexo C4b2a, que tem atividade C3-convertase. C3-convertase vai
ser responsável pela clivagem de C3 em C3a e C3b, onde C3b vai se juntar ao complexo
C4b2a3b, que tem atividade enzimática de C5-convertase. A partir da formação do
complexo C5-convertase, a cascata vai continuar igual na via clássica, que ao final da
cascata vai haver formação de poros na membrana do patógeno, levando á morte do
microorganismo.
Via alternativa
Na via alternativa, ela se inicia-se pela própria instabilidade da molécula de C3. Ela pode
ser quebrada por enzimas que estão presentes no processo inflamatório ou por conta de
sua própria instabilidade ela pode ser hidrolisada em C3a e C3b. Se não houver um
patógeno que torne suscetível a ligação de C3, ela continua se clivando e não vai
apresentar função. Com a presença de um microorganismo, C3b vai se ligar à sua
superfície. Quando C3b se liga, vai ocorrer a ativação e depois ligação do Fator B à C3b.
Quando o Fator B está ligado a C3b, ele vai sofrer ação do Fator D, quebrando o Fator B
em Ba e Bb. Com a quebra do Fator B, Bb vai se ligar à C3b, formando o complexo C3bBb,
que terá atividade C3-convertase. A C3-convertase (C3bBb) vai atuar quebrando mais
moléculas de C3 em C3a e C3b. C3b pode se ligar direto a membrana do patógeno ou se
ligar à C3-convertase, formando o complexo C3bBbC3b, que vai ter atividade enzimática de
C5-convertase. A C5-convertase (C3bBbC3b) vai clivar C5 em C5a e C5b e a partir dessa
etapa, a cascata vai se continuar igual ao que ocorre nas outras duas vias, até a formação
final dos poros na membrana do patógeno, levando a morte do microorganismo.
→ Na via clássica, seu primeiro componente é C1q que se liga à anticorpos presentes na
membrana do patógeno (ou diretamente à membrana ou também em células apoptóticas)
→ Na via da lectina, seu primeiro componente é a MBP que se liga à manose (carboidratos)
na superfície de patógenos
→ Na via alternativa, seu primeiro componente é a quebra natural por instabilidade da
molécula de C3 com a presença de um microorganismo ou tecido danificado para que C3
possa se ligar
→ Em todas as vias, o primeiro componente comum e chave vai ser a formação da
C3-convertase devido a quebra de C3, que vai ser formado por moléculas diferentes em
cada uma das vias.
→ Uma vez formado C3, vai ser necessária a quebra de C5 e formação de C5-convertase
em todas as vias
→ A partir de C5 vai ser igual para todas as vias, porque ao final da cascata vai ser formado
o complexo de ataque a membrana do patógeno
Via de controle
Além das vias de ativação, existe uma via de controle, visto que as proteínas que fazer
parte do sistema complemento são proteínas que podem danificar células do próprio
organismo. Elas só não danificam porque existem mecanismos de controles nas células do
nosso organismo que inibem a ativação do sistema complemento nas nossas células. Além
de ter nas nossas células, também temos proteínas solúveis que controlam esse ataque.
Existe uma cascata de inibição do sistema complemento. Também existem proteínas
presentes nas superfície de nossas células, como DAF e CR1, responsáveis por inibirem o
sistema complemento de se ligar às células. Na via alternativa, existem os fatores H e I, que
também são fatores de controle que inibem a ativação do sistema complemento. Até na
cascata final existem mecanismo de inibição do sistema complemento que vão atuar no
complexo de ataque à membrana, inibindo-o. Nas vias clássica e alternativa, na formação
da C3-convertase, existe a molécula DAF que se liga à nossas células, onde se C4b tentar
se ligar a nossas células, C4b vai se ligar a DAF, e DAF vai inibir o restante das moléculas
de se ligarem.