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Radiologia Convencional I

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -1


Radiologia Convencional I

1. Introdução

O estágio, é uma importante etapa na vida académica de cada aluno. Não só


por ser o primeiro contacto com a actividade profissional, mas também como o culminar
do curso superior.
Durante os vários anos do curso, foram-nos depositados um grande número de
conhecimentos teóricos, no âmbito da anatomia, anatomia radiológica, metodologias
para a realização dos exames, regras de protecção e segurança e até mesmo
conceitos como qualidade na prestação de serviços e humanização, tal como uma
grande abordagem na área da física.
Esta aprendizagem teórica foi fundamental para um bom desempenho na
prática, embora por vezes a realidade deste hospital seja um pouco diferente e nem
todos os conceitos teóricos que aprendemos são aplicados.
O conteúdo deste dossier passa um pouco pela história dos raios X e dos
hospitais, bem como a do hospital Garcia de Orta e uma descrição de todo o hospital e
em particular do serviço de imagiologia, tal como as salas e suas componentes.
Faz-se também uma abordagem a algumas regras de protecção e algumas
normas para promover a segurança de todos.
São também descritas algumas actividades desenvolvidas durante o período de
estágio.
O motivo pelo qual se realizou este dossier de estágio foi dar a conhecer alguns
conceitos básicos sobre a radiologia e todo o meio envolvente, que foi a base de todo o
trabalho prático realizado no estágio, e algumas actividades realizadas.
Deu-se início ao estágio 1 no mês de Novembro e terminou no mês de janeiro,
e o monitor do nosso grupo, escolhido em sorteio, foi o Técnico Luis Valadas.
O objectivo deste dossier de estágio é fazer um relato das actividades mais
importantes desenvolvidas durante este período de tempo, dando a conhecer as
mesmas.
Tem também como objectivo recordar alguns dos conceitos teóricos
fundamentais para um bom desempenho prático por parte do técnico de radiologia.
Durante este período foram desenvolvidas várias actividades na área da
radiologia convencional, como tórax, crânio, mão, pé,articulações, etc.

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Radiologia Convencional I

A grande maioria do estágio foi realizado na sala de urgência, na qual se


efectuam muitas vezes exames a politraumatizados. Grande parte destes, chegam ao
serviço de imagiologia imagiologia imobilizados pelo que o técnico tem de ter um
grande conhecimentos nas técnicas de manuseamento com politraumatizados.
Por duas vezes, fomos também ao bloco operatório, no qual é necessário
obedecer a todas as regras de assépsia e manuseamento do equipamento.
Um Hospital é um estabelecimento destinado ao diagnóstico e tratamento de
pessoas doentes ou lesionadas. Os hospitais desempenham também uma importante
função no desenvolvimento da investigação médica e na formação do pessoal
sanitário.
O uso dos raios X possibilitou um grande impulso nas técnicas de diagnostico,
devido a uma das suas características: a de poder penetrar nos materiais. Na biologia
e na medicina, permite observar os órgãos internos sem que se tenha que abrir o
paciente.
Existem muitos estudos para tentar determinar os limites seguros de exposição
dos seres vivos á radiação, porém isto é muito difícil de se estabelecer devido á grande
quantidade de variáveis envolvidas. Contudo, existem normas muito bem estabelecidas
de protecção radiológica, envolvendo métodos e equipamentos, que fornecem uma
boa confiabilidade em termos de segurança, e que, se obedecidas, mantêm as
exposições a radiação abaixo do limite onde os danos se tornam importantes.

2. Breve História dos Rx

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Radiologia Convencional I

• No fim da tarde de 8 de Novembro de 1985, quando todos haviam encerrado a


jornada de trabalho, o físico Alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923)
continuava no seu pequeno laboratório, sob os olhares atentos do seu servente.
• Enquanto Roentgen, naquela sala escura, se ocupava com a observação da
condução da electricidade através de um tubo de Crookes, o servente, em alto
estado de excitação, chamou-lhe a atenção:”Professor, olhe a tela!”.
• Nas proximidades do tubo de vácuo havia uma tela coberta com platinocianeto
de bário, sobre a qual se projectava uma inesperada luminosidade, resultante da
fluorescência do material.
• Roentgen girou a tela de modo que a face sem material fluorescente ficasse de
frente para o tubo de Crookes; e ainda assim ele observou a fluorescência.
• Foi então que resolveu colocara sua mão na frente do tubo, vendo os seus
ossos projectados na tela.
• Roentgen prossegui de imediato as suas investigações com esta estranha “luz
X”, interpondo vários materias como a madeira ou o alumínio.
• No final de 1895, Roentgen tinha descoberto quase todas as propriedades dos
Rx e apresentou as suas descobertas à comunidade Científica.
• Em 1901 recebeu o Prémio Nobel da Física por essa descoberta.
• Produziu a primeira radiografia na história da medicina, com a Mão da sua
mulher.

• Em 1995, comemoram-se os 100 anos de descobrimento dos RX…

3. Breve História dos Hospitais

Fundação de Portugal:

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• Religiosos: sem formação escolar; baseado no sobrenatural; carácter punitivo da


doença.

• Médicos, Judeus e Árabes: dotados de um espírito analítico, exercuam uma


medicina com base científica.
• Este grupo foi o influenciador da época transformando os albergues em
estabelecimentos mais próximos do conceito hospital.

Até ao séc. XV:

• Os pobres eram tratados em albergarias e os ricos em suas residências.


• Assiste-se a um crescimento das albergarias de fundação monástica (em que
eram aplicadas rendas), das confrarias de mariantes e das corporações de
oficiais.
• A causa destes crescimentos foram as pestes.

No final do séc. XV

• Em Lisboa, existiam 42 Hospitais e 13 Albergarias.


• Em Portugal existiam 500 estabelecimentos, que eram muito pequenos.

Apartir desta data

• Surgiram em Portugal as mesericórdias, hospitais centrais em Lisboa, Caldas da


Rainha, Évora, Coimbra e Santarém; com novo estatuto e reformação orgânica.

Ao longo do séc. XVI e XVII

• Estas instituições funcionavam com rendimentos próprios, originados através de


benefícios régios, donativos e legados.
• Eram instituições muito ligadas à Borguesia e a cargo do Estado.
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Radiologia Convencional I

Séc. XVII

• Assiste-se à modificação do conceito de doença, ao desenvolvimento da


fisiologia, a uma abordagem verdadeiramente científica da medicina.
• Surgiu pela primeira vez o conceito de banco (2ª metade do séc. XVII; no
hospital de Todos-Os-Santos)
• A 2ª metade deste séc. foi também a data em que surgiu o primeiro hospital
militar em Lisboa.

Banco: eram casas de acolhimento e urgência que se mantinham como verdadeiros


centros anatómicos e cirúrgicos.

Séc. XVIII (Revolução Francesa)

• Liberdade, Igualdade e Fraternidade, conduz ao desenvolvimento científico


através da utilização dos valores do passado e da observação e
experimentação.
• É criada a ideia de que entre os requisitos de um poder nacional forte, estava
contida a existência de políticos sociais.
• Assim, os hopitais passam de elementos fulcrais a instituições estritamente
médicas.
• Assiste-se à eclosão da Medicina Hospitalar.
• Em 1750, houve um incêndio muito grande no Hospital Todos-os Santos que
acabou por ser destruído em 1755 com o terramoto.

Séc. XIX

• Rescaldo da Revolução Francesa; assiste-se ao autogoverno dos cidadãos que


surgiram em matérias como a saúde, a autonomia individual, industrialização

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Radiologia Convencional I

incipiente, a degradação do estado sanitário das populações e o crescimento


muito grande das doenças infecto-contagiosas: Tuberculose.
• A industrialização na Europa fez com que as populações nas cidades
aumentassem, o que origina grandes pressões sobre Hospitais e Médicos.
• Aumentou o recurso à ciência e às tecnologias devido a maiores necessidades
na compreenção das doenças.

Anos 50

• Era bacteriológia!
• Induz um combate às doenças infecto-contagiosas.

Séc. XX

• A Medicina ganha poder e prestígio


• Surgem antibióticos e cura da Tuberculose.
• Há um desenvolvimento dos processos tecnológicos associados a métodos
auxiliares de diagnóstico.
• O Hospital passa de uma instituição dotada ao tratamento dos pobres a um
estabelecimento onde novas técnicas de diagnóstico e terapêutica se encontram
disponíveis para todos.
• Dá-se a evolução da formação pós-graduada especializada e aparecem os
serviços de acção médica, valências diferenciadas, criação dos colégios de
Especialidade da Ordem dos Médicos.
• Culmina com a publicação do Estatuto Hospitalar em 1968, sendo-lhes
reconhecida autonomia financeira e personalidade administrativa.
• A política social vira por completo a saúde, passando o Estado a garantir
universalmente a prestação dos cuidados de saúde adequados a todos.
• Em 1971, são criados os centros de saúde.

4. Garcia de Orta – A Personalidade

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Garcia Avraham da Orta nasceu em Castelo


de Vide, cerca de 1499, de ascendência hebraica,
filho do hebreu espanhol Fernão Isaac de Orta e de
Leonor Gomes.
De forma a obter novos conhecimentos, Garcia
de Orta parte para Espanha, onde frequenta as
Universidades de Salamanca e Alcalá de Henares,
onde se diplomou em Medicina, Artes e Filosofia.
Regressa a Portugal, em 1523, exercendo
medicina em Castelo de Vide, sendo posteriormente
contratado como professor pela Universidade de
Lisboa em 1527, tornando-se simultaneamente o
médico da corte de D. João III. Em 1530, ingressa
como professor de Lógica na Universidade de
Coimbra e em 1533 torna-se deputado no Senado da
universidade

A 12 de Março de 1534, emigra para Goa, onde fixa residência e desenvolve


trabalhos de investigação. Simultaneamente ao exercício da medicina, trabalha no
comércio de especiarias e pedras preciosas.
Esta partida tem como motivo, a fuga ao Tribunal da Inquisição.

Publicou em Goa em 10 de Abril de


1563, a sua obra mais importante
“Colóquios dos Simples e Drogas da
Índia”.
Nos últimos anos de vida sofre de
dificuldades financeiras e de problemas
familiares, vindo a morrer em Goa em
1568, devido a doença.

5. Garcia de Orta – O Hospital

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Radiologia Convencional I

O Hospital Garcia de Orta, foi projectado em 1973, iniciando o seu


funcionamento em 2 de Setembro de 1991, tendo a sua construção sido iniciada
aproximadamente três anos antes (1988).
Devido ao facto do projecto não ter sido actualizado, desde a sua elaboração até à sua
construção, originou algumas alterações, adaptadas às necessidades existentes,
actualmente indispensáveis.

Por Portaria ministerial, foi decidido em 1989, que o Hospital de Almada se


designasse Hospital Garcia de Orta, como forma de homenagear o notável médico,
naturalista e investigador do século XVI com o mesmo nome.

Este hospital, apresenta uma área de influência nos Concelhos de Almada,


Seixal e Sesimbra, prestando serviços a uma população de cerca de 350.000
habitantes.

A construção e implementação do Hospital Garcia de Orta, na margem sul do


Tejo, surgiu como a opção mais indicada para substituir o antigo Hospital da
Misericórdia de Almada e teve como objectivo primordial, proporcionar uma resposta
adequada e efectiva aos problemas de saúde da população em crescimento, que no
ano de 1988, se aproximava de 250.000 habitantes.

É de salientar, que o Hospital Garcia de Orta nomeadamente algumas valências,


prestam serviços para além dos limites daqueles concelhos, abrangendo toda a área
da Península de Setúbal, cerca de 1.500 km2, com uma população total de 714.589
habitantes

6. O Hospital Em Números

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6.1 Área de Influência1

Tabela 1- Território e Estabelecimentos de Saúde

Península de
Almada Seixal Sesimbra
Setúbal
Área Total 70,1 km2 95,7 km2 195,7 km2 1581,4 km2
2 292,6 1 570
Dens. Populacional 192 hab/km2 451,9 hab/km2
hab/km2 hab/km2
Hospitais Oficiais 1 0 0 5
Hospitais Partic. 0 0 0 2
Centros de Saúde 3 3 1 15
Extensões 10 8 3 64
Fonte: INE (1999 e 2001)

Tabela 2- População residente, por sexo e grupo etário

Península de
Almada Seixal Sesimbra
Setúbal
0-14 22 736 25 152 6 247 109 933
15-24 21603 23 114 4985 100 235
25-64 89 392 87 348 20 793 401365
65/+ 27 095 15 258 5 542 103 056
Total 160 826 150 272 37 567 714 589
Fonte: INE, Censos 2001

Tabela 3- Cuidados de Saúde

Médicos (por mil Camas (por mil Consultas


habitantes)* habitantes)** hospitalares
Almada 3,4 3,1 117,231
Seixal 1,4 0 0
Sesimbra 1,2 0,5 0

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Pen. Setúbal 2,3 2,3 326,484


Fonte: INE (1998 e 1999)
*Os médicos são afectados aos concelhos de acordo com local de residência.
**O número de camas refere-se apenas ao hospital e refere-se à lotação do
Internamento Geral.

1- Apesar de existirem mais áreas de influência (Natalidade e Mortalidade Infantil; Mortalidade


e Esperança de Vida à Nascença), abordei apenas estas, visto considerar como mais
importantes, no âmbito do meu estágio.

6.2 Actividade Assistencial2

Tabela 4- Cirurgias

1997 1998 1999 2000 2001

Programadas 4 990 5 002 5 907 6 391 6 831


Urgentes 2 366 2 390 2 644 2 875 3 145
Total 7 356 7 392 8 551 9 266 9 976

Tabela 5- Consultas Externas

1997 1998 1999 2000 2001

Primeira consulta 34,118 35,941 39,823 41,747 46,575


Segunda consulta 68,516 81,290 90,238 98,759 11,563
Total 102,634 11,231 130,061 140,506 163,138
NOTA: A partir de 1999, incluem-se as consultas efectuadas no Centro de Saúde de Almada,
Psiquiatria no Seixal e Psiquiatria de Ligação (HGO).

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Radiologia Convencional I

Tabela 6- Internamento

1997 1998 1999 2000 2001

Tempo médio de
6,5 6,54 6,22 6,11 5,97
internamento
Doentes
20,219 20,435 21,735 22,467 22,760
Saídos

Tabela 7- Urgências

1997 1998 1999 2000 2001

Urg. Geral 98 878 102 384 100 064 96 487 97 577


Urg. Pediátrica 65 565 63 347 63 301 39 380 36 881
Urg. Obstétrica 12 432 13 558 14 756 15 890 15 765
Urg. Ginecológica 1 558 1 500 1 228 2 631 2 851
Total Admissões 178 433 180 789 179 949 154 388 153 074

2- Apesar de existirem mais actividades assistenciais (Hospital de Dia; Programa Acesso;


Partos e Medicina Física e de Reabilitação), abordei apenas estas, visto considerar como mais
importantes, no âmbito do meu estágio.

6.3 O Hospital por dentro3

Tabela 8- Indicadores Gerais

1997 1998 1999 2000 2001

Lotação praticada 489 474 483 487 479


Nº de valências 27 28 29 29 29
Doentes tratados 20 219 20 435 21 735 22 467 22 760
Demora média (dias) 6,5 6,54 6,22 6,11 5,97
Taxa de ocupação 73,86 77,63 77,31 77,01 76,02

Tabela 9- Lotação efectiva (número de camas)

2001
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Especialidades cirúrgicas 184


Especialidades médicas 156
Obstetrícia/Ginecologia 75
Pediatria 37
UCI 30
Serviços de observação 36
Outros (bloco partos e bloco operatório) 11
Total do hospital 526

3- Apesar de existirem outros indicadores (Receitas e Despesas e Recursos Humanos),


abordei apenas estes, visto considerar como mais importantes, no âmbito do meu estágio.

6.4 Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

Tabela 10- Imagiologia

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 123 272 124 330 123 792 118 080 113 227

Tabela 11- RX

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 9 223 8 967 10 078 11 279 12 178

Tabela 12- Ressonância Magnética

1997 1998 1999 2000 2001

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Exames 2 294 2 874 2 688 2 620 2 587

Tabela 13- Tomografia Computorizada

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 8 246 8 294 7 944 8 762 9 770

Tabela 14- Angiografia Digital

1997 1998 1999 2000 2001

Exames 2 294 2 874 2 688 2 620 2 587

4- Apesar de existirem outros meios complementares de diagnóstico e terapêutica (Análises


Clínicas; Medicina Nuclear e Neurologia), abordei apenas estes, visto considerar como mais
importantes, no âmbito do meu estágio.

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7. Estrutura do HospitaL

O Hospital Garcia de Orta, é constituído por três entradas, oito pisos, 50 serviços
e 629 camas.

7.1 Piso 0

 Administração
 Secretariado da Administração
 Serviço Social
o Gabinete do Utente
 Serviço Administrativo
o Secção de Pessoal
o Secção de Vencimentos
o Secção de Tesouraria – Expediente
 Medicina de Reabilitação Física
 Medicina Nuclear
 Neurorradiologia
 Laboratório de Análises Clínicas
 Casa Mortuária
 Liga de Amigos
 Papelaria
 Banco/ Multibanco

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 Balcão de Informação

7.2 Piso 1

 Urgência Geral
 Pré-triagem
 Serviço de cirurgia/ neurocirurgia
o Balcão de Homens
o Balcão de Mulheres
o Serviço de traumatologia
 Urgência Obstétrica
 Urgência e Consulta Pediátrica
 Unidade de Cuidados Intensivos
 Imuno-Hemoterapia
 Hemodiálise
 Consultas Externas
 Bloco de Partos
 Bloco Operatório Central
 Laboratório de Análises Clínicas
 Serviço Instalação de Equipamentos
 Serviço de Imagiologia (RX)
 Anestesiologia
 Farmácia
 Esterilização Central
 Bar de Utentes

7.3 Piso 2

 Biblioteca
 Departamento de Formação
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 Serviços Religiosos
 Sala do Pessoal
 Sector de Alimentação
o Refeitório
o Bar do Pessoal
 Armazém e aprovisionamento
 Rouparia

7.4 Piso 3

 Exames especiais
 Oftalmologia (Internamento e Urgência)
 Otorrinolaringologia (Internamento e Urgência)
 Urgência S. O. (Extensão do Serviço de Urgência Geral do piso 1)

7.5 Piso 4

 Cirurgia I
 Cirurgia II
 Ginecologia
 Urologia

7.6 Piso 5

 Pediatria
o Pediatria Médica
o Pediatria Cirúrgica

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o U. C. I. P. (Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos)


 Obstetrícia
 Puerpas (Serviço Pós-Parto)

7.7 Piso 6

 Cirurgia Vascular/ Neurologia


 Neurocirurgia
 Ortopedia/ Reumatologia
 Cirurgia Plástica
 Traumatologia

7.8 Piso 7

 Medicina I/ Medicina II
 Dermatologia
 Especialidades Médicas A e B
 Cardiologia
 Gastroenterologia
 Infecciologia
 Hospital de Dia
 Nefrologia

7.9 Piso 8

 Endocrinologia
 Hemato-Oncologia (Hospital de Dia e Unidade de Dor)
 Hospital de Dia
 Pneumologia
 Unidade da Dor

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Radiologia Convencional I

Em anexo ao Edifício Principal, encontra-se também:

 Serviço de Instalação de Equipamentos, para reparação e manutenção dos


aparelhos hospitalares
 INEM (Intervenção Nacional de Emergência Médica)

8. Serviço de Imagiologia

O Serviço de Imagiologia do Hospital Garcia de Orta, encontra-se localizado no


piso 1 e possui as seguintes salas:

Sala 1 – sala de urgência

Sala 2 – sala de consulta externa

Sala 3 – sala de exames especiais

Sala 4 – sala de ecografia

Sala 5 – sala de mamografia

Sala 6 – inutilizada

Sala 7 – inutilizada

Sala 8 – sala de exames especiais

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Radiologia Convencional I

Sala 9 – inutilizada

Sala 10 – sala de TAC

Sala 11 – sala de angiografia

8.1 Sala 1 – Sala de Urgência

É a sala onde se encontram os equipamentos para realizar exames de urgência


e de doentes internados, esta sala permite realizar exames de diversas maneiras
devido ao facto da ampola permitir efectuar movimentos em vários ângulos, pelo que é
possível realizar exames a doentes em cadeiras de rodas, em macas, no potter ou na
mesa.
Os exames realizados com mais frequência nesta sala são o tórax, crânio,
coluna e membros para visualização ou pesquisa de fracturas.
O equipamento desta sala é Siemens Polymat 50, constituído por uma mesa
Multix U e um Potter vertical (vertix).

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Radiologia Convencional I

Nesta sala existe também um aparelho intensificador, Arcockop 100 OP – 3,


com dois monitores.
Este equipamento tem como funcionalidade dar escopia a médicos para
pesquisa de corpos estranhos ou intervenção em pequenas fracturas que não
necessitem de anestesia geral, evitando recorrer ao bloco operatório.

A consola desta sala, encontra-se protegida por um vidro plumbíneo e é um


equipamento Siemens Polymat 50. Existe ainda um marcador de chassis e prateleiras
para arrumo dos mesmos.

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Radiologia Convencional I

Existem ainda dois gabinetes, onde os doentes se podem despir e vestir as


batas fornecidas pelo hospital, de modo a realizarem da melhor maneira possível o
exame.

Entre as salas 1 e 2, encontram-se a câmara clara e a câmara escura. Estas


salas de revelação servem três salas: sala 1, 2 e 3.
A câmara clara é constituída por duas máquinas de revelação (day light) da
Kodak e dois negatoscópios para visualização dos exames.

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Radiologia Convencional I

A câmara escura encontra-se situada junto à câmara clara. Esta sala é utilizada
para a revelação de chassis extra-longos e de ecografias, existindo duas misturadoras
do revelador e do fixador, é um equipamento Kodak M35X – OMAT.

8.2 Sala 2 – Sala de consultas externas e de


Ortopantomografia e Cefalometria

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Radiologia Convencional I

É nesta sala que se realizam os exames de consulta externa, principalmente na


áera da ortopedia.
Esta sala serve também de apoio às urgências e está equipada com uma
ampola, uma mesa de tampo móvel, um potter vertical, um gerador e uma coluna para
colocação dos chassis extra-longos.
O equipamento é Ficher Imaging Micro X.

Existe ainda ligado à sala, a cabine de comandos, separada por um vidro


plumbíneo e um identificador de películas Kodak.

Existem ainda dois gabinetes, onde os pacientes podem trocar as suas roupas e
vestir as batas fornecidas pelo hospital, para que o exame seja realizado da melhor
maneira possível o exame

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Radiologia Convencional I

O ortopantomógrafo efectua radiografias da mandíbula e da arcada dentária,


baseado no princípio da tomografia circular. O cefaloestato realiza estudos à angulação
dos dentes e à posição da mandíbula, entre outros. É um equipamento Soredex
Cranex 3 Ceph.

8.3 Sala 3 – Sala de Exames Especiais

É a sala onde se realizam exames especiais, tais como urografias e clister


opaco, entre outros. Este aparelho é constituído por uma mesa basculante e um
intensificador de imagem.
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Radiologia Convencional I

É um equipamento Siemens Polydoros 805, bem como o fluoroscópio, um


equipamento digital da Siemens. O equipamento é específico para a aquisição
sequencial e designam-se por seriógrafos pois efectuam séries de imagens.
Existe ainda a sala de comandos, separada da sala de exame por um vidro
plumbíneo.

Nesta sala existem dois gabinetes, para que os pacientes possam despir-se e
preparar-se para cada exame específico. Existe ainda uma casa de banho, para
qualquer paciente que necessite, após a realização destes exames especiais.
Contígua a esta sala, existe uma sala com negatoscópios e diversos materiais
para a realização dos referidos exames, tais como agulhas esterilizadas, contrastes,
batas, compressas, álcool, material de emergência, entre outros.

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Radiologia Convencional I

Na sala existem também rampas de oxigénio, no caso do doente entrar em


coma é prestada uma assistência mais eficaz.

8.4 Sala 8 – Sala de exames especiais

Nesta sala, efectuam-se exames de CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada


Endoscópica) e Urografia. Nesta divisão encontra-se outro seriógrafo que realiza
exames urológicos (rins) e ginecológicos, como os de histerosalpingografia (útero/
trompas/ ovários).
A CPRE, consiste num exame feito por um gastroenterologista, que permite
examinar o sistema biliar e o canal pancreático. Por outro lado, a urografia é uma
técnica radiográfica, que permite obter imagens do sistema urinário. Esta técnica
implica a introdução de um contraste radiopaco à base de iodo, nos rins, ureteres e
bexiga, a fim de tornar estes órgãos bem visíveis aos raios X.
O equipamento é um GE – System 1600

À semelhança da sala 3, este equipamento também possui uma mesa


basculante. Este equipamento é GE – System 1600E e tem um sistema de
arrefecimento da ampola por água.

Dossier de Estágio – Escola Superior de Saúde Egas Moniz -27


9. Os Raios X

Os raios X são radiações electromagnéticas que se propagam em linha recta e


à velocidade da luz e podem propagar-se no vazio, não dissipando energia.
São produzidos pelo choque de electrões e acelerados a grande velocidade
contra a matéria. Os electrões são emitidos pelo cátodo e são atraidos pelo ânodo que
está ligado a um potencial fortemente positivo, servindo de alvo contra o qual os
electrões chocam.
São produzidos por 2 mecanismos fundamentais q originam dois tipos de
radiação que frequentemente actuam em simultâneo: radiação de Bremsstrahlung e
a radiação característica.

9.1 Funcionamento

O objectivo do tubo de raio X é proporcionar um feixe de electrões acelerados


que ao chocar contra o ânodo provoquem a emissão de raios X. Para tal, é necessário
aplicar uma corrente contínua de tensão elevada entre o ânodo e o cátado, que
dependendo das aplicações pretendidas, pode ser variada desde algumas dezenas até
centenas de kilovolts.
Dossier de Estágio

Por outro lado e devido à grande quantidade de calor que se produz no ânodo
como consequência do choque dos electrões, deverá existir um sistema de
refregiração.
Se o calor não for dissipado pode ocorrer a fusão do metal que constitui o
ânodo.
Tem que existir também um sistema de controle, para controlar os 3 parâmetros
fundamentais: a tensão de operação, a intensidade eléctrica que circula por ele e o
tempo de funcionamento durante o qual se produz a emissão da radiação.

Os primeiros tubos de raios X designavam-se de tubos de gás ou cátodo frio,


eram tubos de cristal com um vácuo elevado de 10 –3 mmHg.

Os actuais aparelhos produtores de raios X utilizam o chamado tubo de


Coolidge ou de cátodo incandescente, que apresentam um vácuo muito mais perfeito
e superior ao dos primeiros tubos de creca de 10 –6 mmHg .

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Dossier de Estágio

O cátodo possui um filamento que fica incandescente pela passagem de uma


corrente auxiliar. Deste modo, devido ao efeito de Edison, este filamento incandescente
emite espontaneamente, numa quantidade tanto maior quanto maior for a sua
temperatura.
A tensão aplicada entre o cátodo e o ânodo só é aplicada para acelerar os
electrões emitidos pelo filamento, o que permite controlar o c.d.o da radiação
produzida. A intensidade do filamento proporciona uma fonte abundante de electrões e
permite regular a quantidade de de electrões que circularão pelo tubo, variando desta
maneira a quantidade total da radiação produzida sem alterar o seu c.d.o.

O filamento encontra-se situado no cátodo numa espécie de sulso para que os


electrões sejam focados numa zona muito pequena do ânodo para evitar fenómenos
de sombra. As pequenas dimensões da zona de choque electrónico no ânodo
conduzem a problemas de sobreaquecimento que têm que ser resolvidos com
refregiração.

O material que constitui o ânodo deve ter as seguintes caracteristicas:


• Elevado ponto de fusão,
• Condutividade calórica elevada,
• Baixa tensão de vapor e nº atómico elevado.

O elemento que melhor preenche estes requisitos é o tungsténio que é o metal


utilizado como ânodo na maioria dos tubos de raios X.

Um dos problemas dos tubos produtores de raios X é a grande quantidade de


calor produzida pelo choque dos electrões no ânodo. A maior parte da energia cinética
dos electrões é libertada sob a forma de calor e apenas uma pequeníssima parte dá
origem a fotões X.
O principal problema dos aparelhos de raios X é a produção de radiação sob a
forma de espectro contínuo, já que na sua utilização prática, em diagnóstico e em
terapia, interessa sobretudo dispor de uma radiação homogénea, em que os fotões
tenham todos a mesma energia.

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Dossier de Estágio

Na prática, as radiações que apresentam mais inconvenientes são as de menor


energia do espectro. Por isso, é necessário utilizar materiais denominados filtros para
eliminar as radiações de mais baixa energia à saída do tubo.
Os filtros são lâminas metálicas de diferentes espessuras que são colocadas à
saída do tubo. Empregam-se sobretudo o alumínio, o cobre e para energias mais
elevadas o chumbo.

9.2 Bases físicas do radiodiagnóstico

O fundamento do radiodiagnóstico consiste na produção de um feixe de


radiação de características o mais homogéneas possível, para atrevessar a zona do
organismo submetida a exame, onde será absorvida em maior ou menor proporção
pelas estruturas que encontrar no seu percurso.
Deste modo, à saída o feixe de radiação apresentará intensidades diferentes
nos seus pontos distintos, que resultam das diferentes absorções que sofreu ao
atravessar o corpo.
Para transformar a radiação transmitida numa imagem visível, esta terá que
incidir num écran fluorescente (radioscopia) ou utilizar o seu efeito químico ou de
ionização para obter uma imagem final (radiografia).

As propriedades básicas dos raios X utilizados nos radiodiagnósticos são:

• A sua absorção, que na gama de energia do radiodiagnóstico corresponde á do


efeito fotoeléctrico;
• A fluorescência, ou a propriedade de algumas substâncias de transformar a
energia dos raios X em luz visível;
• O efeito químico, ou a propriedade de actuar sobre certas substâncias químicas
conduzindo a reacções tais, que produzam uma imagem latente que
após o processamento necessário se possa transformar numa imagem visível;

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• A produção de ionizações, cujo medição mediante detectores para diversas


incidências, com posterior tratamento de dados por computador, formará a base
axial da tomografia computarizada.

As condições que a radiação X deve empregar são:

• Deve ser absorvida de forma suficientemente selectiva para mostrar diferenças


entre as diversas estruturas anatómicas;
• deverá emergir do organismo com a intensidade suficiente para permitir a
visualização de uma imagem fluoroscópica (radioscópica) ou a impressão de
uma chapa fotográfica (radiográfica).

Os factores q poderão modificar a absorção sofrida pela radiação X são:

1. nº atómico: no organismo pode-se considerar a existência de 3 tipos de


densidades radiológicas naturais e uma natural que se podem designar por:

- Densidade do ar: que é composta pelos elementos azoto e oxigénio e


que pode ser encontrada nos pulmões, estômago, intestino grosso, etc.
- Densidade da água: encontrada nas partes moles do corpo, também
constituídas pelos elementos de baixo nº atómico e que têm uma
densidade muito parecida à da água, pelo que proporcionam uma
absorção semelhante.
- Densidade do osso: corresponde ao tecido ósseo e outras estruturas
duras, que são constituídas por elementos de nº atómico elevado como o
fósforo e especialmente o cálcio.

2. espessura da zona: quanto maior a espessura da zona, maior será a absorção


da radiação
3. Comprimento de onda: quanto mais energética a radiação, menos acentuada é
a diferença entre as partes moles e osso e menor é o contraste.

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9.3 A Imagem radiológica

Numa imagem típica, os raios q partem de um ponto focal F atrevessam o


objecto O, onde são absorvidos em diferentes proporções segundo as características
dos diferentes materiais e cheguam ao ecran P.

Desta forma, os raios que atrevessarem a zona óssea e que sofreram uma
maior absorção possuem menor intensidade, produzindo uma luminusidade mais fraca
no écran ou um menor escurecimento da placa radiográfica. Pelo contrário, os raios
que atrevessam partes moles são menos absorvidos, possuem maior intensidade,
produzindo uma maior luminusidade no écran ou um maior escurecimento da placa
radiográfica.
O enegrecimento da placa radiográfica deve-se à radiação que é absorvida por
efeito fotoeléctrico. Quanto maior a absorção maior o enegrecimento.

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9.3.1 Distância foco-objecto

Quando o foco se aproxima do objecto, a imagem radiológica aumenta.


Quando o foco se afasta a imagem radiológiaca aproxima-se do tamanho real do
objecto.

9.3.2 Tamanho do foco

O foco de radiação não é um ponto e sim uma superfície que se designa por
mancha focal.
Esta situação geométrica faz com que se produza em torno da imagem normal
do objecto uma imagem difusa denominada sombra.

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9.4 Radioscopia

A fluorescência é a propreidade de algumas substâncias de transformar a


energia da radiação X em luz visível. Qd incide radiação sobre um atomo, esta pode
possuir energia suficiente para arrancar electrões e fazer com q passem para orbitas
mais externas. Os electrões regressam à posição original emitindo um excesso de
energia sob a forma de radiação luminosa. O ecrã utilizado mostrará um conjunto de
pontos luminosos com intensidades distintas que formaram a imagem correspondente
às diferenças de absorção do feixe de raio X ao atravessar o organismo.

Os aparatos de radioscopia devem incluir um tubo de raios X, um dispositivo e


um écran. Os intensificadores de luminosidade destinam-se a melhorar a percepção
dos detalhes das imagens. Convertem a radiação luminosa numa corrente electrónica
q é amplificada e devolvida à forma de radiação visível , para fornecer os detalhes da
imagem.

9.5 Radiografia

É o método de exploração q recolhe graficamente as diferenças de absorção


das estruturas orgânicas face aos raios X.
As vantagens em relação à radioscopia são: exploração mais objectiva, maior
percepção de detalhes e menor dose de radiação recebida pelo paciente.
Permite obter imagens de certos órgãos em intervalos de tempo muito curtos,
em diversos momentos do seu funcionamento, com as quais é possível obter mais
detalhes.

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9.5.1 Placa Radiográfica

É a película fotográfica especialmente adaptada para recolher quer o efeito


directo dos raios X sobre a emulsão, quer a impressão directa da radiação luminosa
por ela emitida.
Esta adaptação à radiografia exige uma película radiográfica que tenha emulsão
em ambas as faces do suporte central.

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9.5.2 Antidifusor

É um aparelho que minimiza a radiação difusa. A gama de energias empregue


no radiodiagnóstico corresponde à radiação que é absorvida por efeito fotoeléctrico e é
este processo que vai condicionar o enegrecimento da placa radiográfica.
A radiação difusa origina-se em diferentes pontos da zona examinada
propagando-se através dela em direcções oblíquas às do feixe principal. Estes raios
dispersos chegam à placa sem estarem focados e dão à imagem uma distorção
proporcional à sua intensidade . A produção de radiação difusa será pequena em
zonas de pouca espessura e maior para localizações de maior profundidade.

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9.5.3 Processo para obtenção de uma radiografia:

A radiação vinda do tubo atravessa a zona a examinar sendo absorvida


proporcionalmente à densidade e à espessura orgânica e após atravessar o antidifusor
impressiona a placa contida no chassis.

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10. Promover a Segurança

Infecção:
Doença provocada pela invasão e multiplicação de um agente infeccioso no
corpo humano

Agentes infecciosos - Microorganismos (bactérias, fungos, vírus....)

Aumento de susceptibilidade à infecção:


1) Idade.
2) Disfunção do sistema imunológico
3) Doentes agudos ou traumatizados

Infecção cruzada:
Transmissão ao agente infeccioso duma para outra pessoa. Essencial
uma lavagem cuidadosa das mãos de todos os profissionais de saúde no
desempenho das suas actividades.

Como evitar a infecção?

Assépsia Cirúrgica:
Preparação e manuseamento do material de modo a evitar o contacto do utente
com qualquer organismo vivo.
O objectivo da assepsia cirúrgica é a Esterelização (destruição de todas as
formas
de vida macrobiana).

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Assépsia médica:
Diz respeito às técnicas utilizadas para reduzir o n° de microorganismos
presentes ou reduzir o risco de transmissão de pessoa para pessoa.
Objectivo: Desinfecção (matar ou destruir a maior parte de microorganismos
patogénicos).

Cadeia de Infecção:

Porta de entrada  Hospedeiro sensível  Agente infeccioso  Reservatório  Porta


de saída  Modo de transmissão  Porta de entrada

 Desinfecção e Esterilização - Actividades importantes para manter o controlo


de infecção.
 Desinfectantes - São produtos químicos tão fortes que são usados em objectos
inanimados.
 Antisséptícos - São produtos químicos que destroem microrganismos ou
impedem o seu desenvolvimento, são menos potentes e suficientemente
seguros para serem usados em tecidos vivos

DESINFECTANTE
(Destroem as bactérias na sua forma vegetatíva, fungos e alguns vírus.)

Factores que afectam a sua actividade

 Concentração

 Tipo e n° de microrganismos presentes

 Limpeza das superfícies

 Tempo de contacto
 Factores físicos e químicos do meio ambiente (temperatura, humidade)

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Métodos de Desinfecção
 Pasteurização (desinfecção por temperaturas inferiores a 100°)
 Produtos químicos líquidos e radiação

ESTERILIZAÇÃO
(Destrói todas as formas de vida, elimina todas as bactérias, vírus e fungos)

Métodos de esterilização:

• Térmicos (calor) e químicos.

• O calor pode ser húmido (autoclave) ou seco (estufa)

• A esterilização química pode ser feita através da utilização de produtos


químicos líquidos ou de óxido de etileno.

Factores que afectam qualquer processo de esterilização:

• Tempo;

• Tipo e Nº de microrganismos presentes;

• Tipo e quantidade de sujidade presente;

• Características de objecto que dificultam a esterilização;

• A radiação é utilizada como método de esterilização industrial, não nas


instituições de saúde

ASSÉPSIA MÉDICA:

• Lavar as mãos antes de prestar cuidados

• Calçar luvas esterilizadas para as técnicas assépticas

• Calçar luvas adequadas quando há risco de contacto com matéria orgânica

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• Colocar bata ou avental quando a pele ou vestuário correm risco de se


contaminar com matéria orgânica

• Usar máscara e protectores oculares quando há risco de salpico, na pele


ou mucosas da face

• Avaliar cada actividade para evitar o risco de infecção relativamente ao


doente, e a si próprio.

LUVAS

• Reduz a possibilidade de transmitir agentes infecciosos aos doentes a quem


se presta cuidados, bem como de se contaminar devido ao contacto com produtos
orgânicos

• Reduz o risco de infecção com hepatite B ou C e HIV através de uma picada


com uma agulha usada

• Evitam que as mãos fiquem demasiado conspurcadas

LAVAGEM DE MÃOS

• Antes de executar técnicas invasivas, tocar em feridas ou outros locais


susceptíveis do corpo
• Depois de estar em contacto mesmo potencial, com matéria orgânica
• Antes e depois de utilizar
sanitários
• Entre cada contacto com
doentes
• Evitar tocar com as mãos no rosto, especialmente olhos, nariz e boca

Técnica de lavagem

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• 10 segundos para lavar as mãos com água e sabão antimicrobiano e


toalhetes antissépticos.

BATAS

• Vestidas por cima da roupa quando se prevê que pode ser


conspurcada. Uso Único.
• Inutilizadas se são de papel
• Colocadas no saco de roupa da lavandaria

Roupa

• Manipular o mínimo possível


• Não sacudir nem agitar no ar
• Colocar roupa contaminada com matéria orgânica num saco de lavandaria
devidamente fechado e enviá-lo de acordo com a norma do hospital
• Existem serviços que utilizam sacos hidrossolúveis para colocar roupa
contaminada
• Usar estes sacos significa que a roupa não volta a ser tocada depois de aí ser
colocada
• Os sacos dissolvem-se na água quente de lavagem
• Importante - só devem ser usados com roupa

SEGURANÇA COM CORTANTES

• Cortantes e perfurantes é um termo utilizado para descrever práticas de


manuseamento seguras para a grande variedade de instrumentos cortantes e
perfurantes usados nos cuidados de saúde (lâminas, agulhas, bisturis e outros)
• A maior causa de picadas e que deve ser evitada é a recapsulagem de agulhas
com as mãos
• Os serviços devem fornecer contentores de acordo com as necessidades.
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ASSÉPSIA CIRÚRGICA

• Técnica usada para prevenir a infecção.


• Objectivo principal é prevenir a contaminação.

• Quando se fala em assepsia cirúrgica e na manutenção do ambiente estéril não


há graduações.

• Usada durante certos procedimentos nos quais há interrupção de continuidade


de pele ou mucosas, resultante de acessos hemáticos.

• Utilizada quando se executa um procedimento dentro ou para uma zona estéril


do organismo (ex: bexiga).

Casos Específicos

• Em todos os procedimentos cirúrgicos, para prevenir a introdução de


microrganismos no sistema vascular

• Algaliação para prevenir a introdução de microrganismos na bexiga estéril

• Administração de injecções IV, para prevenir a introdução de microrganismos


nos tecidos subcutâmeos, músculos ou vasos sanguíneos

• Mudança de pensos, para prevenir a introdução de microrganismos na ferida e


no sistema vascular

• No tratamento de queimaduras

Salas de operações

• Campo esterilizado é uma área de trabalho na qual a esterilidade é


mantida

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Dossier de Estágio

• O tamanho é indiferente, depende do procedimento e do equipamento

• Na sala de operações, o campo esterilizado pode ser composto por


várias mesas cobertas com campos esterilizados

• Manipulação de material esterelizado

• Retirar luvas

• Vestuário

• Fato (touca, máscara, capas p/ sapatos, óculos protectores)

Lavagem cirúrgica das mãos

1. Manter as mãos e os antebraços elevados e afastados da roupa durante o


procedimento
2.Lavar as mãos e os antebraços p/ remover microorganismos
3. Lavar as unhas e a área debaixo das unhas com escova esterilizada
4. Friccionar quando aplica o sabão ou detergente antimicrobiano
5. Enxaguar com água corrente as áreas ensaboadas

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11. Politraumatizados

• Politraumatizado é todo o doente que apresenta lesões múltiplas ou associadas,


podem ser ósseas ou viscerais.

Causas frequentes:

Acidentes (viação; domésticos; profissionais) e ferimentos (arma branca ou de


fogo)

Nota: deve-se tentar perceber, qual a condição geral do doente, qual a sua
força, se receia ser mobilizado, se percebeu o objectivo, se está má nutrido, cansado,
com dor e inflamação, com atrofia muscular, com uma rigidez corporal anormal, se tem
movimentos limitados, etc.

11.1 Transferência do doente:

Deve-se dar a ajuda necessária, a passagem deve ser feita pela menor distancia,
deve-se ajudar o doente pelo seu lado mais interno, deve-se solicitar a ajuda do
doente, deve-se informar da intenção do movimento com comandos simples e curtos.

• Politraumatizado pode vir num plano rígido e devidamente imobilizado, numa


cadeira de rodas, numa maca ou cama hospitalar com ou sem imobilização ou
pelo seu próprio pé.

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Métodos de transferência – com lençol, da cadeira de rodas para a mesa, em


bloco

Transferência com lençol

Pode ser utilizada em doentes que não se mobilizem ou que o façam com
alguma dificuldade.
Esta transferência deve ser feita por 4 elementos, com as pegas feitas junto do
corpo do doente. A colocação do lençol deve ser efectuada com um indivíduo de cada
lado da maca, deve-se puxar o doente o mais possível para um dos lados, se o estado
do doente permitir, roda-se o doente para decúbito lateral e coloca-se o lençol junto as
costas, por baixo dele, roda-se então novamente para posição de decúbito dorsal.

Transferência em bloco

Há situações em que se torna necessário levantar ou rodar um doente para


decúbito lateral, sem que haja flexão e movimento da coluna. São precisos 5
elementos:
• 2 de cada lado da maca ou mesa,
• outro junto á cabeça para apoiar a coluna cervical e a cabeça

Transferência da cadeira de rodas para a mesa

Nunca deixar o doente transferir-se sozinho, estar alerta para a força que o doente
diz possuir.

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Dossier de Estágio

Com a cadeira travada, o técnico fica virado de frente para o doente, com os pés
ligeiramente afastados, joelhos e tronco ligeiramente flectidos, cola as mãos por baixo
das axilas do o doente e solicita-lhe ajuda para fazer força nas pernas.

11.2 Exames mais frequentemente realizados em urgência

• Tórax – existência de pneumotorax, observação da expansão de ambos os


hemitorax, lesões perfurantes
• Abdómen – níveis líquidos, feridas perfurantes, existência de projecteis
• Crânio – detectar fracturas, contusões
• Coluna cervical – fracturas e luxações

Técnica de execução

Como o paciente se encontra em decúbito dorsal, é necessária a colaboração


da equipa multidisciplinar para se proceder a colocação do chassis.
Neste levantamento deve evitar-se movimentos bruscos do pescoço e sua hiper
extensão, pq ate prova contrária, assume-se que existe lesão da coluna.
Nota: num politraumatizado o objectivo é que permaneça o menor tempo possível no
serviço. Dai que haja necessidade de escolher a melhor sequência para a realização
dos exames.

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12. Proteção do Técnico de Radiologia

12.1 Legislação e sua Aplicação

12.1.1 A Radiação

São ondas electromagnéticas ou partículas que se propagam com elevada velocidade


no espaço contendo energia, carga eléctrica e magnética, e que, ao interagirem
podem produzir diversos efeitos sobre a matéria.

Podem ser de dois tipos: corpuscular (radiação α e β ) em que m0≠ 0 e V<C ou


electromagnética (RX e Rγ ) cuja m0=0 e V=C.

Podem ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construídos pelo homem.

As radiações electromagnéticas mais conhecidas são: luz, microondas, ondas de rádio


AM e FM, radar, laser, raios X e radiação gama.

As radiações poderão ser ionizantes ou não, consoante a sua frequência e


comprimento de onda.

12.1.2 A radiação ionizante

As radiações ionizantes são aquelas que tem capacidade de ionizar a matéria, através
da sua alta frequência e baixo comprimento de onda.

Estas produzem iões radicais e electrões livres na matéria que sofreu excitação. A
ionização resulta das radiações possuírem energia elevada suficiente para
quebrar as ligações químicas ou expulsar electrões dos átomos após colidirem.

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Além da capacidade de ionização, as radiações ionizantes são bastante penetrantes,


quando comparadas com os demais tipos.

As radiações electromagnéticas do tipo X e gama, são as mais penetrantes e,


dependendo da sua energia, podem atravessar vários centímetros do tecido
humano até metros de blindagem de concreto. Por isso são muito utilizadas para
a obtenção de radiografias e para controlar níveis de material contidos em silos
de paredes espessas.

12.1.3 Exemplos do uso de radiação na medicina:

Radiologia Convencional

Tomografia Computorizada

Angiografia

Mamografia

Ortopantomografia

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12.1.4 Efeitos biológicos da radiação ionizante:

A radiação ionizante transfere energia para os tecidos. Para se avaliar os possíveis


danos biológicos causados por essa energia depositada, definiu-se a grandeza de
dose equivalente e que considera o tipo de radiação, a energia, e a distribuição
da radiação no tecido, através dos danos globais causados pela exposição.

A sua unidade é o sievert (Sv).

Certos efeitos biológicos das radiações só se manifestam acima de um certo valor de


Sv o chamado limiar para esse determinado efeito. São os efeitos
determinísticos.

Por outro lado existem efeitos biológicos que se poderão manifestar


independentemente da dose recebida podendo mesmo ser de natureza
hereditária.

As opiniões são cautelosas, no que respeita a leucemias ou cancros resultantes das


radiações, uma vez que nenhuma observação permite afirmar com segurança a
existência ou não de limiar.

O que existe é a probabilidade do efeito se manifestar ou não.

O tempo de latência pode chegar a dezenas de anos, sendo característico deste efeito
biológico ser somático tardio. Estes efeitos são denominados de probabilísticos
ou estocásticos.

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12.1.5 Procedimentos e meios de protecção radiológica

A finalidade da protecção contra as radiações ionizantes é o controlo da utilização das


fontes desta radiação de modo a que utilizadores e população em geral não
sejam irradiadas acima de níveis supostos aceitáveis. Estes níveis são
recomendados pela ICRP ( International Commission on Radiological Protection).

Para o Técnico este nível é de 0.05 Sv por ano.

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Dossier de Estágio

A optimização da protecção deve ser aplicada a dois níveis: Nos projectos de


construção das instalações e no fabrico dos próprios equipamentos. E nos
procedimentos de trabalho.

O controlo das doses nos técnicos assenta em vários factores, entre os quais
destacam-se:

Tempo: a dose recebida é proporcional ao tempo de exposição e à velocidade da dose;


Logo o tempo de exposição à radiação ionizante deve ser mínimo.

Número de exames: quanto mais exames forem executados maior será a dose de
exposição a que o técnico vai ser submetido.

Distância: ( lei do inverso do quadrado da distância) a intensidade da radiação


decresce com o quadrado da distância; (I1/I2) = (d1/d2)^2 ; o técnico deve estar
o mais longe possivel.

Blindagem / Barreiras de Protecção: a espessura da blindagem depende do tipo de


radiação, da actividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a
blindagem. Para a protecção do operador os comandos dos equipamentos devem
ter blindagem, assegurando que o técnico possa ver e manter o contacto com o
paciente no decorrer do exame. As próprias salas devem ter blindagem, de forma
a assegurar e garantir a segurança radiológica tanto do técnico como do pessoal
circunvizinho à sala. Estas protecções devem ter espessura suficiente para
garantir a protecção contra a radiação primária e a radiação difundida que pelo
efeito de Compton pode atingir as paredes da sala.

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Dossier de Estágio

Avaliar a necessidade de barreiras de protecção e, se necessário, utilizá-las;

Adoptar precauções adequadas para reduzir o minímo a exposição;

Adoptar os procedimentos apropriados para reduzir ao minímo necessário a exposição


à radiação ocupacional, através do uso de materiais plúmbeos de protecção:
barreiras, aventais de chumbo ,luvas (para segurar os doentes), colares para a
tiróide, óculos :

Utilização de monitorização pessoal de dosimetria;


Colimar o feixe de RX limitando a área de exposição, melhorando o contraste da
imagem e reduzindo a dose de exposição;

Fixar parâmetros de ddp (Kvp), de intensidade da corrente do filamento (mA) e tempo


de exposição (seg) para obtenção de uma óptima qualidade de imagem com uma
dose de radiação mínima;

Evitar que todas as pessoas não envolvidas directamente no processo não


permaneçam na zona de exposição;

Preparar e ajustar os equipamentos e acessórios radiológicos

Verificar e usar correctamente os dispositivos técnicos como :filtros da ampola,


colimadores, diafragmas, ecrans de reforço ou grelhas antidifusoras.

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Dossier de Estágio

Devem estar bem aplicados e visiveis os sinais que indicam o uso de radiações
( trifolio, luz vermelha)

Realizar testes básicos dos equipamentos e acessórios (perpendicularidade do raio


central, coincidência do campo luminoso e radioactivo);

Inspeccionar o estado dos chassis e ecrans de reforço, negatoscópios e funcionamento


do revelamento da película radiográfica;

Comunicar e registar todas as falhas de funcionamento detectadas;


Determinar os factores de exposição adequados mediante calibrações, gráficos e
diagramas de ajuste do tubo de RX;

Modificar factores de exposição e previsão das circunstâncias como movimentos


involuntários do doente, crianças, quadros patológicos que limitem a colaboração
do examinado;

Determinar medidas correctivas quando não se obtêm radiogramas de qualidade


diagnostica suficiente;

Seguir rigorosamente a legislação em vigor com especial atenção no que respeita às


grávidas, idosos e crianças.

12.1.6 Artigos importantes da legislação portuguesa em protecção


radiológica

Principio da Justificação (Art. 12º Decreto-Lei nº180/02): - “ a exposição deve


apresentar um benefício real suficiente, tendo em conta a globalidade dos
benefícios potenciais em matéria de diagnóstico ou terapêutica que dela
decoram, quer sejam para a saúde do indivíduo quer para a sociedade, em
comparação com o detrimento individual que a exposição pode provocar, tendo
em conta a eficácia de outras técnicas alternativas que envolvam menor
exposição à radiação ionizantes.”

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Dossier de Estágio

Optimização (art. 13º Decreto-Lei nº180/02): “Baseia-se no principio se Alara, que


significa manter a dose “tão baixa quanto razoavelmente possível, tendo em conta
os factores económicos e sociais” ,(CIRP60). Para exposições médicas de
diagnóstico, este princípio é valido se for salvaguardada a qualidade de imagem
exigida, assim com a informação para o diagnóstico.”

Formação (art. 16º Decreto-Lei nº180/02) – “Os Estados-membros devem garantir que
os médicos e as pessoas relacionadas com a área da radiologia possuam uma
formação teórica e prática adequada para as práticas radiológicas bem como a
necessária competência em matéria de protecção contra radiações. Para o
efeito, os Estados-membros devem garantir a elaboração de currículos
apropriados e reconhecerão os diplomas, certificados ou qualificações formais
correspondentes.”

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-56


Dossier de Estágio

13. Perfil profissional do Técnico Radiologista

13.1 Referencial de actividades

Realiza exames convencionais e especiais, no âmbito da radiologia clínica, com


utilização de agentes físicos (raios X), nomeadamente Radiologia Convencional,
Angiografia, Tomografia Computorizada; Ressonância Magnética; Ecotomografia;
Osteodensitometria, com fins de diagnóstico, à excepção daqueles para cujo relatório
contribui a simultânea observação radioscópica, bem como qualquer acto que pela sua
particular complexidade envolva riscos para o doente.

Na área do Diagnóstico:
♦ planeia e prepara material necessário à execução do exame, nomeadamente o
equipamento e os produtos de contraste, em função da prescrição do exame e dos
dados e informações clínicas do doente;

♦ prepara e vigia o doente, administrando-lhe produtos de contraste, posicionando e


respondendo às suas necessidades físicvas e psicológicas;

♦ procede à realização dos exames com vista à aquisição de imagens radiológicas;

♦avalia e controla os resultados (imagens obtidas), em função da prescrição;

♦ assegura a protecção e segurança radiológica dos profissionais e dos doentes,


aplicando as normas em vigor;

♦ elabora relatórios técnicos sobre os exames efectuados, registando os resultados e


as condições em que foi realizado, nomeadamente as doses de fármacos
administradas ;

Na área da terapêutica:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-57


Dossier de Estágio

♦ participa na aplicação de técnicas terapêuticas, no âmbito da radiologia vascular e


não vascular;

Na área da Prevenção, Promoção de saúde e Investigação:

♦ pode participar em programas de educação para a saúde;


♦ efectua estudos no âmbito da sua área de intervenção;

13.2 Referencial de competências mobilizáveis

No saber-fazer, deve ser capaz de:

♦ interpretar a prescrição do exame e processo clínico do doente, de modo a


identificar o método, a técnica a utilizar e a incidência e definir a preparação do doente;
♦ reconhecer e identificar a anatomia e fisiologia do corpo humano;

♦ reconhecer, identificar e compreeder sinais de patologias;

♦ decidir sobre o modo de organizar o trabalho, nomeadamente o faseamento, de


forma a rentabilizar equipamentos e tempos e responder com eficácias às
necessidades do doente;

♦ calcular e determinar as doses que pernitam criar as condições fisiológicas


necessárias à obtenção de imagens de qualidade, tendo em conta o estado clínico do
doente;
♦ administrar os contrastes;

♦ identificar e aplicar métodos e técnicas de radiologia e os modos ou procedimentos


de as optimizar, com vista à obtenção de imagens de qualidade;

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-58


Dossier de Estágio

♦ seleccionar diversos parâmetros de regulação dos equipamentos, tais como


distâncias focais, tempos de exposição;

♦ utilizar técnicas informáticas inerentes ao sistema de funcionamento dos


equipamentos;

♦ reconhecer e interpretar linguagens codificadas emitidas pelos equipamentos;

♦ interpretar e seleccionar as imagens obtidas em função da sua qualidade e


importância para o diagnóstico;

♦ decidir sobre a pertinência da repetição do exame ou fazer ajustamentos de


parâmetros e/ou na incidência, em função da qualidade da imagem obtida, tendo em
conta os riscos de exposição a radiações;

♦analisar e avaliar em equipas de trabalho, as capacidades e limitações técnicas dos


serviços, o planeamento e escolha das técnicas em casos complexos e no âmbito da
intervenção terapêutica;
♦ utilizar e dominar a terminologia técnica do âmbito das ciências da saúde e da
tecnologia utilizada;

♦ compreeder os riscos somáticos e genéticos provocados pela acção das radiações;

♦ outros;

No saber-fazer social e relacional, deve ser capaz de:

♦ agir com rigor na preparação de contrastes, no posicionamento do doente e na


avaliação do equipamento;
♦ estabelecer relações de confiança e segurança com os doentes
♦ trabalhar em equipa;

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-59


Dossier de Estágio

♦ expressar-se de forma clara e precisa na elaboração de relatórios e no contacto


com o doente e outros profissionais de saúde;

♦ adaptar-se a situações de trabalho diversificadas e à evolução das tecnologias;

♦ outros;

Nos saberes teóricos e processuais de:

♦ anatomia descritiva e radiológica;

♦ fisiologia;

♦ farmacologia genética (radiofármacos);

♦ patologia geral e específica;

♦ psicologia individual e social;


♦ ética e deontologia;

13.3 Formação

Curso Superior de Licenciatura Bietápica em Radiologia, leccionada em dois


ciclos, num total de quatro anos.
O 1º ciclo tem a duração de três anos ao fim dos quais atinge o grau de
Bacharel, o 2º ciclo tem a duração de um ano, ao fim do qual atinge o grau de
Licenciado.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-60


Dossier de Estágio

13.4 Especificidades

Nas outras áreas de actividade:

♦ coordenação de serviços e de outros técnicos;

♦ ensino, formação e orientação de estágios profissionais;

♦ participação em projectos multidisciplinares de pesquisa e investigação;

O local de exercício da actividade profissional:

♦ unidades hospitalares públicas e privadas;

♦ clínicas privadas;

♦ centros de saúde;

As condições de trabalho:

♦ a utilização de radiações ionizantes coloca o titular em risco, o que lhe exige


respeito pelas normas de radioproteccção;

♦ o exercício da actividade é realizado, na maior parte do tempo, em locais com


luminosidade artificial;

♦ os horários podem ser regulares ou por turnos, incluíndo fins-de-semana e feriados;

13.5 Responsabilidades e autonomia


Escola Superior de Saúde Egas Moniz-61
Dossier de Estágio

♦ o técnico é responsável pela qualidade de imagem e pela sua identificação


completa e correcta ;

♦ o controlo é exercido pelo próprio, podendo no entanto o médico pedir, quando se


justificar, a repetição do exame;

♦ os erros cometidos na realização do exame pode levar à sua repetição e sujeitar o


doente à exposição de radiações suplementares nocivas à saúde;

♦ o exercício da actividade pressupõe o estabelecimento de relações técnicas e


estreitas, de cooperação de outros profissionais que integram a equipa de saúde;

13.6 Tendências de evolução

A evolução da actividade profissional está subjacente ao desenvolvimento da


electrónica e das tecnologias da informação e suas aplicações aos meios de
diagnóstico em medicina, o que pressupõe que os profissionais têm que ter
predisposição para actualizarem os conhecimentos no âmbito dos métodos e técnicas
de diagnóstico radiológico.

Os conhecimentos em física e em parte em informática, podem ser importantes


para desenvolver capacidades de compreensão e adaptação à evolução tecnológica.

14. Actividades
Escola Superior de Saúde Egas Moniz-62
Dossier de Estágio

14.1 Estudo do Crânio

Incidência PA

Posicionamento do Paciente:

• Doente sentado numa cadeira apoia a testa e o nariz no potter vertical.


• Braços ao alto com face palmar das mãos apoiadas no potter vertical.
• Flexionar o pescoço para alinhar a LOM perpendicular ao filme.
• Alinhar o plano médio sagital perpendicularmente à linha média do potter para
evitar a rotação ou inclinação da cabeça.

Raio Central:
• RC perpendicular ao filme (paralelo à LOM) e centrado para sair na glabela.

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal.

Critérios de boa realização:

• A ausência de rotação é evidente, como indicado pelas distâncias iguais


bilateralmente da linha orbital obliqua até a margem lateral do crânio.
• Cristas petrosas preenchem as orbitas e se sobrepõem à região orbital superior.
• Clinóides posteriores e anteriores são visualizados logo acima das células
etmoidais.
• Densidade e contraste são suficientes para visualizar o osso frontal e as
estruturas ósseas circundantes.
• Margens ósseas nítidas indicam ausência de movimento.

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Dossier de Estágio

Anatomia radiologica:

• Osso frontal, crista de galli, condutos auditivos, seios frontais e celular etmoidais
anteriores, cristas petrosas, asas maiores e menores do esfenóide e dorso da
sela.

Incidência de Perfil

Posicionamento do Paciente:

• Doente sentado numa cadeira coloca a cabeça em posição lateral verdadeira,


com o lado de interesse próximo do filme e o corpo do paciente com a
obliquidade necessária para seu conforto.
• Alinhar o plano médio sagital paralelamente ao filme, garantindo que não haja
rotação ou inclinação.
• Alinhar a linha interpupilar perpendicularmente ao filme, garantido que não haja
inclinação da cabeça
• Ajustar a flexão do pescoço para alinhar LIOM perpendicularmente à borda
anterior do filme

Raio Central:
• RC perpendicular ao filme e centrado 5cm acima do meato auditivo externo.

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30cm, em sentido transversal

Anatomia radiologica:

• Osso temporal, occipital, clivus, dorso da sela, parietal, processos clinóides


posteriores e anteriores, frontal, asas menores e maiores r tetos orbitais.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-64


Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

• Nenhuma rotação ou inclinação do crânio.


• Rotação é evidenciada pela separação anterior e posterior das estruturas
bilaterais simétricas com os MAE.
• Inclinação é evidenciada pela separação superior dos tectos orbitários

14.2 Estudo do Tórax

Identificação:
• Indivíduo do sexo feminino de 24 anos com suspeita de tuberculose pulmonar.

Objectivo:
• Verificar a existência ou não de tuberculose pulmonar.

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Dossier de Estágio

Incidência PA

Posicionamento:

• Doente em ortoestatismo;
• Apoia a face anterior do tronco, no potter vertical de modo a que o plano médio
sagital coincida com o eixo vertical do plano de apoio.
• Os membros superiores ficam ao lado do corpo com os braços em ligeira
abdução.
• Os cotovelos flectidos e as mãos apoiadas pela sua face dorsal sobre as ancas.
• O doente deve estar em apneia respiratória.

Raio Central:
• Perpendicular horizontal e incide a nível de D4.

Chassis utilizado:
• Filme - 35× 35 cm

Parâmetros técnicos:
• 86 Kvp; 4,8 mAs; 400 MA; foco grosso

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 180cm
Protecção do doente:
• Protecção gonadal e campo visual

Critérios de boa realização:

• Ausência de rotação; ambas as articulações esternoclaviculares devem estar


equidistantes da coluna vertebral.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-66


Dossier de Estágio

• A traqueia deve-se visualizar na linha média a menos que o doente tenha


alguma patologia.
• As omoplatas devem estar desprojectadas dos campos pulmonares.
• A inspiração total deve resultar na visualização de no mínimo de 10 costelas
posteriores acima do diafragma.

Anatomia radiológica:

• Traqueia
• Clavícula
• Vértices do pulmonares
• Arco aórtico
• Bifurcação da traqueia (carina)
• Brônquios
• 1ª costela à 10/11ª costela
• Cúpulas diafragmáticas direita e esquerda
• Ângulo costofrénico direito e esquerdo
• Vértices inferiores da omoplata

Nota: Na sala 1, 2 e 3 executam-se exames com películas lentas havendo necessidade


de aumentar os parâmetros técnicos. Neste caso, pretende-se o estudo de órgãos em
movimento (coração), pelo que deve-se aumentar os Kv e diminuir os mAs, para maior
protecção do doente. Uma alta Kv permite uma melhor definição da pleura.

14.3 Estudo da Mão

Identificação:
• Indivíduo do sexo feminino de 16 anos, vítima de acidente escolar.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-67


Dossier de Estágio

Objectivo:
• Visualizar a mão em toda a sua extensão de modo a verificar a existência de
fractura ou luxação.

Incidência PA

Posicionamento:

• Doente sentado junto à extremidade da mesa com o cotovelo flectido cerca de


90º.
• Coloca o antebraço em pronação sobre a mesa e a mão apoia pela sua face
palmar sobre o chassis com os dedos estendidos separados .

Raio Central:
• Perpendicular e vertical e incide sobre a porção distal do 3º metacarpo

Chassis utilizado:
• Filme - 24× 30 cm

Parâmetros técnicos:
• 52 KVp; 1,7 mAs; 100 MA; foco fino.

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100cm.

Protecção do doente:
• Colocar um escudo de chumbo sobre o colo do paciente para proteger as
gônadas.

Critérios de boa realização:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-68


Dossier de Estágio

• Deve-se visualizar toda a mão e punho cerca de 2,5cm da parte distal do


antebraço.
• O eixo longitudinal da Mão e do Punho deve estar alinhado com a película.
• Ausência de rotação da mão, a qual é verificada quando existe simetria de
ambos os lados ou seja, concavidades das diáfises dos metacarpos e falanges.
• A quantidade de tecidos moles de cada lado das falanges deve ser igual.
• Os dedos devem estar ligeiramente separados.
• As articulações metacarpofalangicas e interfalangicas devem visualizar-se
abertas isto vai-nos indicar a correcta posição da mão que deve estar plana e
em contacto com o chassis.

Anatomia radiológica:

• Porção distal do rádio


• Porção distal do cúbito
• Articulação rádio-cubital distal
• Ossos do carpo:
o No meio – Grande Osso
o No lado interno – Unciforme
o No lado externo – Trapezóide
o No lado externo e inferior, sobrepondo-se em parte ao trapezóide
o Por cima – Semilunar
o Por cima e por fora – Escafóide
o Por dentro e por cima – Piramidal
o Por dentro e por cima sobrepondo-se ao piramidal – Pisiforme
• Ossos do metacarpo
• Articulação metacarpofalângica
• Falange proximal
• Falange média
• Articulação interfalângica proximal

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-69


Dossier de Estágio

• Articulação interfalângica distal


• Falange distal

Incidência Oblíqua PA

Posicionamento:

• Doente sentado junto à extremidade da mesa.


• Partindo da posição de perfil roda-se a mão cerca de 45º no sentido da
incidência de P.A.
• Os dedos afastados apoiam no chassis ou sobre uma esponja
radiotransparente.

Raio central:
• Perpendicular vertical e incide na porção distal do 3º metacarpo.

Chassis utilizado:
• Filme –24x30 cm

Parâmetros técnicos:
• 52 KVp; 1,7 mAs; 100 MA; Foco fino.

DFF (distância foco-filme):


• Aproximadamente 1,05.

Protecção:
• Colocar um escudo de chumbo sobre o colo do paciente para proteger as
gónadas.
Critérios de boa realização:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-70


Dossier de Estágio

• Deve-se visualizar toda a mão e punho cerca de 2,5cm da porção distal do


antebraço.
• O eixo longitudinal da mão e do punho deve estar alinhado com a película.
A mão deve ter uma obliquidade de 45º que se verifica quando:
As porções médias das diáfises do 3º, 4º, e 5º metacarpos não estão sobrepostos.
Existe alguma sobreposição das cabeças distais do 3º, 4º, e 5º metacarpos, mas sem
sobreposição das porções distais do 2º e 3º metacarpos.
As articulações metacarpofalangicas e interfalangicas devem estar abertas, sem
encurtamento das falanges média e distal assim verificamos que os dedos estão
paralelos ao filme.

Anatomia radiológica:

• Porção distal do rádio


• Porção distal do cúbito
• Articulação rádio-cubital distal
• Ossos do carpo:
o No meio – Grande Osso
o No lado interno – Unciforme
o No lado externo – Trapezóide
o No lado externo e inferior, sobrepondo-se em parte ao trapezóide –
Trapézio
o Por cima – Semilunar
o Por cima e por fora – Escafóide
o Por dentro e por cima – Piramidal
o Por dentro e por cima sobrepondo-se ao piramidal – Pisiforme
• Ossos do metacarpo
• Articulação metacarpofalângica
• Falange proximal
• Falange média
• Articulação interfalângica proximal

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-71


Dossier de Estágio

• Articulação interfalângica distalFalange distal

14.4 Estudo do Joelho

Objectivo:
• Visualizar a articulação do joelho.

Incidência em A.P.

Posicionamento:

• Doente em decúbito dorsal.


• Plano médio sagital coincindindo com o eixo longitudinal da mesa.
• Membros inferiores em extensão.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-72


Dossier de Estágio

• A perna a radiografar roda ligeiramente no sentido interno de modo que a linha


intercondiliana fique paralela ao chassi.

Raio Central
• Perpendicular vertical e incide na a parte média da perna, num ponto médio
entre as 2 articulações do joelho.

Chassis utilizado:
• Filme – 18x24 em sentido longitudinal.
Nota: Para radiografar ambas as articulações usa-se um chassi 35x43 em sentido
longitudinal.

Parâmetros técnicos:
• 60 KVp; 6,6 mAs; 100 MA; Foco grosso.
DFF (distância foco-filme):
• Cerca de 100 cm.

Protecção do doente:
• Proteger as gónadas.
Critérios de boa realização:

Deve-se visualizar ambas as articulações do joelho.


• Deve-se visualizar o espaço articular femoro tibial aberto.
• Observa-se as extremidades articulares proximais da tíbia e perónio com uma
sobreposição moderada.
• Os detalhes dos tecidos moles devem estar visíveis.

Anatomia Radiológica:

A. Tubérculos intercondilianos medial e lateral;


extenções da eminência intercondilial (crista tibial)

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-73


Dossier de Estágio

B. Epicôndilo lateral do fémur


C. Côndilo lateral do femur
D. Côndilo lateral da tíbia
E. Facetas articulares da tíbia
F. Côndilo medial da tíbia
G. Côndilo medial do fémur
H. Epicôndilo medial do fémur
I. Rótula

Patologias que se podem detectar:


Fracturas, lesões ou alterações ósseas secundárias, doenças articulares
degenerativas envolvendo a porção distal do femur.

Incidência de Perfil

Posicionamento:

• Doente em decúbito lateral sobre o lado a radiografar.


• Ajusta-se a rotação do corpo e da perna até que o joelho esteja na posição de
perfil verdadeiro(epicôndilos femurais directamente sobrepostos e o plano da
rotula perpendicular ao plano do chassi ).
• Flecte-se o joelho em estudo 20º a 30º.
• Deve-se alinhar e centralizar a perna e o joelho com o RC e com a linha média
da mesa.
• A perna contralateral apoia a frente.

Raio Central:
• Perpendicular vertical e incide ao nivel da tuberosidade interna da tibia, 2,5 cm
abaixo do vertice da rotula.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-74


Dossier de Estágio

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30 ou 18x24 em sentido longitudinal.

Parâmetros técnicos:
• 60 KVp; 6,6 mAs; 100 MA; Foco grosso.

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100 cm.

Protecção do doente:
• Proteger as gónadas.

Critérios de boa realização:

• A rotula deve ser observada de perfil.


• As articulações do joelho devem ser observadas sem rotação, com os côndilos
femurais sobrepostos
• Visualiza-se o perónio distal sobre a metade posterior da tíbia
• Observa-se uma ligeira sobreposição da tíbia sobre a cabeça do perónio
proximal .
• As articulações femoropatelar e do joelho devem estar abertas.
• Os detalhes dos tecidos moles devem estar visíveis.

Anatomia Radiológica:

A. Base da rótula
B. Ápice da rótula
C. Tuberosidade tibial
D. Colo do perónio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-75


Dossier de Estágio

E. Cabeça do perónio
F. Ápice da cabeça do perónio
G. Côndilos medial e lateral sobrepostos
H. Superfície da rótula

Patologias que se podem detectar:

• Através desta incidência pretende-se demonstrar fracturas, lesões e


anormalidades do espaço articular.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-76


Dossier de Estágio

14.5 Estudo da Articulação tibio-társica

Identificação:
• Indivíduo do sexo feminino de 32 anos.

Objectivo:
• Visualizar a articulação tíbio-társica de modo a verificar a existência de
traumatismo.

Incidência AP

Posicionamento:
• Doente em decúbito dorsal apoia a perna na mesa pela sua face posterior.
• O pé faz um angulo de 90º com o chassis que está colocado sob a articulação
tíbio-társica.
• A perna roda ligeiramente para dentro , a fim de se observar a articulação tibio-
peronial distal

Raio central:
• Perpendicular vertical e incide sobre um ponto equidistante dos maléolos.

Chassis utilizado:
• Filme – 24× 30 cm

Parâmetros Técnicos:
• 57 Kvp; 5mAs; 200ms; foco fino (sem potter)

DFF:
• Cerca de 100cm.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-77


Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

• Deve-se visualizar o espaço articular tíbio-astragaliano.


• A articulação tíbio-társica deve estar centrada com a pelicula.
• Deve-se visualizar a porção distal da tíbia e do perónio.
• Deve-se visualizar bem os maléolos interno e externo.

Anatomia Radiológica:

• Visualiza-se a porção distal da tíbia e do perónio


• Visualiza-se a porção proximal do tarso.
• Visualiza-se o espaço articular tíbio-astragaliano aberto.

Incidência de Perfil

Posicionamento:

Doente em decúbito lateral sobre o lado afectado, perna em extensão.

A região anterior da rótula deve ficar apoiada sobre um saco de areia, de modo a que a
articulação tíbio-társica fique em perfil correcto.

Raio central:
• Perpendicular vertical e incide no maléolo interno.

Chassis utilizado:
• Filme –24x30 cm, dividido ao meio.

Parâmetros técnicos:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-78


Dossier de Estágio

• 57 Kvp; 5mAs; 200ms; foco fino (sem potter)


DFF (distância foco-filme):
• Aproximadamente 100cm.

Critérios de boa realização:

A articulação tíbio- társica deve estar centrada com a película.


A articulação tíbio-astragaliana deve estar bem visível.
• O perónio observa-se sobre a metade posterior da tíbia.
• O astrágalo e o calcâneo devem ser observados na sua totalidade.

Anatomia radiológica:

• Visualiza-se a porção distal do perónio sobreposta na metade posterior da tíbia.


• Visualiza-se a porção proximal do tarso, o astrágalo e o calcâneo.

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-79


Dossier de Estágio

14.6 Bacia

Incidência AP

Posicionamento:
• Doente em decúbito dorsal com a bacia simétrica e paralela à película.
• Colocam-se esponjas debaixo dos joelhos de modo a permitir melhor contacto
da região a radiografar com a película.

Raio Central:
• Perpendicular vertical e incide num ponto médio entre as espinhas ilíacas antro
superiores e o bordo superior da sínfise púbica.

Chassis:
• Filme –35,5× 43,5 no sentido transversal.

Parâmetros técnicos:
• 73Kvp; 14,2mAs; 200ms; foco grosso (com potter)

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100cm.

Protecção do doente:
• Proteger as gónadas de todos os homens.
• A protecção das mulheres não é geralmente possível porque escurece os ossos
da bacia ( a não ser que a área de interesse seja o osso ilíaco).

Critérios de boa realização:


• Visualiza-se a bacia em toda a sua extensão e as porções proximais dos
fémures.
• Não deve haver rotação, a qual se verifica quando:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-80


Dossier de Estágio

• As asas do ilíaco devem estar simétricas e iguais em tamanho, tal como os dois
buracos obturadores.
• O sacro e o cóccix devem estar alinhados com a sínfise púbica.

Anatomia radiológica:
• Sacro
• Cóccix
• Espinha isquiática
• Porção superior da sínfise púbica
• Sínfise púbica
• Ísquion
• Buraco obturador
• Grande trocanter
• Colo do fémur
• Cabeça do fémur
• Articulação sacro ilíaca
• Osso ilíaco

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-81


Dossier de Estágio

14.7 Estudo do Punho

Identificação:
• Indivíduo do sexo masculino de 13 anos, vítima de queda.

Objectivo:
• Visualizar o punho em toda a sua extenção de modo a verificar a existência ou
não de fractura ou outro traumatismo.

Incidência PA

Posicionamento:
• Coloca-se o antebraço sobre a mesa com o cotovelo flectido a 90º.
• A mão apoiada pela sua face palmar os dedos devem ficar ligeiramente
flectidos de modo a permitirem um melhor contacto com o filme.

Raio Central:
• Perpendicular vertical e incide num ponto médio entre as apófises estilóides do
rádio e do cúbito.

Chassis utilizado:
• Filme – 18× 24 cm

Parâmetros técnicos:
• 51 KVp; 2,7 mAs; 100 MA; foco fino

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100cm

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-82


Dossier de Estágio

Protecção:
• Colocar avental de chumbo sobre o colo do paciente, de modo a proteger as
gónadas.

Critérios de boa realização:


• Deve-se visualizar o cúbito e o rádio pela sua parte distal bem como os ossos do
carpo e ainda a metade proximal dos metacarpos.
• Ausência de rotação dos ossos do carpo, dos metacarpos e do Rádio e Cúbito.
• Os tecidos moles e a trabeculação óssea

Anatomia radiológica:
• Observa-se a porção distal do rádio e do cúbito e adiante os ossos do carpo.
• Igualmente adiante dos ossos do carpo, visualiza-se a porção distal dos
metacarpos.

Incidência de Perfil

Posicionamento:
• Com o antebraço em posição lateral e o cotovelo flectido.
• Apoia-se o punho sobre o chassis rodando ligeiramente para fora de modo a
permitir uma correcta sobreposição do rádio ao cúbito.
• O 1º dedo deve apoiar em esponjas radio transparentes.

Raio Central:
• Perpendicular vertical e incide na apófise estilóide do rádio.

Chassis utilizado:
• Filme –18× 24 cm

Parâmetros técnicos:
Escola Superior de Saúde Egas Moniz-83
Dossier de Estágio

• 52 KVp; 3 mAs; 100 MA; foco fino.


DFF (distância foco-filme):
• Cerca de 100cm

Protecção:
• Colocar avental de chumbo sobre o colo do paciente, de modo a proteger as
gónadas.

Critérios de boa realização:


• Deve-se visualizar o rádio e o cúbito pela sua porção distal e os ossos do carpo,
a metade proximal dos metacarpos.
• Ausência de rotação dos ossos do carpo, dos metacarpos e do Rádio e Cúbito.
• A posição de perfil correcta é visualizada quando:
o A cabeça do Cúbito na sua porção distal deve estar centralizada e
sobreposta ao Rádio.
o As porções proximais dos metacarpos devem aparecer todas alinhadas e
sobrepostas.

Anatomia radiológica:
• Visualiza-se a porção distal do cúbito e do rádio, os ossos do carpo e a porção
distal dos metacarpos

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-84


Dossier de Estágio

14.8 Estudo do Cotovelo

Identificação:
• Indivíduo do sexo masculino de 27 anos, vítima de agressão.

Objectivo:
• Visualizar a articulação do cotovelo, de modo a verificar a existência de
traumatismo.

Incidência AP

Posicionamento:
• O doente deve estar sentado, com o cotovelo e o ombro no mesmo plano
horizontal.
• Coloca-se o antebraço e a mão em supinação com um saco de areia sobre os
dedos.
• O cotovelo apoia no chassis pela face dorsal.

Raio Central:
• Perpendicular e vertical e incide na parte média da interlinha articular.

Chassis utilizado:
• Filme – 24 × 30 cm

Parâmetros técnicos:
• 46Kvp; 3,2mAs; 100Ms; foco fino (sem potter)

DFF (distância foco-filme):

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-85


Dossier de Estágio

• Cerca de 100cm.
Critérios de boa realização:
• O espaço interarticular do cotovelo deve estar aberto e centrado com a película.
• Ambos os epicôndilos devem se encontrar sem rotação.
• Uma parte da cabeça, o colo e a tuberosidade do rádio devem estar
ligeiramente sobrepostos pela a porção próximal do cúbito.
• Deve-se visualizar tecidos moles e trabéculas ósseas nítidas.

Incidência de Perfil

Posicionamento:
• Igualmente com o doente sentado, coloca-se o ombro e o antebraço no mesmo
plano horizontal.
• O antebraço é flectido a 90º com o bordo radial e polegar voltados para cima.

Raio Central:
• Perpendicular e verticale incide sobre o epicôndilo

Chassis utilizado:
• Filme – 24 × 30 cm

Parâmetros técnicos:
• 46Kvp; 3,2mAs; 100Ms; foco fino (sem potter)

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100cm.

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Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:


• O cotovelo deve fazer um ângulo de 90º ,com o espaço interarticular aberto e
centrado com a película.
• Os epicôndilos umerais devem estar sobrepostos.
• O olecrânio deve ser visualizado de perfil.
• Cerca de metade da cabeça do rádio deve estar sobreposta pela apófise
coronóide.

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Dossier de Estágio

14.9 Estudo do Pé

Identificação:
• Indivíduo do sexo feminino de 78 anos.

Objectivo:
• Visualizar o pé em toda a sua extensão de modo a verificar a existência ou não
de esmagamento ou fractura dos ossos do pé.

Incidência AP

Posicionamento:
• O doente deve estar sentado ou semi inclinado.
• Colocando-se a face plantar do pé em contacto com o chassis.
• Ficando a perna em posição vertical e apoiada na perna contralateral.

Raio Central:
• Vertical, com uma inclinação caudo-craniana de 5º a 10º e incide na região
cubóido-escafoideia.

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30 (dividido ao meio no sentido longitudinal).

Parâmetros técnicos:
• 46 KVp; 3,2 mAs; 100 MA

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100cm.

Protecção do doente:

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-88


Dossier de Estágio

• Colocar escudo de chumbo sobre a região pélvica para proteger as gónadas.


Critérios de boa realização:
• Deve-se visualizar todo o pé, incluindo as falanges e os metatarsos, bem como
o escafóide, os cuneiformes e os cubóides.
• Deve existir ausência de rotação, a qual é evidenciada pela distância quase
igual entre os 2º e 5º metatarsos.
• Os sesamóides (se existirem) devem ser observados através da cabeça do 1º
metatarso.

Anatomia radiológica:
• Calcâneo
• Astrágalo
• Escafóide
• Cuboíde
• Cuneiformes (I, II, III)
• Metatarsos (I, II, III, IV, V)
• Base da falange
• Corpo da falange
• Cabeça da falange

Oblíqua AP

Posicionamento:
• Com o doente sentado ou semi-inclinado.
• Coloca-se o pé com a face plantar em contacto com o chassis, inclinando o
joelho para a linha média de modo a que o plano transversal do dorso do pé
fique o mais possível paralelo ao filme.
• O joelho do lado oposto serve de apoio , de modo a que o doente fique em
maior estabilidade.

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Dossier de Estágio

Raio Central:
• Perpendicular vertical e incide na região cubóido-escafoideia.

Chassis:
• 24x30 (dividido ao meio no sentido longitudinal).

Parâmetros técnicos:
• 46 KVp; 3,2 mAs; 100 MA

DFF (distância foco-filme):


• Cerca de 100cm.

Protecção do doente:
• Protecção das gónadas

Critérios de boa realização:


• Deve visualizar-se o pé em toda a sua extensão, desde as falanges distais até o
calcâneo.
• As bases do 3º e do 5º metatarsos devem encontrar-se livres de sobreposição.
O 1º e o 2º metatarsos também devem estar livres de sobreposição, excepto
pela base.
• A tuberosidade na base do 5º metatarso deve ser bem visualizada.
• Deve existir um óptimo contraste, que permita observar as impressões
trabeculares das falanges, metatarsos e ossos do tarso.

Anatomia radiológica:
• Calcâneo
• Astrágalo
• Escafóide
• Cuboíde

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Dossier de Estágio

• Cuneiformes (I, II, III)


• Metatarsos (I, II, III, IV, V)
• Base da falange
• Corpo da falange
• Cabeça da falange

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Dossier de Estágio

14.10 Estudo dos Seios Perinasais

Incidência de Perfil

Posicionamento do Paciente:
• Doente em ortoestatismo apoia o lado lateral da cabeça contra o potter vertical,
com o lado de interesse mais perto do filme.
• Ajustar a cabeça em perfil correcto, movendo o corpo numa direcção obliqua
conforme necessário para o conforto do paciente.
• Alinhar a linha interpupilar perpendicularmente ao filme .
• Ajustar o queixo para alinhar LOM perpendicular à margem anterior do filme.

Raio Central:
• RC horizontal perpendicular ao filme e centrado num ponto médio entra o ângulo
do olho e o MAE.

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal.

Anatomia radiologica:
• Ramos da mandíbula, sela turca, seios esfenóidais, asas maiores do esfenóide,
tetos orbitários, seios frontais, células etmoidais e os seios maxilares.

Critérios de boa realização:


• Crânio posicionado correctamente sem rotação ou inclinação.
• Superposição dos ramos mandibulares, tetos das órbitas e asas maiores do
esfenóide.
• Sela turca sem rotação

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Dossier de Estágio

Incidência de Waters com boca aberta ou Blondon

Posicionamento do Paciente:
• Doente sentado numa cadeira estende o pescoço, colocando o queixo e o nariz
contra a superfície do potter vertical.
• Ajustar a cabeça até a LOM faça mais ou menos 35% com o filme.
• Posicionar o plano médio sagital perpendicular à linha média do potter vertical.
• Orientar o paciente a abrir a boca dizendo para “baixar a mandíbula sem mover
a cabeça.”

Raio Central:
• RC horizontal perpendicular ao filme, centrado de maneira a sair no acântion.

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal

Anatomia radiologica:
• Seios frontais, fossas nasais, seios maxilares, processo alveolar, cristas
petrosas e seios esfenóidais.

Critérios de boa realização:


• A não rotação do crânio é indicada pela igual distância do plano médio sagital à
margem orbital externa em ambos os lados.
• Distância igual da margem da orbital lateral à tábua externa do crânio em ambos
os lados.
• Extensão adequada do pescoço demonstrando a crista petrosa abaixo dos seios
maxilares.

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Dossier de Estágio

Inciência de Hirtz

Nota: retirar todos os elementos metais inclusive proteses dentária

Posicionamento do Paciente:
• Doente sentado apoia o cranio no potter vertical pelo vertex de modo a que o
plano médio sagital coincida com o iexo do potter.
• Tragus equidistantes do plano de apoio.
• Linha orbitomeatal faz um angulo de – 90 com a horizontal

Raio Central:
• RC direcionado perpendicularmente à LOM
• RC centrado no ponto médio entre os angulos da mandibula, cerca de 4 a 5cm
inferior à diafise mandibular

Chassis utilizado:
• Filme – 24x30cm, em sentido longitudinal

Critérios de boa realização:


• Simetria da projecção das articulação Temporo maxilares em relação é aboboda
craniana.
• O arco mandibular projecta-se sobre a metade anterior das células etmoidais
• Densidade e contraste otimos para visualizar os seios frontais e as celulas
etmoidais.
• Margens ósseas nítidas indicam ausência de movimento

Anatomia radiologica:
• Seios esfenoidais, celulas etnoidais, fossas nasais e seios maxilares

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Dossier de Estágio

14.11 Bloco Operatório

Por duas vezes, fomos ao bloco operatório, mas apenas como observação.
As cirurgias a que assistimos foi uma PTA e à substituição de uma prótese do
úmero, com extração de massa óssea da anca, na área da ortopedia, e à colocação de
uma placa de parafusos numa vértebra, na área da neurorradiologia.
No bloco é necessário obedecer a todas as regras de assépsia e
manuseamento do equipamento.
A sala de operações é um campo esterilizado, uma área de trabalho na qual a
esterilidade é mantida e o tamanho é indiferente de sala para sala, depende do
procedimento e do equipamento.
O vestuário utilizado no bloco operatório é o fato próprio, touca,
máscara, capas para sapatos e por vezes óculos protectores.
Numa sala de cirurgia tem de se respeitar ao máximo a assépsia cirúrgica.
A preparação e manuseamento do material tem de ser de modo a evitar o
contacto do utente com qualquer organismo vivo.
O objectivo da assepsia cirúrgica é a Esterelização (destruição de todas as
formas de vida macrobiana).
A entrada na sala tem de ser silenciosa e rápida, de modo a não incomodar o
trabalho médico. O equipamento deve ser colocado de modo a ocupar o menor espaço
possível.

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Dossier de Estágio

15. Avaliação Global / Conclusão:

Após a execução do estágio prático e avaliando os fundamentos teóricos dados


nas aulas ao longo do curso, pode-se concluir que esta aprendizagem teórica foi
fundamental para um bom desempenho na prática, embora por vezes a realidade deste
hospital seja um pouco diferente e nem todos os conceitos teóricos que aprendemos
são aplicados.
Durante o período de estágio foram desenvolvidas várias actividades na área da
radiologia convencional, e a grande maioria do estágio foi realizado na sala de
urgência.
Durante o período de estágio, decorriam obras no serviço de imagiologia, o que
dificultou em certa parte a execução do estágio, pois eram muitos técnicos a trabalhar
na mesma sala e ainda os alunos, o que toranava quase impossível que os alunos
realizassem exames.
Além disto, também o facto de os exames dos doentes da consulta externa e da
urgência se efectuarem na mesma sala, causando um acumulado de exames
permanente, fez com que os técnicos, para despachar o trabalho, não nos dessem
grande oportunidade para efectuar exames.
A única alternativa para colmatar esta lacuna durante o estágio, foi fazer os
turnos da tarde e principalmente da noite. Pelo facto de só a equipa de urgência estar a
trabalhar e também não há um acumular tão grande de doentes, junto com a
disponibilidade que o monitor Luis Valadas nos propôs, fez com que esta lacuna fosse
de algum modo ultrapassada.
Avaliando todo o processo envolvente no estágio, conclui-se também que há
uma série de passos característicos de cada caso clínico que se têm de cumprir
quando um indivíduo dá entrada na urgência de um hospital.

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Dossier de Estágio

Conclui-se também que a atitude do técnico de radiologia na recepção do


paciente no serviço de rx assim como o modo como interage com os pacientes pode
ser comprometedora no processamento dos exames que são necessários executar.
Uma má interacção técnico/paciente pode por em causa um bom resultado de exames
visto que a colaboração do paciente é muito importante.
Doente esclarecido e confiante no trabalho do técnico de radiologia é mais
colaborador, as imagens são de melhor qualidade e o diagnostico, tal como a
terapêutica, mais facilmente traçado.
Os objectivos traçados inicialmente para a realização deste dossier, foram
realizados.
Deste modo, conclui-se que o estágio, é uma importante etapa na vida
académica de cada aluno, não só por ser o primeiro contacto com a actividade
profissional, mas também como o culminar do curso superior.

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Dossier de Estágio

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Dossier de Estágio

1. INTRODUÇÃO:

Durante este estágio foram aplicados todos os fundamentos teóricos que nos tinham
depositado durante estes anos de curso.
Agora, não só passou mais uma vez pela radiologia convencional, mas também por
todas as valências que fazem parte da radiologia, como a TAC, a Ressonância
Magnética, a Angiografia e também as especializações da radiologia convencional,
como a Mamografia, e os exames especiais.
Este estágio foi bastante abrangente e como tal, na elaboração deste dossier, serão
retratadas todas as valências em que o estágio foi realizado.
Para iniciar, faz-se também uma pequena abordagem aos meios de contraste, visto
que neste estágio foram utilizados meios de contraste em várias valências.

A neoplasia da mama é uma das principais causas de morte na mulher, sendo a


Mamografia o exame radiológico de eleição para a detecção precoce da neoplasia de
mama. Ela tem indicação sistemática nos casos de mulheres de alto risco ou com
suspeita clínica de já serem portadoras da neoplasia da mama.
Normalmente, são realizadas duas incidências de cada mama: a crânio-caudal e a
médio-lateral oblíqua. Outras radiografias podem ser feitas para analisar com maior
detalhe alterações encontradas no exame.
Para um bom diagnóstico é necessário que o posicionamento da paciente seja o mais
correcto e rigoroso possível, daí o interesse deste estudo.

“A Angiografia é um exame radiológico dos vasos sanguíneos, sendo utilizada para


visualizar artérias e veias através do corpo. O exame angiográfico é realizado por um
médico com especialização em Radiologia Intervencionista, fazendo uso dos raios X.
Durante o exame é posicionado um cateter, em uma das artérias ou veias. E é
injectado o contraste, para a obtenção de imagens radiológicas da área ou estrutura
estudada. O contraste torna os vasos visíveis nos monitores dos equipamentos,
fazendo-se registos em filmes e/ou discos ópticos” (Maximagem – 2000).

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Dossier de Estágio

Perante isto e segundo a Maximagem (2000), “A causa mais comum da necessidade


de um exame angiográfico é a apresentação de sintomas de obstrução
vascular”, os quais podem ser alterados ou definitivamente eliminados através
de um procedimento feito para reabrir ou ampliar o lúmen de um vaso sanguíneo
ocluído ou estreitado, sem necessidade de cirurgia, designado por angioplastia,
durante o qual é colocado um cateter na artéria que está ocluída ou estreitada,
tendo na sua extremidade um balão que posteriormente é insuflado, dilatando o
local estreitado que contém um stent, levando a um aumento do fluxo
sanguíneo.

A Ressonância Magnética é uma técnica que permite visualizar tecidos moles com
maior contraste tecidular, sensível ao movimento dos líquidos e que não utiliza
radiações ionizantes.
As imagens obtidas são tomográficas e facilmente interpretáveis em qualquer direcção
do espaço.
Neste dossier serão abordados os seguintes temas: indicações e limitações;
instrumentos e equipamentos; realização do exame; artefactos e segurança em R.M.,
tal como a apresentação de casos clinicos.

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Dossier de Estágio

2. Contrastes (MC)
Os meios de contraste são drogas que aumentam a informação diagnóstica das
imagens e tem como principais características a elevada radio-opacidade, a
tolerabilidade e a rápida e completa eliminação.
Contudo, na utilização dos meios de contraste há algumas precuções a tomar, como
por exemplo, devem ser armazenados fora da sala de radiologia e protegidos da luz,
deve-se verificar cuidadosamente se o produto na embalagem é do tipo correcto para o
exame a efectuar e nunca usar embalagens abertas para mais do que um paciente.
Nota: São substancias que modificam a absorção dos raios X pelos orgãos e tecidos,
devido à sua composição quimica e densidade, permitindo obter um estudo mais
detalhado da região a estudar.

2.1 Meios de contraste:


 Ar
 Calcio (artificiais)
 Negativos (ar,gás)
 Positivos (bário,iodo)

2.1.1 Caracteristicas do bario:


 Exames - tracto gastro-intestinal
 Formas de administração – oral e rectal
 Principal caracteristica – insoluvel
Substancia inerte
1. Nao altera a função fiosiologica normal
2. Nao é absorvido
3. Eliminação rapida e total

Vantagens:
 Alto contraste inerte
 Baixo custo
 Sem efeitos toxicos

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Dossier de Estágio

 Opacificação homogénea
Desvantagens:
 Sedimentação
 Floculação
 Revestimento fraco
 Segmentação da “coluna de bário”
 Sindrome obstrutivo (oclusão intestinal)
 Perfurações (fistula traqueo-bronquica)

Bario: ocasionalmente verifica-se nauseas, vomitos, diarreia e obstrução.

2.2 Contrastes iónicos:


São constituidos pelo nucleo benzónico com radicais ácidos em que para tornar o
produto hidrossoluvel é necessária uma solidificação de meglumina Vs. Sódio.
Estes contrastes são mais baratos, mas 1 em 30000 pessoas morre.

2.3 Contrastes não iónicos:


São constituidos pelo nucleo benzónico em cujos radicais a função ácida foi substituida
por uma amina.
Vieram reduzir grandemente a quimiotoxicidade e em relação ao conteudo de iodo a
osmolaridaded foi reduzida cerca de 2/3.
Estes são mais caros, mas ainda assim 1 em 250000 pessoas morre.

2.4 Quem deve administrar?


 O responsavél pelo exame e o clinico que pede o exame.

2.4.1 Antes de administrar:

 Paciente informado Nececidades e implicações


Consentimento livre e pessoal depois de informado
 Paciente de riscoConsentimento escrito

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Dossier de Estágio

Responsabilidade é de quem executa o exame


Aspecto legal:
 Consentimento só é eficaz quando o paciente estiver informado sobre o risco e
consequências;
 Deliberação;
 Consciência;
 Queira fazê-lo;

2.4.2. Antes de injectar:

 História de alergias;
 Despiste de doença respiratória;
 Registar;
 Data validade do produto

2.4.3 Forma de injectar:


 Bólus;
 Perfusão

2.5 Efeitos secundários clínicamente significativos:


 Choque anafilático;
 Fibrilhação auricular
 Insuficiência renal

2.6 Contrastes iodados hidrossoluveis:

Utilizados desde 1955 ,na opacificação tubo digestivo , através de administração oral
ou rectal.
Principais indicações – suspeita de perfuração do tracto gastro-intestinal , pré e pós-
operatório , obstruções, estenoses, visualização de fístulas , malformação intestinal.

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Dossier de Estágio

Diluição – 1 a 2% , volume a administrar ( doseadas em 4 ou 5 tomas) , em crianças


depende do peso e da idade.

2.8 Efeitos secundários dos MC orais:


 Diarreias;
 Nauseas;
 Vómitos ;
 Urticária;
 Reacções anafiláticas- estado de choque

2.9 MC iodados orais em TC


 Delimita o trato gastro intestinal das estruturas vizinhas;
 Diminui o riscode más interpretações

2.9.1 Utilização dos MC via em TC:


 Caracterizar lesões/massas
 Diagnótico diferencial hérnia/fibrose
 Vasos/adenopatias;
 Metástases;
 Lesões hepáticas;
 Verificar ausência/presença de lesão

2.9.2 Indicações:
 Diferencial tumoral;
 Estudo de doenças infecciosa, inflamatórias;
 Lesões vasculares

2.9.3 Precauções:
 Avaliação da predisposição às alergias;
 Jejum;
 Após a inj. EV o doente deve ser vigiado pelo menos durante uma hora;

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Dossier de Estágio

 Em caso de alguma manifestação alérgica um minímo de 3 horas

2.9.4 Tolerância e efeitos secundários:


 Bem tolerado;
 2 a 4% Reacções adversas;
 0,38% Nauseas e vómitos;
 0,06% calor, cefaleias, mal estar e alterações respiratórias;
 Convulsões raras;
 Reacções anafiláticas

2.10 Complicações Angio:


 Hemiparésia;
 Distúrbios visuais;
 Distúrbios de consciência

2.11 Utilização dos contrastes:

Na TC, via IV: 2/3 ml/kg


Corpo:300
Concentração:crânio (1 ano-240 ml);(1 ano-300 ml)
Na urografia:recem nascidos- 3 ml/kg
Até 2 anos- 2ml/kg
 2ml/kg
Na cistografia: 1 ano-( anos+2)30 cc
<1 ano-peso kg7cc

Nota: Na TC abdominal para opacificação das ansas administra-se telebrix gastro a


2%.Aumenta-se a administração de contraste com a idade.
Nota:para diagnóstico gastro intestinal qd a patologia impede o uso do bário
administra-se telebrix gastro por via retrogada diluido a 20%.

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Dossier de Estágio

4. RADIOLOGIA CONVENCIONAL:

A descrição das salas na área da Radiologia Convencional ja foram descritas


anteriormente, tal como os objectivos e exames mais realizados em cada sala.
Durante o estágio 2, o equipamento de revelação foi mudado para equipamentos
digitais. É assim constituído por um computador de identificação dos pacientes e
exames realizados, onde se identificam os chassis.

O equipamento de digitalização é um Leitor de ip- AGFA ADC compact plus, que faz a
leitura dos chassis, e posteriormente envia para os computadores onde a imagem é
trabalhada e posteriormente imprimida.

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Dossier de Estágio

Leitor de ip- AGFA ADC compact plus Impressora- AGFA drystar 4500

Computarores onde a imagem é trabalhada.

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Dossier de Estágio

4.1 CASOS CLINICOS:

4.1.1 Estudo do Crânio:

Indicações clínicas:
Paciente do sexo masculino, 37 anos, recorre à urgência após queda.
Incidências pedidas pelo médico: AP, Perfil, Town.

A radiografia do crânio exige um bom entendimento de toda a anatomia relacionada. A


anatomia do crânio é muito complexa e extensa e exige um estudo cuidadoso e
detalhado.
A cabeça óssea é constituída pelos ossos do crânio e pelos ossos da face. O crânio ou
esqueleto ósseo da cabeça é uma caixa óssea, onde se encontra o encéfalo, sendo
constituído por uma parte superior, a abóbada craniana e uma parte inferior, a base do
crânio. Situa-se na extremidade superior da coluna vertebral e é dividido em dois
grupos principais de ossos: o crânio propriamente dito, que consiste em oito ossos
craniais, sendo dois pares (parietal e temporal) e quatro ímpares (frontal, etmóide,
esfenóide e occipital) e catorze ossos faciais.

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Dossier de Estágio

O crânio circula e protege o encéfalo, e a porção anterior e inferior ao cérebro é


denominada esqueleto facial ou ossos da face.
A face é constituído pelo maciço ósseo, situado adiante da base do crânio e limitando
com este, um conjunto de cavidades onde se encontra a maior parte dos órgãos dos
sentidos.

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Dossier de Estágio

Ossos Cranianos

Os oito ossos cranianos são


divididos em calote craniana e base do
crânio. Cada uma dessas duas áreas
consiste basicamente em quatro ossos:

Calote craniana
1. Frontal
2. Parietal direita
3. Parietal esquerda
4. Occipital

Base do Crânio
1. Temporal direito
2. Temporal esquerdo
3. Esfenóide
4. Etmóide

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Dossier de Estágio

Suturas cranianas

Suturas são as articulações imóveis entre a maioria dos ossos do crânio.


Apresentam o aspecto de linhas irregulares nos crânios de jovens e adultos.

As principais suturas cranianas são:


 Fronto-parietal: sutura entre o osso frontal e os parietais.
 Longitudinal: sutura entre os parietais.
 Occipito-parietal: sutura entre os ossos parietais e o occipital.
 Parieto-mastóidea: sutura entre o parietal e o temporal
 Occipito-mastóidea: sutura entre o occipital e o temporal

Sendo assim, ossos suturais são núcleos de ossificações, que formam ossos
interpostos nas suturas, principalmente na sutura occipito-parietal.

Linhas de posicionamento

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Dossier de Estágio

Incidência de Face (P.A.)

Esta incidência serve para demonstrar fracturas cranianas (deslocamento medial


e lateral), processos neoplásicos e doença de Paget.

Posicionamento: Doente em ortoestatismo PA ou decúbito ventral de modo a que o


plano médio sagital fique perpendicular ao plano do filme. Faz-se apoio fronto nasal e
flexiona-se o pescoço de modo a que a linha orbito meatal fique perpendicular ao filme.
Raio central perpendicular ao filme (paralelo a linha orbito meatal de modo a
incidir no occipital e emergir na glabela .

Aspectos anatómicos:
Na incidência de face para o crânio observa-se:

Abobada
O seu contorno é formado pelas duas tábuas externa e interna.
O contorno exterior (tábua externa) apresenta-se constituído pelos parietais e escamas
dos temporais
O contorno interno (tábua interna) apresenta por vezes desdobramentos de linhas,
principalmente na zona da escama do temporal.

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Dossier de Estágio

Na abobada projectam-se diferentes suturas:


- Sutura longitudinal – situa-se no eixo médio da imagem
- Sutura fronto-parietal – apresentam-se unidas à sutura longitudinal no bregma
- Sutura occipito-parietal – apresentam-se unidas à sutura longitudinal no lambda,
tendo aspecto de um Y invertido

Situado por baixo da abobada estão os três andares do crânio, observando-se de cima
para baixo pela seguinte ordem:
1. Andar anterior
2. Andar médio
3. Andar posterior
-Andar anterior é limitado em baixo pelas pequenas asas do esfenóide
-O andar médio é limitado pelos rochedos
-O andar posterior é limitado pelo contorno inferior da fossa occipital.

Observa-se ainda:
Sulcos da artéria meningea média e dos seus dois ramos superior. Estes sulcos
apresentam-se situados lateralmente, confundindo-se por vezes com a parte lateral das
suturas fronto-parientais.

1. Base do crânio

Andar anterior- O limite inferior está indicado por uma linha transversal, ligeiramente
côncava para cima, formada pelas asas do esfenóide e pelo Jugum esfenoidal.

Andar anterior (incidência mento nasal com a cabeça em hiper- extensão) – Observa-
se, por cima da linha correspondente ao limite inferior, traços descontínuos que
representam as impressões digitais da face inferior dosa lobos frontais. Na linha média,
vê-se sobre o Jugum esfenoidal, a apófise crista Galli . Por baixo das pequenas asas
do esfenóide vê-se a parte posterior das pequenas asas e as apófises clinóides
anteriores, com aspecto triangular. Por fora e para baixo, observam-se a linhas
temporais, obliqua para baixo e para dentro.

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Dossier de Estágio

Andar anterior (incidência de face occipito-frontal com a cabeça em flexão) – Nesta


incidência observam-se as apófises clinóides por cima do corpo das pequenas asas do
esfenóide. A apófise crista Galli situa-se na sua maior extensão por baixo do jugum
esfenoidal, observando-se imediatamente por baixo deste a transparência do seio
esfenoidal.

Andar médio - O limite inferior é formado pelos rochedos (bordo superior). O bordo
superior é sinuoso vendo-se mais saliente a iminência correspondente ao canal
semicircular superior
Andar posterior - Esta imagem é bastante confusa, à opacidade das pirâmides
rochosas e as sobreposições da face. Contudo pode-se distinguir o contorno inferior da
fossa occipital ligando-se lateralmente com o bordo interno das apófises mastoideias,
correspondendo na parte media com o contorno posterior do buraco occipital.
Lateralmente entre o rochedo e o contorno inferior da fossa occipital distingue-se uma
curva regular com cavidade superior correspondendo à parte antero-inferior do seio
lateral.

Nota: Sabe-se que a inclinação está correcta quando a imagem do bordo superior do
rochedo se projecta no terço inferior da órbita, pois se estivesse incorrecto projectar-se-
ia abaixo do bordo inferior da órbita.

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Dossier de Estágio

Incidência de Perfil

Esta incidência permite demonstrar fracturas cranianas, processos neoplásicos e


doença de Paget. Uma rotina craniana global comum inclui as laterais direita e
esquerda. Para uma rotina no trauma um feixe horizontal é necessária para se obter
uma vista lateral nos pacientes traumatizados. Isso pode demonstrar níveis
hidroaéreos no seio esfenoidal, um sinal de fractura da base do crânio se ocorrer
sangramento intracraniano.

Posicionamento: Deve-se fazer a radiografia com o paciente na posição ortoestática ou


deitado, semipronada. Deve colocar a cabeça em posição lateral verdadeira, com o
plano de interesse próximo do filme e o corpo do paciente com a obliquidade
necessária para seu conforto. Deve-se alinhar o plano médio sagital paralelamente ao
filme garantindo que não haja rotação ou inclinação. Alinhar a linha interpupilar
perpendicularmente ao filme, de modo a que não haja inclinação da cabeça. Deve-se
também ajustar a flexão do pescoço para alinhar a linha infraorbitomeatal ao bordo
anterior do filme.
O raio central deve ser perpendicular ao filme, e deve-se centralizar para um
ponto cerca de 5 cm superior ao meato acústico externo. Deve-se prender a respiração
durante a exposição.

Criterios de boa realização:


• Sobreposição das bossas orbitárias
• Sobreposição das grandes asas do esfenóide
• Sobreposição dos côndilos do maxilar inferior
• Sobreposição dos canais auditivos externos
• Sobreposição das apófises clinoideias anteriores e posteriores

Aspectos anatómicos (fig. Tratado pág. 371 - 11.41):

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Dossier de Estágio

1-Abobada - as metades cranianas observam-se sobrepostas (a metade direita


sobrepõe-se à metade esquerda). O contorno exterior é desenhado pelas 2 tábuas,
externa e interna, ficando entre elas o diphoé.
A abobada estende-se desde a protuberância occipital externa, atrás, até á
glabela, adiante. Na tábua interna vê-se os sulcos vasculares da artéria meninge média
e dos seus ramos - ramo anterior e posterior.
O ramo anterior atinge a base ao nível da extremidade da pequena asa do
esfenóide, subindo depois paralelamente ao sulco fronto-parietal.
O ramo posterior dirige-se quase horizontalmente para trás, passando sobre a
sela turca e o bordo superior do rochedo.

Resumindo, as estruturas observadas na aboboda craniana são:


• Tábua externa do osso
• Tábua interna do osso
• Diploé
• Sutura fronto-parietal (coronal)
• Protuberância occipital exterior
• Protuberância occipital interior
• Seios frontais
• Sulcos vasculares(artéria meningea média)
• Fossetas de Pacchioni
• Seio lateral

2. Base do crânio – estende-se de diante para trás e de cima para baixo.

Consideram-se:
O andar anterior formado por 2 planos laterais (correspondentes tecto da orbita) mais
ou menos sobrepostos e um plano médio.
Os planos laterais apresentam aspecto de linhas oblíquas que vêm desde a tábua
interna da abóbada para terminar na saliência das clinóides anteriores. Próximo da
extremidade posterior destas linhas vê-se um pequeno traço dirigido para cima que
corresponde à parte mais externa da grande asa do esfenóide.

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Por diante da extremidade anterior dos planos laterais vêm-se os seios frontais que se
podem prolongar sobre os seios laterais.
O plano médio fica num plano inferior em relação aos laterais. É representado atrás por
um traço rectilíneo horizontal, que forma um cotovelo, na sua extremidade posterior
para formar o tubérculo da sela turca. A parte anterior do traço horizontal corresponde
à lâmina crivada do etmóide e à parte posterior do Jugum esfenoidal.

Sendo assim as estruturas observadas neste andar são:


1. Bossas orbitárias
2. Células etmoidais anteriores e posteriores
3. Grandes asas do esfenóide sobrepostas
4. Seios esfenoidais

O andar médio é formado por dois planos laterais (fossas temporais) e por um plano
médio (sela turca)
Planos laterais (fossas temporais) – continuando os planos laterais do andar anterior, a
partir do ponto onde se destaca a imagem das grandes asas observa-se um contorno
arredondado, côncavo para trás e para cima correspondente às linhas de fundo
anteriores das fossas temporais. Posteriormente encontra-se o pavimento lateral do
andar médio, representado pelo bordo superior dos rochedos.
Plano médio (sela turca) – na linha média, por diante vê-se o tubérculo da sela turca;
lateralmente por diante vê-se as apófises clinóides anteriores; na parte central vê-se a
curva arredondada de concavidade superior, do fundo da sela turca, se dirige desde o
tubérculo anterior até às apófises clinóides posteriores; posteriormente vê-se as
clinóides posteriores, suportadas pela lâmina delgada quadrilátera; por baixo e por
diante da sela turca vê-se a cavidade dos seios esfenoidais.

Sendo assim as estruturas observadas neste andar são:


5. Apófises clinoideias anteriores
6. Sela turca
7. Lâmina quadrilátera do esfenóide
8. Apófises pterigoideias

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No andar posterior consideram-se dois planos laterais e um plano médio.


Os planos laterais, por diante correspondem aos bordos posteriores dos rochedos,
sobrepostos aos grupos posteriores das células mastoideias. Por trás do rochedos vê-
se o contorno do pavilhão da orelha.
O plano médio é formado por uma linha quase vertical que prolonga a face posterior da
lâmina quadrilátera e corresponde ao fundo da goteira basilar. Esta linha termina junto
ao bordo anterior do buraco occipital e corresponde ao basion. Mais atrás o contorno
do temporal continua-se com a abobada ao nível da protuberância occipital externa
podendo apresentar vários desdobramentos.

Sendo assim as estruturas observadas neste andar são:


1. Apófise mastoideia e células mastoideias sobrepostas
2. Fossas cerebelosas do occipital

Nota: na incidência de perfil de crânio observa-se também as fossetas de Pacchioni,


estas fossetas confundem-se com o contorno do crânio desenhando pequenas
depressões na tábua interna.

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Incidência de Towne (A.P. Axial)

O ideal desta projecção é o aparecimento do dorso da sela turca, projectando-se no


grande buraco do occipital. A incidência de Towne é a única que apresenta a fossa
posterior craniana em quase toda a sua totalidade, numa visão frontal, por isso tendo
grande importância nas suspeitas de lesão ao nível do occipital.

Nesta incidência observa-se:


- compartimento médio e posterior do crânio
- suturas occipito-parietais (lambdóide, sutura entre o occipital e o parietal)
- sutura occipito-mastoideia (sutura entre o occipital e o temporal)
- bordo posterior do buraco occipital
- metade posterior do buraco occipital, observando-se o dorso da célula turca
- bordo superior do rochedo e o canal auditivo
- escama do occipital
- fossas cerebrais do occipital
- protuberancias occipitais interior e exterior
- crista occipital interior
- fossas cerebelosas do occipital
- goteiras dos seios laterais
- buraco occipital
- lamina quadrilátera do esfenóide
- apofises clinoideias anteriores e posteriores
- condilo temporal
- rochedo do temporal
- canal auditivo interno
- celulas mastoideias
- septo das fossas nasais
- tuberculo esfenoidal da crista esfeno temporal
- fenda esfeno maxilar
- seio maxilar
- arco do atlas

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- apofise estiloideia

Posicionamento: Doente em decúbito dorsal ou em ortoestatismo, com o plano médio


sagital perpendicular ao plano do filme, apoia o dorso da cabeça na mesa ou potter
vertical, colocando a linha orbito meatal perpendicular ao plano do filme. O raio central
tem uma inclinação crâneo-caudal de 30º em relação à orbito meatal.

Critérios de boa realização:


-Lamina quadrilátera do esfenoide deve aparecer projectada na metade posterior do
buraco occipital
-Os rochedos devem aparecer projectados acima das cavidades órbitárias e a distancia
vestibulo-aboboda deve ser igual dos 2 lados

Aspectos anatómicos:
Nesta incidência observam-se: o osso occipital, pirâmides petrosas e o grande buraco
do occipital são mostradas com o dorso da célula. As clinóides posteriores podem ser
visualizadas na sombra do grande buraco do occipital.

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Conclusão

Neste trabalho tivemos a oportunidade de estudar o crânio nas incidências de


P.A., Perfil e Towne.
Optámos preferencialmente pelo estudo da incidência de P.A. para o crânio, em
detrimento de A.P., pois as principais componentes anatómicas da base do crânio
ficam mais próximas na incidência de P.A..
Observámos que a cada patologia corresponde determinada incidência e que
cada incidência demonstra estruturas diferentes.
Foi objecto do nosso trabalho o estudo das diferentes estruturas
correspondentes às várias incidências.

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MAMOGRAFIA:

A neoplasia da mama é uma das principais causas de morte na mulher. A


deteção precoce da neoplasia da mama é ainda um problema no nosso país. A
recorrência tardia é uma das principais causas de morte por neoplasia da mama, sendo
assim a prevenção através da mamografia bastante importante.

A mamografia constitui uma forma particular de radiografia, que trabalha com níveis de tensões
e correntes em intervalos específicos, destinada a registrar imagens da mama a fim de diagnosticar a
presença ou ausência de estruturas que possam indicar doenças. Numa mamografia, duas incidências
de cada mama são indispensáveis: uma visão lateral ou oblíqua e uma crânio-caudal. No entanto, a
incidência médio-lateral-oblíqua é a mais eficaz, pois ela mostra uma quantidade maior de tecido
mamário e inclui estruturas mais profundas do quadrante súpero-externo e do prolongamento axilar,
enquanto a crânio-caudal tem como objetivo incluir todo o material póstero-medial, complementando a
médio-lateral-oblíqua.

O equipamento dedicado à mamografia não é o mesmo utilizado pelos sistemas de raios-X


convencionais, possuindo características próprias, pois a imagem gerada deve ser de alta resolução
para que se possam visualizar as estruturas mamárias que, por sua vez, são compostas de tecidos
moles, cuja diferença nos níveis de absorção de raios-X é pequena entre si.

O compartimento de compressão é um acessório do sistema mamográfico e tem como função


comprimir a mama por uma placa de um material radiotransparente até que se consiga a menor
espessura possível. Ele é responsável por melhorar a resolução, levando as estruturas da mama mais
próximas do filme, por evitar a movimentação da mama, conseguindo assim uma dose menor de
radiação. Isso diminui a espessura da mama, separando estruturas superpostas e ajudando na
diferenciação entre massas sólidas e císticas.

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mamógrafo GE DMR+.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

1913- Cirurgião alemão Salamon publicou o 1º estudo demonstrativo da


correlação existente entre as características radiográficas e anátomo-patológicas de
peças operatórias;

Os ensaios de mamografias eram de qualidade medíocre;

1950- Laborgne publica o tratado de radiologia mamária;

Foi em França que a mamografia suscitou maior interesse, após alguns ensaios
foi sendo progressivamente utilizada;

Nos EUA só mais tarde se deu importância à mamografia;

Gershon Cohen e Ingleby continuaram a melhorar o método, mas sem grandes


resultados. Existia alguma indiferença da classe médica.

1960- Charles Gros convence a GEC a fabricar o primeiro aparelho especial de


mamografia;

Foi após o trabalho publicado por Robert Egan em 1956, que os EUA se
interessaram por esta técnica de imagem ( Tratado onde era divulgado o método da
abordagem );

Durante 8 anos esta firma deteve o monopólio, mas a técnica vulgarizou-se;

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Muitas foram as empresas de aparelhos de Rx que passaram a fabricar


equipamentos cada vez mais sufisticados e potentes;

Ânodos rotativos e geradores trifásicos;

A mamografia é hoje uma técnica indispensável no diagnóstico da patologia


mamária.

O QUE É A MAMOGRAFIA?

A Mamografia é o exame radiológico de eleição para a detecção precoce da


neoplasia de mama. Ela tem indicação sistemática nos casos de mulheres de alto risco
ou com suspeita clínica de já serem portadoras da neoplasia da mama.
A utilização da mamografia tem sido indicada ainda para o diagnóstico em
pacientes assintomáticas com o objetivo de detectar anormalidades na fase precoce
das suas manifestações, quando ainda não existem sintomas perceptíveis.
O diagnóstico em Radiologia Mamária começa com uma indicação correta,
seguida de anamnese dirigida e exame físico, para que se obtenha um planeamento do
que fazer (rotina do exame, incidências especiais), como fazer ( posicionamento,
técnica radiológica) e termina com a interpretação do conjunto dos dados obtidos em
todas as fases, sendo necessário experiência e estudo contínuo, não só para a
finalização, como para o conhecimento da etapa seguinte (ultrassonografia, biópsia,
etc).

Indicações da Mamografia:

Mulheres assintomáticas: A mamografia para rastreio da neoplasia da mama, deve


ser realizada em mulheres assintomáticas, com a seguinte periodicidade:

 Entre os 35 e 40 anos- mamografia de base, para determinar o padrão de mama


da paciente com a finalidade de comparação com os exames posteriores. Nos

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casos de história familiar importante (mãe, irmã com neoplasia da mama), a


base poderá ser realizada antes de 35 anos.
 Dos 40 aos 49 anos – mamografia semestral ou anual, se a paciente pertencer
ao grupo de risco.
 Apartir dos 50 anos – mamografia anual, que deve ser realizada até aos 70
anos.

Pacientes sintomáticas: Nas pacientes sintomáticas a indicação não seguirá o padrão


anterior e o exame deve ser realizado avaliando-se a relação risco-custo-benefício de
cada caso. Os sintomas mais frequentes, com as respectivas indicações, são os
seguintes:
 Nódulo – um nódulo palpável é geralmente descoberto pela própria paciente,
que chega ao médico com muita ansiedade e medo. A mamografia deve sempre
ser realizada , independente da data do exame anterior, se o nódulo for recente
no auto-exame da mama ou no exame clínico.
Após a mamografia, o exame deve ser complementado com a
ultrassonografia, para identificar se o nódulo é sólido ou cístico, diferença
fundamental para determinar a conduta a ser estabelecida. Convém lembrar que
a mamografia em pacientes jovens (abaixo de 30 anos) normalmente não
apresenta nenhum benefício diagnóstico, em virtude da alta densidade da mama
e pela baixa incidência da neoplasia (menos de 0,1%) nesta faixa etária. Assim,
a ultrassonografia é o exame de escolha para a primeira avaliação de nódulos
nestes casos.

 Mastalgia – queixa muito frequente, mas que por si só não representa indicação
para a mamografia, uma vez que o sintoma “dor” com todas as suas
características (intensidade, periodicidade, relação com ciclo menstrual, relação
com “stress” e outros problemas emocionais) não tem expressão
correspondente em imagens. Nos casos de mastalgia, a realização da
mamografia seguirá os padrões do rastreio, de acordo com a faixa etária da
paciente.

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 Descarga papilar – a secreção da mamas, fora do ciclo grávido puerperal, deve


ser analisada criteriosamente, sendo fundamental caracterizar: espontânea ou à
expressão, uni ou bilateral, ducto único ou múltiplo, coloração ou aspecto
(cristalina tipo “água de rocha”, sanguinea, esverdeada, serosa, colostro-símile).
Os casos que constituem maior importância estão relacionados com descarga
papilar espontânea, unilateral, de ducto único, tipo “água de rocha” ou
sanguinea, porque são sugestivos de patologia tumoral, sendo a mamografia
indicada para iniciar a investigação.

Outras indicações: são também indicações de mamografia, utilizadas com


frequência:

 Antes de cirurgia plástica – com a finalidade de rastrear qualquer alteração da


mama, principalmente em pacientes a partir da 5ª década ou em pacientes que
ainda não tenham realizado o exame.

 Após cirurgias – em qualquer cirurgia da mama, principalmente nas cirurgias


plásticas redutoras e nas cirurgias conservadoras para o tratamento da
neoplasia, ocorrem alterações estruturais, em função do tipo e extensão da
cirurgia, da utilização de radioterapia e da sensibilidade da paciente. As
alterações provocadas pela cirurgia têm carácter permanente, são muito
exuberantes a princípio e estabilizam-se entre 2 e 3 anos, por isso torna-se
necessário estabelecer uma nova base, que servirá de padrão para futuros
estudos comparativos.
A nova “mamografia base” deverá ser realizada entre 1 e 2 anos nas
cirurgias mais simples (biópsias, mastoplastia redutora), nas cirurgias
conservadoras para tratamento da neoplasia a mamografia será realizada de
acordo com a rotina de cada serviço (geralmente anual), porém nunca deve ser
realizada antes de 6 meses após a cirurgia, porque as alterações pós-cirúrgicas,
principalmente o edema, ainda estão presentes.

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Se um controle precoce for necessário, não se pode esquecer que tais


alterações, muitas vezes com expressão radiológica importante, são passíves de
regressão.

 Mama masculina – apesar de pouco frequente, a mama masculina também


pode ser acometida por patologia maligna, que se expressa radiologicamente
com as mesmas formas que na mama feminina (microcalcificações, nódulos,
etc). A ginecomastia é outra indicação de exame, permitindo diferenciar a
ginecomastia verdadeira (aumento da glândula com a presença de parênquima
mamário) da ginecomastia falsa ou lipomastia (aumento da glândula por
proliferação adiposa).

 Controle mamográfico – realizado no acompanhamento das lesões


provavelmente benignas ou de baixo índice de suspeição mamográfica, quando
não existe indicação formal de qualquer procedimento invasivo. O controle
radiológico clássico é realizado semestralmente da seguinte forma:
• mamografia detectou a lesão
• primeiro controle – 6 meses, somente da mama a ser estudada
• segundo controle – 12 meses, exame completo
• terceiro controle – 18 meses, somente da mama a ser estudada
• quarto controle – 24 meses, exame completo
• controles semestrais, seguindo o esquema acima, até 3 anos

Radiologicamente uma lesão é considerada benigna quando permanece estável


num período de 3 anos, quando então a paciente volta para o controle anual. Qualquer
modificação no aspecto radiológico, seja em forma, tamanho, densidade ou número (no
caso de microcalcificações) em qualquer fase de controle, representa indicação para
estudo histopatológico (através de “core” biópsia ou biópsia cirúrgica).

 Estudo de prótese de silicone – embora a mamografia não seja o melhor


exame para o estudo das próteses de silicone, ela deve ser realizada para
rastreio da neoplasia da mama, de acordo com a faixa etária da paciente.

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 Controle da mama oposta, após mastectomia – neste caso, a mamografia


deve ser realizada anualmente, independente da faixa etária, sendo de extrema
importância o estudo comparativo entre os exames.

 Paciente em TRH – a paciente candidata à terapia de reposição hormonal


(TRH) deve realizar a mamografia antes do tratamento e seguir os controles, de
acordo com a faixa etária (geralmente controle anual). Não há necessidade de
realizar mamografia semestral.

ANATOMIA DA MAMA:

Na mulher adulta, cada uma das glândulas mamárias ou mamas é uma eminência cónica ou
hemisférica localizada nas paredes ântero-laterais torácicas. O tamanho da mama varia de uma mulher
para outra e, inclusive, na mesma mulher, dependendo da sua idade e da influência das várias
hormonas. No entanto, habitualmente, a mama estende-se, para baixo da porção anterior da segunda
costela, até à sexta ou sétima costela, e do bordo lateral do esterno até à axila.

A anatomia de superfície inclui o mamilo, uma pequena projecção contendo uma colecção de
aberturas ductais das glândulas secretoras existentes dentro do tecido mamário. A área pigmentada que
circunda o mamilo é denominada aréola, uma região circular, de cor diferente, que rodeia um ponto
central. O ponto de junção da porção inferior da mama com a parede anterior do tórax é chamado de
prega infra-mamária. O prolongamento axilar é uma faixa de tecido que envolve peitoral lateralmente.

Métodos de localização:

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A mama é um órgão par, situado na parede torácica anterior de um lado e do outro do esterno,
adiante dos músculos grande e pequeno peitorais.

O método mais usado e mais fácil para subdividir a mama em pequenas áreas com o propósito
facilitar a leitura e consequentemente descrever a localização de lesões encontradas é o sistema de
quadrantes. Quatro quadrantes podem ser descritos usando o mamilo como centro. Esses quadrantes
são o QSE (quadrante superior externo), o QSI (quadrante superior interno), o QIE (quadrante inferior
externo) e o QII (quadrante inferior interno).

Tipos de tecidos mamários:

Um dos maiores problemas ao se analizar as radiografias da mama é a presença de vários


tecidos cujo contraste inerente é muito baixo. O tecido mamário pode ser dividido em três tipos
principais: glandular, fibroso ou conjuntivo e adiposo. Como todos estes tecidos são “tecidos moles”, não
se pode contar com tecidos ósseos ou repletos de ar para propiciar um contraste. Os tecidos fibrosos e
glandulares são de densidade similar, isto é, a radiação é absorvida igualmente por esses dois tecidos.

A principal diferença nos tecidos mamários é o facto de o tecido adiposo ser menos denso que
os outros dois. Essa diferença na densidade entre o tecido adiposo e os tecidos fibroso e glandular
fornece as diferenças de densidade fotográfica evidenciadas na radiografia.

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CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO:

Uma característica particular do equipamento mamográfico é a modificação do tubo de raios-X:


enquanto geralmente é usado tubo de tungstênio nos sistemas convencionais, o mamógrafo utiliza tubo
de molibdênio. Isto porque o feixe produzido num tubo de molibdênio tem um espectro que o aproximam
de um feixe monoenergético, o que é conveniente no caso de radiografia de mamas devido aos tecidos
que a constituem.

Outra característica peculiar é o campo de radiação que, no mamógrafo, é só um pouco maior


que a metade do campo dos sistemas convencionais. Para se conseguir isto, utilizam-se colimadores de
feixes e restritores, que são uma espécie de direcionadores do feixe de raios-X, e barradores de
radiação. Eles ajudam a diminuir a dose de radiação ionizante em outras partes do corpo da paciente e
também colaboram com a melhoria da imagem.

Os filtros, que geralmente são de molibdênio, com cerca de 0,03mm, são os responsáveis por
impedir que os fotões do feixe que nada acrescentam para o diagnóstico atrapalhem na formação da
imagem e atinjam a paciente somando-se à dose de radiação recebida.

O ponto focal é outro fator de grande importância no sistema mamográfico, este deve ser bem
pequeno, pois estruturas de até 0,3 mm de diâmetro, como as microcalcificações, por exemplo, devem
ser possíveis de visualizar.O chassis mamográfico apresenta um écran intensificador que, ao contrário
do convencional, se coloca por baixo do filme. Os fotões atravessam o filme, atingem o écran,
transformam-se em luz visível e são refletidos de volta, impressionando o filme.

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Este posicionamento é utilizado para evitar o efeito "crossover" (fenómeno em que o filme é
impressionado duas vezes pelo mesmo fotão o que pode causar uma certa penumbra na imagem,
deteriorando a resolução), tal como para ajudar na obtenção de uma melhor resolução da imagem e
prevenir uma grande absorção de fotões antes que ests se encontrem com o filme, pois, como os raios-X
na mamografia são de baixa energia, um simples écran poderia absorver mais de 50% dos fotõess que
lhe chegam.

O mamógrafo deve ser operado com potência constante ou trifásica, cujo feixe de raios-X tem
maior poder de penetração. Geralmente a tensão usada para mamografia varia de 25 a 50 kVp (entre 28
e 32, para a maioria dos exames), valor que depende normalmente da espessura da mama.

Ilustração de um mamógrafo

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REALIZAÇÃO DO EXAME:

Normalmente, são realizadas duas incidências de cada mama: a crânio-caudal e a


médio-lateral oblíqua. Outras radiografias podem ser feitas para analisar com maior
detalhe alterações encontradas no exame, utilizando-se ampliações e compressões
localizadas para estudar microcalcificações, nódulos, densidades assimétricas e
alterações da arquitetura habitual do parênquima mamário.

A interpretação correta da mamografia e a detecção precoce de alterações


mamárias só são possíveis se a maior quantidade de parênquima mamário for
radiografada com um posicionamento adequado, e um bom contraste entre os
componentes da glândula.O passo seguinte é quantificar o parênquima mamário,
lembrando que quanto maior a substituição gordurosa maior a sensibilidade na
detecção da neoplasia da mama. Em seguida, avaliar os eventuais nódulos ou
calcificações existentes, que podem ser classificados em lesões benignas,
provavelmente benignas, suspeitas e altamente suspeitas.

Começando pelos nódulos, é conhecido que todos aqueles que apresentam


gordura no seu interior são benignos; entre eles podemos citar o linfonodo
intramamário, a esteatonecrose, a cicatriz radial, o cisto oleoso e o hamartoma da
mama.

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Entre as calcificações consideradas benignas podemos citar: esteatonecrose,


cutâneas, vasculares, do tipo "leite de cálcio", arredondadas, puntiformes e também
aquelas em pipoca, encontradas nos fibroadenomas. As calcificações que apresentam
morfologia de letras do alfabeto como "x", "y" e "z" são chamadas de pleomórficas e
indicam uma alta probabilidade de malignidade.

Aquelas que não se enquadram em nenhum desses perfis citados são


consideradas como indeterminadas ou indefinidas.Um outro aspecto importante na
avaliação dos nódulos são os contornos. Contornos espiculados, microlobulados ou
mal definidos costumam indicar malignidade. Os nódulos com contornos bem definidos,
que podem ser visualizados em mais de 75% de sua extensão, são considerados
provavelmente benignos (risco de malignidade < 2%).

Preparação da Paciente:

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Antes do início do exame, o técnico explicará à paciente o procedimento e solicitará que ele
coloque um roupão, preferencialmente apropriado para mamografia, que permite a exposição da mama
que está a ser examinada.

A paciente será instruída a tirar qualquer tipo de jóia, talco ou desodorante antiperspirante que
possam causar artefactos na imagem radiográfica.

O técnico registará toda a história relevante da paciente, de acordo com o protocolo do serviço.

Geralmente, a história dessa paciente incluirá os seguintes tópicos: Gravidez, número de


gestações; História familiar de neoplasia da mama; Medicamentos; Cirurgia prévia; Mamografias prévias,
quando e onde foram realizadas; Descrição do problema, como mamografia de rastreio, nódulos, dor e
secreção papilar.

INCIDÊNCIAS REALIZADAS:

Incidência crânio-caudal ( C.C. ):

Esta incidência permite a detecção e/ou avaliação de calcificações, quistos,


carcinomas ou outras anormalidades, ou operações no tecido mamário. Ambas as
mamas são mostradas separadamente para comparação.

Posicionamento:

 Doente em ortoestatismo, se não for possível sentado.


 A altura do chassis é determinada pela elevação da mama até atingir um ângulo
de 90º em relação à parede torácica. O chassis ficará no nível dos limites
superiores da prega inframamária.
 A mama é puxada para a frente, central mente ao chassis, com o mamilo
posicionado de perfil.
 O braço do lado examinado está relaxado e o ombro fica fora do campo.
 A cabeça é voltada para o lado oposto ao estudado.
 As rugas e dobras na mama devem ser alisadas, e a compressão aplicada até
que a mama esteja tensa.

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Dossier de Estágio

 O marcador e a identificação do paciente são sempre colocados na face axilar.


 O raio central é perpendicular, centralizado com a base da mama, o bordo do
chassis em contacto com a parede torácica.
 Deve-se usar o cone de colimação apropriado;
 Apneia respiratória.

Factores técnicos:

 Tamanho do filme: 18 × 24 cm, transversalmente; ou 24 × 30 cm também


transversalmente, para o caso de mamas de maiores dimensões.
 25 a 28kvp.

Critérios de boa realização:

 Todo o tecido mamário deve ser visualizado, incluindo as porções central,


subareolar e medial da mama. Algumas vezes, o músculo peitoral também é
incluído.
 O mamilo é visto de perfil.
 A espessura do tecido é distribuída igualmente no chassis, indicando a
compressão ideal.

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Dossier de Estágio

 O raio central e a câmara de colimação são fixos e estarão centralizados


correctamente se o tecido mamário estiver apropriadamente centralizado e
vizualizado no chassis.
 As áreas densas são adequadamente penetradas, resultando em óptimo
contraste.
 Traumas teciduais nítidos indicam a ausência de movimento.

Incidência oblíqua médio-lateral ( O.M.L. ):

Esta incidência permite a detecção e/ou avaliação de calcificações, quistos,


carcinomas ou outras anormalidades, ou alterações na região profunda da face lateral
do tecido mamário. Ambas as mamas são mostradas separadamente para
comparação.

Posicionamento:

 Doente em ortoestatismo, se não for possível sentado.


 O tubo e o chassis permanecem em ângulo recto entre si.
 O RC é angulado cerca de 60º.
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Dossier de Estágio

 O RC entra na mama medialmente, perpendicular ao músculo peitoral do


paciente.
 Ajustar a altura do chassis de modo a que o topo esteja ao nível da axila.
 Com a paciente de frente para o aparelho, os pés também apontados para a
frente, exactamente igual à CC.
 Colocar o braço do lado a ser examinado para a frente e a mão no suporte em
frente ao rosto.
 Afastar o tecido mamário e o músculo peitoral anterior e medialmente para fora
da parede torácica.
 Posicionar a paciente ligeiramente em direcção ao chassis angulado até que a
face infero-lateral da mama toque no chassis.
 O mamilo deve estar posicionado de perfil.
 Aplicar a compressão lentamente, com a mama segura, afastada da parede
torácica e para cima para evitar depressões.
 A margem superior do dispositivo de compressão será localizada sob a
clavícula, e a inferior incluirá a prega inframamária.
 Rugas e dobras na mama devem ser alisadas, e a compressão aplicada até que
a mama esteja tensa.
 Se for necessário, solicitar à doente que retraia a mama oposta com a outra
mão, para evitar sobreposição.
 O marcador deve ser colocado no alto e na axila.
 O raio central é perpendicular e centralizado com a base da mama.
 O bordo do chassis fica em contacto com a parede torácica.
 Deve-se usar o cone de colimação apropriado;
 Apneia respiratória.

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Dossier de Estágio

Factores técnicos:

 Tamanho do filme: 18 × 24 cm, transversalmente; ou 24 × 30 cm também


transversalmente, para o caso de mamas de maiores dimensões.
 25 a 28kvp.

Critérios de boa realização:

 Todo o tecido mamário deve ser visualizado, desde o músculo peitoral até ao
nível do mamilo.
 A prega inframamária deve ser visualizada.
 A mama não deve estar descaída.
 O mamilo é visto de perfil.
 A mama é visualizada, afastada para fora da parede torácica com espessura
distribuída igualmente, indicando a compressão ideal.
 O raio central e a câmara de colimação são fixos e estão centralizados
correctamente se o tecido mamário estiver bem centralizado e visualizado no
filme.
 Áreas densas são adequadamente penetradas, resultando em óptimo contraste.
 Traumas teciduais nítidos indicam a ausência de movimento.
 Ausência de artefactos.

INCIDÊNCIAS COMPLEMENTARES:

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Dossier de Estágio

Incidência médio-lateral ( M.L. ) ou Perfil Externo:

Esta incidência permite demonstrar patologias da mama, especialmente


inflamação e outras patologias que afectam a face lateral da mama.

Esta incidência pode ser solicitada pelo médico radiologista como uma
incidência opcional para confirmar uma anormalidade visualizada apenas na incidência
O.M.L.

Posicionamento:

 Doente em ortoestatismo, se não for possível sentado.


 O tubo e o chassis permanecem em ângulo recto entre si.
 O RC é angulado 90º do eixo vertical.
 Ajustar a altura do chassis de modo a estar centralizado com a região média da
mama.
 Com a paciente de frente para o aparelho, os pés também apontados para a
frente .
 Colocar o braço do lado a ser examinado para a frente e a mão no suporte em
frente ao rosto.
 Afastar o tecido mamário e o músculo peitoral anterior e medialmente para fora
da parede torácica.
 Posicionar a paciente ligeiramente em direcção ao chassis angulado até que a
face infero-lateral da mama toque no chassis.
 O mamilo deve estar posicionado de perfil.
 Aplicar a compressão lentamente, com a mama segura, afastada da parede
torácica e para cima para evitar depressões.
 Depois da placa de compressão passar o esterno, rodar a paciente até que ela
assuma a posição de perfil verdadeiro.

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Dossier de Estágio

 Rugas e dobras na mama devem ser alisadas, e a compressão aplicada até que
a mama esteja tensa.
 Abrir a dobra inframamária, tracionando o tecido abdominal para baixo.
 Se for necessário, solicitar à doente que retraia a mama oposta com a outra
mão, para evitar sobreposição.
 O marcador deve ser colocado no alto e na axila.
 O raio central é perpendicular e centralizado com a base da mama.
 O bordo do chassis fica em contacto com a parede torácica.
 Deve-se usar o cone de colimação apropriado;
 Apneia respiratória.

Factores técnicos:

 Tamanho do filme: 18 × 24 cm, transversalmente; ou 24 × 30 cm também


transversalmente, para o caso de mamas de maiores dimensões.
 25 a 28kvp.

Critérios de boa realização:

 Visão lateral de todo o tecido mamário, incluindo músculo peitoral e região axilar.
 O mamilo é visto de perfil.
 A espessura do tecido é distribuída igualmente, indicando a compressão ideal.

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Dossier de Estágio

 O tecido mamário axilar é incluido, indicando a correcta centralização e


posicionamento vertical do chassis.
 O raio central e a câmara de colimação são fixos e estão centralizados
correctamente se o tecido mamário estiver bem centralizado e visualizado no
filme.
 Áreas densas são adequadamente penetradas, resultando em óptimo contraste.
 Traumas teciduais nítidos indicam a ausência de movimento.
 Ausência de artefactos.

Prolongamento Axilar:

 Permite o estudo do cava do axilar;


 Realiza-se a 30º;
 Suporte encostado ao cavado axilar, formando um ângulo de 90º com o braço
da doente;

Oblíquas internas ou externas:

 30º e 45º;
 Quadrantes supero-infero externo e supero-infero interno.

Macrorradiografia:

 Possibilita maior nitidez e detalhe da imagem;


 O posicionamento é semelhante à CC.

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Dossier de Estágio

CONCLUSÃO:

De facto, sabe-se que ainda nos dias de hoje a neoplasia da mama é uma das
principais causas de morte na mulher, sendo assim a prevenção através da
mamografia bastante importante.

Chegou-se à conclusão que numa mamografia, duas incidências de cada mama são

indispensáveis: uma crânio-caudal, que permite a detecção e/ou avaliação de calcificações,


quistos, carcinomas ou outras anormalidades, ou operações no tecido mamário; e uma
médio-lateral-oblíqua, sendo esta a mais eficaz, pois mostra uma quantidade maior de tecido mamário e
inclui estruturas mais profundas do quadrante súpero-externo e do prolongamento axilar. A crânio-caudal
tem como objetivo incluir todo o material póstero-medial, complementando a médio-lateral-oblíqua.

Conclui-se então que estas são as incidências básicas de uma mamografia, havendo depois
outras complementares para o estudo.

ANGIOGRAFIA:

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Dossier de Estágio

Introdução

O presente trabalho tem por objectivo principal, a conhecimento global e específico da


técnica angiográfica em doentes com patologias associadas à mesma, ou seja,
vasculares.
“A partir da década de 60 o diagnóstico por meio da angiografia foi acrescido de
procedimentos radiológicos intervencionistas, que permitiram através de acesso por
cateterismo percutâneo transluminal, o tratamento de hemorragias em órgãos e partes
do corpo, através de embolizações terapêuticas ou de estenoses arteriais através da
angioplastia” (Guilherme Pitta – 2002).
Pois e segundo João Francisco Júnior (2002) “ A angioplastia transluminal percutânea
(ATP) foi desenvolvida por Dotter e Judkins, em 1964, no tratamento de lesões
obstrutivas ateroscleróticas periféricas. Esta técnica apresentou, com o passar dos
anos, uma grande evolução, culminando actualmente com os modernos balões de
angioplastia, conseguindo-se resultados semelhantes ou superiores aos do tratamento
cirúrgico. O tratamento de estenoses ou obstruções arteriais ou venosas pela
angioplastia apresenta uma série de vantagens em relação ao tratamento cirúrgico. É
realizada sob anestesia local, praticamente em regime ambulatório, chegando o seu
custo a ser cinco vezes menor do que um procedimento cirúrgico. O que na verdade
possibilitou o desenvolvimento das técnicas de terapêutica endovascular foi o emprego
do cateterismo percutâneo descrito por Seldinger, em 1953. Dotter e Judkins, em 1964,
idealizaram a ATP utilizando um sistema coaxial para dilatação das lesões
ateroscleróticas periféricas por cateterismo, sendo a lesão ultrapassada por cateteres
de calibres sucessivamente maiores. Porém, como a força exercida na estenose era no
sentido axial da artéria, ocorria o deslocamento da placa de ateroma levando a um
número elevado de complicações, como embolização distal e trombose. Em 1974,
Grüntzig e Hopff, utilizando materiais mais resistentes e adequados na confecção dos
cateteres e balões, conseguiram resultados bastante animadores, consolidando a
técnica da angioplastia.”
Com isto sabe-se que “na última década estes procedimentos têm tido um
desenvolvimento extraordinário sobre a árvore arterial, ocluíndo, dilatando, infundindo e
introduzindo endopróteses vasculares, nos mais diversos troncos, tornando não só um

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Dossier de Estágio

procedimento secundário ou de excepção, mas também como tratamento principal,


tendo como vantagens, o facto de ser pouco invasivo para o doente, pois é realizado
através de cateterismo percutâneo com pequena incisão, de ser realizado com
anestesia local e sedação, de ter um período curto de internamento hospitalar e baixo
custo quando comparado com o procedimento cirúrgico convencional. As grandes
limitações para realização destes procedimentos são devidas ao custo dos aparelhos
de angiografia com fluoroscopia, e de recursos humanos, pois necessita-se de
indivíduos com conhecimentos específicos para a realização dos mesmos” (Guilherme
Pitta – 2002).
Perante esta realidade e neste contexto, é de extrema importância o conhecimento e a
utilização das ferramentas de prevenção, tais como os exames de diagnóstico, os
quais podem auxiliar na detecção das patologias vasculares.

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História da Angiografia

No final do século XIX, mais precisamente no dia 8 de Novembro de 1895 foi


descoberto o Raios X pelo físico alemão Willian Conrad Roetgen ao ver sua mão
projectada numa tela enquanto trabalhava com radiações. Por ser muito perspicaz e
inteligente imaginou que de um tubo em que ele trabalhava deveria estar sendo
emitido um tipo especial de onda que tinha a capacidade de atravessar o corpo
humano.

Como era uma radiação invisível, ele a chamou de Raios X. Esta descoberta
valeu-lhe o prémio Nobel de Física em 1901.

Na época – começo do século XX – ocorreu uma revolução no meio médico,


trazendo um grande avanço no diagnóstico por imagem.

Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos
aparelhos iniciais a fim de se reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois
acima de uma certa quantidade é prejudicial à saúde. Assim foram surgindo tubos
de Raios X, diafragmas e grades antidifusoras para diminuir a quantidade de Raios
X assim diminuindo a radiação secundária que, além de prejudicar o paciente,
prejudicava a imagem final.

Em Abril de 1896, fez-se a primeira radiografia de um projéctil de uma arma de


fogo no interior do crânio de um paciente, essa radiografia foi feita na Inglaterra pelo
Dr. Nelson.
Em Novembro de 1899, Oppenhein descreveu a destruição da sela turca por um
tumor hipofisário.

Em Março de 1911, Hensxhen radiografou o conduto auditivo interno alargado


por um tumor do nervo acústico (VIII par.).

Em Novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos Ventrículos


ocasionados por uma fractura do crânio.

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Um neurocirurgião de Baltimore, Dandy, em 1918, desenvolveu a


ventriculografia cerebral, substituindo o líquido por ar. Assim ele trouxe grande
contribuição no diagnóstico dos tumores cerebrais.

Em Julho de 1927, Egas Moniz descobriu a Angiografia cerebral pela introdução


de contraste na artéria carótida no pescoço. Ao apresentar seu trabalho na
Sociedade de Neurologia de Paris, ele disse: "Nós tínhamos conquistado um pouco
do desconhecido, aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no
domínio da investigação".

Em 1928 Reinaldo Dos Santos demonstrou que a aortografia percutânea por


punção translombar levava à visualização da aorta e das artérias periféricas.

A evolução dos equipamentos trouxe novos métodos. Assim surgiu a Planigrafia


linear, depois a Politomografia onde os tubos de Raios X realizavam movimentos
complexos enquanto eram emitidos.

Em 1952, descobriu-se a técnica da Angiografia da Artéria vertebral por função


da artéria fermoral na coxa passando um cateter que vai até ao pescoço, pela aorta.
Por volta de 1970 através dos cateteres para Angiografia, começou-se a ocluir os
vasos tumorais surgindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim,
nos dias de hoje, passam-se cateteres que dilatam e desobstruem até coronárias,
simplesmente passando-os pela artéria femoral do paciente, com anestesia local,
evitando assim cirurgias para desobstrução de artérias (famosas pontes de safena).

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Angiografia de subtracção digital:

 Imagem obtida através de subtracção analógica-digital.


 Imagens vasculares sem sobreposição de estruturas.
 Técnicas de fluoroscopia com mapeamento vascular – é possível obter uma
examinação intra-arterial de todas as áreas vasculares do corpo de uma só vez.
 Menor dose de radiação.
 Exames mais rápidos.
 Redução da quantidade de contraste (cerca de 50%)
 Contraste pode ser injectado em solução diluída – redução da osmolaridade e
menos riscos associados a alterações hemodinâmicas.
 Elevada resolução de contraste – óptima visualização dos vasos com menor
quantidade de contraste.
 Imagens em tempo real.
 Imagens dos vasos são escuras.

Técnica de Seldinger
1. Inserção da agulha
2. Colocação da agulha no vaso

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3. Inserção do guia metálico


4. Remoção da agulha
5. Condução do cateter até à área de interesse
6. Remoção do guia metálico

(Bontrager, 2003).

Diferenças entre o modo pulsado e o modo continuo:

O modo Pulsado é o modo que apresenta maior número de vantagens pois atinge
doses de radiação mais elevadas por imagens do que o modo continuo, evitando o
sobreaquecimento rápido da ampôla. Neste modo ´ha também um aumento da relação
sinal/ ruído e a dose de superfície nos doentes é igualmente reduzido neste método.
As principais desvantagens do modo pulsado consistem em: Se a frequência das
imagens for baixa, não é possível obter informação funcional e a taxa de aquisição do
sistema Pulsado pode ir de 1 imagem / seg a 10 imagens / seg
A única vantagem do modo contínuo é o facto de permitir estudos funcionais, ou seja,
estudos dinâmicos cardíacos.
As desvantagens deste moso são não permitir doses elevadas de radiação, há uma
diminuição da relação sinal/ ruído tendo assim pior qualidade da imagem. A taxa de
aquisição pode ir de 12 imagens / seg a 5 imagens / seg

Contraste:

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O meio de contraste é escolhido consoante as examinações específicas a serem


realizadas. A característica comum a todos os contraste é por se tornarem mais
“densos” aos Rx (devido à presença do iodo na sua composição) quando comparados
com outras estruturas anatómicas. Pois eles provocam uma atenuação maior de Rx.
Esta atenuação providencia diferentes sombras de cinzentos na imagem por Rx.
A quantidade e concentração de contraste utilizado são decisões médicas específicas.
Os factores que infuenciam esta decisão são a idade do doente, o peso e tamanho do
doente, o seu estado geral de saúde e as alergias. Todos os agentes de contraste
contêm Iodo, que é o atenuador efectivo do Rx. Sendo assim, a Osmolaridade, a
Viscosidade, os seus componentes sódicos e outros aditivos e propriedades é que
podem diferir em todos os tipos de contraste.
A selecção do agente de contraste para um exame angiográfico, é de uma maneira
geral, uma escolha preferêncial. As maiores diferenças entre os contrastes incluem os
custos, a indução de bradicárdia e hipotensão.
Os estudos angiográficos com utilização de agentes de contraste Iónicos, com alta
osmolaridade, são feitos com segurança e sem grandes factores de risco para o
doente, contudo, os agentes de contraste não iónicos e de baixa osmolaridade são os
mais utilizados, visto serem mais seguros, providenciando uma qualidade no
diagnóstico satisfatória, e principalmente em doente de alto risco. O risco de reacção
alérgica é também reduzido.
Os recipientes de contraste devem ser conservados a uma temperatura entre 15º e
30º, protegendo-os dos raios solares directos e da radiação secundária. Antes da
injecção de contraste este deverá estar a uma temperatura de 37º para que as suas
propriedades físicas e químicas estejam apropriadas para a injecçao, ou seja, baixa
viscosidade, baixa osmolalidade e para que não haja uma diferença de temperatura
entre o sangue e o contraste administrado. (Bontrager, 2003).

Vias de acesso vascular:

O acesso vascular pode ser efectuado através de punção directa, qu é a técnica em


que um contraste é introduzido na artéria no local da punção através de uma agulha.

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Esta punção pode fazer-se na carótida comum e na translombar da aorta, mas esta
tem alguns inconvenientes tais como hematoma retroperitonial, aneurismas dissecente
da aorta, é mais dolorosa há uma grande dificuldade na punção de indivíduos obesos,
pobre opacificação dos vasos disteis e incapacidade de efectuar estudos selectivos.
Além do acesso vascular por punção directa, a punção percutânea ou seldinguer é a
mais utilizada. A punção percutânea do seldinguer consiste na utilização de uma
agulha tipo seldinguer e de um fio guia que permite a introdução de catéteres
percutâneamente no interior das artérias. Esta punção pode ser efectuada por via
femural; via axilar; via umeral ou braqueal. Dá-se preferência à seldinguer femural
recorrendo-se a braqueal quando não é possível a cateterização daquela artéria.

O acesso femural é o que apresenta mais vantagens, entre elas o rápido acesso a
praticamente toda a circulação central arterial; introdução de catéteres de maior calibre;
maior facilidade de manipulação de catéteres; possibilidade de efectuar angio arterial
abdominal selectiva e a mamária interna bilateral.
Assim como apresenta inúmeras vantagens, apresenta também algumas
desvantagens, como uma maior dificuldade na passagem de catéteres em indivíduos
com doença arterosclerótica grave, uma vez que a aorta abdominal e os ramos íleo-
femurais são os mais afectados; complicação local por lesão do vaso, esta requer
tratamento cirúrgico o que geralmente só pode ter lugar no bloco operatório sobre
anestesia geral.
O material utilizado nesta técnica de punção é a agulha de punção (seldinguer); o
guia; o dilatador e os introdutores (bainha).

A sala de angiografia está equipada com:

 Monitor de electrocardiograma (ECG)


 Pantoff (sistema de iluminação)
 Sistema IDF (imagem de fluoroscopia digital), que permite uma fluoroscopia
digital de alta resolução com detecção de movimento.
 Mesa ilha (permite o movimento do doente em todas as direcções.

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Dossier de Estágio

 Intensificador de imagem com braço em C.


 Injector automático (contrate).
 Equipamento de anestesia.
 Equipamento de suporte básico de vida.
 Fármacos.
 Suporte de cateteres, bainhas e outros materiais necessários no exame.
 Diamentor (para contabilizar a dose absorvida e o tempo).
 Protector plumbineo (viseira móvel).
 Equipamento de enfermagem.
 Computador com capacidade de armazenamento de vários exames.
 Sistema de gravação vídeo (8 mm).
 Material de intervenção (stents, coils, bateria, micro-guias, etc.).
 Monitores.
 Mesas para colocação de material utilizado no exame.

Protecção contra radiações:

Existe um risco potencial no que diz respeito à dose aumentada de radiação para os
profissionais de saúde que são membros de uma equipa de angiografia. Isso ocorre

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Dossier de Estágio

devido ao uso de fluoroscopia e à sua proximidade com o paciente e o equipamento


durante o procedimento. O uso consciencioso de dispositivos de protecção contra
radiação como protectores de chumbo, escudos tiroidianos e óculos de chumbo é
necessário.
Para garantir a redução da dose também é necessário diminuir o tempo de
fluoroscopia, assim como uma colimação precisa para reduzir a dose para o paciente e
para a equipa de angiografia e limitar a quantidade de radiação secundária produzida
que poderá degradar a qualidade da imagem (Bontrager, 2003).

Exemplo de protecção contra radiação

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Preparação pré-angiográfica:

1) Antes da realização de uma angiografia o doente deve fazer uma preparação


prévia. Esta preparação tem por base os seguintes procedimentos:
2) Jejum 5 a 6h antes do exame;
3) Linha intra-venosa no antebraço, para ficarmos com uma via de acesso livre,
para introdução de medicamentos, introdução de liquidos intra-venosos para
hidratação;
4) Fazer análises laboratoriais de rotina: Hematocrito; Parâmetros de coagulação
(tais como tempo de protrombina, plaquetas...); Função renal - creatina; Enzimas
hepáticas, etc...
5) Tricotomia da zona de acesso vascular, região inguinal, para punção da artéria
femural.
6) Explicar ao doente o procedimento que se vai utilizar, e quais os riscos que se
podem correr.
7) Nos doentes mais ansiosos dá-se uma sedação ligeira.

Principais procedimentos angiográficos:

1) Desinfecção do local da punção e isolamento do local esterilizado por um


campo;
2) Anestesia localizada;
3) Palpação e incisão da artéria;
4) Puncionamento da artéria com uma agulha descrevendo um ângulo de 45º;
5) Introdução do fio guia pela agulha retirando-se esta logo de seguida;
6) Colocação do dilatador com o introdutor pelo guia retirando-se o dilatador e o
guia conseguindo-se assim a via de acesso arterial:
7) Colocação do catéter no local pretendido e injecção de contraste.

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APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS:

Radiologia

Para diminuir o peristaltismo intestinal, que prejudica a execução do exame


angiográfico abdominal, com a sobreposição de gases e fezes na imagem, o doente
deve no dia anterior ao exame fazer uma dieta baixa em fibras e jejum de 4-6h no dia
do exame. No início do exame – Glucagon – hipotenia intestinal.
Os estudos que se fazem podem ser do tipo Angiografia não-selectiva, como é o caso
da Aortografia, ou do tipo Angiografia selectiva, sendo exemplos desta o Tronco
Celiaco (hepática/esplénica/gastro-duodenal), as Artérias Renais, as Artérias
Mesentéricas Superior e Inferior e Membros inferiores.

Indicações Clínicas:
Doente do sexo masculino, 62 anos;
Exame requisitado: Arteriografia dos membros inferiores;

Protocolos de estudo

Artérias do membro inferior :


O cateter utilizado é o Pigtail ; 25-30ml de contraste injectando 12-15ml/seg com
pressão 600-900. Deve-se fazer um atraso na aquisição a partir da região popliteia, isto
é a aquisição de imagens só deve começar-se a fazer após alguns segundos da
injecção. Assim para não haver riscos de se começar a aquisição da imagem o

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Dossier de Estágio

contraste demorar um certo tempo a chegar à região em estudo deve-se dar uns seg.
de atraso.
Este tempo pode ir até aos 6-10seg nas regiões mais distais (artérias do pé). Por outro
lado com um tempo de atraso mal calculado (mto grande) pode-se correr o risco de
quando começar a aquisição das imagens o contraste já tenha passado.
Aquisição: 2-3imag/seg durante 15-20seg.
Tempo de atraso: 1-9 seg. dependente do vaso que se está a estudar e da patologia.

Neste caso, efectuou-se a arteriografia da aorta abdominal e membros inferiores após


punção pela técnica de Seldinger.
Aorta abdominal de calibre e permeabilidade conservados;
Irregularidade difusa e assimetria por redução do calibre envolvendo
predominantemente o eixo femural direito.
Salientando-se: área estenótica no terço proximal da femural profunda com dilatação
pós-estenótica.
Estenose segmentar da porção média da artéria femural superficial esquerda com
circulação colateral pré-estenótica.
Marcada irregularidade do calibre terminal da tibial anterior esquerda.

Imagens obtidas:

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Neurorradiologia

Existe indicação para angiografia quando há suspeita de lesões degenerativas, artrites,


aneurismas, mal-formações artério-venosas (MAV), Fistulas A/V durais, patologias
vasculares, tumores.
Tal como na Radiologia, os estudos podem ser não-selectivos, como por exemplo o
TSA, ou Selectivos, como por exemplo a Artéria Carótida Interna (Dir. e Esq.) e a
Artéria Vertebral (Dir. e Esq.)

Indicações Clínicas:
Doente do sexo masculino com 38 anos.
Apresenta uma massa desconhecida.
Protocolos angiográficos

Assenta no cateterismo Femural Retrogrado por Punção Arterial Percutânea – Técnica


de Seldinguer (na impossibilidade por obstrução aorto-iliaca opta-se por punção directa
das carótidas). É realizada através de cateteres e guias finos, longos e maleáveis.

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No estudo selectivo dos vasos cerebrais – art. Carótida interna e art. Vertebral – o
cateter utilizado é o head-hunter. Com a ajuda de um guia a cateter entra pela art.
Femural é colocado no vaso (carótida ou vertebral) sempre através de controlo
radioscópico, fazendo-se de seguida a injecção de contraste, através do injector
automático e consequente aquisição de imagens.

Protocolos de injecção
Artérias carótidas: 10ml de volume, injectando 5ml/seg. com uma pressão 400-600
Artérias vertebrais: 8ml de volume, injectando 3-4ml/seg. com uma pressão 200-600

Protocolos de Aquisição
Incidências:
Artérias carótidas internas – inc. Town; inc. Perfil; inc. Oblq. 45º.
Artérias vertebrais: inc. Town; inc. Perfil.  É imprescindivél que o equipamento de
angiografia seja de subtração de imagem, que a equipe de trabalho seja experiente e
conhecedora ds padrões vasculares normais e patológicos.

Imagens obtidas:

Cardiologia:

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As principais indicações para o cateterismo cardíaco é diagnosticar a suspeita ou


doença coronária desconhecida. O cateterismo pode ser direito ou esquerdo.
As indicações para o Cateterismo Direito são doentes com história de dispneia,
doentes vavulares e Shunts intracardíacos e os seus objectivos são principalmente
colher inormações, tais como medição de pressões (AD, VD, AP, PCW); medição do
débito cardíaco e saturações de oxigénio das várias cavidades.
O Cateterismo Esquerdo pode dividir-se em Coronáriografia, que é a visualização das
artérias coronárias, os seus ramos, e as suas anormalidades para avaliação
terapêutica e em Ventriculografia que tem como objectivos avaliar a contractibilidade,
fracção de ejecção e a preença de regurgitação valvular.

Ventriculografia Esquerda

Os parâmetros analisados pelo cateterismo do ventrículo esquerdo são pressões e


gradientes intraventriculares e tranvavulares, volumes sitólicos e diastólicos (com
determinação da fracção de injecção e consequente avaliação da função sistólica
global), motilidade segmentar, regurgitação mitral, identificação de defeitos do septo
interventricular e quantificação de massa miocardica
Através da Aortografia conseguimos ver a mobilidade da válvula, a presença de
aneurismas, dissecções e estenoses.

Indicações Clínicas:

Doente do sexo masculino, 48 anos.

Angor estável; teste de isquémia positivo.


Factores de risco: hipertensão, tabagismo, dislipidemia.

Técnica:
Artéria femural direita
Cateter: 6 French e Angioseal.

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Incidências Utilizadas:
Ventriculografia
Neste caso , a ventriculografia esquerna não foi realizada por pressão telediastólica de
39 mmHg.

Angiografia Coronária

a)Coronária Direita
1-O.A.E. 30º a 45º c/ angulação caudal de +/- 45º (segmento proximal da coronária
direita e região da cruz do coração)
2-O.A.D. 30º a 45º
3-O.A.D. 30º a 45º c/ ang. Cranial

b) Coronária Esquerda
1-Antero-Posterior
2-O.A.D. 30º
3-O.A.D. 30º c/ ang. Cranial de 20º
4-O.A.D. 15º a 30º c/ ang, caudal
5-Perfil esq.
6-O.A.E. 45º c/ ang. Caudal
7-O.A.E. 30º c/ ang. Cranial

As imagens são obtidas em modo Cine (continuo) sem subtração digital.


A coronáriografia consiste na visalização da rede coronária através da injecção de
contraste por um cateter colocado no “ostium” coronário. Tem como objectivo definir a
presença ou ausência de doença coronária e em presença desta permite localizar as
lesões, determinar a sua extensão e gravidade e avaliar a circulação colateral. É
também útil em casos de doentes com suspeitas de espasmo coronário ou anomalias
congénitas des artérias coronárias.

Da angiografia coronária verifica-se:

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Dossier de Estágio

Dominância direita.
O tronco comum sem lesões significativas.
A descendente anterior apresenta irregularidades não significativas no segmento
proximal e médio. Ao nível da emergência de um importante ramo diagonal, a
descendente anterior apresenta uma estenose excêntrica não significativa inferior a
50%. A nível muito distal, antes da bifurcação terminal a descendente anterior
apresenta uma estenose suboclusiva (90-99%). O óstio da primeira diagonal tem uma
estenose de 50%, sendo um vaso de bom calibre.
A artéria cincunflexa apresenta irregularidades não significativas.
A coronária direita média apresenta uma lesão inferior a 30% e o restante vaso
apresenta irregularidades.
Conclui-se que o doente apresenta doença coronária envolvendo de forma sinificativa o
segmentto distal da descendente anterior.
Pela sua localização muito distal não se justifica procedimento de revascularização.
Hipertensão telediastólica grave do ventriculo esquerdo.

Imagens obtidas:

Coronária direita. Coronária esquerda.

Nefrologia:

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Dossier de Estágio

A evolução da técnica e da estratégia da diálise como prótese substitutiva da função


renal, acentuando cada vez mais a estrita dependência entre a sobrevivência e a
qualidade de vida do doente insuficiente renal e a dose quantitativa de tratamente que
lhe é fornecida, realça a importância deste elo vital que é o Acesso à Diálise, isto é, a
interface entre o doente e a sua prótese.

A qualidade do acesso vascular para Hemoliálise crónica é simultâneamente um factor


determinante no sucesso desta terapêutica.
A trombose do acesso vascular é a causa mais frequente de falência do acesso
vascular de hemodiálise, 84% dos casos nos enxertos vasculares de PTFE.

Indicações clínicas:

Doente do sexo feminino, 81 anos.


Exame pedido: Angiogragia Intervenção do Acesso Vascular (AV)
Motivo da angiorafia: trombose
Acesso Vascular: Prótese PTFE
Local do acesso: braço esquerdo

Neste caso, o acesso apresenta uma estenose da anastomose venosa, várias


estenoses intra prótese e também uma estenose da anastomose arterial.
A circulação venosa central está bem preservada.
Com um cateter pulse-spray foi feita a trombólise do acesso e de seguida dilataram-se
as estenoses venosa e intra prótese, com um balão de 8 mm.
Passou-se a parte arterial que foi lidada com um balão de 7 mm, ficando o acesso
funcionante. Como a porção da anastomose venosa mantinha uma estenose residual,
dilatou-se com um balão de 10 mm, com sucesso na resolução da estenose residual.

Modo de intervenção:

 Após anestesia local, entra-se no acesso com 1 agulha de Seldinger 16G.

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Dossier de Estágio

 Pica-se inicialmente junto à anastomose arterial, num segmento relativamente


recto, se possível, apontando para a extremidade venosa.
 Uma vez dentro do acesso, usa-se o guia de uma bainha 5f e sobre o guia
introduz-se apenas o dilatador da bainha.
 De seguida, injecta-se suavemente, 10 a 15 mm de contraste manualmente, que
vai tingir o trombo e permite obter um “road map” do trajecto do acesso até às
veias centrais.
 Assegura-se que é possível percorrer todo o AV com 1 fio guia até às veias
centrais.
 Seguidamente, introduz-se sobre o guia recto já colocado, o Pulse Spray de 45
cm × 20 cm.
 Com o líquido de trombólise usa-se aliquots de 10 mm de soro fisiológico.
 Fazem-se múltiplos flushs energéticos de cerca de 0,5mm com o sistema
injector, até 20 mm em cada localização do cateter. A utilização do Pulse-Spray
é dolorosa.
 Depois substitui-se o Pulse-Spray por um balão de angioplastia de pelo menos 8
mm de diâmetro e procede-se a dilatação de todas as estenoses da extremidade
distal do AV e do sistema venoso de drenagem.
 Penetra-se no acesso pela sua extremidade distal apontados à anastomose
arterial, com um dilatador e bainha 5F.
 Repete-se a manobra do Pulse-Spray e dilata-se a anastomose, caso haja
alguma estenose.
 Procede-se em seguida à Fogartização com movimentos do cateter 4 ou 5F de
dentro da artéria passando pela anastomose e sujbindo no AV até onde a
bainha permitir.
 No final angiografar o acesso através do dilatador proximal e se houver zonas
de mau fluxo macerar e dilatar repetidamente qualquer coágulo com o balão de
angioplastia.

Imagens obtidas:

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Dossier de Estágio

Conclusão

A angiografia digital consiste no uso de cateteres introduzidos através das artérias ou


veias da perna (artéria femural) e assim possibilitar a injecção de contraste com a
visualização destes por um aparelho de angiografia digital a fim de diagnosticar lesões
das artérias e veias. Geralmente o paciente tem alta no mesmo dia, após um curto
período de observação.
Com a realização deste trabalho pode-se concluir que a angiografia de diagnóstico e
terapêutica tem uma grande importância no tratamento de lesões isquémicas ou
traumáticas com suspeita de compromisso vascular; hemorragias, tumores, anomalias
vasculares congénitas, transplantes, lesões venosas e aneurismas, pois permite
quando diagnosticado prosseguir com a terapêutica sem que seja realizada uma
cirurgia muitas das vezes complicada, diminuindo assim o tempo de internamento e os
custos a este associado.

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Dossier de Estágio

Conclui-se também que todos os procedimentos deste exame são importantes, sendo
muito importante a relação da equipa. O técnico de radiologia tem um papel
extremamente importante visto sem este não é possível aquisição da imagem, tendo o
técnico de radiologia um papel activo na realização do exame.

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Dossier de Estágio

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA:

Introdução

No trabalho realizado sobre Ressonância Magnética (RM), pretende-se dar a conhecer


um pouco sobre esta técnica em ascensão, para tal foca-se pontos essenciais sobre
esta.
A introdução da imagem em RM, como técnica para examinar o corpo humano, tem
gerado enorme interesse entre a comunidade médica e o publico em geral. A RM pode
proporcionar informações tanto anatómicas como fisiológicas como método não
invasivo. A nível de princípios físicos, a RM não usa radiação X, nem nenhuma outra
forma de radiação ionizante.
A RM examina as interacções do magnetismo e das ondas de rádio com os tecidos
para obter as imagens, as imagens podem-se obter a qualquer plano, visto ser uma
técnica multiplanar, existindo grande resolução de contraste entre tecidos moles.
A execução e a cronologia das operações, variam segundo as particularidades de cada
equipamento.
Os protocolos muitas vezes pré-programados permitem fazer automaticamente as
sequências que foram optimizadas para cada região a estudar.
Apesar de tudo, há um certo número de regras que se poderão aplicar à maior parte
dos exames em IRM.
Existem numerosas causas que poderão produzir artefactos, daí a importância em
conhecê-los, detectá-los e não confundir com sinais patológicos. Artefactos são sinais
parasitas que se traduzem por falsas imagens.
Em ressonância magnética existem também diversas regras de segurança que devem
ser respeitadas.

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RM – GE signa 1.5 T

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PERSPECTIVA HISTÓRICA

A Ressonância Magnética (R.M.) é uma tecnologia de diagnósticos por imagem que


utiliza um potente magneto e ondas de frequência para produzir fotografias ou
“imagens” de estruturas e órgãos internos. Assim pode- se observar o interior do corpo
humano de qualquer ângulo de visão e com muito mais clareza, esta tecnologia
fornece uma grande quantidade de informações obtidas mais rapidamente.

• Em 400 a.C., um filósofo da antiga Grécia, formulou pela primeira vez a teoria
atómica. Na Turquia, alguns pastores descobriram que certas formações
rochosas rodavam nos seus eixos, voltando imediatamente e sempre, à sua
posição inicial, Pythales denominou este fenómeno por magnetismo.
• Hans Christian Oersted, em 1819, descobriu acidentalmente que a electricidade
produzia magnetismo.
• Em 1831, Michael Faraday, ficou conhecido como o “Pai da Electricidade”, tendo
contribuído para a Física com as leis de indução magnética de Faraday, que
estão na base de detecção de sinal em ressonância.
• Em 1911, Ernest Rutherford reconheceu o núcleo, provando as primeiras
transmutações nucleares. Thompson provou a existência dos electrões.
• A primeira experiência de R.M. efectuou- se quando Rabi, em 1939, determinou
com precisão os momentos angulares de vários núcleos, colocando as amostras
a estudar num campo magnético.
• Em 1946, Block e Purcell desenvolveram os princípios da R.M., princípios estes
que lhes valeu, em 1952, um prémio Nobel da Física.
• Em 1951, Gadillard, demonstrou que era potencialmente possível obter
localizações espaciais com a R.M.

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• Raymond Damadian (1970), alterou o mundo da medicina por imagem ao


afirmar que ia construir um “scanner” para obter imagens de todo o corpo
humano.

• Datam de 1973 as primeiras publicações por Lauterbur, relativas à localização


espacial e à técnica de reconstrução projectiva por R.M. denominada então de
zeumatografia.

• É desenvolvido o primeiro protótipo de um magneto, em 1975, com fins


comerciais.
• A primeira imagem axial em densidade protônica foi adquirida a 3 de Julho de
1977 e demorou 4h e 45m a ser adquirida.
• A primeira imagem craniana é obtida por Hanckes, em 1979.
• A R.M.N. foi ganhando aceitação, tornando- se num método de imagem de
eleição para o sistema nervoso central e outras regiões do corpo humano.
• A partir dos anos 80 este método é conhecido, universalmente, como Imagens
por R.M. e surgiram os primeiros estudos clínicos na literatura.
• Em 2003 foi atribuído ao americano Paul Lauterbur e ao britânico Sir Peter
Mansfield o Prémio Nobel da Medicina pelas suas descobertas em imagiologia
da ressonância magnética. Os laureados fizeram descobertas decisivas sobre as
possibilidades de utilizar a R.M. para visualizar estruturas que permitem obter
melhores imagens dos órgãos internos do homem. «Estas descobertas
resultaram na criação da câmara magnética moderna, da tomografia por R.M.,
que representa um grande avanço para a medicina e para a pesquisa médica»
disse a Assembleia Nacional do Instituto Karolinska que é responsável pela a
atribuição do prémio.
«A imagem por R.M. é hoje uma prática corrente nos hospitais. A cada ano,
mais de 60 milhões de exames no mundo inteiro são feitos por este método e a
tecnologia neste campo continua a desenvolver- se rapidamente», acrescentou
a assembleia.

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EQUIPAMENTO

A aplicação do princípio de Ressonância Magnética (RM) requer uma enorme


“colecção” de equipamentos. Os componentes de um sistema de RM são:
• Magnetos (Resistivo, Supercondutor ou Permanente);
• Bobinas de Gradiente (electroímans);
• Bobinas de Radiofrequência (RF);
• Sistema de suporte electrónico;
• Conversor analógico/ digital;
• Sistema de representação de imagem.

Magnetos:
Os magnetos produzem um potente campo magnético estático (intensidade constante).
Existem três tipos de magnetos utilizados em RM, não significando que um seja
inerentemente superior a outro, mas cada um possui as suas próprias características
peculiares. Estes tipos de magnetos têm em comum o facto de serem produtores de
um campo magnético (medido em unidades Tesla).
Antes de se prosseguir com uma breve explicação acerca de cada um dos magnetos
(na qual também se refere vantagens e desvantagens de cada tipo de magneto), é
importante referir como se produz um campo magnético.

Produção de um campo magnético:


- O campo magnético é produzido pelo movimento das cargas eléctricas;
- Várias espiras de fios condutores transportam a corrente gerando o campo;
- A resistência criada pelos fios condutores aquando a passagem de corrente eléctrica
provoca o seu constante decaimento.

Magneto Resistivo (campos electromagnéticos ate 0,3Tesla)


Este tipo de magneto funciona segundo o princípio electromagneto, segundo o qual um
campo magnético pode ser criado pela passagem de corrente eléctrica através de
espiras de fio eléctrico. Os magnetos resistivos exigem grandes quantidades de força
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Dossier de Estágio

eléctrica, com o objectivo de fornecer altas correntes indispensáveis para a produção


de campos magnéticos de grande intensidade.
No entanto, as elevadas correntes eléctricas produzem calor que deve ser dissipado
por um sistema de arrefecimento de água. Este calor é produzido pela resistência
oferecida do fio ao fluxo de electricidade. Este tipo de magneto pode ligar-se e desligar-
se num botão, aumentando assim a segurança.

Magnetos Supercondutores (campos ate 2T) – os mais utilizados.


O magneto supercondutor, tal como o magneto resistivo, também segue o princípio do
electromagneto. Tem como propriedade importante, a supercondutividade (propriedade
demonstrada por alguns materiais a temperaturas muito baixas). Um material que é
supercondutor é aquele que perdeu toda a resistência à corrente eléctrica, e quando
isso acontece, correntes eléctricas muito elevadas podem ser mantidas quase sem o
uso de energia eléctrica.
No entanto, a resistência dos fios eléctricos do magneto faz com que haja um
decaimento constante da corrente. Para atenuar este problema, o fio é rodeado por um
líquido super-refrigerador (criogénio, tal como o hélio liquido e o nitrogénio liquido), que
irá baixar a temperatura provocando uma diminuição da resistência, visto que a
supercondutividade acontece somente a temperaturas extremamente baixas.

Magnetos Permanentes (campos até 0,3T)


Os elevados custos operacionais (energia eléctrica e o elevado preço de manutenção)
referente aos outros dois tipos de magnetos, não são necessários no sistema de
magneto permanente. O magneto permanente, consiste essencialmente num material
que foi magnetizado com o objectivo de não perder o seu campo magnético.

Bobinas de Gradiente:
Além dos potentes magnetos, um importante componente no sistema de RM é as
bobinas de gradiente que são campos magnéticos adicionais. Os gradientes são mais
fracos que os campos magnéticos, e podem ser produzidos por bobinas de fio
relativamente simples, permitindo que o computador determine a localização espacial
do paciente nas três direcções: X, Y e Z, sendo por isso denominadas de bobinas de

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Dossier de Estágio

gradiente X, Y e Z. Por esta razão é que a RM se diz ser uma técnica multiplanar, ou
seja, mediante o ajuste electrónico da quantidade de corrente nestas bobinas, é
possível obter um gradiente em qualquer direcção, assim quanto mais potentes os
gradientes, mais rápido o tempo de aquisição e melhor a qualidade de imagem.

Bobinas de Radiofrequência (RF):


As bobinas de radiofrequência (RF) são também conhecidas como bobinas de
“emissão e recepção” de sinal, em que há produção de um sinal de radiofrequência
transmitido ao paciente, e recepção do sinal de RF emitido pelo paciente. Este sinal é
transformado em imagem pelo conversor analógico/digital.
Existem várias bobinas de RF, existem as encerradas no gantry (não sendo por isso
visíveis), as bobinas de volume, as de superfície, as de varrimento de fase e de
quadratura… A própria mesa sobre a qual o paciente está deitado, é uma bobina e
além destas existe também as bobinas endocavitárias, especializadas para a
realização de exames da próstata, recto e útero.
As bobinas de RF estão directamente relacionadas com a qualidade de imagem em
RM.

Bobinas de volume
As bobinas de volume circundam a parte a examinar, é um exemplo a bobina de
volume para o crânio. Devido à sua forma, as bobinas de
volume permitem obter um campo de RF uniforme,
proporcionando uma imagem com intensidade

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Dossier de Estágio

homogénea em todo o seu plano de corte. As bobinas de volume são normalmente de


transmissão/recepção, podendo ser rígidas ou flexíveis.

Bobinas de Superfície
Este tipo de bobina é colocada junto à área a examinar, sendo usadas geralmente para
a visualização de estruturas mais superficiais ou estruturas de
reduzida espessura. Estas bobinas tem uma boa relação
sinal/ruído permitindo efectuar imagens com óptima resolução
espacial e uma grande definição entre os tecidos. Tem como
desvantagem a perca rápida da uniformidade de sinal nas estruturas que estão mais
afastadas da bobina. É um exemplo a bobina de superfície para o ombro.

Bobinas de varrimento de fase (phased array)


Estas bobinas consistem em múltiplas bobinas de superfície com diferentes receptores
agrupados juntos. Cada bobina é independente de outra e tem o seu próprio receptor
que permite um grande campo de cobertura e visualização de uma maior área
anatómica. O sinal de cada receptor é transformado separadamente sendo
reconstruída uma única imagem composta. Estas bobinas têm uma boa relação
sinal/ruído e são usadas para estudos da coluna vertebral, da pélvis, tórax, abdómen e
da mama.

Bobinas de quadratura
As bobinas de quadratura recebem sinal tanto na direcção X como na direcção Y, e
contêm pelo menos duas espiras de fio metálico. A grande vantagem das bobinas de
quadratura é o facto de aumentarem a relação sinal/ruído em 41%. Estas bobinas
podem ser também emissoras/receptoras.

Sistema de suporte electrónico:

1- Suprimento de energia

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A função do suprimento de energia é o fornecimento de voltagem e corrente para todas


as partes do sistema de RM (bobinas de gradiente, sistema de resfriamento, magnetos
e computador). O uso desta energia varia consoante o sistema de RM, assim, em
sistemas de magneto permanente, as necessidades de resfriamento e magneto são
mínimas (consumo de energia aproximadamente 25 Kilowatts), comparadas com o
fornecimento de carga mais pesada em sistemas de magnetos resistivos (consumo de
energia de aproximadamente mais de 150 Kilowatts).
2- Transmissor e receptor de RF
A segunda parte, o transmissor e receptor de RF, envia os pulsos de onda de rádio
para o paciente e recebe os sinais de RM do paciente (as bobinas de RF descritas
anteriormente fazem parte deste sistema).
O transmissor de RF contém amplificadores que aumentam a intensidade dos sinais de
RF fracos recebidos do paciente dentro do magneto.

Conversor analógico/digital:
O conversor analógico/digital, componente fundamental da unidade de RM, converte o
sinal em imagem. Este processa informações de todas as partes do sistema RM e
reconstrói a imagem do paciente.

Sistema de representação de imagem:


O sistema de representação de imagem, permite ao
técnico de radiologia visualizar as imagens obtidas. Ao
sistema de representação de imagem está acoplado uma
consola que permite seleccionar sequências de pulso,
alternar o brilho e contraste de imagens, em suma,
ajustar uma série de parâmetro.

Parâmetros de Imagem

Contraste do objecto:

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O contraste na RM é originado a partir de relação entre opções dependentes do


operador discutidas previamente e factores tecidulares incluindo a densidade protônica,
tempos de relaxamento T1 (são os tempos que o protão demora a relaxar) e T2 (é uma
sequência de pulsos, TR longo; TE longo) e movimento tecidular como o fluxo de LCE
e sangue. Estes factores tecidulares dependem da bioquímica do tecido. Ao escolher-
se determinadas sequências de pulso, podem ser produzidas imagens que enfatizem
esses factores tecidulares e permitam a visualização do contraste observado em
imagens de RM.

Meios de contraste:
A RM atingiu o seu expoente máximo, quando se descobriu um novo meio de
contraste, que se pode aplicar nestes estudos, o Gadopentetato, Gd-DTPA, foi o
primeiro gadolínio utilizado no Homem, com a aprovação do FDA
(Food and Drugs Administration) em 1988. Com o passar do
tempo foi-se investigando mais productos, e hoje já há no
mercado português um novo meio de contraste, neutro, não
iónico, o Gadobutrol, de nome comercial Gadovist 1.0, em que a
sua principal característica é a maior concentração de gadolínio por volume,
aumentando assim o efeito de susceptibilidade magnética, sobretudo em sequências
T1.
O contraste provoca a alteração do sinal dos tecidos no tempo, que vai ser analisado
para medir a hemodinâmica. A dose administrada é muito importante, dado que
maiores doses provocam maiores alterações do sinal, e por sua vez correspondem
melhores imagens de perfusão.
A quantidade a administrar de contraste é variável com o peso do paciente e pode
estar compreendida entre os 0,05 e 0,4 mmol/kg. Para efectuar a injecção deverá
utilizar-se um injector de contraste automático, de maneira a manter uma elevada
concentração de contraste, com um fluxo constante ao longo do tempo, permitindo
uma melhor medição do volume sanguíneo.

Imagens em densidade protônica:

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Estas imagens são uma sequência de pulso utilizando uma combinação de TR longo e
TE curto (TR de 2000 ms e TE de 20-30 ms) que produz imagens com contraste
resultante da densidade protônica (também se chama densidade spin), sendo
diminuídos os efeitos de contraste devido ao relaxamento T1 e T2. O uso de
sequências de pulso com graus variáveis de ponderação em T1 e T2 ajuda a identificar
a anatomia e a patologia.

Imagens ponderadas em T1:


Afim de maximizar a diferença na intensidade de sinal baseada em tempos de
relaxamento T1, o TR na sequência de pulso é encurtado. Uma sequência de TR e TE
curtos produz uma imagem ponderada em T1 (TR de 350- 800ms e TE de 30ms ou
menos). Isso permite que estruturas com tempos de relaxamento T1 curtos sejam
brilhantes (gordura e líquidos proteinogénicos) e estruturas com T1 longo sejam
escuras (neoplasia, edema, inflamação, liquido puro e LCE). Um aspecto a ser
lembrado com imagem ponderada em T1 é que como o TR está encurtado, a razão
entre sinal e ruído diminui.

Imagens ponderadas em T2:


A imagem em T2 emprega uma sequência de pulso de TR longo e TE curto (TR de
2000ms e TE de 60-80ms). Quando o TE é aumentado, o contraste T2 aumenta,
entretanto, a razão sinal/ruído geral diminui. As estruturas na imagem ponderada em
T2 mostrarão inversão do contraste em relação ás estruturas na imagem ponderada
em T1. As estruturas com T2 longo apresentam-se brilhantes (neoplasia, edema,
inflamação, liquido puro e LCE). As estruturas com T2 curto apresentam-se escuras
(estruturas com ferro como produtos de decomposição do sangue).

Técnicas de redução de movimento:


Quando o movimento causa problemas que resultam em alterações do sinal,
denomina-se artefactos de movimento.
Existem recursos de software que compensam os artefactos relacionados ao
movimento e ao fluxo, mas entretanto, geralmente estes exigem maiores tempos de

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exame. Estas técnicas incluem calculo da média de sinais, codificação de fase


reordenada, anulação do momento de gradiente e pré-saturação, podendo estas serem
usadas individualmente ou em combinação. Outra técnica usada para reduzir
problemas relacionados ao movimento é a monitorização fisiológica. Também a
monitorização respiratória emprega foles colocados ao redor do tórax do paciente, que
são usados para deflagrar a aquisição de dados pelas respirações do paciente ou
apenas para aceitar dados adquiridos durante uma determinada fase do ciclo
respiratório. O fluxo arterial pulsátil (movimento relacionado com o movimento
cardíaco) e as pulsações do LCE podem ser reduzidos mediante sincronização da
sequência de RM com o ciclo cardíaco, denomina-se isso por monitorização cardíaca.

Técnicas de imagem rápida:


As técnicas de imagem continuam-se a desenvolver, mas as mais usadas são a
gradiente eco e spin- eco rápida.
A técnica gradiente eco utiliza um único pulso de excitação de RF (10º-90º), e o eco é
produzido por inversão do gradiente do campo e não por um pulso de RF a 180º usado
em imagem em spin-eco convencional. Esta técnica permite variações na sequência de
pulso e pode ser manipulada para atingir ponderação em T1, T2 e densidade protônica.
A técnica spin-eco rápida é semelhante à sequência de pulso, mas em tempos de
exame consideravelmente menores. No spin-eco rápida o tempo de exame é reduzido
realizando-se mais de uma etapa codificadora de fase por TR, e assim, os dados são
adquiridos em menos tempo. A redução do tempo de exame é proporcional ao número
de etapas codificadoras de fase realizadas durante o TR. O contraste é semelhante ás
aquisições spin-eco convencionais, no entanto, a gordura permanece brilhante em
imagens ponderadas T2. Isso frequentemente é compensado acrescentando-se
técnicas de supressão de gordura. A imagem eco planar é o método de imagem mais
rápido que se encontra ao nosso dispor, tal método foi-nos dado a conhecer por
Mansfield.
As vantagens do uso de técnicas de imagem rápida são tempo de aquisição rápido,
TAE e artefactos de movimento reduzidos.

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Dossier de Estágio

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA IMAGEM


Em ressonância existem quatro principais relações que determinam a qualidade das
imagens, que são elas:
- Relação Sinal-Ruído (RSR)
- Relação Contraste-Ruído (RCR)
- Resolução Espacial
- Tempo de Exame

Relação Sinal-Ruído

Sinal – O sinal pode ser definido como a voltagem induzida na bobine receptora. Este
depende de vários factores, e aumenta ou diminui em relação ao ruído.
Ruído – É gerado pelo próprio paciente, mais, o ruído intrínseco do aparelho (ruído
eléctrico).

A relação sinal-ruído é afectada por diversos factores são eles: a densidade protónica
(DP) quantidade de protões; o volume do voxel (espessura do corte), tempo de
repetição (TR) intervalo de tempo duma sequência entre o inicio do pulso de excitação
e o inicio do pulso seguinte; tempo de eco (TE) intervalo de tempo duma sequência
entre o inicio do pulso de 90; e o meio do registo do eco de spin; correspondendo ao
pico de intensidade máxima de sinal; ângulo de inclinação (FA) ângulo que controla a
magnitude transversal; NEX (controla a quantidade de dados que são armazenados em
cada linha do espaço K); a largura de banda (quantidade de ruído presente na
amostra); e o tipo de bobine.
Para se obter imagens de qualidade, a RSR deve ser a mais alta possível, sendo para
isso necessário a conjugação de todos os parâmetros acima descritos. Então para se
elevar essa relação terá de se usar sequências SE sempre que possível; tentar não
usar TR curtos e TE muito longos; usar a bobine apropriada ao exame; usar uma matriz
grosseira; utilização FOV grandes; seleccionar cortes grossos; e usar tantos NEX
quanto possível.

Relação Contraste-Ruído

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A RCR é provavelmente o factor que mais afecta a qualidade da imagem pois,


determina directamente a capacidade dos olhos em distinguir áreas de sinal intenso de
áreas de sinal mais fraco.
A RCR é controlada pelos mesmos factores que afectam a RSR, e pode-se dizer que é
a diferença de RSR entre duas áreas adjacentes. No T2 a RSR é menor que em
imagens T1 (devido ao TE longo), mas a RCR é maior pois distingue-se melhores
áreas tumorais (tem aumento de sinal) das áreas circundantes. O objectivo do
contraste é aumentar RCR entre patologia (intensifica) e tecido são.

Resolução Espacial
Resolução espacial é a capacidade de distinguir 2 pontos distintos, sendo determinada
pelo tamanho do voxel. Um voxel pequeno, dá uma boa resolução espacial onde
estruturas pequenas são facilmente diferenciadas, por outro lado um voxel grande dá
uma má resolução espacial onde pequenas estruturas não são tão bem analisadas (ao
utilizar-se grandes voxels faz-se uma média dos sinais o que faz com que haja um
aumento do volume parcial).
O tamanho do voxel é alterado pela espessura dos cortes (cortes mais finos têm maior
resolução espacial e cortes mais grossos têm menor resolução espacial); é alterado
pelo FOV (grandes FOV, aumento da área dos pixels, logo redução da resolução
espacial); tamanho do pixel (pixel pequeno à um aumento da resolução espacial, logo
existe uma maior capacidade em distinguir 2 estruturas próximas uma da outra).
Para se conseguir uma imagem de qualidade, deve-se obter uma resolução espacial
óptima que se consegue, seleccionando o corte mais fino possível, utilizar matrizes
finas, usar FOV pequenos, e sempre que possível seleccionar o FOV rectangular.

Tempo de exame
O tempo de exame é o tempo necessário para se completar a aquisição dos dados.
Longos tempos dão a possibilidade de o doente se mover degradando a imagem.
Existem diversos factores que afectam o tempo de aquisição da imagem que são: o
tempo de repetição (aumento do TR, aumento do tempo de aquisição); nº de
codificações de fase é outro factor que vai alterar o tempo (determina o número de
linhas preenchidas no espaço K, e quanto maior o número maior o tempo de

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-182


Dossier de Estágio

aquisição); NEX é outro factor que quanto maior, maior é o tempo de aquisição). Com a
conjugação destes parâmetros todos se quisermos reduzir o tempo de exame é
necessário, utilizar o TR o mais curto possível, seleccionar a matriz mais grosseira que
for possível, reduzir os NEX ao mínimo.
Em RM tem de se jogar com todos os parâmetros, e adapta-los ao que queremos
estudar. O ideal numa imagem é ter a RSR elevada, uma boa RE e ser adquirida o
mais rapidamente possível, mas raramente é possível pois ao aumentar-se um factor
reduz-se inevitavelmente outro, logo, se queremos uma imagem com muita qualidade
já sabe-mos que vamos aumentar o tempo de exame, e vice-versa, assim à que
ponderar sempre as escolhas feitas de modo a ter sempre benefícios na imagem. As
decisões tomadas vão depender da área a ser estudada, condições e cooperação do
paciente e a patologia presente.

REALIZAÇÃO DO EXAME
A execução do exame varia consoante o equipamento utilizado. No entanto existem
regras de procedimento que podem ser aplicadas à maior parte dos exames em RM.

Regras de procedimento:
• Identificar o orgão a examinar
• Efectuar o interrogatório e preparo do doente
• Identificar o doente (nome, idade, nº do exame, peso, posição no magneto,
antena...)
• Escolha da bobine a usar
• Posicionamento do doente em função da região a estudar e escolha do plano de
referência
• Verificar o conforto do doente
• Ligação do sistema de sincronização cardíaca e/ou respiratório se necessário
• Centragem e realização de um corte ou de uma série de cortes, dependendo da
patologia e localização da lesão
• Escolha da ponderação de cada sequência e respectivos parâmetros de modo a
obter-se a melhor imagem possível no menor tempo possível

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Dossier de Estágio

• Calibração do aparelho em função da antena e do orgão a examinar


• Aquisição do topograma
• Escolha de ponderação e selecção da sequência
• Injecção de contraste paramagnético
• Visualização, formatação e reprodução das imagens
• Leitura e análise das imagens
• Arquivo

Antes do dia do exame:


A marcação deve ser feita com um atendimento personalizado, sendo colhida uma
história completa do paciente e onde é fornecido ao paciente um impresso com as
informações necessárias antes do exame em preparo para responder ás dúvidas que
surgirão. O paciente é questionado quanto ás histórias cirúrgico, acidental e
ocupacional. Pois se por exemplo um implante for desconhecido, pode ser necessário
adiar o exame até que possa ser obtida uma descrição exacta, ou até mesmo muitas
próteses de membros que são magnéticas e que devem ser removidas antes de entrar
na sala de exame. São detalhes com um impacto na qualidade do exame. O paciente
deverá ser informado que no dia do exame terá de se fazer acompanhar dos exames
realizados anteriormente, sejam eles R.M, T.C., ecografias ou radiografias.

Durante o exame:
A abertura do magneto (gantry) pode ser um espaço muito estreito e limitado, e alguns
pacientes com tendências claustrofóbicas podem sentir-se ansiosos ou até mesmo
assustados com isso. Deve-se por isso dar grande importância aos seguintes factores:
comunicação constante com o doente; o conforto e monitorização deste. O estado em
que se encontra cada doente deve indicar da sua necessidade.

Depois do exame:
Depois do exame concluído, se o doente solicitar, o técnico deve perder alguns
minutos a responder a algumas perguntas, mas sem revelar o diagnóstico do exame.
Finalmente deverá indicar a data em que o exame estará disponível.

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INDICAÇÕES E CONTRA- INDICAÇÕES EM RM

Principais indicações:
• Estudo de doenças cardiovasculares, possibilitando o estudo funcional do
coração através de sequências em modo de cinema (Cine Mode);
• Estudo de doenças desmielinizantes, sendo o único método de diagnóstico por
imagem para o estudo da esclerose múltipla (FLAIR);
• Estudo do sistema nervoso central – crânio e neuro eixo, medula – avaliação e
realização entre conteúdo e continente meningo-nervoso;
• Estudo das patologias osteoarticulares, particularmente do tecido aponevrótico,
meniscal e ligamentar;
• Estudo da patologia tumural para avaliação morfológica, topográfica e
semiológica.

Principais contra – indicações:


• Doentes com Pacemakers;
• Implantes cocleares;
• Corpos estranhos intra – orbitários;
• Alguns clipes aneurismáticos intracranianos.

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA


As condições de segurança para o técnico, para o paciente e para a
equipa de trabalho devem ser reconhecidas, pois durante um exame de
R.M., os pacientes, bem como os membros da equipa de trabalho na área
imediata, são expostos a campos magnéticos estáticos, induzidos por
gradientes, que são variáveis com o tempo, e de radiofrequência (RF).
Nas considerações básicas de segurança destacamos o risco potencial de projécteis. A
força do campo magnético dum sistema de R.M. é capaz de atrair objectos

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ferromagnéticos a grandes velocidades em direcção ao centro do magneto, podendo


transformá- los em projécteis, fazendo um efeito míssil.
Assim, alguns dos objectos que não podem ser levados para dentro das salas de R.M.
são: Relógios; Telemóveis; Jóias; Isqueiros; Chaves; Ganchos; Clipes:; Canetas;
Aparelhos de audição; Pacemakers; Tesouras; Macas; Cadeiras de rodas;
Estetoscópios;Placas ou parafusos; Cartões magnéticos; etc...
Para além do risco potencial de projécteis, também é necessário para a segurança de
todos, o uso de protecções auriculares, pois o ruído dentro e á entrada do túnel do
magneto é muito elevado.
Os cabos da bobina não devem estar enrolados ou sobrepostos e evitar o contacto
directo com o paciente, pois estes estão quentes devido ao seu aquecimento.

VANTAGENS E LIMITAÇÕES EM RM

Principais vantagens:
• Método não invasivo;
• Sensibilidade diagnóstica que se traduz numa melhor definição anatómica;
• Método multiplanar, porque permite realizar exames nos planos axial, sagital,
coronal e com obliquidade, sem movimentar o doente;
• Procedimentos de obtenção da imagem são não invasivos comparados com
outros métodos de estudo por imagem;
• Não utiliza radiação x
• Excelente resolução de contraste.

Principais limitações:
• Doentes com próteses dentárias fixas,
• Doentes não colaborantes por situações de coma,
• Doentes com claustrofobia (esta limitação tende a diminuir com os novos
equipamentos de magneto aberto),
• Obesidade extrema (peso superior a 135 Kg);
• Custos elevados.

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ARTEFACTOS EM RM
Artefactos são sinais parasitas que se traduzem por falsas imagens.

Tipos de artefactos:
• Artefactos de movimento: podem ser provocados por movimentos
respiratórios, de fluxo sanguíneo, batimento cardíaco ou má colocação do
doente, entre outros.

• Artefactos metálicos: traduzem-se por deformação de estruturas que lhe são


visinhas. São exemplos destes, próteses,maquilhagem, clipes, etc.

• Artefactos de susceptilidade magnética: é a capacidade que determinadas


substâncias têm para ser magnetizadas, provocando perda de sinal ou
deformação. São difíceis de combater pois são criados pelas diferenças de
susceptibilidade magnética: ar-gordura e ar-água.

• Artefactos do homogeneidade do brilho de imagem: a variação do brilho da


imagem deve-se à desigualdade na espessura dos cortes, produzindo uma má
qualidade do gradiente de selecção ou a não homogeneidade do campo
magnético ou ainda inadaptação dos filtros de frequência.

• Artefactos de “overflow”: traduz-se por imagens de aparência não uniforme,


sem nitidez de contornos, de aspecto esborratado, cinzentas.

• Artefactos em espelho: traduz-se na projecção dum lado da imagem das


estruturas situadas do outro lado da imagem.

• Devio químico: originado pela diferenciação de ressonância entre os protões de


água e de gordura, traduz-se por uma imagem de bordo intenso de um lado e
sombra do outro lado, ao longo das estruturas gordas.

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• Parasitas de R.F.: são frequências utilizadas em radiodifusão ou televisão, e


pelo uso destes aparelhos no departamento de R.M., entram na sala e
interferem com sinal emitido pelo doente.

Exposição do Caso Clínico - neurorradiologia

Caracterização do Paciente
Paciente do sexo masculino, caucasiano, de 46 anos de idade, com uma requisição de
RM Crânio – Encefálica. Este indivíduo recorreu a este método de diagnóstico afim de
confirmar o diagnóstico obtido anteriormente pela Tomografia Computorizada de
acidente vascular cerebral.
No final do exame de R.M. conclui-se que as alterações cerebrais não traduziam um
acidente vascular cerebral mas sim esclerose múltipla.

Breves noções sobre Esclerose Múltipla


Esclerose Múltipla é uma doença do Sistema Nervoso Central, lentamente progressiva,
que se caracteriza por placas disseminadas de desmielinização (perda da substância -
mielina - que envolve os nervos) no crânio e espinal medula, dando lugar a sintomas e
sinais neurológicos sumamente variados e múltiplos, às vezes com remissões, outras
com exacerbações, tornando o diagnóstico, o prognóstico e a eficiência dos
medicamentos discutíveis.
Não existem causas conhecidas para a EM, entretanto estudam-se causas do tipo
anomalias imunológicas, infecção produzida por um vírus latente ou lento e mielinólise
por enzimas.
Os pacientes referem problemas visuais, distúrbios da linguagem, da marcha, do
equilíbrio, da força, fraqueza transitória no início da doença, em uma ou mais

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extremidades, dormências, com períodos às vezes de melhoras e pioras, sendo que


quando predomina na medula, as manifestações motoras, sensitivas e esfincterianas
se encontram geralmente presentes, existindo raramente dor.
O diagnóstico possível e provável dependerá da experiência do neurologista que,
auxiliado por exames clínicos pertinentes, tais como: Ressonância Magnética, líquido
cefalorraquidiano, potenciais evocados e outros, chegará ao diagnóstico definitivo, sem
praticamente precisar do exame anátomo-patológico.

Diferenças entre TC e RM na avaliação da Esclerose Múltipla


A imagem por RM é um método de diagnóstico radiológico que resulta da interacção da
energia das ondas de RF com determinados núcleos atómicos na presença de um
campo magnético estático, enquanto que, na TC a imagem expressa apenas a
atenuação linear dos raios X pelos diferentes tecidos, devido à sua interacção com a
nuvem electrónica dos átomos.
Conhecendo o modo como são obtidas as imagens por TC e por RM não é de
estranhar que o melhor meio para diagnóstico de EM seja mesmo a RM.
Esta, permite avaliar com maior precisão e maior definição os diferentes tipos de
tecido, e neste caso concreto o sistema nervoso central e mesmo lesões a nível do
nervo óptico (muito comum em casos de EM).
A TC também auxilia, podendo evidenciar sinais de atrofia, localizada geralmente na
região periventricular e áreas de hipodensidade na substância branca. No entanto, a
TC não consegue ter a precisão da RM uma vez que, como a TC se baseia no grau de
absorção dos raios X pelos diferentes tecidos, e como a desmielinização nos primeiros
tempos é mínima, não é possível obter tradução radiológica pela TC uma vez que ela
não tem grande definição.
Isto só é possível pela RM dado que, esta técnica depende (como referido
anteriormente) do número de núcleos de hidrogénio dos diferentes tecidos. Assim,
bastam pequenas alterações na quantidade de hidrogénio dos tecidos para serem
detectadas alterações de sinal com tradução radiológica.
Além disto, a RM mensura os níveis de NAA (N – Acetil- Aspartato), correlacionando a
redução do NAA com a morte das células na cérebro e com a atrofia cerebral inerente,

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que determina a existência ou não de EM. Este tipo de informação é impossível de


obter pela TC.

Caracterização do Equipamento de RM utilizado durante o exame de RM crânio -


encefálica e enumeração do material acessório presente na sala de RM
O equipamento de RM que foi usado no exame exposto anteriormente é um GE signa
1.5 T, composto por um magneto supercondutor, campo de gradiente, campo de
radiofrequência e sistema de computador e consola de controlo de operações.
Associado a estes equipamentos esteve também um sistema de intercomunicação,
caixa de alarme, mesa de posicionamento do paciente e armários de controlo.
O sistema de computador e consola é constituído por um computador central que é
utilizado para gestão de pacientes, obtenção e armazenamento de imagens e gestão
das sequências de medição. A auxiliar este computador existe um sistema de
documentação que é constituído por uma unidade de CD – ROM, gravador de CD para
arquivar os exames realizados e uma impressora para obtenção das imagens
fotografadas em película.
Afim de facilitar a comunicação entre o TR e o paciente, existe um pequeno aparelho
de controlo de som entre a sala de RM e a sala de controlo. Este aparelho permite que
o TR possa conversar com o paciente, transmitir informações ou dar instruções sobre o
desenrolar do exame.
Associado a estes pequenos sistemas está um sistema de alarme que quando
accionado pelo paciente permite que o TR reaja imediatamente em seu auxilio.
Na sala de RM existe ainda um injector automático, carrinho de anestesia, armário de
controlo, e caixa de alarme.
A sala de RM é constituída por um sistema de blindagem supercondutora activa afim
de minimizar os efeitos do CM marginal no meio ambiente. Possui também uma
blindagem externa contra interferências.
Na realização deste exame recorreu-se também a uma bobina de RF. As Bobinas
podem ser transmissoras, receptoras ou as duas modalidades juntas numa só bobina.
Neste exame de RM Crânio – Encefálica foi utilizada uma bobina de cabeça,
transmissora e receptora de sinal de R.F. Quanto mais perto estiver a bobina da

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cabeça maior é a intensidade de sinal. No entanto, deve-se ter atenção a que a mesma
não fique em contacto com o organismo porque deste modo a imagem não terá grande
qualidade.
Além destes equipamentos existe também na sala de RM material acessório, tal como:
adesivos, álcool, algodão, agulhas, cateteres, tubos para entubação, material de
imobilização (almofadas, cunhas, rolos, correias, sacos de areia,), bobinas rígidas e
flexíveis para qualquer estrutura anatómica.

PROTOCOLO BASE PARA O ESTUDO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA


• Sagital T1 em fast spin-eco
• Axial DP+T2, T1 em fast spin-eco
• Coronal Flair
• Sagital T2
• Axial T1 e Coronal T1 com gadolinio

Exposição do Caso Clínico - radiologia

Caracterização do Paciente
Paciente do sexo masculino, , de 34 anos de idade, com uma requisição de RM Joelho
direito, para estudo de roptura do ligamento cruzado anterior.

Breves Noções sobre o ligamento cruzado anterior:


O L.C.A. é melhor observado em imagens sagitais obliquas. Este forma um ângulo de
60º com o plano tibial, apresentando-se hipointenso em todoas as sequências de pulso.
Nas imagens coronais o L.C.A apresenta-se com uma faixa curvilínea com sinal de
intensidade baixa, adjacente ao segmento horizontal do L.C.P., próximo da superfície
interna do condilo femural externo.

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As imagens axiais proximais mostram o L.C.A. achatado contra a superfície interna do


condilo femural externo.
Os sinais de roptura do L.C.A. mais frequentes são a ausência do seu trajecto, em
qualquer dos planos de imagem; intensidade de sinal aumentada dentro da substância
ligamentar; presença de um foco edematoso; presença de edema e hemorragia,
principalmente na porção proximal; deformação do L.C.P.

POSICIONAMENTO DO DOENTE:
DOENTE COLOCADO EM SUPINAÇÃO CO O JOELHO DIREITO COLOCADO NA
BOBINE DE EXTREMIDADES OU NUMA BOBINE FLEXIVEL. O
JOELHO DEVE ESTAR RODADO EXTERNAMENTE 15º A 20º PARA
FACILITAR A VISUALIZAÇÃO DO L.C.A. NAS IMAGENS SAGITAIS, E
LIGEIRAMENTE FLECTIDO PARA MELHOR ACESSO AO
COMPARTIMENTO FEMURO-PATELAR E ALINHAMENTO PATELAR.

PROTOCOLO BASE PARA O ESTUDO DE JOELHO

• Axial T2*, GE LOC


• Coronal OBL. T1 SE
• Coronal OBL. T2*, GE
• Sagital OBL.DP/T2 SE

O melhor plano para demonstrar o L.C.A. é o Sagital e a melhor sequência de pulso é o


SE T2 ou o GE T2*

Seqências Próprias para o Estudo do L.C.A:

• Sagital OBL T1 SE Finos


• Sagital 3D SPGR

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• Ponderações T2 ou T2* para diferenciar edema de hemorragia.

Conclusão

Em suma, o aparecimento desta valência (RM), permitiu visualizar tecidos que até à
data não seriam possíveis, no entanto a RM é uma modalidade que envolve bastantes
custos.
Como resultado da contenção de gastos no sistema de saúde, a RM não crescerá com
tanta rapidez como poderia faze-lo noutras circunstâncias, porém, a RM terá que
competir com outras técnicas para encontrar o seu estatuto dentro do campo de
diagnóstico por imagem, apesar de tudo é certo que a RM é a valência de eleição em
muitas situações clínicas. As suas aplicações continuam a aumentar em parte graças à
grande flexibilidade da técnica. É possível programar no computador novas sequências
de pulso e estar-se estudando novos agentes de contraste a fim de obter mais
informação sobre a anatomia e a patologia sem necessidade de grandes gastos na
troca da estrutura física dos dispositivos de visualização, sendo assim, a “contenção de
gastos”, é pois mínima, e o papel que a RM tem no campo da radiologia diagnostica é
crescente.

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TAC:

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TC multicorte, GE Lightspeed

NEURORRADIOLOGIA

1 - Estudo Crânio- Encefálico

Os princípios básicos de posicionamento do crânio em radiologia convencional também


são aplicados em TC. Para qualquer TC do crânio a não rotação e a não inclinação da
cabeça são características importantes, para que desta forma qualquer assimetria
patológica possa ser detectada com eficácia e veracidade.

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Os métodos de TC e as rotinas especificas para a TC de crânio podem variar


dependendo das preferências do médico Radiologista, dos técnicos de radiologia ou
dos protocolos dos serviços, desta forma não existem protocolos estáticos.

No serviço de Neurorradiologia do HGO (Hospital Garcia da Orta) é aplicado o seguinte


protocolo para TC do crânio:

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o
exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução
do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do tragus em
termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano
transversal. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível
entre o lado direito e esquerdo.

b) Cortes Coronais (em situações excepcionais, permitem um bom estudo do


pavimento e tecto das órbitas, pavimento selar, base do crânio, etc.):
- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em
hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O
crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito
e esquerdo.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato
auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 90º (preferencialmente também a 0º), com 200 mm (start


location: Superior 150; Inferior 50); Head first; SFOV Head;

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- Planos de corte axiais paralelos à Linha Orbito-meatal, espessura de 2,5 mm com


incremento de 2,5 mm na fossa posterior (120 kV, 200 mA) e espessura de 7,5 mm
com incremento de 7,5 mm na zona supra-tentorial (120 kV, 150 mA);
- Planos de corte coronais perpendiculares à Linha Orbito-meatal, apanhando a
totalidade do crânio.
- Filtro standard (boa relação resolução de densidade/resolução espacial)
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo
o plano orbito-metal.
- Injecção de produto de contraste iodado efectuada quando a sintomatologia ou a
patologia do paciente o exigirem (patologias tumorais, pesquisa de metástases,
patologias vasculares, etc.)
- No caso de pesquisa de metástases deve-se fotografar as imagens com filtro Bone
para melhor visualização.

2 – ÓRBITAS

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o
exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução
do mesmo. A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do
tragus em termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano
transversal. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível
entre o lado direito e esquerdo.

b) Cortes Coronais:
- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em
hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

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Dossier de Estágio

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito
e esquerdo.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato
auditivo externo ou mais adiante no tragus.

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 90º e a 0º, com 200 mm (start location: Superior 150; Inferior
50) 120 kV, 80 mA; Head first; SFOV Head;
- Planos de corte axiais paralelos ao pavimento da Órbita, espessura de 2,5 mm com
incremento de 2,5 mm desde o fim da fossa posterior até à zona supra-tentorial (120
kV, 180 mA);
- Planos de corte coronais perpendiculares ao pavimento da Órbita, apanhando a
totalidade da cavidade orbitária.
- Filtro standard (boa relação resolução de densidade/resolução espacial)/Bone Plus
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo
o pavimento da órbita.

3 – SEIOS PERINASAIS

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o
exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução
do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A
centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do tragus em
termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano
transversal. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível
entre o lado direito e esquerdo.

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b) Cortes Coronais:
- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em
hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O
crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito
e esquerdo.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato
auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10mA) e 90º (120 kV, 80 mA), com 200 mm (start location:
Superior 150; Inferior 50); Head first; SFOV Head;
- Planos de corte axiais paralelos ao palato duro, espessura de 3,75 mm com
incremento de 3,75 mm desde ligeiramente abaixo do palato duro até ao final dos
seios frontais (140 kV, 150 mA);
- Planos de corte coronais perpendiculares ao palato duro, espessura de 2,5 mm com
incremento de 2,5 mm desde o início do seio esfenoidal até ao final do seio frontal;
- Filtro Bone;
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo
o plano do palato duro.

4 – OUVIDO MÉDIO

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os braços ao longo do corpo. É lhe explicado o exame
pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução do
mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A centragem
do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito coronalmente na zona do tragus e

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Dossier de Estágio

ao nível dos rebordos orbitários inferiores transversalmente. O crânio deve estar com
um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito e esquerdo.

b) Cortes Coronais:
- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em
hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O
crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito
e esquerdo.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato
auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º e 0º (120 kV, 10 mA), com 200 mm (start location: Superior 150;
Inferior 50); Head first; SFOV Head
- Planos de corte axiais paralelos à Linha Infra-Orbitomeatal, espessura de 0,625 mm
com incremento de 0,625 mm no conduto auditivo externo (140 kV, 150 mA);
- Planos de corte coronais perpendiculares à Linha Infra-Orbitomeatal no conduto
auditivo externo;
- Filtro Bone (alta resolução espacial)
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo
o plano Infra-Orbitomeatal.

5 – OUVIDO INTERNO

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais (estudo de síndrome vertiginoso, ângulos ponto-cerebelosos, condutos


auditivos internos):

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Dossier de Estágio

- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a


cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o
exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução
do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A
centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito coronalmente na zona
do tragus e ao nível dos rebordos orbitários inferiores transversalmente. O crânio deve
estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito e esquerdo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º e 0º (120 kV, 10 mA), com 200 mm (start location: Superior 150;
Inferior 50); Head first; SFOV Head
- Planos de corte axiais paralelos à Linha Infra-Orbitomeatal, espessura de 2,5 mm
com incremento de 2,5 mm na fossa posterior, de 1 mm no conduto auditivo externo,
2,2 mm no final da fossa, 7,5 mm na zona supra-tentorial (140 kV, 150 mA);
- Filtro Bone (alta resolução espacial)
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo
o plano Infra-Orbitomeatal.
- Exame efectuado antes e após injecção de contraste I.V.

6 - FACE (PESCOÇO TECIDOS MOLES)

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o
exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução
do mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora. A
centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito na zona do tragus em

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-202


Dossier de Estágio

termos do plano sagital e ao nível dos rebordos orbitários inferiores no plano


transversal, de forma a que o palato duro fique perpendicular ao plano da mesa. O
crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito
e esquerdo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º (preferencialmente também a 0º) 120 Kv, 10 mA, com 350 mm (start
location: Superior 150; Inferior 200); Head first; SFOV Head;
- Planos de corte axiais paralelos ao palato duro, aquisição helicoidal de espessura
3,75 mm com incremento de 3,75 mm desde a fossa posterior até aos ápices (120 kV,
150 mA);
- Filtro standard (boa relação resolução de densidade/resolução espacial)
- Injecção de produto de contraste iodado efectuada quando a sintomatologia ou a
patologia do paciente o exigirem (patologias tumorais, pesquisa de metástases,
patologias vasculares, etc.)
- No caso de pesquisa de metástases deve-se fotografar as imagens com filtro Bone
para melhor visualização.

7 – SELA TURCA

Posicionamento do doente:

Cortes Coronais:
- O paciente é deitado em decúbito ventral (pronação) sobre a mesa, com a cabeça em
hiperextensão e apoiando o mento no apoio de cabeça, braços ao longo do corpo. O

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Dossier de Estágio

crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o lado direito
e esquerdo.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feita a nível do meato
auditivo externo.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10mA) e 90º (120 kV, 80 mA), com 200 mm (start location:
Superior 150; Inferior 50); Head first; SFOV Head;
- Planos de corte coronais perpendiculares ao pavimento selar, espessura de 1,25 mm
com incremento de 1,25 mm desde o início do seio esfenoidal até ao final do seio
frontal (140 kV, 150 mA);
- Filtro Bone;
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte segundo
o plano do pavimento selar.
- Exame efectuado antes e após a injecção de contraste I.V.

8 – CHARNEIRA CRÂNIO VERTEBRAL

Posicionamento do doente:

a) Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os braços ao longo do corpo. É lhe explicado o exame
pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução do
mesmo, podendo se usar para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora.
A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito a meio da coluna
cervical. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o
lado direito e esquerdo.

Parâmetros técnicos:

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Dossier de Estágio

- Topograma a 0º e 90º com 260 mm (start location: Superior 200; Inferior 60); Head
first; SFOV Large;
- Planos de corte axiais paralelos aos corpos vertebrais de C3 a C0 (até á fossa
posterior), espessura de 2,5 mm com incremento de 2,5 mm (140 kV, 170 mA);
- Filtro Standard (boa resolução espacial)
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte paralelo
aos corpos vertebrais.

b) Reconstruções Multiplanares

Realizam-se reconstruções coronais e sagitais para estudo das apófises articulares


entra atlas e áxis e apófise ondontóide, e oblíquas para estudo dos buracos de
conjugação.

9 – COLUNA CERVICAL

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o
exame pedindo a sua colaboração para que não mexa a cabeça durante a execução
do mesmo,e para que estique ao máximo os seus braços para baixo para desprojectar
os ombros da imagem. A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é feito
a meio da cervical.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e 90º (120 kV, 80 mA) com 260 mm (start location:
Superior 200; Inferior 60); Head first; SFOV Large;

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Dossier de Estágio

- Planos de corte axiais paralelos aos espaços intersomáticos, espessura de 2,5 mm


com incremento de 2,5 mm desde C3/C4 a C6/C7(140 kV, 170 mA);
- Filtro Standard (boa resolução espacial);
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte paralelo
aos espaços intersomáticos respectivos.

10 – COLUNA LOMBO-SAGRADA

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando a
cabeça no apoio cranial e os braços acima da cabeça. É lhe explicado o exame
pedindo a sua colaboração para que não se mexa durante a execução do mesmo,
coloca-se um apoio radiotransparente sob os joelhos para maior estabilidade e para
reduzir a lordose lombar. A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é
feito num ponto médio entre o rebordo costal inferior e as cristas ilíacas. Deve-se
verificar sempre a angulação máxima da Gantry, baixando a mesa se necessário, para
que esta atinja os 30 º limites.

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 0º (120 kV, 10 mA) e 90º (120 kV, 80 mA) com 350 mm (start
location: Superior 200; Inferior 150); Head first; SFOV Large;
- Planos de corte axiais paralelos aos espaços intersomáticos, espessura de 2,5 mm
com incremento de 2,5 mm desde L2/L3 a L5/S1(140 kV, 180 mA);
- Filtro Standard (boa resolução espacial);
- A inclinação da Gantry permite obter a orientação correcta do plano de corte paralelo
aos espaços intersomáticos respectivos.

RADIOLOGIA

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Dossier de Estágio

1 – TÓRAX

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os
braços elevados acima da cabeça. É lhe explicado o exame pedindo a sua colaboração
para que não se mexa durante a execução do mesmo. A centragem do feixe luminoso
que determina o plano 0, é feito a nível do mento (para que quando o paciente encha o
peito de ar não haja o risco de cortar os vértices pulmonares).

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e com 450 mm (start location: Superior 0; Inferior
450); Head first; SFOV Large;
- Planos de corte axiais em modo helicoidal, espessura de 7,5 mm desde os vértices
pulmonares às supra-renais (120 kV, 200 mA);
- Filtro Standard/Chest;
- Recorre-se à injecção de contraste quando se pretende pesquisar metástases
mediastínicas (usualmente 100 cc).

2 – TÓRAX DE ALTA RESOLUÇÃO

Posicionamento do doente: Igual ao anterior

Parâmetros técnicos:

- Topograma de perfil a 0º (120 kV, 10 mA) e com 450 mm (start location: Superior 0;
Inferior 450); Head first; SFOV Large;
- Planos de corte axiais, espessura de 1,25 mm com incremento de 10 mm desde os
vértices pulmonares às supra-renais (120 kV, 200 mA);
- Filtro Standard/Chest, faz-se posteriormente reconstrução em Bone;

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Dossier de Estágio

- Utilizado para pesquisa de enfisema pulmonar, bronquiectasias, enfisema bulhoso,


metástases pulmonares, etc.

3 – ABDÓMEN

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os
braços elevados acima da cabeça. É lhe explicado o exame pedindo a sua colaboração
para que não se mexa durante a execução do mesmo. A centragem do feixe luminoso
que determina o plano 0, é feito a nível da linha intermamilar.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e com 750 mm (start location: Superior 0; Inferior
750); Head first; SFOV Large;
- Planos de corte axiais em modo helicoidal, espessura de 7,5 mm desde os ângulos
costo-frénicos às cristas ilíacas (120 kV, 145 mA);
- Filtro Standard;
- Recorre-se à injecção de contraste quando se pretende pesquisar metástases,
cálculos renais, tumores, etc. (usualmente 100 cc).

4 – PELVE

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os
braços elevados acima da cabeça. É lhe explicado o exame pedindo a sua colaboração
para que não se mexa durante a execução do mesmo. A centragem do feixe luminoso
que determina o plano 0, é feito a nível das cristas ilíacas (umbigo).

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Dossier de Estágio

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 0º (120 kV, 10 mA) e com 400 mm (start location: Superior 0; Inferior
400); Head first; SFOV Large;
- Planos de corte axiais em modo helicoidal, espessura de 7,5 mm desde os rebordos
superiores das cristas ilíacas até à sinfíse púbica (120 kV, 145 mA);
- Filtro Standard;

5 – JOELHO

Posicionamento do doente:

Cortes Axiais:
- O paciente é deitado em decúbito dorsal (supinação) sobre a mesa, colocando os
membros superiores ao longo do corpo. É lhe explicado o exame pedindo a sua
colaboração para que não se mexa durante a execução do mesmo, podendo se usar
para esse efeito uma fita adesiva imobilizadora nos tornozelos. A centragem do feixe
luminoso que determina o plano 0, é feito a nível da extremidade inferior da rótula.

Parâmetros técnicos:

- Topograma a 90º e 0º (120 kV, 10 mA), com 200 mm (start location: Superior 100;
Inferior 100); Feet first; SFOV Large
- Planos de corte axiais perpendiculares ao eixo longitudinal da perna, espessura de
2,5 mm com incremento de 2,5 mm incluindo as epífises próximais do fémur e perónio
e a epífise distal do fémur. (120 kV, 145 mA);
- Filtro Bone (alta resolução espacial)

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Caso Clínico

Indivíduo do sexo masculino de 61 anos de idade, deu entrada no serviço de


urgência do Hospital Garcia de Orta, SA, com quadro sintomatológico de acidente
vascular cerebral.

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1. Acidente Vascular Cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma doença caracterizada pelo início agudo
de um défice neurológico (diminuição da função) que persiste pelo menos durante 24
horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso
central como resultado de um distúrbio na circulação
cerebral; começa abruptamente, sendo o défice
neurológico máximo no seu início podendo progredir ao
longo do tempo.

O acidente vascular cerebral é caracterizado pela


lesão no cérebro causada por um "acidente" num dos
vasos sanguíneos que irrigam a região cerebral.

O termo ataque isquémico transitório (AIT) refere-se ao défice neurológico


transitório com duração de menos de 24 horas até total retorno à normalidade; quando
o défice dura além de 24 horas, com retorno ao normal é dito como um défice
neurológico isquémico reversível (DNIR).

Existem dois tipos de acidente vascular cerebral:

♣ No acidente vascular cerebral hemorrágico existe hemorragia local provocada


pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial,
problemas na coagulação do sangue, traumatismos. Existem ainda outros factores que
podem complicar a situação existente, tais como aumento da pressão intracraniana,
edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais. Pode
ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave.

♣ No acidente vascular cerebral isquémico existe alta de circulação numa área do


cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou

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Dossier de Estágio

embolia. Ocorre, em geral, em pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado,
hipertensão arterial, problemas vasculares e fumadores.

No caso deste paciente, é um acidente vascular cerebral hemorrágico.

Alguns dos sintomas do acidente vascular cerebral:

Isquémico:
♣ Perda repentina da força muscular e/ou da visão
♣ Dificuldade de comunicação oral
♣ Tonturas
♣ Formigueiro num dos lados do corpo
♣ Alterações da memória

Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios – ataque isquêmico


transitório (AIT). Nem por isso deixam de exigir cuidados médicos imediatos.

Hemorrágico:
♣ Dor de cabeça
♣ Edema cerebral
♣ Aumento da pressão intracraniana
♣ Náuseas e vómitos
♣ Défices neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente vascular isquêmico

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Dossier de Estágio

4. Anatomia

4.1 Crânio

O crânio é constituído por oito ossos: frontal, parietal direito e esquerdo e occipital,
que formam a calota craniana; o crânio é ainda constituído pelo osso temporal direito e
esquerdo, esfenóide e pelo etmóide, que formam a base do crânio.

Fig. 1 – Vista geral dos ossos do crânio.

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Dossier de Estágio

O osso frontal, ocupa a parte mais anterior do crânio e apresenta face anterior,
posterior e inferior e ainda bordo superior, posterior e anterior.
Articula-se com os ossos parietais, o esfenóide, o etmóide e ainda com oito ossos
da face.~

A B

Fig. 2 – Osso frontal


A - Vista de Frente
B - Vista de Perfil

O osso occipital, ocupa parte da calota craniana e apresenta face antero-superior


e postero-inferior, quatro bordos, em que os dois superiores articulam com o parietal e
os inferiores com o temporal. Na zona inferior do occipital, encontra-se o buraco
occipital, que dá passagem ao bulbo, artérias vertebrais e nervo espinais.
Articula-se com os dois ossos parietais, os dois temporais, o esfenóide e o atlas.

Os ossos parietais, situam-se na zona superior do crânio e paredes laterais do


mesmo e apresenta face côncava e face interna e ainda quatro ângulos.
Articula-se com o osso frontal, o occipital, o temporal, o esfenóide e o parietal
oposto.

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Dossier de Estágio

A B

Fig. 3 – Osso Parietal e Occipital


A – Vista de Perfil
B – Vista Superior

O osso temporal, situa-se na parte inferior e externa do crânio e apresenta três


porções: escamosa, mastoideia e petrosa.

Na porção escamosa, encontra-se a apófise zigomática com uma raiz transversal e


o côndilo do temporal e uma raiz longitudinal, formando-se o arco zigomático do
cruzamento daquelas e ainda a cavidade glemóide. A porção mastoideia, possui uma
face externa e uma face interna e uma circunferência. A porção petrosa, é muito
irregular e descreve-se como uma pirâmide quadrangular, apresenta ainda o orifício do
canal auditivo externo e o orifício interno do canal carotídeo, o orifício do canal auditivo
interno e o aqueduto do vestíbulo, canal petroso inferior, aqueduto do caracol, espinha
jugular, ranhura jugular, canal petroso lateral e a porção da Trompa de Eustáquio.

Articula-se com um osso parietal, o occipital e o esfenóide.

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Dossier de Estágio

A B

Fig. 4 – Osso Temporal


A – Vista Superior B – Vista de Perfil

O osso esfenóide, situa-se na base do crânio e forma o suporte para todos os


ossos cranianos.

Apresenta corpo, duas grandes asas, duas pequenas asas e duas apófises
pterigóides e seis faces. O corpo, ocupa a parte central do osso e apresenta uma
depressão central denominada sela turca, que circunda e protege parcialmente a
hipófise.

Articula-se com todos os outros sete ossos cranianos e ainda com cinco ossos
da face.

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Dossier de Estágio

Fig. 5 – Osso Esfenóide. Incidência Oblíqua.


O osso etmóide, ajuda igualmente a formar a base do crânio.

Apresenta uma lâmina horizontal, vertical e duas massas laterais, que


contribuem para a formação das fossas nasais.

Articula-se com o frontal e com o esfenóide e ainda com onze ossos da face.

A B

Fig. 6 – Osso Etmóide.


A – Vista Superior e Coronal
B – Vista de Perfil

4.2 Vascular

4.2.1 Vasos Principais do Sistema Arterial Cerebral

♣ Artérias Carótidas direita e esquerda


♣ Artérias Vertebrais direita e esquerda

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4.2.1.1 Artéria Carótida Externa (ACE)

Esta artéria origina-se a partir da carótida comum e é muito importante pois,


anastomosa-se com ramos da Carótida Interna.

Esses ramos são:

♣ Artéria Esfenopalatina
♣ Artéria Maxilar
♣ Artéria Occipital
♣ Artéria Temporal superficial
♣ Artéria Facial

4.2.1.2 Artéria Carótida Interna (ACI)

Esta artéria, origina-se na artéria Carótida Comum (ACM) que passa por trás do
ângulo da mandíbula, pela cartilagem tiroideia onde se bifurca nas artérias carótida
interna e externa.

♣ Relações
- Porção petrosa do osso temporal
- Processos clinóides - Sifão carotídeo

♣ Ramos supraclinóides
- Artéria oftálmica
- Artéria coroideana anterior
- Artéria comunicante posterior

♣ Ramos intracerebrais
- Artéria cerebral média
- Artéria cerebral anterior

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4.2.2- Artérias do Sistema Vértebro-Basilar

Estas artérias têm grande variação anatómica, mas na maioria das vezes têm
origem nas subclávias embora algumas vezes possam ter origem no tronco
tireocervical.

Composto por:

♣ Artéria Vertebral D e E
♣ Artéria Basilar

Relações:

Entram pelos buracos de conjugação de C7 e sobem pelos buracos transversos,


atravessando a dura-máter e penetrando pelo buraco occipital. Unem-se na junção
bulbo-pontina, formando a artéria Basilar.

Ramos Intracranianos laterais: Artéria espinhal anterior

Ramos Intracranianos mediais: Artéria cerebelar postero-inferior

Ramos da artéria basilar: Artéria cerebral posterior

4.2.3- Polígono de Willis

Provém da junção das artérias cerebrais anterior D e E através da artéria


comunicante anterior com as artérias médias e destas com a cerebral posterior através
da A comunicante posterior.

4.2.4- Artéria cerebral anterior

Relações:
♣ Medialmente ao quiasma óptico

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Dossier de Estágio

♣ Fissura hemisférica
♣ Curvatura do corpo caloso

Território:
♣ Lobo frontal
♣ Superfície superior do hemisfério cerebral
♣ Superfície medial de ambos hemisférios exceto calcarino
Anastomose com ramos da artéria cerebral média

Função:
♣ Córtex motor de mãos e pés
♣ Córtex sensorial de mãos e pés
♣ Área paracentral da micção

4.2.5- Artéria talâmica

Tem origem na primeira porção da artéria cerebral anterior.

Território:
♣ Parte anterior da cápsula interna
♣ Cabeça anterior e inferior do núcleo caudato
♣ Região anterior do hipotálamo
♣ Bulbos e feixes olfativos

4.2.6- Artéria coroideana anterior

Território:
♣ Hipocampo Anterior
♣ Uncus e Amigdala
♣ Globo Pálido

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Dossier de Estágio

♣ Corpo Geniculado e tálamo lateral


♣ Porção inferior de Cápsula Interna

4.2.7- Artéria cerebral média

Território:
♣ Superfície lateral dos hemisférios
♣ Cabeça e corpo do núcleo caudatum
♣ Superfície cortical do Lobo Temporal
♣ Cisura de Sylvius

Função:
♣ Região motora e sensorial cortical
♣ Radiações ópticas e córtex cerebral
♣ Área de Wernick (fala e audição)
♣ No hemisfério dominante área de linguagem motora e sensorial

4.2.8- Artéria cerebral posterior

Tem origem na artéria basilar (fossa posterior).

Território da divisão anterior:


♣ Superfície anterior do lobo temporal

Território da divisão posterior:


♣ Lobo occipital
♣ Substância negra, pedúnculo cerebelar e hipocampo

4.2.9- Artéria vertebral

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Território:

♣ Pirâmides inferiores
♣ Fibras do nervo hipoglosso

4.2.10- Artéria cerebelar antero-inferior

Território:
♣ Lateral de ponte (7º e 8º par)
♣ Raíz do trigémeo
♣ Núcleo coclear e vertebral

4.2.11- Artéria cerebelar superior

Território:
♣ Porção dorsal do mesencéfalo

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5. Protocolo de TC

No caso deste doente, uma vez que apresentava sintomas de acidente vascular
cerebral, foi efectuado uma TC crânio-encefálica.
O protocolo adoptado, é o que se encontra em vigor no Hospital Garcia de Orta.

5.1 Posicionamento

5.1.1 Corte Axial

♣ Doente deitado em decúbito dorsal sobre a mesa, com a cabeça apoiada no apoio
cranial e os membros superiores em extensão ao lado do tronco.

♣ De forma a evitar movimentos por parte do doente, deve-se colocar uma faixa
radiotransparente em volta do crânio, de modo a assegurar a ausência de
movimentação.

♣ A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é na zona do tragus (plano


sagital) e ao nível dos rebordos orbitários inferiores (plano transversal). Deve existir
simetria entre o lado direito e esquerdo.

5.1.2 Corte Coronal

♣ Doente deitado em decúbito ventral sobre a mesa, com a cabeça em hiperextensão


e o mento apoiado no apoio de cabeça e os braços em extensão ao lado do tronco.

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Dossier de Estágio

♣ De forma a evitar movimentos por parte do doente, deve-se colocar uma faixa
radiotransparente em volta do crânio, de modo a assegurar a ausência de
movimentação.

♣ A centragem do feixe luminoso que determina o plano 0, é a nível do meato auditivo


externo. O crânio deve estar com um posicionamento o mais simétrico possível entre o
lado direito e esquerdo.

5.2 Parâmetros Técnicos

♣ Topograma de perfil a 90º, com 200 mm (start location: superior 150; inferior 50);
Head first.

♣ Planos de corte axiais paralelos à Linha Orbito-meatal, espessura de 2,5 mm com


incremento de 2,5 mm na fossa posterior e espessura de 7,5 mm com incremento de
7,5 mm na zona supra-tentorial.

♣ Planos de corte coronais perpendiculares à Linha Orbitomeatal, abrangendo o


crânio na sua totalidade.

♣Filtro Standart uma vez que apresenta uma boa relação resolução de
densidade/resolução espacial.

♣ No caso de pesquisa de metástases, ou patologias vasculares, deve-se injectar


contraste iodado

♣ Igualmente no caso de pesquisa de metástases deve-se fotografar as imagens com


filtro Bone para melhor visualização.

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7. Conclusão

Neste trabalho foram abordados aspectos anatómicos do crânio, bem como o


protocolo para estudo do mesmo, uma vez que o paciente apresentava sintomas de um
acidente vascular cerebral.

Após a realização da TC, verificou-se que o paciente havia realmente sofrido um


acidente vascular cerebral hemorrágico.

Com a realização da TC foi possível determinar a patologia e assim encaminhar o


paciente para o serviço de neurologia.

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Dossier de Estágio

16. Bibliografia

- BRONTAGER, Kenneth L.; Tratado de Tácnica Radiológia e Base Anatómica, 5ª


edição.
Guanabara Koogan, 2001.

- MÖOLER, B. Torsten & Reif, Emil; Atlas de Anatomia Radiológica, 2ª edição.


Artmed Editora, 2001.

- Ministério da Saúde, Hospital Garcia de Orta.


Ministério da Saúde, 2002

- Apontamentos das aulas de Anatomia Radiológica I e II.

- Apontamentos das aulas de Métodos e Técnicas em Radiologia I e II.

- http://atelierhannover2000.mct.pt

- www.vidaslusofonas.pt

www.instituto-camoes.pt

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Escola Superior de Saúde Egas Moniz-228


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Algumas Questões:

1.Porque se faz desvio cubital no estudo do escafoide?


Porque se houver fractura compactada, este desvio obriga a fractura a abrir, e a
desprojectar o escafoide dos restantes ossos. Ao fim de 8 dias, faz-se uma radiografia
e se nao houver uma linha de calcificação, é porque ainda existe fractura.

2.Quando se faz uma transtóracica?


Quando o doente se encontra imobilizado do: ombro; úmero e cotovelo.

3.Quando se faz um A.P da mão?


Quando se trata de um politraumatizado.

4.Quais as projecções que são feitas no serviço de reumatologia para o estudo


da mão?
Faz-se um P.A e uma obliqua A.P.

5.Perante uma calcificação da coifa no ombro quais as projecções que são


feitas?
Fazem-se 2 projecções: uma com rotação interna e outra com rotação externa.

6.Porque se faz 2 planos(A.P e perfil) em caso de fractura?


A.P- faz-se para dar a extensão da fractura.
Perfil- faz-se para dar a informação se a fractura esta mt desalinhada ou não.

7.Como se faz um estudo da idade ossea?


Faz-se um PA da mão para se observar se o crescimento dos ossos está adquado á
idade da criança. Por norma faz-se á mão esquerda.

8.Como se faz uma macro?


Faz-se para esclarecer a existencia da fractura do escafoide. Para isso faz-se um PA
do mesmo.

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9.Pq é q se faz tracção dos membros superiores no estudo da art. Acromio-


clavicular?
Para desprojectar a cabeça do umero da articulação. (AP - bilateral)

10.Projecções Basicas:
- Mão- PA / Obliqua PA
- Punho- PA / Perfil
- Escafoide- PA / PA Strecher/ PA c/ desvio cubital (macro c/ fractura e enrolado
c/ ligaduras)
- Antebraço:PA / Perfil
- Pisiforme: Obl.AP e PA c/ desvio radial
- Canal carpico: axial/ tangencial supero –inf./ tang infero-superior
- Cotovelo: AP / Perfil
- Olecranio: axial infero- superior
- Umero: AP / Perfil
- Ombro: Rotação Externa/ Rotação interna
- Bolsa bicipital: Tangencial
- Omoplata: AP / Perfil
- Clavicula: AP / PA
- Esterno clavicular: PA / Obl Dta / Obl Esq
- Pés: Dorso- plantar AP/ Perfil
- Pés em carga: AP/ Perfil
- Calcaneo: axial / perfil
- Tibio Tarsica: AP / Perfil

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Relatório de actividade de estágio:

Incidência de Caldwell’s ou Face Alta

Identificação: Indivíduo do sexo feminino, 33 anos, vítima de queda.

Objectivo:
• Desprojectar os rochedos das órbitas;
• Visualização dos seios frontais e etmoidais e do pavimento da sela turca.

Posicionamento:

• Chama-se o doente e verifica-se se tem objectos metálicos que possam interferir


no exame, como por exemplo brincos, e caso tenha pede-se ao doente para os
retirar;
• De seguida, o doente senta-se e apoia o crânio em fronto-nasal no potter
vertical;
• Faz-se a centragem, de modo a que o plano médio sagital coincida com o plano
de apoio;
• Os tragus ficam equidistantes do plano do filme;

Raio Central:
• Tem uma angulação de –25º orbitomeatal e incide no occipital de modo a
emergir no Nasion.

Chassis utilizado:
• Filme - 18x24 cm, no sentido longitudinal.

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Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

• o bordo superior dos rochedos deve coincidir com o rebordo inferior das órbitas;
• a distância da linha inominada à abóbada craniana deve ser igual de ambos os
lados.

Anatomia radiológica:

• Observa-se no maciço facial superior os seios frontais. Entre eles encontra-se a


hapófise crista de galli;
• Bilateralmente e ligeiramente a baixo dos seios frontais observam-se as órbitas
com o seu bordo inferior sobreposto ao bordo superior dos rochedos;
• Abaixo dos seios fontais e entre o bordo interno dos rochedos observam-se as
fossas nasais que estão divididas pelo septo nasal;
• Inferiormente à hapófise crista de galli e acima das fossas nasais, encontra-se o
pavimento da sela turca;
• No interior das órbitas observam-se projectadas bilateralmente as fendas
esfenoidais;
• Acima destas e bilateralmente, observam-se as pequenas asas do esfenóide;
• Inferiormente aos rochedos e bilateralmente às fossas nasais encontram-se os
seios maxilares;
• Observa-se abaixo das fossas nasais a maxila e bilateralmente as mastoides;
• Projectada no meio da maxila observa-se a apófise odontóide;
• Na abóbada craniana veêm-se 2 suturas.

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Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-233


Dossier de Estágio

Apresentação de casos clínicos

1. Suspeita de torção do tornozelo

 Introdução

A apresentação deste caso clínico tem como propósito principal a explicação de


como se processa em urgência um determinado caso clínico, explicando todos os
passos que se seguem desde que um paciente dá entrada nas urgências até ao
momento em que é prescrita a medicação (se for caso disso) e lhe é dada alta médica.
O caso clínico que é explicado neste trabalho acontece com um indivíduo de 25
anos que dá entrada nas urgências por torção do tornozelo direito, o qual se encontra
com edema dos tecidos moles que envolvem a articulação tíbio-táscica. Este indivíduo
apresenta o membro inferior direito imobilizado por talas.
Quando um indivíduo entra no hospital é sujeito a um processo de triagem onde
é determinada a natureza do seu problema de saúde (doença prolongada ou
traumatismo). De acordo com esta classificação, e como este caso é de natureza
traumática, o paciente é enviado para o balcão de trauma onde é analisado por um
médico ortopedista.
O médico ortopedista depois de o analisar encaminha o paciente, acompanhado
por uma auxiliar e o pedido médico para o serviço de RX onde efectuará alguns
exames complementares de diagnóstico.
Depois de realizar os exames o paciente é de novo enviado para o gabinete
médico para confirmação de diagnóstico.
De acordo com o diagnóstico, o médico ortopedista escolhe a melhor terapêutica
para o paciente. A terapêutica é variada de acordo com os diagnósticos possíveis. Os
diagnósticos, para este caso, podem ser:

 Fractura grave com necessidade de intervenção cirúrgica


 Fractura com necessidade de tracção e alinhamento de topos ósseos

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Dossier de Estágio

 Fractura simples alinhada, sem deslocação de topos ósseos


 Ausência de fractura, apenas com deslocamento de ligamentos
 Rotura do tendão de Aquiles
Em todos estes casos excepto o deslocamento de ligamentos e a rotura do
tendão de Aquiles o indivíduo terá que ser sujeito a imobilização do pé ou mesmo de
toda a perna com gesso. Caso o paciente seja sujeito a tracção e alinhamento de topos
ósseos verifica-se a necessidade de efectuar mais um RX depois da colocação de
gesso afim de evitar que as extremidades ósseas fiquem mal alinhadas.
No caso de haver suspeita de ruptura do tendão de Aquiles é necessário realizar
uma ecografia para despistar as suspeitas.
Depois de traçado o diagnóstico do paciente é definido a terapêutica adequada
ás características do indivíduo tal como as suas limitações (ex. alergias a fármacos). É
assim prescrita a medicação para o paciente e se for caso disso é dada alta médica ou
no caso de intervenção cirúrgica o paciente fica em observação como prevenção de
complicações pós-cirurgicas

13.1 Exposição do Caso clínico

Um indivíduo do sexo masculino, de 25 anos, recorre à urgência por torção do


tornozelo direito, apresenta edema das partes moles dessa região. Vem com talas,
imobilizado.

13.2 Anatomia do pé e da articulação tíbio-táscica

13.2.1- Anatomia do pé

O esqueleto do pé considera-se dividido em três porções: tarso, metatarso e


dedos.

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O tarso está formado por sete ossos: o astrágalo, o calcâneo, o cubóide, o


escafóide e três cuneiformes. São todos ossos curtos onde se descrevem faces e
bordos.
O astrágalo apresenta na face superior a tróclea astragaleana que se articula
com a extremidade distal da tíbia. A face inferior apresenta duas superfícies articulares,
uma Antero-interna e outra postero-extrena, destinadas a articularem-se com o
calcâneo. Entre as duas situa-se a ranhura astragaleana. A face externa apresenta o
colo do astrágalo. A face anterior e a superfície articular constitui a cabeça do
astrágalo.
O calcâneo é um dos ossos que estabelece contacto com o solo e apresenta
seis faces sendo a inferior e a posterior rugosas. A superior apresenta uma superfície
articular dupla, para o astrágalo, e a anterior uma superfície articular para o cubóide.
Na face interna observa-se a existência de um canal, o canal calcaneano interno, e na
externa a pequena apófise do calcâneo, considerando a grande apófise do calcâneo a
massa anterior onde se encontra implantada a face anterior.
O cubóide que se articula com o calcâneo, com o quarto e quinto metatarsianos
e com o terceiro cuneiforme, ajuda a formar o bordo externo do pé.
O escafóide, situado por detrás do cubóide e adiante do calcâneo, é mais
interior.
Os três cuneiformes, primeiro, segundo e terceiro, contados a partir do bordo
interno do pé, articulam-se com os primeiros metatársicos.
Estes são ossos semelhantes aos metacárpicos, de maior espessura, mas a sua
descrição sobreponível. Junto da cabeça do primeiro metatásico existem dois ossos
sesamóides constantes.
Podem existir ainda quatro ossos supranumerários que são:
-osso tibial externo ou escafóide acessório- situado junto ao tuibérculo do
escafóide, com aspecto arredondado. É o mais frequente;
-osso peroneal- quando é observado de face, encontra-se situado debaixo da
parte posterior do bordo inferior do cubóide. É arredondado ou alongado;
-osso trigono- situa-se na parte posterior do astrágalo, encontrando-se soldado a
este;

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-osso vesaliano- situa-se no ângulo do cubóide com o quinto metatarso, atrás da


tuberosidade deste osso.

13.2.1.1- O pé em conjunto

O pé é completamente adaptado à marcha, constituindo um aparelho de apoio


pronto a receber o peso do corpo em todas as fases da marcha.
O pé apoia no solo através de três pontos, quando em repouso a região
posterior do calcâneo, a extremidade anterior do primeiro metatársico e a extremidade
anterior do quinto metatársico.

O arco anterior é constituído pelas cabeças dos metatársicos cuja disposição


varia de indivíduo para indivíduo. O arco interno inicia-se na cabeça do primeiro
metatársico e é constituído pelo corpo deste osso, primeiro cuneiforme, escafóiode,
astrágalo e calcâneo, onde termina. O arco externo inicia-se na cabeça do quinto
metatársico e é constituído pelo corpo deste osso, cubóide e calcâneo onde termina,
convergindo para o arco interno.
O estudo dos arcos pode ser feito por observação directa do pé em que é
procurada a arcada interna e a arcada anterior já que o abatimento da externa tem um
significado clínico muito restrito. Por exame da região posterior pode concluir-se dos
desvios do eixo do pé no sentido de varismo ou valgismo e ainda de insersões viciosas
do tendão de Aquiles no calcâneo. A simples marca plantar pode também fornecer
elementos sobre arcos.
O exame dos arcos do pé pode ainda completar-se através do fotopodograma
ou no podoscópio, aparelho constituído por um vidro e um espelho colocados em
planos paralelos que permite observar directamente a imagem das zonas de apoio do
pé. Também o exame radiográfico obtido em carga permite fazer um estudo
quantitativo dos arcos plantares.

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13.2.2- Anatomia da articulação tibio-társica

A articulação tibio-társica é uma trocleartrose. É a articulação que permite os


movimentos entre a perna e o pé e é constituída pelo arranjo entre os dois maléolos e
pela tróclea astragaliana, está preparada para, numa pequena área de quatro
centímetros quadrados, aguentar com o peso corporal. O seu equilíbrio depende de
factores que lhe são extrínsecos, como seja a acção muscular e a morfologia do solo. A
cápsula está inserida segundo uma circunferência superior que se estende entre as
extremidades distais da tíbia e do peróneo e inferiormente, em redor da faceta articular
do calcâneo.
Descrevem-se, ainda, um ligamento colateral externo, composto por três
fascículos, e um colateral interno com uma capa superficial, o ligamento deltoideo, e
uma profunda.

13.3 Entrada nas urgências

13.3.1 Preencher a ficha de entrada

Quando indivíduo entra nas urgências trazido pelos bombeiros, familiares, ou


amigos, estes últimos têm de preencher o boletim de entrada nas urgências.
Neste momento, o caso é exposto para se poder encaminhar o paciente para o
local adequado, afim de ser atendido de acordo com as exigências do seu caso.
Dependendo da natureza do caso (doença ou traumatismo), o paciente é
encaminhado para o médico de clínica geral no caso de doença ou para o balcão de
trauma (ortopedia), no caso de traumatismos.

13.3.2-O doente é encaminhado para o balcão de trauma

Neste caso clínico específico, como a torção do tornozelo direito é fruto de um


traumatismo, o paciente, já como membro imobilizado com talas, é sentado numa
cadeira de rodas (afim de facilitar o seu transporte dentro das urgências), e
transportado para o balcão de trauma para ser atendido pelo médico ortopedista.

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O médico depois de se inteirar do caso, ouvir os sintomas e analisar o paciente,


remete um pedido de exames complementares de diagnóstico e solicita a um auxiliar
que acompanhe o paciente, juntamente com o pedido de exames para o serviço de
imagiologia.

13.3.3 No serviço de imagiologia

13.3.3.1- Recepção do paciente

Quando o paciente chega ao serviço de RX é recebido pelo Técnico de


Radiologia. Este, acalma o paciente, conversa com ele, pergunta-lhe como aconteceu
o acidente, numa tentativa de deixar o paciente à vontade e tranquilo.
È da responsabilidade do Técnico de radiologia explicar os procedimentos do
exame e o objectivo dos mesmos, afim de conseguir a colaboração do paciente e
facilitar, deste modo, a execução do exame e a obtenção de imagens esclarecedoras
da dúvida do médico ortopedista.
São competencias do técnico minimizar a ansiedade e medos do doente,
dialogar com este e esclarecer os objectivos dos exames a efectuar. Para isto deve
utilizar linguagem simples, clara e dirigida.
O técnico deve abstrair-se da raça, cor ou estatuto social do paciente.
Sendo um dado adquirido que comportamento gera comportamento, quanto
melhor o técnico interagir com o pacinte, melhor será a sua resposta quando solicitada
a sua ajuda no posicionamento para a realização dos exames.
O comportamento do técnico deve ser paciente, compreensivo, tolerante e
profissional.
É necessário que a huimanização nos serviços de saúde asssuma o conceito de
qualidade global, cuja promoção continua está a cargo e é da responsabilidade de
todos.

13.3.3.2- Passagem do paciente da cadeira de rodas para a mesa

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Dossier de Estágio

Para executar os exames solicitados pelo médico ortopedista existem duas


possibilidades de escolha. É possível executar os exames na cadeira de rodas onde o
paciente se encontra ou na mesa da sala de RX.
Normalmente opta-se por passar o paciente para a mesa, pois esta oferece
melhores modos de posicionamento, melhores condições de exame, facilita o
posicionamento do paciente, permitindo obter imagens de melhor qualidade. Os
exames só executam na cadeira de rodas geralmente em pacientes idosos ou que
apresentem dores agudas fortes e grandes dificuldades de mobilização.
A passagem do paciente da cadeira de rodas para a mesa é feita pelo técnico,
podendo ou não ter ajuda de um outro ou de uma auxiliar. Neste caso, como o paciente
ainda é jovem um único técnico consegue passa-lo sem grandes dificuldades para a
mesa.
Assim, o técnico coloca a cadeira paralela à mesa o mais próxima desta quanto
possível. De frente para o paciente, afasta ligeiramente os membros inferiores
flectindo-os, segura o paciente por baixo dos membros superiores (no cavado axilar),
solicita a colaboração do paciente para se levantar e se sentar na mesa.
Depois de estar na mesa segue-se o posicionamento para os exames do pedido
médico.

13.3.3.3 – Factores a serem considerados antes da execução do exame

Antes de se passar para a execução do exame é necessário analisar se não


existem outro tipo de exames não invasivos ou menos invasivos que possam ser
realizados que evitem a exposição do paciente à radiação.
Os parâmetros que condicionam a imagem (kilovolts, miliamperes…) devem ser
adequados ás características do indivíduo.
As talas não devem ser retiradas na ausência do médico ortopedista. Apenas
mediante a presença do médico, e de acordo com a indicação do mesmo é que estas
podem ser retiradas.

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13.3.3.4 – Incidências a realizar

Perante este caso clínico normalmente efectuam-se as seguintes incidências:


incidência antero- posterior (A.P.), Perfil, Incidência tangencial do calcâneo, que se
passa a descrever:

Projecção A.P.

O doente em decúbito dorsal apoia a perna na mesa pela sua face posterior. O
pé faz um ângulo de 90º com o chassis que está colocado sob a tibio-társica.
A perna roda ligeiramente para dentro, afim de se observar a articulação tibio
peronial distal.
O raio é perpendiculart vertical e incide sobre um ponto equidistante dos
maleolos.

Critérios de boa realização:

 Deve-se visualizar o espaço articular tibio-astragaliana.


 A articulação tibio-társica deve estar centrada com a película.
 Deve-se visualizar desde a tíbia e perónio distais até ao astrálago.
 Visualiza-se bem os maléolos interno e externo.

Projecção de Perfil

Coloca-se o doente em decúbito lateral sobre o lado afectado, com a perna em


extensão. A região anterior da rótula deve ficar apoiada sobre um saco de areia, de
modo a que a tibio-társica fique em perfil correcto.
O raio central é perpendicular vertical e incide no maleolo interno.

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Dossier de Estágio

Critérios de boa realização:

 A articulação tibio-társica debve estar centrada com a película.


 A articulação tibio-astragaliana tem que estar bem visível.
 O perónio observa-se sobre a metade posterior da tíbia.
 O astrálago e o calcâneo devem ser observados na sua totalidade.

13.3.4- Análise dos exames

Depois do paciente executar os exames anteriormente referido é transportado


de novo para o gabinete do médico ortopedista, juntamente com as películas dos
exames.
Este tipo de exames não vai acompanhado do relatório do médico radiologista,
sendo a interpretação dos mesmos da responsabilidade do médico ortopedista.

13.3.4.1- No caso de haver fractura de alguma estrutura óssea

Caso exista fractura de alguma estrutura óssea, compete ao médico ortopedista


averiguar o tipo de fractura que é e a gravidade da mesma.
Se se verificar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, o paciente é
encaminhado para o bloco operatório e operado o mais rápido possível. Neste caso,
depois da fractura ser corrigida em cirurgia, o membro inferior é imobilizado e o
paciente fica em observação.
No caso da fractura ser simples e não ser necessária a intervenção cirúrgica, o
paciente irá ser submetido à correcção da fractura (caso esta esteja desalinhada) e à
colocação de gesso.
Normalmente quando a fractura já está alinhada, retiram-se as talas, coloca-se o
gesso e o paciente é medicado pelo médico ortopedista, tendo alta.

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No caso da fractura não estar alinhada, ocorrerá a correcção da fractura e


alinhamento das extremidades ósseas seguida da colocação de gesso e efectuado um
novo RX (RX de controlo) para se certificar se a fractura está alinhada.
As talas só são retiradas com o consentimento do médico ortopedista.

13.3.4.2- Ausência de fractura

Se depois de analisados os exames se concluir que o paciente não apresenta


fractura, a terapêutica passa por imobilização do pé e da articulação através de
ligaduras e a prescrição de anti-inflamatório.
13.3.4.3 – Edema das partes moles

O edema dos tecidos moles normalmente é apenas tratado com a prescrição de


anti- inflamatórios. Normalmente não se realiza nenhuma ecografia dessa região
devido à escassez de informação que ela nos dá.
A ecografia só será executada se o médico ortopedista suspeitar da existência
da ruptura do tendão de Aquiles.
Deste modo, e na ausência de fractura, a articulação é imobilizada pela acção
de ligaduras, o doente é medicado, sendo-lhe dada alta médica.

CONCLUSÃO:

Pode-se concluir que há uma série de passos característicos de cada caso


clínico que se têm de cumprir quando um indivíduo dá entrada na urgência de um
hospital.
Conclui-se também que a atitude do técnico de radiologia na recepção do
paciente no serviço de rx assim como o modo como interage com os pacientes pode
ser comprometedora no processamento dos exames que são necessários executar.

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Uma má interacção técnico/paciente pode por em causa um bom resultado de exames


visto que a colaboração do paciente é muito importante.
Doente esclarecido e confiante no trabalho do técnico de radiologia é mais colaborador,
as imagens são de melhor qualidade e o diagnostico, tal como a terapêutica, mais
facilmente traçado.

2. Suspeita de traumatismo craniano

Introdução

Actualmente, é necessário que haja uma maior humanização, não só nos


Serviços de Radiologia, mas como em todos os outros. Esta humanização deverá ser
contínua e da responsabilidade de todos, de forma, a que haja uma qualidade global
dos Serviços.
Deve haver uma mudança de valores e consequente formação de novas
atitudes, nomeadamente atitudes mais razoáveis e mais tolerantes, originando
diferentes e melhores formas de relacionamento.
A humanização está inerente a cada indivíduo, embora não exista uma
efectividade daquela por parte de todos, pois é necessário interligar competências,
saber e sentimentos.
O principal objectivo da humanização é estabelecer uma relação interpessoal
com os doentes e com as equipas multidisciplinares, de formas a interligar a
comunicação e o comportamento.
A comunicação com os doentes deve ser clara e simples, dirigida directamente
ao doente, em que deve assumir-se uma postura compreensiva, paciente mas sem
nunca deixar de parte o profissionalismo.

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Dossier de Estágio

Todo este comportamento tem como finalidade esclarecer e minimizar


ansiedades e medos do doente.
Os serviços hospitalares para além de serem um local de trabalho, são
igualmente um local de aprendizagem, pelo que uma relação intrínseca entre
comunicação e comportamento, irá levar a um efeito, que será o melhoramento da
nossa intervenção, não só com o doente, bem como a restante equipa.

Apresentação do caso clínico:

Indivíduo do sexo feminino de 45 anos, sofreu acidente de viação e dá entrada na


urgência com diagnóstico de traumatismo craniano com perda de conhecimento. (TC c/
PC).

Anatomia

O crânio é constituído por oito ossos: frontal, parietal direito e esquerdo e occipital,
que formam a calota craniana; o crânio é ainda constituído pelo osso temporal direito e
esquerdo, esfenóide e pelo etmóide, que formam a base do crânio.
O osso frontal, ocupa a parte mais anterior do crânio e apresenta face anterior,
posterior e inferior e ainda bordo superior, posterior e anterior.
Articula-se com os ossos parietais, o esfenóide, o etmóide e ainda com oito ossos
da face.

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Dossier de Estágio

A B

Fig. 1 – Osso frontal


A - Vista de Frente
B - Vista de Perfil

O osso occipital, ocupa parte da calota craniana e apresenta face antero-superior


e postero-inferior, quatro bordos, em que os dois superiores articulam com o parietal e
os inferiores com o temporal. Na zona inferior do occipital, encontra-se o buraco
occipital, que dá passagem ao bulbo, artérias vertebrais e nervo espinais.
Articula-se com os dois ossos parietais, os dois temporais, o esfenóide e o atlas.

Os ossos parietais, situam-se na zona superior do crânio e paredes laterais do


mesmo e apresenta face côncava e face interna e ainda quatro ângulos.
Articula-se com o osso frontal, o occipital, o temporal, o esfenóide e o parietal
oposto.

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A B

Fig. 2 – Osso Parietal e Occipital


A – Vista de Perfil
B – Vista Superior

O osso temporal, situa-se na parte inferior e externa do crânio e apresenta três


porções: escamosa, mastoideia e petrosa.

Na porção escamosa, encontra-se a apófise zigomática com uma raiz transversal e


o côndilo do temporal e uma raiz longitudinal, formando-se o arco zigomático do
cruzamento daquelas e ainda a cavidade glemóide. A porção mastoideia, possui uma
face externa e uma face interna e uma circunferência. A porção petrosa, é muito
irregular e descreve-se como uma pirâmide quadrangular, apresenta ainda o orifício do
canal auditivo externo e o orifício interno do canal carotídeo, o orifício do canal auditivo
interno e o aqueduto do vestíbulo, canal petroso inferior, aqueduto do caracol, espinha
jugular, ranhura jugular, canal petroso lateral e a porção da Trompa de Eustáquio.

Articula-se com um osso parietal, o occipital e o esfenóide.

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Dossier de Estágio

A B

Fig. 3 – Osso Temporal


A – Vista Superior B – Vista de Perfil

O osso esfenóide, situa-se na base do crânio e forma o suporte para todos os


ossos cranianos.
Apresenta corpo, duas grandes asas, duas pequenas asas e duas apófises
pterigóides e seis faces. O corpo, ocupa a parte central do osso e apresenta uma
depressão central denominada sela turca, que circunda e protege parcialmente a
hipófise.
Articula-se com todos os outros sete ossos cranianos e ainda com cinco ossos
da face.

Fig. 4 – Osso Esfenóide. Incidência Oblíqua.

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Dossier de Estágio

O osso etmóide, ajuda igualmente a formar a base do crânio.

Apresenta uma lâmina horizontal, vertical e duas massas laterais, que


contribuem para a formação das fossas nasais.
Articula-se com o frontal e com o esfenóide e ainda com onze ossos da face.

A B

Fig. 5 – Osso Etmóide.


A – Vista Superior e Coronal
B – Vista de Perfil

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Dossier de Estágio

Posicionamento do Doente

Transporte e Mobilização

O politraumatizado deve permanecer o menos tempo possível no Serviço, pelo


que é necessário escolher a melhor sequência para a realização dos exames.
Antes de efectuar-se qualquer tipo de procedimento, é necessário verificar-se a
condição geral do doente.
Neste caso, a doente é considerada um politraumatizado, visto que se encontra
inconsciente devido a um traumatismo craniano.
Após verificar-se o estado do doente, dá-se início à transferência do mesmo, em
que esta é feita pela menor distância e pelo lado mais íntegro do doente.
No caso desta doente, deverá ser um plano rígido e devidamente imobilizado e
a sua transferência será feita com lençol (da maca para a mesa, pois encontra-se
imobilizada) e em bloco, para rodar a doente, já na mesa, de modo a colocar o chassis
para efectuar as diversas incidências ao crânio.

A transferência com lençol deve ser feita por quatro indivíduos, em que as
pegas são feitas junto ao corpo do doente, pois torna-se mais estável e mais
confortável para o doente. A transferência com lençol é feita da seguinte forma:
♣ Colocação do lençol.
♣ Um indivíduo de cada lado da maca.
♣ Deve-se puxar o doente o mais possível para um dos lados da maca.
♣ Se o estado do doente possibilitar, roda-se o mesmo para decúbito lateral e
coloca-se o lençol junto às costas, ligeiramente por baixo do doente; roda-se então
novamente para a posição de decúbito dorsal.

Na transferência em bloco, são necessários cinco elementos e efectua-se da


seguinte forma:
♣ Dois indivíduos ficam de cada lado da mesa ou maca, para onde se vai fazer
o movimento e outro junto à cabeça, com a função de apoiar a cabeça e a coluna

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Dossier de Estágio

cervical, fazendo tracção de modo a não haver qualquer movimento da coluna


vertebral.

Visto que a paciente se encontra inconsciente, e em decúbito dorsal, é


necessário a elaboração de uma equipa multidisciplinar, de modo a efectuar-se a
colocação do chassis sobre o crânio.

Ao efectuar-se este levantamento, deve-se evitar movimentos bruscos do crânio


e pescoço, pois até prova em contrário, assume-se que existe também lesão da coluna
cervical, logo este levantamento deve ser efectuado em bloco

Técnica

Incidência de Perfil

Factores técnicos
◊ Tamanho do chassis: 24× 30
◊ Dose limite: 70-80 kVp
◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)
◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente
◊ Paciente em decúbito dorsal.
◊ Eleva-se o crânio cuidadosamente e coloca-se sobre uma esponja
radiotransparente.
◊ Coloca-se a cabeça numa posição lateral verdadeira, em relação ao chassis,
com o lado a radiografar o mais próximo possível do chassis.
◊ Ajusta-se o chassis, de modo a garantir que todo o crânio será incluído na
imagem, e que o centro do chassis está centrado em relação ao raio central.

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Raio central
◊ Perpendicular horizontal ao filme.
◊ Incide 5 cm acima do meato acústico externo (MAE).

Colimação
◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 6– Posicionamento para a incidência de Perfil (após exclusão de traumatismo da coluna cervical)

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Ausência de rotação ou inclinação do crânio, que é avaliada por:


- sobreposição dos ramos mandibulares, asa maior e menor do esfenóide,
meatos acústicos externos e lâminas orbitárias.
◊ Deve-se visualizar todo o crânio, com a região 5 cm superior ao MAE centralizada.
◊ Deve-se visualizar claramente as metades cranianas sobrepostas, com detalhe
superior da lateral do crânio mais próxima do chassis.
◊ Deve-se visualizar a sela turca e lâmina quadrilátera de perfil.
◊ Deve haver uma exposição suficiente para visualizar detalhes ósseos das
estruturas selares e crânio circundante.

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Dossier de Estágio

Fig. 7– Crânio traumatizado em incidência de Perfil

Incidência Antero-Posterior (AP) a 0º

Factores técnicos
◊ Tamanho do chassis: 24× 30
◊ Dose: 70-80 kVp
◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)
◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente
◊ Paciente em decúbito dorsal.
◊ Deslizar o paciente num movimento só e sem mover cabeça e pescoço.

Raio central
◊ Paralelo à linha orbitomeatal (LOM).
◊ Se o paciente usar colar cervical, geralmente a angulação aproxima-se de 10º
caudo- cranianos.
◊ O raio centralizado na glabela e então centraliza-se o chassis no raio projectado.

Colimação

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Dossier de Estágio

◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 8- Posicionamento para a incidência de AP a 0º da LOM.

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Deve-se visualizar todo o crânio na radiografia.


◊ Deve-se observar as cristas petrosas sobrepostas na região orbital superior.
◊ As pirâmides petrosas preenchem as órbitas com os meatos acústicos internos
vistos horizontalmente através do centro das órbitas.
◊ A distância da linha orbitaria oblíqua até à margem lateral do crânio é igual em
ambos os lados.
◊ O dorso selar e clinóides anteriores são visualizados superiormente aos seios
etmóidais.
◊ Densidade e contraste suficientes, para que sem movimentação haja uma
visualização clara do osso frontal.

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Dossier de Estágio

Fig. 9- Crânio AP a 0º em relação à LOM.

Incidência AP a 15º ou de Caldwell invertida

Factores técnicos
◊ Tamanho do chassis: 24× 30
◊ Dose: 70-80 kVp
◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)
◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente
◊ Paciente em decúbito dorsal.
◊ Deslizar o paciente num movimento só e sem mover cabeça e pescoço.

Raio central
◊ Com 15º de angulação em relação à LOM.
◊ O raio centralizado no násio.
◊ O chassis é centrado no raio central projectado.

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Dossier de Estágio

Colimação
◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 10- Posicionamento para a incidência de AP a 15º da LOM.

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Deve-se visualizar todo o crânio na radiografia.


◊ A distância da linha orbitária oblíqua até à margem lateral do crânio é igual de
ambos os lados.
◊ As fissuras orbitárias superiores são simetricamente visualizadas no interior das
órbitas.
◊ As pirâmides petrosas e os meatos acústicos internos são projectados no terço
inferior das órbitas.
◊ A margem orbitária superior é visualizada sem sobreposição.
◊ Densidade e contraste suficiente, para que sem movimentação, haja uma clara
visualização do osso frontal.

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Dossier de Estágio

A B

Fig. 11- A- Crânio AP a 15º da LOM


B- Crânio AP a 15º caudais da LOM (radiografia comparativa).

Incidência AP Axial a 30º ou de Towne

Factores técnicos
◊ Tamanho do chassis: 24× 30
◊ Dose: 70-80 kVp
◊ DFoFi (Distância Foco-Filme) de 100 cm (1m)
◊ Pequeno ponto focal

Posição do paciente
◊ Paciente em decúbito dorsal.
◊ Deslizar o paciente num movimento só e sem mover cabeça e pescoço

Raio central
◊ Com 30º craniocaudais em relação à LOM.
◊ O raio centralizado no ponto médio entre os meatos acústicos externos, deste
modo o raio central fica alinhado com o plano sagital médio, 6 cm acima do arco
supraciliar.
◊ O chassis é centrado no raio central projectado.

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Dossier de Estágio

Colimação
◊ Colimar as margens externas do crânio em todos os lados.

Fig. 12- Posicionamento para a incidência de AP axial a 30 da LOM.

CRITÉRIOS DE BOA REALIZAÇÃO:

◊ Deve-se visualizar todo o crânio na radiografia.


◊ A distância do buraco magno até à margem lateral do crânio é igual de ambos os
lados.
◊ O dorso selar e clinóides posteriores são projectados no buraco magno
◊ As cristas petrosas são simétricas e visualizadas superiormente às mastóides.
◊ Densidade e contraste suficiente para que sem movimento haja uma visualização
clara do osso occipital.

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Dossier de Estágio

A B

Fig. 13- A- Crânio AP axial a 30º da LOM.


B- Crânio AP axial a 30º caudais da LOM (radiografia comparativa).

Exames Complementares

Para além da radiografia, podem efectuar-se outros exames, nomeadamente


Tomografia Computorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM).
A Tomografia Computorizada é o procedimento de neurorradiologia mais
comum. Fornece imagens transversais do cérebro e ossos do crânio, em planos axial,
coronal e sagital, enquanto que as imagens radiográficas simples fornecem uma
imagem em 2D apenas do crânio ósseo.
A Tomografia Computorizada é um instrumento fundamental na avaliação
completa do paciente, visto que as patologias da cabeça envolvem frequentemente o
cérebro e partes moles associadas. A TC faz a distinção entre coágulos sanguíneos,
substância branca e cinzenta, liquido cefalorraquidiano (LCR), edema cerebral e
neoplasias.

A Ressonância Magnética fornece igualmente imagens do cérebro e crânio nos


planos axial, sagital e coronal.
A Ressonância Magnética garante um aumento da sensibilidade na detecção de
diferenças entre tecidos normais e anormais no cérebro e partes moles associadas.

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Dossier de Estágio

Os campos magnéticos usados na ressonância magnética são considerados


inofensivos, o que significa que o doente é poupado à exposição a radiação ionizante.

Fig. 14– Encéfalo (RM), corte axial.

Fig. 15– Encéfalo (RM), corte sagital.

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Dossier de Estágio

CONCLUSÃO:

Como referido anteriormente, a humanização torna-se cada vem mais


importante nos
Serviços hospitalares, pois interagimos com pessoas que já se encontram algo
fragilizadas, pelo que se torna necessário uma maior sensibilidade para com aquelas e
também para com os colegas de trabalho.
Num serviço de urgência, há que tomar diversas precauções com o doente, neste
caso
um politraumatizado, em que é necessário mobilizá-lo de modo a efectuar-se as
incidências ao crânio.
As incidências efectuadas no caso de um traumatismo craniano, são: incidência de
perfil, incidência AP a 0º, a incidência AP a 15º ou de Caldwell invertida e a incidência
AP Axial a 30º ou de Towne.
Para além de se efectuarem estas incidências, por vezes torna-se necessário
realizarem-se exames complementares, nomeadamente a TC e RM, estas para
avaliação dos tecidos moles, nomeadamente o encéfalo.

Bibliografia

- BRONTAGER, Kenneth L. ; Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatómica, 5ª


edição.
Guanabara Koogan, 2001.

- MORENO, Armando; Moreno, Anatomia Geral.


Gráfica 2000, 1993.

- PISCO, João Martins & Sousa, Luís Aires; Noções Fundamentais de Imagiologia.
Lidel, 1999.

- SOBOTTA, Johannes; Sobotta, Atlas de Anatomia Humana – Vol. 2, 21ª edição.


Guanabara Koogan, 2000.

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Dossier de Estágio

Assépsia e Protecção

No bloco operatório
Na sala de cirurgia
operatório

Roupa esterilizada Avental de chumbo

Touca Colar da tiróide

Máscara Óculos de protecção do cristalino

Socas

Fornecer escopia, de modo a obter uma imagem


com boa qualidade, permitindo deste modo,
uma boa e correcta visualização das estruturas
anatómicas por parte do cirurgião.

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Dossier de Estágio

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-263


Dossier de Estágio

Introdução

Quando observamos uma coluna vertebral de frente, em condições normais ela


deve ser recta, sendo o tronco dividido simetricamente. No entanto esta mesma coluna
observada de lado apresenta curvas que são consideradas fisiológicas (normais).
Estas são denominadas de lordose, na região cervical e lombar e cifose, na região
torácica, sendo que
as mesmas têm convexidades opostas.

A presença dessas curvas fornece o equilíbrio adequado do tronco. Qualquer


desvio existente, consiste numa deformidade da coluna vertebral.

Neste caso, é necessário ter em atenção o facto de que se será feita uma
abordagem a crianças.
Quando as crianças entram no serviço hospitalar, são confrontadas com um
meio completamente estranho logo tido como ameaçador. Deste modo, é necessário
utilizar um tipo de linguagem acessível às crianças e quando estas são ainda
demasiado novas, deve pedir-se aos pais para tranquilizarem a criança, à sua maneira.

Note-se que é necessário ter em conta os factores psicológicos que envolvem


uma criança doente.

Cifose

A cifose, é definida como um aumento anormal da concavidade


posterior da coluna vertebral, sendo as causas mais importantes dessa
deformidade, a má postura e o condicionamento físico insuficiente.
Algumas doenças podem ainda originar este tipo de deformação
(espondilite anquilosante e a osteoporose senil).

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Dossier de Estágio

Escoliose

É a curvatura lateral da coluna vertebral no plano frontal, no entanto ocorre


geralmente nos três planos, podendo ser estrutural ou não estrutural.

A progressão da curvatura na escoliose depende, em grande parte, da


idade que ela inicia e da magnitude do ângulo da curvatura durante o período
de crescimento na adolescência, período este onde a progressão do
aumento da curvatura ocorre numa velocidade maior.

Esta deformidade tem como causas, basicamente dois tipos de malformações:


defeitos de formação, que são devido a ausência parcial (hemivértebras) ou total de
determinadas vértebras, ou defeitos de segmentação, conhecidos como barras ósseas.
A escoliose não pode ser desencadeada por carregamento de peso, modo de dormir
ou sentar, bem como devido a prática desportiva.

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Dossier de Estágio

Estes defeitos podem ocorrer simultaneamente. As malformações acima descritas


podem causar assimetrias durante o desenvolvimento do paciente, resultando em
deformidades da coluna.

A ressonância magnética da coluna vertebral deve ser realizada para descartar


malformações da medula ou do canal vertebral.

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Dossier de Estágio

O tratamento da escoliose congénita deve ser individualizado, dependendo do


defeito observado. O tratamento cirúrgico deve ser indicado precocemente, desde que
o paciente apresente algum grau de maturidade óssea e uma deformidade com rápida
evolução.

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Dossier de Estágio

Displasia do Desenvolvimento da Anca

A displasia do desenvolvimento da anca, anteriormente denominada luxação da


anca, consiste numa alteração no desenvolvimento das estruturas ósseas da anca
(cartilagem e osso), que faz com que a cavidade e a cabeça do fémur tenham uma
correspondência defeituosa, havendo assim perda de contacto entre o fémur e a
cavidade cotiloideia.

Esta doença, tem uma prevalência mais frequente entre as mulheres: de cada dez
crianças que nascem com displasia do desenvolvimento da anca, nove são meninas e
apenas um é menino. As causas desta doença, não são conhecidas cientificamente,
no entanto o factor hereditário desempenha um papel muito importante. Em muitos

Escola Superior de Saúde Egas Moniz-268


Dossier de Estágio

casos, trata-se de uma deficiência nos tecidos que revestem a cápsula, ou porque a
cápsula é mais inconsistente, e como tal não segura a cabeça do fémur de forma
correcta, e esta sai da sua cavidade.

O diagnóstico, nos meses iniciais de vida, é essencialmente clínico. Normalmente,


efectuam-se radiografias, no entanto devido ao facto de os ossos do bebé ainda não
estarem ossificados, este tipo de estudo não é útil para o bebé. Nesta etapa, a única
maneira de observar a cabeça do fémur é através da ecografia, permitindo assim,
observar igualmente as estruturas cartilagíneas. Após os 6 meses de idade, quando
começa a produzir-se a ossificação, a radiografia permite observar se o fémur está
orientado para dentro da cavidade cotiloideia.

Doença de Legg-Calvé-Perthes

A doença de Legg-Calvé-Perthes, é o nome aplicado à osteonecrose da epífise


proximal do fémur. Tem uma incidência mais frequente em
rapazes do que raparigas, geralmente entre os 4 e os 8
anos de idade.

A doença desenvolve-se em quatro fases

Os sintomas desta doença incluem, dor, claudização e


limitação do movimento.

O primeiro sinal radiológico desta doença, é a osteoporose periarticular e


edema dos tecidos moles periarticulares, com distorção dos planos adiposos
pericapsulares e ilipsoas. Poda ainda existir discrepância no tamanho dos centros
de ossificação das epífises da cabeça.
Posteriormente, o deslocamento lateral do centro de ossificação afectado produz
alargamento da face medial da
articulação.

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Dossier de Estágio

Radiologia Convencional

A Radiologia Convencional, tem um papel pertinente na detecção de todas estas


patologias referidas anteriormente.

De acordo com a opinião de vários Técnicos Radiologistas:

No caso da cifose, efectua-se uma radiografia de perfil em ostoestatismo e ainda


extralongo da coluna vertebral , para um estudo genérico, uma vez que a curvatura
natural da coluna vertebral é no plano sagital.

Se o pretendido fôr num âmbito mais específico, no caso de saber-se


antecipadamente onde se situa a cifose, no caso da coluna dorsal, efectua-se uma
radiografia de perfil em ortoestatismo. Para o estudo da coluna cervical, é efectuado
um estudo funcional em hiperextensão, de modo a permitir uma avaliação da existência
ou não do desvio. Realiza-se ainda o perfil em ortoestatismo.

Relativamente à escoliose, são efectuadas radiografias em ortoestatismo de perfil


e antero-posterior (AP), em carga em chassis extra-longos, de modo a visualizar os
pontos de apoio e todos os desvios anormais.

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No caso da displasia do desenvolvimento da anca, é efectuado uma radiografia


em antero-posterior (AP) das articulações coxo-femurais e ainda o perfil (falso perfil de
Lewenstein)

Quando se trata da doença de Legg-Calvé-Perhes, efectuam-se radiografias em


antero-posterior (AP) e também o perfil (falso perfil de Lewenstein)

Bibliografia

- http://lusomed.sapo.pt

- www.pediatricradiolgy.com

- www.doresnascostas.br

- www.ctoor.com.br

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