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SÉRIE CULTURAL - JHS

ÍNDICE

01. Nósismo de Fritz Kunkell e os Ensinamentos de JHS


02. Nósismo de Fritz Kunkell – Estudo II – Quatro Temperamentos
03. Estudo III – A Fusão das Experiências do Pai, passando pela Mãe e indo ter ao
Filho, como 3ª Hipóstase. Função do Templo
04. A Eubiose
05. A EUBIOSE através dos Tempos e das Idades
06. Eubiose – através dos Tempos e das Idades – II
07. A Eubiose através das Idades – III
08. A Eubiose através das Idades IV – Templo de São Lourenço
09. A Eubiose através das Idades V – Templo de São Lourenço
10. A Eubiose e as Novas Diretrizes da Instituição
11. A Eubiose e as Novas Diretrizes da SBE
12. A Eubiose – o dia 28.09.1969
13. Os Nove Elementos em Relação com a Estrutura Humana, a Personalidade
14. Conceito de Mâya – Linguagem da Realidade – Mâya-Mayêutica-Eubiose
15. Eubiose – Ciência da Vida – Os Rotineiros: Emocionais e Intelectuais
16. Mensagem ao Público de Autoria de Luiz Lúcio Daniel – pronunciada na VI
Convenção promovida pelo Instituto Cultural Itaparica, em B.Horizonte. 31.10.1969
17. O Sentido transcendental dos 3 Reis Magos e o Natal Cristão
18. A Eubiose Aplicada: sons, cores. Valores dos Chacras Cardíaco e Vibhute, das
Yogas, Rituais, Conchas Sonoras. Palavras de JHS e da Coluna J – CAF
19. Centros de Forças – Estrutura Humana, relacionados com a Mecanogênese da Obra
de JHS e segundo a Eubiose
20. Pitágoras – Sabedoria Iniciática das Idades – Eubiose - Estudo I
21. Pitágoras – Sabedoria Iniciática das Idades – Eubiose - Estudo II
22. Explicação sobre a diferença entre Desdobramentos; em Corpo Astral e em Corpo
Causal
23. I-ching e a Yoga dos Cinco Elementos
24. A Trilogia encontrada em todas as Seitas Religiosas, chamada Tríade Sagrada,
o Triângulo Eqüilátero da Sabedoria Iniciática das Idades, poderia ser analisada no
Homem, à Luz da Psicologia?
25. Tentando compreender Eubiose
26. Teatro Grego e Teatro Eubiótico – Parte I
27. Teatro Grego e Teatro Eubiótico – Parte II
28. Contribuição ao Estudo de Eubiose
29. O sentido dos Rituais das Seitas Religiosas, a Magia Ritualística e suas
deturpações. Indivíduos que necessitam dos atos religiosos. A Benção, a Comunhão,
alento afetivo-emocional. Razão das criaturas agirem no sentido da exploração.
Teatro na Religião
30. Moral e Espontaneidade
31. Moral e Espontaneidade II
32. Simbolismo – Chave do Conhecimento – Linguagens – Arcanos
33. Educação Eubiótica
34. Noticiário – Visitantes Ilustres
35. Transformação – Superação – Metástase - Estudo I
36. Transformação – Superação – Metástase – Estudo II
37. Transformação – Superação – Metástase – Estudo III
38. Perguntas: Poderá dizer se pode haver relação entre Cultura, Caráter e
Personalidade ? Gostaria que falasse, também, sobre Símbolo
39. Id-Ego-Super-Ego, em relação com a divisão setenária do Homem. Como agem em
relação com a intuição?
40. Id-Ego-Super-Ego - Estudo II
41. Yoga – Definição-Finalidade
42. Esclarecimento sobre o Indivíduo ter mais de uma Personalidade
43. Ciência das Idades
44. Regra Elementar
45. Transformação – Superação – Metástase
46. Beleza, Técnica e Arte na Educação

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE


01. NÓSISMO DE FRITZ KUNKELL E OS ENSINAMENTOS DE JHS

Pergunta: Se os presentes à conversa desejam que se fale do “Nósismo”, pedimos-lhe


que fale dele e do seu efeito em relação ao que nós fazemos no Templo. O Nósismo em
relação com a nossa Obra. O Nósismo de J H S é que vêm dar o de Fritz Kunkell e é a
aplicação disto nos cerimoniais realizados no Templo? Os cerimoniais realizados no
Templo dão idéia de Nósismo? Quer Nósismo de J H S, quer Nósismo de Fritz Kunkell?
Fritz Kunkell foi inspirado pelo poder da Idéia de J H S?

A
pergunta é muito boa, porque realmente é assunto novo; é um assunto, digamos, pela
situação em que foi colocado, em relação aos rituais. Sim, é um novo assunto pela
relação em que foi colocado, pois nunca foi perguntado dessa forma.

Para começarmos, é interessante falarmos sobre NÓSISMO, a fim de termos


apenas uma idéia geral, É possível que alguém não tenha ouvido falar qualquer coisa
sobre NÓSISMO, pois, há pouco, perguntou-me uma pessoa, o que vinha a ser NÓSISMO.

Vou repetir: Nósismo vêm de NÓS. Quer dizer: é a idéia do nós, senão a idéia
da unidade, da reunião do grupo. E está sendo muito aplicado dessa forma:
psicologia de grupo, orientação em grupo, trabalho em grupo.

Essa psicologia, como já viram de outra feita, é como Vidal disse de início,
é uma teoria psicológica, que vêm dar uma demonstração de que nasceu da Sabedoria
Iniciática das Idades, nasceu da Filosofia, da Religião-Sabedoria, da Ciência das
Idades, nasceu da EUBIOSE. Foi sempre a forma usada pelos Avataras para poderem
auxiliar a criatura humana na sua escalada evolutiva.

Ora, realmente na Psicologia, o Nósismo, cujo autor é Fritz Kunkell, diz que
não se poderia entender Psicologia sem Filosofia. Disse mais ainda: que não se pode
entender Psicologia sem Religião, no sentido que há no verbo Religare. Quer dizer:
Religião é o estudo geral do conhecimento integral, isto é, o estudo de tudo quanto
existe em vários estágios. É Religião vista como a Filosofia Mater, raiz de todo o
conhecimento. A Sabedoria Iniciática das Idades. Em uma palavra: a Ciência da Vida
ou EUBIOSE.

Vemos, então, que ela, de início, quando estuda as três Hipóstases dos
gregos, o Primeiro, Segundo e Terceiro Logos, trata, portanto, da própria
manifestação, ou seja, o PAI. O PAI é o que existe, é a UNIDADE, é a raiz de tudo
que se manifesta nos citados Segundo e Terceiro Logos. Manifesta-se na Mãe e no
Filho. Quer dizer então: ELE, a Unidade, se espalha, polariza-se e é a Mãe, mas é a
MÃE que já se polarizando, compreenda-se que já vêm fecundada por ELE, o PAI, logo,
já traz a vida em si, pois só, poderia dar o Terceiro Logos que é o Filho.

Vemos, assim, que esse aspecto filosófico, para ser estudado, se ele existe
em toda a Natureza, existe também no Homem. Vamos ver o Nósismo na Humanidade. Eis,
pois, se formos apreciar o aspecto da família: pai, mãe e filho, quer na
Humanidade, quer no Homem, nós vamos ver que o pai é sempre como se fosse uma
figura que fica um tanto à parte. Por que se diz sempre Mãe e Filho? Tudo gira em
torno da Mãe e do Filho. O Pai é como que uma figura secundária, a princípio,
porque a ligação é muito mais da Mãe com o Filho. Já porque ela traz a criança no
ventre por nove meses, é ela portanto, uma taça viva, é o berço, a terra onde o
sêmen vai se desenvolver. Porque fertilizando essa terra, a semente vai se
desenvolver, e vai formar aquele que traz em si o Pai-Mãe. Muito bem! Nós vamos
encontrar, então, uma família: a Mãe e o Filho. Em todo o estudo de psicologia,
temos certos relacionamentos, em princípio, com o dos nove meses da gestação, com o
parto, com essa passagem para a nova vida, senão, uma nova etapa de vida.

A criança, ao nascer, separa-se da mãe. Mas essa separação ainda não é


sensacionada realmente, no sentido de que ela tome esse conhecimento. Ela tem uma
sensação de separação é uma sensação que traz imediatamente insegurança. Quer
dizer, ela perdeu o bem-estar, a acomodação, o agasalho das paredes do ventre
materno; perdeu o calor, perdeu a alimentação. Ela vai agora começar a fazer força
para viver. Porque já na entrada do ar nos pulmões, nos alvéolos, ela começa a
sentir a primeira necessidade de vencer a primeira dificuldade, e entra na vida,
onde o ar é o seu meio, é o seu “habitat”, é o princípio vital.

Nós podemos viver sem água, podemos viver sem comer, naturalmente em espaço
relativo de tempo. Mas não podemos viver sem respirar num espaço mínimo de tempo.
Se ficarmos sem respiração, sem o oxigênio do ar, morremos. Deixamos, portanto de
existir. A primeira dificuldade encontrada, a da entrada do ar nos pulmões e,
concomitantemente, aquela perda de segurança, aquela perda de estabilidade que tem
de vencer, aquela falta de calor que daqui a pouco já vai ser devolvida à criança,
obriga-a a outro esforço no fim de certo tempo, a começar a sugar o alimento. Para
isso ela se prepara. Chegou a um estágio de vida onde há a preparação de seus
nervos, da sua capacidade motora, da sua coordenação dos lábios de uma série de
músculos para sugar os seios maternos. Ela tenta vencer uma sensação de frio, uma
sensação de falta de alimento e, portanto, de insegurança. Sente medo e tenta se
afirmar. Por isso ela reagiu. Passados esses primeiros momentos, ela vai começar a
olhar o ambiente, sentindo o que está mais perto, o que está mais longe. Ela não
consegue ver ainda, ou seja, distinguir as coisas, distinguir detalhes. Ela vê as
coisas um tanto nubladas. Ela mal movimenta os bracinhos e, aos poucos, vai
começando a movimentar esses bracinhos, a prender os objetos que lhe são encostados
nas palmas das mãos, e vai começando a tomar conhecimento do ambiente. Pouco a
pouco ela vai percebendo, através das sensações, que ela é um ser e sua mãe é
outro. Ela começa a ter uma idéia de Eu e Tu. Mas é grande a sua necessidade de ser
Nós, é a sua tendência. Vitalmente ela é nós. Ela quer, se pudesse, se isso fosse
possível, voltar ao seio materno. Ela tem uma grande necessidade de sentir aquele
amparo! ...

Diz-se, inclusive, não só das crianças, mas também dos jovens e de muitos
adultos que não conseguiram cortar o cordão umbilical psíquico. Há muitas pessoas
que, adultas, continuam presas psiquicamente à Mãe e, posteriormente ao Pai. Por
que posteriormente: no sentido de que quando foi criança, quando chegou aos 2 ou 3
anos, ela tinha já consciência de outra pessoa. Quer, então, formar um Nós, a três:
pai, mãe e filho.

Como dizíamos, a criança pequenina, o bebê, sente aquela ruptura, aquela


separação. Começa a se preocupar, a perceber que ela é outra pessoa e que a mãe
está separada dela. Continua, como dizia, com a grande necessidade de sentir
amparo, de se sentir UNA com aquela criatura, com aquela que lhe deu, como se diz
comumente, a vida. Com aquela que lhe serviu de berço, durante tanto tempo. Essa
ruptura leva a criança a se preocupar consigo mesma. E porque, naturalmente, é
dotada de princípio inteligente e de uma capacidade de percepção, de uma afirmação
de vida, daquela vida energia que está em evolução, começa a perceber tudo que está
à sua volta. E, assim, vai distinguindo as suas mãos, os pezinhos, distinguindo as
partes do corpo, inclusive tendo sensação interna através do alimento.

E, quando o ingere e depois que o organismo já retirou tudo quanto foi possível
deste alimento, quando o expele, ela vive através deste longo canal boca-ânus. Está
ela plena de vida e se sente satisfeita quando expele aquilo que não lhe é mais
necessário. Está, portanto, tendo a noção, inclusive, de que há alguma coisa
interna em si. Ela se vai descobrindo como um todo separado da mãe. Mas sempre a
sensação que tem é uma leve sensação de sua fraqueza, da sua impossibilidade de se
mover, da sua dependência daquele outro ser que está ao lado, que se debruça sobre
ela. Tanto assim é, tanto isso é verdade, que a criança sente falta extraordinária
daquele ser que está junto de si. E dele necessita muitíssimo, pois está provado: a
criança precisa ter a atenção, o carinho, o calor humano; por isso que é levada
até o colo, tem a atenção da criatura humana, se desenvolve fisicamente e muito
mais, do que a outra que foi cuidada, digamos, com todos os objetos esterilizados e
com alguém que estivesse a seu lado, assim como um robô, uma máquina, mas não a
acalentou com amor, com o calor humano, de tal modo ela necessita dessa atenção
para a sua vida. Isso vem provar da necessidade daquela segurança. Necessita, pois,
sentir-se interpenetrada por um olhar, por um pensamento, traduzindo algo que não é
indiferente, que penetra. Algo demonstrando uma correspondência afetiva. Quer
dizer, ela é então afetada “a dois”. É a sensação do “NÓS”, do amparo, da
reciprocidade afetiva; da reciprocidade de interesses. É desse modo que ela
substitui a insegurança da entrada na Face da Terra, pela segurança que necessita
para a boa adaptação. Esta segurança, este amparo, permite à criatura humana viver
e vivenciar agradavelmente: Lei básica da EUBIOSE. E é por isso que ela busca em
todos os momentos, um meio de se defender. Visa, portanto, a cada momento, esta
interpenetração, esta reciprocidade. E ela defende-se de todas as formas na luta,
para alcançar esta reciprocidade. Assim busca se afirmar, busca de alguma forma, se
valorizar. Tem um apoio. Nós vemos que esse apoio nem sempre é dado à criança,
porque as pessoas nem sempre, também, são orientadas psicologicamente. Não têm uma
orientação psicológica, nem uma orientação filosófica, não são preparadas. Pode ser
que daqui por diante, possam ser, porque a Psicologia já chega até a ser levada
para as bancas de jornais, através de revistas acessíveis, para que o povo tenha
outro conhecimento. É possível que daqui a pouco mais, as pessoas tenham uma outra
orientação, porque, no comum, se encontra sempre um exagero, no desejo de exaltá-
la. A mãe, as famílias, traçam os deveres com um detalhe extraordinário, excessivo.
Não permitem o menor barulho, uma luz mais forte. Deixamos o quarto todo escuro
porque o bebe está dormindo. Não permitem a A ou B pegar na criança. Fazem um
exagero da higiene que chega ao ponto de não permitir que um tio segure a criança
no colo. Logo, exagero na proteção.

Outros, porém, acham que a criança deve se habituar a todos os barulhos.


Tocam aos gritos o rádio e a televisão. Estes, aos berros dentro de casa e todos
aos gritos. Todos os estampidos possíveis e imagináveis, sem que ninguém tenha a
menor preocupação de evitar que o bebê esteja exposto a eles. Vemos então, que se
peca por dar uma liberdade excessiva à criança, ou se peca por lhe dar excessiva
proteção. Esquecemo-nos sempre que a verdade está no meio termo, no equilíbrio.

A criança pode ouvir uma música, deve ser acalentada e pode ouvir uma
conversa. As pessoas podem estar conversando dentro de casa e a criança pode dormir
com aquela conversa. Contra o estampido de uma bomba, deve ser protegida. Isto
porque, se aquilo estoura nossos tímpanos, também produz na criança uma sensação
tremenda de perda de equilíbrio, e vai afetar, evidentemente, os seus centros
nervosos. A luz muito forte pode afetar sua retina. Muitas cores, enfim, excitam a
criança, fazem-lhe mal, prejudicam-na, perturbam-na. Digo, ainda: nem muito
barulho, nem muito silencio, visto que na vida não se vai viver só de silêncio. O
desequilíbrio entre um e outro não prepara a criança convenientemente para a vida.
Deve-se ficar no meio termo.

Vê-se então que aquela preocupação que surge na criatura, pela quebra da
unidade, pela separação, pelo fato de sentir eu e tu, resulta na necessidade da
criança, de ser nós, tal como já vimos. Essa situação é algo que faz com que a
criança vá se preocupando consigo mesma, para se defender. E, ao se preocupar para
se defender, vai se tornando o centro de todos os seus interesses, de todas as suas
atenções.

Com grande exagero, e às vezes, ela se esquece de perceber, de pesquisar o


ambiente. É a necessidade de procurar a proteção materna. Essa proteção materna
pode se refletir não só na mãe, mas em todas as pessoas que possam representar a
mãe, inclusive o pai. E aí entra um intrincado de outros sentimentos, porque
evidentemente a criança sente que está crescendo e no ambiente vai multiplicar o
número de pessoas que estão a sua volta. Porque ela não vai viver eternamente só.
Vai encontrar o avô, a avó, tios, irmãos... toda a constelação familiar, que às
vezes pode ser muito grande, às vezes muito reduzida. Casos há em que a criança
não tem irmãos, é filho único. Não tem com quem brincar. Naquele primeiro caso, as
possibilidades são múltiplas e neste último, não.

Como vêem, é um ambiente variável. Assim a gama de sentimentos é infinda,


dadas as condições que se processam no todo, no ambiente. Logo, é preciso que se
note que as reações não são sempre iguais. São muito variadas. Mas o que importa é
a preocupação com a própria pessoa que é tão grande que o indivíduo se torna
fatalmente egocêntrico. Isto, na maioria das vezes, na maioria dos casos. É
verdade, nós podemos dizer que, felizmente, ainda há pessoas que têm um tal
equilíbrio, que realmente vão levando aqueles serezinhos, as crianças, com tal
orientação que essa quebra de nós, essa separação é compensada pela atitude do
ambiente. Ambiente que é solicitação, amparo, incentivo que proporciona afirmação
sem dar à criança a sensação de desvalia, sensação de fraqueza, de impotência. E
ela vai evoluindo mais segura de si mesma, desejosa de evoluir, de se aprimorar. É
verdade, também, que vai influir nisso, aquilo que nós sabemos, conhecemos como
sejam as “escandas”, as tendências de cada um. Se a psicologia não fala
diretamente, não toca no assunto a que nós chamamos, dentro da Sabedoria das
Idades, reencarnação de outras vidas, entretanto aceita que a criatura humana venha
com tendências, de acordo com a evolução de cada um. Nós sabemos que cada um tem um
estado de ser. A criatura humana nasce com um estado ou propensão para partir de
certo degrau já alcançado. Nem todos nós estamos no mesmo degrau de evolução. E por
isso, sabemos que não somos iguais, semelhantes sim, mas nunca iguais. A própria
psicologia diz: “não há duas pessoas iguais, embora possam ser gêmeas”.

Pode-se dizer, falando de dois esquizotímicos: neles dois existem


características geniais, mas podem ter reações bastante diferentes, embora sejam
esquizotímicos. Tem determinadas características comuns, mas podem reagir de forma
diferente. Vamos encontrar então, que as criaturas desenvolvem formas de ser, de
acordo com as tendências que trazem, as quais, dentro da Sabedoria Iniciática das
Idades, nós chamamos de “Escandas e Nidhânas”. Ou sejam, tendências positivas e
negativas. Nós temos possibilidade de evoluir de sublimar as tendências negativas,
de nos transformarmos de acordo com o nosso estado de evolução. Enfim, alcançarmos
outro grau evolucional.

Pois bem, assim sendo, cada um de nós em sua escala de evolução pode ter
reações diversas e por isso a quebra do Nós varia em infindáveis atitudes. É que
somos apenas semelhantes, mas nunca iguais, conforme foi dito atrás. É a resultante
de infindáveis combinações de sentimentos, que são a mescla, a mistura de medo, ira
e amor. Amor como luta e desejo. O amor sente-se unido ao egocentrismo. Não aquele
amor do Avatara, não aquele amor do idealista, do Homem que se dá por alguma coisa.
Mas, o amor da pessoa que é egocêntrica, que está preocupada em se diferençar, que
sempre procura se defender, porque está fraca. Tudo isso é importante e é
necessário que fique bem claro. Por isso estamos repisando, repetindo e será
assunto debatido em outros encontros nossos.

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

02. NÓSISMO DE FRITZ KUNKELL - Estudo II


QUATRO TEMPERAMENTOS

ontinuando com a monografia anterior sobre este assunto, vemos, então, que Fritz
Kunkell, falando das suas teorias, diz por exemplo: as realizações dos
indivíduos “podem ser multiplas". Ele escolheu quatro tipos de criaturas, de
reações, formando, por assim dizer, atitudes características, atitudes que podem
distinguir as pessoas, porque expressam mais acentuadamente cada tipo separado, e
os agrupou. Ainda porque naturalmente podem se mesclar.

Exemplo: um indivíduo que ele chamou de “forte”, do tipo cuja vontade, cuja
vitalidade é forte, no sentido de agressivo, no sentido de afirmativo no sentido de
se impor. A criatura do tipo de um temperamento forte pode encontrar um ambiente
brando. Aí, a atitude que ela vai ter é, aquela denominada pelo Autor de "imposição
desmedida''. Porque a criatura não vai encontrar oposição no ambiente. Isto, com
efeito, vai dar um tipo característico de reações.

Outro exemplo: pode ser uma pessoa de temperamento forte, a qual se encontre,
extraordinariamente, num ambiente também muito forte. É, pois, um verdadeiro
estouro, que pode ser considerado como uma "pororoca''. Quanto mais aquele
temperamento forte encontra resistência, mais se impõe.

Pode se também, encontrar um temperamento chamado “fraco”, um temperamento


denominado “brando”. Uma pessoa que é branda, sensível, que não se impõe muito, que
não se afirma com uma grande vontade, num ambiente também fraco brando,
superprotetor.

Conclui se que, desse arranjo de combinações, vamos ter pessoas que ele
agrupou e chamou de ''astro". São essas pessoas de temperamento forte, um
temperamento de se impor exigentemente sobre um ambiente brando. Tais pessoas
desenvolvem todas as gamas de sentimentos: de orgulho, de vaidade, de vontade, de
ambição de poder, de necessidade de serem vistas, de serem olhadas porque não
encontram dificuldades para vencer. Estão acostumadas a serem adoradas, a estarem
sempre sendo elogiadas, admiradas. Jamais ouviram uma crítica. Desenvolvem um
verdadeiro sentimento de "penas de pavão". Enchem o peito, abrem o leque e
passeiam a sua beldade. Não admitem a menor crítica. E ai daqueles que se
atrevem a criticá los! Terão inimigos terríveis. Repetimos: tais pessoas não
sofrem nunca. Por isso são de grande vontade e fazem grandes exigências sobre o
ambiente. Nunca sofreram uma dificuldade. Assim, quando surge alguma à sua
frente, elas se enraivecem. São pessoas que querem sempre ser elogiadas. São os
"astros". Podem trabalhar, produzir, mas produzem sempre com o fito de atraírem
para elas a atenção alheia; receberem elogios, de se verem como que num ''espelho".
Enfim, de se verem cobertas de valor, de serem sempre uma medida para os outros.
Nessa permanente vivenciação de um autentico narcisismo, nada fazem por altruísmo,
por amor desinteressado, por ideal. É o egocentrismo tremendo, marcante,
caracterizando as! Desse modo, isto é, adorando se a si mesmas, orgulhosas,
sempre querendo ser idolatradas, se não o são, maltratam. Desde que não satisfeita
a sua vaidade, passam a maltratar quem lhes negar a idolatria.

Chama ainda Fritz Kunkell a um outro tipo, de "nero". São as criaturas


ditatoriais. São criaturas que desenvolvem uma vontade, uma ambição desmedida de
comando, de poder. Só ambicionam o poder para poderem dominar o ambiente. Isto
porque são pessoas de temperamento muito forte, de temperamento que se impõe com
grande força e encontram um ambiente resistente. Isso aumentou a resistência delas,
aumentou a necessidade de se imporem. Transformam se em pessoas que não admitem o
diálogo. Só querem agir através da força. São intransigentes; não medem
absolutamente as conseqüências de um fato; se ele for para manter o seu prestigio,
para impor a sua condição. São pessoas sedentas de poder. Logo se vê que são
pessoas vaidosas, orgulhosas, pretensiosas. E todo esse caudal, toda essa gama de
sentimento originária, pode se dizer, da falta de união, pode dar falta de união,
pode gerar em alguém que tem uma predisposição tremenda para obter as coisas, uma
atitude despótica. São, pois, os ditadores, isto é, aqueles que não se impõem senão
pela força da idéia. Porque o verdadeiro líder é aquele que tem uma idéia; impõe a
idéia não pela força, mas porque a sua idéia seja aquela que funciona, seja
realmente a idéia cheia de verdade, cheia de toda a razão, cheia de atração para
outras criaturas. Quer dizer, o líder é aquele que age como imã. Ele tem algo que
atrai. Mas atrai porque tem uma força posi¬tiva. Ele não repele. Enquanto que o que
impõe à força, o ditador, este repele. Observem que o ditador nunca é amado.Visto
que o que impõe é a força e, conseqüentemente, gera o atrito, porque oprime o
outro.

Bem! Vamos ver o outro tipo. É o tipo que ele chama de “ostra”. Este tipo é
alguém que é fraco, num ambiente fraco. Não teve ambiente brando. Não teve
resistência, porque o ambiente não lhe impõe resistência e ele não sabe como lutar.
Não sabe, pois, como se impor e, não sabendo o modo como se impor, de se afirmar,
estando preocupado consigo mesmo, desenvolve uma inveja e aquela falta de
personalidade, que lhe dá uma atitude melosa, uma atitude pegajosa, uma atitude de
pedinchona, uma atitude aduladora. Quer dizer, é sempre alguém que é como um
capacho e procura se prender, se agarrar, para não se perder, ou melhor, para não
fenecer. A este tipo, Kunkell chamou de "ostra''. Porque a ostra se segura, se
prende, apega se ao casco do navio, como característica, como necessidade enorme de
não cair. Ela se alimenta dos outros alimentos, como se fosse um parasita, porque
tem esta característica: não faz nada por si mesma. Estas pessoas pedinchonas, têm
necessidade de pedir dinheiro, de pedir alguma coisa; são pessoas mesquinhas,
são apegadas a tudo, a roupas também, e a tudo mais. Logo, são miseráveis.

Outro tipo é chamado enredadora ou ''enredadeira". É o tipo brando que


encontra o ambiente forte. Este tipo de pessoa começa a ter atitudes de necessitar
vencer o forte; de dominá lo pela sua fraqueza. Quer dizer então, ela tece, ela faz
uma teia perigosa. Está sempre armando arapucas, está sempre tecendo em volta das
outras pessoas uma rede perigosíssima. Ela enreda todas as pessoas. E nós sabemos,
que este tipo de pessoa usa muito o "disse me disse". Por trás, inventa uma série
de situações, gosta de brilhar, quer aparecer. Mas todo o seu trabalho é sempre
feito, ora bajulando, ora se agachando; ora lisonjeando, ora agredindo. Mas
agredindo pelas costas. A agressão desse tipo de pessoas é uma agressão covarde.

Então esses quatro tipos realmente podem se combinar de mil maneiras. Podem
dar tipos mesclados, conforme não seja tão brando e conforme o ambiente seja brando
ou forte. Para um lado, um parente é forte ou brando. Então se compreende que as
pessoas vão se mesclando nesses tipos e daí, uma série de misturas, de arranjos, de
combinações; que fazem com que as pessoas realmente formem tipos muitíssimos
variados, muito diferentes das outras. Todas elas, entretanto, com um sentimento
básico de insegurança, que se converte, muitas vezes, em sentimento de aparente
segurança, como é o caso das pessoas extremamente vaidosas. Há pessoas que são
extremamente vaidosas porque, no fundo se sentem inferiores em alguma coisa. Então
elas procuram compensar aquela forma de sentimento de inferioridade, em sentimento
de superioridade. São orgulhosas, vaidosas; mas, no fundo, têm realmente, o
sentimento de inferioridade que elas transformaram. Porque aquele sentimento
causava grande sofrimento e, escudadas nos elogios a si próprias, na jactância de
seus valores, conseguem um equilíbrio interno.

Na verdade, estes tipos que nós descrevemos não são tipos patológicos, não
são psicopatas. São pessoas consideradas normais, pessoas que têm uma estrutura de
personalidade bastante aceitável. Não têm estruturas fracas. Logo, o seu EU não
está desequilibrado. Elas são pessoas que têm uma possibilidade grande de evoluir,
porém não sentem a atração pela evolução, porque estão envoltas em torno de si
mesmas. Estão envolvidas em uma capa ilusória da sua personalidade e não conseguem
sair do seu casulo. É como se fossem a crisálida do bicho-da seda, que dormiu
envolvida pelo próprio fio da seda que ela teceu em volta dela e ficou presa ali
dentro, preocupada. E não se transformou. Ela não evoluiu, não saiu da casca; morre
como crisálida. Isto porque, no bicho da seda, nós sabemos que há a fase de
lagarta. Depois a lagarta tira de si mesma aquele fio (a crisálida) que é como se
fosse o indivíduo, a criatura olhando para dentro de si. É como se esse fio
permitisse que ela fosse buscar a análise das suas atitudes e depois de meditar
sobre elas, transformar-se, superar o estado de crisálida e passar a um outro que é
o da borboleta. E quando a pessoa chega a esse estado, ultrapassou realmente aquele
período de egocentrismo, de visão de si mesma, de estar só voltada para si. Começa
a "se dar". Pois, o "bicho da seda" se envolve no casulinho que faz com a baba
saída de si próprio; tece à sua volta e depois chega ao estado de crisálida, daí se
transforma e sai como borboleta. E então se dá. Porque ela vai propiciar, ela vai
transmitir a outrem, ela vai entrar em outro estado, ela vai se dar, ela vai
entrar num período de NÓSISMO. Ela vai ser uma com outra pessoa, para formar os
ovinhos, donde sairão as futuras lagartinhas. É, sim, uma verdadeira transfusão.

É isso que o NÓSISMO sintetiza, porque é a volta à unidade. Sempre que a


criatura tem um ideal, ela se reúne em grupos, ela se afiniza, ela procura de
alguma maneira entrar em sociedade, em fusão e começa a se fundir com outros.
Começa a se interpenetrar. Ela deixa de ser UM para ser o TODO.

Aí é interessante nós vermos: o AT NIAT NIATAT - UM POR TODOS E TODOS POR UM


o UM no TODO e o TODO no UM ou no UNO.

Isso é o que se chama fusão. É o NÓSISMO. Sim, a manifestação, a Unidade na


diversidade e depois, a fusão na UNIDADE, porque houve uma expansão, houve uma
realização. Isso é a volta à Unidade. Logo, é uma transformação constante,
superando determinados estágios, para que haja METÁSTASE.

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

03. PSICOLOGIA de FRITZ KUNKELL - Estudo III

A Fusão das Experiências do Pai, passando pela Mãe e indo


ter ao Filho, como 3ª Hipóstase - Função do Templo

al como ficou dito nas monografias anteriores, vamos tratar, agora, da fusão da
criatura no Todo. Mas já aí, com todo o conhecimento. Isto quer dizer que o Filho
tem um conhecimento do Pai, o qual passou pela Mãe. Sendo ele, Filho, uma etapa, um
terceiro estágio, já aprendeu uma série de coisas, já evoluiu. Aquela própria vida
energia, já conhecida de todos, age através dos três corpos reunidos, para os
respectivos trabalhos da evolução. Vemos, então, que a Psicologia é patente, vem a
ser a grande auxiliar de todos os Avataras, porque ela é o conhecimento da
personalidade, é o emprego do “conhece-te a ti mesmo... e conhecerás o Universo e
os Deuses”. Conseqüentemente, conhecerás o NÓS. Conhecendo a criatura humana na sua
origem, conhece o Todo e perde então, o sentimento de solidão, Perdendo o
sentimento de solidão, perde o sentimento de egocentrismo ou o que o leva ao
egocentrismo. Se o indivíduo deixa de ser solitário, de ter sentimento de solidão,
de se sentir sozinho, de se sentir “um”, de se sentir “detalhe”, se ainda não se
sente todo, passa com aquele conhecimento de “volta ao Todo”. Está, então, seguro;
não mais se preocupa consigo mesmo; ele começa a se preocupar agora com outrem. Ele
se volta para fora, ele se dá em busca de nós. Em busca do “nós”, não egocêntrico,
é claro, porque desse modo não existe; mas por uma lei natural de evolução, por uma
lei natural das coisas. É a atração, porque já passou pelo momento de repulsão...
Veio a atração. Esse momento é aquele em que a Mãe se desliga do Filho, em que o
Primeiro Trono saiu para o Segundo. Passado esse momento, essa etapa, há a fusão no
Terceiro. E essa fusão no Terceiro é a maneira do bicho-da-seda que veio da
lagarta, passa pela crisálida, depois a borboleta e foi se fundir com outrem, para
se multiplicar, passando para um outro estágio, ele começou a se dar.

Nós vemos que, dentro de todos os grupos, em todas as situações, precisamos


perceber a atitude de cada pessoa. Nos grupos, nas sociedades que se fundem em
pequenas aglomerações, as pessoas se encontram pelos seus interesses, pelas suas
capacidades e formam pequenos grupos, como se fossem, não realmente almas-grupos,
como costumamos dizer; mas as almas-grupos no sentido em que elas estão numa mesma
etapa de evolução. No caso, seus interesses somam-se. E que etapa da evolução seria
essa? É justamente, a proporcionada pelo sentimento descrito no estudo do Nósismo.
Eles estão se amalgamando, se atraindo, porque começam a se dar. Constituem agora,
um grupo construtor.

Num outro grupo ficam as personalidades, que são profundamente egocêntricas e


constituem o grupo daninho. São os dois pólos. São o construtor e o destruidor.
Sim, o grupo que constrói e o que destrói. Nós vamos encontrar isso em todas as
sociedades, enfim, em todas as agremiações. Isso porque é a criatura humana em
evolução; uns com possibilidade de evoluir, porque querem evoluir e já chegaram a
essa etapa; outros, porque estão complemente envolvidos ainda por “aquele casulo”,
não conseguem ainda rompê-lo.

Assim, a correlação estreita entre os conceitos atrás e a função do Templo e


seus efeitos, ficará suficientemente definida e esclarecida pelo que passaremos a
expor. Que vemos dentro do Templo? Ali reunidos, no tempo evolutivo que
atravessamos, representamos o que J H S chamou de Escola, Teatro e o próprio
Templo. Isso porque nos Rituais, há uma perfeita comunhão, visto que se faz questão
que todos pronunciem juntos, as mesmas palavras. Logo, aquelas personalidades
“astros”, “ostras”, etc., não têm possibilidade de ficar em evidência, para
demonstrarem seu egocentrismo. Começam então, a ter ali, poucas possibilidades ou
nenhuma, de fazer uma demonstração de egocentrismo.

Por outro lado vemos, que ali, ao repetirmos cada conceito, afirmação, salmo,
etc., que o Sacerdote apresenta em voz alta (e que se constituem em verdadeiras
aulas), estamos exercitando ativamente a inteligência, e propiciando mais de perto,
ou melhor, em contato direto, a penetração no cérebro e na alma, das idéias
respectivas. Numa real apreensão e assimilação imediatas. É que o ambiente e o
momento de ação imediata e adequada, nesse Templo-Ritual, a tanto favorece ou
obriga instintivamente, pode-se dizer, estamos compreendendo intelectualmente, ao
mesmo tempo em que estamos sensacionando um momento de reflexão. Portanto, estamos
num ponto de vista emocional, receptivos, aptos pelo clima que nos proporcionou o
ambiente, que é um clima de tranqüilidade, de emoção criadora. Ainda porque estamos
acompanhados de Mantrans, ou seja, a medida do som, música, de efeitos mágicos,
assim como estamos bafejados pelo perfume dos sete Planetas principais, que emana
da Pira.

Vê-se então que estamos num ambiente propício, adequado para meditação,
permitindo que a “crisálida” saia daquele estado e consiga romper o casulo do
egocentrismo, para se dar, visto que basta meditar um pouco, basta querer, não ter
olhos apenas para olhar, mas para ver, que é o principal, o importante, o que
realmente interessa. Pois que, nesse momento, começa a se estabelecer, realmente,
uma comunicação entre o coração e a mente. Sim, porque esse momento é o da
Superação de um estado de consciência, já que a parte afetivo-emocional entra numa
vibração e a inteligência está esclarecendo o discípulo. Diríamos: fogo sendo
soprado.
É fora de duvida, pois, que os Rituais, como estão sendo feitos no Templo,
estão realmente levando o discípulo a um estado de consciência ou a um outro estado
de “possibilidade de perder o sentimento de solidão”. Porque estão todos
acompanhados, reunidos, num mesmo canto, num mesmo salmo, impregnados do mesmo
perfume, repetindo as mesmas palavras. Podendo, então, cada um, segundo as suas
possibilidades, entrar em outro estado vibratório, para começar a “se dar”.

Assim é, porque o próprio Ritual é realizado e destinado a “outrem”. Melhor


dito, realizado para outrem; é feito com o intuito de trabalho para benefício da
Humanidade, eis que ali, o indivíduo não tem maneira de estar pedindo nada; ele
está dando, isto sim. Repetindo: os Rituais feitos no Templo, são em verdade, para
propiciar ao discípulo a possibilidade de “começar a se dar”, a sair de dentro do
casulo; deixar de ser EU e TU, para ser NÓS. Basta lembrar como começam e terminam
certos rituais. Exemplo: “Nós, aqui reunidos, formando uma unidade perfeita...”. E,
“assim damos por terminado este ritual... AT NIAT NIATAT” ou “ADVENIAT REGNUN
TUUM”, ou ainda, “BIJAM DOS AVATARAS”. Com modificações e variedades quase que
diariamente, é certo, por motivos óbvios. Não é isso (de todo o exposto se
conclui), preparação do discípulo para a Metástase ?

Disse o Vidal: “O Templo tem também uma função universal, por isso que não
lhe cabem mesmo atitudes particulares. É um Templo universal. Se assim é, tem que
cuidar e tratar das coisas, assuntos universais, e não individuais. É o Nósismo em
ação. É uma espécie de universalização da alma humana. Por isso é que nós
verificamos: a Grande Fraternidade, o Pramantha, não deixa de ser um NÓSISMO”.

É o Deus funcionando como A, B, C, D... Por isso que o ignorante diz: “ Eu


faço isto, aquilo, aqueloutro”... por ter atitudes suas, apenas: “fui eu que fiz,
sou eu que faço, sou eu que trabalho, sou eu o tal”. Enquanto o discípulo diz: “
assim diz a Lei, assim fala a Tradição.

O Templo, segundo os ensinamentos de J H S, é o lugar de realizações e não de


devoção; nele, todos devem manter um só sentimento de “Fraternidade”. É o local
onde se devem adquirir, com o correr do tempo, Estética, Ética e Equilíbrio, nas
três Vestes de que a criatura humana é portadora. Ele constitui, devido aos Rituais
diários, uma Usina de Vida- Energia, à qual se pode dar o nome de “Laboratório do
Espírito Santo.”

Virão dias em que criaturas humanas, de certa sensibilidade, se curvarão


genuflexas, a fim de reverenciar a sua majestade, a sua linha arquitetônica e a sua
dignidade espiritual. Virão homenageá-lo, serenos peregrinos do mundo inteiro.

O Templo, embora pequeno, já é o centro de admiração e de respeito para uma


multidão que o visita diariamente. Ele é, com efeito, o Coração do Universo,
pulsando em São Lourenço.

ooooOoooo

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

04. A EUBIOSE

V
amos procurar estudar o sentido da EUBIOSE, termo este que levou a Excelsa Grã-
Mestrina a mudar o nome da Instituição, de Sociedade Teosófica Brasileira para
Sociedade Brasileira de Eubiose, tal como fora aprovado pela Assembléia de 29 de
setembro de 1969.

A palavra Eubiose é formada dos elementos EU e BIOSE.

EU, segundo Caldas Aulete e no sentido filosófico, é a individualidade


metafísica de uma pessoa; a alma com consciência de si mesma, ou considerada
simultaneamente como sujeito e o objeto de pensamento. Não obstante a contínua
mudança do indivíduo físico, subsiste sempre o mesmo EU. De formação latina, Ego.

EU, prefixo grego que significa Bem, Bom, Belo, de formação grega: Eu (Bem).

BIOSE, a VIDA; o estado de viver; a ação de viver. É de formação grega:


BIOSIS (Vida).

Concluímos que a palavra EUBIOSE tem o sentido de tudo aquilo que representa
a vida, o estado vivo das idéias, a fim de manter sua consciência num estágio
relativo a um método de vida bom, de bem e belo. É o EU vivendo em harmonia com um
mundo harmônico, num ambiente nobre, elevado, em que todos possam viver o Nósismo,
senão, de acordo com a máxima: UM POR TODOS E TODOS POR UM.

Assim sendo, a EUBIOSE será um estado de ser e um método de vida os quais


levarão a Humanidade a viver no estado de vida ativa, dando expansão ao seu Eu
Interior, com liberdade de pensar e de agir. Um estado de ser e um método de vida
em que a humana criatura viva no BEM, no BOM e no BELO. Isto é, no BEM,
somáticamente, no BOM intelectualmente e no BELO, artisticamente. Sem esse
equilíbrio, a vida passa a ser, digamos, “cacobiótica”.

Vê-se, então que a EUBIOSE será um sistema que permitirá à criatura humana
aprimorar as estruturas física, psíquica e intelectual.

A alma humana, ou seja, a vida psíquica dos povos, merece ser cuidada e
tratada com o máximo de respeito e de dignidade, para que possa dar bastante
produtividade. Mas para isso, é necessário que as pessoas sejam ajustadas. Para não
transformarem as idéias eubióticas em cacobióticas, como está acontecendo.

Pelo exposto, foi então que o Maior de todos os homens, o Maior de todos os
Iniciados, começou a lançar no mundo, através de seus discípulos mais chegados, um
método de Eubiose, para ser difundido universalmente através dos tempos, penetrando
e sendo aplicado em todos e por todos os setores da atividade humana. O físico age,
movimenta-se porém, com o dinamismo da alma. Eis a razão porque os desajustados
psiquicamente produzem pouco e atrapalham muito o curso da vida dos ajustados.

Já dizia, no Século IX, o grande Filósofo Emerson, fundador do


Transcendentalismo:

“A alma humana é superior a tudo quanto se possa suspeitar dela e é mais


sábia para engrandecer quaisquer de suas obras.

“A corrupção do homem, vai em seguida à corrupção da linguagem e, quando a


singeleza de caráter e o domínio das idéias são destruídos por um predomínio de
desejos secundários, o do prazer, o do poder, riqueza e glórias... a falsidade e a
hipocrisia ocupam o lugar da simplicidade e da verdade; o poder da Natureza se
perde até o último grau; a nova imagem cessa de criar-se, as antigas palavras se
pervertem ao tomá-las por causas que não são. O papel-moeda se emprega quando não
há ouro em custódia. Mas ao seu devido tempo, a fraude se evidencia e as palavras
perdem todo o poder de estimular o entendimento ou os afetos. Podem encontrar uma
centena de escritores em todos os países civilizados, que por curto espaço de tempo
crêem e fazem crer aos outros que vêm e anunciam a verdade, alimentando-se
conscientemente, sem dúvida, da linguagem criada pelos principais escritores de seu
país. A saber, os que primitivamente se apoiaram na Natureza.

“Não há um feito, não há um acontecimento de nossa existência que mais tarde


ou mais cedo não deva perder a sua forma inerte e assombrar-nos, ao tomar seu véu,
desde o fundo do nosso corpo empíreo.

“São viventes desculpas de não serem homens; humilham-se, desculpam-se com


prolixos raciocínios, e acumulam aparências, porque lhes falta substância.”

Vê-se então que, conforme já o pressentia o Filósofo, a idéia de nossa


EUBIOSE, será combatida. Porque há falta de substância intelectual, filosófica e
cultural para compreendê-la e aplicá-la na vida prática, dizemos nós.

Destarte, há necessidade de dedicar-se à Cultura, à Arte, ao método da


pesquisa, isto é filosofar. Logo, procurarmos adquirir substância para podermos
então, transmitir essa ciência do futuro, como mais um capítulo da Ciência das
Idades. Em caso contrário, seremos cacobióticos, acumulando apenas aparências. E
isto porque, nos faltarão a substância e a inteligência do novo ciclo avatárico.

O melhor trono em que podemos manter nosso Supremo Orientador J H S, é


procurarmos vivenciar os mais altos estágios filosóficos e culturais; praticar seus
ensinamentos, a sabedoria que nos legou através da Eubiose. Enfim, vivermos as
substâncias dos seus conhecimentos.

Assim não vivendo, mas ao contrário, cacobioticamente, seremos os primeiros


responsáveis pela aplicação fatal que lhe caberá injustamente, da máxima de
Lombroso, segundo a qual: “Durante a vida não só é negada a fama aos homens de
gênio, mas negam-lhes até os meios de subsistência. Depois da morte, recebem
monumentos e retórica, à guisa de compensação”.

Segundo ainda nosso Mestre, o eminente Professor Henrique José de Souza:

“A Eubiose é a Ciência da Vida. E como tal, é aquela que ensina os meios de


se viver em harmonia com as Leis Universais, das quais os primeiros se derivam.
Pelo que se vê, nenhuma diferença existe entre a Eubiose e a Teosofia, no sentido
real da palavra, porque esta, como Ciência ou Sabedoria Divina, se propõe a mesma
coisa, como tronco donde se originam as ciências, artes, religiões, filosofias,
línguas e tudo mais quanto existe ou há de existir no mundo. Desse modo, não apenas
os Adeptos da Boa Lei, mas também todos os Iluminados que a este mundo vieram,
pautaram sua vida eubioticamente, ensinando aos demais a que agissem do mesmo modo,
e isto, de acordo com a evolução natural da época dos seus vários aparecimentos”.

Conclui-se de todo o exposto, que a Eubiose é um plano de evolução de âmbito


geral, conforme continuaremos a esclarecer adiante. Antes porém, é bom que se
saiba: trata-se, podemos afirmá-lo, de um neologismo. Termo novo, que foi criado
como resultado de troca de idéias entre o nosso Mestre e um dos seus preclaros
amigos, o sábio Dr. Maurus.

Eubiótica é o que apenas registram os dicionários, como o de Jaime Seguier,


com a significação de arte de bem viver. Mesmo assim, por aí se vê que não se
distanciam, um mínimo mesmo, da verdade. Questão é, pois, de interpretação: ARTE DE
BEM VIVER.

Continuemos então. O termo em tela foi criado com o intuito de ligar a idéia
de VIDA, de TRABALHO, à noção íntima da LEI NATURAL, isto é, de preparar os homens
para se tornarem colaboradores conscientes da LEI (Lei Divina, Natureza, Princípio
Universal, etc.), para viverem integrados com as forças cósmicas.

Desde que o ser humano esteja integrado conscientemente no TODO, no PLANO


ÚNICO DA EVOLUÇÃO, terá que agir em todos os planos de sua atividade do mesmo modo,
ou seja, conscientemente. De maneira que os efeitos de suas ações sejam harmônicos
e felizes. Ações de repercussões harmoniosas e felizes, repetimos, por outras
palavras, para que fique bem gravado este ponto ou aspecto básico dessa Filosofia,
o qual, por isso mesmo, é de suma importância. Toda ação que não for capaz de
suscitar saúde, tranqüilidade, prazer, paz, enfim, felicidade para os outros
homens, é uma manifestação contrária àquela Lei. Provoca, na indescritível, mas
sensível e justa incomensurável corrente cósmica, uma reação igual e contrária.
Conseqüentemente acarreta sofrimentos, não só para o agente, como também para o
paciente. Sofre o autor, o elaborador da ação e sofre igualmente outrem. Quando não
sofrem outras...

Isto porque o Homem, na verdade, digamos em síntese, é a Alma, o aspecto


dinâmico, a representação nos planos do sentimento, da Inteligência e do Poder, de
um PRINCÍPIO UNIVERSAL que ele nem sequer, rara e palidamente, vislumbra. Princípio
Universal ou Único, Vida Una, eis como a respeito se referem os Iniciados.

Quando o nosso Supremo dirigente classificou sua Missão de Eubiose, cuja


aplicação ou desenvolvimento deveria ser feito através da Escola, do Teatro e do
Templo, deixava entrever que seu plano de evolução deveria também ser realizado,
tendo por base o seguinte método:

Primeiro: Desenvolvimento da Inteligência, agindo na ou sob a Escola,


dedicando-se à Instituição, à Cultura sob todos os pontos de vista.

Segundo: Desenvolvimento, aprimoramento da emoção, do corpo afetivo-


emocional, através do Teatro, da educação teatralizada.

Terceiro: Desenvolvimento da Vontade, do impulso interior, através do


trabalho no Templo, com o intuito de alcançar, pela meditação em coisas superiores
(e não em mística devocional), um plano superior da mente. No mundo, criando pela
imaginação e pelo raciocínio, uma série de artifícios ou escandas, a fim de
comungar com a Vida Una.

Por outras palavras: trabalho de natureza científica, empreendido nos


laboratórios; em pesquisas pelo mundo cientifico, enfim trabalho de teatralização
de tudo que mereça ser aplicado para proveito próprio ou alheio. Teatralização
metodizada, fazendo-se sentir em todos os pensamentos, palavras e atos da vida
diária. Trabalho de natureza espiritual, subjetiva, no Templo, visando despertar
em si o princípio correspondente, ou seja, o EGO, a Luz que deve, como um farol
permanente, guiar-nos pelo mundo afora em todos os instantes.

A Eubiose, na sua plenitude, representa a Vida Universal manifestada no


aspecto somático, dando à criatura humana o equilíbrio, a segurança, a coragem, o
interesse pela aquisição da Consciência Unitária, pela conquista dos estágios
superiores. É a vitória da Humanidade pelo reconhecimento dos valores e da
sabedoria do Avatara.

É a vitória da Humanidade pela avatarização, ou seja, pela vivência de


conformidade com a Vida Cósmica, pela vivência do Amor Universal. Amor Universal,
no sentido de realização, de iniciativa, de conquista do perfeito equilíbrio entre
as estruturas emocional, intelectual e espiritual. E, de acordo com o nosso Mestre
o Professor Henrique José de Souza, seria a aquisição do equilíbrio, pelo esforço
de transformar-se, de superar-se e, finalmente, de atingir a Metástase.
Metástase, no sentido de o Eu, o Tu e o AVATARA se transformarem no nós somos
a Divindade manifestada na multiplicidade. Sim, na multiplicidade qualitativa e
agindo através do equilíbrio ou da temperança e da iniciativa.

Temperança quer dizer, a qualidade ou virtude de quem é moderado, de quem


modera os apetites, as paixões. De quem age na vida com parcimônia e sobriedade.
Logo, em equilíbrio. Pois bem, o sentido de temperança é uma exaltação aos valores
da personalidade. Há de se atentar, porém, nesse trabalho, que deve ser considerado
e vivido, digamos, apenas como ponte ou estágio para aquela individualidade fundida
ou sintética: o NÓS contendo o EU, o TU e o AVATARA. Por outras palavras: a
personalidade readquirindo sua individualidade. Está o Avatara, sendo como é, o EU
e o TU, porém, o Eu mais o Tu, igual a Nós.

Conclusão: 1a., AVATARA igual a NÓS. 2ª Uma linha de conduta, uma diretriz,
baseada num verdadeiro código de ética (e somente isso) é que pode e deve nos
conduzir ao completo equilíbrio de atitudes, senão à Iluminação.

Iniciativa tem o sentido de atividade, diligência. É a manifestação do


aspecto positivo da Vontade de Deus, do Eterno, do Supremo Arquiteto. Representa,
na criatura humana, o índice de potencial da Divindade, manifestada na
multiplicidade de formas. É o UNO no TODO. Daí a idéia do NÓSISMO, de Fritz
Kunkell, e a máxima bastante expressiva: UM POR TODOS E TODOS POR UM.

A Semente da Divindade latente, como embrião, na criatura humana, é o


potencial idealísitco desta, e apresenta-se, faz sua eclosão, como iniciativa.
Havendo falta de iniciativa há, conseqüentemente, a depressão psíquica, a
imobilidade da alma... É o mesmo que dizermos: a alma quer agir, mas falta-lhe o
órgão locomotor, posto que o órgão locomotor da Divindade, na criatura humana, é a
iniciativa. Ter iniciativa, ser pessoa de iniciativa, é ter disposição natural, ter
ânimo pronto e enérgico para, desse modo, conceber, elaborar, agir, executar, antes
de mais nada e em qualquer circunstância, sem esperar que outras o façam. É, em
suma, ser homem de ação, de expediente, de recursos próprios. Auto-suficiente,
tanto quanto possível. Isto é, esforçar-se por sê-lo, já que total ou completamente
ainda não o somos. Ter iniciativa, finalmente, é ter coragem, disposição para ser
INICIADO NA EUBIOSE.

ADVENIAT REGNUN TUUM

A X

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

05. A EUBIOSE através dos Tempos e das Idades

O
s homens que constituem propriamente a Humanidade, a Hierarquia Jiva, e pertenciam
ao grupo dos mamíferos, evoluíram tão rapidamente e de tal sorte, que houve um
desequilíbrio entre sua natureza física e o seu desenvolvimento psíquico, mental e
espiritual. Esta evolução, que não estava constando do plano da natureza, foi
provocada por uma remota e anterior queda, depressão, senão uma tentativa
fracassada no Plano da Criação, o que remonta quase à sua origem. Essa tentativa
vem provar velho conceito de um Adepto : De que o Logos, embora possuindo uma
grande experiência de infinitas coisas que proporcionam a possibilidade de criar e
dirigir o Universo, depois de ter estabelecido um plano, tem por outro lado,
inúmeros conhecimentos de caráter puramente teórico. Ele não tem uma experiência
nítida, total, perfeita... Tem apenas uma noção teórica do que vai por em
prática ao criar o Universo. Para que o Logos possa realizar no Universo um
determinado número de experiências, ELE precisa tentar, e essas tentativas da
natureza, são o que constitui o aperfeiçoamento contínuo, ou seja, a evolução.

As primeiras formas da natureza, são sempre rudes, imprecisas, e ELE pouco a


pouco vai aperfeiçoando a forma até que haja equilíbrio perfeito, entre a
consciência que está evoluindo, e o veículo através do qual ela se manifesta. Isso
é que verdadeiramente chamamos de transformismo. Se já houvesse uma experiência
anterior, clara e profunda, nos só poderíamos ver no mundo coisas perfeitas e
definidas. Assim o homem surge na origem de nossa Raça e Ronda (a quarta Raça e
quarta Ronda) com um tipo estranho: um homem gigantesco, etéreo, com a figura
simiesca, lembrando a própria onda de vida na primeira Ronda de nossa quarta
Cadeia, em que os homens também eram, por assim dizer, flácidos e vaporosos.

Já na segunda Ronda, esse tipo se torna mais compacto, mais denso, embora
mais inconsciente.

Ao alcançar a terceira Ronda, ainda gigantesco, tinha forma mais compacta,


mais rígida e no final dessa Ronda, o homem lembrava mais o símio, senão a
expressão “lipika” ou Escriba de segunda categoria e já não era tão
espiritualizado, como nas Rondas anteriores. Espiritualizado no sentido de ser
portador da vida energia, ou de ser impulsionado por ela, logo, possuía essência
de espiritualidade.

Quando atingiu a quarta Ronda, nas primeiras Raças, eles recordaram a


evolução anterior. Há uma recapitulação, para que pudesse afirmar o centro de
consciência. Por exemplo, o homem da primeira Raça lembra o da primeira Ronda; na
segunda, o homem da segunda; na terceira raça, nós só poderíamos ter um tipo
estranho, gigantesco, mas que nos lembra a terceira Ronda, porém muito mais ligado
ao grupo dos mamíferos. Os animais eram formados de vida energia tirada dos homens
(criação pelo poder de "Kryashakti").

Quando os homens, tal como diz a tradição teosófica, ainda eram “filhos do
ovo”, a ligação entre estes seres e os animais era muito comum, posto que a espécie
ainda não estava bem definida. Não através do sexo, mas por uma verdadeira fusão;
ovos de animais se fundiam com os ovos humanos, uma espécie de fusão de óvulo com
espermatozóide. Sim, no plano natural da evolução, esses tipos (hominais), deveriam
desenvolver-se gradativamente, e depois então haveria o progresso da mentalidade. E
essa evolução mental, atual, só seria atingida no final da sexta e sétima ou sexto
e sétimo estágio da Humanidade Jina, jiva, djin, genial...

O homem naquele estágio, com aquela consciência, evoluiria lentamente, porém


seria mais equilibrado. Seria mais animal e menos consciente, mas havia um
equilíbrio entre a sua forma física (exterior) e o seu Eu interior. Os animais,
como o cavalo, o elefante, o cão, dentro do estágio de consciência, são mais
felizes do que os homens. Não têm doenças, vivem tranqüilos, sem ansiedade.
Referimo-nos aos animais selvagens, vivendo de acordo com a natureza, pois são eles
senhores do seu campo e usam sabiamente os alimentos que estão ao seu alcance. Há
uma íntima harmonia entre o seu interior e o veículo que está, também, alcançando
experiências.

Os homens possuíam o centro de consciência focado no corpo emocional.


Respondiam apenas pelos impactos afetivo-emocionais. Sentiam as coisas, sem saber
por que e como as sentiam. Eram movidos pelo Inconsciente Coletivo ou Alma
Universal.
Mas ao que nos parece, devido a um determinado fracasso, o qual se acentuou
na queda lunar, houve alterações no ciclo natural da evolução que tinha seu
movimento marcado no ritmo do universo. Esses seres tomaram forma humana na
terceira Raça-Mãe, pois nesta, havia homens que eram desses tipos (do grupo dos
mamíferos) e outros seres que já tinham formas humanas perfeitas. Esses seres
tomaram forma pela vontade do Criador, pelo poder de “Kryashakti” e foram postos de
parte, segundo dizem as tradições o que nada tem a ver com a própria evolução
humana. Esses seres ao atingirem a terceira Raça-Mãe, são os que se transferiram
para os homens; deram veículos especiais aos homens e passaram a agir no interior
dos que alcançaram estágios elevados.

Por isso as Estâncias de Dzyan dizem que aqueles homens em que os senhores da
mente entraram, se transformaram em “Arats de Fogo”... Mas outras formas
imperfeitas não puderam ser veículos de seres dessa natureza, e apenas projetaram-
se nos veículos da sua própria natureza para animá-los interiormente. Ficaram
desprovidos do saber, mas possuíam gérmen, potencial para evoluir. Mas outros, nem
esse impacto receberam, porque as hierarquias se recusaram a dar esse impacto em
formas tão vis: eram sábios e perfeitos e não iam habitar tabernáculos tão
imperfeitos como os “amanassas”, os cabeças estreitas. Com a separação dos sexos,
os amanassas, os cabeças estreitas ligam-se às formas de animais e procriam os
célebres antropóides... os macacos.

Segundo a linguagem da ciência das idades: “Os Deuses que habitavam os outros
homens, ficaram horrorizados porque viram que estavam retrocedendo às origens das
coisas. Pela inadaptabilidade da estrutura psíquica e física, eles se revoltaram
contra essa falta e, mais ainda, contra os deuses que não quiseram animar esses
homens. Depois disso os Deuses imprimiram nos homens o selo da proibição, fazendo
com que os seres de espécies diferentes não pudessem procriar. Promoveram uma
evolução tão rápida, que não podia mais haver reprodução. Isso foi o que aconteceu
com o grupo que se recusou a colaborar na evolução dos homens... Esses Seres, que
tinham a certeza de que se fossem penetrar na natureza humana iriam fazer parte de
um mundo grosseiro, percebendo que descendo a este mundo haviam de ficar obrumados
(envolvidos) na matéria, esmagados, recusaram-se intimidados, com receio de
fracasso, de cair, e revoltaram-se devido ao enquadramento comodista das
experiências já conquistadas.

Os Assuras eram os que conseguiram individualizar a Vontade Universal. Como


portadores do sentido de “Ahankara”, portadores, portanto do poder centrípeto, não
quiseram obedecer à Lei, às determinações do Eterno. Eram seres classificados como
portadores da “rebeldia congênita”. A Vontade Universal empregada de modo inverso.
O Atmã caótico é a Rebeldia.

Eles que representavam a vontade no sentido de individualidade,


indívidualização, tinham a característica de "Ahankara”, do egocentrismo, do “eu
sou”. Mas aí foram obrigados a cair, a sofrer uma depressão, a deixar um estágio
inferior porque estavam dominados. Pela recusa, pela falta de firmeza do Eu
interior, foi proferida uma sentença, uma maldição: “sofrerão e farão sofrer”.
Entre os Povos Atlantes nascem os Assuras e se transformam em não-deuses.
Revoltaram-se contra a Lei da Evolução, por terem se materializado demais, tal
como está acontecendo com os donos da tecnologia, julgando-se infalíveis. Essa
revolta permitiu que se transformasse o amor em ódio. Esses seres foram os últimos
Deuses que caíram na matéria.

Uns conseguiram harmonizar a sua vontade com a Lei: são os vencedores, os que
vivem a EUBIOSE. Outros continuaram, pela força do hábito, pelo estabelecimento do
quadrado, mundo estreito, mundo dos amanassas. Logo, passaram a ser revoltados,
vivendo cacobioticamente. Mas não foram somente os Assuras que caíram. Foram também
envolvidos pelo turbilhão da revolta, os Agnisvatas e Barishads de terceira classe.
São, pois, essas hierarquias que continuaram revoltadas contra a Lei e se
transformaram em seres odiosos, porque lhes faltou a esperança de falsos domínios e
queriam aparecer, aparentar, possuir, os estágios perdidos pela degradação.

Os Chefes dessas três hierarquias são denominados pela Ciência da Idades de


“as 21 Serpentes que arrastam, orientadas pelos três furiosos Dragões”. São as 21
sombras com os seus Chefes, formando a espiritualidade do mal; sombras de Assuras,
Agnisvatas e Barishads, formando o que a tradição denomina de Nirmanakayas Negros e
Rackshasas Negros.

Por exemplo, Hitler, Mussolini e Stalin com seus asseclas, cujas


reminiscências, ainda hoje, prejudicam o bom andamento da EUBIOSE de J H S e do Dr.
MAURUS. Posto que a consciência deles ficou restrita, enquadrada. Eles deixaram de
possuir a sabedoria das suas hierarquias, porque continuaram a agir dentro do
estado de consciência da matéria grosseira, sem procurar, sem dúvida, vencer esse
peso, essa maldição. É o homem possuído do poder do mal, negativo, antiquado,
aproveitando-se do aspecto negativo da natureza, do mal...

O princípio da egoidade dado pelos Assuras, deu ao homem depois de vencer


essa consciência de separatividade, condições para se harmonizar com a sua vontade
ou Deus Interior e poder alcançar o plano átmico, o sétimo estágio evolucional.

Sem vencer ou transformar a consciência de separatividade, jamais poderá


alcançar a Superação, a Consciência Una, a Suprema Iluminação. Por isso se
compreende: a Filosofia de J H S é a Unidade - At Niat Niatat. Agir de maneira
diferente, é ato cacobiótico e não a Eubiose que salvou e recuperou os Assuras,
Agnisvatas e Barishads de terceira categoria.

UM POR TODOS E TODOS POR UM

TODOS PELO AVATARA

A X

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

06. A EUBIOSE através das Idades

Vamos estudar a Eubiose, através das nossas pesquisas, procurando, com


efeito, analisá-la com seus desdobramentos, tomando por base seus diversos
aspectos, ou sob uma esquematização pedagógica, conforme nos ensinou o Dr. Antonio
Castaño Ferreira.

A vontade, segundo a Eubiose, manifesta-se através da trilogia que abarca


toda atividade da humanidade. A vontade, na Eubiose, corresponde ao princípio
espiritual, porém, no homem, a vontade ainda se apresenta, quando está manifestada,
através da alma, sob um tríplice aspecto, que nós denominamos de Pré-Vontade,
Auto-Vontade, ou respectivamente, Vontade Instintiva, Vontade Criadora e Vontade
Abstrata.

Cada um desses aspectos da Vontade, em Eubiose, desenvolve um ramo


particular de atividade. E, de um modo geral, compreendemos que a Eubiose tem por
finalidade ser no homem, no discípulo, um grande Educador da Vontade. Pelo
trabalho a favor da humanidade, dando-se a favor do ideai, o homem a desenvolve, a
amplia e lhe dá todo poder de manifestação. Se nós quisermos e encontrarmos
ambientes próprios, poderemos conseguir uma Yoga, uma realização de desenvolvimento
espiritual, sempre que este trabalho for de tal sorte que traga felicidade para
aquele que o realiza, como para todos aqueles que dele dependam. Esta é, pois, a
nota característica da Eubiose.

Mas, naturalmente, o trabalho não pode ser “eubiotizado”, se não o fizermos


acompanhar da inteligência, da sabedoria. Daí se falar: 2 dos 3 aspectos da
sabedoria, são os auxiliares do trabalho. Sim, aquele aspecto que chamamos de
inteligência, propriamente dita, que corresponde às ciências empíricas. Quando a
inteligência está em função da estrutura emocional, denominamos esse aspecto de
Pré-Inteligencia - são as manifestações das emoções ligadas ao intelecto, tornando-
se perceptíveis.

Devemos frisar: em tudo que diz respeito à Vontade, destacamos 3 grandes


aspectos, sendo que um deles corresponde ao domínio, pela afirmação do poder bruto
da Vontade e, portanto, relacionado com a Pré-Vontade, vontade inferior,
instintiva. Quando funciona como Auto-Vontade, tem a possibilidade de afirmar a
idéia de liberdade criadora, política, diplomática, pesquisadora, promovendo a
dinâmica nas instituições, capacidade científica, organizadora...
Quando participa da natureza superior, da Super-Vontade, age como moral,
ética. E a ética superior se caracteriza pela renúncia.

A moral, a liberdade e o domínio são, portanto, características dos três


aspectos da Vontade, em Eubiose, os quais são desenvolvidos pelo trabalho, ação,
senão pela superação.

O trabalho, com amor, com o pudor profissional, desenvolve a vontade.


Desenvolvendo a vontade, auxilia também a desenvolver a Sabedoria, o potencial
interno. O estudo desenvolve a sabedoria com todos os seus aspectos, assim como a
educação amplia e orienta o que chamamos de emoção ou princípio de amor.

Assim também, as yogas que constituem os métodos orientais de aperfeiçoamento


da alma humana, permitindo-lhe desenvolver as faculdades adormecidas, unindo-a ao
princípio único da essência de Brahma, de Deus. E estas Yogas são, portanto,
divididas em três grupos: BAKTHI-YOGA, linha de devoção, amor. A união com a alma
universal pelo amor a todas as criaturas humanas. JNANA-YOGA, união pelo
conhecimento - a conquista da ciência pelo conhecimento intelectualizado, pelas
pesquisas. Há uma terceira coisa, o KARMA-YOGA, a união pelo esforço do trabalho e
obras; é o trabalho feito para o mundo, de modo geral.

Enquanto que a HATHA-YOGA é o método que procura cuidar do físico, isto é, de


mantê-lo saudável e forte, permitindo que o homem possa, pelo domínio do seu
veículo grosseiro, desenvolver as faculdades superiores e harmonizá-las entre si. É
o bem estar físico. O físico equilibrado para servir de parte basilar para a
manifestação harmônica da energia psíquica da alma humana.
A Eubiose, tal como observamos, cuida na sua generalidade, de tudo quanto
interessa ao homem e de tudo quanto ele fez desde o começo, da história da
civilização até o presente Ciclo, até o presente Avatara.

A Pré-Vontade ou Vontade Instintiva, é força dominadora, força natural que é


levada pelo seu próprio impulso a realizar aquilo que está nela sem estar ligada
com qualquer idéia que lhe perturbe a manifestação.

Em geral, as Criaturas humanas, nas quais esta Pré-Vontade se manifesta, são


os grandes conquistadores. Não apenas os que conquistaram Nações ou Povos, como
Átila, Gengis-Khan, Tamerlão, mas todos os grandes conquistadores, os quais, foram
levados pelos impulsos insopitáveis de realizar algo. Querem fazer, querem
realizar alguma coisa, alguma idéia, quer nas artes, quer na ciência, assim como
também os encontraremos entre os místicos.

Os fanáticos religiosos que morrem pelas suas crenças, que se tornam vítimas,
defendendo as suas idéias, sofrendo martírios e toda a sorte de torturas que uma
criatura humana possa imaginar, estão incluídos no mesmo quadro. Eles resistem às
dores e a tudo. Há neles alguma coisa animando-os e que lhes dá esse poder de
resistência.Vemos, por exemplo, quando perduravam aquelas alucinações coletivas,
como naquelas épocas do cristianismo primitivo, quando as multidões eram
sacrificadas no Coliseu de Roma. Alguma coisa os mantinha. Era a mística pura,
porque outra coisa não daria tanto, poder à alma humana, para diminuir o
sofrimento. É essa faculdade da Pré-Vontade que mantém os méritos da ciência,
das artes e das religiões, quando não são plenamente esclarecidos. E esta
Pré-Vontade é tão poderosa, que faz algumas pessoas provocarem milagres dos quais
não tem ciência, nem consciência. Os fanáticos ficam imóveis durante anos adormecem
os músculos, ficam estáticos... Temos como exemplo disso, os faquires muçulmanos e
hindus. A Pré-Vontade desses seres, o subconsciente deles é tão poderoso, que fazem
do corpo o que quiserem. Não usam essas faculdades para a evolução espiritual
pessoal e da humanidade. Talvez fosse melhor chamarmos a esse princípio de
“vontade instintiva mais desenvolvida”. Essa vontade é independente da
iluminação. Essa vontade se apresenta em não iluminados. Os mártires de religiões e
ideais, nem todos são Adeptos, e, aliás, muitos deles são apoucados de inteligência
e são de entendimento restrito.

A Vontade Instintiva, é a capacidade de realizações, sem reflexos fora do seu


poder de agir. É isto que costumamos chamar de Vontade. É, pois, ATMÃ, é o
Princípio Crístico.

A Vontade é esse princípio que quer o LOGOS. O homem. não pode conceber a
vontade fora dele, porque é egocêntrico. A MÔNADA, esse princípio de vida, é a
VONTADE. Mas este princípio quando quer, depende do seu desenvolvimento. Ele pode
querer cega e instintivamente e pode querer conscientemente. Neste último caso,
sabe todas as coisas que quer e dos defeitos do seu querer. Ele pode orientar a
sua vontade e até mesmo não querer renunciar. Ele pode agir com certa teimosia. Mas
quando este princípio está em veículos mais sutis, ele já quer as coisas
conscientemente.

A Auto-Vontade dá às criaturas humanas a consciência de liberdade e, de


maneira geral, elas são revoltadas e revoltosas. É o segundo aspecto da Vontade.
Quando o homem desenvolve mais este princípio, este estágio da vontade, já não
quer, já não domina. Renuncia aos brutos e sabe porque tem tais sofrimentos e tais
dores. Todos os gênios são portadores de Auto-Vontade, pois são os
realizadores no plano da atividade universal. Na Atlântida, por exemplo, no início
predominou a Super-Vontade (período de construção); no meio, no esplendor, a Auto-
Vontade (apogeu) e na decadência, a Pré-Vontade. Foi, pois, o predomínio da Pré-
Vontade, que deu aos Assuras o sentido de AHANKARA, do egocentrismo absoluto da
auto-idolatria, da auto-admiração. De modo que para os estudiosos, a EUBIOSE é
muito antiga e foi neologismo no início das coisas.

UM POR TODOS – TODOS POR UM E TODOS PELO AVATARA !

Pensamento de J H S:

“Toda profissão é sacerdócio ou comércio, segundo seja exercida pelo


altruísmo ou pelo egoísmo. Augusto e nobre sacerdócio, pois, deverá ser o da pena.
Pena vendida, pena maldita. Seus prejuízos são maiores que os da peste ou da
tuberculose.
“Entretanto, graças à pena, possuímos toda a História Humana. Por ela nos
fazemos conscientes e livres. Por ela, eternos são os pensamentos. A Idéia é o
Verbo que se torna carne através da pena!”
“CIVILIZAÇÃO é um conjunto de povo e cultura, localizados no tempo o no
espaço.”
“REALIZAÇÃO ATRAVÉS DO CARÁTER E DA CULTURA é o lema da Nova Civilização que
se acha em plena florescência”.

A X

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

07. A EUBIOSE através das Idades

De modo despretensioso e de acordo com as nossas pesquisas, continuamos com


estas monografias, acerca do estudo da “Eubiose” ou Filosofia do Futuro Ciclo.

Vimos e analisamos com alguns pormenores o conceito de Eubiose, em relação ao


aspecto da Vontade, principalmente sob os seus aspectos de Pré-Vontade e Auto-
Vontade. Pretendemos esclarecer mais alguns pontos no que concerne à Super-Vontade.
Logo, falamos a respeito dos três aspectos principais de que é constituída a
Manifestação do Eterno, de Deus, na criatura humana.

Pois bem, a Super-Vontade encarada em si, isto é, em separado, não


harmonicamente como os demais princípios, se caracteriza como já estudamos, pela
renúncia, que é a base, a origem do que chamamos ética. Mas, na verdade, nenhum
desses três aspectos da Vontade devem estar desequilibrados e sim, harmônicos.
Eles, desequilibrados, não podem ser considerados sob o aspecto real da Eubiose,
porque é, acima de tudo, a harmonia que traz a felicidade. Sempre que nos referimos
às manifestações já vistas por nós outros, verificamos que, quando elas se
apresentam ou se manifestam isoladamente, produzem a dor e o sofrimento.
Procuremos, pois, encarar o problema sob esse prisma particular.

Imaginemos, com efeito, uma criatura sem estar plenamente desenvolvida, sem
ter dado expansão ampla a todas as manifestações do princípio de vida monádica.
Sente as tendências acentuadas para a renúncia ou ascetismo. Os que estudam a
Eubiose vão encontrar, portanto, justamente neste aspecto, nesta subdivisão da
Vontade, indivíduos que não pensam em si, seres que renunciam a si mesmos, a todos
os frutos dos seus esforços, porém, sem a consciência perfeita ou total, sem
estarem ligados aos outros aspectos da alma que não são por eles vividos. São, por
exemplo, os santos, os ascetas de qualquer religião. Não são criaturas perfeitas,
ainda que dignas de respeito. Os yoguis, os sadus, todos os anacoretas, mesmo do
cristianismo, sentem isso em si, encarnam esse sentimento. Eles conseguem renunciar
efetivamente e não mental ou apenas emocionalmente. Quer dizer que eles podem
atingir aquele nível da existência, mas forçados por um estado mental ou
sentimental, digamos, pela assimilação de um pensamento de dever, por um sentimento
de medo, mas não por um ideal consciente. Não podemos considerá-los Homens
Perfeitos. Para que o fossem, seria preciso que essa renúncia estivesse acompanhada
pelos outros estados, gradual e harmonicamente. Seria, preciso que houvesse vontade
própria, que é o núcleo do EU, a “Pré-Vontade” a força propulsora, a energia
nervosa que dá a pujança do “existir” , que transforma as coisas. Seria preciso,
também, que os aspectos da Inteligência estivessem harmônicos e que no mundo da
emoção houvesse o mesmo estado de evolução.

É preciso fixar, como uma das noções fundamentais da EUBIOSE, que nenhum dos
nove aspectos em que se divide a alma humana, quando isolados, por mais
preponderante que seja, pode conduzir o indivíduo à perfeição e trazer felicidade.
É fácil encontrarmos, por exemplo, na História do pensamento humano, na nossa
História, através da Civilização, criaturas com manifestações isoladas desses nove
aspectos. Todos eles sofreram, todos eles foram mártires, porque apenas tinham
desenvolvidos um desses aspectos sobre os demais. Não havia um desenvolvimento
harmônico. Sempre que houver um desenvolvimento harmônico, perfeito de todos esses
aspectos, o indivíduo é, na realidade, justo e perfeito. É aquele que alcançou a
plenitude da PAZ e é, na verdade, o conquistador da felicidade, para os demais. A
sua consciência tudo abarca e, pode-se dizer que, não trabalha para si, seus
esforços não têm um intuito de satisfazer paixões ou necessidades intelectuais ou
mesmo desejos de dirigir, governar, dominar. Ele trabalha, porque sente a verdade e
procura aperfeiçoá-la em todos os campos da atividade humana.

Procuremos estudar com alguns pormenores estes aspectos da Super-Vontade.


Vejamos, sem dúvida, quem melhor a representa no mundo, ainda que houvesse outros,
quem melhor expressa a renúncia? A figura maravilhosa de Buda. Gautama, o Buda, foi
de todos esses grandes Eubióticos e que pela Eubiose trabalharam, aquele que mais
insistiu sobre a renúncia sob todos os aspectos.

O Homem que não conseguir viver a renúncia, que não sente a possibilidade da
renúncia, este homem não alcançará a Paz suprema do Nirvana, porque o “Nirvana” só
pode ser alcançado pela alma que acaba renunciando a si própria. Nirvana, neste
caso, corresponde ao que J H S denominou de METÁSTASE AVATÁRICA.

Sem a renúncia de si próprio, das coisas materiais, como poderemos alcançar a


Metástase Avatárica? Alcançar a Metástase Avatárica, sem renunciar à vida social,
aos bens materiais, aos gozos somáticos, sem deixar de ser escravo do predomínio da
vaidade, das idéias próprias, será possível?... É por isso que os discípulos em
determinado estágio, realizam peregrinações. Isto para renunciar aos aspectos
cômodos da vida e ao apadrinhamento proporcionado pela proximidade dos Mestres.

Em resumo: este aspecto que chamamos de Super-Vontade, no sentido de uma


criatura perfeita, não aparece no seu estado próprio e independente, mas no da
Super-Vontade, na plenitude da Consciência, correspondendo a um desenvolvimento
harmônico da inteligência e da emoção. Porque é na emoção que o indivíduo vai
sentir a unidade da existência e a solidariedade que o deve ligar a todos os seres.
A Super-Vontade é o estado pelo qual o EU renuncia à afirmação de si mesmo,
constituindo precisamente a base psicológica da moral. Esse aspecto da Super-
Vontade ficará entendido entre nós, depois que encararmos a coisa em conjunto.

Nós estamos vendo a psicologia da Eubiose. Depois veremos a Eubiose no campo


da inteligência, da educação, nas instituições.
A alma humana é compreendida sob o critério eubiótico como Vontade,
Inteligência e Sensibilidade. A Eubiose estuda estes aspectos e suas manifestações
na alma humana e as fases que apresenta no fenômeno psicológico do homem . A alma
humana expressa um ser eubiótico, um ser segundo a Eubiose no fenômeno das
hierarquias que constituem o homem. Três aspectos que compreendem três fases da
manifestação. Como as ciências sociológicas podem ser encaradas sob o aspecto
eubiótico? A política é a arte de governar, a arte que rege os povos entre si. É o
que faz com que os homens se reúnam formando as sociedades. A necessidade de
defesa contra o meio. Ora, a defesa é, portanto, o instinto que obriga os homens a
se unirem, porque a união faz a força. Logo, poderão lutar contra a natureza
agreste, rude, É a luta pela existência. Ainda que a luta tenha dois grandes
motivos de ordem animal: a nutrição e a procriação da espécie.

Existem três fatores preponderantes:

a) a defesa do indivíduo;
b) a conquista do pão, alimento;
c) o instinto que o leva a se multiplicar (conservação da espécie).

Acontece, porém, que o instinto sexual mórbido nos seres elevados e as


conquistas traiçoeiras dos seres inferiores, levam-nos a lutar entre si, resultando
disto a necessidade da defesa entre os próprios indivíduos da mesma espécie.

Como podem os seres da mesma espécie defenderem-se, embora reunidos, das


lutas que surgem entre eles?

Sim, pelas instituições este instinto de defesa, quando progride com os


seres, faz surgir a necessidade da criação das leis. Estabelecem, pois, normas que
têm o intuito de manter relações entre os seres. É a necessidade da sociabilidade.
Os seres humanos se unem para defender aqueles princípios. Isto gera, portanto, a
instituição política. A instituição política é o equilíbrio entre o princípio da
liberdade e o princípio da força bruta ou o domínio.

O domínio e a liberdade pedem à instituição que harmonize essas duas


manifestações. Logo, a Lei estabelece o equilíbrio entre o princípio da liberdade e
o do domínio.

Uma lei, um código, que não corresponde a uma necessidade coletiva é


fictícia, artificial, cai facilmente, por não ter meios de aplicação. Quando se
reúnem legisladores para organizar leis, sem ter o conhecimento das necessidades
físicas e psíquicas da coletividade, dão causas às revoltas, às reações... O
princípio da política está, portanto, estabelecido. Mas poderá haver política,
poderão haver instituições, se faltar essa renúncia a si mesmo, capaz de semear e
expandir a felicidade? O que falta para a política perfeita? É essa consciência da
renúncia. A vontade que renuncia à afirmação de si própria. Com dirigentes dessa
natureza, ela será perfeita. Imaginem uma constituição política que fosse
absolutamente moral; um Poder Executivo que só visse o interesse coletivo. Falta
ainda uma condição: a do trabalho, da atividade. A fomentação das riquezas para a
sua evolução.

O trabalho permite o desenvolvimento pleno da Vontade, em seus três aspectos.

No ponto de vista iniciático, quando não há trabalho para os discípulos, eles


podem degenerar na ação das coisas que não perduram. Por isso todo iniciador
procura incentivar os discípulos ao máximo de trabalho, a fim de evitar o erotismo
espiritual, o hábito de reclamar as coisas, a falsa modéstia, a falsa auto-
suficiência.
O trabalho corresponde ao cultivo da segurança, confiança em si próprio. Por
isso diz o provérbio: “Quem dorme muito, pouco aprende...” O que tem hábito de
trabalhar, não gasta o tempo inutilmente. Logo, evita a ociosidade.

Se o trabalho nega o ócio, a ociosidade, logo, “fazer negócio” é negar a


ociosidade, é promover a troca de coisas, de objetos, de riqueza. Um aspecto
particular de se empregar o trabalho.

Trabalho tem o sentido de esforçar-se por alguém, por um ideal, por alguma
coisa, posto que tem o sentido daquele que se dá por outrem. Ora, tem o mesmo
sentido de tributário, o que tributa alguma coisa para outrem.

O ser trabalhador, o ser tributário, é estar sempre em ação a favor de alguma


coisa, sem interesse pessoal.

Vamos falar do trabalho, influenciando nos aspectos da Eubiose. Tentaremos


desenvolver o assunto, um aspecto mais e dentro das nossas pesquisas.

O trabalho é, portanto, o processo pelo qual se desenvolvem dois aspectos da


Vontade, que será eubiótico, se for acompanhado da inteligência e do sentimento,
isto é, do princípio científico das ciências empíricas e da estética, da arte que
só é adquirida pela educação. Esse trabalho eubiótico como se processaria no mundo?
Provocando a felicidade, o equilíbrio. Permitindo que se faça do trabalho um prazer
e não um sacrifício. A respeito disso escreveu, com muita sabedoria, o Professor
Henrique José de Souza : “A Humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um
sacrifício e do amor um pecado”.

A grande sabedoria está em realizar um trabalho qualquer, mas funcionando com


prazer, com gosto, em que o seu cumprimento constituísse satisfação e felicidade.
Sim, o homem faria o que gostasse e, ao mesmo tempo, teria o resultado dos seus
esforços, estaria a salvo de todas as necessidades. Além de dar educação aos
filhos, de acordo com as necessidades, poderia também, gozar esteticamente com a
aplicação da Eubiose e dar vazão aos seus sentimentos artísticos. O trabalho feito
de acordo com a vontade do indivíduo seria um trabalho feliz. Um trabalho que
trouxesse a todos grande satisfação, felicidade, êxtase, que provocasse em todos
euforia, porque sabendo que trabalhávamos para a felicidade dos outros e
conseqüentemente, para a nossa, permitir-nos-ía um ambiente a nosso gosto e de
acordo com as nossas necessidades.

Trabalho em que pudéssemos viver tranqüilos e felizes, sem a preocupação do


lucro exagerado. Um trabalho assim não pode deixar de trazer felicidade a quem quer
que seja. Ora, aquele que não procura uma atividade, não pode ser feliz. Esse
trabalho poderá ser de qualquer natureza, mas que seja executado com prazer, posto
que será executado de acordo com as aptidões e tendências. Por exemplo: não é pegar
um artista e jogá-lo numa oficina de mecânica, pô-lo para cavar a terra, etc. Seria
ele, forçosamente, uma vítima, assim como aqueles que amam as máquinas forçá-los a
trabalhar num atelier. Seria um infeliz... nada poderia produzir. É como se
trabalhasse com um braço amarrado. Por isso, atualmente, a preocupação com os
métodos de seleção e com a orientação profissional. O indivíduo se encontra desde
logo e não perde tempo em fazer as coisas fora de sua vocação. O trabalho é a mola
mestra, propulsora da vontade em todos os seus aspectos. Cada um procura sua
profissão, seu meio de trabalho para a subsistência, de acordo com as tendências,
“escandas e nidhânas” , quer no sentido positivo, quer no negativo.

Escreveu J H S na Revista Dhâranâ n 5,6 -formato grande-, pg.111,


nov.1954/fev.1955:

“A Eubiose não admite o esforço estéril, quer para as energias orgânicas,


quer para as potências mentais. Dela nos virá a finalidade e justificação de ambas
as espécies de esforço, não só debaixo da face adotada, como todas as infinitas
modalidades da atividade humana. Com um critério eubiótico, por exemplo, poderiam
ser organizados centros apropriados a todos os trabalhos, capazes de “dar músculos”
às pessoas, principalmente de profissão intelectual ou sedentária, pois que os
operários já possuem semelhante esporte. Um ofício manual também seria o melhor
meio de combater o artritismo dos negociantes e a dispepsia dos intelectuais, como
ainda, para poder avaliar as condições, as necessidades do operário, e por ele
fazer alguma coisa de favorável, pois que só pode avaliar o mal alheio, quem por
ele já passou ou está passando... Sim, mas que elevado seria o “trabalho manual”,
como condição, ipso-facto, do operário que dentro do verdadeiro espírito
democrático e sem necessidade de evocar doutrinas avançadas, não deve ser, de modo
algum, colocado em classe inferior, pois são suas mãos abençoadas que fazem manejar
o grande mecanismo produtivo de todos os povos da terra”.

“E daí nasceriam reformas plenamente eubióticas, isto é, favoráveis ao


aperfeiçoamento e a felicidade dos que são o seu objeto, extensivos, quanto
possível, ao seu meio social. Sim, porque onde se pensa e trabalha, não pode haver
sofrimento, fome e miséria. Nossa vastíssima EUBIOSE não se dedica, pois, a
propiciar a volta à condições primitivas de existência humana, mas ao que elas
possuem de favorável, quer material como espiritualmente falando, à Civilização. E
quanto a esta, não deseja suprimi-la mas utilizá-la em proveito integral do homem.
Basta a sua definição mais completa: “ciência do melhoramento da vida”, em todas as
suas formas e debaixo de todos os aspectos, com o fim imediato de assegurar
felicidade a quantos a mesma se sujeitem. E assim, a todos quantos, bondosa e
pacientemente, nos vêm acompanhando até agora, desejamos uma FELICIDADE INTEGRAL e,
consequentemente, EUBIÓTICA na sua vida!”

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DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

08. A EUBIOSE através das Idades

Continuando nossos estudos sobre a Eubiose, passamos agora a analisar os


aspectos da sabedoria, do intelecto, o segundo elemento da alma humana, posto que a
Mente no ser inteligente é ternária.

Pois bem, a sabedoria manifesta-se sob três aspectos bem distintos:

lo) pelo aspecto ou conceito intelectivo, que se relaciona com as emoções, com as
sensações;
2o) a inteligência que raciocina e o intelecto comum, que se caracteriza pela
capacidade de comparar e que cria a ciência empírica ou, com outras palavras, a
ciência pesquisadora, dinâmica e, finalmente, a percepção direta das coisas, a
inteligência intuitiva, sendo que a filosofia é a síntese de todas as coisas.

Esse cérebro que se dintingue pela possibilidade de apreender, de deduzir,


de conceber e de prever, apresenta-se em três aspectos bem distintos: um aspecto
que domina, que rege todas as funções relacionadas com o cerebelo, são as funções
do sub-consciente, da inteligência instintiva que rege o mecanismo do corpo físico.
O funcionamento dos órgãos, as emoções que são comuns ao homem e ao animal, fazem
parte da inteligência instintiva, a qual só começa a se distinguir dos animais, no
segundo ou terceiro aspectos de mente, agindo no intelecto, na razão e na intuição.

Quando o homem cria, é obrigado, para agir no Mundo, a por-se ao serviço dos
primeiro e segundo aspectos da Vontade, essa consciência instintiva e esse
intelecto. Assim, o homem pode criar as industrias e a civilização, através da
inteligência sensível e do intelecto propriamente dito. Posto que o terceiro
aspecto, se relaciona com o aspecto superior da Vontade, o qual se caracteriza pela
renúncia. Esses aspectos da inteligência correspondem aos da Vontade e ligam esses
aos outros.

A inteligência funcionando através do sub-consciente, pode ser dominada e


desenvolvida quando o homem se torna conhecedor do método particular que vai
fazendo recuar esse abismo, essa muralha que separa a parte consciente e a parte
imperceptível e insconsciente. O campo da inteligência vai se dilatando e a parte
inconsciente vai se delimitando. Desenvolvendo os sentidos, tornando-se cada vez
mais claro, pouco a pouco a pessoa vai se tornando senhora dessas impressões que
nós não percebemos, mas que o cérebro registra. Não há um som que se passe em torno
de nós, que não fique registrado. Essa é a principal razão de ter o homem,
carater tão complexo.

Por isso disse com muita razão, o nosso Mestre JHS: "Nem sempre é pecado
errar... Resta saber se o erro é consciente ou inconsciente, pois a Humanidade
caminha ou evolui, caindo e levantando, errando e procurando desmanchar o erro, até
alcançar o fim de sua evolução.” Compreendemos, sem dúvida, que o fim da evolução
será o perfeito equilíbrio dos nove elementos de que fala a Eubiose. Há o cérebro
com a imensidade de massa onde registra impressões, as quais não entendemos, e há
aquela pequena região onde “o homem é consciente, posto que a parte existente no
consciente é limitada”.

A Raja-Yoga diz que o homem pode, pelo desenvolvimento dos sentidos, torná-
los tão agudos que ele pouco a pouco percebe todas as impressões do mundo onde
vive. Eles passam a registrar todos os acontecimentos mas de maneira consciente.
Pois, uma criatura dessa natureza está sempre enriquecendo o seu interior; é
incapaz de acumular uma infinidade de fatos que pode ser desastrosa mais tarde e
que se chama, segundo a Psicologia, de “complexos”.

São as futuras tendências positivas, condicionadas pelo equilíbrio ou


desequilíbrio do elemento humano. São impulsos que um dia o homem se surpreenderá,
ao notar do que é capaz, ao cometer atos dos quais se julgava incapaz. Por isso que
a cada momento o homem muda de personalidade, ou para melhor ou para pior, de
acordo com o domínio das tendências condicionadas, boas ou más. De modo que, com as
atitudes dos homens, as tendências vão se formando ou se tornando mais poderosas.
Quando elas estão em formação apresentam-se ao seu criador em forma de sonhos; os
sonhos muitas vezes são resultados da elaboração da Mente. Se a elaboração é
criada com a inteligência instintiva, os sonhos são de natureza passional,
instintiva. Se é com a auto-inteligência, serão de natureza transcendental. A
transformação da criatura humana é muito lenta e imperceptível, tornando o homem de
hoje, diferente do de amanhã. Todo oriental diz isto, quando se refere a uma
encarnação. Por isso temos que aproveitar esta vida, porque não sabemos se vamos
tornar a fazer a mesma coisa, noutra. Eis porque, Buda disse: “Aproveita esta
vida em que nasceste homem e ilumina-te, porque é bem provável que na outra vida
possas ter uma tendência absolutamente diferente.” Os místicos falam: “Aproveitas
esta vida, porque poderás na outra, ser um animal”. Tudo depende das escandas ou
nidânas criadas pelo ser humano. Ninguém sabe o que está acumulando, quais as
tendências poderosas, que vão dar origem a uma personalidade maravilhosa ou a um
monstro. Por isso JUNG foi buscar a psicologia oriental. E Freud aproximou-se
muito da verdade, embora esteja muito longe da realidade, porque não conhecia a
Eubiose de J H S.

O essencial é que nós tenhamos da vida, uma consciência, embora fragilíssima,


mas que a todo o momento está se transformando. Devido à ação das nidânas
compreendemos, agora, porque somos sempre avisados de que tenhamos vigilância de
sentidos, pois não temos consciência das inpressões que recebemos das coisas,
aliás, ao contrário do que acontece com os grandes seres, os quais não dão guarida
em seu interior, às impressões que possam prejudicar as suas futuras vidas e que,
às vezes, são germes de um fracasso. A ação de determinadas nidânas é
perigosa. Apresentam-se de maneira sutil, delicada e difícil de serem percebidas,
mas é bom ter uma idéia clara sobre este assunto, a fim de não ser prejudicado
numa futura vida. A Raja-Yoga, diz que a meditação abre cada vez mais os portais
da alma, da inteligência. Esses portais, segundo a tradição, são em número de l9,
sendo 9 relativos aos dons masculinos e 10 aos dons femininos. São, pois, os
orifícios do corpo humano que correspondem aos sentidos. São os canais abertos para
o mundo, que recebem as impressões exteriores. Orificios ou órgãos, dos quais o
ser humano sente a manifestação da vida-energia.

Quais são os métodos para o desenvolvimento dos sentidos? Um deles: procurar


controlar o ar, obedecendo a um ritmo quaternário, a um ritmo realizado com o
controle da respiração pelas narinas esquerda e direita. Pouco a pouco, o discípulo
vai progredindo até lograr fazer com que os pulmões não se movam, diminuindo os
movimentos pulmonares sujeitos à sua vontade, sem que ele sucumba. Os músculos
pulmonares estão ligados aos plexos cavernosos que, por sua vez, têm influência
sobre o cardíaco.

Ora, o domínio do subconsciente vai fazer com que ele tenha desse mundo
interior plena consciência; vai sendo dominado e o do consciente vai crescendo
gradativamente. Estudando a EUBIOSE e adotando a chave biológica,observamos o fato
de o corpo humano poder vibrar em harmonia com os 22 Arcanos Maiores do Taro, posto
quepossui órgãos capazes de captar a vida-energia, emanada do grande universo,
usando, naturalmente, o poder da mente ou da Inteligência Criadora.

O homem possui por exemplo, 10 dedos nos pés, 10 dedos nas mãos, mais o nariz
e o falos, logo, 22 orgãos que dentro da linguagem simbólica, expressam para a
Eubiose, a ação dos 22 Arcanos maiores, tal como dizem os “Cabalistas”.

Por estas razões disse JHS : “Eubiose é a ciência da vida, e como tal, é
aquela que ensina os meios de se viver em harmonia com as Leis Universais das
quais as primeiras se derivam”.

Realização através da Ciência, Filosofia e Artes.

ooooOoooo

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

09. A EUBIOSE através das Idades


Nesta série de monografias, estamos desenvolvendo um pequeno programa,
relacionado com a Eubiose.

Este programa-mirim, tem o objetivo de oferecer uma pálida, idéia do plano de


evolução para as civilizações futuras. Isto porque, na verdade, a EUBIOSE expressa
o trabalho da Fraternidade Branca, do Pramantha, da excelsa Hierarquia do Ocidente.
As Civilizações Bimânica e Atabimânica irão surgir na América do Sul ou nas
Américas, generalizadamente, e daqui se espalharão pelos velhos povos, a fim de
modificá-los e fazer despontar novos períodos de esplendor.

Já estudamos muita coisa nesta série eubiótica. Com efeito, a Eubiose


expressa a síntese de todo o esforço, de toda a evolução humana. Para que os
estudiosos desta série de monografias possam ter melhores esclarecimentos,
entenderem seu real sentido, fiquem com uma idéia perfeita e nítida sobre a
Eubiose, é preciso que a vejamos com mais minúcias. E assim, de acordo com as
nossas pesquisas, é justo procurarmos dar uma nova explanação, mais ampla e,
talvez, mais profunda.

Já dissemos em outras monografias, mas repetímo-lo para maiores esclarecimentos:

“A Eubiose é plano de evolução e o seu nome foi adotado como fruto de troca de
idéias entre o nosso Mestre e seu ilustrado amigo, o Dr. Maurus; e com o intuito de
ligar a idéia de vida e de trabalho à noção íntima da Lei Natural, isto é, todos os
homens, segundo este conceito, para se tornarem colaboradores conscientes da Lei,
precisam viver integrados com as forças cósmicas. Desde que o homem esteja
integrado no TODO, no Plano Único da Evolução, terá que agir em todos os planos de
sua atividade, de modo que os efeitos de suas ações sejam harmônicos e determinem a
felicidade, a paz e a tranquilidade, não só para si como também para seus
semelhantes”.

Continuamos: toda ação que não for capaz de provocar um efeito que traga
felicidade para os outros homens, é uma ação, uma manifestação contrária à Lei; e
ocasiona, na grande corrente cósmica, uma reação igual e contrária, trazendo
sofrimentos para o seu criador... Porque o homem, na verdade (falando em síntese),
“é a alma e a personalidade”; é a representação, nos planos do sentimento, da
inteligência e do poder, de um princípio universal.

Esse princípio universal, nós o reconhecemos como o Princípio Único e a ele


denominam os Iniciados de “Vida Una”. É o Deus Único e Verdadeiro, o Eterno que se
manifestará entre os homens como MAITREYA BUDA, como BUDA SÍNTESE, como o AVATARA
DE AQUÁRIO.

Os Seres Superiores, os Iluminados costumam também denominá-Lo de Tríplice


Manifestação do Infinito, do Oitavo ou Divindade do futuro. São os Três Logos da
tradição grega.

A unidade, para se manifestar, revela três Atributos, três Potenciais, três


Hipóstases, três Gunas, três Tônicas, conforme vimos ou deduzimos anteriormente.
Por outras palavras: a Unidade é abstrata, porém desde que se manifesta para agir,
apresenta-se com três Atributos. Esses Atributos são denominados de Logos.
Primeiro, Segundo e Terceiro Logos. Ou sejam: as forças de expansão, de coesão e
de equilíbrio (esta última que estabelece a ligação entre as duas primeiras; é
assim como o fiel da balança). Os poderes geradores, que gera e liga;
disseminador, que aliena, e aglomerador, que acolhe, alicía.

Agora interessa-nos conhecer o processo pelo qual tudo isso se manifesta na


alma humana, isto é, como Vontade, Sabedoria e Atividade, esses três Atributos do
Logos Único. A alma humana, a personalidade, nas suas grandes linhas, é tríplice.
Vejamos, pois, como se manifestam na alma humana os três Atributos, aquilo a que
chamamos de poder de inteligência e de emoção, posto que representam a
exteriorização daqueles Atributos que interiormente, chamamos de Vontade,
Sabedoria, Atividade-Emocional.

A educação da alma é o processo que permite ao Homem apreender o princípio


interior, único. De tal modo, que ela, a alma, acaba se tornando um ternário. A
alma humana desenvolve ao máximo de poder, todos os princípios que nós chamamos de
emoção. Amplia em todas as suas modalidades a inteligência e alarga em todos os
seus aspectos, o que nós conhecemos como vontade. Desde que o Logos se manifesta
na alma do homem ele se torna consciente da Vida Única e se religa ao Princípio
Universal; se identifica com Ele. Torna-se um verdadeiro Yogui, um iluminado ante
a Lei da Evolução. Para se conseguir isso, é preciso.

1o - desenvolver a emoção, pela educação;


2o - desenvolver a inteligência, pela instrução;
3o - desenvolver a vontade, pelo trabalho.

São, com efeito, os três métodos, os três grandes caminhos, pelos quais o
Homem pode desenvolver na sua alma os princípios da Mônada. Isto é, em poucas
palavras, o que o citado Dr. Maurus, confidente de JHS, viu como Eubiose. Esta, é
um plano universal de evolução e não algo particular de determinadas pessoas.

A vontade, admite várias nuances. Assim, são três os seus aspectos,


funcionando na criatura humana; assim como são três os aspectos da inteligência e
três os da emoção. Logo, a chave numérica relativa à humana evolução, corresponde
aos números 3 e 9. A Alma humana comporta, portanto, nove (9) categorias, nove
aspectos, nove atributos para serem desenvolvidos. Por isso dizem as tradições: “O
Homem, a criatura humana, para ser perfeita, tem que equivaler ao potencial, ao
valor do número 9”. O Arcano Nove corresponde ao Ermitão, ao Adepto, à
Superação. Eis por que o número nove ficou sendo consagrado. Por tudo isso passou
a ser o símbolo da harmonia perfeita em todas as Ordens Iniciáticas, em todos os
Colégios da mesma natureza, em todos os Núcleos onde se reúnem criaturas, com o
propósito de se transformar em Adeptos da Boa Lei. O número 9 é o símbolo do Homem
Justo e Perfeito. Por isso é que se diz que Hermés Trismegisto o era, por ser, ou
melhor por ter sido três vezes grande: isto é, grande no Amor, grande na Sabedoria
e grande no Poder (Vontade). Três vezes três é igual a nove... O número que
qualifica e determina a categoria do indivíduo. É o número estrutural da
humanidade; nove são as categorias dos Iluminados. A hierarquia humana é a nona
das catorze existentes. Nossa Humanidade é regida pelo Nono Logos.

Diz a tradição: “O mundo foi feito em 7 dias ou Ciclos, mas houve dois dias
de descanso”. Logo, nove dias ao todo. Lembremo-nos, ainda, dos nove Jinas que
guardam os mistérios da Montanha Sagrada. Há nas grandes organizações universais,
as chefias constituídas de três elementos: o Grão-Mestre e as duas Colunas; o Rei
do Mundo com suas duas Colunas; o Cristo, com o bom e o mau ladrões; o Buda Vivo da
Mongólia, desaparecido do cenário humano em 1921, possuía as colunas Traishú-Lama e
Dalai-Lama.

Se há três Tronos ou Logos ( Primeiro, Segundo e Terceiro) e cada um deles é


dirigido por um Chefe e dois Ministros ou Colunas, encontramos aí novamente o
número Nove. A própria Igreja Católica tem as novenas, rezas feitas em nove dias.
Com efeito, está inspirada pelo "inconsciente coletivo".

Esclarecimentos: não confundir as nove categorias de Adeptos, Iluminados, com


os graus do adeptado, que são quatro, apenas......No primeiro caso, temos os graus
de desenvolvimento humano; no segundo, os graus que a Fraternidade concede,
estabelece, a fim de qualificar os indivíduos nos quadros sociais.
Vejamos isto melhor explicado: quando o Homem consegue dominar o primeiro
aspecto da emoção, o primeiro da inteligência e o primeiro da vontade, é, por assim
dizer, um Adepto do Primeiro grau. Sim, é preciso que haja harmonia entre os
primeiros aspectos.

Quando alcança a harmonia entre os segundos aspectos, será um Adepto do


Segundo grau. Finalmente, quando conquistar o equilíbrio em relação aos terceiros
aspectos, será um Adepto do Terceiro grau. O Quarto grau representa a síntese dos
três anteriores e o tem, quem fizer jus às nove etapas da evolução, isto é, quem
alcançar estas nove etapas. Os que conseguiram se realizar através dos nove
Atributos da Eubiose, tornaram-se Arats de Fogo. Arat de Fogo é o que vive próximo
do Mistério do Manu Primordial, logo, faz parte de sua Corte Divina.

Deste modo se processam todas as Iniciações nas Grandes Ordens e nos Colégios
Iniciáticos. Desta maneira, as Leis que regem o Novo Pramantha falam em 4 graus de
Iluminados.

Compreendemos, pois, que a Eubiose é, consoante a palavra de JHS, a Ciência


Divina aplicada à Ciência da Vida. Ou seja, a Ciência do Avatara aplicada, através
dos nove itens já referidos nesta monografia.

Que é Avatara? É a suprema Essência Divina, que se manifesta, distribuindo-se


em Assuras, com três categorias; em Agnisvatas com três classes; em Barishades com
três categorias.

Os Avataras manifestam-se, assim, com três aspectos distintos. Ora como


Andrógino Perfeito; ora como Sol Suryaj Onin; ora como Agnisvatas; ora como Lua
(Selene), como Barishades, formando a polaridade da Lei de Manifestação.
Podemos dizer sem erros: não há, propriamente, Cristo nem Buda, nem Krishna,
etc. O que há, realmente, de fato, é a Essência Divina distribuída em vários
planos e agindo em vários estágios.

Temos, portanto, o Avatara manifestado como Andrógino Unitário, parte


central. Por exemplo: o Deus Mercúrio, na Índia, e até, de certo modo, Anchieta,
no Brasil. Tivêmo-lo, é claro.

O Andrógino Perfeito, manifestado como Pai, equivale à forma Agnisvata e,


como Mãe, Barishad.

Com a Essência Avatárica funcionando na criatura humana e iluminada pelos


nove luzeiros da Eubiose, não se poderá servir a Deus, sem se servir, sinceramente,
à Humanidade.

De modo que, a Vontade Suprema do Eterno, ou seja, a Vontade Suprema e


Eterna, transforma-se em Sabedoria permanente para ambas, num sublime consórcio.
Manifestam-se com a atividade, também permanente, no Terceiro Trono, onde todas
elas são transitórias ou permanentes. Dependendo de ser a evolução realizada ou
tendo algo a se realizar.

A Vontade do Eterno, Primeiro Trono ou Logos, o Som Único.


A Mente Universal - o Pai, o Criador mental, o supra genial, o Segundo Trono
ou Logos.

O Amor Universal - a Mãe, o Espírito Santo, o Terceiro Trono ou Logos, a


grande capacidade realizadora.

Glória ao número nove - a Superação!


O número nove, mais os cinco palácios da tradição chinesa, os cinco Kumaras,
o Pentagrama cósmico, as cinco direções, senão, os cinco poderes (Legislador,
Judiciário, Executivo, Coordenador e Mantenedor), formam as 14 Hierarquias
Criadoras, os 14 Avataras de Vishnu, os 14 pedaços de Osiris...

-FIM-

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

10. A EUBIOSE E AS NOVAS DIRETRIZES DA INSTITUIÇÃO

Pergunta de um pesquisador: Gostaríamos de saber, através de uma explanação,


sobre os motivos pelos quais foi mudado o nome da Sociedade Teosófica Brasileira,
para o de Sociedade Brasileira de Eubiose.

- - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - -

B
em, o que dizem: tudo evolui, tem ciclos. De há muito, nosso grande Mestre JHS
vinha falando constantemente, no fato de se procurarem os intelectuais, dizendo que
“era necessário chamá-los para nossa Sociedade, para nossa Instituição, para que
eles pudessem ter a compreensão da Obra e aceitá-la”. E aconselhava que todos os
Departamentos tivessem o nome de “Instituto Cultural”. Isso se vê, de saída, e
imediatamente: queria terminar com essa situação de seita religiosa, o que de um
modo geral dá sempre a idéia de religião, no sentido vulgar do termo.

Ele cansou de nos dizer isso no princípio, quando ainda se chamava “Dhâranâ”
e, depois, se vê a evolução da Sociedade Teosófica Brasileira. A seguir, quando
criou a Ordem do Santo Graal, desejou que o nome da Instituição fosse mudado
novamente. Já se vê por aí, que seu intuito era atrair os intelectuais, isso
porque sentia, com aquela previsão dele, que o momento era chegado. Momento esse
que, de fato, ninguém ainda tinha percebido. Quero dizer, ninguém da Sociedade,
porque estávamos imbuídos de receber os conhecimentos do Mestre JHS e não
procurávamos tanto, as coisas lá fora. Não olhávamos o curso dos acontecimentos
externos, não parávamos um pouco para meditar sobre o que o mundo estava dizendo.
Isso, pelo fato de estarmos bebendo naquela fonte extraordinária de conhecimentos.

Mas, quando começamos a pensar, no momento em que Ele passou a falar


constantemente em Eubiose, em relação à Teosofia, já naquela altura, compreendemos
o sentido da pergunta dele: "Que é Teosofia?"...

“Teosofia”, realmente, dizia nosso Mestre JHS:" é a síntese de todos os


conhecimentos”. Mas sempre repetia: "Nós somos teósofos, vocês são teósofos, Vocês
não são teosofistas". E fazia questão absoluta de fazer esta diferença. “Teosofia
-dizia Ele- é aquilo que foi vulgarizado, portanto, já é do senso comum, todos já
conhecem seus conceitos. Foi onde ficou ‘Adyar’, pois ficou no passado, logo,
adiou sua evolução”.

Falava constantemente nisso. Quer dizer: queria Ele que todos nós fôssemos
teósofos ou criaturas portadoras de seus conhecimentos, para que pudéssemos ser
seus continuadores. Pudéssemos ser os continuadores daquilo de que falava, da sua
Obra. Senão, pudéssemos, pelo menos, ter a capacidade de repetir o que Ele dizia,
com fidelidade. Mas, repetir para o mundo. Ora, se nós fôssemos para o mundo, nós
tínhamos que repetir os conhecimentos, dentro da tônica do mundo e, para repetí-los
dentro da tônica do mundo, tínhamos necessariamente de falar em termos de ciência,
arte, filosofia. E não era a toa que Ele vinha sempre aconselhando a todos nós que:
"cada pessoa dentro da Sociedade, com seus conhecimentos profissionais, do que
estudou, devia ministrá-los aos demais irmãos”. Por exemplo: se um era advogado,
deveria conversar e transmitir aos outros irmãos, o que conhecia sobre leis. Se
outro era médico, deveria dar aulas sobre anatomia, fisiologia...se era psicólogo,
falaria sobre psicologia, mas, naturalmente, dentro dos conhecimentos da Obra. Se
há um engenheiro, deve ensinar as matérias afins com a engenharia e, assim por
diante. Se era educador deveria falar sobre educação...

E para que tudo isso?... Para que todos os irmãos fossem, mais ou menos como
um "simulacro" daquela reunião dos 100 sábios chineses, das antigas tradições, os
quais andavam pelo mundo afora e depois de certo tempo, digamos de 7 anos, quando
se encontravam, cada um ia dizer o que aprendeu, o que tinha feito durante os 7
anos que se passaram. Ora, 7 vezes 7 é igual a 49. Logo, cada um ficava,
com um potencial de 49 coisas diferentes, com 49 especialidades. Isto é apenas um
exemplo, porque os sábios chineses reuniam-se de século em século. Muito bem,
dentro da Obra, deveria ser assim, cada um se soubesse fazer tijolo, iria ensinar
ao outro a fazer tijolo. Todos iriam compreender o trabalho da Obra, porque cada
um iria penetrar na linguagem do outro. Iriam, portanto, ter uma linguagem muito
mais rica, iriam ter, por exemplo, uma capacidade verbal muito maior. Por quê?...
porque teriam todos os termos de cada um dos ramos da ciência, de cada uma das
artes e seriam pessoas muito mais cultas. Isto porque, para se falar com alguém,
transmitindo conhecimento, é preciso falar na linguagem desse alguém. Se nós
quisermos transmitir a um inglês, um conhecimento nosso, temos necessidade de falar
em inglês. Precisamos portanto, transmitir o conhecimento na língua DELE. Se ele
ainda vai aprender a nossa língua, para depois aprender aquilo que sabemos, fica
muito mais difícil. Ora, teríamos que quebrar, sem dúvida, aquelas barreiras que o
mundo possui para o que é seita religiosa, e o que é religião.

Nosso Mestre JHS vivia sempre dizendo que “religião vem do verbo religare”...
Era como se cada uma fosse o elo da Religião-Sabedoria. Os Avataras quando vêm ao
mundo dos homens, dizem ou falam de uma maneira, não usando os mesmos termos e
apresentam sempre, um ponto a mais do conhecimento. Pois bem, Ele vinha
demonstrando isso há longos anos.

Ora, isso que vimos e Ele vinha demonstrando, se realizou, pois, se dermos
uma olhada para o conhecimento dos homens, vamos encontrar em cada uma das
ciências, que realmente o mundo, principalmente o Ocidente, foi buscar, foi
compreender, foi entender o Oriente. Foi conhecer o Oriente e este foi se
aproximando, até se ocidentalizar, usando as suas próprias roupagens ocidentais.
Vemos, por exemplo, no Japão, as gueixas não andam mais vestidas como se vestiam
antigamente, com aquelas roupagens tradicionais delas. Já usam, pois, as nossas
roupas ocidentais. E fomos buscar aquilo que o Oriente possuía de mais
transcendente, isto é, aquilo que o Oriente guardava como, realmente, Sabedoria
Inciática das Idades. Porque tudo isso o Oriente possui e podemos denominá-lo de
Religião, de Sabedoria Iniciática das Idades. E tudo isso precisamos transmitir
aos outros, através da Cultura.

O que é Cultura, meu Deus?... É, com efeito, cultivo, conhecimento de tudo,


troca de ensinamentos. Se em uma família, um filho é arquiteto, outro é músico, um
terceiro é psicólogo, um quarto é pintor, cada um pode aprender o que os outros
sabem. O psicólogo vai aprender um pouco de pintura com o pintor, de arquitetura
com o arquiteto, música com o musicista e assim por diante. Logo, cada um aprende
o que não sabe, com outros, o que sabem. Por exemplo, o psicólogo vai saber um
pouco de pintura, um pouco de arquitetura, um pouco de música, porque aprendeu com
os outros, sem ter ido naquela escola estudar.

Agora, avaliem como ficaríamos nós, mostrando os dentes, como sábios... Mas,
sábios do mundo, da ciência... Ora, se cada um de nós conseguir transmitir para um
outro, o conhecimento que recebemos, com tranquilidade e não com pavonismo, não com
enfatuamento. Mas com o desejo de saber, de saber como se misturam tintas, por
exemplo, para pintar aquele poste que ali está... Muito bem, tudo é
conhecimento... Bem, vamos encontrar o que?... Sim, vamos encontrar o
conhecimento, posto que, naturalmente, só posso falar daquilo que estudei. Por
isso falo de educação.

Montessori, por exemplo, de nosso estudo, fala tanto nela ... Agora, pois é
conhecida atualmente... porque a pobrezinha foi ignorada durante milênios ...
Montessori foi buscar seus conhecimentos na Índia... Montessori tem livros que
falam da Índia, que falam do conhecimento da Sabedoria Iniciática das Idades e é
por esta razão, que ela chegou e fez aquela Escola, teve aquela forma de dar às
crianças todo um desenvolvimento - primeiro motor; deu àquelas crianças todo o
desenvolvimento em relação com a natureza.

Rabindranath Tagore faz a mesma coisa na Escola dele. É como se eles


estivessem preconizando a Eubiose. E não só Montessori, Claparéde na Bélgica, na
França e outros mais que foram continuando com o conhecimento que chegou até a
América. E aqui, também, no Brasil vai indo e já se está construindo uma frente,
embora não se faça, como se faz noutros países. Isso porque, realmente, é um país
pobre; tem seu solo riquíssimo, mas não está estabilizado, não tem estabilidade,
enfim, não tem o progresso que têm as outras nações, que são uma civilização já
terminada, como a Europa. A Europa é uma civilização terminada. Isso porque vai
se iniciar uma nova civilização na América. A América do Norte, por exemplo, tem
progresso, mas nunca foi civilização... Ela é, hoje, progresso apenas, mas será
civilização num futuro ainda remoto. A civilização que brilhará no Continente
Americano e, talvez, seja o Brasil seu ponto irradiante.

Vimos tudo isso, sob o ponto de vista educacional, mas por que? Para explicar
que a educação é aplicação. Educar, conduzir, é aplicar os conhecimentos que se
tem. Começa-se a educar pela criança e não pelo adulto, evidentemente. Assim,
quando se fala em educação, começamos citando desde o berço: vai-se à criança, ao
jovem, ao adolescente, até chegar ao homem, ao adulto.

Quando reinou puramente a Sabedoria Iniciática das Idades, educava-se dentro


dos Templos. Educava-se o adulto e este iria educar a criança. E os adultos dos
Templos, iriam educar a Humanidade fora deles. Haja visto na Grécia, cuja
civilização nós, hoje, herdamos, por isso dizemos: “somos filhos da Grécia”. É
evidente, dizemos isso porque a Civilização Grega teve seu esplendor, mas, a Grécia
teve como professores de origem, a do Egito, e assim por diante.

Pois bem, essa civilização que herdamos, saiu dos Templos. Foram os adultos
dos Templos que a levaram para os homens, através do teatro. E nós vemos que o
Professor Henrique José de Souza falava muito em Escola, Teatro e Templo. Foi
através do teatro que, na Grécia, eles expandiram o conhecimento; eles embeberam o
povo de determinados conhecimentos, e o fizeram trazendo, naturalmente, aquilo que
chamaram de ‘tragédia’. Este termo vem de ‘tragos’ e quer dizer ‘bode’, posto que
bode vem de Kumara, sânscrito, os virgens pelo conhecimento puro, cristalino. Ora,
tudo isso nos oferece a raiz do conhecimento. Agora, isso que estamos dizendo aqui,
o Professor Henrique José de Souza nos falava, dando o conhecimento de profundidade
e revelando muito mais para o futuro.

Que vamos encontrar na sociedade de nossos dias?... É a cultura. Nas escolas


de teatro, vão encontrar os jovens estudando o que estamos dizendo: donde vem a
palavra tragédia. Esta, por sua vez, vem de tragos, cujo significado é bode, como
já dissemos. O porque de borrarem a cara com a borra do vinho; pintavam-se de
vermelho e daí o primeiro esboço das máscaras. Logo, tudo isso é conhecimento,
todo um conhecimento que começa a se alargar, começa a se expandir.
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DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

11. A EUBIOSE E AS NOVAS DIRETRIZES DA SBE

D
ando seqüência aos nossos estudos da monografia anterior, continuaremos com os
esclarecimentos, propostos pelos interessados em conhecer a Eubiose, em vários
estágios.

Ora, falamos anteriormente no alargamento dos conhecimentos. Pois bem, quando


se está com pessoas de teatro, de escola de teatro encontra-se oportunidade (como
acontece, por exemplo, com o professor de teatro, dando em aulas, a parte
filosófica da arte), tem-se ensejo de dar o conhecimento contido na Sabedoria
Iniciática das Idades. Então, vão perceber porque o Professor Henrique José de
Souza queria que se buscasse os intelectuais. Porque se numa escola de teatro se
fala no Instituto Cultural de Eubiose ou Sociedade Brasileira de Eubiose, aqueles
jovens que são alunos da escola de teatro e que herdaram o trauma de uma humanidade
ludibriada por séculos a fio, tendo sido obrigada a acreditar, mesmo como absurdo,
herdaram também o espírito cientifico que se opõe à seita religiosa, e diz-lhe não,
categoricamente.

Entretanto, todo o conjunto de homens geniais veio, através dos tempos e das
várias matérias científicas, aos poucos se aprofundando na qualidade, pesquisando e
entrando no aspecto abstrato da pesquisa científica. Vemos um César Lates dizendo
que já existe um outro estado de matéria e provando-o, cientificamente. Desse modo
o materialismo absoluto dos cientistas, passou a ser a busca de outras dimensões.
Haja vista Einstein dizendo: “estudar o universo é ser místico, penetrar na
matemática é ser religioso”, isto dito com outras palavras. Ele prova que o
matemático vai vendo o universo até encontrar a raiz de todas as religiões, ou
seja, no seu verdadeiro sentido da filosofia una. Vemos, assim, que Einstein se
encontra dentro da ciência, com o nosso Mestre J H S. São duas linguagens
diferentes, aparentemente opostas. Mas, na realidade, Einstein estava ajudando o
Avatara.

Que vemos por aí?... Uma plêiade de gênios vem vindo de 1800 para nossos
dias, senão do princípio deste século, toda uma plêiade genial, acompanhou J H S,
porém no aspecto profano. Donde se vê que nada existe sem aquela consciência da
Lei.

Essa plêiade não veio trabalhar junto ao Avatara. Mas, fazendo parte da
Humanidade, vem preparando-a para poder compreender aquilo que o Avatara disse. E,
quando será conhecida a palavra do Mestre? Em todas as épocas... foi espalhada
pelos quatro cantos da Terra, quando Ele saiu do meio dos Homens. Para ouvir a
Revelação, ou seja, o que é do futuro, há um grupo muito pequeno. São os discípulos
e esses amam e se embebedam de suas idéias e precisam estar muito preparados para
poder transmiti-las com palavras adequadas, ao resto da Humanidade.

Por isso nosso Mestre pedia tanto, que trocássemos fraternalmente nossos
conhecimentos. Assim, teríamos feito um alicerce cultural, para ser o telhado das
suas revelações e podermos, com aquele cabedal, transmiti-las. Por exemplo: no meu
caso, eu tenho que transmitir o conhecimento da Obra, baseada na Psicologia, porque
este é o meu ramo de conhecimento. É dentro da Psicologia que dei por essa coisa
fantástica, que não teria percebido se não tivesse tido a felicidade de ouvir a
palavra de nosso grande Mestre. Se eu não o tivesse ouvido, teria lido Jung, mas
não teria percebido a profundidade do gênio. Talvez até, não tivesse aceito, como
acontece a uma série de psicólogos, embora de valor, mas que não tem um
conhecimento filosófico do Oriente, para basear as suas teorias psicológicas. E é
conhecido: o melhor livro, sobre a "Cabala", deste século, é de autoria deste
fabuloso Psicólogo.

Jung mergulhou no estudo da “Cabala”, para falar no inconsciente coletivo e


trazer à lume os “arquétipos”. Falou por exemplo, no “'arquétipo noético”, vejam
bem, em ciência... Isso, há 50 anos atrás, seria impossível. Há hoje, um Instituto
na Suíça, dirigido, atualmente, pelos discípulos de Jung, continuadores de suas
teorias psicológicas.

Outro grande psicólogo e pertencente àquela plêiade é Fritz Kunkell, do qual


já conversamos aqui, e diz ele: “não poder perceber psicologia sem religião”. Claro
está que se refere à Religião-Filosofia e não à seita religiosa. Fala ele, em
religião, mas num ponto de vista universal. Fala no principio unitário, da Unidade.
Daí referir-se ao “Nósismo”.

É, evidente, por estes exemplos, que esses homens geniais vieram em auxílio
do Avatara como que reforçando e firmando nas conceituações da Humanidade, todo o
acervo cultural que já lhe foi dado pelos Avataras, pois Aquele que representava a
Lei e vivia entre nós, não poderia ser a um só tempo o REVELADOR e o portador da
tradição. Ele é um ponto na frente e todos os outros tinham que trabalhar para
apresentá-Lo, como o portador de novos conhecimentos, o Sábio Verdadeiro. Esse é
que é o Trono da Verdade, na Face da Terra, a Verdade ou o Trono de Ad-kadmon. Não
é uma cadeira de espaldar alto, onde se senta o Maior dos Senhores. E sim, todo
esse conhecimento profundo espalhado pelos Homens de Gênio, os quais trazem para o
mundo, tudo quanto já foi revelado pelos vários Avataras e o apresentam, sentado
nele. Essa é a dura realização através dos tempos. É o Trono do conhecimento, o
Trono do SABER, que deve ser levantado bem alto, isto é, propagado pelos quatro
cantos da Terra. Isso, para que o mundo conheça ou possa conhecer e reconhecer o
Avatara.

É por esse fato, que os Gênios são homens de Ideal, trabalham para a
humanidade mesmo não conhecendo conscientemente o Avatara. Por isso que, ao
penetrar no conhecimento dos vários ramos das ciências e das artes, ele precisa ser
vivido e vivenciado, precisa ser amado, cultivado com carinho. Aí o homem é culto,
porque de pouco ou nada vale a erudição. Saber de cor todos os livros existentes
nas bibliotecas do mundo inteiro é papagaiada, no verdadeiro sentido da palavra,
porque, realmente o papagaio, repete o que ouve, mas seu cérebro nada tira.

Há pouco nós dissemos, “viver e vivenciar o conhecimento”... isto quer dizer


penetrar no conhecimento, embeber-se nele, interessar-se com amor por ele, pois
só assim se compreende e aprende, este passa a ser parte do estudante, não há meio
de ser esquecido, é como se o indivíduo fosse mata-borrão, que fica encharcado de
conhecimento e não houvesse possibilidade de uma temperatura elevada evaporar o
liquido que o embebeu. Está incorporado ao indivíduo. Isto é cultivar alguma
coisa. É transformação, Superação de um estado de consciência. Aprende algo com
amor, mobiliza todos os sentidos e o indivíduo está tão interessado em penetrar
nesse conhecimento, que todo ele volta sua atenção para este ponto. É como se fosse
todo observador.

Apreender o que o Mestre dizia, é observá-Lo, não só o conteúdo de suas


palavras, mas ''como, quando e onde as disse”. Os gestos feitos, a hora, o que
antecedeu e aquilo que seguiu o ato da Revelação.
Para exemplo do que acabamos de dizer, podemos aludir a uma explicação do
Vidal, referindo-se ao acontecimento de 28/09/69. Ele recordou um fato passado no
Templo, no dia 28 de Fevereiro de 1949, quando o Venerável Akdorge, Coluna do
futuro Avatara, colocando a sua Bandeira na entrada do Átrio do Templo, pediu ao
nosso grande Senhor J H S, que depois o pequeno Hélio a levasse no Ritual daquele
dia, às 18 hs., para o Altar do supracitado Templo.

Veja-se como profundo conhecedor, pela sua observação constante, pelo seu
amor à Obra, pelo cultivo de seu conhecimento, imediatamente ligou dois fatores,
visto que o conhecimento de 28 de setembro de 1969 era cumprimento de que o
Venerável Cavaleiro das Idades havia profetizado naquele 28/02/49, o que equivale a
dizer: neste dia 28/9/1969, o Hélio, de fato, empunhou a Bandeira do Graal, da
Ordem, a fim de entregá-la ao Valioso AKDORGE no ano de 1982, e depois ao Buda do
Ciclo de Aquarius, no ano de 2OO5.

Vem agora o porquê nosso Supremo Dirigente dizia, "Escola, Teatro e Templo”:
Ele primeiro representou, logo, houve um aspecto teatral em primeira fase; foi ELE,
como consciência total, como Cavaleiro das Idades, o Pai, como Sexto Senhor, a
seguir AKDORGE, como Logos da Terra e em terceiro vem o Hélio, como, por exemplo,
Logos Humano, ou seja, O NONO LOGOS. Teatro é ação. Houve, portanto, uma
teatralização, posto que em primeiro lugar veio uma teatralização-síntese, para
depois virem os detalhes. Muito bem, o que se representou em síntese, num momento,
no Átrio do Templo, ecoou através dos tempos como ato de uma peça que poderia ter
três, sete e vinte e um quadros; o vigésimo segundo quadro verificou-se neste mês
de setembro de 1969. Fecha o pano de um ato e começam outros...

Essa é a didática aplicada pelo Avatara. Isso é EUBIOSE ou Educação


Eubiótica. Agora se entende porque a Grã-Mestrina (três vezes Mãe), no portal do
Templo, disse a várias pessoas que iria mudar o nome da Sociedade Teosófica
Brasileira, para Instituto Cultural Brasileiro de Eubiose e foi substituído pelo de
Sociedade Brasileira de Eubiose. Não foi por simples capricho dela. Intuitiva como
é, não fosse ELA o que representa na fundação da Ordem, estava transmitindo para os
discípulos que “havia chegado a hora de efetivar o desejo, ou melhor, a vontade de
nosso grande Mestre, que principalmente nos últimos anos de sua permanência na Face
da Terra, batia nesta tecla: Cultura, Cultura e Cultura”... por que?

Ele sabia que se apresentássemos a face da Cultura, o mundo cultural seria


atraído pela Obra, visto que esta se distinguia entre as instituições religiosas.
Mostrava a sua verdadeira face e não permitia confusão com as várias seitas
religiosas. Quebrava, assim, as barreiras existentes entre o aspecto artístico-
cientifíco, e o aspecto sectarista-religioso. Pois se até S.S., o Papa Paulo Sexto,
chama atenção dos súditos da Igreja Católica, no sentido de deixarem o erotismo
religioso, deixarem do ser místicos eróticos. Isto quer dizer: devem ou precisam
trocar o enquadramento do fanatismo, a falta de conhecimento, pelo uso do
conhecimento, pelo raciocínio de dados filosóficos, numa palavra, isso é o mesmo
que dizer: trocar a ignorância pelo saber. É, com efeito, a volta do Cristianismo
primitivo, é o despir as roupagens com que os maus ou pretensos discípulos de
Jesus, vestiram suas palavras ou seja, desvirtuaram seus ensinamentos ou as suas
Revelações da época...

“Esses”, somos todos nós, no sentido em que representamos o homem dos


séculos depois de Cristo, no Ocidente. Todos esses fatos, devido ao aspecto da
ignorância, da falta de cultura e da supremacia do aspecto afetivo-emocional, ou
seja, ambição do poder, que se reflete na conduta ou no caráter da conquista.

Nosso grande Mestre J H S, dizia: “O mal dos homens é a ignorância da


existência de Deus”.
ooooOoooo

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

12. A EUBIOSE - O DIA 28/09/1969

E
ssa nova etapa da Obra, foi sintetizada numa representação de 28 de Fevereiro de
1949, quando o Venerável Akdorge, colocando a Bandeira no Portal do Átrio do
Templo, pediu ao nosso Grande Senhor J H S que mais tarde, o Hélio, Primogênito dos
Gêmeos Espirituais, a conduzisse até o Altar, diante da Taça do Santo Graal. Como
sempre, na Obra, há uma teatralização, e é por isso que o nosso Mestre falava em
Escola, Teatro e Templo.

A sua Didática é baseada nessa triangulação e nesta outra: Transformação,


Superação e Metástase. Assim, o que foi representado no dia 28/02/1949, objetivou-
se a 28/09/1969. E, acompanhando a evolução da Humanidade. Portanto, no sentido da
segunda triangulação, é que a Grã-Mestrina disse no Portal do Templo, em fevereiro
deste ano, que desejava mudar o nome da Sociedade Teosófica Brasileira para
Instituto Cultural de Eubiose. Isso porque, nosso Grande Senhor já dissera há
muitos anos, que as Ramas deveriam deixar de ter esse título e passar ao de
Institutos Culturais. E, de certa ocasião em diante, realmente nós começamos a
encontrar Instituto Cultural Roso de Luna, Instituto Cultural Itaparica, Instituto
Cultural Savador...

Dizia, também, com uma frequência extraordinária, que nós não devíamos ser
teosofistas e sim, teósofos. E explicava a diferença que existia entre um e outro,
dizendo que teosofista era aquele que estudava a Sabedoria Iniciática das Idades,
no que se refere à tradição, ao que estava vulgarizado e constituía o que havia
sido dito em outras etapas da civilização. É encontrado nos livros, comumente, na
maioria das vezes, de modo simplificado e sem profundidade, por isso aconselhava,
também, que se tornava necessária a boa leitura, o estudo de cada vocábulo, para
que cada capítulo fosse entendido em toda a sua riqueza ou profundidade. Assim, o
leitor não traria as concepções do outro autor. Não seria um “tradittore” em vez de
tradutor do pensamento de alguém, e esse alguém foram vários Avataras.

Ao procurar ler em profundidade, o discípulo não estaria caindo no erro de


subtrair o conhecimento verdadeiro que lhe era dado, posto que tiraria dele todo o
sumo e deixaria de ser ignorante. Isto porque, ao ler superficialmente, não tem o
leitor a idéia consciente de trair o autor, mas isso acontece porque, não entrando
no âmago do assunto, pode torcer a verdade. Por falta de observação, portanto, de
atenção e concentração de todos os seus sentimentos, torna-se um “tradittore”.

Daí outra frase que nos vem à memória: “Vigilância dos Sentidos”. Esta, foi
muitas vezes interpretada pela maioria dos discípulos, no sentido de vigilância da
direção que tomariam suas forças cegas, ou aquilo que Freud chamou de libido.
Vemos, assim, que Ele costumava repetir uma série de frases que, a muitos, parecia
uma falta de assunto, uma repetição enfadonha, mas que era motivada,
exclusivamente, pela falta de evolução do discípulo que ele estava, dessa forma,
pacientemente orientando e transformando.

Comumente nós, as criaturas humanas, estamos envoltas em camadas afetivo-


emocionais-mentais, imbuídas de preconceitos, por isso somos impedidos de penetrar
na essência do pensamento do Mestre. Então, essa repetição era uma tentativa de,
digamos, britar essa camada, tomando um aspecto de direção geral, pois que ele, com
sua finura ética, não dizia: “Você e você são os que ainda não estão entendendo”...

Por que?... Porque além do que foi dito, a cada discípulo cabe perceber o seu
grau ou estado de consciência, pois, ao contrário, seria até improfícuo; cabe ao
discípulo se olhar, abrir os olhos e se conhecer, portanto, se analisar. Só assim,
poderá vivenciar a sua “nidhâna” e, portanto, tentar superar esse estado emocional.
Olhar, sem se apavorar ao perceber as próprias “nidhânas”, pois elas são muitas.
Desse modo, usando aqueles “slogans” aos quais nos referimos, chamava nossa atenção
para o aprimoramento afetivo-emocional e cultural.

Preparava-nos para que pudéssemos estar aptos a entender suas Revelações,


pois o Avatara está sempre um ponto à frente, por isso revela ou é Revelador na
Face da Terra. Por essa razão, tem que encontrar nos discípulos uma base sólida, do
conhecimento alcançado pela Humanidade. Isto porque um cientista ou um artista teve
a capacidade de ligar as antenas da intuição e captar, no éter, o que o Avatara
gravou nele, ao revelar um ponto mais do conhecimento, para o grupo de discípulos.
Aquele Homem de Gênio foi capaz de, captando, transmiti-lo com suas palavras para a
Humanidade. Vemos então, que se nós, por determinadas circunstâncias, estamos
juntos do Avatara, há Seres que surgem na Face da Terra, nas proximidades de sua
vinda para ela, constituindo verdadeiras linhas, camadas que acompanham o Avatara,
de longe. Nós é que constituímos muralhas, barreiras; a Lei não tem fronteiras. Nós
nos estabelecemos em estados, em nações, em raças. A Lei desconhece essas
barreiras. Então, o fato de um grupo estar junto do Avatara, não é por isso que só
ele tem valor ou merece saber. Longe do Avatara há Seres com uma capacidade enorme
de poder aquisitivo afetivo-emocional-mental que lhes possibilita, como se
constata observando a Humanidade, captar o que ficou gravado no éter, como já
dissemos, e com isso, podem ser muito mais úteis à Humanidade do que aquele que é
discípulo, mas que, de certo modo, pode estar egoisticamente cheio de vaidade.
Assim, aquele que citamos é muito mais útil ao Avatara e, portanto, à Lei e à
Evolução da nossa Humanidade, porque preconiza entre os homens, a palavra que o
discípulo deveria levar à Humanidade, repetimos, para que fique gravado. Aqueles
são Seres que têm, digamos assim, uma missão a cumprir no meio da grande
Humanidade, embora longe do Avatara.

Não trazem um conhecimento novo, no sentido de revelação, do ponto de vista


universal, do ponto de vista filosófico. Sabemos que a Filosofia é síntese de todo
o conhecimento, logo, engloba em si todos os ramos das ciências e das artes.

Assim, a Filosofia é o conhecimento dado do ponto de vista mais abstrato


possível. Desse modo, o Avatara trouxe uma Revelação que foi do ponto de vista
filosófico e se refletirá em todas as ciências e artes, ao ser captada e
transmitida por aquelas pessoas, que têm a possibilidade de traduzi-la através de
suas específicas linguagens. O Avatara trouxe algo de novo como Bijam, como
Síntese, como Filosofia; abriu um ponto novo no espaço do conhecimento e isso vai
ser explicado por quem de competência, em todos os ramos do conhecimento. Assim,
surgem os novos aspectos da ciência e da arte. Por isso, um Picasso diz: “EU NÃO
PESQUISO, EU ACHO”. Na verdade, com sua extraordinária intuição, penetra no éter e
acha, o que o Avatara lá deixou.

É pois, desse modo que se enriquece o conhecimento humano, porque “Ele já o


havia dito”. É o Homem de Gênio, ligando seu radar para aquela estação máxima. É
por tudo isso também, que Pitágoras fala na Harmonia das Esferas, constituída pela
beleza que vibra no éter e que se pudéssemos ter um aparelho tão potente, que fosse
capaz de captar tais ondas sonoras, teríamos músicas da linguagem dos Avataras, ao
proferirem suas palavras reveladoras. Daí, assuntos que constituíram conhecimento
do homem atlante serem hoje, muitas vezes, uma novidade para nós.
Por isso se diz: “Não há nada de novo sob o Sol”. Nada de novo, nesse
sentido, porque alguma coisa é a tradição, mas não aquela que ficou na Face da
Terra, como realizada em outras épocas, porém aquilo que é tradição, em relação ao
que disse o Avatara, como Filosofia. Relativamente ao Avatara, já é passado, visto
que Ele já o revelou, mas não constitui ainda tradição. E será tanto mais passado,
na medida em que for apreendido pelos discípulos e captado pelo resto da
Humanidade. Porque foi assimilado por aqueles que já mencionamos, como
constituintes daquelas várias camadas e que foram beber na grande fonte. E,
como foram formadas aquelas linhas, através da evolução? Pela capacidade que teve
cada um daqueles Seres de absorver, de se embeber da água da grande fonte, e não
apenas, deixando que ela lhe escorresse pelo corpo. Se nós observamos, então, a
história da evolução humana, a história das civilizações, a história das artes,
lançando um olhar para traz, podemos observar a plêiade de criaturas que acompanhou
o Avatara, este último Avatara.

Vemos os gênios que vieram dos fins do Século passado e princípio deste
Século e que deram um empurrão extraordinário no conhecimento que está no mundo.
Vejam, por exemplo, um fato que vem corroborar isto: é o Nascimento dos Dhianis
Jivas. É, pois, dentro da própria Hierarquia do Avatara, é da verdadeira Família
Dele que surgem Eles para dar um empurrão, causando um verdadeiro aceleramento,
pela sua presença nas universidades, na compreensão, na capacidade de apreensão das
novas gerações. É por isso que há uma verdadeira quebra, rompimento das barreiras
preconceituadas, em todos os ramos da ciência e das artes. A presença Deles firma
no homem, os dois mentais, tão falados pelo nosso Mestre e podem então surgir as
Raças Bimânica e Atabimânica. Esse é, sem dúvida, o empurrão dado pelos Dhianis-
Jivas, enquanto que aquela linha dos homens geniais, acelera, gravando no cérebro
dos componentes da Humanidade, o que já era tradição em relação ao Avatara, mas
que ainda não estava firmado nos mesmos, como conhecimento. Assim, alegoricamente,
sete Sóis da verdadeira Família do Avatara luzem em sete pontos diferentes na Face
da Terra, enquanto que, digamos, 111 Gênios -para usar um número cabalístico-
trabalham para que o Avatara possa ser conhecido e reconhecido e, assim, preparam
uma Humanidade feliz...

É verdade que muitos, ainda, num estado de evolução bastante precário, como
criaturas humanas, ao receberem esse caudal de conhecimento entrem em desajuste e o
fim de ciclo, como não poderia deixar de ser, é bastante caótico. Nosso Grande
Senhor J H S, conhecedor de tudo isso, repetia: “fim de ciclo, apodrecido e gasto”.
E em sua repetição é como se estivesse dizendo: “Estarão percebendo em
profundidade, o sentido de nossas palavras? Estarão percebendo a tormenta, o caos
que será o fim do Século? ... Estarão imunizados contra o que vem por aí?”...
Vemos, entretanto, quanto nos revoltamos e nos horrorizamos com a
incompreensão que campeia pelo mundo, que muita razão tinha nosso Mestre J H S, na
sua infinita Sabedoria, ao repetir sempre as suas frases de alerta porque,
realmente, não estamos imunizados. É recordando todas essas passagens de nossa
Iniciação, que ainda continuamos apreendendo seus Ensinamentos, nos imbuindo de sua
Didática Eubiótica.

Assim também, é observando toda essa unidade de trabalho, que podemos chamar
de universal, por ser o Trabalho da Obra do Eterno, que vamos entender o que disse
como “FRENTE ÚNICA E ESPIRITUALISTA”. Uma só moeda, uma só linguagem, um só padrão
monetário e uma só religião: a Religião-Científica, ou seja, a religião ligada à
ciência.

Do mesmo modo vamos encontrar o Papa Paulo VI revolucionando a Igreja


Católica e ninguém compreendendo o porquê...

Nosso Mestre já em 1924, ao fundar Dhâranâ, dando entrevista aos jornais da


época, preconizou que o Oriente, neste Século, se fundiria no Ocidente.
O Papa Paulo VI, com o Concílio Ecumênico e com o Sínodo de Bispos, está
quebrando a tradição secular da Igreja Católica. Esta vai tomando os ares da
desorganização em que se acha nosso Século.

Quanto à fusão do Oriente no Ocidente, vamos encontrar o trabalho daquele


Gênio que foi Jung, em sua psicologia complexa, indo buscar o conhecimento
filosófico oriental, como base para o conhecimento da criatura humana ocidental,
posto que trabalhava neste hemisfério. E o melhor livro de alquimia dos tempos
modernos, é deste Psicólogo.
Resumindo: depois de lembrarmos todas essa passagens, percebemos porque nosso
Grande Mestre dizia: “Desejo que os Membros da minha Obra, não tenham o mesmo modo
de pensar, de raciocinar que os homens da rua, os profanos”.

Era, com efeito, como se nos estivesse implorando, que nos aprofundássemos no
espírito de suas palavras. Dava exemplo: ao primeiro grupo por Ele fundado, chamou
“Samyama”; ao segundo, “Dhâranâ”; ao terceiro, “Sociedade Teosófica Brasileira”.
Desejou, a certa altura, que passasse a ser o “Grande Ocidente do Brasil”, mas,
este nome foi mal usado, perdeu o efeito... Entrementes, enquanto fazia a diferença
entre teosofistas e teósofos, começou a dar conhecimentos com o título de “EUBIOSE”
. Surgiu, naturalmente, o nobre neologismo, desenvolvendo todo um conjunto de leis,
do conhecimento do futuro. Sabia que o nome Teosofia, começava a constituir uma
barreira para o trabalho do discípulo, no mundo. A palavra estava cediça. Tinha
sido mal usada. Tornava-se necessário, para expressar a Filosofia do Futuro, uma
palavra digna dela, daí o “neologismo”...
Lembremos que Ele gostava de - embora preferentemente dando o título de
Sociedade Teosófica Brasileira - frisar então, que Teosofia era igual a Sabedoria
Iniciática das Idades, Religião-Sabedoria, Religião-Ciência. Não estava, com isto,
dando uma demonstração de que era necessário não confundir a sua Filosofia com
seita religiosa? ... Por isso explicava a raiz da palavra religião: do verbo
Religare... Assim sendo, as novas diretrizes baseiam-se nas velhas diretrizes de
nosso Grande Mestre J H S. Estarmos preparados, imbuídos de suas revelações, mas
cada qual, pelo menos dentro de seu cabedal de conhecimentos científicos ou
artísticos, traduzindo para o mundo, com as suas palavras ou linguagem de cada um,
o conhecimento da Eubiose ou da Filosofia do Futuro.

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

13. OS NOVE ELEMENTOS EM RELAÇÃO


COM A ESTRUTURA HUMANA, A PERSONALIDADE

C
om esta monografia pretendemos complementar as de nos 5 a 9, desta Série Cultural.

Vamos ver, portanto, o que representa na Humanidade a Emoção de natureza


tríplice, a Inteligência ternária e a Vontade com a sua trilogia e, quando se
expressam através de civilizações como símbolo de um único aspecto destes nove que
compreendem a alma humana.

EMOÇÃO - 1o aspecto da Emoção, é aquilo que se liga às funções humanas, quase


que vegetativas e que no homem é a sensibilidade orgânica, ligada intimamente ao
corpo físico. Isto, no plano inferior da sensibilidade. A Emoção Instintiva ou Pré-
Emoção.

2o Aspecto, é aquilo que se revela no homem como harmonia. Revela na criatura


dotada de todos os aspectos da arte, mas a arte criadora. Permite às pessoas
identificarem-se com os 7 estágios da Arte Sagrada. É a Auto-Emoção criadora.
3o Aspecto, é o que se revela ao homem como o princípio de religiosidade,
devoção, quando ainda não está bem desabrochada, gera o fanatismo, idolatria. E
isso acontece até que se transforme no puro amor universal. Aquele amor que
compreende todas as criaturas numa só. Essa sensibilidade superior, levou o
filósofo e psicólogo Fritz Kunkell a encontrar o “Nósismo” e a outros, a Filosofia
da Unidade.

De modo que podemos pensar, sem erro, no fato desses aspectos poderem se
subdividir em sete categorias. Com o conhecimento destes aspectos da Eubiose,
podemos analisar a nós próprios e aos outros, sem a pena de censura. Estes aspectos
da emoção, nascem com a criatura humana, como potencial, como semente, senão, como
dizem os orientais: “como Bijam”. Se a pessoa é descendente do Avatara, dos
Kumaras, então surgirá como “Bijam dos Avataras”. Resultando deste fato, as
diversas Hierarquias, com as suas respectivas categorias. A humana criatura será
algo pelo que traz dentro de si, com possibilidade de desenvolvimento. Eis porque
encontramos artistas de vários escalões. Religiosos de várias mentalidades,
realizando vários estágios.

O primeiro aspecto da emoção poderá se confundir com o terceiro, produzindo o


erótico-religioso, o fanático, os místicos devocionais. E delas têm se servido
muitos caudilhos, para promoverem guerras religiosas, tal como está acontecendo na
Europa e noutros lugares. Coisas próprias de fim de ciclo.

Vejamos os três aspectos da Mente ou da Inteligência que, também, é ternária.

INTELIGÊNCIA – Primeiro Aspecto- é a percepção das paixões, pela inteligência


incipiente. É a Inteligência Emotiva, ou seja, a humana inteligência a serviço das
sensações, da carência dos princípios somáticos. É ardilosa, é enredadeira. É,
pois, aquilo que está diretamente ligado aos sentidos e os orienta e de certo modo
preenche as lacunas que os sentidos não revelam; é a inteligência-sentimento, que
procura embelezar as ações físicas. É a inteligência aderida aos sentidos, por
isso chama-se também “inteligência nervosa”, instintiva, passional. Ela arma
planos para a satisfação dos sentidos.

Segundo Aspecto da Inteligência - O raciocínio, que gera todas as ciências


empíricas, especulativas, estatísticas, estruturais. É a inteligência criadora. É
conquistada pelo esforço mental. É o elemento do intelectual materialista. Procura
deduzir o que não vê, pelo elemento de que é conhecedor. É a inteligência do
intelectual, que se dedica, tão somente aos valores da tecnologia. Chama-se, também
a inteligência dedutiva, conclusiva, senão, AUTO-INTELIGÊNCIA.

Terceiro Aspecto da Inteligência - é o princípio inteligente que compreende


as leis, que busca as idéias no plano da abstração. É, pois, aquilo que compreende
a inteligência sutil, abstrata e que percebe diretamente, as coisas. É a intuição
que ilumina a mente e lhe revela novos aspectos da verdade e que a razão não pode
conhecer, nem pode descobrir.

Na linguagem oriental se diria “Budi-Taijasa”, ou seja, a inteligência humana


bafejada pela inspiração, pela intuição do Logos. Os portadores deste aspecto
amplamente desenvolvido, são os “MEN-TAUROS”, ou seja, os portadores da Mente. São
os que tiveram a Inteligência desenvolvida pelo processo iniciático de Melki-
Tsedek, os irradiadores de Luz, como Suprema Sabedoria, Sabedoria Divina o que no
caso, seria Sabedoria Religiosa, no verdadeiro sentido da palavra, a Sabedoria
integral de todos os planos.

Por isso nosso grande Senhor e Mestre J H S disse aos que estavam permitindo
desenvolver este aspecto inteligente:
“Glória Àquele que nada possuindo, ofereceu aos seus discípulos o dom
inimitável da Palavra, que traduz com perfeição, com sua Supra-Inteligência, a
Vontade de Deus... do Eterno”.

Pesquisando acerca desse aspecto da inteligência não podemos deixar de ditar


estes pensamentos:

“GÊNIO é aquele que não precisa buscar fora o que tem a dizer, volta-se para
dentro e aí encontra a inspiração.”

ERUDITO - lê todos os livros, recita-os... mas não entende o conteúdo.


O GÊNIO - sabe o que vai buscar num trecho de um livro.

VONTADE - Vontade Divina ou a manifestação da Lei Universal que rege todas as


coisas.
Primeiro Aspecto da Vontade - ou seja, a PRÉ-VONTADE. Tem o sentido de
vontade instintiva, energia bruta, vontade orgânica. Esta vontade que, quando
desenvolvida ou entregue a si mesma, gera o domínio. A Vontade que esmaga, a
Vontade que escraviza, a qual caracteriza todos os grandes dominadores existentes
no mundo até o nosso ciclo. A exemplo disto, temos os diversos ditadores
registrados em nosso século. Os indivíduos portadores desse aspecto da Vontade que
domina, que impõe custe o que custar. É, não obstante, a expressão da vontade
universal, sem consciência e sem direção. É, com efeito, a força bruta.

É muito comum nos homens teimosos.

Segundo Aspecto da Vontade - a Auto-Vontade - é aquele princípio que


reconhece a sua independência, e o senso da liberdade. Desta liberdade que, quando
se acentua, se transforma em rebeldia São os grande rebeldes da História das
Civilizações. Poderão ser incluídos também, os divinos rebeldes das teogonias. Os
Assuras que provocaram as guerras celestes, inclusive aqueles da Atlântida.
São os portadores da consciência empedernida e ciclicamente havendo a
manifestação do Avatara. Ele funcionando como verdadeiro britador, desperta a
vontade adormecida daqueles. São os revoltados, os Seres de natureza cósmica e
quando têm este Princípio desenvolvido, atingem um ponto tal que não reconhecem
nenhuma autoridade. Fazem o que querem e muitas das vezes provocam o caos. Se a
Pré-Vontade (ou Vontade Instintiva) se caracteriza pelo domínio cego, a Auto-
Vontade é a egolatria, individualismo levado ao ponto máximo.

Terceiro Aspecto da Vontade - a Supra-Vontade - é a que se caracteriza pelo


sentimento da renúncia. É o princípio da Vontade que depois de passar por toda essa
evolução, começa desde logo, renunciando à sua própria individualidade, ao seu
próprio poder de conhecimento. Não quer nada para si; tudo para os outros. Esse
princípio é a base da moral e da ética, portanto, nasce da Super-Vontade, assim
como da Auto-Vontade nasce a política, a diplomacia, democracia e as instituições
que regem os povos, e da Pré-Vontade nasce aquilo que vai como trabalho técnico (a
tecnologia).

Tudo quanto a Humanidade fez, tudo quanto as civilizações têm produzido, está
compreendido nesse vasto ponto de vista. Queremos e pedimos, para nos lembrarem se
há alguma ciência que não esteja dentro desse conceito da Eubiose. Ciências, artes,
filosofia, indústrias, comércio, técnica, guerras, lutas, instituições políticas,
sociologia, moral, religião, enfim, tudo está contido nesse sentido da Eubiose.

Esse é, com efeito, o vasto programa a ser entendido. O que é preciso, é


desenvolver de tal sorte a Eubiose, que nenhuma dessas faculdades se manifeste
desarmonicamente, sem ser acompanhada das demais, e portanto, provocando dores,
misérias... à medida que todos estes aspectos forem sendo desenvolvidos pelo homem,
harmonicamente, todo o trabalho resulta em sensação agradável que traz felicidade
para si e para os outros. Ninguém pode ser feliz isoladamente. Enquanto houver um
indivíduo que sofra, todos nós sofremos.

Enquanto um aspecto dessa unidade não estiver harmonizado, todos os outros


terão que sofrer, ainda que não saibam a causa, ainda que não percebam donde vem a
dor, a miséria. O Plano traçado pela Eubiose, é provocar o desenvolvimento de todas
as faculdades, para que se espalhe a máxima felicidade. Precisamos estudar cada um
de per si. Desde já podemos ver que o processo mais simples, para que se manifeste
esse poder universal, deverá começar com o princípio mais ligado ao físico: a
“emoção”. A arte é e sempre foi a primeira manifestação sensível da inteligência,
através das civilizações. Nas épocas mais afastadas, encontra-se sempre testemunho
de que a arte foi a primeira manifestação da Suprema Sabedoria. Cada religião, cada
movimento que aparece no mundo, de qualquer forma é acompanhada de uma arte
particular. Daí o esplendor nos tempos de antanho, da arte sagrada, praticada nos
templos, através dos bailados, asanas... A sensibilidade relativa à arte, à
religião, é por sua vez, um aspecto de uma ciência, de uma instituição política, de
uma metafísica, e de uma ética. Cada civilização, quer seja uma Raça-Mãe, uma Sub-
Raça, um Ramo Racial ou família, um agrupamento, tem uma característica bem
definida, de um desses aspectos pelo qual o homem pode atingir a Unidade, o Amor
Universal. Revela um conhecimento particular, uma expressão filosófica, uma
metafísica, uma instituição política e moral.

Desde as origens do conhecimento, os grandes Instrutores procuram agir dentro


desse grande plano que hoje consubstanciamos na Eubiose. É a chave mais bela que
nos permite entender a história dos homens, da alma humana. Nenhuma filosofia
consegue nos dar um apanhado tão perfeito de todas as atividades humanas. Os
Adeptos condenam a civilização do Ocidente, porque acham eles que a técnica deste
hemisfério não tem sentido, não provoca pois, nenhuma evolução para a Alma humana.
A nossa vida é condenável, não está dentro dos princípios eubióticos. Tem apenas,
um aspecto progressivo, enquanto nós estamos um pouco a frente porque desenvolvemos
outros aspectos que nas pessoas comuns não está ampliado. A técnica é fruto do
desenvolvimento da Pré-Vontade, não no sentido do domínio, dos grandes
conquistadores ou tiranos, como se revela no Oriente, mas com o domínio da natureza
e das suas forças, através da inteligência e da ciência empírica.

Neste sentido estamos, sem dúvida, acima do movimento oriental, cuja pré-
vontade se manifesta como o “Senhor de Engenho”, o “faquir”, o magnetizador, o
ilusionista... embora no Ocidente, como acidente histórico, tenha aparecido um
Hitler, Napoleão, Stalin e muitos outros, representando ou sendo veículos dessa
vontade instintiva, do desejo de dominar. Todas as ciências são o segundo aspecto
da inteligência, do raciocínio... As nossas artes estão dentro do segundo grupo da
emoção e as instituições políticas, do segundo aspecto da vontade. Agora, para o
desenvolvimento deste programa, temos que recomeçar a enquadrar ou estruturar todos
os conhecimentos; ciências artes, política, como arte de governar...

Consoante a Eubiose, podemos organizar o quadro das categorias dos homens de


nosso estágio evolucional.

Primeira Categoria: os homens que permanecem no estado de consciência lemure-


atlante, donde a escolha dos mais baixos poderes psíquicos (africanismo, a chamada
macumba, o selvagismo, querendo dar ensinamentos ao civilizado).

Segunda Categoria - é constituída dos fanáticos, propriamente ditos


“religiosos”, místicos-devocionais, atlantes-arianos ou semi-místicos-devocionais e
pretensos intelectuais.

Terceira Categoria: os tidos por “intelectuais”, inclusive políticos,


acadêmicos, diplomatas... alguns deles, por felicidade, com tendências a algo
superior, clamando por um ideal desconhecido, mas cada um deles só ou em grupos,
lutam para serem mantidos na Terra.

Quarta Categoria - Aquele que repudia as religiões, as filosofias e os


iluminados, confundindo-os com os demais.

Quinta Categoria: Os que possuem o estado de consciência Bimânico. Logo,


estão dentro dos elementos da Eubiose, os quais promovem o sentimento de Rigor,
Revolta e Esplendor.

Sexta Categoria: serão os componentes da Raça Atabimânica, por conseguinte,


possuidores dos elementos da Eubiose que promovem o desenvolvimento dos elementos,
os quais fazem desabrochar a Tetrakti:

Jogo - Amor - Glória e Justiça.

Sétima Categoria: Aqueles que conseguiram colocar sua inteligência ao lado


do coração e por isso, já alcançaram na Terra, nas maiores alturas, o Poderio e o
Conhecimento.

oooOooo
DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

14. CONCEITO DE MÂYA - LINGUAGEM DA REALIDADE

MÂYA-VÂDA - MAYÊUTICA - EUBIOSE

C
onsoante a Filosofia Hindu, somente aquilo que é considerado imutável e eterno
merece a qualificação de “Realidade”.

Tudo aquilo que está sujeito a mudança, por motivo de depressão, queda,
diferenciação e que tem princípio e fim, é considerado “Mâya”.

O Universo considerado impermanente, transitório, sujeito a transformações, à


evolução, portanto, é considerado, também, “Mâya”.

“Mâya” é a grande ilusão, senão o que está para ser realizado.

O Universo objetivo, a Natura Naturada, é considerado, sem dúvida, como sendo


a “Grande Mâya”.

O poder ilusório, a mágica potência do pensamento que tem capacidade de criar


formas passageiras e ilusórias, e porque tem existência do mundo fenomenal, é
“Mâya”. E este poder Mayavico permite à criatura humana criar um mundo cheio de
imagens ilusórias. E é mediante a potência criadora de “Mâya”, que o Universo
chega ao ponto de sua manifestação objetiva.

A “Vedanta”, diz: “Todo o Universo visível não é mais do que uma grande
“Mâya”, a Grande Ilusão”. Segundo a linguagem sânscrita, chama-se “Maha-Mâya”,
posto que tem princípio e tem fim, logo, está sujeito a mudanças, a transformações
incessantes.
A única “Realidade” é o Espírito, por ser eterno e imutável, segundo a
“Vedanta”, já citada.

Maria, Maia, Maya, Myriam formam um nome genérico, com o sentido de Mãe ou
Maia.

Maia provém da raiz “MA” que, entre os gregos, vem a significar “Mãe”, daí as
expressões de Mãe, Maria, Mãe de Jesus, o Cristo; Mâya-Shakti... Deu, também, a
origem ao Mês de Maio. Plutarco diz que “Maio” é consagrado à Maria ou Vesta,
senão, a nossa Mãe Terra, personificada numa expressão de Mãe Terrena.

Há outro termo sânscrito relacionado com o nosso estudo que é VÂDA.

VÂDA tem o sentido de “palavras, linguagem, discurso, menção, afirmação,


declaração, disputa, proposição, descrição; controvérsia, a principal forma de
argumentação, som música”.

Encontramos o termo “Mâya-Vâda” que é a linguagem da ilusão. Por outras


palavras, é a linguagem usada no Mundo das Ilusões, de “Mâya” e não a usada no
mundo da “Realidade”.

A linguagem usada no Mundo da Realidade é a “mitológica”. Por isso se diz:


“Mitologia é a Linguagem dos Deuses, logo do mundo da Realidade Única. É a
linguagem iniciática dos tempos mais antigos.

Quando se fala em Avatara de Vishnú, isto equivale a dizer: os grandes


Avataras manifestam-se na Face da Terra, entre os componentes da Humanidade, logo,
no mundo da “Mâya” ou ilusão. Assim sendo, Eles usam a linguagem “mayavica”, a
linguagem dos homens, segundo a época de manifestação. Por exemplo, determinado
Avatara deu as suas revelações, seus ensinamentos, através da Língua Sânscrita;
outro o fez pela Hebraica, muitos outros através das línguas: Grega, Latina, Mâya,
Espanhola, Inglesa e futuramente, um outro trará para o mundo humano (o mundo
mayavico) sua Teogonia, na valiosa Língua Portuguesa.

Quando os excelsos Orientadores e Fundadores deste Movimento Cultural


Espiritualista falam no Templo e em determinados Cerimoniais, na Língua Sacerdotal
Agarthina, estão usando a linguagem da “Realidade”. Logo que fazem a tradução do
que estão falando para o Português, entram, naturalmente, na linguagem da “Grande
Mâya”. Isto porque, nosso mundo teve princípio e terá fim e está sujeito à
transformação, à superação, à evolução.

Nossas atitudes diárias permitem-nos criar, pelo poder de “Mâya-Shakti”, uma


série infinita de imagens, filhas de nossos interesses, as quais ficam arquivadas
no nosso subconsciente. Quando dormimos, neutralizamos a consciência em estado de
vigília, passando, naturalmente, a funcionar com a consciência psíquica. Nesse
estágio vivenciamos todos os fenômenos arquivados no subconsciente (que é o arquivo
mayavico) e isso, traduzimos como sonhos. De vez que dificilmente há uma perfeita
ligação entre as consciências de vigília e psíquica, e as pessoas têm lembranças
das imagens, entretanto, não as sabem interpretar, e quando por ventura há
interpretação, não está de acordo com a exigência da personalidade, esta a
rejeita.

Há, sem dúvida, a visão mayavica ou ilusória e há a visão da REALIDADE. Esta


última, manifesta-se pela intuição, a pessoa é intuída.

A “Mâya-Vâda” é uma linguagem que permite ao discípulo ir concebendo a


Verdade, progressivamente.

Um conhecimento transcendental ou revelação, se for dado integralmente, o


discípulo, o estudante não terá capacidade para entendê-lo, perde o interesse de
adquiri-lo. Assim o Avatara ou Revelador o dá proporcionalmente ao desenvolvimento
do discípulo, do apóstolo. Por exemplo: 1o - dá 10% da Linguagem Real, e 90% da
Mayavica; 2o - dá 20% na linguagem Real e 80% usando a Mayavica; quando o
discípulos estão com bom adiantamento, dá 50% na linguagem Real e 50% na Mayavica
e assim por diante, até que quando o discípulo alcançar a iluminação, receberá a
revelação, integralmente.

Quando o discípulo se firma, apenas na linguagem “mayavica” e não tem


capacidade para dominar a da Realidade, começam as racionalizações.

Os gregos primitivos iam estudar no Oriente e muitos deles foram iniciados


pela “Mâya-Vâda”. Platão era considerado orientalista e muitos sábios da Mãe
Grécia. O próprio termo “Academia” é de origem asiática.

G.Dumas, citado por Ragom, em sua Obra Ortodoxa Maçonnique, pag.150, cita o
trecho que transcrevemos a seguir:

“Academia, o nome da Filosofia de Platão (Filosofia Acadêmica), é de origem


asiática. Vem se repetindo desde há muitos séculos que tal nome se deriva dos
“Jardins de Academus”, onde eram explicados os conhecimentos. Porém os gregos e os
latinos que nunca estudaram nada além das suas línguas, não foram às fontes da
etimologia. Eles assim o explicavam, supondo que se tratava de um homem que assim
se chamou, mas o fato é que “CADM” significa “Oriente” e as ciências orientais,
começaram criando o alfabeto escrito, trazido sucessivamente da Ásia à Grécia. Por
isso todo o sábio foi, durante muito tempo, um oriental, um “Cadmia”, senão
“Academia”, era, portanto, um “Acadêmico”...

A palavra Academia poderá, também, ter a sua origem nos ensinamentos de Ad-
Kadmon dos cabalistas. Poderá ter a sua origem, no ponto de vista mais
transcendental, talvez na Língua Tiro-Fenícia, de Deus, Ak-Demus, Ak-Kadmus, Ak-
Kadmon, Ak-Bel, que passando por várias transformações, veio ter em Ak-Damus, Ak-
Kademia, Ac-Cadmia e Academia.

Gautama, o Buda, deu as suas revelações, seus ensinamentos aos homens,


através da linguagem iniciática de seu tempo: a “Mâya-Budista”. Deu seus
ensinamentos numa linguagem que possibilitava a seus discípulos apreenderem a
filosofia da vida, relativamente ao grau de desenvolvimento. Logo, “Mâya-Budista”
ou linguagem da relatividade, tal como dizia nosso caríssimo Professor Henrique
José de Souza.

Na Grécia, vamos encontrar a “Mayeutica”, procurando fazer com que os


discípulos se despertassem para a Filosofia da Vida Una, através da Mâya do Eu e
da Ética iniciática.

MÂYA - EU - ÉTICA - esta trilogia foi muito bem revelada pelo Professor
Henrique José de Souza, quando, falando para o mundo de “Mâya”, para o mundo
profano, disse: “Transformação - Superação e Metástase”, senão a outra trilogia,
também de sua maravilhosa autoria: “Escola - Teatro e Templo”. Estas duas
triangulações podem permitir que , na linguagem da “Mâya”, se escreva um tratado
ou uma biblioteca acerca da evolução humana, auxiliada pelo valor das palavras do
Avatara.

O maravilhoso sábio Plutarco, assim define a Mayeutica: “Mayeutica” é a arte


de partejar as almas que durante sua vida terrestre e a despeito das sugestões do
mundo ignaro, estão naturalmente prenhes de verdade; essas almas de antemão bem-
aventuradas, portanto, como diria o Evangelho, terão de ser fartas, porque têm fome
e sede de bondade e justiça.”
Se a Mâyeutica é a arte de partejar os discípulos, as almas humanas,
compreende-se, trata-se de um método de iniciação em que o Mestre, o Instrutor
aproveita-se do esforço da pesquisa, da experiência do discípulo, a fim de permitir
sua realização pela Auto-Vontade.

Na Pérsia existiu uma Associação Mística, perto de 100.000 anos antes de


Cristo, formada de Magos (no Cáucaso). Esta, usava a linguagem “mayavica”,
conduzindo as criaturas humanas à da Realidade. Seus componentes possuíam o nome de
“MAGH”. O termo transformou-se em MAG, MAGO, que quer dizer “grandeza”.

Apresentavam os Magos, a vida do Planeta em dois aspectos ou dois pólos: o


Sol - como retrato do Criador. MAGOS OU DEUSES: a Natureza, Lua, a Vontade de Deus,
agindo, se manifestando na Natura Naturada. Deus, o Supremo Criador manifestado
como Espírito Santo.

“Baret Lond-Camp: Não há, pelo menos, 111 cultos, como a sabedoria dos
sábios, magos antigos”.

Antes de surgirem os Maçons na Idade Média, os filhos do Supremo Arquiteto do


Universo, tinham a denominação de “Magos”, os grandes em caráter e conhecimento”.

Num trecho do Livro de Kiu-Tê que, além de ser uma linguagem da “Realidade”,
é uma das primorosas relíquias da Sabedoria Antiga, Arcaica, encontramos estas
maravilhosas palavras:

“O Espírito é chamado a extrema sublimação da Matéria e esta é definida como


a cristalização do Espírito”.

O Professor Henrique José de Souza, usando a linguagem da “Mâya-Eubiose”,


disse:

“Glória Àquele que, nada possuindo, oferece aos seus discípulos o dom
inimitável da palavra, que traduz com perfeição a Vontade de Deus”...

Palavras imutáveis, logo, do Mundo da Realidade.

Pensamentos de J H S:

“A mesma luz que brilha nas estrelas, brilha em nossas inteligências, mas
todas são centelhas de uma Estrela Única. Nossa Missão é trabalhar pelo
engrandecimento material, cultural e espiritual do Povo Brasileiro”.
“Ninguém pode servir a Deus, sem servir à Humanidade”.
“Conhecimento, liberdade e responsabilidade são essencialmente as
características do homem e também do caminho direto, de seu progresso para outros
estados superiores”.

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DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

15. A EUBIOSE - CIÊNCIA DA VIDA

OS ROTINEIROS : EMOCIONAIS E INTELECTUAIS

O
estudo da Eubiose tem por finalidade conduzir a humana criatura ao crisol da
perfeição, ao perfeito equilíbrio, pois este é o ponto final. Nada começa da
perfeição absoluta, isto é, este é o ponto máximo da evolução, dentro de um ciclo
ou de um estágio, logo, a Eubiose precisa ser concebida, como agindo em vários
estágios, senão na própria imperfeição. Ela pode tomar como ponto basilar a vida
com todos os erros. Este ponto basilar deslocando-se para vários outros pontos ou
em várias direções forma o equilíbrio, a perfeição vivida de uma maneira integral.

Partindo do erro, vai aproveitando as experiências adquiridas, procurando,


sem dúvida, corrigir a inclinação do eixo evolucional, até que possa atingir o
ponto axial.

Os erros serão corrigidos, desde que se saia da rotina, posto que ela é a
ruína dos homens e das civilizações.

Com o fato de se sair da rotina, no ponto de vista emocional, religioso,


artístico, intelectual e filosófico, já se começa a vivenciar a Eubiose. Isto
porque a rotina é início de uma morte lenta e a longo prazo.

Disse J. Ingenieros no seu Livro “O Homem Medíocre”:

“A rotina é um esqueleto fóssil, cujas peças resistem à carcoma do século.


Não é filha da experiência; é sua caricatura. A primeira é fecundada e engendra
verdades; a outra é estéril e as mata. Na sua órbita giram os espíritos medíocres.
Evitam sair dela e cruzar espaços novos; repetem que é preferível o mau conhecido
ao bom ignorado. Ocupados em desfrutar o existente, alimentam horror a toda
inovação, que perturbe a sua tranquilidade e lhes traga desassossego. As ciências,
o heroísmo, as originalidades, as invenções, a própria virtude, parece-lhes
instrumentos do mal, posto que desarticulam o edifício dos seus erros: como nos
selvagens, nas crianças incultas de todas as classes.

“Acostumados a copiar escrupulosamente os preconceitos do meio em que vivem,


aceitam, sem verificações, as idéias que destilam no laboratório social, como esses
enfermos de estômago imprestável, que se alimentam com substancias já digeridas nos
frascos das farmácias, nos liquidificadores... Sua impotência para assimilar idéias
novas, obriga-os a adotar as antigas.

“A rotina é a síntese de todas as renúncias, é o hábito de renunciar a


pensar. Nos rotineiros, tudo é menor esforço; a preguiça enferruja a sua
inteligência. Cada hábito é um risco, porque a familiaridade se forma no sentido de
coisas detestáveis.
Os atos que, a princípio, provocam pudor, acabam por parecer naturais; a retina
recebe os tons violentos, como simples matizes; o ouvido escuta as mentiras com
igual respeito, com que ouve as verdades. O coração aprende a não se agitar diante
das ações torpes.

“Os conceitos são crenças anteriores às observações; os juízos exatos ou


errôneos, são consecutivos a ela. Todos os indivíduos possuem hábitos mentais. Os
conhecimentos adquiridos facilitam os vindouros, e marcam o seu caminho. Até certo
ponto, ninguém pode subtrair-se à sua ação. Não são exclusividades dos homens
medíocres, mas nestes, representam sempre uma passiva obsequência ao erro alheio.
Os hábitos adquiridos pelos homens originais são genuinamente seus, intrínsecos,
constituem o seu critério quando pensam, e o seu caráter quando atuam. São
individuais e inconfundíveis. Diferem substancialmente da rotina, que é coletiva e
sempre perniciosa, extrínseca ao indivíduo comum ao rebanho, consiste em ser
contagiado pelos preconceitos que infestam a cabeça dos outros. Aqueles,
caracterizam os homens; esta empana as sombras. O indivíduo plasma para si próprio
nos primeiros; a sociedade humana impõe a segunda. A educação oficial envolve este
perigo: tenta apagar toda a originalidade, pondo iguais opiniões em cérebros
diferentes. A cilada persiste no invisível trato mundano com homens rotineiros.
“O contágio mental flutua na atmosfera e a acossa por todos os lados; nunca
se viu um tolo original pela contigüidade, mas freqüentemente é possível que um só
engenhoso se atoleime entre papalvos. Os rotineiros raciocinam com a lógica dos
outros.”

Observamos, com efeito, que a renúncia do rotineiro não é a renúncia da


Super-Vontade. Aquela é própria da “sombra” e esta é própria do tipo noético. Por
isso disse J H S: “A Eubiose é a ciência da vida. Mantém atitudes de atividade,
dinamiza o ser humano e permite-lhe desenvolver esforços para atingir
progressivamente, o pináculo do aprimoramento da sua forma, do seu aspecto
somático.”

A Eubiose aplicada pelos Avataras tem, justamente, essa finalidade: tirar a


Humanidade da rotina, racionalizada pelos componentes dos anteriores ciclos
avatáricos. Eles lançam ensinamentos relativos a séculos para a frente, mas os
rotineiros travam os seus esforços, cristalizam as idéias, formam, tal como diz a
tradição chinesa, verdadeiros “quadrados” e deles não saem. Romper com estes
quadrados é tornar a vida cheia de lutas, de concorrências. Começam a funcionar nos
rotineiros a Pré-Vontade, a Pré-Inteligência e a Pré-Emoção. Com estes três
elementos tornam-se modestos externamente, passam a funcionar com as suas
“charlas”, tentando, ardilosamente, ser ótimos vendedores da verdade ao grande
público. Passam a pregoar as virtudes, exageradamente, a fim de explorar a boa fé
dos que não gostam de raciocinar. São os censores permanentes de tudo quanto não
têm capacidade de realizar. Quando se dirigem a alguém, o fazem com um
tom de impostores, e não admitem diálogos. São os dominadores dos ignorantes. Por
isso dizem: dividir para governar. Sim, é o aspecto negativo do Nósismo Universal.

Muito bem, de “charla” surgiu o vocábulo “charlatão”, para designar esses que
nós vimos referindo e que povoam o universo. Por isso “Heine” já conhecendo os
homens, ansiosos por serem talentosos, por força de vontade e não por força de
vocação, disse: “Os charlatães da modéstia são os piores de todos”. E Goethe
sentenciou: “Somente os velhacos são modestos”.

A Eubiose implica em viver simples e tranqüilamente, de maneira natural e sem


exagero do aspecto somático.

Para que as criaturas tivessem um corpo físico bem equilibrado, para poder
cuidar da evolução dos demais princípios, criaram uma medicina especial, denominada
pelos antigos de AJUR-VEDA, a medicina que procura “ver” o corpo humano.

Para os iniciados que precisam agir dentro de certa disciplina, usar


determinados exercícios, de gerar determinada energia potente, através de seu corpo
físico, criaram o “Licor Eucarístico” ou bebida transcendental a que se conhece com
o nome de “Licor de Soma”, segundo a tradição antiga.

Poderíamos dizer, segundo os conceitos da Eubiose: para o iniciado havia os


elementos com as devidas aplicações.

“Licor de Soma” para o perfeito equilíbrio, para a saúde, para a fixação na


vida perfeita dos elementos somáticos. “Licor de Shukra” para a fixação dos
elementos úteis à estrutura psíquica. Para o perfeito equilíbrio desta estrutura,
dando-lhe certo amadurecimento.

“Licor Eucarístico”- ambrosia dos Deuses para a fixação do corpo espiritual.


Para a modificação da estrutura espiritual; para o desenvolvimento do cérebro, a
fim de dar forma à intuição. Enfim, para o amadurecimento do espírito no homem, que
é a Inteligência.

Ora, se a maioria dos homens continua sob o impacto ainda, da consciência


primitiva, ao invés da que lhe compete no presente momento de sua vida, lógico é
deduzir que mais animal é, do que humano, porque possui o centro de consciência no
corpo emocional ou afetivo-emocional. Em sânscrito é o “Kama-Manas”, que quer dizer
“Mental Inferior”. Isto significa que a alma (ou ânima, em latim) é que governa, em
vez do espírito, como consciência superior: Manas-Taijasa, para não dizer desde
logo Budhi-Taijasa que, em verdade, provém do plano da intuição, da Supra-
Inteligência ou do lugar onde esse mesmo espírito pontifica.

‘EUREKA!’ dirão os intelectuais, cientistas, o homem de evolução mais


adiantada que os demais, quando lhe vem a mente, algo que ele não esperava e,
portanto, ignorava... Esse fenômeno diz muito, principalmente, num momento em que a
Evolução Humana se acha em pleno interregno de um ciclo para outro. Por exemplo:
fenômeno idêntico, por sua vez, ao das pororocas na foz do Rio Amazonas, ou seja, o
encontro das águas daquele Rio com as águas do Mar, produzindo um ruído que é
ouvido ao longe. Assim é o choque entre duas mentalidades, entre dois ciclos antes
de serem entrosados.

LOUVADOS SEJAM OS QUE POSSUEM A RENÚNCIA DA SUPER-VONTADE!

P
A X

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

16. MENSAGEM AO PÚBLICO DE AUTORIA DE LUIZ LÚCIO DANIEL PRONUNCIADA NA VI


CONVENÇÃO PROMOVIDA PELO INSTITUTO CULTURAL ITAPARICA, EM B. HORIZONTE, EM
31/10/1969

D
eixamos aqui, desde já, os nossos agradecimentos pela vossa presença, conscientes
dos valores de todos que participam conosco desta análise do Mundo Moderno, em
particular, das perspectivas de uma Pedagogia, baseada em sugestões do Filósofo e
Educador que foi o Professor Henrique José de Souza, Fundador do Movimento Cultural
Brasileiro de “Eubiose”.

Vimos aqui informar, como brasileiros que somos, a serviço do povo. “Povo”,
palavra hoje tão pouco interpretada pelos que desconhecem os valores inerentes nos
homens. Mas, nos homens sinceros consigo mesmos, que buscam a sua evolução na Face
da Terra, seja qual for a sua raça, a sua posição social, as suas convicções.

ESCOLA - TEATRO - TEMPLO

Assim Henrique José de Souza preconizou uma Educação Integral, alertando para
que os esforços dos demais Orientadores se conduzissem para a unificação dos
legados das ciências, das artes e das filosofias. Uma nova linguagem frente aos
segredos do Universo, porque cada vez mais este grande desconhecido se torna menos
temido e mais respeitado. Respeitado porque as suas leis são desvendadas pelos que
procuram no seu âmago, o sentido da vida, seja ele cientista ou filosófico, como
elementos representativos de uma Humanidade que busca ainda a sua reintegração com
a Natureza, em outras palavras, a espontaneidade do ser, como imagem de toda
segurança e conseqüentemente, de toda felicidade.

O acumulo de valores anuncia o progresso de alguém, mas a qualificação destes


mesmos valores é que anuncia a sua evolução. Evoluir é qualificar e assim é exigida
a Filosofia autentica de um Povo, que seja porta- voz da sua evolução. Pedimos que
neste momento analisem a nossa deixa, de que sendo a sociedade brasileira, embora
excessivamente heterogênica, possuidora de uma potencialidade genética pouco
encontrada em outra parte do mundo, é neste cadinho que se encontram fundidas as
raças representativas da presente época, ainda sem revelar o embrião ou o protótipo
das novas gerações, capazes de sobreexistir aos embates deflagrados pelas crises
sócio-culturais, já instaladas nos chamados países desenvolvidos, embora carregados
de conflitos de massa, pela destruição de velhos padrões de vida e a ausência de
outros substitutos de níveis mais avançados.

Tomo um aparte para dizer que segundo os mais altos expoentes filosóficos do
hemisfério oriental, é apontado na América do Sul o Berço de uma Nova Civilização,
como consequência do caldeamento racial intenso que aqui se faz notar.

Pelo que se vê, a nossa responsabilidade não atinge somente o progresso da


Nação, como aponta a nossa Bandeira, mas também, a sua evolução, calcada na síntese
de experiências acumuladas por eras afins, através da “Árvore Genealógica” da qual
descendemos e que carregamos na nossa personalidade.

O momento é de intensa Transformação das nossas atitudes, das nossas


percepções, dos nossos padrões seculares de vida.

A Era do Espaço exige de nós uma flexibilidade maior, condizente com a


extensão dos meios de comunicação, revelados pelos esforços humanos.

A abstração da nossa intelectualidade, e da nossa sensibilidade, é o poder


que guardamos para uma futura realidade, dirigida para a nossa adaptação consciente
no Cosmos onde vivemos imersos.

ARTHUR CLARKE - sábio escritor inglês, comentou que a alma humana imortal
virá a existir, desde que o homem aprenda a registrar seu pensamento na própria
estrutura do espaço (lembremos que numa obra do citado autor foi baseado o Filme
“2001 Uma Odisséia no Espaço”).

Consideremos aqui o apelo feito pelo gênio EINSTEIN, quando a cargo de


Presidente da Comissão de Desesperos dos Cientistas do Átomo, em Nova Jérsei. Diz
assim: “o nosso mundo está na iminência de uma crise de que ainda se não
aperceberam aqueles que tem poder de tomar decisões para o bem ou para o mal. O
poder desencadeado do átomo alterou tudo, exceto o nosso hábito de pensar, e nos
encaminhamos para uma catástrofe sem precedentes. Nós cientistas, que libertamos
esse imenso poder, possuímos a esmagadora responsabilidade, nesta luta mundial de
vida ou de morte, de destruição. Necessitamos imediatamente de 200 mil dólares
para uma campanha nacional, destinada a dar a conhecer aos homens, que é
essencial uma nova forma de pensar, se a Humanidade quer sobreviver e atingir
níveis mais altos”.

Kruschev pouco depois declarava: “o que está dentro das pastas dos cientistas
é pavoroso...”.

A Ciência, a Arte e a Filosofia atingiram cumes desproporcionais e propendem


para uma expansão descontrolada e dispersa, pouco legando à Humanidade donde
saíram, os valores por elas conquistados, em prol de uma evolução coletiva
paralela. O cego que anda, apoia-se ao paralítico que vê. Ambos se completam para
realizarem num caminho comum, simbiótico.

Não se conhece mais uma educação restrita às quatro paredes da coação que
ainda, infelizmente, nos castiga ou nos premia na competição final deste Século,
onde a “Liberdade” é o direito de agir, até onde a lei humana determinar.

Os homens são dirigidos pela violência e pelo terror, porque ainda há mais
homens destruidores do que construtivos. Porque ainda sofrem ou refletem a
inadequação dos padrões humanos, que nem sequer conduzem aos caminhos que abriram a
Ciência, a Arte e a Filosofia. Cada uma delas em separado, não conseguiu preencher
as lacunas mofadas da vida moderna, entre elas as da educação, base da
personalidade consciente ou medíocre de cada geração que surge.

Se queremos trabalhar para a Humanidade de amanhã, onde se perpetuará a nossa


Humanidade de hoje, comecemos por desvendar a fonte de estímulos naturais para que
dela compilemos uma linguagem adequada à motivação individual de cada um, na
perspectiva de reintegrá-lo o mais cedo possível na natureza, de onde proveio com
todas as suas tendências autênticas e vitais. A sugestão é o passo mágico desta
nova conquista, onde cada ser é um universo em miniatura e, por conseguinte, com o
gérmen da expansão e da perpetuação, já que “na Natureza nada se cria, nada se
perde, mas tudo se transforma”. E diremos ainda, após as transformações, as novas
formas superando as anteriores, como processo adaptativo ou reintegrante no meio,
que também evolui porque tudo é dinâmico no absurdo da Relatividade Absoluta, que
aceitamos como a nossa realidade.

Hoje criamos o complexo do rápido. Queremos tudo com a maior rapidez. Dos
filhos, dos supostos intelectuais se espera em menor tempo um desenvolvimento, que
eles procuram forçar por uma suposta educação, E assim como sementes que pela
umidade e calor, são germinadas antes do tempo, logo que brotam não custam a
crescer com maior rapidez também... E deste modo, com maior rapidez também,
decresce o nível médio de vida, como reflexo da nossa crescente ansiedade, na
espera de algo que ainda não sabemos o que seja. Seja companheira nossa aquela
sábia observação: “quem não sabe o que procura, não entende o que encontra” (Claude
Bernard).

Freud considerava que “os ímpetos impulsivos, por si mesmos não são nem bons
nem maus. A repressão violenta contra estes impulsos leva a posteriores neuroses. A
criança reproduz espontaneamente a repressão do instinto, não fazendo outra coisa
senão repetir uma parte da História da Civilização. O que hoje constitui uma
restrição interna, foi há tempos, somente externa, imposta talvez pelas
circunstancias da época”. Diz ele ainda, que “sociedade cultural exige que o homem
lhe obedeça culturalmente, que siga seus próprios ímpetos. Que é pois forçado a
reagir, seguindo regras que não são expressões das suas próprias inclinações
impulsivas, vive psicologicamente além dos seus meios, e pode ser considerado como
hipócrita. Logo, existem muito mais homens que são hipócritas culturais do que
homens verdadeiramente “culturais”.

Acrescenta Jules Romains que “ a ciência positiva não poderia admitir as


verdades psíquicas, mesmo se um dia pudessem ser avaliadas experimentalmente,
porque ela mesma já as renegou à metafísica e se as aceitasse, contradiria as suas
bases de pesquisas laboratoriais e acadêmicas tradicionais. Esta crise está
bastante próxima e virá mudar a vida humana, jogada num conflito”.

Das civilizações antigas, sabe-se que a egípcia e a hindu, encontravam com


grande profundidade os fenômenos psicológicos do homem. Platão, conhecedor daquelas
antigas culturas, chamou a atenção aos homens da sua época e que habitam o mundo
moderno, pela sua frase: “os homens considerados bons (socialmente) são os que
sonham com aquilo que os maus realizam”.

De certo a nossa educação atual é incapaz de atingir a nossa consciência


psíquica ou do sonho, de cujo desajuste com a consciência de vigília gera, às
vezes, conflitos de nível inconsciente, interferindo nas nossas funções da vida
vegetativa ou do sistema nervoso autônomo. Por outro lado, os possíveis
desequilíbrios hormonais a par de uma predisposição genética para desordens
mentais, contribui para o aumento das neuroses neste nosso mundo; mundo no cáos de
desentendimentos sócios-culturais. Para Jung, o psicólogo da profundidade, neurose
é a tentativa de se proteger contra as atividades internas da “Psyké” (ou Alma). O
bem-estar físico, emocional e mental, está bem longe de ser conseguido por padrões
que não se identificam com a situação ambiente e suas exigências naturais. No
correspondente climatério nos homens, sobretudo nos ditos intelectuais, de condutas
rígidas de vida, é que se encontram a devassidão, os atentados e exageros sexuais.

NEILL, diretor da Escola de Summerhill, a Escola onde é “proibido proibir”,


desestimulou a reprodução da mesma em outros países, principalmente nos de grande
preponderância católica, motivo pelo qual seus livros jamais foram traduzidos na
França, Espanha e Portugal. Para ele, o que deveria acabar, era a própria escola,
onde as crianças são moldadas e disciplinadas, ficando medrosas e pressionadas.
Elogia grandemente os professores criativos, flexíveis e capazes de sensibilidade
artística de Teatro, da Música, de Dança e da pesquisa bibliográfica e
laboratorial.

Lembramos ainda daquilo de que é capaz um gênio na Arte, no dizeres do Pintor


Picasso: “Eu não procuro, eu encontro”.

Referindo-se à deficiência pedagógica da época, Neill ainda narra que, quando


era menino na Escócia, seu pai tinha dois alunos pretos que eram os primeiros da
classe. Previu que os dois se graduariam na Universidade com distinção. Muitos anos
depois, seu pai reencontrou-os numa fazenda: estavam inteiramente embrutecidos.

A dificuldade de associação e de adaptação profissional de um universitário


que se forma, é conhecida de todos. Sua personalidade persistiu oculta por muito
tempo, sob livros e sob tensão competitiva que desde a infância acompanhou-o. Em
vez agora, de ganhar presentes, ganhará títulos que lhe dão segurança material.
Infelizmente a sua luta se restringiu a esta necessidade primária, privando-o de
procurar experiência em novos campos porque está rígido.

Já observava Lao-Tsé: “O homem nasce débil e delicado, e morre forte e rijo;


a planta nasce delicada e flexível e morre inflexível e dura”. Portanto, “ força e
rigidez são atributos da morte, debilidade e flexibilidade são atributos da vida”.

De Emile Zola: “É pelo livro e não pela espada que a Humanidade vencerá a
mentira e a injustiça e conquistará a paz final da fraternidade entre os povos”. “A
troca de idéias é mais objetiva do que discutir e, portanto, é capaz de dar
soluções”.

Nas grandes pirâmides dos Faraós, os membros da Família Real eram submetidos
a processos de uma educação simbólica.

Segundo os historiadores, seis mil anos são passados. O homem soube desvendar
os segredos do invisível átomo, soube destruir com guerras psicológicas, mas não
soube orientar o universo psíquico contido em cada nova geração; isto é, quando ele
se lembrou de tentar orientar os seus descendentes.

O consumo monetário das propagandas e promoções comerciais, e do “pão e


circo” nos informa bem o pouco que resta para pesquisas e realizações educativas,
mas de uma educação decente, capaz de se adaptar ao nível das potencialidades
inerentes a cada ser.

RECONSTRUIR é o brado do Movimento Cultural Eubiótico. Reconstruir novas


perspectivas de vida, sob uma ética mais humana, afinizada com as leis naturais.
Reconstruir a sociedade humana, pelos legados culturais, para que esta integração
seja responsável, conscientemente.

Nos dias que se vão consumindo neste final de Século, aliemos os nossos
ideais em prol de mais uma conquista humana: a Educação Integral para a ascendência
da Geração do Século Vinte e Um, em particular situação no Brasil, para onde está
apontando o alvorecer de uma Nova Civilização, da Era de Aquários, de uma Nova
Representação da espécie humana, na sua escalada evolutiva.

* * * * * * * * *

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

17. O SENTIDO TRANSCENDENTAL DOS


3 REIS MAGOS E O NATAL CRISTÃO

O
Governo Oculto do Mundo, para não dizer o Poder Temporal da Terra, desde o início
da Raça Ariana é constituído de três elementos Essenciais, três Poderes, três
Colunas. O Governo da Terra : O Rei do Mundo e seus dois Ministros ou Colunas
( Mahimã, Coluna J e Mahinga, Coluna B ) ; segundo as tradições maçônicas :
Salomão, Jakim e Bohaz ; consoante ao Rito Egípcio : Memphis, Maisin e Misraim :
conforme à Agartha : Agamin, Agnain e Asgardino, os quais eram representados por :
Rigdem Jyepo, Polidorus Isusrenus e Mama-Shaib. Os corpos destes três últimos foram
destruídos pelo Fogo Cósmico, em 24 de Junho de 1956, por terem vencido os seus
Ciclos.

Há também, o Governo Cósmico Universal, representado pelo Poder Espiritual.


Mas é de ordem Absoluta Universal para não dizer total. Este é constituído, também,
de três elementos : Akbel - Ashim e Beloi, segundo a língua Tiro-Fenícia. Conforme
a tradição de nossa Obra, “Obra de Akbel” : Akbel, Crivatza e São Germano ; por
motivos especiais, ligados ao Avatara do futuro, da Era de Eubiose está constituído
de Lorenza, Crivatza (São Germano).

Conforme os Hebreus primitivos, temos :

MELKI-TSEDEK : significando : o Manú-Primordial e Permanente;


KOHEM-TSEDEK : Com o sentido de Sacerdote, Padre, de Justiça (Coluna B);
ADONAI-TSEDEK : Senhor de Justiça ( Coluna J ).

Poderíamos denominá-los com outras palavras : O Rei de Melki-Tsedek, o Manú-


Primordial e Sacerdote do Altíssimo. Como Coluna B, Ministro da Administração da
Justiça, Melki-Sabaoth ; como Coluna J, Ministro da Sabedoria, Coluna das Profecias
: Melki-Chadai.

A Estrela de Belém, Bethel, simboliza o Pentagrama Sagrado guiando os três


Reis Magos, ou seja, o Rei do Mundo e suas Colunas J e B. É o mesmo que se
disséssemos, usando uma linguagem sideral, os três Reis Magos foram guiados pela
Constelação de Ziat ( o Cruzeiro do Sul ).

No Tibet, há uma tradição, ou lenda : O Rei do Mundo, de quando em quando


aparecia em determinado lugar, em carro puxado por elefantes brancos e Esse Rei do
Mundo, era conhecido com o nome de Rigdem-Jyepo, o Rei dos jivas. Não há muito
tempo, talvez por volta de 1954, apareceu misteriosamente, no Oriente Médio, na
Cidade Cafarnaum. Apareceu, também, como despedida, talvez, no Tibet. Um popular,
quando o viu passou a gritar, como um alucinado : É O REI DO MUNDO ... É O REI DO
MUNDO ...querendo acompanhar a comitiva ... O Excelso Rigdem-Jyepo deu ordem para
levá-la para Agartha.
Num Avatara do Espírito da Verdade vibrou no Ternário : Sankara-Shaya
( Coluna Central ), Rimpotshé ( Coluna J ) e Ramakrishna ( Coluna B ).

Estes três bem-aventurados Seres estiveram - na fase de Dhârâna, no Templo da


Glória e Gávea. Depois foram para Roncador por terra, até determinada Cidade, os
quais foram conduzidos pelo primeiro Dhyani-Jina, Manchu-Picchu, na época,
funcionava como alto funcionário da Embaixada Japonesa, no Brasil, Departamento
Comercial.

Se a Excelsa Tríade : Rigdem-Jyepo, Polidorus-Isusrenus e Mama-Shaib de


quando em vez surgiam no Tibet e desapareciam, é natural que, muito antes o
Tivessem feito no Oriente Médio.

O Excelso Polidorus-Isusrenus representava a África, posto que vivia no local


Jina, conhecido com o nome de Monte Líbano ; Mama-Shaib expressava a Ásia, pois seu
nome Mayávico era : Bramaátma da Índia. O Excelso Rigdem-Jyepo, alegoria da Raça
Branca, embora tivesse vindo de Agartha. Nos Mundos Interiores, geralmente, nascem
Gêmeos : um Casal de Meninos, duas meninas ... Um Avatara, ou melhor, a Expressão
Física do “Avatara”, tem sempre dois, um representando a Terra e o outro o Mundo
Geral, o Universo. No Avatara de Krishana houve Krishna ( parte principal ) e
Krinshnaya ( seu tulku, o desmancha confusão ). No Avatara de Buda : houve, como
escudo, Buda-Budai. No Avatara de Cristo tivemos : Cristo e Crivatza ( o que,
realmente morreu na Cruz ) ; em nossa Obra houve Henrique e Honorato e futuramente
haverá o Buda Celeste e o Hélio ... ( para isto este deve ser preparado ) ... Daí
a razão de ser da Eubiose que muitos rejeitam porque dará elementos para nós nos
qualificarmos e qualificarmos os outros : A Eubiose não admite maledicência, ou
seja, qualquer uso de racionalizações torpes.

De modo que o Cristo nasceu na sublime manjedoura, no Templo do Caijah, dos


dois Kumaras : Lorenzo e Lorenza, por isso foi trazido ( trocado ) numa data que
corresponde, na tradição católica, ao dia 25 de Dezembro.

Na tradição “Mayávica” do Mundo nasceu em Belém e, logo recebeu a visita dos


três Reis Magos.

Mago, Magh, Mag tem o sentido de grandeza. Eram nomes dados aos sábios, aos
Adeptos, na Pérsia há 100.000 anos antes de Cristo. Logo, antes do Natal Cristão.
Os Magos conheciam todos os mistérios da Vida e em vários aspectos.

Estes termos deram origem às palavras - Magister ( Padre-Mestre, o indivíduo


sentencioso ). Magistério : mister de professores, exercício de cargo de professor,
professorado ...

Os componentes das trilogias citadas são realmente os que exercem o


Magistério Universal ; são, com efeito, os que ensinam a “Ciência da Vida
Universal” logo, a “Eubiose” . Sobre esse assunto os homens inteligentes,
portadores da Inteligência dos Avataras, não tem dúvida. E, quanto aos “amanassas”
aceitam ou não, a Lei da Eubiose ou Universal se cumpre ! Se uns frutos apodrecem,
outros germinarão ...

Quando vieram visitar o Recém-Nato, o Menino Jesus, ofereceram-lhe: Incenso,


Mirra e Ouro.

INCENSO : tem o sentido de louvor, preito, homenagem. Logo, queimar incenso é um


louvor à Divindade, à algo superior.
MIRRA : é um remédio antigo usado para as senhoras quando tinham criança. No caso
foi remédio para atender aos labores da parte de Virgem Maria, Mãe de Cristo, do
Avatara da época.
OURO : é o processo, o meio, para se movimentar no Mundo. Expressão da riqueza
física. Por exemplo : Poder Espiritual-inteligente.

Incenso : poder psíquico, equilíbrio, psíquico-somático ;


Mirra : poder material, físico-físico ;

Estes três divinos elementos poderíamos apresentá-los de outra maneira :


Trigo, Mel e Formiga.

TRIGO : a Essência, o alimento divino, a Semente do Avatara ou Bijam dos Avataras;


MEL : Produto divino, alimento que alegoriza a Essência do Segundo Trono, do Akasha
Médio, do Plano da Divina-Mãe ;
FORMIGA : é o elemento kármico, por excelência, procura destruir todo o esforço
humano.

O Mel é elaborado pelas abelhas que sugam o néctar das flores, logo não as
prejudica. E muitas vezes transportam o pólen de um lugar para outro, realizando
assim um trabalho de fecundação entre as flores ... A formiga prefere carregar as
folhas das árvores, matando-as, ceifando a vida delas. Vivem em galerias infernais
de, infera-inferior, abaixo da superfície da Terra.

A nossa Instituição, também, poder-se-ia dizer, passou por estas três fases
bem distintas, no ponto de vista profano.

1ª Fase - Dhârâna - do Incenso, por isso foi louvada, homenageada pelos Adeptos,
Dhyanis Kumaras, pelos 49 Adeptos Independentes, tais como : Adjnair, Shambog-
Nyaya, Sati-Gandhi, Çivâni-Cune, Liziara, Tchem-Tchem-Ghun-Lama e muitos outros que
eram vistos em Samadhi, no vitral do Santuário de Santa Rosa, Octávio Carneiro...

2ª Fase - STB - Fase do Mel, por isso que, de 1928 à 1956, houve para os membros da
Série Interna, dessa época, vários Rituais Eucarísticos.

3ª Fase - SBE - que é, tipicamente, Kármica. Por isso que há vários ofícios
retardados procurando destruí-la, não concordando com seu progresso. Há, as
formigas que, subterrâneamente, procuram difamar a filosofia do Dr. Maurus. Não tem
capacidade para vivenciá-la logo, estão procurando difáma-la mas, para as formigas,
há as formicidas kármicas ... Pois qual será a missão do Príncipe do Graal, senão
carregar a missão do Karma do Mundo ? Quem o ataca são os que fazem do Ouro, da
posição do Mundo ...

Nosso Caríssimo Mestre JHS - com estas iniciais de seu monograma, apontou os
três elementos de nosso estudo e repetimos : Incenso - J - Júpiter ; Mirra - H -
Hermés, a trilogia Pai-Mãe-Filho, senão, o Pai fundido na Mãe e esta equilibrando o
Filho. Quando Ele organizou a Instituição para representar a Obra, no Mundo dos
Homens e manter a tradição do nascimento do Novo Avatara, lançou mão dos mesmos
três elementos já citados, mas usando a linguagem da Mâya-Vada, ou Eubiose, Ouro -
S - Saturno, Sábio, somático, físico ...

Incenso - alegorizado pela pedra Lápis-Lazuli dos Gôros, Cavaleiros e Arqueiros.


Mirra - simbolizada pela Pedra Azul dos Tributários do Norte.
Ouro - alegorizado pela Pedra ( berilo ) amarela dos Tributários do Sul.

Resumindo :
Incenso - Anel de Lápis-Lazulis - parte andrógina - ação templária.
Mirra - Safira - aspecto lunar - Barishads - ação externa.
Ouro - Topázio ( Berilo ) - para o Sul, parte Solar - Agniswatas - ação externa.
Aplicando a Chave Biológica, Antropogênica :

Incenso - eqüivale à fundação da Ordem do Santo Graal ou a Guarda da Taça do Santo


Graal ;
Mirra - Ordem das Filhas de Allamirah, logo as mães, as que necessitam de Mirra,
quando dão a Luz ...
Ouro - a Ordem do Ararat, os que precisam de ouro, dinheiro, porque tal como disse
JHS, vão cruzar o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Serão os Cavaleiros
Andantes que farão tessitura entre Moreb e Ararat, tal como cantam no hino dos
Pupilos. A Guarda do Santo Graal possui três grupos : Gôros, Cavaleiros e
Arqueiros, os quais obedecem ao mesmo simbolismo já exposto amplamente.

Incenso - é necessário para ativar as faculdades cerebrais, de que precisa o


Tributário-Instrutor.
Mirra - serve para aprimorar o coração, para purificar o coração dos tributários
teurgos, para que tenham amor, amizade uns aos outros, e não como acontece,
atualmente, constituem uma usina de ódio e disputa de posição.

Ouro - equivale a dizer, recursos para os primeiros divulgarem a Eubiose pelo


Brasil, pelo Mundo inteiro ...

Glória a Ciência da Eubiose,

A Ciência da Vida dos Avataras.

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

18. A EUBIOSE APLICADA: SONS, CORES


VALORES DOS CHACRAS - CHACRA CARDÍACO
E VIBHUTE, DAS YOGAS, RITUAIS, CONCHAS SONORAS.
PALAVRAS DE JHS E DA COLUNA J - CAF

ão se pode dizer que a Eubiose seja uma novidade, porque já em Janeiro de 1952,
Nove Vezes Grande J.H.S. dava esclarecimentos sobre a ação da música, na
transformação do discípulo, isto é, explicava a influência da música na evolução do
homem, através da sublime doutrina esplanada pelo Dr. Maurus, seu conselheiro,
tomou como nota de uma reunião os efeitos produzidos no éter, quando é executado a
“Ode Avatárica”.

Palavras de JHS proferidas no dia 27 de Janeiro de 1952 :

“Cada uma de nossas músicas, e de acordo com a Eubiose e com a sua tônica, produz
formas de pensamentos como acontece com a “Ode Avatárica”.

Quando da execução da “Ode Avatárica”, a exemplo do que falei, há o fato


seguinte : nos ares há vários círculos que se formam indo para a cabeça dos Irmãos,
constituindo uma auréola luminosa. Auréolas formadas pela música que ficaram na
cabeça de todos ... essas auréolas comum nos Santos. Estas auréolas de luz amarela
dourada, estão sobre a cabeça de todos ; até mesmo nas cabeças das crianças sucedem
este fenômeno. E enquanto houver cabeças haverá essas auréolas.

Isto vem provar que não estamos aqui por prazer, e, sim, realizando um
trabalho a favor da Humanidade. Isto, também, obriga a que todos os Irmãos façam
“Yogas” com mais intensidade. Quero ver se com a execução da “Ode Avatárica” ,
amanhã se produz o mesmo fenômeno.

Precisamos despertar em todos o contágio da pureza e da perfeição. Vamos


espalhar a idéia da prática do amor e da aquisição da sabedoria. Onde estiver um
“Makara” , um membro da Obra, deverão estar o amor e a sabedoria. Devemos ter
excesso de escandas de sabedoria e perfeição. Esses fenômenos são provocados pelo
Chacra Coronal, essas auréolas foram atraídas pelo Chacra Coronal. A velocidade dos
Chacras está no número de pétalas ; esta velocidade vai aumentando no sentido do
mais grosseiro para o mais sutil ; isto é, do Chacra Raiz para o Coronal. A
condensação da Vida-Energia processa-se, ao contrário, do mais sutil para o mais
grosseiro, senão do Coronal para o Chacra Raiz.

O Chacra Coronal, dada a sua velocidade, oferece-nos uma impressão de


esmalte, porque há nele grande transparência. O Templo com sua cúpula não permite
que essas auréolas se desfaçam, se quebrem. Por isso sempre digo - O Templo é um
lugar de realização e não de devoção! Com o tempo, os rituais no Templo vão
organizando o Ovo Áurico das pessoas. Isto influi muito na evolução dos que se
acham nesse período de evolução. Quem não possui o Ovo Áurico perfeito, não pode
ser feliz... A felicidade está no fato da pessoa possuir o Ovo Áurico sem nenhuma
perturbação.

O Ovo Áurico perturbado constituía falta de sorte das pessoas.

Palavras da Coluna J - Antônio Castaño Ferreira : “Conforme os ensinamentos


de nosso Supremo Dirigente , Prof. Henrique José de Souza, a terapêutica do som,
tem grande importância na constituição Psíquica dos homens. Quis Ele fazer
referência às glândulas de secreção interna, são resultado da vibração primordial.

Os Sons e as Cores tem dois Sentidos : Sensíveis e Sutis.

Sensíveis no sentido de registrar nos nossos órgãos todas as gamas cromáticas


e sonoras. De acordo com as vibrações de cada coisa se reflete em nosso órgão
visual a cor que não foi absorvida. Todos os Irmãos sabem que existem os centros de
força de natureza vital que tem por fim captar as energias que nos vem, deste plano
vital. Além destes centros de forças, há uma rede semi-vital constituída dos Nadis.
Estas energias fluem para o corpo físico, tomando várias cores. Essas energias nós
chamamos de Prana. Esta rede vital a que me referi é como se fora contraparte da
nossa rede nervosa. Estas energias vem da parte sutil para a mais grosseira até se
fixarem nas glândulas de secreção interna. De modo que o funcionamento delas faz
surgir essas energias prânicas.

As glândulas de secreção interna de mais importância são as glândulas


gonádicas ou sexuais, sem falar nas do : coração, tiróide, paratiróide, pituitária
e pineal. Além dessas, há uma outra de importância capital para os ocultistas
indús. É o timos, a glândula da criança. Esta é a glândula da inocência : a
inocência da criança é caracterizada pela pureza que se manifesta por esse órgão.

Cristo disse a seus apóstolos que se deveriam sentir crianças ; para que
neles se refletisse a verdade com toda a sua pureza. Nicodemus perguntou-lhe como
os homens poderiam volver ao seio materno. Respondeu o Cristo : que admirava tal
pergunta em se tratando de um Doutor de Israel. Isto vem provar que ele já conhecia
todos esses mistérios. Cristo diz se referir ao fato de fazerem despertar essa
glândula que tem como símbolo a pureza infantil.

Esta é uma chave de grande valor muito pouco conhecida dos ocultistas. Com
esta glândula funcionando, o homem volte a ser criança no aspecto de pureza de
sentimento, embora fique conservada a consciência superior. Os hormônios produzidos
pelas glândulas de secreção interna se distribuem por todo o sistema nervoso,
ligando as energias mais sutis às mais grosseiras. A chave ou Chacra Vishuda se
apoia nas glândulas tiróide e paratiróide, conhecidas como as glândulas da extrema
pureza, dando a versatilidade, a clariaudiência. Existe a glândula pituitária, por
trás do nervo ótico, ligando este nervo ao olfativo. Esta é uma glândula que
encerra todos os mistérios. É, pois, o corpo físico do centro de força que tem o
nome da AGNA, centro do comando, com o nome de “Chacra Frontal” . Depois, temos a
vontade do EU abrindo as portas do centro da Espiritualidade. O despertar do
Coronal produz a iluminação, senão, a manifestação da Consciência. De modo, que o
Espírito Universal manifesta-se com a vida e forma, neste sistema circulatório
espiritual. Tudo isso tem sua base no TIMO - a glândula da pureza. Se formos
comparar essas forças cósmicas com as forças mentais, temos o seguinte esquema:

1º - Parte do timos, a pureza, a vida em potencial ;

2º - Das tireóides sai o potencial, a energia para alimentar o Chacra Laríngeo ou


Vishuda, dando, portanto, a Clariaudiência, a versatilidade, o poder mágico da
palavra convincente ;

3º - Da pituitária surge - a Clarividência, os odores, o poder olfativo. O terceiro


olho ou da Intuição, entra em atividade. Por isso, certos exercícios estimulam este
órgão ...

4º - Da Pineal - nasce a Consciência total, a Inteligência humana, atinge as bordas


da Suprema Abstração.

É mister não deixar que essas glândulas se degenerem, a fim de que os seres
não percam a possibilidade de evoluir. A soma das energias, dos valores de todos os
Chacras, dá a capacidade de fazer agir, no corpo humano, todas as energias externas
: todas as energias universais vem se manifestar no nosso peito, no Chacra
“Vibhute”.

Não se pode dizer que a Eubiose seja uma novidade, porque já em Janeiro de
1952, Nove Vezes Grande J H S dava esclarecimentos sobre a ação da música na
transformação do discípulo, isto é, explicava a influência da música na evolução do
homem, através da sublime doutrina esplanada pelo Dr. Maurus, seu conselheiro,
tomou como mote de uma reunião os efeitos produzidos no éter, quando é executado a
“Ode Avatárica”.

Palavras de JHS proferidas no dia 27 de Janeiro de 1952 :

“Cada uma de nossas músicas, e de acordo com a Eubiose e com a sua tônica,
produz formas de pensamentos como acontece com a “Ode Avatárica”.

Quando da execução da “Ode Avatárica”, a exemplo do que falei, há o fato


seguinte : nos ares há vários círculos que se formam indo para a cabeça dos Irmãos,
constituindo uma auréola luminosa. Auréolas formadas pela música que ficaram na
cabeça de todos... essas auréolas, comum nos Santos. Estas auréolas de luz amarela
dourada estão sobre a cabeça de todos; até mesmo nas cabeças das crianças sucedem
este fenômeno. E enquanto houver cabeças haverá essas auréolas.

Isto vem provar que não estamos aqui por prazer, e, sim, realizando um trabalho a
favor da Humanidade. Isto, também obriga a que todos os Irmãos façam “Yogas” com
mais intensidade. Quero ver se com a execução da “Ode Avatárica”, amanhã se produz
o mesmo fenômeno.

Precisamos despertar em todos o contágio da pureza e da perfeição. Vamos


espalhar a idéia da prática do amor e da aquisição da sabedoria. Onde estiver um
“Makara” , um membro da Obra, deverão estar o Amor e a Sabedoria. Devemos Ter
excesso da escandas de sabedoria e perfeição. Esses fenômenos são provocados pelo
Chacra Coronal, essas auréolas foram atraídas pelo Chacra Coronal. A velocidade dos
Chacras está no número de pétalas; esta velocidade vai aumentando no sentido do
mais grosseiro para o mais sutil; isto é, do chacra raiz para o coronal. A
Condensação da Vida energia processa-se, ao contrário, do mais sutil para o mais
grosseiro, senão do Coronal para o Chakra Raiz.

O Chakra Coronal, dada a sua velocidade, oferece-nos uma impressão de


esmalte, porque há nele grande transparência. O Templo com sua cúpula não permite
que essas auréolas se desfaçam, se quebrem. Por isso sempre digo – O Templo é um
lugar de realização e não de devoção ! Com o tempo, os rituais no Templo vão
organizando o Ôvo Áurico das pessoas. Isto influi muito na evolução dos que se
acham nesse período de evolução. Quem não possui o Ôvo Áurico perfeito não pode
ser feliz... A felicidade está no fato da pessoa possuir o Ôvo Áurico sem nenhuma
perturbação. O Ôvo Áurico perturbado constitui a falta de sorte das pessoas”.

Palavras da Coluna J – Antônio Castaño Ferreira : “Conforme os ensinamentos


do nosso Supremo Dirigente, Prof. Henrique José de Souza, a terapêutica do som, tem
grande importância na consituição Psíquica dos homens. Quis Ele fazer referência às
glândulas de secreção interna são resultado da vibração primordial.

Os Sons e as Cores tem Dois Sentidos : Sensíveis e Sutis.

Sensíveis no sentido de registrar nos nossos órgãos todas as gamas cromáticas


e sonoras. De acordo com as vibrações de cada coisa se reflete em nosso órgão
visual a cor que não foi absorvida. Todos os Irmãos sabem que existem os centros de
força de natureza vital que tem por fim captar as energias que nos vêm, deste plano
vital. Além desses centros de forças, há uma rede semi-vital, constituída dos
Nadis. Estas energias fluem para o corpo físico, tomando várias cores. Essas
energias nós chamamos de Prâna. Esta rêde vital a que me referi é como se fôra
contraparte da nossa rêde nervosa. Estas energias vem da parte sutil para a mais
grosseira até se fixarem nas glândulas de secreção interna. De modo que o
funcionamento delas faz surgir essas energias prânicas.

As glândulas de secreção interna de mais importância são as glândulas


gonádicas ou sexuais, sem falar nas do : coração, tireóide, paratireóide,
pituitária e pineal. Além dessas, há uma outra glândula de importância capital para
os ocultistas hindús. E o timos, a glândula da criança. Esta é a glândula da
inocência: a inocência da criança é caracterizada pela pureza que se manifesta por
esse órgão.

Cristo disse aos seus apóstolos que se deveriam sentir criança; para que
neles se refletissem a Verdade com toda a sua pureza.

Nicodemus perguntou-lhe como os homens poderiam volver ao seio materno.


Respondeu o Cristo : que admirava tal pergunta em se tratando de um Doutor de
Israel. Isto vem provar que ele já conhecia todos esses mistérios. Cristo diz se
referir ao fato de fazerem despertar essa glândula que tem como símbolo a pureza
infantil.

Esta é uma chave de grande valor muito pouco conhecida dos ocultistas. Com
esta glândula funcionando, o homem volta a ser criança, no aspecto de pureza de
sentimento, embora fique conservada a consicência superior. Os hormônios produzidos
pelas glândulas de secreção interna se distribuem por todo sistema nervoso, ligando
as energias mais sutis às mais grosseiras. A chave ou Chakra Vishuda se apóia nas
glândulas tireóide e paratireóide, conhecidas como as glândulas da extrema pureza,
dando a versatilidade – a clauridiência. Existe a glândula pituitária, por trás do
nervo ótico, ligando este nervo olfativo. Esta é uma glândula que encerra todos os
mistérios. É, pois, o corpo físico do centro de força que tem o nome da AGNA,
centro do comando, com o nome de “Chakra Frontal”. Depois, temos a vontade do EU
abrindo as portas do centro da Espiritualidade. O despertar do Coronal produz a
iluminação, senão, a manifestação da Consicência. De modo, que o Espírito Universal
manifesta-se com a vida e forma, neste sistema circulatório espiritual. Tudo isso
tem sua base no TIMO – a Glândula da pureza. Se formos comparar essas forças
cósmicas com as forças mentais, temos o seguinte esquema :

1º - Parte do Timos a pureza, a vida em potencial.

2º - Das tireóides, sai o potencial, a energia para alimentar o Chakra. Laríngeo ou


Vishuda, dando, portanto, a Clauridiência, a Versatilidade, o poder mágico da
palavra convincente.

3º - Da pituitária surge – a Clarividência, os odores, o poder olfativo. O terceiro


Olho ou da Intuição entra em atividade. Por isso que certos exercícios estimulam
este órgão...

4º - Da Pineal – nasce a Consciência total, a Inteligência humana atinge as bordas


da Suprema Abstração.

É míster não deixar que essas glândulas se degenerem, a fim de que os seres não
percam a possibilidade de evoluir. A soma das energias, dos valores de todos os
Chakras, dá a capacidade de fazer agirem, no corpo humano, todas as energias
externas : todas as energias universais vem se manifestar no nosso peito, no Chakra
“Vibhute”, o qual constitui um oitavo Chakra ou centro de Força, dps sete
principais apontados pelos ensinamentos da Ciência das Idades. É, tamabém,
considerado como sendo o coração secreto do “Buda de Compaixão”, pôsto que no
Chakra Cardíaco, grande e pequeno ( Anahata e Vibhute ) estão os 32 poderes, os 32
sides do “Buda”.

Segundo a tradição profana, vulgarizada, o Chakra Cardíaco Superior ( o


Grande ) possui 12 pétalas – expressão dos valores, experiências positivas e 12
grupos de “Nidhanas”, experiências negativas, firmação do atavismo humano, logo
temos a chave numérica 24, mais os oito poderes do Buda, os oito Sides ou Tatwas,
temos o número dos 32 Poderes já mencionados. Muito bem, os oito superiores já
poderão ser alcançados pelos Sêres Superiores, senão, com a presença, com a
iniciação dos diretamente orientados pelo Manú-Primordial, quando se acha na Face
da Terra, pela aplicação e desenvolvimento dos nove Elementos da Eubiose. Os 24
aspectos inferiores ( 12 Grupos de tendências negativas e 12 de tendências
positivas, segundo a tradição profana ) podem ser transformadas e alcançadas pelos
seres da Terra. No caso do elemento humano – que evolui e se iluminou – há uma
transformação grande no Centro de Força, pôsto que passa a Ter 14 Pétalas, e 14 de
“Nidhanas”.

E o Chakra ao invés de Ter uma coloração amarela tal como é apresentado


vulgarmente, passa a tê-la de cor verde-cana”.

Conselhos de JHS : “Dentro da simbologia da OBRA, podemos dizer que o Timos


de nossa Montanha Sagrada, onde ELA foi fundada espiritualmente, em 28/09/1921, é
alguma coisa semelhante Ãquela Pedra Ígnea na qual vibrava o Eterno, transmitindo
para o Senhor DAQUELA MONTANHA, as sublimes mensagens reveladoraas, em relação aos
Ciclos Futuros.

Os símbolos e alegorias que foram ditos acêrca do Chakra Cardíaco, são


idênticos : são idênticos para todos os Irmãos presentes, o que significa que não
há desequilíbrio entre eles. E o que demonstra, com efeito: perturbação não há. O
que falta é a criação das duas pétalas do Chakra Cardíaco e Superior, de cores
verde e vermelha. Quem não conseguir criar estas duas Pétalas, com as revelações,
com os rituais, com as “Yogas” dadas por mim, que nunca foram dadas na Terra,
permanecerão sempre descontentes consigo mesmo, com a OBRA, censurando os Gêmeos
Espirituais. São contrários a todas as atitudes de progresso e evolução.

Os Irmãos devem olhar de olhos fechados para o centro da testa, depois devem
olhar de olhos abertos para a ponta do nariz.

Precisamos : olhos, de olhos fechados para o alto e de olhos abertos para a


ponta do nariz. Isto para que o coração dos Irmãos não seja infectado com as
forças, com as atitudes do mal. Para estas, a prática do bem, bom e belo, é um
grande mal. Vamos, portanto, espalhar a epidemia do bem.

TEMA PARA MEDITAÇÃO:

Disse JHS : “Como sempre, estão em torno de mim 4 Devas...


Quando tocou a música, uma chuva de conchas sonoras veio formar as auréolas
que se acham na cabeça dos Irmãos presentes. No centro do Salão há um grande
círculo idêntico ao cortinado de uma cama...

Brasil, terra da promissão, onde se mantém o santuário da iniciação do gênero


humano. Brasil não pode cair na degradação do Ciclo. Que a Luz do Eterno inspire os
Dirigentes da Nação, para que o povo não se sujeite a tantos sofrimentos.

PAX PARA O BRASIL!

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

19. CENTROS DE FORÇAS - ESTRUTURA HUMANA, RELACIONADOS COM A MECANOGÊNESE DA OBRA


DE JHS E SEGUNDO A EUBIOSE

T
ivemos ocasião de falar acerca dos “Chacras”, Centros de Forças funcionando na
estrutura humana, mas no aspecto vital, quarta dimensão.

CHACRAS - segundo a língua sânscrita, quer dizer roda, vórtice de energia, a


vida em plena atividade. Na língua portuguesa tem a denominação de Centros de
Forças... Centro de Forças-sutis que agem no duplo etérico, no corpo vital da
constituição oculta do elemento humano. Representam a parte dinâmica ou contraparte
dos órgãos físicos, senão, das glândulas de secreção interna definindo as
qualidades humanas, as dimensões, os diversos estágios.

Por exemplo : Os “Chacras ou Centros de Forças”, da constituição humana,


estão para o sistema glandular, assim como os elementos da natureza estão para os
vegetais... Estão para as glândulas assim como o corpo vital está para o físico da
criatura humana.

Pois bem, os sistema glandular representa o quinto ( sistema na ordem de


formação da constituição do corpo humano, partindo do mais sólido para o menos
denso ). Vejamos :

1º - Sistema ósseo ;
2º - Sistema nervoso ;
3º - Sistema circulatório ;
4º - Sistema respiratório ;
5º - Sistema glandular.

Muito bem : o sistema glandular, endócrino, glândulas de secreção interna,


entrarão em função no discípulo, promovendo nele a transformação das estruturas :
física, psíquica e espiritual...

Deste Ciclo em diante, passará a funcionar inversamente ao que foi realizado


nas sub-raças da terceira Raça-Mãe, a Lemuriana. Naquela Raça houve a transformação
do andrógino em seres bissexuais.

No final da quinta Raça-Mãe, o que poderíamos chamar de quinta Ronda, por


isso já está sendo dirigida pelo quinto Planetário, haverá uma grande transformação
na ordem geral das coisas. Essa quinta Ronda terá a durabilidade de 10.000 anos,
aliás, o que falta para terminar este quarto Sistema de Evolução. Haverá
naturalmente, daqui por diante a transformação dos Seres bi-sexuados em andróginos
perfeitos. Este trabalho, aliás, já começou a ser realizado há muitos ciclos, desde
que começaram a se formar os Pramanthas.

Todas as vezes em que o Bijam dos Avataras se manifesta na Face da Terra, é


organizado um Pramantha constituído de 777 Seres humanos já realizados em todas as
suas estruturas ou Vestes : Física, Psíquica e Espiritual. Logo, seres que se
fizeram Adeptos, Iluminados e estão a caminho do androginismo perfeito.

Procurando conduzir a Humanidade para esse alvo ( do androginismo ) os Faraós


- como Ak-Naton - faziam casamentos de determinados Seres, unindo-os para toda a
eternidade ... Embora nascessem em Famílias diferentes, em distâncias longínquas...
a Lei do destino, a Lei “Karma”, a Lei do perfeito equilíbrio unia-os para
sempre...

As atitudes dos Manús de todos os tempos não tem sido outra, senão numerar
casais a fins. Sim, os casais afins e numerados depois de cumprirem a sua Missão de
Pais vão se preparar cuidadosamente... e identificam-se psiquicamente, para depois
de fundirem num só veículo andrógino. Para começar a transformação do sexo, do
sistema endócrino, as Instituições criadas pelo Bijam dos Avataras funcionam com os
dois sexos : admitem em suas fileiras homens e mulheres, formando uma árvore
Genealógica especial - à guisa de pioneira - a fim de agir de acordo com a Lei da
Evolução. Por isso as tradições falam na Família Espiritual JHS na Família
Espiritual de “Maitreya”...

Por aí vemos o majestoso trabalho de JHS que procurou formar o equilíbrio


entre os dois sexos, tangenciando-os para o androginismo do Quinto Sistema
evolucional. Por isso se fala em contraparte. “Velsungos e Walquírias” isto é,
duas almas afins para movimentarem o mesmo espírito, a mesma Essência, a mesma
Idéia... Daí o símbolo da Chave de Puskara, que tem o formato da letra “Shu” , a
quadragésima-nona do alfabeto sânscrito. A confirmação no Templo da Obra, em São
Lourenço, revestida de grandes responsabilidades, porque, através da Taça do Santo
Graal, vibra a Lei, ou seja, uma Consciência Universal... pois se trata de uma
União eterna e não passageira de uma vida para outra... União de Vida ou de Morte,
senão União para o resto do Pramantha... e até a Era do Androginismo perfeito.

Para se ir encaminhando a evolução para o rumo do Quinto Sistema, nosso


Orientador JHS, procurou formar os Pramanthas, organizando na medida do possível as
Mônadas numeradas... as Almas numeradas responsáveis pelo Movimento na face da
Terra. Por exemplo : um membro da Obra do sexo masculino, receberia o número 10, a
sua esposa teria o número 10A e assim por diante. De modo que a Obra precisa de 777
Membros do sexo masculino e 777 do sexo feminino a fim de formarem, futuramente,
777 Andróginos perfeitos à semelhança dos Manassaputras.
Desde que a Instituição começou a tomar vulto no Setor Social, nosso
Orientador começou a tentar formar, a organizar os Munindras em formas duais.
Compôs o Hino das Duas Linhas, o Hino dos Serápis. São Germano tentou fazer o mesmo
em 1789 ; Kunaton teve a mesma iniciativa em 1370 antes de Cristo. E... tudo na
face da Terra é feito com grande dificuldade...

Por isso, o Bijam dos Avataras, através dos seus Avataras na face da Terra,
promove transformações das almas dos discípulos em almas afins... andróginas. Por
isso organizam formas duais que vão se afirmando, se identificando psiquicamente,
para depois de algum tempo, irem se assemelhando no ponto de vista biológico... com
um só pensamento, um só ideal... O problema da sublimação do sexo, segundo a
Eubiose, só se fará com o androginismo psíquico e a seguir com o físico. E a
proporção que a humana criatura vai se transformando no ponto de vista glandular,
físico portanto, a constituição psíquica e vital ( os Chacras ) vão acompanhando-
a... Os Chacras vão tomando posições diferentes no corpo humano. Logo, há uma
transformação geral e harmônica. Por isso, o corpo físico é básico no sistema
evolucional. Poderá surgir a pergunta. - Qual será a diferença entre Jesus, o
Cristo, Buda, Krishna e os homens comuns ? ... A resposta será : a diferença será,
apenas no sistema glandular... Na evolução biológica deste sistema. As glândulas do
sistema do aparelho “Pino-Hipofissário” dos homens, é menos importante, possui
menos funções e tem menos vibrações, devido ao desenvolvimento das gonádias. As
glândulas : Pineal, Pituitária, tireóide, paratireóide e outras de seres de estirpe
do Cristo, Buda... tem maior número de funções do que as dos homens comuns. Por
exemplo : se as glândulas citadas dos Seres comuns possuem 10 funções, as do
Cristo, Buda, dos Manús possuem, sem dúvida, 10.000 funções... Além disso, esses
Seres superiores possuem o potencial de um andrógino. A medida que a criatura
humana evolui, seu sistema glandular se modifica, se transforma, tornando-se mais
capaz, mais poderoso.

O conjunto das funções humanas é comandado por dois Gênios, os quais


representam a síntese das minúsculas consciências que comandam os órgãos do corpo
físico humano. Há, com efeito, um gênio que preside o nascimento e há outro que
preside a morte; o primeiro é verde, masculino, positivo e o segundo é vermelho,
feminino... Quando houve a transformação geral da criatura humana, quando esta se
transforma num andrógino, esses dois gênios se libertam. O Adepto se transforma num
imortal, num andrógino em potencial, às vezes, secundário, nestes casos os Gênios
se libertam, evoluem, podem encarnar como homem... O seu Senhor tornou-se imortal e
os gênios passaram à categoria de homens, seguindo a sua evolução, partindo do
mental abstrato para cima, no caso relativo aos gênios dos membros de nossa Obra.
Logo os Gênios estão sujeitos a se imortalizarem, a se individualizarem, entrando
na vida pelo portal da inteligência.

O Munindra, ou Tributário de nossa Obra, tem muita responsabilidade porque a


evolução mental do Gênio depende do desenvolvimento psíquico, mental e espiritual
do seu Senhor, logo, do Tributário.

Atenção : a imortalidade do Gênio depende da imortalidade do seu Senhor, do


Tributário, do seu criador. Eles tornam-se os mensageiros do membro da Obra... Eles
vão salvar seres nos planos em que o Munindra não poderá ir, nem agir... noutras
dimensões.

A falta de progresso do Tributário promove a revolta do Gênio, surgindo deste


desequilíbrio o que se chama de Karma negativo. Se seu Senhor não progride
espiritualmente, tem o direito de se revoltar contra ele, provocando uma série de
desentendimentos... Por isso, disse nosso Mestre JHS : “Caráter é alma e Espírito é
outra coisa... O Caráter é que se impõe ou faz com que o Tributário se imponha em
relação ao Gênio da Espada. Se não possuir um firme caráter, o Gênio não obedece,
não produz, ao contrário, trabalha negativamente... criando situações difíceis para
o seu Senhor.
Se entre os tributários de responsabilidades só se destilar ódio, em que
condições psíquicas estarão os seus gênios... Estão criando nidhânas de nova
natureza, criando novos karmas negativos...

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“Há a certeza de atingir o mais alto grau de virtudes, repetia freqüentemente


Pitágoras, se é verdadeiro e benfazejo”.

“Não atice o fogo com a espada, para não se queimar”.

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“As riquezas materiais podem adquiri-se ou perder-se com a mesma facilidade”.

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DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

20 - PITÁGORAS – SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES


- EUBIOSE – ESTUDO I

O
Professor Henrique José de Souza tinha por hábito analisar as palavras em
profundidade, preterindo, muitas vezes, a sua origem. Assim, referindo-se a
Pitágoras, disse que este não era o seu nome, e sim um título. “Pithat – deus, e
Gôro – sacerdote. Pitá-gorus, ou goro, temos, então, Sacerdote de Pithah – Deus do
Panteon egípcio. Isso comprova que, se fundou em Cretona uma Escola, estudou no
velho Egito durante 21 anos. Foi um grande Iniciado, mas não um grande Avatara,
como foram Krishna, Buda, Cristo... Para muitos não existiu realmente, ou seja,
para aquelas personalidades cuja característica é a dúvida, e que, pôr essa
atitude dubitativa, vivem suscitando interrogações a respeito de todos aqueles
indivíduos que, pôr sua genialidade, deixam uma bagagem admirável e podem, em
conseqüência, despertar, inclusive, a idéia dos medíocres, de que, um homem só, não
poderia Ter produzido tanto ou ido tão alto. Essas interrogações já surgiram com
outros homens de valor, posteriores a Pitágoras. Diz-se que foi ele quem,
modestamente, não querendo que o chamassem de sábio, se chamou de filósofo, isto é,
o que pesquisa ou procura a Verdade. Passou a História como Matemático, mas, na
verdade, foi um grande filósofo, ou intérprete real da Sabedoria Iniciática das
Idades, ou Religião Ciência.

Profundo conhecedor da Ciência dos Números, ou filosofia pura, deu as bases


da teoria musical, e deste conhecimento fazia tal questão, que no Portal da sua
Escola havia um aviso esclarecendo o neófito que quem não se interessasse pôr
música e matemática não poderia fazer parte do grupo de seus discípulos. Das suas
conceituações sobre a Harmonia das Esferas nasceu o Padrão do Equilíbrio Universal
que se encontra no Macro e Microcosmo, ou seja, no Universo e no Homem.
Harmonia, segundo o Catecismo das Purificações, é o mais belo que existe.
Sendo a música uma manifestação eminente da Harmonia, pode ser usada com o fim de
propiciar à alma u’a Harmonia e, pôr esse motivo, uma catarse. Como a alma é, pôr
sua vez a harmonia do corpo, a música é, verdadeiramente, u’a medicina.

Assim, a música é, também um elemento básico para a medicina e encerra os


cânones da eugênia de uma raça. Hoje, sabe-se que a música é empregada na
psicoterapêutica e serve como elemento incentivador nas oficinas de trabalho. Se a
música existe no Universo, é muito possível que os grandes gênios desse ramo da
Arte, dotados, portanto, de intuição, captem trechos desses sons dos espaços quando
criam suas Obras musicais.

Se lermos os Versos Áureos de Pitágoras, observaremos o que nos foi legado


como aspecto filosófico desse gênio do século VI a.C. É preciso que se esclareça
que esses versos são de autoria de “Lizes”, discípulo que teve a capacidade de
melhor satisfazer o desejo de Pitágoras, ou seja, o de sintetizar num corpo de
doutrina, os conhecimentos e, ao mesmo tempo, a didática desses conhecimentos, o
mais veladamente possível. O aspecto do conhecimento profundo está ali encoberto
pelo véu comumente chamado de “místico”, daí até certo ponto, ser repudiado mesmo
em meados do século XX, pela maioria. Pôr que teria sido adotado esse método?
Vejamos. Os Versos Áureos estão divididos em três grandes fases:

1º - PREPARAÇÃO
2º - PURIFICAÇÃO
3º - PERFEIÇÃO

Percebe-se que neles há uma tentativa de, realmente, preparar o indivíduo


para receber conhecimentos filosóficos. A criatura humana, para evoluir, necessita
sublimar a parte afetivo-emocional, ou seja, aquele que é realmente resultante das
forças cegas, ou seja, dos impulsos vitais.

A inteligência, o raciocínio lógico auxilia o homem a olhar e ver, mas nem


sempre isso lhe é possível, sem o auxílio de esclarecimentos que, de certo modo,
lhe ditem uma conduta, ou seja, uma linha para a formação de um caráter justo. Nos
Versos Áureos, diz a Preparação:

“A Deus ESSÊNCIA e Forma, o culto


consagrado renda e tua fé conserva.
Prestígio dos sublimes heróis, a esmaecida lembrança
e a memória eteral dos supremos espíritos”.

Está neste trecho demarcada uma direção para o conhecimento de tudo quanto
existe no Universo, na criação, na manifestação, que pode ter mil nomes : Deus,
Aquilo, Absoluto, Brahma, Supremo Arquiteto do Universo, etc... Feita esta
advertência para um sentido profundamente filosófico, chamamos a atenção para o
fato de que a Filosofia é a raiz de todo o conhecimento, pois dela saíram todos os
ramos da Ciência e da Arte. “Lizes” parte para a “Purificação”, e esta é
constituída pôr normas de conduta onde o bom, belo e o agradável, como elemento
construtor, são um triângulo através do qual se norteia um caráter. Na terceira
parte, ou seja, na “Perfeição”, surge o aspecto do mental ou da procura da
“Meditação”, que outra coisa não é, senão, a pesquisa para a busca do
discernimento.

Dessa forma, Lizes, satisfazendo a idéia de seu Mestre, deu aos discípulos de
nossos dias, um meio que podemos chamar de suave para conseguir, pouco a pouco,
penetrando no conhecimento, poder cumprir, agradavelmente, com o dever, pois,
quando este é imposto, não passa de uma armadura para uso externo, enquanto que,
dentro dela, a criatura humana continua repleta de imperfeições.
Comparamos agora os versos de Lizes – PREPARAÇÃO – com os de um outro
discípulo. Na mesma Preparação, diz outro discípulo :

“Presta a Deus imortal o culto consagrado;


conserva a tua Fé; dos vultos do passado,
ou Santos, ou Heróis, louva a divina ação”.

Vejamos ainda, outro discípulo, na mesma PREPARAÇÃO :

“Primeiro, os Deuses imortais, como a Lei manda, Honra.


Cumpre o jurado, endeusa os Heróis, sumos
Depois, e, qual convém, os Deuses infernais”.

Se fizermos uma comparação, vemos o quanto é profunda a PREPARAÇÃO dada nos


versos de Lizes, pois poder-se-iam escrever vários tratados de filosofia. A Ciência
das Idades, tentando interpretar cada palavra contida neles, é uma síntese de
grande perfeição, pois, parece atacar todos os assuntos de uma só vez e de forma
bastante velada. Já os versos do terceiro discípulo citam, inclusive, os Deuses
infernais ou da Infera, de que tanto falavam os gregos e dos quais podemos ter
conhecimento estudando mitologia. Enquanto o terceiro discípulo particulariza,
Lizes fica na abstração, pôr assim dizer, pois, cita ESSÊNCIA e FORMA.

Nós poderíamos dizer, a guisa de leves esclarecimentos, que os Deuses


infernais gregos não são aqueles – nem isso poderia ser aceito pelo ocidental – que
estariam no inferno católico, mas, sim, que habitam a infera. Havia, pôr exemplo,
os Deuses do Olimpo – Júpiter Olímpico – e os Deuses da Infera-Júpiter Plutônico.
Isso pode ser traduzido como sendo o primeiro a ESSÊNCIA, a VIDA UNA, a CONSCIÊNCIA
UNA; o segundo, a FORMA, o Deus da Forma – o Demiurgo Plutônico.

Baseado nesses versos que constituem a PREPARAÇÃO, poder-se-ia, inclusive,


falar sobre a Atlântida. Para o trecho reservado à PREPARAÇÃO, onde está
sintetizando o conhecimento filosófico, Lizes gastou apenas, quatro ou cinco
versos; entretanto, para expressar a PURIFICAÇÃO e PERFEIÇÃO, usou sessenta, mais
ou menos para cada um. Isto porque, nesses dois trechos, tenta dar ao discípulo as
armas com que vai defender da Vida-Energia, ou seja, o impulso cego. É como se
tivesse necessidade de dar um número enorme de lentes para que o discípulo
conhecesse todas as facetas de sua personalidade e, consequentemente, conseguisse,
através da dualidade que existe nele : esquerda e direita, trilhar o caminho justo,
ou seja, o equilíbrio, pôr isso que ele diz : “A iniciação é um fio de navalha”.

Em outras palavras, a PURIFICAÇÃO e PERFEIÇÃO constituem na doutrina, o


conhecimento do coração e da mente, ou ainda, o aprimoramento do afetivo-emocional
e o uso justo do raciocínio lógico orientado pela intuição.

É o cultivo do emocional elevado ou a sublimação da emoção do impulso cego. É


o cultivo da inteligência esclarecedora, ambos, norteando, digo, norteados pela
Vontade, que é a PURIFICAÇÃO, é o aspecto volitivo, ou seja, o que dirige para a
Sabedoria, o conhecimento em profundidade, da filosofia ou da Sabedoria Iniciática
das Idades.

Nota-se, então, que os Versos Áureos não foram feitos para verdadeiros
discípulos e sim para iniciantes, para alunos que começam a trilhar um caminho.
Neles, dissemos, há um corpo de doutrina, uma espécie de catecismo necessário ao
homem ainda, eis que este não tem um discernimento amadurecido, que ainda não tem
um ideal que o leve ao verdadeiro Amor, ou seja, aquele que efeito de renúncia, não
pela necessidade de ser bom, mas pôr isso fazer parte de um Ideal.

Em certo trecho da PERFEIÇÃO, quando incita o discípulo a meditar, diz, para


comprovar que expressa uma profunda verdade em sua filosofia :
“Pôr esse que gravou em nosso coração a
Tétrade Sagrada, imenso e puro símbolo,
Fonte da Natureza e modelo dos Deuses. Juro”.

De modo que sintetizou, com esses versos, a Tétrade Sagrada, ou seja, a


Palavra Sagrada, que designa o nome JEOVÁ, ou seja o TETRAGRAMATOM SAGRADO, aliás,
simbolizando como está pela Cruz Gamada, cujo sentido foi destruído pelos nazistas.
E, hoje, não se pode estudá-la nem tê-la como símbolo iniciático.

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21. PITÁGORAS - SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES


EUBIOSE - ESTUDO II

C
ontinuando o assunto de nossa última conversa, voltaremos ao velho e quase lendário
Egito, principalmente no que se refere a Kunaton, por exemplo. Isto porque, tem a
Grécia servido para nós de ponto de cultura, só os que são versados em Sabedoria
Iniciática das Idades, tem um modo geral, conhecimento do que ele representou, como
fonte de Saber, para os Povos do Mundo antigo. Já dissemos que Pitágoras fez seus
estudos, ou seja, se iniciou, no Egito, embora, em muitas Enciclopédias seja dado
como discípulo, principalmente, de Anaximandro. No Egito teve ciência das medidas
canônicas, pois aí dividiam o corpo humano em determinado número de frações iguais,
tendo cada uma delas o comprimento do dedo médio da mão, ou seja, o dedo de
Saturno. É preciso que se atente para o fato de que essas medidas não seriam
encontrados no corpo de um homem qualquer. O padrão era oferecido pelo Faraó que
era filho de Aton, o Sol, como o declarou o sábio Amenopheis IV : Kunaton. Se era
filho do Sol e este era o símbolo do doador da Vida, do Pai, era, portanto, - Deus
- logo, o Faraó era o Filho de Deus ou o Verbo Encarnado dos Católicos. Deus na
Terra. Por este motivo a figura humana perfeita deveria medir 19 dedos médios ou de
Saturno, do Supremo Arquiteto, enfim, do que podemos chamar de tipo arquetipal ou
tipo perfeito. O número 19 representa, na linguagem dos Arcanos, os Gêmeos, ou
seja, o padrão do Andrógino, embora em separado. Com o tempo, essa medida passou a
ser a do nariz e hoje, são trinta narizes o que corresponde a sete cabeças e meia.
Vale apenas dizer que o nariz é um símbolo fálico e, portanto, está em relação com
a doação da vida física, com os cânones somáticos, embora hoje aquela sabedoria
tenha sido esquecida ou substituída em sua essência por um aspecto inteiramente
desligado da Sabedoria Iniciática, perdendo, portanto, a profundidade. Nos tempos
do Velho Egito, a Universidade estava representada pelas Pirâmides, cujas medidas
eram perfeitas, onde o sendo da “Proporção Divina” já existia como Cânone
Universal. Basta atentar um momento para a descendência que Kunaton se dá - Filho
de Aton, o Sol - para se compreender a analogia existente entre a mitologia Grega e
os Deuses Egípcios. Uma nasceu do outro, apenas a linguagem é diferente. A relação
entre o macro e o microcosmo está anunciada por Kunaton. Se Orfeu falou na lira de
sete cordas e o tangeu, foi Pitágoras quem traduziu para o Mundo Exterior as
relações existentes entre a altura dos sons e a longitude das cordas daquele
instrumento. Isso supunha a existência de uma harmonia. É um conceito fundamental.
Primeiramente só se aplicava à oitava ou a uma escala musical, mas logo depois se
aplicou a todas as esferas da realidade. Por exemplo, ao corpo humano, de tal sorte
que a função da medicina consiste em auxiliar esta harmonia a ser restabelecida em
todas as ocasiões em que tem sido perturbada. As Leis da Harmonia são aplicadas a
todo o Cosmo. A Cosmologia de Pitágoras, como a de Anaximandro, assinala fortemente
a disposição harmônica dos corpos celestes : “estão distanciados de um chamado fogo
central, segundo intervalos que correspondem aos da Oitava. Por isso, se os
movimentos circulares produzem uma música, a música das esferas. A Harmonia é
musical : é também, e de modo correspondente, numérica. Os Pitagóricos, segundo
Aristóteles, diziam que os elementos dos números eram de todas as coisas e que os
Céus eram harmonia e número. As propriedades dos números, ao se combinarem, são
surpreendentes. Assim a fórmula : 1 mais 2 mais 5 ... mais ( n-1 ) é igual a n?
mostra que os quadrados podem formar-se como soma dos números ímpares sucessivos.
Muitas outras se podiam agregar. Mais adiante voltaremos a estes números. O mais
importante do ponto de vista das analogias filosóficas, foram as divisões dos
números pares e ímpares perfeitos, ( iguais à soma dos divisores ) lineares e
planos. Os números foram considerados como princípios. Ainda seguindo Aristóteles,
entre os Pitagóricos havia uma facção que afirmava a existência de 10 princípios e
oposições fundamentais, cada uma delas corresponde a cada um dos 10 primeiros
números naturais. Essa correspondência é mostrada na seguinte tábua:

1 - limitado-ilimitado
2 - ímpar-par
3 - um-muitos
4 - direito-esquerdo
5 - masculino-feminino
6 - em repouso-movimento
7 - reto-curvo
8 - luz-obscuridade
9 - bom-mau
10 - quadrado-oblongo ( retângulo oblongo )

É da Divina Grécia que nos vêm as primeiras noções matemáticas da divina


proporção. Vejamos, porém, em primeiro lugar o que se entende por proporções.
Segundo a Enciclopédia Universal Ilustrada, temos : Proporção igual a disposição,
conformidade, correspondência devida das partes de uma coisa com o todo.

PROPORÇÃO 9 ( antropor ) - Relação de medidas ou tamanhos de um total entre


si ou daqueles a este. A lei ou regularidade que para estas relações se busca em
antropologia artísticas é o que se chama “Cânone de proporções” que uns fundam em
fórmulas matemáticas e outros em parte do corpo tomado por módulo para todas as
demais, ou para a totalidade ou em divisão centesimal desta última. Módulo-unidade
fundamental.

PROPORÇÃO ( Arquitetura ) relação das partes de uma obra, entre si, com um
módulo ou unidade fundamental. Na Antigüidade deram regras ou proporções para fixar
os elementos diversos de uma Obra de Arte arquitetônica e escultural. A divisão em
média e extrema razão era considerada fundamental.

Euclides chamou de “média” e “extrema razão” à divisão da linha reta em


partes desiguais, em relação de independência. O dodecaedro, corpo citado por
Platão como “Combinação da qual Deus se serviu para traçar o plano do Universo” e
o Pentágono, “símbolo da Harmonia viva e símbolo do Homem Perfeito” para os
pitagóricos, originaram-se na divisão de uma reta em média e extrema razão. Assim o
Microcosmo está representado por um Pentágono, onde se pode inscrever um homem com
os braços e pernas abertos, de modo que a cabeça, braços e pernas correspondam a
cada um dos ângulos do Pentágono, e o Macrocosmo é representado por um Dodecaedro.

Essa divisão proposta por Euclides é aplicada nos momentos mais


significativos da cultura latina, foi chamada por Leonardo da Vinci de “secção
áurea”, e sua redescoberta na Idade Média foi devida a Luca Pacioli di Borgo, que
a chamou de a “divina proporção” . O lado do Pentágono e o Decágono inscritos na
circunferência são a expressão aritmética da Divina Proporção, conhecida no mundo
matemático por , ou seja, pela vigésima primeira letra do alfabeto
grego ( FI ).

Diz M. Torres, citando M. Ghyka, Hambige e Cooke, que beberam em Fabre


d’Olivet, que a expressão inteira da Divina Proporção, está na série fibociana ( de
Fibonaci ), que outro não é senão o décimo tipo de proporção dos neo-pitagóricos e
que se encontra na seguinte relação : 1, 2, , 5, 8, 13, 21... ou seja, que a
soma de dois termos tende, rapidamente, a Divina Proporção... ( 8/5 = 1,6 ; 13/8
= 1,625, ).

A Divina Proporção, ainda segundo a leitura dos mesmos autores, expressa na


série fibociana, constitui as bases de todos os ritmos espaciais, que tem por
esquema o Pentágono, e são encontrados onde haja um hálito de vida. No mundo
vegetal, animal ou humano, impera a Divina Proporção, sendo que no corpo humano ela
se manifesta quando o desenvolvimento e o crescimento são normais. Assim, todos os
segmentos do corpo humano podem ser estufados através desta proporção,
especialmente as falanges dos dedos das mãos. Dessa relação supõe-se que os
gregos concluíram um ritmo dáctilo que usavam em música e poesia.

A relação 3, 5, 8, 13, que existe entre segmentos do corpo humano, se


encontra também em música. O acorde perfeito se forma com os graus 3, 5, 8,
mediante dominante e oitava, além da tônica. Cada décimo-terceiro grau de uma
escala dá, exatamente a nota inicial de seu relativo menor. Assim, a relação 3, 5,
8, 13, é o fundamento do sistema musical atual. Os gregos do tempo e Pitágoras
usavam um monocórdio, cuja corda estava esticada sobre os pontos que a dividiam
proporcionalmente aos graus da escala. Um acorde menor exige uma divisão da corda
em oito partes na relação 3/5 . Um acorde maior pede a divisão em 13 partes na
relação 8. Essas relações que parecem ser comuns à escala atual e a pitagórica,
foram transladadas por Georgiades ao Partenon e o monocórdio, usado nos tempos de
Pitágoras, e os espaços intercolunares do Templo Grego concordavam.

Outra concordância citada por M. Torres é a sugestiva relação : acorde maior


8/5, corpo masculino 8/5. Acorde menor 3/5 , corpo feminino 3/5. Na divisão do
corpo humano, dado como módulo ou dedo de Saturno do Faraó, se evidencia que o
velho Egito já conhecia a série que veio a ser conhecida como fibociana, ou seja,
3, 5, 8, 13, etc... pois, observando-se a figura que ilustra a página seguinte,
nota-se que ela indica seguimentos da constituição, chamada oculta do homem, por
ser muito pouco conhecida. Recorra-se à gravura e ver-se-á, por exemplo, a ligação
da série com determinados chacras ou centros de forças.
Se o Partenon é a fonte inesgotável para a pesquisa da divina proporção, por
toda a Europa, a construção latina, inspirada na grega, corresponde ao módulo
(FI). É ainda a glória da reta dividida em média e extrema razão, ou seja, a divina
proporção encontrada em todas as relações que dominam a linha geral arquitetônica
das Igrejas de Paris, onde um cidadão conhecido por “Velho das Catedrais” , era
visto medindo-as meticulosamente, talvez com o célebre compasso de ouro cujas astes
mantém a secção áurea, como a chamou Da Vinci.
Essa mesma proporção domina os edifícios da Praça Vendôme e são a razão de
uma sonoridade perfeita da genial criação de um STRADIVARIUS, SALO e GUARNIERUS -
o violino.

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-------------------------------------------------- 9
-------------------------------------------------- 8
-------------------------------------------------- 7
-------------------------------------------------- 6
-------------------------------------------------- 5
-------------------------------------------------- 4
-------------------------------------------------- 3
-------------------------------------------------- 2
-------------------------------------------------- 1

-------------------------------------------------- 0

0.
1. articulação das pernas
2.
3. barriga das pernas
4.
5. parte inferior da rótula
6. parte superior da rótula
7. extremidade do dedo médio
8. articulações do dedo médio
9. punhos
10. baixo ventre
11. umbigo
12. cotovelos
13.
14. mamilos
15.
16. laringe
17. base do nariz
18. fronte
19. vértice do crânio
20.
21.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

22. EXPLICAÇÃO SOBRE A DIFERENÇA ENTRE


DESDOBRAMENTOS - EM CORPO ASTRAL E EM CORPO CAUSAL

P
ara que possamos ter uma idéia da diferença existente entre os desdobramentos em
corpo causal e em corpo astral, precisamos, necessariamente, conhecer o que é corpo
astral e corpo causal.

Segundo o Glossário Teosófico : “o corpo astral ou o duplo astral ( vital-


emocional ), é a sombra ou a contraparte etérea do homem ou do animal ; o Linga-
Zarira ou Sharira ; o “Deppelgranger” . Não se confunda com a alma astral - é
outro nome de manas inferior, ou seja, Kama-manas, que é, por sua vez, reflexo do
Ego Superior. O corpo astral vem a ser o ponto de comunicação entre alma e corpo,
conforme os ensinamentos de A. Besant.

É também denominado de Maya-Rupa.

Maya-Rupa, em sânscrito quer dizer : “forma ilusória ; o duplo, em filosofia


exotérica. É conhecido com o nome de “Duppelgranger” , em alemão; por perisprit,
em francês. É um veículo artificial criado pelo poder mental e por elementos
mentais e astrais, mediante um exercício em que o Adepto usa o seu poder de Vontade
( isto é, pelo poder mental e por elementos ) com o objetivo de funcionar nos
planos abstratos, sutis, num estágio acima do humano.

Em outras palavras, consoante A. Besant : “o corpo mental ou ilusório


desperto para funcionar de um modo independente no mundo mental inferior e do qual
se serve o discípulo livre ou temporariamente, de seu corpo físico. Pois, este
corpo é conhecido como sendo suscetível de transladar-se a grande distância e em
plena consciência.

Segundo a Eubiose, denominá-lo-íamos de consciência psíquica, que é formada


do conjunto : estruturas vital, afeto-emocional e mental inferior. De modo que o
discípulo estende-se, projeta a consciência num plano mais abstrato em relação ao
plano físico. Por exemplo : translada a consciência física ( a três dimensões )
para a psíquica ( a quatro dimensões ). Quando esse trabalho é realizado de modo
inconsciente é chamado de sonho ; quando é feito conscientemente, é denominado de
“desdobramento astral-vital”. Tem esta denominação porque não tem autonomia para
atingir outros planos mais elevados, mais sutis.

O desdobramento vital-astral funciona na periferia do Globo Terrestre. O


fenômeno da morte, a exemplo do que vimos explicando, é um desdobramento astral,
mas, ao invés de ser de caráter provisório, o é em ação permanente. O plano astral
é de natureza ilusória e impermanente, posto que as imagens não perduram nas suas
formas.

DESDOBRAMENTO - segundo o “Dicionário Esotérico de David Zaniah” , é a


projeção do veículo astral realizada por pessoa de muita evolução psíquica, com
determinadas faculdades estranhas, e aparecendo em um lugar longe do corpo físico.
A faculdade que tem determinada criatura de poder despregar um veículo para atuar
em lugares distantes e existindo, ainda, a possibilidade do que possa ser visível.

Todos os “Nirmanakayas Negros” tem estes veículos imortalizados, por isso


se lhes torna fácil o desdobramento consciente. De vez que é constituído de
elementos astrais e mentais concretos, não resiste às tempestades. Por exemplo :
quaisquer discípulos ou nirmanakayas negros, permanecendo desdobrados nesses
veículos, correm o perigo de morrerem ou perderem os corpos físicos.

Para aprender a se desdobrar, basta deitar-se com o corpo bem na horizontal,


relaxar os músculos, olhar para o umbigo, imaginando que deste, esteja saindo um
fio de cor violeta. Há muitas escolas que mantém disciplina alimentar e praticam
determinados exercícios próprios para este caso.

Atualmente já se promove o desdobramento por meio de drogas, pelo uso das


pílulas, de entorpecentes... , cujos métodos são condenáveis, porque são usados sem
que as pessoas estejam preparadas para esse fim.

Toda pessoa enfraquecida ( os tuberculosos, por exemplo ), tem facilitado o


desdobramento. Os chineses quando usam o ópio, estão, por processos artificiais,
praticando o desdobramento.

Os Rosacruzes, tem toda a iniciação baseada no desdobramento astral. Por isso


tem o centro de consciência no veículo ou estrutura afetivo-emocional; por isso são
todos voltados para o Egito. As iniciações egípcias tem suas bases no desdobramento
astral. No nosso desdobramento astral, o discípulo encontra uma infinidade de
monstros, dragões dos umbrais... Usam o desdobramento astral porque não possuem o
corpo causal. Como poderão usar este corpo se não o possuem ?
Nos primeiros desdobramentos, o discípulo encontra os monstros, os dragões,
as formas de pensamento, próprias do astral inferior. Com o decorrer do tempo,
depois que o discípulo amadurece, essas faculdades desabrocham naturalmente,
porque, no caso, as três vestes que envolvem a Mônada humana, ficaram inter-
dependentes. Tornam-se desaderidas uma das outras.

As pessoas muito fracas, ao se aproximar a hora da morte, começam a ver uma


série de formas, de bichos noutra dimensão. E nós, na terceira dimensão, não vemos,
e qualificamos essas pessoas de loucas, psicodélicas... Porque, segundo os
orientais, estão numa “loka” , num lugar, num plano diferente do nosso. Ser
exímio desdobrador na nossa Escola de Eubiose, na nossa época, não é índice de uma
criatura evoluída, isto porque o desdobramento é uma iniciação própria da
Hierarquia dos Jivas.

CORPO CAUSAL - segundo o Dicionário Esotérico da Editorial Kier, Zanieh é o


veículo, centro da Consciência ou o corpo do Ego, que, desde o plano físico é
relativamente de uma certa permanência, pois perdura durante um certo ciclo de
reencarnações como meio para a evolução, sendo, também, o motivo das causas das
futuras reencarnações. Serve de comunicação entre nossa consciência e o mundo dos
divinos arquétipos. Fala-se que é formado pela conjunção de Manas Superior e Budhi,
ou seja, pela matéria mental mais elevada e pelo poder de intuição. A diferença
dele e do mental inferior é o átomo permanente que aparece na tríade monádica, e
que se apresenta aos olhos do clarividente com uma forma ovoidal. Sua coloração
varia de intensidade, segundo o estado emocional da personalidade. Nenhum fruto
teria para o indivíduo ,as sucessivas vidas terrenas se não se apoiasse no corpo
causal como meio de condensação dos resultados evolucionais, durante a existência
“post-mortem” . Se foi denominado “Corpo Causal”, é porque reúne dentro dele a
quintessência de todas as experiências, as quais realizam como causas para
modelarem as vidas futuras.

CORPO CAUSAL - segundo o Glossário Teosófico, este corpo que, em


realidade, não é corpo algum, nem objetivo, nem subjetivo, senão Budhi, a Alma
Espiritual, é denominado assim por ser a causa direta do estado de Samâdhi. Os
Yoguis que praticam a “TARAKA-RAJA-YOGA” , dão-lhe o nome de “Karanopâdhi”,
Causa da Causa ; no sistema vedantino corresponde ao Vijnansmaya e Anandamaya
Kosha. O Budhi por si só não podia chamar-se um Corpo Causal, porém chega a ser
unido com Manas. Assim, pois, se denomina de Corpo Causal o Conjunto Budhi-Manas,
ou seja, os quinto e sexto princípios reunidos.

CORPO CAUSAL - segundo a Eubiose, é formado pelos elementos provindos da


Causa das Causas, da Causa Única. É, pois, uma tessitura feita com substância ou
energia dimanada da Vida-Una.

Somente os Adeptos, os Iluminados, são portadores do Corpo Causal, porque os


criaram com a tessitura de Manas e Budhi. Quem não possuir Corpo Causal, jamais
alcançará o Oitavo Princípio, o qual, em sânscrito, tem o nome de “Caijah”.

O Professor Henrique José de Souza, visto que seus discípulos não possuíam
“Corpo Causal” , criou a sua ritualística para lhes possibilitar adquiri-lo. Por
isso a tradição fala nas iniciações, dos Licores, da ambrosia dos Deuses, nas
uniões das almas com os Espíritos ou Egos Superiores.

O Rito do Graal, praticado no nosso Templo, tem este sentido. Os Hinos, os


Mantrans, as Músicas de JHS, tem a possibilidade de envolver os discípulos numa
rede de conchas sonoras. Estas conchas sonoras produzidas pela música eubiótica,
pelos mantrans, vão, progressivamente, formando o Corpo Causal dos discípulos.

O desdobramento realizado no Corpo Causal só poderá, então, ser feito pelos


iluminados, porque os possuem. É um processo de comunicação direta entre a
personalidade de determinados estágios e a Consciência integral, através do
Samadhi, do êxtase. Temos como exemplo clássico desse acontecimento o admirável
Rama-Krishna. Entrava em Samadhi para conversar com a DIVINA MÃE DEVAKI.

De maneira que o desdobramento em Corpo Causal leva a criatura humana a


estender sua consciência até a espiritual.

O desdobramento em Corpo Causal é feito pelo processo tulkuístico. Os casos


de avatarização momentânea são realizados com a transferência do Corpo Causal de um
Ser para a personalidade de outro. Quando a criatura humana passa pelo processo da
iluminação, eqüivale a dizer, que recebeu o Corpo Causal do seu Mestre. Explicando
com outras palavras, houve uma transfusão de essência do Mestre para o discípulo.

A iniciação de JHS tem por fim preparar os discípulos, física e


espiritualmente, permitindo amadurecer neles estas duas estruturas, a fim de que
possam receber ou ter base suficiente para receber o Corpo Causal. É por isso,
visto ter a Eucaristia a finalidade de ligar a personalidade do postulante ao seu
Corpo Causal, que os Mestres procuram viver intimamente com os discípulos, a fim de
possibilitar-lhes a tessitura desse veículo cósmico que estamos estudando.

A IMORTALIDADE DA ALMA : consiste na perfeita fusão da alma com o Espírito,


ou seja, da Personalidade com a Individualidade.

A perfeita harmonia entre as estruturas : vital-emocional-mental inferior,


com o Corpo Causal.

A desarmonia entre esses dois veículos promove as manifestações dos conflitos


na personalidade.

Depois que atinge um certo estágio evolucional, o discípulo sai dos círculos
reencarnacionistas, passando para o regime de avatarizações.

Que é regime de avatarizações ?

É perfeitamente o processo ou a faculdade que possuem os Seres Superiores de,


digamos, transferir, para outros, seu corpo causal. Por exemplo : um Mestre está
com grande debilidade física e, por uma questão malávica, precisa passar pelo
fenômeno da morte. No caso, transfere seu Corpo Causal para o discípulo mais
preparado para o efeito.

Dizem que as tradições : “Quando o Mestre está nos últimos momentos de vida
física, chama o discípulo mais velho e transmite para ele toda a tradição, o
conhecimento, isto é, passou para o seu sucessor o seu Corpo Causal”.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

23. I-CHING E A YOGA DOS CINCO ELEMENTOS

udo quanto existe na cultura do Extremo Oriente, se fundamenta no


I-Ching - O Livro das Mutações ou dos Trigramas. O confucionismo, o taoísmo, do
mesmo modo, a ciência, a arte e a política, tiveram sua origem na sabedoria contida
neste Livro.

A idéia que prevalece neste Livro é a da transformação, da renovação. “Tudo


flui incessantemente, tal como um Rio, sem pausa, dia e noite” . Aquele que
compreende o significado da Mutação, não atenta para as coisas transitórias, mas
para o imutável, a Eterna Lei que opera em todas as transformações.

Este Lei única e Universal é denominada de TAO : “o curso das coisas”. “O


Princípio do UNO nos muitos”. É o EU SUPREMO de todas as coisas infundido na
existência.

A forma como é expressa a Doutrina pode ser assim resumida :

No início das coisas existe apenas o grande Vazio, o receptáculo do Universo.


Não é equivalente ao Nada, mas superior ao ser e Não-Ser. Ele engloba dois. É o
Grande Absoluto simbolizado pelo Círculo. É o Wou KI.

Para que a Lei se manifeste, um postulado, uma decisão se torna necessária.


Este postulado fundamental é o Grande Princípio Fundamental de tudo quanto existe :
TAI-CHI ; a linha no Círculo.

TAI CHI é o Supremo fundamental que contém o Espírito e Matéria na sua


plenitude, em outras palavras, FOHAT e KUNDALINI das tradições tibetanas, Rajas e
Tamas do Indú, YANG e YING dos chineses.

TAI CHI é a semente de todas as coisas. Graças a esta LINHA no Círculo, que
em si mesma representa a Unidade, a dualidade vem ao Mundo, ao mesmo tempo marcando
o alto e o baixo , a direita e a esquerda , a frente e atrás de todas as coisas,
numa palavra, o mundo dos opostos.

Esses contrários tornaram-se conhecidos através das tradições pelos nomes


acima citados, mas no início eram denominados de Luz e Trevas, Firme e Dócil,
etc... Mas, sejam quais forem os nomes aplicados a estas forças, o fato é que o
Mundo se originou de suas transformações e movimentos.

A oposição existente entre o IANG e YIN, reduz-se no modificar-se em


quantidade e qualidade. É justamente esta oposição ou contradição entre os opostos
que vai determinar o quaternário.

YANG YIN

Yang-Yang Yang-Yin Yin-Yang


Yin-Yin

YANG - Energia, Atividade, Difusão, Qualidade, Movimento, etc.


YIN - Massa, Inércia, Condensação, Quantidade, Passividade, Energia-
ativa/Energia-passiva - Energia-passiva/Energia-ativa.

Expressos na realidade de Massa e Energia : Difusão da Energia - Difusão da


Massa - Condensação da Massa - Condensação da Energia.

Os 4 Elementos não são senão nas formas aparentes pelas quais se revela toda
a existência, o tangível e o Visível. O 5º Elemento é a Síntese destas 4 formas da
Realidade, o 5º os une. Os cinco Elementos são a cristalização da Forma.

Não são princípios estagnados, mas dinâmicos em que um elemento evolui


constantemente no outro. “O que no momento chamamos Água, por condensação se torna
Pedra, Terra, confundindo-se e dissolvendo-se, e este elemento se torna Sopro-Ar.
Não falemos neles como se tivessem estabilidade, permanência. Eles se modificam no
momento em que são produzidos”.

Eles prevalecem alternativamente na revolução do círculo e passam uns nos


outros e tornam-se grandes conforme o giro que lhes foi consignado. “Não há
nascimentos para coisa alguma mortal no Universo Criado. E a morte não põe fim a
nenhuma existência. Existe apenas uma fusão e uma dissolução.

WOU HING é traduzido por “Cinco Elementos” , mas Hing significa : agir,
atividade, de onde os 5 Elementos significarem os Cinco agentes ou As Cinco
Atividades.

A Teoria dos 4 Elementos no Ocidente, remonta a Empédocles, que trazem os


nomes das atividades - Zeus, Hera, Aidoneus e Nestia : FOGO-AR-TERRA-ÁGUA. Os
pitagóricos falavam num quinto corpo, anterior a eles, os indús, de 5ª Essência,
os chineses na Síntese dos 4.

Com o Carbono encontramos o Elemento FOGO


Com o Hidrogênio, ÁGUA
Com o Oxigênio, AR
Com o Azoto, TERRA

Estes são os 4 Elementos do Ocidente :

VERÃO-Fogo-Coração-Vasos
SUL

PRIMAVERA Terra-Baço-
Pâncreas-Estio
Fígado-Madeira CENTRO
ESTE

INVERNO
AR-Metal-Pulmão-OUTONO
Rins-Água
OESTE
NORTE

Podemos interpretar a figura dos 5 Elementos chineses nestes termos :

A Madeira lembra o corpo orgânico ou a série metalóidica. Mau condutor, dá a


impressão de calor, de irradiar energia, densidade fraca. É a Difusão da Massa, da
Forma : YANG do YIN.

O Metal lembra corpo mineral ou a série metálica. Bom condutor dá a impressão


de frio, de absorver a energia, densidade forte. É a Condensação da Energia - YIN
do Yang.

O Fogo, que flameja e tende para o alto. É a difusão de Energia, YANG do


YANG.
A Água que corre e tende para baixo. Condensação da Massa, da Forma. YIN do
YIN.

A Terra, reunião dos 4 elementos. O que persiste por um tempo no decorrer das
incessantes transformações recíprocas dos 4 elementos á cristalização da forma.

Não é necessário forçar as coisas se atribuir a Terra, o valor 5. Unidade


Superior do Quaternário, medida de todas as coisas, e de se relacionar os 4
elementos com os elementos clássicos do Ocidente.

Vamos tentar agora estabelecer um paralelo entre a tradição e o pensamento de


Pavlov. Para Pavlov o estado do sistema nervoso é determinado pela relação de duas
forças elementares susceptíveis de indução recíproca. Uma positiva e outra
negativa, embora radicalmente oposta : Excitação e INIBIÇÃO. A indução se faz ao
mesmo tempo no Espaço e no tempo.

No Espaço-zona de inibição em redor de um ponto cortical excitado.

No Tempo-Período de inibição sucedendo à excitação provocada desse ponto.

A oposição qualitativa das forças levou a Pavlov encontrar os Quatros tipos


nervosos fundamentais, redescobrindo a antiga classificação hipocratica dos
temperamentos : colérico, fleumático, sangüíneo e melancólico, como também os tipos
temperamentais dos chineses e indús. Pavlov deu uma base fisiológica ao simbolismo
quaternário tradicional que pode ser encontrado partindo da Dualidade Fundamental.

Chamemos de Energia, o Yang, a atividade nervosa de Excitação.

Em oposição, o YIN, a massa, a Condensação de Inibição. Assim estaremos


próximo destes dois pensamentos do Oriente e do Ocidente, entre a medicina
tradicional e a oficial.

FORTE (desequil.) FORTE (equil.) FRACO (equil.) FRACO (desequil.)

Excitável Ativo Ativo Inibido


Colérico Sanguíneo Fleumático Melancólico
Difusão da Difusão da Condensação Condensação
Energia Massa da Energia da
Massa

YANG do YANG YANG do YIN YIN do YANG YIN do YIN

Excitação no Excitação no Inibição no Inibição


no
Tempo Espaço Tempo
Espaço
Desequilíbrio E Q U I L Í B R I O Equilíbrio
Desequilíbrio

Quanto ao Domínio dos processos de EXCITAÇÃO e INIBIÇÃO :

Excesso de Excesso de
Excitação Inibição

Como se pode observar desde o início, dois princípios estão no alto dessa
sistematização : Princípio de Equilíbrio e o da Mobilidade dos processos nervosos.
Nos dois primeiros tipos, os desequilibrados onde há domínio ( excesso ) do
processo de excitação ou de inibição ; e nos dois últimos onde há rapidez ou
lentidão dos processos corticais : Ligações fáceis e rápidas ( Excitação ) e
Inibição difícil e lenta Ligações difíceis e lentas ( Excitação ) e Inibição fácil
e rápida.

Os Quatro tipos de reações de Fritz Kunkell.

Ligações e Inibições se formam lentamente.

Ligações e Inibições se formam rapidamente.

Os 4 tipos de reações de Fritz Kunkell, oriundos das relações do indivíduo


com o meio ambiente, encontra também seu lugar neste esquema tradicional.

Fritz Kunkell categorizou os temperamentos em Forte e Fraco desenvolvendo-se


em ambientes Resistentes e Brando.

Forte / Resistente Forte / Brando Fraco / Resistente Fraco / Brando

Tipos : Nero Astro Enredador


OSTRA
YANG-YANG YANG-YIN YIN-YANG YIN-YIN

O Neri-Ching descreve as variedades tipológicas humanas YIN e YANG:

IMPERADOR : É possível classificar os homens segundo um tipo YIN e um tipo


YANG, isto é verdadeiro ?

Sião Seu : Não existe um tipo YIN e UM tipo YANG, mas 5 tipos.

Os 5 tipos são os seguintes :

TAE YIN - extremamente YIN ( YIN do YIN )


CHAO YIN - Yin médio ( YIN do YANG )
TAE YANG - extremamente YANG ( YANG do YANG )
CHAO YANG - YANG médio ( YANG do YIN )

E o YIN YANG equilibrados.

Convém salientar que estes princípios existentes em todas as coisas são


dinâmicas, evoluindo constantemente no outro. Deste modo, quando um dos termos
YANG-FOHAT ou YIN-KUNDALINI, alcança o seu extremo ( INIBIÇÃO ) volve para o
oposto ( EXCITAÇÃO ). É o caso do excesso de depressão levar a agressividade e
vice-versa, desenvolvendo-se num ou noutro tipo descrito.

A descrição desses tipos encontra-se na MONOGRAFIA 10.

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE


24. A TRILOGIA ENCONTRADA EM TODAS AS SEITAS RELIGIOSAS CHAMADA TRÍADE SAGRADA, O
TRIÂNGULO EQUILÁTERO DA SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES, PODERIA SER ANALISADA, NO
HOMEM, À LUZ DA PSICOLOGIA?

T
entaremos fazer juntos o que nos pede. Para isso, ora usaremos linguagem
filosófica, ora a psicológica. E por que?...Em princípio, porque a filosofia
aplicada, ou melhor, vivenciada e portanto dinâmica, nunca existiu sem a
psicologia.

Podemos começar, traçando dois triângulos equiláteros: um representando a


Tríade encontrada em todas as seitas religiosas, mas também a figura geométrica que
simboliza ou retrata a manifestação, ou seja o UNO-TRINO. Temos, então, a Tríade
Pai-Mãe-Filho (primeiro triângulo) que, no ser Humano, se reflete como Espírito-
Alma-Corpo. (segundo triângulo )

Vemos que nestes dois triângulos temos, no primeiro, o objeto de estudo, a


tríade original proposta como tema que, apreciada como símbolo, quer universal,
cósmico, quer individual, humano, representa o Princípio Criador, o Princípio
Plasmador e o Princípio Realizador. Sem esses três princípios agindo conjuntamente
o homem não atinge um grau significativo na Sociedade. No gene, esse Uno-Trino se
apresenta como uma unidade ou um conjunto de tendências que vem de um passado ou
herança; estão ali em latência, o presente e a germinação; é um futuro permanente.
No Homem, aqueles três Princípios se apresentam como elemento que dirige, elemento
que se relaciona e elemento que atua. Se analisarmos a Humanidade, através de sua
História, vemos que descreve uma linha evolucional. Podemos, então, formar à luz
da Eubiose, outros dois triângulos que sintetizam ou simbolizam a dinâmica dessa
evolução e sua didática.

O primeiro triângulo:

Metástase

Templo

O entrelaçamento dos dois triângulos resulta num hexágono, símbolo do


trabalho de conjunto, ou seja, o elemento trabalhado e sua resultante. Esse
hexágono representa, ao mesmo tempo, o equilíbrio entre as duas atuações, quanto às
direções tomadas: uma do sutil para o grosseiro ou do subjetivo para o objetivo e
a outra do objetivo para o subjetivo. Sim, porque no segundo, como aspecto
didático, o movimento tem direção contrária, isto é, parte da análise para a
síntese. No primeiro triângulo que compõe o hexágono, temos o tema da matéria em si
e, no segundo, o tratamento dessa matéria. Em ambos, como se sabe de sobra , mas
que é preciso recordar para base de nossos entendimentos- semelhante ao
que se aprecia entre Luz-Cor ou no Homem, nos fenômenos que levaram a ciência de
nossos dias à concepção da psicossomática, isto é, que nada existe no físico que
não atue ou se reflita no psíquico e vice-versa, coisa preconizada pela Sabedoria
Arcaica.

No triângulo-tema de nosso estudo, temos Pai, o Criador, que se reflete no


Homem, como espírito. Neste, temos a expressão do Aspecto volitivo a vontade, a
bússola, o que se manifesta como roupagem de ideal. Quanto à expressão Mãe ou a
Plasmadora, correspondendo à Alma ou Psiquê, nela se encontra a ponta, a ligação, o
elo entre o aparato somático e o psíquico. E o contato físico-sensação que afeta o
ser, dando nascimento a uma necessidade vital de perceber agradavelmente o mundo, o
ambiente, de sentir-se bem. A sensação (físico) transforma-se em sentimento ou
afeto (psíquico). A Alma, a Psiquê representa o laboratório desses afetos
dinamizados ou postos em movimento, portanto, é o laboratório das emoções ...

Como um pequeno lembrete, devemos dizer aqui que nas últimas conquistas da
ciência, fala-se em anti-matéria. Conforme os estados de matéria temos
graus de vibrações diferentes. O que varia é a freqüência vibratória. No
Espírito, a vida energia tem uma freqüência vibratória rapidíssima. Ele dirige. É
de sua qualidade de matéria ou estado de ser, o movimento num campo vibratório
sutilíssimo.

A psique atua num campo subjetivo-objetivo ou bastante visível, palpável,


embora todo esse fenômeno seja constatável nos três aspectos de ser. Assim, o
primeiro -Espírito- orienta. Podemos dizer que é a inteligência esclarecida. O
segundo atua e se denomina, propriamente, Alma ou afeto, elemento transmissor, daí
a conduta, caráter. O terceiro age no sentido de executar a ação. É onde o
movimento, em termos de conteúdos, pode ser até vazio, apenas motor, dependendo
sempre do estado das duas ou três expressões mas, é realmente palpável.

Temos, então, um novo triângulo, para estabelecermos uma comparação com os


outros que já nos serviram de termos-síntese de estudo e, ao mesmo tempo, como meio
de penetração, em profundidade, de seus conteúdos:

orientação

conduta
ação

Num automóvel, por exemplo estão representados, respectivamente, pelo


motorista, pelo motor e pela direção e rodas. Isso também pode ser representado, em
linguagem filosófica, pelo triângulo :

Vontade

Se a Vontade já ficou bem esclarecida quanto às suas características ou


aspecto orientador, assim como a Atividade, como resultante daquele impulso sutil,
tomando expressão física, aspecto básico, veículo ou sustentáculo da polaridade,
falta-nos falar sobre Amor-Sabedoria, como elemento intermediário, ligação, acesso.

Se é elemento de ligação, age e sofre uma ação, logo está sujeito a


transformações e por isso, se expressa justamente no triângulo :

Metástase

Superação
Transformação
Já está representado como plano de ação superior ou supra-ação, que passou
"para além de”, conseguiu em outros termos, o equilíbrio; já não é um homem com
"h", mas com "H", isto é, é um Adepto.

Vemos, pelo que ficou exposto que é aquele plano que merece ser esmiuçado,
pesquisado em profundidade, pois contém verdadeiro manancial digno de ser observado
por todo aquele que se queira conhecer intimamente ou a si mesmo. Donde o valor e
aceitação da psicologia, pela Humanidade de nossos dias.

Diz-se que a Iniciação é fio de navalha. Isso, expresso em outras palavras:


as dificuldades que são encontradas na busca de equilíbrio psíquico, exemplificado
também pelo caminhar sobre um fio de arame. Nos vários triângulos, aqui
estabelecidos para estudo comparativo, e plano do que ora nos ocupamos, está
classificado, respectivamente, como Mãe, Princípio Plasmador, Alma, Condução,
Teatro, Amor, Sabedoria e Superação.

Tentemos, então, finalmente, penetrar no conteúdo da síntese Amor-Sabedoria:


o Ser Humano, através do laboratório dos afetos, amalgamando as emoções de medo e
ira, em suas variadíssimas gamas, luta pela conquista do bem estar, ou seja,
desfrutado pelo amor egocêntrico, transformando-o em amor altruísta, depois de
sangrentas batalhas. Para isso, entretanto, é necessário que seja auxiliado pela
inteligência esclarecida, que permite discernir, compreender e aprender
conhecimentos vivenciados, alcançando a razão ou saber. E vivenciando o
conhecimento ou sensacionando os fatos, transformado-os em afetos ou sentimentos,
que são sublimes de várias formas, e é assim, aos poucos superados à luz de um
raciocínio pesado, medido e contado, que se alcança o equilíbrio, ou seja, que se
consegue o fiel da balança na vertical, em termos de psicologia, maturidade
integral.

É preciso que se atente para o fato de que a Tríade apresentada como tema de
estudo, Pai-Mãe-Filho e, consequentemente, todas as que surgiram como suas
paralelas, análogas, expressa-se como símbolo, logo, apresentam-se todas em termos
de aspecto padrão, algo terminal ou já burilado ou como ideal alcançado. São,
portanto, aspecto-meta para o homem da Face da Terra, o ser em evolução.
Concluímos que o elemento mediador é aquele que perante a visão, é como que o
descerrar da pálpebra, o fio que liga e desliga. Numa palavra, é o que permite a
evolução ou a transformação do Homem em Deus, ou seja, que representa aquele
momento em que o homem recorda o dizer das tradições “que já foi Deus e se tem
esquecido” e alcança esse estado de consciência através de suas realizações
interiores-exteriores e transforma-se em Adepto.

Podemos dizer, para terminar, que o triângulo proposto para tema de estudo,
representa bem a linguagem simbólica, pois é verdade em todos os planos. Foi
desdobrado em vários outros, para poder ser analisado em profundidade. Conforme
vimos, contém em seu bojo todos os mistérios ou segredos que são os mesmos que a
análise psicológica, explicando ao homem, permite-lhe o conhecimento de seu EU, ou
de si próprio, dando-lhe possibilidades de evoluir, orientando-se com justeza.

Se pacientemente recordamos agora, as várias Tríades apontadas no decorrer


deste estudo, econtraremos cinco triângulos que se resumem em termos de realizações
iniciáticas, ou seja, filosófico-psicológico, no hexágono eubiótico.

Metástase

Teatro
Escola
Superação
Transformação

Templo

CONSELHO DE J H S:

“Quando se tem amor universal, tem-se o desejo de construir, de trabalhar


coletivamente, e quando se tem o amor sexual, tem-se, paralelamente, o desejo de
destruir”.

Temos o desejo de servir à Lei que a tudo e a todos rege, de servir aos
outros, desejo de praticar a fraternidade universal: Satwa e Rajas. Quando se
desejam as coisas para benefício próprio, querendo tudo para si, só pensando em si
próprio, nutrindo o egoísmo, temos a combinação de Rajas e Tamas.

Os homens, de modo geral, pensam em imitar a mente e o coração de Deus, mas


no fundo, são egoístas. Muitos possuem cérebro mas não possuem coração. Eis
porque os talentosos não aceitam e até repudiam a Filosofia de J H S, a Filosofia
do Futuro. Sim, suas mentes e corações tentam imitar a Mente e o Coração de Deus,
mas seus desejos são de natureza instintiva, passional e não chegam a desejar
coisas altruístas, do alto, do altíssimo. Sim, desejo do Senhor de Todas das
Idades ...
O desejar é querer por em prática uma “Vontade” conservada no escrínio da
mente e do coração. Por isso mesmo, torna-se cumprimento do DEVER realizar aquilo
que tomou vida e forma em beneficio de alguma causa Santa”...

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

25. TENTANDO COMPREENDER EUBIOSE

D
efinir EUBIOSE significa, a nosso, ver, limitar a sua compreensão. Compreendemos,
entretanto, porque todos nós procuramos definições. Com isso estamos nos
assegurando sobre algo. E essa palavra - assegurando - diz tudo. Devido às nossas
naturais inseguranças, que se refletem em todos os nossos atos e pensamentos,
quando queremos estudar alguma coisa e, portanto, apreender algo, obter algo,
segurá-lo, o medo de não o conseguir gerando a insegurança, gera também a ansiedade
ou a ânsia, o anseio de que a sua posse se faça de imediato. O que é indefinido,
portanto não findo ou não finito, ou infinito, nos deixa inquietos, acorda as
nossas inseguranças levando-nos, então, a buscar as definições, ou seja, que com
elas uma aparente tranqüilidade. Algo assim como um marinheiro de primeira viagem
que, ao embarcar, se diz em tom de alívio : “... já estou no navio” . Muito
embora o transcurso da viagem é que seja a realização da ação de viajar e para
chegar a ele ao fim ou ao lugar de demanda seja necessário resolver com acerto,
todo um itinerário, pois deste depende o alcançar ou não o seu desidério, o que
almeja ou o seu destino. O estudante busca uma definição porque precisa de uma base
segura, levado pelos seus fatores, digamos assim, de inteligência comparativa. Tem
uma definição e isso concretiza o assunto. A este tipo de inteligência, só
percebendo linearmente, ou a duas dimensões parece que uma definição basta. Tem o
conhecimento da superfície - ou superficial - e se satisfaz com ele. Fica na
“letra que mata... “ Essas pessoas só concebem ou só penetram no conhecimento da
medida a três dimensões, ou volume, experimentalmente. Por exemplo, através da
colocação objetiva ou experimental de um cubo dentro de outro e mais outros em
seqüência de menor tamanho até preencherem-lhe todo o vazio. Se o estudante,
entretanto, já tiver fatores de abstração em sua inteligência, tentará perceber em
perspectiva o volume, começando a raciocinar sobre o vazio do cubo, no exemplo
dado, isto é, começará a penetrar em profundidade na resolução do problema. Estará
agindo a três dimensões e começará a perguntar o porque, foi definido como volume,
já agora para voltarmos a palavra de definição. Quando a inteligência do discípulo
for dotada de fatores de intuição, ele superará as três dimensões, porque irá
diretamente ao ponto em que elas se encontram e entrará, assim na 4ª dimensão,
porque dinamizara ou pulverizara o objeto ou volume. No caso do cubo, ele se
abstém da percepção das seis faces quadradas que o compõem, não mais o percebe só
como 6 superfícies quadradas que formam um volume, mas o seu volume como conteúdo
e, além disso, na 4ª dimensão, penetra diretamente em cada uma das partículas de
seu aparente vazio. Assim, além de estar nas partes, de imediato está no todo, ou
melhor, estando diretamente no todo tem o conhecimentos das partículas, também.
Isto implica movimento.

A Constelação do Cruzeiro do Sul, percebida superficialmente ou a duas


dimensões, é vista como uma cruz da qual se diz que a estrela do meio está
ligeiramente deslocada. Se usarmos o mental abstrato, ou os fatores de abstração,
podemos observar que, de fato, esse aparente cruzeiro, em perspectiva, ou apreciado
em profundidade, as quatro estrelas maiores constituem os ângulos de um quadrado,
base uma pirâmide quadrangular da qual a estrela menor é vértice. Na quarta
dimensão, ou sendo diretamente percebida, já em movimento, já não é mais uma
pirâmide, seria talvez um cone, mas na realidade um vórtice de energia que se vem
realizando pelos espaços afora como luz, cor, som e que numa determinada faixa, ou
estado de matéria, se convencionou chamar de quatro grandes ou Maiores Rajas
( Maharajas ) objetivados ou realizados em outra faixa, ou seja, dentro do
concretismo absoluto, ou forma - quatro Kumaras - e aquela quinta estrela, ou ponto
projetado ou mais distante, o Quinto Kumara que se vem ou está realizando, nesse
mesmo concretismo, por isso Kumara de projeção ou ARDA NARISHA. Isso que gastamos
talvez uma centena de palavras para explicar ( duas dimensões ), o raciocínio
abstrato gasta um certo tempo jogando com vários dados, para compreender em
profundidade ( três dimensões ), a intuição deduz num relampear e nós dizemos
“Achei !” , “Tive uma idéia !” Tudo ficou claro em um segundo. Houve uma
comunicação direta, total do conjunto. Agiu a quarta dimensão ou percepção
eubiótica. “A definição genuína de uma palavra deve abarcar, sem ambigüidades,
todos os alcances da palavra ; fora deles nada mais”, disse Spearman. Isso porque
não sendo assim torna-se uma descrição, ou, quando muito, um enunciado. De acôrdo,
porque definir, é sintetizar, e na síntese há que existir a precisão do vocábulo.
Se definíssemos EUBIOSE como “Ciência da 4ª Dimensão” ou “Filosofia da 4ª
Dimensão” seria uma definição, ou apenas um enunciado ? Não sabemos. Como sabê-lo
se ainda não vivemos e vivenciamos eubioticamente ?

Quando o homem alcançar esse estágio, estará percebendo como o fator da


inteligência que se chama INTUIÇÃO. Superou os mentais comparativos e abstrato.
Percebe tudo intuitivamente. Vê de dentro para fora, porque seus olhos não
percebem, por exemplo, uma esfera pelo seu aspecto externo e sim, indo diretamente
pelo seu conteúdo, no ponto central ou de origem. Algo assim como se ao seu ver uma
laranja ( forma e cor ) se sentisse, ao mesmo tempo o gosto de seus bagos e o seu
perfume. Por enquanto o homem, ainda percebendo a duas e três dimensões, tem
necessidade de provar a laranja. Percebe-lhe o sabor, o que dela é agradável e
desagradável, através de seus sentidos e, assim se interpenetra dela, vivenciando o
seu conhecimento, que lhe vem de fora para dentro, sabe o que a laranja é, e
inclusive, jamais esquece o que ela é porque vivenciou o conhecimento. Cabe, ao
mesmo aqui, lembrar que, para tanto, somaticamente está o homem perfeitamente
aparelhado, contando na boca com os seus auxiliares - os 32 dentes - “32 portais da
Sabedoria” ( os quais tanto se referia nosso Grande Senhor, e por que ? ) que
atritando, triturando o alimento lhe permitem uma assimilação, podemos dizer que
direta, pelo organismo. Como que os dentes agem, relativamente à consciência de sua
natureza, em função, em equivalência com a 4ª dimensão. Há, portanto, uma harmonia
entre o organismo e o alimento ingerido. Assim como se, no caso da laranja,
penetrássemos seu conhecimento na 4ª dimensão, a ação dos dentes seria uma
vivenciação equivalente. Eis porque nosso Grande Senhor pedia aos discípulos que
vivenciássemos a “OBRA” , para poderem compreende-la e se interpenetrarem dela. É
como se estivessem degustando uma fruta. Perdoem-nos a comparação tosca, mas
segundo cremos, bastante palpável, clara para o nosso entendimento.

A arquitetura de nosso Templo é uma lição de Eubiose. Externamente é reto,


quadrangular. Internamente é circular. Em seu âmago, ou onde o discípulo medita,
onde se põe em contato com o Universo, ou seja, que tenta com ele a comunicação
direta, se movimenta primeiramente, para agir logo após. Nos rituais ora de
dramatização ( drama + ação ), a História da Obra, ora ela é recordada em uníssono.
Nesses momentos há maior possibilidade de integração na Consciência de JHS, pela
vivência dos acontecimentos. Como, porém, ainda não somos iguais, mas semelhantes,
e até dissemelhantes, cada qual alcança um nível evolucional ou de penetração no
Todo, de acordo com seu nível atingido, ou estado de consciência, mas já
constituindo um coro, mais ou menos afinado ou afinizado. É como se estivéssemos
subindo uma imensa escadaria espiralada, representando, cada degrau os vários
estados de consciências dos Munindras. Todos entoam o mesmo canto, dependendo
apenas de cada um galgar os degraus. A nossa inteligência, dominada pelo mental
concreto, propende para a análise. Tentando, esforçando-se o Munindra por vivenciar
a Obra do Eterno, isto é, embebendo-se das realizações do Avatara passa,
automaticamente, tal como um reflexo condicionado, a percebê-lo em todas as suas
atitudes, mas como um todo, num todo, em atividade ou atuação. Como no caso do cubo
onde já não importam as suas seis faces quadradas, mas mais além ainda do que
representa o volume, indo direto ao que ele representa, deixamos entretanto, de lhe
perceber as faces, apenas estas não impedem a percepção em termos de volume e de
seu conteúdo, estando ambos num todo dinamizado. O mesmo que já dissemos em termos
de percepção da laranja. Quanto ao Avatara : é percebido como um homem, seus
gestos, suas atitudes, suas reações não impedem que seja visto diretamente em sua
Essência, ou Consciência. E Ela é a LUZ, o NOME, a SENTENÇA, a VONTADE, a
REALIZAÇÃO, a EXPANSÃO, o TRONO DE DEUS ; em síntese P A X e X A P ou AKBEL,
DEVA VANI, JHS, REI DE MELKI-TSEDEK. Na Face da Terra o Revelador, no Mundo de
Duat, o Filho do Homem, em Agartha o Rei, em Shamballah, a Divindade.

Luz, cor, som, forma, movimento, atuação, constituem a cena e o cenário


do Santuário de nosso Templo ( Escola-Teatro-Templo ) primeiro dedicado a todas as
religiões do Mundo e, depois, ao AVATARA MAYTRÉIA, isto é, primeiro ao Passado,
detalhe, depois ao futuro. Síntese ou integração, comunicação direta ou percepção
Eubiótica. Os mantrans ( medida do som ) nele entoados, os hinos ( louvores em
honra à Divindade, epopéia de heróis ) contam, narram a História da “Obra”,
proporcionando aos Makaras a sua vivência, como se fossem terra arada que o orvalho
da Mente Universal fecunda, para que a sementeira do novo ciclo, possa florescer. E
essa Mente Universal esteve com seu emissário entre os Munindras - DEVA VANI, o
Anjo da Palavra. Sua voz se ergueu inúmeras vezes no 8º Templo, Seção externa, na
Serra da Mantiqueira, para pronunciar seis palavras sínteses do Saber, que revelava
neste Ciclo : Transformação, Superação, Metástase. Escola, Teatro, Templo. Na
verdade, Chaves que nos trazia para que, com elas, abríssemos o mistério da
comunicação direta, a percepção eubiótica, a Quarta dimensão ou EUBIOSE – Estado de
Cosnciência Futura - ou Sabedoria do Futuro ou Filosofia do Futuro. Era o Espírito
de Verdade falando sua linguagem nesta nova presença na face da Terra. “Cada vez
que o Espírito da Verdade se apresenta na Face da Terra, tem uma linguagem nova, do
contrário não seria necessária sua presença”, advertia o Grande Senhor. “Trago um
novo estado de Consciência. Não mais admito que se diga : Tive uma idéia - porque a
idéia será permanente no homem”. A idéia todos nós somos acordes em aceitar como o
lampejo divino, o relâmpago do espírito, o brilhar da intuição ou o fator de
inteligência que qualifica o homem genial. Lampejo, brilho, relâmpago, qualidades
inerentes à Luz. Esta se comunica por ser próprio de sua natureza, diretamente,
isto é, alcança o todo e as partes ao mesmo tempo devido à sua velocidade. E então,
que novo estado de consciência será esse, onde a idéia é permanente e, portanto, a
comunicação direta ? A resposta é por demais evidente. É o estado de consciência
eubiótico ou aquele um que o indivíduo percebe através da quarta dimensão. Logo,
quem vive eubióticamente se comunica em 4ª dimensão. Isso não explicará porque os
Lung-Pas se ligam a uma estrela e deslizam no ar ? .

Pela 4ª dimensão alcança-se o Mundo Jinas ou dos gênios, senhores de Budhi ou


intuição. Motivo pelo qual JHS dizia que a palavra gênio deveria ser escrita com J
e não com G ; assim estava chamando a atenção dos discípulos para a natureza da
intuição. Em suas palavras houve sempre um transbordo de conhecimentos sintetizados
: “Precisamos lutar pela EUBIOSE”. “Essa EUBIOSE tão propagada, mas até hoje não
aplicada”. “Trabalhamos para o surgimento de uma 5ª raça”. “As raças futuras
serão detentoras de dois mentais” . São as raças Bimânica e Atabimânica”. E que
outro papel mais importante tiveram os Dhyanis Jinas, nascendo em 1900 senão o de
darem uma nova tônica ao século XX, em seu nascedouro ? Que mais relevante o papel
senão o de imprimirem, na humanidade, com suas presenças nas Universidades
espalhados pelo mundo inteiro, um novo rumo ou direção para o mental abstrato, o
rumo que leva ao desenvolvimento da intuição e, portanto, à tônica de um novo
estado de consciência ? O estado de consciência eubiótica, ou da 5ª raça, ou Jina,
ou que se comunica na 4ª dimensão ou de dentro para fora e que, assim, permite ao
homem entender os Mundos Subterrâneos. Não será essa uma comprovação do “saque
contra o futuro” ao qual se referia o nosso Grande Senhor ? Verificamos que o
trabalho da Lei é feito com grande antecedência, daí a possibilidade dos
vaticínios.

Como resultado, mais do que evidente, do trabalho daqueles sete maravilhosos


seres, está o rumo que tomaram a arte e a ciência. A primeira manifestada nas
expressões da chamada arte abstrata, e a segunda, descobrindo o que denominou de
anti-matéria.

Não será o papel do discípulo receber as palavras do Mestre e tentar


penetrar-lhes o sentido, pelo menos a três dimensões, “mastigando-os com os 32
portais da Sabedoria” mentais para assim beber a ambrosia do Deus AKBEL ?
Apreciando a conduta de Nosso Grande Senhor, como Mestre podemos observar que, a
cada momento nos adverte contra a tendência, à percepção a duas dimensões,
alertando-nos para que deixássemos “a letra que mata, pelo espírito que vivifica”
. Com isso queria que todos raciocinassem realmente, pelo menos à três dimensões.
Isso fez durante anos a fio, com a máxima paciência até que, em determinado momento
levantou vôo alcançando os Munindras nos ares, isto é, à 4ª dimensão, começando a
falar em Eubiose. Se trabalhava pelo surgimento de uma quinta raça, é evidente que
tentava, através de um conjunto de ações didáticas, despertar os dois mentais nos
Munindras e, além disso, dar-lhes a consciência desse trabalho para que, assim
conscientes pudessem ser, entre os homens, os seguidores dos Dhyanis-Jinas. A
Humanidade, dessa forma estaria envolta por uma corrente da mesma substância.
Pensamos que também por isso e para isso, há uma função Templária e Tributária. E
que linguagem usariam os Dhyanis Jinas ? A mesma de JHS ? Não, pois Ele só Ele era
o Revelador - usava a linguagem do 2º Trono, do futuro. Os Dhyanis, na face da
Terra, como pontas de lança de JHS usavam linguagem Humana ou se apoiavam na
Linguagem Científica e Artística do homem culto. Nosso Grande Senhor, como
iniciador, usava inclusive, os meios que, incentivando o funcionamento ou
acelerando o funcionamento da hipófise, permitissem ao discípulo o despertar de
todos os fatores de intuição. Levava-as, desse modo ao 5º estado de consciência, ou
seja, aquele em que começa a florescer, no homem, a tríade superior, portanto
começar a bruxulear a iluminação ou a usar a comunicação que é idêntica à
velocidade da luz, vendo de dentro para fora, intuindo ou tendo a comunicação
direta, agindo na 4ª dimensão ou percepção eubiótica. Podemos dizer, por tudo isso
que, de certo modo, é a percepção que já não é mais motivada pelas sensações
periféricas, se assim podemos expressar e fazer entender, muito embora que para se
chegar a esse ponto tenha sido necessário todo um aprimoramento dos sentidos, tudo
em completo e perfeito amadurecimento do sistema cérebro-espinhal e também do
sistema endócrino, ainda em desenvolvimento no homem na Face da Terra, pois a
natureza não dá saltos.

Como resultado de tudo quanto já foi revelado pelos Avataras anteriores deste
século, a educação na Face da Terra, nesta época, tem tido criaturas geniais como
intérpretes. Assim chegou ela concorrendo para melhor compreensão e aceitação da
EUBIOSE, à chamada Escola Ativa onde o preceito constante é a busca da saúde
psíquica, do equilíbrio físico, o respeito pela personalidade da criança, do
adolescente, do homem e consequentemente do adulto... Constituindo-se no estudo dos
métodos mais adequados que alcancem o desenvolvimento sensorial, que culmina na
atual preocupação de Delacato e seus seguidores, com o amadurecimento neurológico.
Em Montessori, por exemplo, é básica a idéia de que a escola é o lugar onde a
criança desabrocha, se expande, aprimora os sentidos e a aprendizagem surge como
conseqüência em contraposição à antiga concepção de lugar onde se instrui. E essa
educadora quem diz : “Para conhecer a criança é preciso que se lhe ofereçam os
meios necessários a sua vida interior e deixar-lhe a liberdade de se manifestar.
Cousinet no trabalho em grupo, incentiva a atividade espontânea e Rarriére,
preconiza a utilização das energias construtivas da criança no domínio da criação
artística. Todos esses educadores, como se percebe, incentivam, despertam o
interesse da criança utilizando-lhe a curiosidade e fazendo de seu trabalho ou
atividade lúdica, fonte de prazer, e conhecimento, por isso é um com ele, vivencia-
o e jamais esquece o que aprendeu, na realidade aprende. “O Homem é infeliz por
ter feito do trabalho um sacrifício e do amor um pecado”... JHS, referindo-se à
educação ideal diz que se deve proporcionar o conhecimento, agradavelmente.

No terreno da psicologia que tanto auxiliou a pedagoga, basta que citemos


Freud, Adler, Kunkell, Jung. Este último estudou minuciosamente todas as facetas da
filosofia oriental e cristã, para fundamentar ou aprofundar mais sua psicologia
complexa, executando frente a humanidade o que JHS vaticinou - “neste século o
Oriente se fundirá no Ocidente”. Escreveu, inclusive, um livro sobre Kabala
considerado o melhor no assunto, de nossa época. Freud dividiu o Eu - ponto central
do indivíduo, o que se chama de mundo íntimo - Eu Neutro - ID, EGO ou EU, mediador,
equilibrante e Super Ego, a aceitação das conceituações construtivas do ambiente.
Através da sua análise buscou dar ao homem o conhecimento de si mesmo. Na Sabedoria
Iniciática das Idades, expressa em sua última etapa, na linguagem do Avatara, como
EUBIOSE, o EU interno é a centelha divina e, quando iluminado, o ponto BINDU de
onde se emana a Verdade, a diretriz da criatura. É a sede da unidade, a centelha, a
fagulha que se separou da chama, é a voz interna. Temos então, outro ângulo por
onde compreender a palavra EUBIOSE : Eu - centro e mais bios - vida, logo o centro
da vida, mas nesta etapa, consciente. Por isso tem o conhecimento direto dessa
mesma vida. “EUBIOSE é a ciência da vida” porque tem o seu conhecimento direto, o
conhecimento ou consciência. É UM com Ela. Começou a ser um por ela e acaba sendo
um ou uno com Ela.Daí AT NIAT NIATAT - um por todos e todos por um, mas, na
verdade UM NO TODO E O TODO NO UNO.

A diferença que existe entre os homens inteligentes que não conhecem o


AVATARA e os que o conhecem e reconhecem é que estes podem caminhar pela estrada
reta e principal. Tem que lhes traçar o caminho, são auxiliados por um imenso
farol, enquanto os outros vão por caminhos tortuosos e pouco iluminados. Com isso
queremos dizer que os Munindras sabem ou podem saber porque vão em linha reta para
onde vão, enquanto os outros vão tateando sem saberem o verdadeiro motivo. É como
se fossem numa grande onda. Daí o homem genial redescobrir a Cibernética
( origináriamente arte de dirigir, de governar ) e buscar as teorias da informação
“os meios de comunicação que Marshall Mcluhan aponta como “extensões do homem
levando-o para o mundo cósmico”. Caminham assim para o descobrimento dos Mundos
Subterrâneos ou concretismo do Cosmo, sem o saberem. Para eles, a princípio será o
“acaso”. Enquanto isso JHS preparou seu povo através de revelações e exercícios -
YOGAS - para que pudessem alcançar o estado de consciência eubiótica. Preparou-lhes
o corpo, a alma e o espírito através de dois aspectos, teórico e prático ou mental
e físico, sendo que o psíquico recebendo o influxo da arte nos rituais onde o drama
ou a ação reúne todas as artes nas suas manifestações de LUZ, COR. SOM, FORMA,
MOVIMENTO. YOGAS de preparo individual e também coletivo. Em ambas está sempre o
discípulo sendo que equilibrando com seus próprios elementos e com os elementos da
natureza, mas em todos eles há um aprimoramento dos principais sistemas que
compõem o organismo humano, e servem de sustentáculo aos princípios superiores.
Para comprovar o que dizemos, citaremos algumas dessas Yogas, apenas para refrescar
a memória, pois, para todos nos é importante meditar e chegar a conclusões.
Comecemos pela Yoga respiratória acompanhada de tantas explicações e ensinamentos
sobre Ida, Píngala, Sushumna :

• a Yoga dos chacras, em relação com o sistema endócrino ;


• a Yoga do Cardíaco, tangendo o aspecto afetivo emocional ;
• a Yoga dos Olhos, da ponta do nariz, como eram portanto, de desenvolvimento
dos sentidos, levando o discípulo à descoberta da 4ª dimensão ;
• e usando todo esse aprimoramento, surge a Yoga de AKBEL, cuja gesticulação
por si só é um esclarecimento do que tentávamos demonstrar.

E que diremos da Viagem ao Caijah ? E da Yoga Universal ? Citemos ainda uma


outra, possivelmente menos lembrada, feita em conjunto ou em ritual - a Yoga dos
Cinco Elementos, ou Tatwas, em Ritual Cósmico, ligando os discípulos à constelações
de ZIAT. Não seria interessante pesquisar o por que?

E agora para maiores esclarecimentos, ainda, não há como citar um trecho do


“Livro dos 4 Rios Celestes” - Cap. Fantasmas Cósmicos - sec. 2 - código 17.
“Ninguém procure harmonizar a Natureza com o Divino, sem estar harmonizado com
ambos. Terá olhos e não verá. Terá ouvidos e não ouvirá. Terá narinas e não
pressentirá o verdadeiro “ODOR” das coisas. E a Boca será apenas um vil
instrumento de triturar alimentos em vez de instrumento falante das coisas divinas.
Com a perda desses cinco sentidos, jamais poderá compreender a existência e o
valor das Cinco Forças emanentes “das Cinco”, também distâncias cósmicas, onde a
quinta é a mais afastada. O próprio tempo é desigual para poder ser igual a tais
forças. Aquele que é UM e TRÊS, ao mesmo tempo é ÚNICO IMÓVEL para os 4 MÓVEIS.
Procura ouvir e ver cada um deles, com o sentido que lhe corresponde e ele te
revelará toda a VERDADE. As mãos postas na fronte e com o seu contato revelarão
ainda mais, todos os mistérios que eles traduzem. “Tu respiras para não morreres,
mas tu não sabes respirar como as leis exigem. Nunca tu deves respirar
profundamente, senão, quando não encontrares AR algum nas tuas narinas. No entanto,
quando Deus te revela os seus segredos, e atende seus pedidos.

“NOTA DE JHS” - Esta passagem mais reveladora, embora seu sentido velado,
quer dizer que a respiração mais profunda, quando não existe quase ar nos pulmões,
é quando vibra o “tatwa” AKASHA. E isto deve ser feito como eu tenho ensinado
diversas vezes - em Padmasâna, período de Suchumna, as duas narinas equilibradas
mas... sem ar algum no momento. Ar, entretanto, sutilíssimo que não é percebido,
mas ao homem alimenta, sem o que ele seria forçado a respirar pela boca, qual
acontece quando as narinas estão entupidas pelo resfriado.
Por tudo isso nunca será bastante Louvado, Reverenciado e Amado NOSSO GRANDE
SENHOR JHS.

LADAK LADAK LADAK

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE


26. TEATRO GREGO E TEATRO EUBIÓTICO - PARTE I

É sabido : a História faz-se em Ciclos.

O
s gregos, em um ciclo, experimentaram localizadamente ( mar Mediterrâneo - parte
inferior da Europa ) e que a Civilização Ocidental está experimentando
amplificadamente. Os gregos foram as cobaias - cobaias conscientes, por dizer,
humanas ou não - autômatos. A Civilização Ocidental e a aplicação em larga escala
do helenismo. Helenismo, que em seu nível inferior é a luta entre o dionísiaco e o
apolímeo. Relembramos isto, porque nos faz compreender bem a importância dos
estudos históricos. E mais, porque em qualquer estudo há uma parte fundamental : é
aquela dedicada ao histórico. A exemplo disso, temos que na Iniciação de JHS, parte
considerável é dedicada ao estudo da História da Obra.

Hoje, na realização da Eubiose, ao se partir essa mesma realização mediante a


aplicação da Trilogia Escola-Teatro-Templo, sob a égide de Teatro ( quer dizer o
Teatro como aríete ) há que se cotejar o agora-Teatro, com o ontem-Teatro. A
Grécia e a Civilização Ocidental. A Tragédia-Comédia gregas e o Sociodrama
Eubiótico.

Vamos fazer o cotejamento esquematizadamente : mormente por causa de sua


concomitante amplitude/profundidade : sua importância. Começamos com um histórico
fatual-biográfico ( Histórico-I ) e depois, alcançamos estudar a forma teatral
( Histórico-II ) grega. E cotejamos com o Teatro Eubiótico : O Teatro da
Liberação, da Espontaneidade e da Criatividade.

HISTÓRICO - X jâmbico

Aristóteles, na sua Poética, afirma que a tragédia grega se originou no


ditirambo, enquanto a comédia teve origem nos contos fálicos. Uma e outra dessa
fonte “folclórica” , de transformação em transformação, chegaram um dia, às
formas em que depois se fizeram : Tragédia e Comédia.

Aristóteles imputa a Homero, os fundamentos da primeira construção literária


digamos assim, de uma comédia : o poema “Margites” , que se perdeu para a
posteridade. Mais ainda, Aristóteles descobre analogias com a tragédia, nos poemas
“Ilíada” e Odisséia” . Informa-nos o filósofo de Estagira, que “Margites”
apresenta a forma dramática “drama” - ação - em execução ou em “sto” da censura e
do ridículo, em versos. Versos que são adequados para isso, por serem até
freqüentes na conversação tagirita a hipótese de que, de conformidade com os seus
temperamentos, alguns poetas assumiram superar-se dos versos jâmbicos foram para a
comédia, enquanto outros, igualmente superando-se, foram de epopéia para as
dramatizações trágicas.

Bom, o mais provável historicamente, entretanto, é que tenha sido Arion o


precursor do Drama Grego - aceitando-se informações de Heródoto. Arion, que viveu
dos fins do século VII ao início do VI , era natural de Lesbos; entretanto, residiu
a maior parte de seu tempo em Corinto, na corte do tirano Periandro. Corinto, diga-
se de passagem, era a cidade que para o poeta Píndaro fora o berço dos ditirambos.
Arion, então, fez a reforma simples do ditirambo, pela intromissão de sártiros
falando em versos. Com isso, deu um sentido de dialogação ao ditirambo, na sua
evolução para o drama satírico e para a tragédia. Portanto, a Arion cabe a glória
de haver intercalado, pela primeira vez, nos ditirambos, breves colóquios entre o
“corifeu” e outros membros. Na verdade, quase que eram como um drama grego as
composições de Arion, que eram cantadas, faladas e acompanhadas de representações
pantomimicas. Há dúvidas, quanto ao ter sido ele quem introduziu a disposição
circular do “coro”. De resto, uma forma espontânea de tomar posição em volta do
“altar” . Não obstante, é provável que tenha contribuído ( Arion ) para a fixação
em cinqüenta do número de componentes do “coro”.

Téspis, que nasceu na alvorada do século VI, em Icária, depois transferiu-se


para Atenas, onde provavelmente começou a exibir as suas peças no ano 500 a.C.
Téspis é geralmente tomado como o criador do teatro grego. Suas contribuições,
acrescentou o primeiro ator nas exibições de ditirambos, tirando-lhes desse modo, a
feição de pura narrativa cantada pelo “coro” . A narrativa foi substituída pelo
diálogo de acontecimentos vividos no momento. A Téspis também cabe ter
introduzido o uso da máscara, em lugar das faces simplesmente pintadas até então em
uso; como a rápida mudança dos caracteres. Portanto, tornou-se possível com as suas
inovações, a verdadeira ação dramática, ao mesmo tempo em que eram criados
personagens, fato inclusive que lhe acarretou censuras, por haver personificado
Deuses e Reis.

Esquilo ( 525-456 a.C. ). Coube-lhe haver levado o drama grego à sua plena
maturidade. Introduziu mais um ator e reduziu a ação do “coro”, cujo número de
componentes fez descer para doze. Com um “coro” de doze pessoas e com dois atores,
Esquilo conseguiu acentuar cada vez mais a ação dramática e desenvolver a
complexidade das tramas; sugerindo o seu desenvolvimento para o futuro com a
diminuição crescente do papel do coro ( um remanescente dos ditirambos
primitivos). Doravante, em verdade, a evolução do drama grego se caracteriza,
fundamentalmente, pela tomada desse rumo por Esquilo revelado. Sociologicamente,
isto significa a implantação do individualismo, às expensas do grupal, na cultura
grega. Também, a dissociação entre arte e cultura popular “folclore” , digamos
assim, que culminou com a profissionalização e comercialização da arte. Bem como, a
existência simultânea de duas artes: a erudita e a popular. Esta. mantém de um modo
fantástico a fidelidade às suas raízes, quer no tempo e quer no espaço.

Sófocles ( 497-406 a.C. ), introduziu, seguindo o rumo de Esquilo, o terceiro


ator, reduziu mais ainda o papel do coro : modificou para 15 o número de seus
componentes e atribuindo-lhe um caráter mais efetivo no desenrolar da ação. Este
fato permitiu maior consistência na estruturação das peças. Portanto, Sófocles :
três atores e 15 componentes corais. Sófocles também abriu os seus próprios
caminhos, quando abandonou o sistema de trilogias adotado por Esquilo, passando as
suas peças a não apresentar interligações aparentes do mesmo assunto.

Eurípedes ( 485-406 a.C. ), este não trouxe contribuições à estrutura do


drama : aceitou-o como fora deixado por seus antecessores e utilizou-se das formas
consagradas. Contudo, demonstrou particular atenção, pela maior complexidade da
trama de suas peças, mais “psicologia” , mais “individualismo” - em que as
funções do coro, então, tendeu a reduzir-se mais ainda do que o fora em Sófocles. O
que é importante, Eurípedes emancipou-se das preocupações de ordem moral, presentes
sobretudo em Esquilo e menos em Sófocles, dando mais sentido ao uso dos “prólogos”
e à caracterização dos personagens. Pode-se afirmar com alguma relutância, que foi
Eurípedes o primeiro a introduzir o diálogo entre três personagens, como se
verifica do verso 1209 em diante de “Orestes” , pois até então, embora presentes
mais de dois personagens, o diálogo se processava sempre de dois a dois, em
sucessão. Eurípedes também lançou mão dos solos e duas alternadas na tragédia;
desconhecidas essas soluções em Esquilo, mas de já apareciam nas últimas peças de
Sófocles. Isto mostra haver sido Eurípedes quem por primeiro as utilizou. Bom, no
que interessa, a influência de Eurípedes foi considerável e exerceu-se antes sob os
aspectos, digamos, fisiológicos e psicológico do que anatômico, do drama grego.

Muitos outros existiram, contudo, menores. Dentre eles parece-se destacar


Agaton, a quem são atribuídas pequenas três inovações : a utilização do tema de sua
própria invenção em um drama; a intercalação em suas peças de interlúdios musicais;
e o emprego de uma lenda ou mito completa em cada uma de suas peças dramáticas, em
lugar de um episódio, como de praxe.

Vejamos agora a comédia, que se atrasou em relação à tragédia; pelo menos,


somente em 486 a.C. , a comédia foi admitida em competição pública. Como era de se
esperar, desse atraso, recebeu influências do aprimoramento da expressão trágica.
Não obstante, apresenta uma estruturação muito mais complexa e uma forma muito mais
restrita do que a tragédia. Por exemplo, a comédia era um composto de elementos
corais e ações decorrentes de diálogos desenrolados em torno de uma ou mais tramas.
E isto advém mesmo de sua constituição, em que devem ter contribuído em partes
desiguais, a “farsa” Peloponesa, o siciliano e o “comos” ático, sobretudo na
modalidade em que os participantes, em coros cantados e dançados, tinham por
costume disfarçar-se em animais. Aristófanes é o ápice na comédia e em suas peças,
os coros são formados dos animais, que intitulam as peças, fato que indica, por
conseguinte, uma reminiscência desmascaradas dionisíacas.

Historicamente, parece competir a Susarion ( de Megara Hibléia, perto de


Siracusa ) a glória de haver por primeiro adaptado o material das procissões
rituais, cerca do ano 560 a.C. Da Sicília, a comédia teria passado ao Peloponeso e
daí, Atenas. Aristóteles, contudo, refere-se ao poeta Epicarmo ( séculos VI e V
a.C. ) como quem deu forma literária aos “mimos” e “bufonerias” , tradicionais
entre os dórios; bem como, refere-se a Crônides de Atenas ( 488-460 a.C. ), com
idêntica atuação em relação às palhaçadas megáricas. Mais ainda, em Atenas e
contemporâneamente a Aristófanes, foi o primeiro a - deixando de lado a forma -
elaborar uma comédia com seus componentes girando em torno de tramas generalizadas
jâmbica. No que importa, foi com Aristófanes ( 448-50 - 380 a.C. ) que a comédia
alcançou sua plenitude e mais, como gênero, elevou-se definitivamente à dignidade
atribuída até então à tragédias. O vigor da “comicidade” , em Aristófanes, de
sobrevivência incomum, não é somente um marco na história da comédia, desde que
continua a ser através dos tempos, uma fonte preciosa de conhecimentos iniciáticos.

Após a Aristófanes, encontramos apenas significativamente a Manandro


( 342-292 a.C. ), cuja obra personifica o movimento chamado de “Comédia Nova”
( Aristófanes, “Comédia Antiga”).

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SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

27. TEATRO GREGO E TEATRO EUBIÓTICO - PARTE II

A
uma referência ao teatro grego, é se levado a pensar, sobretudo, em termos de
tragédia e de comédia. Na verdade, eram quatro as formas de representação dramática
grega : o ditirambo, a tragédia, a comédia e o drama satírico. Cada dessas formas
possuía sua peculiar fisionomia.

O DITIRAMBO, a mais simples e a suposta fonte de origem das outras, era um


canto coral ou coro de disposição circular, dançando com acompanhamento de flauta
em torno da imagem de Dionisos. Assim, em louvor ao Deus Dionisos, que veio da Ásia
Menor para a Grécia, acompanhando o seu culto, era o ditirambo uma forma de
representação em que se contava e se dançava fazendo roda, em invocação a essa
divindade invasora. Antes, os componentes do ditirambo desfilavam em procissão até
o local do rito, no Templo de Dionisos. Como elemento do culto, a celebração se
fazia à noite, em caráter litúrgico. Ocorria o sacrifício, especialmente de um boi,
sob cuja forma se apresenta parte do próprio Deus, algumas vezes : Dionisos-
Zagreus. Seguia-se, pois, que era a finalidade um êxtase coletivo, pela combinação
de movimentos rítmicos com aclamações e vociferações.

Essa explosão anímica na Grécia teve um sentido que devia ser espetacular,
para que pudesse ter evoluído para se futuras competições de natureza dramática. Ou
por outra : a elite intelectual da Grécia soube sublimar a “alma do povo” ,
ativada até a exasperação pelo Deus Dionisos. E, porque, ou, em que se pode basear,
para tanto inferir ?

Primeiramente, nada demonstra que o ditirambo, em suas obscuras origens,


tivesse uma forma definida : o número de seus participantes seria variável,
conforme a importância da consagração religiosa, em que fosse executado; e mais,
provavelmente “em cima” , não obstante a contradição de que o culto de Dionisos
fosse propagado e exercido em contato com a natureza, principalmente pelas mulheres
( as Mênades ou as “bacantes” ), nos vales profundos ou “em baixo”.

A verificação supra nos leva a compreender que nem sempre tenha tido o
ditirambo caráter dionico. Ocorre, isto sim, uma ligação constante entre Dionisos e
o ditirambo literário. Este Dionisos era um Deus invasor, que se substituiu a
Deméter nos mistérios de Eleusis e que se confundiu com outras divindades femininas
: Artemis-Hécotes. Enfim, a eterna luta entre lunares e solares, até que um solar-
lunar-andrógino sintetiza e induz para uma situação superior.

Bem, deixando de lado esta interferência e ficando no estudo formal, vemos


que sua forma primitiva passou para outra mais evoluída, com a predominância de um
lirismo coral que se desenvolveu dos séculos VII à VI, pelo acréscimo de partes
contadas pelo exarchôn ou animador e pela utilização de um chorodidascales, ou
instrumento profissional para o desempenho dramático dos coristas. Este era o
ditirambo das Grandes Dionisíacas ou Dionisíacas da Cidade, cujos coros cíclicos,
em número de dez, disputavam a vitória em competições públicas.

O drama satírico é a forma dramática desse tempo que mais se aproxima do


ditirambo. Procedia dos cantos fálicos, de um culto à procriação. Estes se
fundiram, posteriormente, ao “mimos” ou representações satíricas e se associaram,
também, aos festejos do próprio culto dramático. Destes diferia da perspectiva
estrutural pela presença de sátiros e ninfas, que provavelmente constituíam seus
coros, principalmente os sátiros. Agora em lugar de representar o caráter grave ou
lírico do ditirambo, visava expressar os transes dionisíacos ( ou melhor,
“báquicos”) em suas deformações corporais. Evidentemente, ocorria um ajustamento ao
sentido burlesco dos gestos, conteúdo poético dos cantos e da música em que estes
repousavam.

A hipótese histórica da origem comum do drama satírico e do ditirambo, é


baseada no fato conhecido da existência de uma forma primitiva de ditirambo ( Culto
a Dionisos ), em que um coro, com seus componentes travestidos de sátiros, cantava
hinos em honra a esse Deus asiático. Lembremo-nos de que o ditirambo do século V
não apresentava mais esse coro de sátiros e sim a modalidade posteriormente
referida, ( intelectualizada ), para que se assuma induzir que este ditirambo e o
drama satírico houvessem evoluído, em dicotomização daquele ditirambo primitivo.

Aristóteles supunha que era desse drama satírico que, por sua vez, teria se
originado a tragédia ( sem perda das outras hipóteses explicativas para sua
origem ). O certo é que tinha a tragédia grega uma estrutura definida, ao tempo de
seu amadurecimento. Vamos a essa forma.

Abria-se por um “prólogo” , em que o autor apresentava à audiência, em


monólogo ou diálogo, os fundamentos e objetivos de sua peça. Após, vinha o
“párodos” : a entrada do coro, cantando e dançando e gesticulando, ao ritmo de seus
movimentos, sustentados por música. Depois do aparecimento do coro, que no geral
permanecia em cena até o fim da encenação trágica, seguiam-se então os “episódios”
, trechos dialogados freqüentemente em número de três ; para terminar, o
“axodos” , uma cena final em que se verifica a retirada do coro. Cada episódio, de
sua parte, era seguido de um “etasimon” ou “ode coral” , passível de ser
substituído por um “commus” ou passagem lírica cantada pelo coro juntamente com
um ator ou com os atores. Também podia o coro partir-se em dois grupos : “strophe”
e “antistrophe” , a cada um dos quais poderia opor-se uma “epode”.

Diferente do teatro moderno, o uso da palavra não era exclusivamente em


prosa. Havia trechos declamados, outros dialogados e ainda outros cantados sob
formas variadas ; por exemplo, podiam os trechos cantados manifestar-se por
“threna” para exprimir lamentações, ou “péans” e “hyporchèmes” para os momentos
apaixonados. De um modo geral, quando a voz da paixão era que se fazia ouvir, a
linguagem trágica se transformava em canto.

Originariamente a comédia parece resultar de várias contribuições, conforme


vimos antes. Apresentava uma estrutura muito mais complexa que a dos outros tipos
de representação. Agora, isto se refere mais à chamada comédia antiga
( Aristófanes ) que a comédia nova ( Menandro ), que tendeu para a simplificação.

A abordagem da forma teatral comédia grega vamos realizar cotejando com a


forma do Sociodrama ENCONTRO-I, realizado pelos jovens em Fevereiro deste ano de
1970 em São Lourenço. Vale notar que o “prólogo” do sociodrama foi prejudicado por
defeitos na aparelhagem eletrônica.

Conforme afirmamos, a comédia antiga constituía-se de numerosas partes que se


imbricavam ou delas se diversificavam entre as divisões vistas na tragédia.
Consequentemente os componentes da comédia modificam-se e são os que se seguem.

a) prólogo, compreendido por dois trechos distintos. Um semelhante ao “prólogo”


propriamente dito - correspondendo no sociodrama à parte de ruídos e aqueles que
seriam feitos por meio da aparelhagem eletrônica; e outros,, aparentados ao
primeiro “episódio” da tragédia, em que o herói exerce uma ação fantástica,
estranha ou paradoxa, que, no sociodrama, é a parte do jovem de capa preta,
lanterna à mão, que cita um trecho do “Eclesiastes” e convoca os que atenderam ao
“chamado” AT NIAT NIATAT.

b) parados em sua ruidosa manifestação, que traduz a irrupção de “cômos”


dionisíaco. No sociodrama, a entrada dos jovens “chamados” da “platéia” e que
diziam sempre : “sou um jovem” , “vim participar”, “já respondo À senha” ( sim,
aquela grega, ou que ocorreu na Grécia ).

c) agôn, a disputa oral que os elementos do “cômos” costumavam sustentar com


aqueles que, para esse fim, os esperavam em pontos convencionados de sua passagem.
A interpelação era feita por três vezes ao jovens por outros ainda na platéia e que
tomariam parte em seguida, em outra fase. Dividia-se o agôn em : ôde, uma
espécie de hino guerreiro : os jovens “agrediam” certas situações ( mas não
pessoas ).

• Datakeleumos, sinal de combate; os jovens se moviam a partir de um círculo


restrito que faziam ao centro da arena, para a periferia dessa arena e avançando
para a platéia.

• epirrhéma, batalha de injúrias, o que não ocorreu expressamente para não


“chocar” ; apenas houve um pequeníssimo ensaio.

• pnigos, carga final para a vitória; os jovens descobriram o local alto, do


qual viria a idéia, que era o que ruidosamente buscavam.

Como se vê, o agôn reflete todas as peripécias de uma luta. Mas nem por
isso, a “platéia” grega se sentia agredida. A platéia era parte da
representação. Mais ainda, sem ela não tinha sentido a comédia; nem a sua
participação, fosse qual fosse não se expressava a comédia humana. A comédia
estava na platéia : era a platéia, o coro, apenas uma sua amostra; por isso no
sociodrama os jovens sempre saíram da platéia para a arena.

d) parabasa, dividida em sete partes distintas e distribuídas entre dois grupos:


- o primeiro composto do “Kommation” , “anapetis” e “pnigos” cujo, conjunto se
chamava “hapla” ; no sociodrama em uma síntese, correspondeu à cores, à figura
encarapuçada e a voz, no alto ou no palco, que trouxe a idéia.

- o segundo era formado de “ode” , “epirrhema” , “antode” e


“antipirrhema” , no geral denominado de “epirrhematic syzygy” , correspondeu à
dialogação entre vários jovens em torno da idéia da EUBIOSE, enquanto os primeiros
jovens buscavam, mediante gestos mudos e movimentos amplos, envolventes e
silenciosos, perturbá-los. O que não alcançavam.

No geral, desses dois conjuntos de partes, ocorria no teatro grego, em


verdade, uma súbita interrupção da própria ação da comédia, enquanto o coro, depois
de se haver despojado momentaneamente de suas características, dirigia-se ao
público, “apostrofando-o” em seu próprio nome ou no do autor; o segundo conjunto
era uma sucessão de cenas, aparentemente desconexas, ou cenas paralelas
simultâneas, convergindo contudo para a comprovação do estado de coisas a que se
propunha definir a comédia; no sociodrama o primeiro conjunto foi suprimido e o foi
por motivos óbvios. O segundo, entretanto, foi realizado na íntegra.

e) exodos, que na comédia apresentava função análoga ao “exodos” da tragédia. No


sociodrama foi a segunda modificação realizada em cima da forma grega. Deu-se o
ENCONTRO. Aqueles que participaram, dialogaram sobre a participação de cada um e
sobre a realização de todos. Saiu-se do “público” e voltou-se ao seio do público,
mas noutro nível, ou em um outro estado de consciência : A IDÉIA OBJETIVADA; O
exodo se deu de um estado de consciência para outro mais elevado e por todos que
responderam à “senha” impartida. O ENCONTRO-I e TEATRO EUBIÓTICO, que é ESCOLA
e TEMPLO, simultaneamente.

UM POR TODOS, E TODOS POR UM !

NOTA : O Supremo Orientador de nossa Escola Iniciática, Professor Henrique José


de Souza, classificou-a de ESCOLA - TEATRO - TEMPLO. Escola no sentido de
aprimorar a inteligência de seus membros, através da cultura. Templo tem a
finalidade de promover a integração do discípulo na VIDA UNIVERSAL, na CONSCIÊNCIA
UNA. Torná-lo com poder e capacidade de ver o mundo sob um aspecto global. Teatro
como sendo a base para o aprimoramento da sensibilidade. A sensibilidade, por sua
vez, é a base do desenvolvimento dos sentidos. A sensibilidade evolui,
desenvolvendo os sentimentos e predominando na arte, para culminar no sentimento de
Unidade, de afinidade no indivíduo pelo TODO, que o puro e profundo AMOR, como
elemento realizador. Referimo-nos, como meio de educação ( e não amadorismo ).
Educação como sendo o processo de aprimoramento da Emotividade. Teatro, como
educação ; cabe-lhe a máxima : “ensinando deleitando”.

A Consciência-emotiva, onde tem seu centro as paixões e as emoções, encontra-


se precedida por uma pré-consciência “emotiva” e seguida por uma supra-consciência
da mesma classe, uma compreendendo os instintos vitais, em cuja virtude se operam,
desde o protoplasma às funções de nutrição, reprodução e defesa; ao passo que a
outra inclui os sentimentos de devoção, adoração ao desconhecido, e origina o
sentimento íntimo de UNIDADE DO SER REAL com todos e TUDO. O Verdadeiro fim do
Teatro Sagrado, processo de comunicação entre a sensibilidade divina e a auto-
sensibilidade, é a solidariedade de uns para resistir ou se sujeitar a outros, mas,
também, na razão da suprema moralidade que se encerra neste aforismo de JHS : “EU
NÃO SOU MAIS DO QUE UM DOS TANTOS ; cada um dos outros é outro EU, o
que, desfeitas pérfidas insinuações do egoísmo, é uma verdade inconcussa”.

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

28. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE EUBIOSE

P
rimeiramente lembramos que este estudo é uma contribuição aos trabalhos que vem
sendo realizados em São Lourenço sobre Eubiose. O método aqui empregado é, ao mesmo
tempo, introspectivo ( sintético, fundamentado nos Conhecimentos e Revelações
deixados pelo nosso Venerável Mestre ) e analítico, o que não contraria a Verdade
que diz que o Espírito e Matéria, Pratyagâtma e Mulaprakriti, Yang e Yin, Fohat e
Kundalini. Eu e Não-Eu, Síntese e Análise, etc., são inseparáveis, do mesmo modo
que as mudanças de matéria, do Mundo, etc., correspondem às mudanças de Energia, da
Mente do Homem e vice-versa.

As palavras do cientista Teodoro Dobzansky, no seu livro “O Homem em


Evolução” , está de pleno acordo com nossos conceitos, “o Homem não evoluiu, está
evoluindo” . A Evolução o leva ao centro espiritual do Universo. O homem, e somente
o homem, sabe que o Mundo evoluiu e ele evoluiu com o Mundo. Mudando o que o homem
conhece sobre o Mundo, muda o Mundo que ele conhece; e, mudando o mundo em que ele
vive, o homem muda a si mesmo.

Ö Eu na vida teria de surgir mais cedo ou mais tarde na história da evolução


humana. Do Ego. Podemos afirmar que o gradual desenvolvimento do homem o está
levando ao período que conhecemos pelo nome de Nevriti Marga, o da Ascensão do
Homem à categoria de Andrógino. Estamos a caminho de uma nova síntese ou do Centro
Espiritual a que se refere o trecho citado.

A partir dos meados da terceira Raça, com o aparecimento do homem, teve com
ele início um novo Itinerário no campo do Não-Eu.

Entrando o homem em dualidade, não só física, mas também mentalmente, fonte


de todas as diferenças, diversidades, idiossincrasias, deu-se a formação do Ego, do
princípio da egoidade. Antes, dual e polarizado, sujeito ao jogo dos opostos,
passou a ser limitada, fracionada e diversificada.

O que antes era interno passou a ser externo, e agora ocorre o contrário.

Nesta etapa do seu itinerário ( Pravriti Marga ), o princípio do egoísmo foi


o primeiro a aparecer na existência do homem, e, apesar de viver em sociedade, veio
sempre antes do Tu.
A consciência sob ação do EU é preponderantemente Universal, no período
Pravriti Marga, do Não - Eu. é divisionária.

Tendo o Eu atingido o máximo de sua evolução, deu à formação, ou melhor,


determinou o aparecimento do Não-Eu existente interiormente, como fruto das
experiências anteriores, mas também, restos kármicos a serem transformados.

Cada um dos termos Eu e Não-Eu, Essência, Existência, Fohat ou Kundalini,


etc., leva consigo o gérmen da sua auto-correção ou da sua contradição.

O termo em função, ao atingir o máximo de desenvolvimento, manifesta o gérmen


da sua auto-correção, o seu oposto ou ainda da sua contradição que vinha sendo
reprimida.

Deste modo, descobre-se que, como foi o primeiro a aparecer, o sentido do


egoísmo também será o último a dissolver-se na sua contradição, no Eu, cuja
consciência no homem manifestar-se-á como Nosismo de natureza unitária, em oposição
à separatista ou Anosista. O centro de consciência das experiências no homem
passará a desenvolver o sentido da Unidade, identificado no Itinerário de Nivriti
Marga.

A presente etapa evolutiva do ego está chegando ao máximo de sua expansão. O


período Pravriti Marga está dando nascimento ao Nivriti Marga. Este fenômeno
Universal exige de todos nós uma compreensão a mais próxima da verdade científica
ou iniciática.

Estamos hoje numa época universalmente ambivalente, angustiosa e que o homem


começa a sentir algo que contradiz tudo o que vem fazendo, e um pressentimento de
que, cedo ou tarde, terá que enfrentar mais uma barreira no Itinerário da Evolução.

Tal como dizem os cientistas, os que sobreviverem na luta pela vida - seleção
natural - constituirão o tipo dominante, para a formação de um novo sistema psico-
cultural.

Dentro de nossa terminologia, os tipos dominantes, os que atravessarão o


limiar ou a barreira, são as sementes do Novo Ciclo, ou Raça (sistema psico-
cultura) para todos os efeitos, é a juventude, não mantendo nem alimentando
condicionamentos e “não olhando para trás” - possui todas as condições de
atravessar o Mar Vermelho.

Esta etapa do desenvolvimento da consciência nosistica na Existência sob


todos os aspectos : político, científico, etc... começou recentemente. Podemos
assinalar o seu início no ano de 1890 com a visão de Leão XIII - no colóquio entre
Lúcifer e Jesus, e de certo modo com o Advento de nosso movimento no Ocidente.

Depois de séculos de explosão, de expansão da técnica fragmentária,


divisionária, mecânica ( como expressão altamente potencializada da consciência
egoística ), o mundo, principalmente o Ocidente entrou na explosão. Expliquemos :
a Explosão, é de natureza centrífuga, fugindo do centro, projetando-se para
depois auto-limitar-se ; verdadeiros prolongamentos ( filhos ou filiais ) tendendo
à formação de núcleos de concorrência. Correspondem ao Yin, Kundalini, Tamas, ao
Espaço, a dilatação, ao dissolvente, ao acúmulo desordenado de energia, à Matéria,
Massa, riqueza, enfim ao que tem tendência de fixar-se, etc... expresso pelo
símbolo do quadrado, do Espaço que tende a fixar as conquistas do tempo.

Implosão - de natureza centrípeta ou unitária, de ação descentralizadora


( corresponde à concentração das forças em si, ao princípio coordenador, à
contração, à força refreada e dirigida etc )... Ao Yang, Fohat, Rajas, etc., ao
Tempo, expresso pelo Círculo.
Durante todos esses milênios e em particular nestes últimos séculos, ocorreu
de modo lento e progressivo a projeção no Espaço de nossos órgãos de ação, Karmã
Indriyas, extensão das mãos, dos pés, da língua, ( fala ) da pele e região sacra.
Assim, a extensão das mãos determinou as máquinas, as “mãos de obras” , a extensão
dos pés, as rodas, e com isso, os carros, as carruagens, as bicicletas, os navios,
os automóveis, etc... a extensão da pele, os vestuários, as modas de cada época; o
aumento da população e as diversidades de língua, falam bem alto do ponto que
atingiu a expansão ou a explosão dos órgãos da reprodução e da palavra.

Com o aparecimento da tecnologia elétrica, da eletrônica, tendendo a abarcar


o Todo, abolindo ou contrariando o espaço ( telégrafo, telefone, rádio, TV, etc. ),
estamos nos aproximando cada vez mais uns dos outros. Através desta tecnologia
elétrica, projetamos o nosso sistema nervoso e com ele os nossos órgãos de
conhecimento, Jnanãdrianes, estendendo a nossa consciência através dos fios, não
mais aqui e ali, mas coletivamente e comparativamente a toda a sociedade humana.

Na idade anterior, a fragmentária, centralizadora e mecânica, sob o domínio


do Espaço sobre o Tempo, as ocorrências eram limitadas e circunscritas, realizando-
se sem maiores preocupações ou interferências. A lentidão dos movimentos ( Yin,
Kundalini, Tamas, etc... domínio do Espaço ) retardava as reações por consideráveis
lapsos de tempo. A partir da data da visão de Leão XIII, devemos reconhecer que,
entregue o Mundo a Lúcifer, a Saturno, a Cromos, ao Tempo, todos os setores humanos
passaram a ter novas características ( levando os representantes das religiões do
Ocidente a afirmarem que as escrituras estavam se cumprindo : sinais dos Tempos,
bem dito, de Cromos, etc... ).

Podemos afirmar que a tônica dos nossos dias é a rapidez com que as coisas se
sucedem. Ação e reação, causas e efeitos, concorrem quase ao mesmo tempo. Antes
medíamos as transformações em termos de gerações; hoje, ante as transformações que
ocorrem, somos impelidos a constantes reformulações. As próprias coisas duram muito
menos...

Entramos no domínio do Tempo, internamente guardado no seio do Espaço, o


gérmen de sua auto-correção, ou de sua contradição.

A vida se caracteriza pelo movimento; foi lento no início das coisas. Com o
decorrer dos Tempos, com o acúmulo das experiências passou a ter maior velocidade.
No ritmo está a raiz do movimento, sendo este, atualmente, de alta freqüência
vibratória, é altamente gerador, destruidor. Ação e reação ocorrendo ao mesmo
tempo, incurta a duração de todas as coisas. Reduz o espaço e aproxima todos. Assim
sendo, somos levados a viver integralmente e de modo universal, no entanto,
sentimos e pensamos ainda em termos de velhos padrões, isto é, em termos egoístas,
em que tudo era distante, fracionado, centralizado. Hoje o Oeste está no Leste e o
Leste está no Oeste; o Norte está no Sul e o Sul está no Norte. Nesta era em que
nosso Sistema nervoso é projetado em todas as direções, envolvendo a humanidade e,
ao mesmo tempo, incorporando-a em nós através destes meios de comunicação, somos
consciência de tudo quanto se passa, temos a necessidade de nos envolver em tudo,
em cada uma das suas manifestações, hoje, não é possível adotar o papel Olímpico de
Deus nas alturas, dissociado de Todo.

O nosso V. Mestre deixou em seus escritos, a chave que permite por Analogia,
abrir as portas de todos os conhecimentos; mas deu como manifestações do Espírito
de Verdade, não só os conceitos, mas as vivências de Nósismo.

Nós estamos presenciando a morte dos Deuses fragmentários, de cada época,


como conseqüência da queda de todos os sistemas filosóficos religiosos, de base
Separatista. E tudo isto, depois da destruição das Egrégoras das Religiões. Estamos
presenciando a queda em todos os costumes, e do próprio Deus transcendente das
religiões, que, por elas continuaria até hoje, Céu, menos Vietnã, nos homens.
Eqüivale a dizer que ao negarem as verdades e cíclicas de cada época ( dos
Avataras, do Eu ) aos homens, determinaram o aparecimento do gérmen da auto-
correção ou de sua contradição, a ciência do Deus imanente. Hoje acredita-se mais
no homem e toda a fé está nele, mas na verdade em suas potencialidades internas,
que estão implodindo. A primeira etapa do Itinerário do Homem, a atual, tende a
contrair. O mundo, como o próprio Universo está se contraindo, conforme as
conquistas científicas. Theilhar de Chardin disse : “Tudo o que sobe converge” ,
mas o Prof. Henrique José de Souza, dizia sempre : “Tudo o que sobe fica branco e
o que desce fica negro”. Que significa o negro ? Ausência de todas as cores, e
branco ? A soma de todas as cores, e isto não é convergência, união ?

O que pensar quando a ciência nos promete uma viagem, Brasil-Japão em 18


minutos ? Significa que o Japão ficará a uma distância de São Lourenço a Pouso
Alto... isto é, vizinhos.

A era da eletrônica está cada vez mais aglutinada, com todas as funções
sociais, políticas, científicas, artísticas e religiosas. Isto aumentou a
responsabilidade de todos, da humanidade, pela tomada de uma consciência global.
Permitiu que cada um estivesse em Todos e Todos em Um. As verdades, até então
enclausuradas ( leiam-se as encíclicas destes dois últimos Papas... ) estão
começando a circular pelo Mundo, libertando os homens, dos sistemas filosóficos e
religiosos “fechados” . Estas verdades que já não podem ser contidas em sociedades
ou associações limitadas, políticas, culturais, artísticas ou mesmo espirituais...
daí a necessidade, em obediência à Lei do progresso e da Evolução, que é cíclica
como a dos Avataras, da STB, hoje SBE, passar a funcionar em termos de unidade, de
universidade, dentro dos Padrões Avatáricos - daí a Eubiose. A velocidade elétrica
levando e trazendo informações de UM para Todos e Todos para Um; de Nós em Todos e
de Todos em Nós, misturou culturas as mais diversas, isto é, os estados de
consciências. Como toda a tomada de Consciência leva à participação, e não estando
o homem ainda em condições de se adaptar, já que pensa e sente em termos de velhos
padrões, está entrando em neurose; as constantes informações levadas por novas e
sucessivas transformações, correspondem a verdadeira stress.

O fato de sermos uma coisa, nos leva em geral a não dar ouvidos a outras,
isto porque dentro da informação antiga, fragmentária, centralizadora e egoísta,
nos leva a supor que somos os únicos, e que nada temos com o resto do Mundo.

“Aquele que quer salvar a sua Alma... ( etc), a perderá... “

Mas com o tempo estas coisas estarão ameaçadas de destruição, quando não
quadradas e superadas.

A tecnologia elétrica, projeção do S.N. - que centraliza ou converge, tem


suas implicações em relação ao futuro da linguagem, dos países, das religiões e das
moedas.

Um Estado de Consciência Única e Coletiva, foi o primeiro estágio do homem,


através da polarização, da formação do princípio ou da consciência da Egoidade. A
linguagem, expressão materializada ( oral ou escrita ) do pensamento, portanto com
os seus poderes de divisão, se liga à Torre de Babel, e com a dispersão os homens
formaram núcleos, pátrias, bandeiras, deuses e suas guerras... Os computadores
parecem pró-meter, os meios de se poder traduzir qualquer linguagem e qualquer
outra, qualquer código em outro e instantaneamente. Marshell Mcluhn anuncia o
advento de uma condição pentecostal de compreensão e unidade Universais. O próximo
passo, após a tradução rápida e eficiente, seria não mais traduzir, mas sim,
superar as línguas através de uma única consciência cósmica geral ( Eubiótica ).

A técnica, insuflada de JHS, nos leva para uma só religião, uma só língua,
uma só bandeira, e um só fato monetário.

Do mesmo modo, como expressões de nossas potencialidades internas do Deus


Imanente, a tecnologia está colaborando enormemente para a formação do sustractum
físico, ou melhor, social da humanidade, para receber o Avatara Síntese, não mais
para este ou aquele povo ou região. Do mesmo modo, a Técnica, própria do presente
ciclo, do uso do Mental no Físico, nos torna, com os seus instrumentos, Oniscientes
e Onipresentes, estados de Consciência, sempre realizados pelo homem em diversas
épocas mas, em condições sempre diferentes.

Como dizia o Professor : “Os fatos se repetem, mas a evolução é diferente”.

Uma das características do nosso tempo é a rebelião contra os padrões


impostos. Desejamos que pessoas e coisas se exteriorizem totalmente. Há nisto uma
fé de libertação e, ao mesmo tempo, de harmonia. Outra característica da velha
cultura, é tendência, divergente e exagerada, de divergir, de dividir, de
estilhaçar todas as coisas, filosofias, religiões, ciências, origem nefasta das
especializações, tudo isto como meio de projeção, de auto-promoção, de controle,
enfim atitude característica de ego no mundo do Não-Eu.

A fragmentação, a separação, vão lentamente sendo superadas pela técnica,


estabelecendo um novo padrão de associação ( Eubiose ). Mas é preciso que isto
ocorra também em nossas Mentes, substituindo velhos por novos padrões de
compreensão, de associação, de relações humanas, de Nósismo.

Eubiose é viver o Nós em todos, e Todos em nós. O verdadeiro Itinerário, o da


Lei, é o da não centralização, da especialização, etc... e sim da descentralização
para a Universalização. É o caminho do Eu.

Sendo a Vida Una, o interesse das partes será do interesse de Todos, e vice-
versa. Portanto, EUBIOSE é ...

AT NIAT NIATAT

DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

29. O SENTIDO DOS RITUAIS DAS SEITAS RELIGIOSAS


A MAGIA RITUALÍSTICA E SUAS DETURPAÇÕES
INDIVÍDUOS QUE NECESSITAM DOS ATOS RELIGIOSOS
A BENÇÃO, A COMUNHÃO, ALENTO AFETIVO - EMOCIONAL
RAZÃO DAS CRIATURAS AGIREM NO SENTIDO DA EXPLORAÇÃO
TEATRO NA RELIGIÃO

Para se falar em Ritos Religiosos precisamos, primeiramente, pesquisar a


respeito do que seja RELIGIÃO.

Há a Religião Natureza, tronco único de quantas religiões inventou o homem e


que se vê hoje encoberta por véus sucessivos, que tem sido lançados sobre Ela.
Sobre a “Verdade Primitiva” , os sistemas de religiões, digamos, racionalizados,
sepultaram os Templos, como diria o fabuloso Materlink, e forçaram-na a ocultar-se
sob muitos véus, assim como a “Verdade transcendente” está resguardada pelo
símbolo que a envolve. Daí a importância que há, para a filosofia primordial, do
estudo crítico e desapaixonado dos símbolos das seitas religiosas conhecidas.
A Verdadeira Religião é a aplicada pelo AVATARA que, com sua presença
reformando todos os sistemas de atividade de todos os setores da vida humana, no
tocante à parte transcendental, incita o homem a desenvolver o atributo que a
EUBIOSE denomina de “Emoção Divina ou Supra Emoção”. Quando ele desaparece do
cenário humano, há a deturpação natural desse atributo. E isso acontece pela
associação da Emoção Divina com a instintiva ou nervosa, prevalecendo esta. Logo, a
emoção divina cai de padrão. Há, pois, a associação da vontade, da inteligência e
da emoção instintiva com a Emoção Divina, permitindo assim, aos homens criarem os
sistemas religiosos, os quais poderíamos denominar de “Religião Autoritária” ,
aceitando a sugestão de Erich Fromm. A Religião Autoritária é aquela que cria uma
submissão na criatura humana, em nome de um Deus que castiga estabelecendo ao mesmo
tempo, a concorrência, o ódio de seitas para seitas, crendo embora num mesmo Deus.

A Religião Natural, criada pelo AVATARA, é aquela que liga o Indivíduo ao


Todo, dá a emoção de unidade e permite ao homem viver em harmonia com o Todo. Por
isso escreveu o Dr. Mário Roso de Luna, em seu livro “EL SIMBOLISMO DE LAS
RELIGIONES DEL MUNDO” : “Ligo, ligas, ligare, é atar ou ligar; em língua latina é
re-ligo, religas, religare “ligar duas vezes” , logo é pura etimologia da palavra
RELIGIÃO”.

É religioso, portanto, tudo que se liga, e irreligioso tudo que separa ou


desune, que promova o isolacionismo”...

A Religião é o ato de ligar o homem à natureza, ligar o indivíduo ao Todo,


ligar a pessoa ao grupo, a coletividade.

A Religião é o fio de “Ariadne” que liga, une os homens num verdadeiro


“NOSISMO UNIVERSAL” . É o vínculo existente dentro ou por trás de nós, com o qual
nos ligamos uns aos outros; o que, aliás, acontece também, com a manifestação do
AMOR, da ARTE, da CIÊNCIA, sublimes manifestações do Todo. Logo, Religião-Avatárica
é o processo de universalizar as criaturas humanas, tornando-as todas à semelhança
do Avatara, com o direito de pensarem de acordo com o que cada um possui
interiormente, sem fanatismo e sem submissão.

Por isso, disse muito bem Goethe : “Quem possui uma ARTE não necessita de
outra religião que não seja a própria ARTE” . E o grande e genial WAGNER em seu
decantado credo artístico começa: “CREIO EM DEUS PADRE, EM MOZART, EM BEETHOVEN E
EM TODOS OS SEUS DISCÍPULOS E CONTINUADORES...”.

Ora, para serem verdadeiras as religiões, no justo sentido, deveriam fazer


desaparecer as barreiras do isolacionismo humano e manterem os vínculos naturais
que ligam e religam os homens ( uns aos outros pelos laços fraternais ) sem
distinção de raça, credo, casta ou cor, posto que são filhos de uma mesma Árvore
genealógica : a “Árvore Genealógica dos Kabires ou dos Kumaras”.

Se os homens fossem como folhas de uma mesma Árvore, a humanidade seria de


fato a “Árvore do Mundo” . Seus frutos seriam os “Pomos de Oiro” , ou seja, a
Sabedoria Iniciática das Idades e a Sabedoria conquistada pelos sábios de natureza
humana, unidos pelos vínculos das pesquisas permanentes. Por isso entre sábios não
há fronteiras e, se as houver, é que uns entre eles não são sábios.

A Humanidade, do ponto de vista transcendente ou espiritual, está numa fase


infantil. Neste estágio de infância tem, consequentemente, comportamento de uma
criança ( neste aspecto espiritual ). Que acontece com uma criança ? ... Tem medo
de andar só, tem pavor de ficar no escuro. Está exigindo sempre uma companhia que
lhe mereça confiança. Pede sempre proteção, principalmente ao pai. Assim é a
Humanidade, do ponto de vista espiritualista ou espiritual. Possui fatores
negativos, internamente e sem conhecimento, sem sabedoria comporta-se como criança,
não confiando em si própria. Tem receio de andar sozinha na escuridão da vida
ignara. Em virtude de não ter um pai para pedir proteção permanente, o faz a
qualquer símbolo que tenha sentido protetor. Se o símbolo de proteção paterna é
bom, isto é, é um Deus, apegam-se a ELE, mais como temor do desconhecido do que,
propriamente, amor a ELE. Se possui amor a DEUS é sinal que se identificou com ELE,
logo O admira, respeita por possuir mais atributos, mais capacidade e procura
conhece-lo.

Desde criança imprime-se em nosso inconsciente a idéia de um Deus que castiga


ou abençoa, segundo os interesses pessoais dos conselheiros. No fim de certo tempo
nosso cérebro está eivado de conceitos falsos. Estes às vezes falam por nós.
Quando somos perguntados de improviso qual a religião que está certa, se somos
católicos, respondemos que “é a católica” . Qual será a única salvadora ? Se somos
budistas, diremos: “o budismo” e, assim por diante.

Este fio de Ariadne que liga as criaturas é o mesmo vínculo simbólico, quer
dizer, ultrareal, que nos liga, como partes do Grande Todo, com o Todo Mesmo,
através do LOGOS ou Manifestação do sempre “incognoscível” e eficiente no eterno
vir a ser a que chamamos Vida Dinâmica, porque somos “folhas” , “raios”, “forma”
, a “nota” , meras unidades de um sistema de numeração natural ( a base sete, dez
ou outro número secreto ), que nos vai ligando nessas sucessivas sínteses tão
admiravelmente simbolizadas nas Árvores Genealógicas ou de ascendência e, também,
nessas outras Árvores de genealogia natural que chamamos classificação na ciência,
Classificação que nos mostra, respectivamente, o lugar que o homem ocupa; por
exemplo : por seu corpo físico. Por este entende-se o mundo animal e é o de grau
mais alto que ocupa este mundo animal entre os demais animais de nossa Terra. Esta,
por sua vez, ocupa lugar de destaque como astro de um sistema que é, por sua vez,
um dos inumeráveis sistemas solares do firmamento... Isto sim, é Religião
transcendente e que, também, nos leva à altíssima concepção teológica de que :
“tudo conspira” , até um Plano sombrio, por cima do estado atual de nossa
inteligência.

Consoante os Livres Pensadores, como José Ingenieros e outros, “a profunda


emoção do homem ante os mistérios da Natureza deu origem a sentimentos religiosos,
postos mais tarde a serviço do legítimo anseio de perfeição moral ; aquela emoção e
este anseio, consolidados através de muitos milênios de experiência, parecem
destinados a persistir no seio da humanidade, embora variando de conteúdo e de
forma. A medida que aumenta a cultura, plasmam-se e extinguem-se mitos, nascem e
morrem dogmas, organizam-se e dissolvem-se igrejas. A emoção ante o mistério aspira
a se depurar de seu conteúdo supersticioso; o anseio da perfeição moral eleva-se,
com desejos de ser melhor e de viver entre os homens melhores; o sentimento
religioso, idealizando-se, convertendo-se em puro amor ao dever, à justiça, à
beleza, à verdade”.

“Antes as religiões que envelhecem e se materializam, o sentimento místico


continua a criar heresias subversivas, que o tempo poderá converter em novas
religiões; as atuais foram heresias das procedentes: o cristianismo do judaísmo, o
protestantismo do catolicismo, o unitarismo do protestantismo. Em cada lugar e
época, a heresia dos místicos foi um fator de progresso moral, ora destacando os
dogmas das igrejas decadentes, ora firmando a possibilidade de orientar o
sentimento para ideais éticos menos imperfeitos.

“Nota-se com o perpassar dos séculos que os povos vão se afastando das
superstições, dos dogmas, vão se humanizando e adaptando-se às condições da vida
social. Vão se renovando constantemente”.

Segundo Erich Fromm “Religião” é qualquer sistema de pensamento e ação


seguido por um grupo, e capaz de conferir ao indivíduo uma linha de orientação e um
objeto de devoção.
De modo geral este psicólogo faz a diferenciação entre as Religiões,
classificando-se de “Religiões autoritárias” e “Religiões Humanistas”.

A definição da palavra “religião” , disse Fromm, está no dicionário OXFORD


que descreve bem a religião autoritária . Diz : “Religião, é o conhecimento de que
algum poder superior, invisível, controla o destino do homem, exigindo obediência,
respeito e devoção.”

“De modo que o elemento essencial na “Religião Autoritária” e nas


experiências de tal natureza é a submissão a um poder transcendental. A virtude
principal, nesse tipo de religião, é a obediência cega e o pecado é a
desobediência. Enquanto postula a divindade como onipotência, como onisciência,
concebe o homem como insignificante e fraco. Tem como escopo desvalorizar por
completo o elemento humano. A submissão a uma autoridade poderosa constitui um dos
meios de fuga ao sentimento de solidão as naturais limitações humanas. Por isso se
fala na humildade, mas a Humildade que é a submissão sistemática de quem se sente
dominado por uma profunda certeza da sua miséria, pois esta é a definição uniforme
da humildade, nas palavras do próprio Deus.”

O culto dos ditadores : Hitler, Stalin, Mussolini, é um conceito relativo às


“Religiões Autoritárias”. O ídolo que os membros de uma quadrilha tributa ao seu
Chefe, pelo heroísmo, valentia, também o é.

“A Religião Humanista”, ao contrário, está centralizada pela idéia do homem


e das potencialidade. O homem deve desenvolver a força da sua razão para que possa
entender a si próprio, as suas relações com os seus semelhantes e o lugar que ocupa
no universo. Ele deve reconhecer a verdade, tanto no que se refere às suas
limitações, como às suas potencialidades. Cabe-lhe desenvolver a sua capacidade
afetiva, não apenas em relação ao próximo, como a si mesmo, e experimentar
solidariedade por todas as coisas vivas. Precisa, naturalmente, de princípios e
normas para guiá-lo nesse sentido : a experiência religiosa, nessa espécie de
religião, é a experiência de união com o universo, como o homem o concebe e sente.
O objetivo humano consiste em atingir a máxima força e não a máxima fraqueza; a
virtude é a realização pessoal e não a passividade da obediência”. A Fé, na
religião humanista, alicerça-se na certeza da convicção obtida, através das
experiências intelectuais e emocionais, ao passo que na religião autoritária o
homem aceita as proposições, porque se acredita em quem as formulou. Na religião
autoritária o humor que prevalece é de tristeza e sentimento de culpa; na religião
humanista, o tom predominante é a alegria.”

O Salmo da alegria...

O que as tradições denominam de “Revolta dos Anjos” , a Rebeldia de Lúcifer,


no diálogo deste com o Eterno... Esses acontecimentos estão identificados com os
princípios da Religião Humanista. Com efeito, os rebeldes celestes tiveram o
direito de pensar diferente do Eterno, revoltando-se contra as determinações do
Senhor das Eternidades.

E... O ETERNO, por sua vez, usando os mesmos princípios Humanistas não os
condenou às Penas infernais eternas, ao total aniquilamento. Eis porque ficaram com
o direito à recuperação, à redenção...

Os Seres Humanos que ainda não atingiram certo estágio evolucional, precisam
da religião humanista : assim como os religiosos escravocratas precisam da religião
autoritária, porque não possuem valores hierárquicos, valores naturais saídos de si
próprios. Esta última exige dos fiéis a submissão absoluta, o temor à autoridade
desconhecida, improvável, a fim de permitir a exploração... Daí a origem do Rito
das seitas religiosas, isto é, substituição à positividade interna que não existe.
O indivíduo necessita dos atos religiosos por uma questão de FÉ. A FÉ do
místico é uma força para a ação, mas não é método para se chegar ao conhecimento da
verdade. Um estado de ânimo que impele a crer apaixonadamente é útil para agir;
mas, como paixão que perturba o juízo, exclui a crítica e cristaliza a crença, não
é instrumento adequado para a investigação.

O “místico” , na sua vida natural, geralmente tem seus sentimentos de


maldade, concorrência desleal, em nome de Deus. Isto acontecendo necessita de uma
limpeza de Consciência. Esta limpeza de consciência chama-se “Comunhão”.

A “Comunhão” se faz à guisa de uma psicanálise religiosa. O religioso


exauriu o subconsciente após a “comunhão” , permanecendo feliz, sereno sem
sentimento de culpa pelo que fizera. E, assim, continua a praticar, novamente, atos
que lhe dêem causa a novo sentimento de culpa.

Convém ressaltar que a Eucaristia tem outro sentido. É a integração do


indivíduo com o Princípio Crístico, ou seja, o sétimo estágio que se adquire na
iniciação real. O religioso tem FÉ em alguma coisa que demonstra PODER; não usa
meios de pesquisa dos aspectos da Verdade, logo, o estado de consciência está
focado na estrutura afetivo-emocional. Com a realização da “comunhão” sente-se
aliviado, encorajado e com entusiasmo para agir. O emocional sofreu um impacto de
natureza superior, com uma freqüência vibratória maior, permitindo-lhe ter
sensações mais refinadas. Com o afetivo-emocional refinado, surge o sentimento de
dar alguma coisa ao Poder desconhecido como uma gratidão. Este estado de ser,
permitiu a organização arrecadarem dízimos...

Benção ou abençoar eqüivale à emissão de uma mensagem elogiando os efeitos


positivos da criatura humana. O ato de benzer é desejar felicidade a outrem. Quando
a Benção é lançada por um SER superior e conhecedor das Leis Universais, naturais,
é um autêntico gesto de proteção. Quando a Benção é lançada pelo Manu, por exemplo,
eqüivale a dizer que ELE fez condensar energias universais sobre o indivíduo ou
sobre a coletividade abençoada. É algo semelhante a uma integração entre a
divindade e o indivíduo, ou uma integração entre o indivíduo e a divindade, usando
a comunidade lingüística. Tendo a “Benção” um sentido de proteção divina, de algo
superior e desconhecido, todas as pessoas sentem o desejo de tê-la sempre, como um
divino manto protetor e não como uma mensagem. Os Seres de alta hierarquia abençoam
os indivíduos, e nós, pigmeus da Terra, apresentamos as nossas mensagens de Boas
Festas e Feliz Ano Novo ...

O Teatro na Religião, tem a vantagem de ser um meio de comunicação mais


objetivo. É a arte sagrada que sempre foi usada para melhor entendimento de tudo
aquilo que é de natureza abstrata. Nem todos os religiosos possuem fatores de
abstração, de intuição, por isso precisam ver a idéia materializada. Todo Ritual é
Teatro. Por isso é o meio de comunicação da idéia, de modo mais simples. O Teatro
Sagrado impressiona, aprimora o emocional através da beleza, da harmonia, da
expressão plasmadora, do desconhecido.

O Teatro é próprio para os adeptos da Religião humanista, porque faz com que
o indivíduo vivencie Deus, no qual ele crê. Logo o Deus consciente ou inconsciente
passa a ser o ATOR. Se o indivíduo vivenciou um ato em que ele, como ator, foi
Deus, com toda a sua complexidade, emotivamente, ficou com essa experiência, posto
que não é mais novidade para ele, um homem ser DEUS. O Teatro Sagrado com sua
rouparia é símbolo real, é a Religião Natureza ao vivo. A comunicação do conceito é
simples; pode-se usar uma linguagem representativa que jamais sairá da mente da
criatura religiosa.

Anchieta representou a cena da morte de Cristo, com os índios, e para este


valeu mais que centenas de Missas em latim... Anchieta como foi um Padre de idéias
esclarecidas, um intuído, um gênio, usou um meio de comunicação de acordo com o
entendimento do índio. No caso não houve submissão, imposição, nem fanatismo. O
índio concebeu o Cristo como sendo um branco, TUPÃ...

A ritualística, com seu aspecto positivo, digo, repetitivo, conscientizou e


conscientiza para os menos aquinhoados pelo poder da inteligência esclarecida. O
Teatro, a ritualística real, é o sistema de conhecimento dos Vedas, isto é,
aprende-se as coisas vendo; Veda, ver, contemplar... Theatron - lugar de onde se
vê.

A ritualística serve para os que possuem as tendências para seguir a linha de


“Bhakti-Yoga” . Para os que apreciam a linguagem da devoção, a teatralização é mais
nobre e é uma maravilha... Ela atinge a diversos estágios de entendimentos. Em se
tratando do Templo de São Lourenço, poderá haver a identificação do indivíduo com
determinados aspectos da Verdade, através do senso estético. A linha arquitetônica,
a paz e a harmonia a que está sujeito o visitante, sugerem ao mesmo, ao que
frequenta o Templo, criar uma emoção divina superior, interior. E esta não deixa
de ser uma concepção real da Divindade e de modo objetivo.

Os rituais com músicas próprias permitem a transformação interna do ser


humano. Sem a transformação psíquica, sem o perfeito ajustamento das estruturas :
física, psíquica e espiritual, não se pode cogitar de seguir a vida iniciática.

Por todas essas razões falou nosso Supremo Orientador JHS, no Portal do
Templo :

TRANSFORMAÇÃO - SUPERAÇÃO - METÁSTASE

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

30. MORAL E ESPONTANEIDADE

N
a concepção tradicional de Moral, esta procura determinar um ideal e os meios de
realizá-lo. Formula Juízos de valor estimativos e apreciativos, ditando ao homem o
que ele deve ser. Assim, a moral é uma teoria do ideal. Para KANT, não é possível
afirmar que algum ato, verdadeiramente moral, tenha sido praticado, porque qualquer
elemento de experiência basta para viciar a moral.

“A moral não é simples estudo de costumes humanos; o seu verdadeiro objeto


são as regras dos costumes, a moralidade ideal ou perfeita. Ela pretende saber, não
como os homens vivem de fato, mas como devem viver” diz BOIRAC no seu “Curso
elementar de filosofia” . E DUVILLIER no se “Manual de Filosofia” argumenta : “A
moral é uma teoria do ideal. Não descreve uma ordem definida de fatos; tem por
objeto um sistema, conceitos, cujo valor seria o mesmo, ainda quando nunca tivessem
sido aplicados à realidade. A moral não tem por objetivo descobrir leis, como a
ciência, mas determinar regras, como a lógica; é essencialmente legislativa, não
tem por função conhecer, mas prescrever ; pelo que se sabe, conhecer e prescrever
são, para ele, idênticos. Indissoluvelmente teórica e prática, é ciência e arte,
mas ciência de tipo especial, ciência normativa, mais ligada a filosofia do que a
ciência propriamente dita. Procura fundar estas regras em princípios de que elas
seriam conseqüências; é o problema clássico do fundamento da moral; objeto da moral
teórica. Quanto aos princípios, pretende tirá-los ora da experiência, por indução,
ora descobri-los por intuição análoga à que dá a conhecer os princípios em
geometria ( citando BOIRAC ), ora deduzi-los de certos conceitos filosóficos, como
de “BEM” ou de “PERFEIÇÃO” . O que ela pretende determinar é o BEM ABSOLUTO E
NÃO BENS RELATIVOS QUE SÓ O SERIAM em relação a outros”.

A inquietação do intelecto humano, usando suas caraterísticas de inteligência


objetiva, comparativa, na luta pela compreensão do absoluto, na busca da verdade
dos elementos palpáveis, inteiramente quantitativos, veio dando ao homem o espírito
científico. Daí ser natural que se tenha pensado em fundamentar a moral em bases
científicas. Surgiram, então, “morais de base psicológica”, “morais de base
biológica, morais da solidariedade”.

Vejamos o que diz Cuvillier sobre o assunto no seu “Manual de Filosofia” ,


citando, inclusive, outros filósofos e sociólogos : “Os fatos morais enquanto
sociais, isto é - costumes - tem aspecto objetivo. O moralista à maneira do
sociólogo, em vez de fundar a moral que existe de fato como a realidade física,
procurará analisa-la e explicá-la, independentemente de qualquer preocupação
normativa, isto é substituirá a “moral teórica” pelo estudo positivo dos fatos
morais, considerados como fatos sociais, a ciência dos costumes ou física dos
costumes ( LEVY BRUHL ), parte integrante da Sociologia. Para a escola sociológica
francesa não se trata de “tirar a moral da ciência” , deduzir uma doutrina moral
de algumas proposições de uma ou várias ciências positivas, como a biologia, a
psicologia. Trata-se, o que é muito diverso, de fazer a “ciência da Moral” .
DURKHEIM insiste neste ponto : se os fatos morais devem ser tratados
cientificamente, também devem ser respeitados os seus caracteres específicos.
Parece concluir-se que a moral tem necessidade da ciência, mas nem é uma ciência
nem uma simples técnica derivada da ciência. De acordo, ao moralista são
indispensáveis dados positivos, pela maior parte, da sociologia. A essência da
moralidade ‘só nos é conhecida subjetivamente pela consciência. O moralista deverá
também percorrer, por vezes, à psicologia.

Não é evidente que o fato moral seja de essência permanente social a se, por
exemplo, pretende determinar o valor moral da paixão ou os meios de combatê-las,
não terá o moralista interesse em conhecer-lhes efeitos e origem ? Seja,
entretanto, qual for a importância dos dados positivos - nenhum dado, como tal,
pode ser princípio suficiente de juízo moral - ( G. BELOT - “estados de Moral
Positiva”, 2ª ed. I, ). É logicamente impossível tirar o direito do fato, a
apreciação da verificação. De juízos exclusivos da realidade não se deduz bem
induz, sem sofisma nem juízo de valor, que é o da moral, pois a ciência é feita
apenas de juízos de realidade, pode-nos indicar meios, mas não fins. Só se pode
provar que a coisa é boa, provando que é condição de outra coisa considerada boa.
Não basta, pois, estudar a moral, é preciso vivê-la ( vivenciá-la, dizemos nós ).
Assim como o lógico só pode fazer trabalho útil com alguma prática dos métodos
científicos e se o seu espírito toma parte na vida do pensamento científico, assim
também, há uma experiência moral indispensável ao moralista. Este não pode
esquecer que, para ser útil, o seu trabalho deve encarar os problemas morais tais
quais são para nós, homens do século XX e não como era para um grego do tempo de
Péricles, ou para um homem da Idade Média. Para não ser estéril, oral deve manter
contato íntimo com a vida. “A verdadeira moral é contemporânea. Só é homem quem
vise a vida do seu tempo. A matéria de reflexão moral é o jornal, a rua, a vida, a
batalha dia a dia” ( RAUE “L’expérience morale”, C. Belot, cc ). Precisamente
nesta experiência poderemos descobrir Juízos de valor fundamentais, idéias que a
ciência não poderia fornecer-nos. Informando-se na ciência, como todas as outras
partes da filosofia, a moral ligar-se-á mais com esta do que com aquela.
Permanecerá uma disciplina filosófica. “Mais adiante, falando sobre os fatos
morais, os costumes, diz : “Toda sociedade, por mais primitiva, tem regras de ação
que implicam um sistema de representações, idéias, crenças, juízos de valor sobre o
bem e o mal. Durkheim, entre outros, viu na religião a origem das regras morais.
Segundo ele, a religião é o fato social mais primitivo ; contém em gérmen todos os
elementos que se dissociando e combinando-se produziriam as diversas manifestações
da vida coletiva. Toda religião implica uma classificação de coisas reais ou idéias
em dois gêneros diversos e antagônicos : o profano e o sagrado. Pode, portanto,
definir-se uma religião, segundo Durkheim, como um sistema solidário de crenças e
práticas relativas a coisas sagradas, isto é, separadas, entreditas, crenças e
práticas que unem comunidade moral, CHAMADA IGREJA, os que lhes aderem”.

“Isto mostra o estreito parentesco do moral e religioso. Mesmo atualmente,


não falamos muitas vezes da religião do dever ? Não aplicamos, constantemente, à
coisas morais, o qualificativo de sagradas ? Coisas sagradas são “as que o
profano não pode tocar imponentemente” . O sentimento do sagrado revela-se em
todas as sociedades primitivas, pela existência de tabus, alguns, para nós, até
pueris, mas que nem por isso deixam de obrigar o indivíduo a uma perpétua pressão
sobre si próprio. Conclui-se que o problema de origem dos costumes põe-se como o do
pensamento científico e deve resolver-se analogamente. Embora preparando o caminho
à moralidade, nunca a religião nem a vida prática se confundiram inteiramente com
ela. De certo, na origem, a confusão de costumes e preceitos rituais parece quase
completa. É incontestável que esses preceitos, muitas vezes, ensinaram a refrear os
instintos e a disciplinar a vontade. Melhor ainda, as formas elementares da
justiça, indicadas por BELOT : contrato, arbitragem, etc, antes de serem atos
profanos, começaram por ser religiosos e há, talvez, um elemento místico,
inseparável de toda a vida moral. A verdade, entretanto, é que os preceitos
morais só se corporizaram ao contato da vida social e, por outro lado, pode
afirmar-se que a moralidade só existe verdadeiramente, desde o dia em que o caráter
“sagrado” se atribuiu à pessoa humana; em que o homem começou a respeitar-se a si
por si próprio. Ao lado de tais regras difusas, da consciência coletiva, há um
conjunto de regras obrigatórias, definidas, muitas vezes escritas, que constituirá
o direito dessa sociedade. Um, é o direito moral, ou subjetivo. É o sentimento
interior do que é exigível legitimamente, o que podemos revendicar com a razão. O
outro, é direito objetivo ou positivo constituído de regras que se distinguem por
poderem ser impostas pela força e comportarem sanções exteriores”.

Agora, deixemos aqui os comentários de A. Cuvillier, sobre Moral, fora alguns


apartes nossos, para emitirmos considerações, a respeito do mesmo assunto, baseados
na EUBIOSE.

Em primeiro lugar é indispensável que estabeleçamos a diferença existente


entre AVATARA e FILÓSOFO. Foi Pitágoras quem primeiro a demonstrou, para os não
iniciados ao criar o substantivo derivado do verbo filosofar ( amar a verdade, o
saber, ou como conseqüência, pesquisar a verdade ), chamando-se filósofo ou amante
da verdade ou pesquisador da verdade. Com isso quis deixar bem claro que era um
discípulo e não o sumo representante da LEI, isto é, que era o homem em busca da
verdade e não Aquele que trazia consigo a verdade ou que intuía a verdade, numa
palavra - o Revelador, o HOMEM. A partir desta consideração, percebemos que as Leis
de Moral, concebidas pelo AVATARA, foram ditadas pelo seu SABER e as argumentações
sobre essas Leis, nasceram dos conhecimentos ou das pesquisas do filósofo ou do
estudioso da verdade. Ambas, surgiram, das necessidades de ser dada orientação
psicológica ao homem, como uma globalidade de tendências, mas oriunda de percepções
diferentes. Por isso, de acordo com os níveis de conhecimento da Humanidade e as
conseqüentes divagações e variações do seu pensamento, surgiram através dos tempos,
variadíssimas concepções filosóficas, isto é, o resultado de investigações ou
pesquisas, oriundas de homens que tem tido capacidade de procurar a verdade, a
partir de um determinado cabedal de conhecimentos seus, particulares, baseados no
montante alcançado pelo conjunto dos homens, pelo todo. Se observamos
comparativamente o modo de um AVATARA expressar suas idéias e o de um Filósofo,
encontramos as, logo, uma diferença básica. O primeiro transmite suas idéias como
bijans ( sementes ) como dizem uns, como parábolas segundo a classificação de
outros, ou como máximas, símbolos míticos, isto é, todos eles apresentam a idéia
sob forma global ou como síntese, para que seja meditada, vivenciada pelo
discípulo, a fim de ser apreendida e por ele desenvolvida ou detalhada ( daí chegar
até nossos dias o conceito de meditação legado a mosteiros, templos, confrarias,
etc, etc. O segundo, ou seja, o Filósofo. apresenta a idéia através de longas
explanações e argumentações. Um apresenta a idéia como unidade, como “todo” ; o
outro apresenta-a em “partes” . Este último é o homem em evolução buscando,
nobremente, atingir o Todo através de seu esforço. Aquele é o Homem Perfeito
( HOMEM ), o Mestre que surge de tempos em tempos, dando novo empurrão na bola do
conhecimento e estendendo, assim, a mão aqueles que vêem constituindo o grupo de
esforçados.

Feita esta primeira diferenciação, comecemos a comentar determinados trechos


que propositadamente grifamos. O primeiro - “Conhecer e prescrever são para ela
idênticos”. Sim, porque o AVATARA, o MANU, ou o Condutor de Povos, é o Mestre, o
Senhor do Saber, e, portanto, pré-escreve ou revela. Se revela, consequentemente
está pré-munido do conhecimento e ilumina um caminho a ser seguido, no sentido de
que o aponta ou revela. Daí seu aspecto de Legislador porque Ele é o representante
da LEI; por isso aponta o BEM e o BELO em si; o BEM e o BELO absolutos e não
comparativos.

Observaram muito bem Durkheim e alguns colegas seus, quando dizem que na
Religião está a origem das regras morais e que ela é o fato social mais primitivo.
É preciso que ainda e mais uma vez se relembre a origem da palavra religião -
assunto tão necessariamente repisado pelo nosso Mestre Henrique José de Souza - ela
está no verbo “religare” , tornar a ligar. Logo, no seu sentido está implícita a
idéia de uma unidade de saber que está dividida, ou existe em partes ou parcelas ou
degraus ou elos, digamos, de uma grande corrente. Conforme seja o nosso cabedal de
conhecimentos, podemos dizer que a verdade ( a corrente ) é apreciada ou percebida
por uma infinidade de ângulos, de acordo com o grau de conhecimento alcançado.
Então, seguindo a evolução do homem, quiçá da Humanidade, o Saber das Idades ou
Sabedoria das Idades encerra uma enciclopédia da qual este conhece um volume,
aquele alguns e aquele outro toda a Obra. Então, a verdadeira Religião e não seita
( setor ou pedaço, ângulo ) religiosa, representa a síntese do Saber ou todo o
conhecimento, através dos tempos revelado, seja ele de que natureza for. Não há
paredes separando Ciência de Religião. Por isso dizia H.J. Souza “a verdadeira
Religião é a Ciência das Idades ou Religião Sabedoria ou Sabedoria Iniciática das
Idades. Pois nela estão contidos todos os ramos do Conhecimento Humano e Divino.
Para nós, estudiosos da EUBIOSE, o conhecimento divino é o de Amanhã que, revelado
no amanhã que é hoje, passa a ser de ontem, ou humano. Ao homem cabe apreendê-lo,
amá-lo estudá-lo ou pesquisá-lo, pois lhe é dado como semente, para que, através do
esforço dessa pesquisa, evolua aperfeiçoando seus dotes mentais ( inteligência -
cultura ) e afetivo-emocionais ( caráter, conduta ).

Vejamos, agora, quanto à concepção do “sagrado” . O fato de algo ser sagrado


e consagrado liga-se a idéia de se identificar, tornando-se idêntico - ter a mesma
idéia, ou a mesma origem, porque tudo se manifesta do sutil para o denso. Isso quer
dizer que é por exemplo originário da luz, da primeira manifestação por nós
constatada, ou do espírito. Que existe de mais abstrato no homem se não a idéia ?
A idéia, poderíamos qualificar como sendo lampejo do espírito que se densifica ou
corporifica, mudando de estado vibratório ou estado de matéria. Exemplo disso
temos, no simbolismo cristão - a hóstia : LUZ, SOL, sétimo princípio crístico. O
homem torna-se idêntico ao Cristo ou se interpenetra do princípio crístico ao tomar
a hóstia. Daí purificar-se ou evoluir, fazendo-se a semelhança do grande homem, ou
seja, o HOMEM-OH-MAM. É a mesma simbologia que existe na Demanda do Graal, no Santo
Gral ou Santo Graal. O homem em evolução, se identifica com o princípio superior
através da busca ( da procura, da pesquisa, do interesse ) do Cálice ou da Taça que
guardou o Sangue do Manú ( no seu aspecto quer feminino ou masculino ou quer
andrógino ) desde a Atlântida até nossos dias. Isto quer dizer que, pela luta de um
ideal, pela identificação com as idéias do AVATARA, ou seja, pela apreensão de todo
seu sumo saber , se faz um ao uno, se unifica com ele, tornando-se então, do mesmo
sangue ou da mesma hierarquia, com o mesmo potencial de vida, ou seja, do mesmo
potencial de conhecimento dele. É um Adepto da Boa Lei - um HOMEM ou o portador da
Luz. Em outras palavras : do homem passou a HOMEM. ( lembrem-se, por exemplo, da
efígie de Moisés com 3 fachos de Luz saindo da sua cabeça ).

Não esqueçamos que, não só no Ocidente se cultivou o Culto do Santo Sangue,


pôs se neste ele permaneceu em 7 Catedrais, até 1949, no Oriente também foi
cultivado através de Mosteiros onde a Taça se manteve, sendo velada ou cultuada.

Podemos compreender o alcance e a profundidade das palavras de H.J. de Souza


quando entre 1921 e 1924, declarou publicamente que, neste fim de século e ciclo,
Oriente e Ocidente se fundiriam. A realização dessa sentença, os fatos comprovam
sobejamente.

Quanto ao tabu, ao intocável, surgiu ou tomou esse aspecto devido à


ignorância do homem. Intocável é também a eletricidade que se transforma em
mistério, para quem não pesquisa seus fenômenos, não os desvenda e, portanto, não a
pode manipular. Na verdade, o homem, ser em evolução, traz em si como um conjunto
de tendências que é, a visão e a cegueira, a inteligência e a não-inteligência, o
bem e o mal, o positivo e o negativo, o medo e a ira, o passado e o futuro. Entre
essas dualidades caminha procurando o equilíbrio, ou seja, a transformação do mal
em bem, do negativo em positivo, da ignorância em conhecimento para a superação de
estágios em ir alcançando o vértice da pirâmide, ou seja, a visão unificada ou una
- o Sumo Saber que não é bem, nem mal. É verdade que junto aos máximos
representantes da LEI - AVATARAS - sábios, justos - os homens ainda em evolução,
ansiosos do poder, tem-lhes sempre deturpado a palavra, guardado o conhecimento
avaramente sem o terem assimilado e retardado, assim, a evolução da Humanidade.
Isso se vê ao longo da História. E é por esse motivo que as Leis sociais ou feitas
pelo homem são tão falhas e todo homem genial, toda a criatura portadora de idéias
nobres é combatida pela média ou mediocridade na sua ânsia de poder ou ter valor.
Como não conseguem os do espírito ou do saber amealham os financeiros. Logo “o
direito objetivo ou positivo é constituído de regras que se distinguem por poderem
ser impostas pela força e comportarem sanções exteriores” .

Agora, algumas palavras sobre “místicos” . A qualidade de místico, é na


verdade a de se poder identificar com este ou aquele estado de matéria facilmente.
É a faculdade de mudar, naturalmente ou facilmente de estado de matéria ou de
freqüência vibratória. Se falássemos em termos de dimensão ou comunicação, diríamos
que o místico tanto está, ou se comunica, a 2 como a 3 a 4 dimensões. Logo, a sua
capacidade de percepção e conseqüente comunicação, nas várias dimensões, é mutável
como a de um homem qualquer quando percebe algo através de seus sentidos e
imediatamente pode raciocinar com dados subjetivos. Esta é faculdades pertinentes
ao homem comum : aquela, alcançaram-na certos homens ou criaturas humanas. É
evidente que para se alcançar um estado de ser místico é necessário parar para
pensar profundamente, é preciso ter o hábito de meditar. O místico é contemplativo
das coisas sagradas porque sobre elas medita e nelas se aprofunda. Sim, porque
sagrado é tudo que amamos, verdadeiramente. Sagrada é a música, para o músico ; a
pintura para o pintor ; a cerâmica para o ceramista ; a arquitetura para o
arquiteto ; a ciência para o cientista ; o filho para os pais. A palavra místico,
ordinariamente, teve seu sentido muito deturpado, passando a ser percebido como um
rezador. Confusões oriundas sempre da ignorância.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE


31. MORAL E ESPONTANEIDADE - II

C
aracteriza-se o Homem pela multiplicidade de estados de consciência ou, em outras
palavras, pela variadíssima gama de possíveis arranjos e combinações entre a
tríplice forma de sua constituição : física, psíquica, mental. Explicando de outro
modo, podemos dizer que a criatura humana caracteriza-se pelas variadíssimas
interligações e conseqüentes reações ( portanto, pelas comunicações ) mantidas
entre as diversas peças de seu aspecto ou corpo físico, de seu aspecto ou corpo
afetivo-emocional e de seu aspecto ou corpo inteligente, frente às atuações
ambientais. Segue-se então, que o homem, para ser compreendido, necessita ser
estudado como um todo, mas minuciosamente analisado em suas partes, pois se cada um
desses três corpos se relaciona, particularmente entre suas partes, também se
relacionam os três entre si, influindo-se num funcionamento global, em que o
desequilíbrio de uma das pequeninas partes, se refletem no todo. Provam-nos as
teorias que constituem a medicina psicossomática de nossos dias, já concebidas e
amplamente demonstrada pela CIÊNCIA DAS IDADES que vai bem mais longe em suas
teorias, pois, qualifica o homem como manifestação microcósmica. Assim o
microcosmo, como macrocosmo é UNO-TRINO em manifestação e sétuplo em evolução. Sim,
porque esse ser - o Homem - Unidade ou Uno, se compõe de físico-psíquico-mental
(logo UNO-TRINO). Analisado em detalhe imediato, ou seja, que percebido
analogamente à luz vista por um prisma, dividindo-se em sete cores ( das quais três
são básicas ), tem também sete aspectos ou corpos : físico, vital ou etéreo,
afetivo-emocional, mental ( ou inteligência ) comparativo, mental abstrato, mental
intuitivo e mental crístico ou espiritual. Todos esses corpos se inter-atuam ao
mesmo tempo, se interpenetram, coexistem, variando, entretanto, a intensidade da
atuação de cada um deles, o que resulta um determinado estado de consciência. Para
compreendermos isto, basta que apreciemos um exemplo do campo da biotipologia : há
criaturas em cujo tipo físico, pela predominância do desenvolvimento da camada
mediana do embrião meso-derma, predomina a musculatura e isso acarreta um
determinado tipo de conduta composta, evidentemente, de uma série de atitudes que
lhe são características. Vimos, assim, um corpo físico, resultante de uma série de
combinações de elementos onde um ou vários agiram com maior intensidade, resultando
num reflexo de tendências que atuarão ou terão reações psíquicas previsíveis, ao
serem afetadas pela ações ambientais. É nesse momento, isto é, em que vive e
vivencia, que o homem manifesta a sua personalidade, isto é, as suas
características físicas e as das outras partes de que se compõe, ou seja, dos
corpos psíquico e mental, como um todo em funcionamento, relacionado ao ambiente.

Quer nos parecer que, aqui, devemos lembrar aos leitores que o que vimos
dizendo, olhado à primeira vista, ou superficialmente, pode dar a idéia de
conceituação apenas quantitativa. Tal não se dá entretanto, pois examinando-se o
assunto em profundidade, esta eivado de elementos qualitativos e nem podia deixar
de ser assim. Esse 1-3-7 ou Uno-Trino-Sétuplo apresenta-se em vários estados ou
qualidades de matéria ( basta compararmos os corpos : físico e mental ) é a vida-
energia transformando-se em vida-consciência. Constitui um ser em evolução. Um dos
motivos porque não há duas criaturas iguais e sim, semelhantes. Assim como o homem,
como pessoa em acordo com a natureza, é a resultante de interrelação ou associação
entre seus órgãos, formando sistemas que compõem um conjunto harmonioso ou
saudável, o homem como personalidade, somando à sua estrutura as influências
ambientais é, também, a resultante de interligações com outros homens, formando um
conjunto ou grupo social, teoricamente harmonioso porque aí está o ideal P.A.X.
ou de integração do UM ou UNO no TODO e do TODO no UM ou UNO. Para tal, há
necessidade de que a criatura humana, utilize os princípios de que é dotada essas
máquina tranformadora da vida-energia em vida-consciência ; use os princípios que
lhe são inerentes - emoção, inteligência, vontade. O primeiro impulsiona, deduz,
intui. O terceiro dirige. Esses três princípios também atuam ao mesmo tempo e
segundo a potencialidade de que sejam dotados. A Ciência das Idades, para fins
didáticos, estabelece uma classificação de três grandes graus, para os três
princípios ;

1º - graduação - primitivo, no sentido de energia cega, não esclarecida ;


2º - graduação - auto ou própria do estágio hominal ;
3º - graduação - superior ou divina. Exemplo :

1º - Emoção - primitiva
2º - Auto-Emoção ( o mesmo quadro designativo para os dois
3º - Emoção Superior outros princípios )

Se tentarmos combinar esses princípios, atuando sobre os sete aspectos de que


é formado o homem, teremos uma gama infinita de reações, atitudes ou condutas.

Analisando de outro modo, usando outras palavras, um dos gênios pertencentes


ao grupo que norteou a Humanidade na etapa semifinal do Ciclo de Piscis, isto é,
nos séculos XIX e XX - FREUD - falou em “Pan-dinamismo psíquico, mecanismo de
defesa do EU, etc., “analisando a psique humana, na tentativa de esclarecer o
porque de seus desajustes, conflitos, neuroses. Chegam psicólogos, como Phillip
Lersch à conclusão de que o homem não é impulsionado pelo instinto, mas incitado a
agir deste ou daquele modo, dentro de um estágio de vida onde o princípio já é
mental ou inteligência, posto que o que diferencia o homem do animal é a
criatividade ou princípio, realmente integrante. Ilustra, inclusive, suas idéias
como exemplo deste teor : vivem homens e animais numa ilha. Algo imperativo os
obriga a deixá-la. Os animais, sem outro recurso, atiram-se às águas e nadam
enquanto tiverem forças. O homem inventa o barco. Essa conclusão a que chegou o
cérebro de um cientista genial está de acordo com a conceituação filosófica da
Ciência das Idades que classifica o homem como pertencente ao Reino Hominal e não
como classe mais avançada do Reino Animal, ou seja, animal racional. Ainda a
psicologia, falando sobre as reações afetivas do homem, chama de emoções primárias
ao medo, a ira e ao amor. Incitado por esses três aspectos e constrangido pela
conceituação do dever, vivencia a Humanidade num oceano tormentoso.
Diz a Ciência das Idades ou Sabedoria Iniciática das Idades, que somos uma
globalidade de tendências negativas e positivas ( nidhânas e skandas ) e as
localiza num centro de forças - cardíaco - simbolizado por uma rosácea de doze
pétalas, correspondendo cada uma delas a um grupo de tendências onde aquelas três
emoções primárias, nos seus aspectos positivos e negativos se combinam e
transformam conforme a atuação dos princípios : vontade-inteligência-emoção. Assim
evolui o homem necessitando, para isso, ser orientado. Diz ainda a mesma Religião-
Sabedoria que em todas as épocas, desde as mais remotas, houve sempre entre os
homens, a presença de um Condutor de Povos, um Manú, um Avatara, um Sábio, um
Mestre : matemático, músico e poeta, filósofo, psicólogo, médico, educador, capaz
de indicar às criaturas humanas a meta, o caminho e os meios para percorrê-lo ou
seja, a possibilidade de evoluir e se fazer à sua imagem e semelhança, isto é, tão
sábio quanto ele. Acontece, porém, que a criatura humana, na sua evolução,
assimilava e assimila os conhecimentos dentro de suas possibilidades e os seguia e
repete dentro dessas possibilidades. Daí a deturpação das Leis ou das conceituações
recebidas. Segundo as informações das Ordens mais fiéis às revelações dadas pelos
Manus, a linguagem dos Dez Mandamentos e a sua interpretação é bem diferente das
que, vulgarmente, chegam até nós. Enquanto nos primeiros, a linguagem é perpassada
de poesia, portanto de criatividade, na segunda, é apenas proibitiva. Vejamos a
primeira linguagem no primeiro mandamento :

“LOUVADO SEJA DEUS QUE DÁ, AOS HOMENS DA TERRA, O DIREITO DE SEREM
GOVERNADOS POR ELE PRÓPRIO, NA SUA FORMA MASCULINA E FEMININA, A TODOS
ENSINANDO QUE O DEVEM AMAR ACIMA DE TODAS AS COISAS”.
Segundo Mandamento :

“LOUVADO SEJA O SENHOR QUE EXIGE MAIS AINDA DOS SERES DA TERRA, QUE
NÃO FALSEIEM A VERDADE, GUARDADA NA SUA MENTE E NO SEU CORAÇÃO...”

Tentamos agora, interpretar os termos dessa linguagem. Em primeiro lugar, não


é imperativa e sim, explicativa. Não coibe; adverte com dignidade, esclarece e dá
direito e deveres. “... o direito aos seres da terra de serem governados por Ele
próprio, em sua forma masculina e feminina...” Sim, porque a Humanidade é
constituída de homens e mulheres e se Deus é Vida-Energia e Vida-Consciência as
criaturas humanas tem-no em si próprias como elemento vital emocional, como
princípio orientador, volitivo, guia, logo, amando-o em si próprios e respeitá-lo
acima de todas as coisas, é uma necessidade imperiosa para a perpetuação do SER, é
uma defesa ou manutenção da própria vida que é inerente. A perda desse princípio
sim, constitui a morte e não a simples perda do corpo físico. Por esse motivo disse
São Paulo : “A morte ( referindo-se à perda do corpo físico ) é a maior das
mentiras”.

A exigência de que não se falseie a verdade, como se percebe, de imediato,


constitui mais uma vez, o resguardo deste próprio princípio vital, pela aquisição
do conhecimento real, do esclarecimento pela tomada de consciência de que É, pela
fuga aos véus da ilusão, da mentira ou da ignorância e, portanto, permitindo,
assim, a transformação da vida energia em vida consciência, real, através do
aprimoramento do caráter ( coração ) e da cultura ( mente ). Isto quer dizer :
fazer-se-à sua imagem e semelhança, isto é, evoluir indefinidamente. Esta é uma
primeira interpretação que se pode aprofundar a medida que os conhecimentos vão
sendo assimilados.

O Homem líder, ao receber as revelações dos Avataras, através de um discípulo


- São Paulo por exemplo, já que somos cristãos, não teve, entretanto, capacidade
bastante para seguir, totalmente o caminho que lhe foi apontado e proibiu ao em
vez de esclarecer, deturpando ou falseando a verdade. Usou o poder da força física
em nome do DEVER ameaçando; em nome de sua moral usou a repressão cuja execução
termina sempre em castigo até físico, pois isso é muito mais fácil do que o
esclarecimento e a espera de seus frutos através da transformação da ignorância
em conhecimento, da superação de estágios ou estados de consciência e integração no
Sumo Saber.

Tentamos esclarecer, agora, os três princípios superiores: emocional, mental


e volitivo ou vontade. Servem de alavancas aos sete elementos que constituem o
homem, para que se tenha um conhecimento mais profundo dos mecanismos psíquicos.

O que a psicologia chama de emoções primárias: medo, ira, amor - são


designações dadas as emoções resultantes das ações ambientais, ao afastarem o
físico do nasciturno e que, postos em movimento ou dinamizados, acoam na área
psíquica e se transformam em sentimentos. O SER para permanecer extinto, é
alimentado pelo princípio vital, em todos os campos e, ao princípio vital é
inerente a sensação de coexistência de suas células, seus órgãos, seus sistemas,
numa sensação de equilíbrio, de bem estar que se traduz por amor. É a essa imagem
arquetipal que Fritz Kunkel chama de “nós” ( nósismo ). É essa a sensação ou o
pensamento que nos leva a dizer que só o “AMOR” constrói.

A psicologia denomina, aqueles sentimentos de emoções primárias e por


que? ... Podemos explicar dizendo : Porque são os sentimentos ou os afetos mais
espontâneos, mais puros, no sentido de menos trabalhados, mais natureza, mais
naturais, se assim nos fazem entender melhor. Aquelas sensações são vivenciadas
como afetos ou sentimentos quando dinamizados ou postos em movimento dando as
reações ou ações, por isso, emoções. O Homem, entretanto, não tem só como
princípio, a emoção. Tem também a inteligência com fatores de raciocínio
comparativo, raciocínio abstrato, a intuição. É esse princípio mental ou
inteligente que trabalha, que burila, com seu poder de raciocinar, a sensação
( física ) transformada em sentimento ou afeto ( psíquico ) dinamizado pela emoção,
espontaneamente. Assim, emoção e inteligência, esclarecidas pelo Sumo Saber, agem
sobre o afeto, dirigidas pela vontade, possibilitando ao homem, através da
transformações das ações ou sentimentos, a superação dos vários modos de sentir,
perceber, pensar que constituem os graus, estágios ou estados de consciência...
Assim evoluiria o homem se não fosse pressionado, coibido, reprimido pela
força que, em nome de um dever ou de uma moral punitiva, exalta o sentimento de
medo, bloqueia o homem que vê o perigo por toda a parte, massacrando-o,
desvalorizando-o, dando-lhe sensações terrivelmente desagradáveis. Para fugir-lhes,
deixa de ser espontâneo, inibe-se, agride ou se alheia, defendendo-se... Usa seus
fatores de inteligência para disfarçar, mentir, mascarar-se, não havendo ou
restando pouquíssimo tempo, para utilizá-la funcionalmente, livremente,
espontaneamente, na busca da satisfação de sua curiosidade ( ou desejo de saber ) e
necessidade de dar novas formas as imagens, ou realizando a sua imaginação. Numa
palavra : criando pela mente, desenvolvendo a idéia que é faculdade da
inteligência intuitiva. Isso não acontecendo, surge na humanidade o conflito entre
a necessidade de ser certo ou aceito, valorizado de imediato, desde a mais tenra
idade, e o poder de ser certo. Essa ponte entre o dever ser e o poder ser, assim
vivenciada, frusta a criatura humana, intrinsecamente evolucional, na sua vontade
inconsciente de evoluir e lhe traz a insatisfação em moldes de ansiedade ou
angústia, matando a criatividade.

Assim tem caminhado a Humanidade através dos tempos, agindo em dois polos
extremos - Medo e Ira - sem poder usar o verdadeiro amor que é união, simbiose,
congraçamento. O Medo e a Ira lutam por um bem estar que, oriundo deles, aparece
com tonalidades egocêntricas. E o amor que existe, comumente na Humanidade, é
egocêntrico. Amor feito de rivalidade, de impulso de posse, porque atrás dele estão
sempre a insegurança e a ambição de um bem estar, nos múltiplos aspectos sociais,
sempre ilusório, fictício porque se apoia na máscara, como defesa em meio ao cipoal
da ignorância.

Depois de toda essa explanação pensamos poder ser entendida e aceita a


EUBIOSE - ciência da vida - porque passará a ter sentido a necessidade de
esclarecimento, do conhecimento integral do que é Vida - do que é Deus - do que é
espontaneidade, do que é criatividade, “num mundo onde não há separação por
paredes mesquinhas, por enquadramentos inseguros”.

Por isso o Professor Henrique José de Souza, em seu Sumo Saber diz :

TRANSFORMAÇÃO - SUPERAÇÃO - METÁSTASE


ESCOLA TEATRO TEMPLO

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

32. SIMBOLISMO - CHAVE DO CONHECIMENTO


LINGUAGENS - ARCANOS

D
entro da quase estrutural, curiosidade do homem quanto ao “de onde viemos?”,
“para onde vamos?” ao buscarmos a origem de tudo, quer orientadas pela Ciência ou
pela Filosofia, deparamos com a manifestação, seja ela a Nebulosa de Laplace ou
algo muito mais transcendente. Se é manifestação, é comunicação, é mensagem. Para
Pitágoras, filósofo e matemático, que foi buscar seu Saber na iniciação das
Pirâmides, ela é Luz, Cor, Som, Forma ou Linguagem Luminosa, Linguagem Pictórica,
Linguagem Sonora, Linguagem Geométrica.

“O meio é a mensagem” diz Marshall Maluhan no seu livro “Os Meios de


Comunicação, como Extensões do Homem” . Acordes com sua Idéia queremos destacá-las
pôr um momento em relação ao Macrocosmo. O meio ( cósmico ), é a mensagem. Sim, é a
mente universal agindo ou em ação. Sua mensagem vem do todo para o detalhe, da
Unidade para a Multiplicidade e conforme o meio ou o plano usa a sua linguagem. O
homem, parte integrante do Cosmo, está no plano da forma, expressa uma mensagem
traduzindo-a em várias linguagens ou particularizando-a, detalhando-a. A vida
brilha na Luz e na cor de seus olhos, na expressão verbal de sua voz e finalmente,
na sua forma sintética ou simbólica de uma estrela de Cinco Pontas. Na mais
rudimentar das apreciações, porque inclusive atingiu o popular e se vulgarizou, na
frase - A luz de seus olhos - é luminoso mas também colorido, é sonoro, é
geométrico. Se estudado detalhadamente, desde o ponto de vista somático
( anatômica, fisiológico...), até o psíquico ( mental, afetivo-emocional ),
apreciados cientificamente ou filosoficamente, abre uma série de caminhos para o
possível conhecimento da Humanidade e suas origens, para o descobrimento dos
mistérios Universais. Daí ser, considerado um Microcosmo, o que justifica a
célebre frase - “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.
Contém, pois, em si, o Homem várias chaves que desceram os portais do Saber, e
apreciado como síntese é a Chave do Saber porque é um símbolo. É uma verdade
Universal. O Símbolo contém todas as linguagens. Comprovando isso, vemos o Mestre
dos Mestres - JHS, aconselhar seus discípulos e ao pesquisarem se algo expressa
uma verdade, procurem-no em todos os planos; isso eqüivale a dizer-se que, se esse
algo se expressar em todas as linguagens contém uma verdade. Segundo Goethe “no
símbolo” , o particular representa o geral, não como um sonho ou uma sombra, mas
como uma viva e momentânea revelação do impenetrável. Santo Agostinho disse que
“o ensino pôr meio dos símbolos desperta o fogo do Amor, para que o homem possa
superar-se a si mesmo” . Despertar o “fogo do amor” , eqüivale a dizer, na
didática moderna, que já esclarece muito - despertar o interesse e, segundo a
EUBIOSE, que nos leva ao âmago do conhecimento - significa “trabalhar pelo
trabalho” ou pelo amor ao trabalho, ou seja, porque esse trabalho, tarefa ou ação é
agradável, é toda a razão de ser, constitui a dupla integração do SER consigo
mesmo, ou seja, das partes com o todo e, desse todo pôr sua vez, com o ambiente,
que representa outra integração, isto é, de vários Seres com um tudo ou grupo e
assim pôr diante até chegar ao grande TODO. Desse modo pode-se começar a
compreender, a ter um vislumbre do que seja um Mundo sem paredes ou da quarta
dimensão. Eis porque aquela ação possibilita ao homem superar-se a si mesmo, pois,
nesse “trabalho agradável” , o afetivo emocional e o mental, dirigindo o físico,
agem em uníssono num acorde perfeito consigo mesmo e com o ambiente, ou em outra
palavra, com a Humanidade. E porque se supera a si mesmo ? Porque deixa de ser EU e
TU, para ser NÓS. Logo, termina a rivalidade, a competição, a ânsia de valor
individual. Surge a cooperação ou a Verdadeira Sociedade - a Civilização Eubiótica.

A interpretação de um Símbolo depende do grau de conhecimento do intérprete


ou, dito de outro modo, do seu estado de consciência em relação, é lógico, ao
Saber. A prova disso está na opinião de C.G.Jung que coincide com a de R. Guénon,
ao dizer que o “fato psíquico - Deus - ( logo concepção de massa ) é um arquétipo
coletivo, uma existência anímica que, como tal não deve ser confundida com a
concepção do Deus metafísico”. Renè Guénon diz em sua obra “Símbolos fundamentais
da Ciência Sagrada” que ‘o simbolizo é uma ciência exata e não um devaneio no qual
as fantasias individuais podem ter curso livre” . Aqui cabe voltarmos a sublinhar o
sábio conselho didático do Grande Senhor JHS, quanto ao método de pesquisar a
verdade, citado pôr nós alguns parágrafos atrás e isso porque Renè Guénon chama ao
simbolizo de “ciência exata”. Para aqueles cientistas nada, ou pouco
familiarizados com a Sabedoria das Idades, ciência exata tem um sentido
experimental quantitativo. A qualidade é posta de lado, ou ao contrário a pesquisa
deixa de ser exata. Para Guénon, estamos certos disso, o conceito de exatidão
assemelha-se ao da busca da verdade filosófica. Passa ao reino do Saber onde a
qualidade impere, alarga horizontes, enquanto a quantidade os limita e, pôr isso
mesmo, ilude. Entende-se, é a falada “Maya Budista” , ou ilusão dos sentidos, onde
a inteligência só atua com seus fatores comparativos e não de abstração e intuição.
J.E.Cirlot, no prólogo da 1ª edição de seu Dicionário de Símbolos, chama de
esclarecedora à atitude de JUNG, “em sua análise sobre Alquimia que atestam tanto
seu espírito de humanista preclaro e aberto, quanto rigoroso espírito científico”.
E, já que citamos Cirlot, não é demais que acrescentemos a opinião do hindú Anada
Coomaraswany, pôr ele mencionado, sobre simbolizo, pois concorda com o que dizíamos
acima “é a arte” de pensar em imagens “perdida pelo homem, especialmente nos
últimos trezentos anos, diz Carliot, talvez em conseqüência das catastróficas
teorias de Descartes, na frase de Schneider ( ! )”.

Blavatsky diz em seu Glossário, que simbolismo é “expressão pictórica de uma


idéia. Acrescenta : “a escrita primitiva não tinha, a princípio, caracteres, senão,
símbolos que representavam toda uma frase ou sentença”. O símbolo é pois uma
parábola registrada e a parábola do Símbolo falado. Isto transmitia seu Saber de
boca a ouvido, aos discípulos, através de símbolos e a quantos o ouvissem, através
de parábolas. É conhecidíssima a passagem em que conteve os julgadores de
Magdalena, dizendo : “Quem estiver isento de pecado, que lhe atire a primeira
pedra” , enquanto traçava no chão um peixe, ou seja, o símbolo do Ciclo de Piscis.
Em sua ação havia algo mais profundo, um símbolo falado”. O Cristo transmitia seu
saber de boa a ouvido aos discípulos, através de símbolos e a todos quantos o
ouvissem, através de parábolas. É conhecidíssima a passagem em que conteve os
julgadores de Magdalena, dizendo : “Quem estiver isento de pecado, que lhe atire a
primeira pedra” , entretanto traçava no chão um peixe, ou seja, o símbolo do Ciclo
de Piscis. Em sua ação havia algo mais profundo que uma simples advertência, pois
em todos os atos, o Sábio difunde o conhecimento, de acordo com a possibilidade de
assimilação de cada qual, isto é, dos que o ouve. Naquele momento usava usa voz
numa parábola para os que o ouviam em geral mas completava seu pensamento com um
símbolo, traçado no chão, para os mais argutos. O símbolo é, pois, uma forma de se
mostrar toda a verdade que só é percebida dentro das possibilidades de cada um. Daí
a diferença fundamental entre aluno e discípulo. Compreende-se pelo que foi dito,
que o Sábio é Justo e Perfeito Mantenedor do Equilíbrio. Não é bom, nem mau. Cada
qual recebe aquilo que lhe é devido, de acordo inclusive com a sua própria
vontade, nem mais, nem menos.

A comunicação de um fato transcendente, ou seja, a tradução de um


conhecimento feita através do Símbolo, ou da Linguagem Simbólica, tem a propriedade
de resguardar seu conteúdo real e foi o que permitiu à civilização de nossos dias,
através de homens como JUNG, ROSO DE LUNA, RENÉ GUÈNON, para citar apenas três,
perceber o fio que vem ligando todas as civilizações através dos séculos,
caminhando do Oriente para Ocidente, demonstrando uma verdade que se apresenta
através de várias roupagens, mas que vestem um mesmo corpo. Isso, permite ao
homem, descobrir a Sabedoria Arcaica ou Sabedoria Iniciática das Idades ou Ciência
das Idades, se assim a quiseram chamar, isto é, a Verdade contida nos símbolos que
nos levam a encontrar inclusive a existência da Atlântida.

Para exemplificar o que dizemos, vamos reproduzir um trecho de Roso de Luna,


sobre o simbolizo de Toth Hermés que se encontra em seu maravilhoso livro –
Simbolismo das Religiões do Mundo. Vejamos : “O nome de Toth é mais de procedência
persa, porque há em TOT, raiz de Turan, no Cáucaso, ou seja Saca, Sacs, o
Iniciador escita e escitas foram todos os chamados reis pastores do Egito. Como
Pitágoras bebeu grande parte de seu saber nessas fontes, delas me foi possível
tomar a idéia de sua Mônada e de sua Duada, ambas expressões em função daquela
palavra grega, de modo que se segue. A célula óvulo, ou a célula primitiva, antes
da fecundação espermatozoárica, é como uma esfera vazia e uniforme, representada
sempre pôr um círculo e esta é a primitiva ou microm representativo da Mônada. A
primeira cariocinesis ou desdobramento operado nessa célula, pela evolução vital,
determina a formação de outras duas células irmãs ( A DUALIDADE ), ficando aquela
como nexo de ambas, à guisa de espírito unitário do novo ser, ou desaparecendo,
quer dizer, segundo a linguagem pitagórica “retirando-se para o silêncio e a
obscuridade”. A representação esquemática de tal fenômeno é a seguinte:

É a l

É a letra grega, pois que se trata da letra o , entre dois thethas ou th, - é
THT - - o – Tht ou Thoth. A continuação do fenômeno evolutivo, com o desdobramento
ulterior daquelas duas células irmãs, podem ser representadas assim:

É o conhecidíssimo símbolo do Caduceu de Mercúrio, no qual as


Duas novas células foram deixadas em aberto para expressar a continuação ulterior
do fenômeno, tal como nós deixamos uma frase incompleta seguindo-a de reticência. O
conjunto assim representado nos oferece, com a justaposição de esferas do Bem e do
Mal ( Agathodaemon e Kakodaemon ) tão conhecidas no simbolizo arcaico, assim como
na física moderna e representação das vibrações de toda corda sonora, a bem dizer
vibração do Logos, pela qual a vida desce dos planos superiores aos inferiores e
retorna destes aqueles em inacabável vibração ou ciclo.

A palavra arcaico, arcaica, de onde Sabedoria Arcaica, para a maioria apenas


com o sentido de antiquíssimo, vem Arga, Arka, já diz Roso de Luna, é uma palavra
equivalente a “IÓ” ( símbolicamente os princípios masculinos e femininos como
todos sabem ) pôr quanto AR ou RA é o fogo masculino criador e GA, o princípio
aquoso ou feminino. Pôr isso temos a Arca de Noé – resguardando as futuras
espécies ou raças, a Arca da Aliança dos Israelitas, ou seja a progênese da Isis-
real ou espírito-Alma de IÓ. Assim, vista de um ângulo Tridimensional, Sabedoria
Arcaica, já se apresenta com um sentido muito mais profundo, ou seja, que começa a
esboçar seu conteúdo, a ser realmente Sabedoria.

Da palavra Arga, Arka, originou-se a de Arcano. O conjunto dos Arcanos forma


o Tarô. Esta palavra lida através da Temura, dá Rota – caminho – e, pelo
abrandamento da letra t, roda, ou caminho circular. Implicitamente aí está
simbolizado o ponto, o uno, a unidade se expandindo e se retraindo, ou a
multiplicidade e a volta à unidade, tanto valendo dizer o UNO no TODO e o TODO no
UNO, ou seja, o caminho evolucional. O Tarô é um livro atribuído a Hermés o
Trimegisto, ou o Toth-Hermés e que, segundo alguns, não parece Ter sido um único
homem, mas uma Corte de Adeptos que o escreveu. Assim, diz JHS “para ocultares as
verdades sagradas, criaram um livro composto de várias lâminas que as encerram de
modo sintético” ou simbólico, como buscamos demonstrar.

“As Lâminas do Tarô, foram empregadas posteriormente como jogo divinatório,


com o fito de passarem de geração em geração. Só entenderiam, porém, seu
significado oculto, aqueles que possuíssem as chaves para tal”. Com o tempo passou
a Jogo adivinhatório, utilizado charlatanescamente, e o baralho de cartas de jogo
ou atividade de lucrar e perder... na ânsia que tem o homem de se compensar,
amealhar, assegurar, mesmo quando procura um divertimento.

A maioria dos Tarôs existentes, é derivado do Tarô Egípcio. Este compõe-se de


78 Lâminas, sendo que 22 constituem os Arcanos Maiores e mais 56 que são
denominados de Arcanos Menores. Estas popularizaram-se constituindo propriamente, o
que usa como Cartas de Baralho. Mas 22 Lâminas ou quadros, que constituem os
Arcanos Maiores, estão estampados ou gravados os Mistérios encerrados no axioma :
“Do Uno-Trino, ou seja, a Tríade Superior de todas as Teogonias, espalhando-se nos
7 Dhyans-Choans, nos 7 Arcanjos, ou seja, o Lampadário Celeste. Ora, cada um
desses Dhyans-Choans, desses Arcanjos traz o potencial que os gerou, isto é, 3.
Então 3 x 7 = 21 mais o UNO ou um que encerra o Trino, igual a 22. ( 3 x 7 + 1 = 22
). A comunicação, a extensão, o trabalho, a mensagem, enfim, desse UNO-TRINO,
através dos 7 auto-gerados, constitui o Potencial, o Saber do Avatara, ou seja, do
TOTH de todas as eras. É a ação da Lei, o trabalho das Hierarquias do Segundo
Trono, embora já agindo no Terceiro Trono. Pôr esse motivo os 22 Arcanos Maiores
constituem o Tarô Sacerdotal. Pôr isso cada Avatara enuncia, seguramente, seu saber
através dos 22 Arcanos Maiores, o que na sua época, representa o conhecimento do
futuro. Daí haver mais de uma coleção, digamos assim, de 22 lâminas maiores.
Conhecemos, pôr exemplo as lâminas ou as mensagens feitas, ou pelo menos
interpretadas pôr Cagliostro, pôr São Germano, pelo Anjo da Palavra.

O Lampadário Celeste é constituído pôr 7 Seres Andróginos que se expandem ou


multiplicam através de vários planos, logo, 7 x 7 = 49, mais a Tríade Superior, que
é o Potencial que os irmana em essência, 52 ( sim, 7x7+3=52 ). A esse número vem se
juntar a ação em dois planos, vertical e horizontal, que é característica do plano
do Globo Terrestre, ou seja :

Aí temos o quaternário da Terra, no Segundo Trono esboçados como sendo Quatro


Grandes RAJAS ( MAHARAJAS ) e no Terceiro, Quatro Kumaras, que se refletem na Face
da Terra, nos dirigentes das Quatro direções do Globo Terrestre. Vimos, então, o
quaternário da Terra ou os quatro pontos Cardeais, isto é, o que caracteriza a
suástica, o movimento, a roda da vida, temos pois, 7 x 7 = 49 + 3 = 52 + 4 = 56.

Os quatro pontos Cardeais, as quatro direções são também chamadas, na


fraseologia simbólica – Dirigentes ou Senhores dos Caminhos Humanos, ou dos Seres
que habitam a Face da Terra. São reflexos dos Quatro Kumaras, na Face da Terra :

• Aquele que doa a Vida – MANÚ ;


• O que transforma - YAMA ;
• O que julga – KARUNA ou KARMA, RAJAH KARMAN, destino ;
• E o que coordena o equilíbrio, esclarece – ASTAROTH.

Eles estão representados pelos Quatro Ases ou Lâminas, um dos Quatro Naipes,
Tônicas ou Direções. A Tríade Superior figura no Rei, na Dama e no Valete ( PAI-
MÃE-FILHO ) e a sua criação ou Família, a multiplicação, através de 10 cartas
( incluída a lâmina UM ), de cada pau da cruz ou Itinerário de IO.

Assim, temos os 56 Arcanos Menores constituindo o baralho, distribuídas nas


seguintes cartas : quatro Coringas ( Kumaras ) mais quatro Ases ( Dirigentes ),
mais Doze figuras ( 4 x 3 – Tríades ), mais 36 cartas dos naipes ( Famílias,
símbolos da multiplicidade e inclusive o número, pela soma reduzida de 36, do
Adepto, ou 9 ). Perfazendo o número 56, ou seja, 4 + 4 + 12 + 36 = 56.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

33. EDUCAÇÃO EUBIÓTICA


O
tema Educação Eubiótica, desperta muita curiosidade. Assim, respondemos hoje a um
pedido dessa natureza. Devemos em primeiro lugar procurar ver o que se entende por
EUBIOSE. Decompondo-se a palavra, temos : primeiro : EU o que designa a primeira
pessoa, pessoa física. Aquele que age ou sofre a ação.

Do ponto de vista psicológico o EU é o núcleo íntimo do Homem e do ponto de


vista da Ciência Iniciática das Idades é núcleo do homem, é a sede do seu ser, ou
a sua razão de ser, é a sua individualidade metafísica. É interessante vermos que,
se poderia, então, observar um tríplice aspecto do homem : físico, psíquico e
espiritual. Na primeira forma explicada gramaticamente diz-se que é pronome
pessoal, a pessoa que age. Na Segunda, analisado pela psicologia ou ciência que, de
seus primórdios se dedicava ao estudo da alma, de onde psique e, na terceira forma,
apresentado em termos filosóficos : 2º : BIO é VIDA. Se BIO quer dizer vida e vida
é manifestação universal, esse EU é também consequentemente um universo, em
miniatura porque está no homem se expressando como detalhe antropomorfo. Temos,
então, que a palavra EUBIOSE trata, em síntese de um EU ou VIDA em tríplice
aspecto, ou seja, uma verdadeira miniatura da manifestação da unidade. Não
entramos, por enquanto, em maiores detalhes pois esta é uma apresentação da
matéria, o que, no decorrer das aulas, será feito.

Quando falamos em vida universal, imediatamente se nos apresenta em mente, a


natureza. EUBIOSE quererá dizer viver em contato com a Natureza ? ... Usufruir-
lhes os benefícios ? Desenvolver o corpo físico ? Tratar-se-á de conseguir a
longevidade através do contato com a natureza, dela obtendo o bem-estar físico?
Será, então aconselhável o máximo contato com ela, livres de roupas até, o contato
nu, e o ideal estaria resolvida pelas colônias nudistas ? Estarão absolutamente
certos ? De algum modo, em um pequeno sentido, diríamos que se a civilização já não
tivesse demonstrado o contrário, pois não foi à toa que o homem se vestiu, nem
apenas só por pudicícia, por vergonha. Há uma série de outras necessidades,
inclusive a da ética. O que é ética ? É a ciência da Moral. É a parte da filosofia
que estuda os deveres do Homem. A estética também levou o homem a se vestir, a se
cuidar, a se aprimorar. A estética é a ciência que trata do belo, na natureza, nas
artes, a filosofia das belas artes.

O Professor Henrique José de Souza, esse Mestre Extraordinário, que nos legou
a EUBIOSE disse, definindo-a : “é a ciência do melhoramento da vida em todas as
suas formas e debaixo de todos os seus aspectos, com o fim, imediato, de assegurar
a felicidade a todos quantos a ela se sujeitem, e ainda mais : - o papel da EUBIOSE
é embelezar e aprimorar a vida em todas as suas manifestações.”

A colonia de nudismo, então, não preenche as condições acima definidas, não


pode ser considerado um grupo eubiótico, embora vivendo em absoluto contato com a
natureza. Acontece que, se o contato, daquele modo, com a natureza e segundo todos
os preceitos de higienização, é útil ao corpo, não o será à vida da comunidade em
sociedade, e assim, não lhe trará beleza e felicidade.

A criatura humana vivência dentro de um aspecto emocional ou afetivo-


emocional, isto é, seu EU está, ainda muito impulsionado pelo inconsciente, que é a
força cega e portanto tende a não raciocinar, ele tende a não ouvir o seu EU
superior ou aquilo que na Ciência Iniciática das Idades é chamado de
individualidade metafísica. E aqui cabe uma pequena explicação desse núcleo, para
ser compreendido melhor o que expomos. O núcleo do ser, a individualidade, o EU,
como tudo, se polariza, de acordo com o plano em que age ou funciona. Temos, então,
o Polo inferior do EU, ligado às forças cegas e o Polo superior, ligado ao
raciocínio, a mente, a razão. Isto dito, voltaremos a análise do grupo nudista; ele
se deixa envolver pela face inferior do “EU” , seus interesses são motivados e
vivenciados dentro desse semicírculo e podemos prever o que predominará, como tal,
no grupo assim dirigido. Na busca do bem-estar físico, está muito em moda a chamada
YOGA. Esclarecemos que a “YOGA utilizada é a chamada Hatha Yoga, aquela que
proporciona o bem-estar físico. O que significa Yoga ? ... União com o EU...
Perguntarão : não se deve procurar o bem-estar físico, será contra indicado ?...
Responderemos : não estamos condenando, estamos apenas analisando. A Hatha Yoga
procura apenas a saúde do corpo físico, a união com o corpo físico, a atenção
voltada para ele o que é feito através de uma série de exercícios que dão
equilíbrio, domínio físico, bem-estar que vai influenciando, sem dúvida, de certo
modo, no humor psíquico-euforia, boa disposição mas, também, segundo a
personalidade, maior capacidade de despotismo, por exemplo : mas isso não é tudo
porque a psique e a mente continuam estagnadas; logo a criatura que assim se dá, e
se exercita está se unindo, exageradamente, ao físico em detrimento das outras
duas, ou seja, do psíquico e do espiritual, ou mental na sua mais alta expressão.
Não estará assim, em desequilíbrio do ponto de vista do todo, no seu aprimoramento,
de sua evolução ? Não seria muito mais lógico que houvesse um adestramento paralelo
das outras partes ? ... Concluímos, portanto, que o ideal é o equilíbrio dos três
aspectos e não cuidar de um negligenciando os outros dois.

Quantas pessoas condenam a vida das cidades e dizem que querem mergulhar na
vida do campo, porque a da cidade desgasta e mata. Isso é, apenas, uma fuga à luta.

Quero viver livre de preconceitos, de fingimento, de obrigações, de horas


marcadas, de deveres sociais. Quero Ter saúde. Nessas palavras está a confirmação
do que dizíamos e é necessário que se note que não estamos fazendo a apologia da
cidade, pois que ela não é, também – EUBIÓTICA; é entretanto, outro ângulo. Não é,
contudo fugindo à luta, voltando a vida onde a civilização não alcançou todas as
suas possibilidades, ainda, que estaremos em equilíbrio, vivendo e vivenciando
eubioticamente. Não é procurando viver, liberto de deveres, à semelhança dos
representantes do reino anterior ao nosso, procurando o ideal nudista que quase se
transforma num homem primitivo que se resolvem as angústias. Não é voltando às
selvas e terminando, fatalmente, em promiscuidade e até em cruzamento com animais,
como já aconteceu, originando, os macacos, que o homem conquista o bem-estar. Está
claro que aquele só conseguirá regredir, seguindo este caminho. A fuga para o mato,
no anseio exagerado, irrefletido da busca pela natureza, seria a quebra da
evolução. Essa busca irrefletida, repetimos, do bem-estar, é a cristalização dos
hábitos, a fuga a vencer as dificuldades, vencer os trabalhos, superar os níveis
atingidos ! Já atingimos um patamar ? Chega ! Vamos gozar as delícias do patamar !
Gozar a brisa fresca numa rede, o corpo sensacionando agradavelmente enquanto a
psique e a inteligência estão estagnadas, porque em todos os momentos da vida,
temos, sempre que vencer alguma coisa, para evoluir.

Dissemos, há pouco, que o EU tem dois pólos – Eu superior e EU inferior.

Se este ( o EU inferior ) está voltado para as forças instintivas, para a


dinâmica inconsciente, se é impulsionado por ela, é muito mais fácil atender-lhe.
Atingir a camada superior é mais difícil, é deixar de ser cego, é suportar a luz,
olhar a luz, face a face, sem ser ofuscado. Para isso tem que vencer dificuldades.
Tende, então, o homem à inércia passiva, a não querer ver as dificuldades, vai
colocando o preestabelecido em primeiro lugar, se enquadrando na tradição, no
saudosismo, no passado, alheio a evolução e portanto, sendo contrário à vida
Eubiótica, porque não concorre para aperfeiçoar e embelezar a vida. Isto já é
regredir. Ë por isso que há necessidade de uma constituição eubiótica, científica
eubiótica, para que, penetrando-lhe o sentido aprendamos a melhorar intimamente
cada criatura, em vez de se interessar tanto e tanto só pelo bem-estar físico, ou
então ainda, a sua vida física ou EU físico, procure também, o aperfeiçoamento
psíquico e mental. Isto é difícil – é dificílimo. E por que ? A tendência à inércia
passiva e nós já ouvimos falar pelo Professor Henrique José de Souza, na inércia
neutra e na ativa. Não podemos nem compreender o que é essa inércia neutra, ficamos
na passiva como já vimos, na cristalização, no já conquistado, na repetição. Para
ver se isto é verdade ou não, basta lançarmos os olhos para o espetáculo que
constituem as reações a qualquer mudança nos hábitos, pesquisa de um real artista,
revelada ao homem – é chamado de louco, quando menos, para o futuro, ser, então,
aceito. Não é verdade ? Conquistar, vencer graus de qualquer natureza, eis a
dificuldade. E o homem apela, imediatamente, para o mais fácil, recorre aquilo que
em psicologia se chama : mecanismo de defesa. Os mecanismos de defesa constituem a
máscara humana. Máscara que não deixa que a criatura seja vista, tal qual é; por
detrás desta máscara acoberta suas fraquezas, ou sua falta de vontade de vencer
uma dificuldade, calmamente. A máscara dá, ao homem, a possibilidade de vencer
( ilusão ) mentindo, falseando ou iludindo-se si próprio. Vejamos : um jogo, numa
luta corporal há regras, mas segui-las dificulta a vitória, então, comumente os
dois jogadores procuram burlar essas leis. Usam golpes desleais e podem ganhar.
Ganharam ficticiamente, mas ficaram satisfeitos. É mais fácil fingir que se cumpre
alguma coisa do que, realmente, cumpri-la. Se é considerado valor, se bom, ser
honesto, ser leal, ser inteligente e nós não conseguimos ser tudo isso, fingimos
ser ou usamos uma máscara em que o somos, para obtermos aquele julgamento de
valor. É atrás dete valor, dentro de uma inércia passiva que agimos para termos uma
conceituação a nosso respeito. Dito de outro modo, procuramos sempre falsear a
verdade, dar uma demonstração de que somos alguma coisa preocupados com “EU
SOU” , mas sem nos esforçarmos para sermos realmente. EU sou isto, EU sou aquilo...
Quer dizer, a criatura vive em torno de si mesma sem se preocupar se quando ela
está falseando alguma coisa, em qualquer ação, se essa ação falsa estará ou não
prejudicando a outrem, ou outros ou a comunidade, contanto que se saia bem ou seja
bem julgado. Vemos que esse vivenciar quebra qualquer regra de equilíbrio do todo.
As células de um corpo, de um organismo, trabalha todas em harmonia, porque quando
uma entra em desarmonia, imediatamente surge o desequilíbrio psíquico somático.
Quando não estamos agindo com os nossos sentimentos superiores e, portanto, com o
EU superior, com a razão, temos pesado mais a face cega. Estamos mais cheios de
paixão e muito menos de razão, para não dizer ausentes de razão, vivenciando pois,
em torno do ‘EU’ inferior, egocêntrico; ou em torno apenas de nós mesmos e
desligados de todo ou do ambiente, da sociedade. Não vivenciamos em termos de
simbiose. E que é simbiose ? É uma ligação mutua, é um esforço em uníssono, é um
acorde perfeito. E simbiose só é possível quando deixa de ser apenas eu para sermos
eu e tu, nós, tudo enfim... Estamos, interrelacionados, mas, realmente,
interrelacionado para produzir alguma coisa harmoniosa porque podemos estar
aparentemente inter-relacionados cada um, agindo egoísticamente, ou em função do
“EU” sem sermos capazes de olhar para fora, sem atendermos se tu e ele está bem ou
mal.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

34. NOTICIÁRIO – VISITANTES ILUSTRES

V
ários membros da STB que não podem vir freqüentemente ao Templo, tem mostrado
curiosidade em conhecer o movimento que em torno dele existe, e se objetiva como
visita. Mais ainda, desejam saber a forma como, de um modo geral, são respondidas
as perguntas dos visitantes. Atendendo ao pedido que, nesse sentido, nos foi feito,
coletamos alguns dados que passamos a dar em forma de noticiário, tendo em vista,
naturalmente as perguntas que nos são feitas com maior freqüência.

O Movimento Cultural Espiritualista em que se empenha a Sociedade Brasileira


de Eubiose, teve seu início em 24 de Junho de 1899, na Ilha de Itaparica, Bahia,
acontecimento este que é conhecido na história da S.B.E. por “Fundação Cíclica”...

Depois disso, o Professor Henrique José de Souza, seu principal protagonista,


dirigiu-se a Índia, cidade de Srinagar, passando primeiramente por Portugal, na
cidade de Lisboa.

Após 21 anos dessa fundação cíclica, ele e sua companheira de Missão,


D. Helena Jefferson de Souza, fundaram em São Lourenço, no Morro da Esperança,
situado na Fazenda Santa Helena, a Sociedade que três anos depois tomaria o nome de
“Dhâranâ” – Sociedade Mental Espiritualista... Essa fundação em São Lourenço, em 28
de Setembro de 1921, tem o nome de “Fundação Espiritual”.

Em 10 de Agosto de 1924, na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro à Rua


Santa Rosa, 426, dá-se a Fundação Material e a nova Sociedade recebe o nome de
“Dhâranâ” – Sociedade Mental Espiritualista. Com este nome veio ela até 28 de Maio
de 1928, quando passou a se denominar “Sociedade Teosófica Brasileira” , em
homenagem ao trabalho desenvolvido na América do Norte pela valiosa mulher que se
chamou Helena Petrovna Blavatsky, a qual procurou elevar a Humanidade,
principalmente, no Novo Continente, a um estado de consciência superior, fazendo-a
superar a mentalidade espírita ( animismo ) vigorante na época (fins do século
passado). A designação de “Sociedade Teosófica Brasileira”, também teve o sentido
de formar uma “FRENTE ÚNICA ESPIRITUALISTA NO MUNDO”, na base de “UM POR
TODOS E TODOS POR UM”.

Finalmente, vencida mais uma etapa de trabalho, a Sociedade Teosófica


Brasileira, atendendo as exigências de um novo Ciclo, adotou em 28 de Setembro de
1969, com o nome de “SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE”, afim de preparar a
consciência do povo brasileiro principalmente, para o destino que o aguarda no
conceito universal, como líder de todos os povos, já que o Brasil está fadado por
força da Lei que a tudo e a todos rege, a ser o berço de uma portentosa
civilização, pois como afirmou o Professor Henrique José de Souza, “o Brasil é o
Santuário da Iniciação do Gênero Humano a Caminho da Sociedade Futura”.

TEMPLO E OBELISCO

Dois Monumentos se defrontam na Praça da Vitória, na cidade São Lourenço,


Estado de Minas Gerais : Templo e Obelisco. Ambos foram erigidos pela “Sociedade
Brasileira de Eubiose”, no seu incansável esforço espiritual e cultural pelo
engrandecimento moral do gênero humano e se completam de forma harmoniosa, no mais
profundo esoterismo de sua significação. O primeiro erguido em 1949, é dedicado ao
“SUPREMO ARQUITETO DO UNIVERSO” , que ciclicamente se manifesta em forma Avatárica
( Avatara é um termo sânscrito que significa a descida da Lei, ou a manifestação da
Divindade na Terra, em Alguém que venha dotado de semelhante privilégio, para, não
dizer, um SER de origem divina, cuja próxima, no início do Século XXI, é esperado
“Maitréya” ou o Senhor dos Três Mundos, ou das Três Mayas”. Quanto ao Obelisco,
inaugurado em 24 de Junho de 1957, data de maior significação para o nosso
Movimento – representa o máximo alcançado pelas Mônadas, através do Itinerário de
“IO” , aos 23 graus de latitude sul, Trópico de Capricórnio. É um Monumento
dedicado a própria Semente da Nova Civilização, que terá por berço o Brasil, como
tem sido anunciado incansavelmente pela SBE .

Era Prefeito de São Lourenço, quando se inaugurou o Obelisco, o Senhor Mário


Mascarenhas de Oliveira, e, por ocasião da inauguração do Templo, exercia as
funções de Prefeito o Dr. Eurípedes Vaz da Costa Prazeres.

MUSEU
No Museu da Sociedade Brasileira de Eubiose figuram vários objetos e quadros
relacionados com a sua história, não só neste ciclo como em outros anteriores, pois
a Obra em que ela se empenha vem vindo através dos tempos, sempre em mãos de Alguém
que, pelo seu Saber e Altas Virtudes, pode ser o depositário de Conhecimento
Milenar que é tradicionalmente conhecido pelo nome de “Sabedoria Iniciática das
Idades”.

O quadro a óleo, de autoria da pintora Yolanda Campelo, “Apoteose à Missão


Y”, é uma síntese de todo o trabalho deste Movimento Espiritual, até os nossos
dias. Todos quantos colaboraram na grande Obra de Deus na Face da Terra, aí estão
representados. Artistas, cientistas, místicos, governantes, enfim, os expoentes
máximos em todos os setores da atividade humana, que trouxeram uma parcela do seu
saber e das suas experiências para impulsionarem a evolução, figuram nesse
magistral quadro. Num acima, sobrepujando a humanidade, vê-se uma série de Budas
( termo que significa iluminados ). A série de Budas representa a Filosofia no
Futuro. Sobre eles paira o “Cavaleiro das Idades” , sob o símbolo do Cruzeiro do
Sul, constelação sob cuja égide se encontra o nosso Continente, tudo isso formando
um conjunto harmonioso, com vistas à Civilização que se desenvolverá no Ocidente,
onde atualmente vibra a Grande Luz, e, no Brasil particularmente.

Um objeto de grande valor estimativo que figura no Museu do Templo é uma cruz
oferecida por Sua Santidade o Papa Pio XII ao Prof. Henrique José de Souza, como
reconhecimento do seu trabalho no Brasil em prol da evolução humana, como Terra de
Santa Cruz ou Vera Cruz, isto é, onde se firma atualmente a Verdadeira Cruz do
Pramantha, constituída pelo mais elevado espiritualmente que se possa conceber
entre humanos seres. Cruzes antigas ligadas ao nosso Movimento em outras eras,
também figuram no Museu, cada uma com sua história e seu passado.

Um objeto que causa espécie aos visitantes, é um grande garrafão envolto em


palha, atualmente, vazio, mas que, quando chegou às mãos do Prof. Henrique José de
Souza, vinha cheio de água puríssima e com o teor vitalizante, proveniente de um
local onde a vida é vivida de maneira eubiótica, ou seja, em equilíbrio perfeito em
todos os planos de criação; água esta que, por especial bondade do Prof. Henrique
José de Souza, foi distribuída entre os Membros da S.B.E., no dia 15 de Setembro de
1942. O que causa admiração a quem pega o garrafão é seu peso que é levíssimo em
relação ao seu tamanho.

Além das relíquias citadas, há várias outras, procedentes de diversas


Fraternidades relacionadas com o Pramantha ou a Maçonaria Agarthina dos Traichu-
Marutas. Entre elas mencionaremos o emblema do “Grau” Dezoito, oferecido ao Nosso
Mestre JHS, pelo Superior Incógnito da Maçonaria Escocesa. O ilustre artista Manoel
Noronha, da Prefeitura de São Lourenço, ofereceu ao Museu do Templo, o BRAZÃO da
Cidade de São Lourenço com o símbolo do Graal...

No altar do Templo figura a Taça do Santo Graal, cuja tradição remonta a um


milhão e cem mil anos, posto que se trata de uma expressão cósmica. Por isso se
acha no Oitavo Templo ( segundo a tradição do futuro ). O Cálice da tradição do
Cristianismo e do Budismo se relaciona com o aspecto antropogênico. Taça, símbolo
cósmico, e o Cálice é uma alegoria do sacrifício humano. Acima da Taça há o
Triângulo com um Olho no centro. Símbolo que é do Supremo Arquiteto do Universo. O
Templo é um local de realizações. É um ambiente apropriado para as realizações
eubióticas, ou seja, a integração do eu inferior no EU SUPERIOR.

VISITANTES ILUSTRES

O Templo da Sociedade Brasileira de Eubiose, tem sido visitado por pessoas de


projeção no mundo cultural e religioso...
EM JUNHO DE 1957 - Visitou o Templo a Dra Ph. Aurey Kargere, autora Livro
“Color Personality” , que veio acompanhada da Dra. Genia Sakin.

EM 04 DE OUTUBRO DE 1959 - Procedente da Suíça, veio, especialmente a São


Lourenço, conhecer o Templo e seu Presidente, o eminente Prof. De Psicologia,
discípulo de Jung, Oskar R. Schlag. Em 26.12.62, voltou novamente ao Brasil,
retornando a São Lourenço, a fim de entrar, outra vez em contato com o Templo e os
membros da SBE.

EM 14 DE SETEMBRO DE 1967 - O Templo recebeu a honrosa visita de D.


Sebastião Baggio, então Núncio Apostólico no Brasil, que se fez acompanhar do
Arcebispo de Campanha, D. Othon Motta, do Vigário da Paróquia de São Lourenço, Frei
Osmar Dirks e demais pessoas de nobre comitiva.

EM 08 DE AGOSTO DE 1968 - Em visita oficial a São Lourenço, o Governador


do Estado de Minas Gerais, Dr. Israel Pinheiro, foi recebido no Templo da S.B.E.,
pela Guarda do Santo Graal.

EM 09 DE AGOSTO DE 1968 - o Dr. Moacyr Arpex Dinamarco, Grão Mestre do G


O do Brasil, esteve em visita ao Templo, com os componentes do A C

EM SETEMBRO DE 1968 - O Templo foi visitado pelo Dr. Manuel Antônio Moreira de
Azevedo, Membro da Universidade do Porto, Portugal, que veio especialmente a São
Lourenço conhecer a Obra em que está empenhada a S.B.E.

EM AGOSTO DE 1970 - Procedente de Lisboa, Portugal, chegou a São Lourenço o


ilustre casal Dr. Alberto Antônio Siqueira Pinto Gouvêa e Celeste Batista Gouvêa e
o jovem Rui com a finalidade de conhecer o Templo e se inteirar da doutrina da
Eubiose.

PALAVRAS DO GRANDE SENHOR JHS, FUNDADOR DA SBE

“Há uma diferença muito sensível entre perceber a entender a Verdade. Podemos
percebê-la com o coração e entendê-la com o cérebro; ou melhor, podemos sentir a
verdade intuitivamente e examiná-la intelectualmente.

Se os que vivem neste século cultivassem a faculdade de perceber a Verdade


pelo coração examinando depois por meio da inteligência o que sentiram, muito breve
teríamos por toda parte uma condição melhor e mais feliz da sociedade. Porém, a
desgraça de nossa época consiste em que as faculdades intelectuais foram levadas ao
último extremo de seu poder de resistência, para as formas exteriores das coisas,
sem perceber seu caráter espiritual, por meio do poder da intuição.

A intuição é mais atrevida do que a própria inteligência; ela é algo assim


como um farol que orienta o rumo da inteligência e, por isso mesmo foi a voz
interna que guiou a todos os descobridores.

Ora, o Templo é a usina geradora dos fatores de abstração e intuição”.


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SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

35. TRANSFORMAÇÃO - SUPERAÇÃO - METÁSTASE - ESTUDO I

T
odos sabemos que o medo é a emoção primária por excelência, porque desde o
nascimento temos os primeiros contatos negativos, pois para nós são pouco
agradáveis, quer dizer, de sofrimento. Aprendemos então, imediatamente, que temos
que ter uma atitude de defesa para podermos sobreviver, e como estamos cheios de
vitalidade imediatamente tendemos a reagir, estamos sempre alerta. Assim o Medo é a
emoção primária, que nos conduz, que nos orienta, que nos domina. Este medo tem a
criatura humana diante de todos os fatos, diante de tudo na Natureza, na Sociedade,
no Mundo, no Universo. Ele só vê perigo a cada passo. Então isto lhe dá,
imediatamente, através daquele impulso, daquele desejo, que é força cega, que é,
portanto, necessidade de sobreviver, lhe dá precaução e aquela necessidade
imperiosa de adquirir poder. Adquirir poder de um ponto de vista psíquico, do ponto
de vista mental. Por que ? É evidente que é mais fácil, fazer determinados
exercícios físicos que lhe vão dar uma musculatura mais forte e, em conseqüência,
despertar maior respeito ao mundo...

Como somos criaturas humanas, vivemos socialmente; vivemos num grupo social,
a primeira coisa que existe é a luta pela sobrevivência social. Mesmo nas
democracias há as camadas sociais. Começa a competição, começa um homem a querer
Ter mais do que o outro. Por que ?... Porque precisa se precaver contra perigo, ele
não busca se transformar, ele busca se precaver contra o bote do outro. O indivíduo
está, nu, então numa reação animal, porque um animal é que se defende de outro
animal. O cachorro pega no osso e porque não necessita mais comê-lo e faz um
buraco. Enfia o osso lá dentro para guardá-lo. Os homens costumam fazer o mesmo.
Não podendo gastar todo o dinheiro, trazem um cofre e metem-no lá dentro.
Semelhante à atitude do cachorro mostram os dentes ferozes ao outro, para que não
lhe retire o dinheiro. Quem diz dinheiro, diz poder, mas não é só poder material,
em vários níveis. Há também ânsia de poder no plano afetivo-emocional. Queremos Ter
poder sobre as outras pessoas, ou nos apoderamos das outras pessoas, daí dizerem
que outra emoção primária é o amor. O amor do homem é luta. O amor do homem não é
se dar; é receber, é se apoderar, é ter poder; e tanto é assim que quando gostamos
de alguém, dizemos que esse alguém é só nosso. Até nossos filhos dizemos: “de quem
é esse filhinho” ? É só da mamãe, e assim por diante. É a necessidade de se
apoderar de alguém e isto porque a Humanidade é medrosa. Essa criatura ainda não
está amando ou se dando, mas apenas se assegurando de alguma coisa. Ela está apenas
lutando por uma posse, ou seja, pela posse de outra pessoa. Intelectualmente,
também existe essa mesma necessidade no homem. O Indivíduo amealha, guarda o
conhecimento; a prova é que a maioria das pessoas decora trechos e quando vai
transmitir para os outros seus conhecimentos não transmite tudo, guarda um pouco
para si, pelo medo de que os outros possam saber tanto quanto ele. Desejam brilhar,
temem a concorrência ou o concorrente. Procura Ter uma ascendência intelectual
sobre os outros, através daquilo que decoram nos livros. Indivíduos assim não
estão se transformando. Eles continuam ainda egocêntricos, vendo-se “a si
próprios” mas agindo também em função dos outros. Se eles dão conhecimento, não o
dão realmente, vendem-no. É natural que no mundo através das profissões, o homem
ganhe a sua vida. Não é justo que seja julgado egocêntrico só porque não dá tudo
quanto tenha, graciosamente. A forma social em que vivemos a isso obriga, portanto
estamos nos referindo aqueles que, por medo, deixam de transmitir a totalidade do
pouco que sabem. A ânsia de poder leva o indivíduo à mesquinhez, a má fé e até os
grandes inventos são usados em muitos casos para produzir o mal e não, apenas, o
bem, ou seja destruir e não, apenas, construir. Santos Dumont morreu desgostoso por
terem utilizado o seu invento – o mais pesado que o ar – como arma de guerra. Por
que foi usado para destruir assim a humanidade ? Pela ânsia que o homem tem de se
assegurar. Esse homem está cego pelo medo que gera a ambição de perder. Não evolue
porque nem se quer usa as sensações para distinguir, perceber , e com a
inteligência pesar, medir, contar; conseguir se ajustar. Ser razoável e portanto,
usar a razão. Quando o homem começa a querer se transformar é porque nele surgiu a
Centelha. Vejamos no intelectual : se ele tem espírito, porque não é todo
intelectual que tem espírito, ele é um homem que está se transformando e isso
ocorre porque tem um ideal. Ele tem idéias relevantes que busca transmitir aos
outros e ao tentar transmiti-las o seu fito é cooperar com a Humanidade, ajudá-la a
evoluir e, portanto, a se transformar. Seja como, onde e quando for. Ele pode ser
um cientista, um artista ou um simples operário, um jardineiro. O homem que começa
a ter espírito se destaca pela capacidade que tem de penetrar em todas as coisas
através de suas idéias. Assim, interpenetrando, torna-se uno com a humanidade, com
todos os Seres. Suas idéias estão como partículas em todos os pensamentos, da
criatura humana; ele se torna um com eles, no sentido de querer auxiliá-los. O
homem que se transforma ou muitas vezes tem a intenção de querer se transformar,
nem cogita de saber se tem espírito ou não, mas existe nele essa centelha. Esse
homem chegou a um ponto que, quando trilha um caminho sente, muitas vezes, a
necessidade de analisar se a sua ação é justa ou injusta, certa ou errada. Ele
volta a sua curiosidade no sentido de se aprimorar e de aceitar novas idéias sem má
fé; procura, apenas, que sejam justas, construtivas, afins com seu ideal. Assim ele
se dirige de um tal modo que sempre transformando sua conduta no sentido de que não
pensa mais em si próprio e, quando o faz, é para agir em função de atender a
outrem. Quer dizer, está sempre pensando nos outros, sempre procurando cooperar. Há
nele a necessidade de atender à humanidade, está procurando novas formas, novos
meios de proporcionar o bem-estar, seja da família, da sociedade ou da humanidade.
Ao se transformar a si mesmo, naturalmente concorre para a transformação dos
acontecimentos. Transformando-se a si mesmo, transforma ou concorre para a
transformação de cada homem que no total vai concorrer para a transformação dos
acontecimentos no mundo.

Assim, se toda a criatura se transformar, tendo uma conduta, ou uma atitude


de olhar de dentro para fora, ela já está dentro do plano da intuição, porque saiu
do plano egocêntrico. Ela tem a egoidade, ela diz “EU SOU” , mas quando o diz é
porque está absolutamente ligada aos outros e nesse momento ela superou um estado
de consciência quantitativo, ela atingiu a SUPERAÇÃO... Não pensamos que primeiro
exista uma etapa completa de Transformação para depois iniciar a etapa de Superação
e depois então a da Metástase. Se podemos entender que isso se dê de uma forma
paralela, ou seja quando, ou a medida que o indivíduo penetra no campo da
Transformação, começa a superar determinados estados e aí, embora numa parcela
menor do que a fase de Transformação está a Superação e se inicia a Metástase. Isto
porque tudo se interpenetra. Pensamos que a criação da mesma forma não se deu
primeiro totalmente, num plano da essência máxima, para depois passar a um plano
seguinte, terminá-lo inteiramente, passar a um outro, e assim sucessivamente, até
atingir a máxima densidade, ou seja, ao plano da Objetivação. Nos sentimos algo
assim como o raio de luz que se manifestou. No meio, está uma infinita gama de
graduações. A Transformação, a Superação e a Metástase não vão se fazendo
paulatinamente, mas paralelamente. É evidente que a Transformação vem se fazendo e
chega a um ponto que permite uma Superação que já é possível de ser notada;
acontece que ela já vinha sendo feita, mas não era possível ser percebida. Assim
como homem de espírito quando chega a ser percebido como homem tal, já antes havia
nele a vontade burilada, que é a chama, que é a centelha divina, que é a Essência,
que é a razão de ser da criatura humana, por isso ela diz “EU SOU” , mas não
diz com a intenção que o homem comum lhe atribui, que é a de impáfia, vaidade,
orgulho, como nessa frase : “Você sabe com quem está falando ? Eu sou fulano de
tal”... Ele diz no sentido do sábio ou do sábio, que mesmo sendo um discípulo
humilde de um grande Mestre é sábio ao dizer humildemente : “EU SOU QUEM SOU,
PORQUE SOU O DISCÍPULO HUMILDE DE UM GRANDE MESTRE”. Porque a consciência dele lhe
diz que ele busca alguma coisa de muito elevado, quer dizer, que ele tem a sua
vontade voltada para o Saber desse Mestre, o seu ideal é o do Mestre. Esse já tem
um princípio da Metástase, esse já tem o espírito brilhando dentro de si. E dentro
da Psicologia isto está absolutamente certo, ele tem a vontade de SER, mas não de
ser apreciado ou valorizado. Apenas o que Ele sente é dentro de si vibrar aquele
Ideal, ele está imbuído da essência daquele Saber que emana do Mestre. Esse já
atingiu um grau de Transformação que é uma verdadeira integração no Ideal. Assim um
pintor diz que “Eu sou quem sou dentro da pintura” , porque ele se sente,
honestamente, capaz de expressar o seu ideal através das cores, é capaz de traduzir
uma mensagem de suas idéias através das cores. O seu ideal é transmitir a sua
maior mensagem como expressão de beleza através da pintura. Ele se sente bem quando
está pintando e essa pintura ele não guarda para si, ele dá aos outros. Se por uma
questão de necessidade da própria manutenção é obrigado a vender seus quadros,
prefere fazê-lo pelo menor preço contanto que o comprador seja pessoa capaz de
apreciar a mensagem das cores. O seu ideal é ainda assim, transmitido para aquele
que o compra e também para toda a Humanidade, porque a sua produção ficará para a
posteridade. Esse é QUEM É como pintor. O mesmo poderia dizer de qualquer ramo
da arte, de um médico, ou qualquer cientista. Naquele momento ele atingiu a
METÁSTASE e por que ? Porque está se mesclando, está interpretando, isto é,
interpenetrando a Humanidade através dela, possivelmente, o Universo. Integrando-se
assim, superou o intelectualismo, porque a sua conduta, ou o seu afetivo-emocional,
em uma palavra a sua psique, unida ao intelecto atingiu um ponto superior, ou seja,
superou-se a si mesmo. É um homem de Espírito. Esse deixou de pertencer a média do
grupo, deixou de ser um homem comum.

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Revista Dhâranâ de Nov/Fev. de 1955 nº 5/6 – formato grande pag. 115

NOTA JHS “A Instrução refere-se à Inteligência. E a Educação, a Emotividade. Que


grande reforma exige, entretanto, todos os seus evidentes progressos, tanto a
Instrução como a Educação, para o aperfeiçoamento dos seus “Educadores” , a fim de
que os mesmos sejam felizes ! Uma Instrução que cansa, uma educação em condições
de “cada um continuar a fazer o seu próprio aperfeiçoamento, mesmo depois de ter
abandonado a tutela de seus Mestres. De nada vale uma didática que não incluía seu
esforço tornando autodidatas aos seus educando; que não devem perder de vista a
felicidade” , pois esta, para aquele que não se acha anormalmente excitado ou
deprimido, dá a medida justa do que é conveniente e legítimo; e que,
reciprocamente, na conquista da felicidade, não esqueçam o melhoramento que sempre
fica sacrificado desbioticamente quando se buscam falsas felicidades : a da
preguiça, avareza, orgulho, vaidade, e muito, o EGOÍSMO.”

INSTRUÇÃO EDUCAÇÃO E TRABALHO

TRANSFORMAÇÃO - SUPERAÇÃO - METÁSTASE


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DEPARTAMENTO CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

36. TRANSFORMAÇÃO – SUPERAÇÃO – METÁSTASE - ESTUDO II

P
ara se falar na Missão dos Avataras integrais, precisamos, naturalmente, abordar o
sentido filosófico da trilogia: “Transformação - Superação - Metástase”, posto que
se trata de um assunto amplo e abrange a todos os Reinos da Natureza e a todas as
Hierarquias.

Os ignaros das coisas de Deus, acham simples a função dos Avataras. Mas,
conhecendo-os em profundidade, sabemos que se trata de missão de Coroa de Espinhos.
Ora, o trabalho avatárico usa, geralmente, duas linhas de ação diferentes, porém
funcionando em harmonia. Por volta de 1883, as duas linhas começaram a agir
paralelamente:

a) uma linha fez o uso da técnica da espiritualidade, a genealogia da Nova Era,


da Nova Raça;

b) a outra técnica é a da Ciência da vida social, política.

A fim de aplicar a “técnica científica”, nasceu uma série de Seres de grande


hierarquia, inclusive os Gêmeos Espirituais. Ora, a perfeita técnica é a vivência
dos conhecimentos... Pois bem, ao evoluir, o indivíduo passa a participar do Todo,
da idéia global. Participando do Todo, perde naturalmente a noção do detalhe, logo,
acaba esquecendo-se de si próprio, por isso já entra na Superação, muda de
dimensão, de comportamento, de atitude. No caso, passa a funcionar
descontraídamente, sem inibições.

Que é SUPERAÇÃO? São as ações superadas, atingindo um estágio superior; é o


ato de superar, vencer, dominar as ações inferiores, contrárias ao ciclo
evolucional, portanto. O discípulo, consciente está na área da superação, porque se
sujeita às críticas, às censuras dos medíocres. Se está no estágio do afetivo-
emocional, superou-o, passando para o mental concreto. Isto acontecendo, surge a
razão. Esta é uma superação, em relação ao Afetivo-Emocional. Mas, em relação ao
Mental Concreto, a Superação, como será? ... É, precisamente, o ato de focar o
centro de consciência no Mental Abstrato... A seguir, temos a inspiração e, logo
depois, encontramos a Inteligência Crística!

Nosso Senhor J H S fala na “Superação dos Ciclos”. Esta Superação deverá ser
feita em relação à Humanidade ou em relação à Hierarquia Humana, dos Jivas, posto
que os eventos do Ciclo não se repetem, senão, tomam sempre aspectos diferentes.
Logo compreendemos que a Superação da Humanidade é promovida pelos Trabalhos dos
Excelsos Pramanthas, ou sejam, aqueles que formam com a manifestação cíclica dos
Avataras, obedecendo, sem dúvida, o número padrão “777”... Pois bem, entrando o
indivíduo na Superação, passa a viver no plano geral, viver em função da
Humanidade, fazendo parte do Todo. Sim, começa a participar de uma vida, a qual,
simbolicamente, tem a denominação de “Crestos”, ou seja, a afirmação da
consciência.
Após participar desta fase, alcançou, consequentemente, outro tipo de
“superação”, a qual foi denominada de METÁSTASE, senão, Metástase Avatárica. Quem
atingiu a Metástase Avatárica, se tornou um realizado, portador do título, segundo
as tradições do Ocidente, de CRISTO e, conforme as do Oriente, de BUDA...
Concluimos que, na transformação dos acontecimentos, senão da Humanidade, a
orientação é dada pelo “Inconsciente Coletivo”, enquanto que na fase da Superação,
já o é pelo CONSCIENTE COLETIVO. No caso, desde que cada um tenha se integrado na
Divindade, passa a ser, naturalmente, uma das suas células e então começa a
representar um universo, pois em qualquer lugar que esteja é um representante do
Todo, da Lei, da Divindade.

Metástase é um termo da medicina para indicar uma célula que se desprende do


ambiente em que vive, indo ter uma vida própria; se desloca com todo o potencial,
para formar uma colonia; eis porque se desenvolve num ambiente propício à sua
evolução. Cada um de nós quando nasce, já traz dentro de si, em funcionamento, três
sublimes elementos: VONTADE - MENTE – EMOÇÃO.

A Vontade desenvolve-se pelo trabalho, pelo esforço, por um impulso interior.


A Mente, pelo estudo, pelo esforço inteligente. A Emoção, pela educação. Esses três
elementos desdobram-se em mais três cada um, posto que o três passa a ser nove.
Esse desenvolvimento poderá ser esquematizado no quadro que se segue, partindo da
Emoção:

Supra-Emoção ou Emoção Divina, abstrata...


Emoção Auto-Emoção - a artística, criadora, trabalhada...
Sub-Emoção - instintiva, nervosa

Estes três elementos progredindo, subindo um pouco mais na escala da evolução,


transformam-se em:

Mente Supra-Inteligência - abstrata, criadora, a que permite a


ou aquisição do conhecimento direto.
Inteligência Auto-Inteligência - inteligência trabalhada intelectualmente
Sub-Inteligência - instintiva, funciona à mercê
da parte
Instintiva, do afetivo-emocional.

No caso, já houve alguma coisa superada, já há elemento criador. Trata-se de


um indivíduo trabalhado ou qualificado na vida humana, quem possua estes três
elementos equilibrados na sua personalidade.

A Auto-Emoção dá poder, talento ao artista; a Auto-Inteligência promove a


celebridade dos intelectuais, a Auto-Vontade gerou, no nosso Plano, a democracia, a
diplomacia... Num terceiro estágio superior, encontramos a ação da Vontade, através
de três elementos admiráveis:

A Supra-Vontade - propicia o desenvolvimento da ética,


Estética, fraternidade, espontaneidade.
Vontade A Auto-Vontade - liberdade de pensamento, diálogo, tole-
rância...
A Sub-Vontade - que é sem raciocínio, impetuosa, carac-
terística dos teimosos, dos ditadores... dos presunçosos.
Observamos, com efeito, os três principais elementos, agindo em três estágios
diferentes e em sentido progressivo. Quem os possuir, em perfeito equilíbrio,
poderá ser considerado um Iluminado. Quem isso consegiu, saiu da faixa humana.
Encontramos nesta exposição as características de abastração, ou seja, o que está
fora das três dimensões. É, sem dúvida, um ser divino -no sentido do vir-a-ser, o
que se acha, no momento presente, vivenciando o futuro, os novos ciclos.
Há, também, a mistura, a combinação destes elementos três a três, logo, temos
a chave numérica “nove”. Eis o que gera muita confusão nas humanas criaturas. Essas
tríades funcionando equilibradamente no indivíduo, tornam-no um ser realizado. Por
isso definem o Adepto, como sendo o que exaltou, sublimou, superou e realizou os
valores encerrados no Arcano 9. Sim, aquele que tem capacidade para fazer as coisas
nos três aspectos: da Emoção, da Inteligência (Mente) e da Vontade. O número nove
invertido, é o seis e este representa a Divindade manifestada integralmente no
Plano Espaço-Espaço... Logo, Aquele que traz em si o potencial dos dois Teotrins,
senão, o Hexágono Sagrado.

A exemplo do que estamos pesquisando, a Auto-Inteligência funcionando, mas


com Vontade e Emoção instintivas em ação geram nos indivíduos os espíritos
ditatoriais, dominantes...

Estamos, pois, numa fase de grandes e rápidas transformações, para atingirmos


uma outra fase mais equilibrada e de relativa tranquilidade, de Paz, o que se
espera acontecer nesses 20 anos, mais próximos de nossos dias, se tanto... posto
que os aprestamentos dos eventos se tem verificado muito amiúde... E tudo isso para
que possamos vivenciar uma época, uma era meio paradisíaca, senão, a Era de
Maitreya, que se manifestará como sendo o Supremo Arquiteto do Universo...

A seguir, alcançaremos a Superação, para depois entrarmos na Metástase


Avatárica, aliás, quando vier o Avatara, para a Face da Terra, com todo o seu
cortejo super-humano. Nessa época, talvez, todas as Hierarquias Criadoras entrarão
em suas funções normais. A essa altura, o indivíduo terá um valor de acordo com sua
capacidade hierárquica, sim, com o que é capaz de fazer, com a sua vocação. Se for
iluminado pertence a uma faixa; se for semi-iluminado, a outra...

A Liturgia é uma Técnica Avatárica, ou seja, o processo de permitir que os


valores internos das humanas criaturas desabrochem, sofrendo uma passagem da
Transformação para a Superação. Eis porque o sistema de perguntas e respostas nas
conversas dá ótima produtividade. Isto porque estamos na fase de
Transformação, e quem já possui um trabalho bem elaborado de sua personalidade e
quem pesquisa os fundamentos da Filosofia de J H S tem sempre muitas dúvidas.

Ora, resolvendo-se as dúvidas, clareando a inteligência, expõe-se o caminho


da Superação. A pesquisa é a tônica para a aquisição do conhecimento. A grande
habilidade do educador é saber explorar o interesse do aluno, do estudante, e isto
porque a Eubiose pede a espontaneidade em todas as atitudes e interesses humanos. É
agir, incentivar o Bijam, a Semente interna daquele que está querendo se
projetar... evoluir... No caso, o indivíduo supera a própria natureza, ao contrário
das necessidades humanas de prover água, alimento ao organismo, que não é saciada a
sede ou a fome quando se quer, mas sim quando a natureza exige, quando há carência
orgânica. Na Superação, dominamos completamente a ação do corpo físico, do seu
funcionamento fisiológico. E a nossa Inteligência, integrando-se no Avatara, nos
torna, naturalmente, células Dele. Somos, com efeito, uma célula de Deus... Isto é
que é Metástase Avatárica.

Em relação ao Ciclo atual, o que está acontecendo? Há uma modificação no


mundo inteiro. Esta modificação geral nos conduzirá à Superação. Aí está o mundo
sujeitando-se a uma destruição de velhas normas para a instituição de novas. Já
podemos prever, segundo os conhecimentos recebidos do Senhor J H S, que no ano 2000
e pouco, haverá o início de uma perfeita Superação Universal. O Afetivo-Emocional
das humanas criaturas deverá estar pefeitamente sublimado e o indivíduo saberá
conhecer muito bem seus valores.

Mas a época em que vivemos é de grande transição e esta se processa com uma
dinâmica espantosa. A Transformação é dinâmica e leva à Superação, para depois
haver a Metástase. E a Superação é a integração da criatura humana na Inteligência
Universal; as sensações inferiores da Humanidade devem desaparecer. O Avatara, com
seu Povo Eleito, constituirão no seu conjunto uma Nova Era e esta será efetivada,
através do trabalho espontâneo.

O trabalho das universidades deverá ser aquele em que os catedráticos


orientam, apenas, as pesquisas dos alunos. Este é o ato de caminhar da
Transformação para a Superação. Mas, para isso, é necessário que o pensamento
humano seja mais homogêneo, pois ainda há muitos, presos às coisas do passado.
Mesmo na nossa Escola Iniciática, o pensamento e a sensibilidade não são
homogêneos, logo, estamos vivenciando, ainda, uma fase de transformação.

(vide a monografia da Série Cultural, no 24)

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SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

37. TRANSFORMAÇÃO - SUPERAÇÃO - METÁSTASE - ESTUDO III

C
omumente, ao tentarmos a Iniciação, cheios de egocentrismo, sentimos diferentes,
como que acima dos homens comuns e nos envaidecemos. Pensamos que somos senhores do
conhecimento, chegando a desprezar aqueles homens de espírito que não estão indo,
talvez, pelo mesmo caminho que nós, mas que estão se dando à Humanidade de uma
outra forma e alcançado, por outra trilha, planos do saber. O mesmo plano que
pensamos ter alcançado, ou seja, a Metástase. Talvez aqueles que não buscaram a
Iniciação tenham sido menos egocêntricos porque estavam com o pensamento menos em
si próprios do que muitos de nós. Mesmo porque limitamos muito o sentido da palavra
Iniciação e confundimos – conscientes com iniciados. Fazendo comparações podemos
entender porque JHS disse: “Um só padrão monetário, uma só linguagem, uma só
filosofia ou religião, no sentido do verbo religare”. Isso é Metástase. Religião,
também, nesse ponto de vista é METÁSTASE. Tanto fala na linguagem de Buda, como na
de Krishna, Cristo, Orfeu ou JHS. Nesse exemplo a Metástase é no Tempo, é no Espaço
e no ilimitado, logo é, Universal. Seria ideal que aqueles homens de espírito, ou
todos os homens de espírito compreendessem Religião nesse sentido, porque assim,
estaríamos todos conscientemente irmanados e isso de um ponto de vista também
puramente psicológico. Nesse sentido vemos o fabuloso C. G. Jung de quem foram
editadas, ultimamente, conferências onde disse que tem conhecimento da existência
de estudiosos da Ciência das Idades e louva esses estudos. Isto porque ele para
conhecer bem, ciclicamente, o homem foi buscar, num mergulho em profundidade, nas
filosofias orientais toda a sua sabedoria, achando que só com os conhecimentos do
homem do Ocidente não poderia ter dados suficientes para penetrar na alma humana.
Sua Psicologia chamada “Psicologia Profunda e complexa ; para muitos foi dada como
“hermética” e complicada”. Sim, porque nós usamos dizer que ele atingiu,
relativamente, a METÁSTASE e, mesmo sendo cientista, ora, muito psicólogo não o
pode entender, compreender porque não alcançou seu plano mental onde impera a
Intuição. Jung quase chegou a entender o que é o AVATARA e sua Metástase estaria
num grau mais avançado se tivesse chegado a um estado de consciência da aceitação
do AVATARA, isto é, a própria palavra de JHS, que diz : “A HUMANIDADE SÓ SERÁ
FELIZ QUANDO RECONHCER O AVATARA”. Entende-se, guardando a relatividade, será UM
com ELE. Por enquanto só uma Elite alcança esse degrau; por isso, através de todas
as épocas essa Elite vem sendo apedrejada, porque aqueles que não podem alcançar a
Metástase, como poderão entender a Elite ? Mais ainda, como compreender aqueles que
através dos séculos, vem dirigindo essas Elites ?

Terão que ser sempre sacrificados : vejamos como exemplo o nosso Mestre.
Algumas pessoas não o compreendem como sendo o AVATARA, o representante da LEI, que
é a própria JUSTIÇA, pode-se magoar e reclamar como ELE reclamou dos discípulos.
Essas pessoas imaginam que ELE estava suscetibilizando ou ferido em seu amor
próprio, portanto em seu egocentrismo, quando tal não se dava. ELE se magoava ao
constatar a nossa inferioridade, sofria vendo-nos inferiores quando, por exemplo,
um de nós chegava até ELE para comunicar admirado que um indivíduo qualquer
produzia fenômenos milagrosos. Vinha, então, através de suas cartas-revelações,
novas tentativas de explicar o que era realmente um profeta, para que
distinguíssemos o Falso do Verdadeiro.

ELE descia a detalhes, descendo à nossa capacidade de compreender as coisas e


aí era mais do que natural que surgissem os seus lamentos diante da nossa
mediocridade, porque ELE nos desejava muito mais avançados em Evolução. E terminava
numa outra tentativa de nos desvendar os olhos com “EU SOU QUEM SOU”. Isso era
pretensão ? ... Todos nós podemos ver que não, que apenas a nossa cegueira
entristecia-O, porque tínhamos olhos e não víamos, ouvidos e não percebíamos,
tomando “Nuvens por Juno”. Entre os mortais tomemos como exemplo, um grande
músico, um homem de espírito. Precisa lutar como leão para conseguir uma pequenina
compreensão dos homens, porque existe uma quantidade enorme dentre eles, incapaz de
segui-lo e se volta contra ele impedindo-o na realização de seu ideal seja ele
compositor ou intérprete. Eles cruzam seu caminho ou, o que é o mesmo, enchem de
cruzes seu caminho, sacrificam-no, impedindo que ele trabalhe para a Humanidade com
toda a eficiência, o que só para ela trará benefícios. O mesmo acontece com um
cientista que, como o anteriormente citado, se destacando, acorda a inveja, a
vaidade no homem, as suas tendências negativas e elas se acumulam, impedindo
inclusive, que uma própria ação o auxilie a beneficiar a totalidade de seus filhos,
com um novo invento, uma nova descoberta. O mesmo acontece ao político, mas aquele
que usa a política como filha da moral e da razão; esse sofre tremendamente para
poder governar. Por esse exemplos percebemos que o homem mediano não pode suportar
aquele que vê mais longe, porque a inveja não permite, não deixa que ele perceba e
que o aceitando só lucraria com isso.

Que é a inveja ? Ver-se dentro igual. Ter necessidade de ser igual. Perdem os
homens, nesse instante, uma boa ocasião de tentar, utilizando suas próprias
aptidões, produzir ou construir algo, realizando-se, isto é, assegurando-se ao
invés de se inferiorizar e estagnar, parar, amedrontado e irado, frente a
realização alheia. É preciso não confundir aquele que citamos – homens de espírito
– com os ambiciosos de liderança, que atingem um certo estado. Para distinguir
entre eles e o homem de espírito, ao ter conhecimento de suas vidas, basta medir o
grau de sacrifício a que cada um se submeteu; o sacrifício é sempre aquele que tem
mais espírito, pois é certo encontrar um traidor entre aqueles que se dizem seus
amigos.

Através de todas as épocas, cientistas e filósofos, tiveram momentos de


relativa felicidade no sentido de bem-estar material, foram proporcionados por
homens influentes, mas ao lado deles estavam sempre os medíocres tentando despojá-
los das pequeninas possibilidades que lhes eram proporcionadas, em relação ao muito
que davam. Diante da atitude dessa maioria é que até certo ponto é justificável o
que se encontra como dogma em todas as seitas religiosas : “o homem precisa de
castigo, sofrer na carne para poder compreender e aceitar o que se é Verdade”.
Dizem até que o que une os homens é o sofrimento, pois nesse sofrimento não tem que
invejar o outro. Basta, entretanto, que um dentre eles deixe de sofrer para que
todos os outros se reunam para fazê-lo sofrer, logo não é essa forma que leva o
homem a se transformar e sim muito mais quando ele deseja se ver “face a face” ,
saber que é, conhecer-se a si próprio; nesse momento, se realmente quiser, começa a
se transformar. Os mais poderosos, entretanto, no mundo, são aqueles que estão
comandando, com as rédeas do mundo na mão ao invés de darem conhecimento ao homem,
proporcionarem-lhe cultura fazem o possível para que ele não seja culto, para que
não desenvolva sua inteligência, para que não alcance a possibilidade de
discernimento que o levará, um dia, a distinguir o joio do trigo, o falso do
verdadeiro, procurando-se ver face a face. Quando se vê apenas por dois olhos,
porque lhe falta o terceiro, que é o da intuição, é mais fácil governá-lo. É mais
fácil dirigir uma humanidade caolha.

Não se cuida realmente da educação dos povos, mascaram-na de educada. Veja-


se, atualmente, a luta dos jovens no mundo inteiro. Estão cansados de ignorância,
estão cansados do opróbrio, estão cansados da avassalagem, estão cansados do
domínio do mais forte, querem opinar, querem dialogar, porque querem agir, querem
trabalhar e realizar, abrindo as portas de uma civilização onde haja lugar para
todos, onde o SOL verdadeiro nasça deveras para todos. É o despertar do AT NIAT
NIATAT, que vem intuitivamente dos jovens do mundo inteiro... A nova geração, já
está um ponto a frente, quer queiram quer não, por isso o PODER JOVEM e já há um
jornal com esse nome, luta com a força de verdadeiros leões para que a instrução
seja possibilitada a todos aqueles que a desejam. Opina em todos os ramos do
conhecimento para evitar que a massa ignorante, ignara, rotineira, sufocante, que
domina, esmague o sangue novo que nasceu para libertar o homem das cadeias da
tradição que impede a Transformação, a Superação, a Metástase a criatura humana.
Daí todo o homem de espírito adulto ver como bons os jovens, aliar-se a eles, vendo
neles uma nova força.

O homem de espírito nunca repudiou a nova geração que de fato se volta para a
Cultura. A atitude da nova geração, no mundo inteiro, mesmo naqueles que muitas
vezes, aparentemente, parecem transviados nessa luta para alcançar novos padrões de
vida, revela um amadurecimento afetivo-emocional que corre paralelamente com o
discernimento que vão tendo ao conseguirem maior cabedal cultural. É verdade que
como fruto da falta de transformação e portanto falta de evolução da criatura
humana, muitos jovens se debatem, desajustados, levados pelo impulso cego da
insegurança que os domina, ou seja, o Medo que, cada dia mais angustia a
humanidade. São entretanto, jovens e isto quer dizer que estão ainda atravessando
um período de crescimento, precisam ser estaqueados, bem conduzidos. Isso cabe aos
educadores : SABER TRABALHAR O CORAÇÃO OU O AFETIVO-EMOCIONAL E A MENTE
DA JUVENTUDE, CONSEGUINDO LEVÁ-LA AO VERDADEIRO CAMINHO, PORQUE ESTARÁ
UTILIZANDO OS PRÓPRIOS DONS DA NOVA GERAÇÃO.

Essa união de coração e mente proporcionar-lhe-á uma Transformação que fará


deles, novos homens trazendo uma humanidade com novas concepções da integração
social. Começa-se a esboçar no horizonte uma única linguagem, um único padrão, uma
única filosofia. Eles não necessitarão sofrer castigo impostos pelos adultos, para
conseguirem essa transformação. Ela virá em conseqüência da direção por eles
tomadas. Como que serão intuídos, inspirados por uma força nova, rompendo com as
tradições arrumadas em prateleiras, mas já mofadas, ruídas de cupim. Não ficarão
presos à rotina, querem novos rumos atingindo a Realização de um Ideal, pois só
quem se transforma se realiza e eles darão a esse Ideal. Deles emanará como da
flor, um perfume que interpenetra a humanidade como uma seiva nova. Não apenas de
progresso, mas de evolução, pugnando por novas concepções de vida, onde a Harmonia
é o Pensamento Constante. Assim não pensarão unicamente em si próprios mas em todos
a um tempo e esse pensamento de harmonia é como aquele perfume de flor que não é
exaltado com o intuito de perfumar; isso acontece porque lhe é peculiar, porque já
atingiu, portanto um novo estado de SER; interpenetrando tudo, cada um não buscará,
apenas, o resultado daquilo que deu, pensando em si ou só para si. Isso já é
alcançar a METÁSTASE.

No próprio Templo da SBE, o Fogo nos exemplifica a TRANSFORMAÇÃO, a SUPERAÇÃO


e a METÁSTASE : ao incendiar o grão, ele se transforma, torna-se incandescente,
supera o estado primitivo de matéria e o perfume surge interpenetrando todas as
partículas do Templo numa real METÁSTASE. Eis porque ele é FOGO SAGRADO.

NOTA DE J.H.S. – Revista Dhârâna nº 5/6 – formato grande – nov/fev. pag. I55.

“O pedagogo que inventou a máxima “ENSINAR DELEITANDO”, estava inspirado por uma
tendência francamente eubiótica, embora que, de uma Eubiose empírica e, portanto,
defeituosa. Esqueceu-se ele de juntar”, deleitando e melhorando o discípulo, pois,
que se tais deleites forem mórbidos, como por exemplo, os dos ensinamentos
obscenos, ou de anedotas e outras coisas mais do mesmo gênero, tão ao gosto do
paladar de muita gente, inclusive de idade avançada, e que nada tem de
aperfeiçoamento, e sim de degradação do caráter, faltar-lhe-ia, portanto, duas das
condições, “Sina Qua non”, que limitam e definem, com exatidão, um critério
eubiótico, e que são, como ficou dito, Perfeição e Felicidade.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

38. Respondendo às perguntas :

1ª. PODERÁ DIZER SE PODE HAVER RELAÇÃO ENTRE CULTURA, CARÁTER E PERSONALIDADE ?

2ª. GOSTARIA QUE FALASSE, TAMBÉM, SOBRE SÍMBOLO...

E
m primeiro lugar, temos que verificar o significado da palavra caráter. Seu
sinônimo é conduta. O Professor Henrique José de Souza disse : “Caráter é alma”.
Percebemos nessa definição que ELE aponta, no caráter, o predomínio do aspecto
afetivo-emocional, entre os elementos que atuam na globalidade que constitui o
homem. Por ser uma globalidade, o homem é simbolizado por uma estrela de cinco
pontas, o que pode ser verificado, em sua forma, se estender os braços e separar as
pernas. A estrela, por sua vez, é símbolo de luz, de força, da criação, da
manifestação em determinado estágio. É uma síntese, por isso, um símbolo. Sendo a
estrela de cinco pontas, símbolo da criatura humana, esta ao se manifestar é
naturalmente, luz, cor, som e forma, como a própria manifestação, segundo
Pitágoras. É sopro, como manifestação de vida mas é som articulado, possibilitado
por esse instrumento que a cavidade bucal e através do qual, o homem se comunica.
Entre os lábios passa o som, surge a persona, quer dizer, por ali passa o som,
constituindo a verdadeira origem da máscara. Na verdade, todo o rosto constitui a
máscara principal do homem, embora todo o seu corpo seja uma máscara pois, através
dele, a criatura se expressa. Eis a personalidade e a personalidade é o Todo. A
palavra personalidade deriva-se de persona. Significa o SER global. A máscara é um
símbolo. O corpo, o aspecto somático, essa máscara ou persona é o veículo através
do qual a essência se manifesta. Assim, a essência ou o informal se comunica, se
interrelaciona. Se a persona, se o soma vive – é o corpo – o som é que vivência. A
palavra é a própria manifestação do SER, é a comunicação com o meio ambiente e, do
inter-relacionamento entre o que comunica e o que lhe é comunicado, surge a
vivência. Assim, a personalidade vive e vivência apreendendo e se transformando,
logo, amadurecendo ou se adaptando. Como símbolo vivíssimo – estrela de cinco
pontas – portanto, microcosmo, contém a Tríade, isto é, o despertar da
manifestação. Não é só a Sabedoria Iniciática das Idades. A ciência também diz que
o homem se divide em cabeça, tronco e membros. A cabeça, destacando-se como cume,
tem 7 orifícios : 2 olhos, 2 narinas, 2 ouvidos e a boca. A cabeça é a sede do
pensamento, como o coração é a sede do sentimento, do amor – o que congrega porque
é a bomba, digamos assim, que aciona a vida. Quando dizemos sentimento, coração,
como poderíamos relacionar essas palavras dentro daquela definição que demos,
citando o Professor Henrique José de Souza – caráter é Alma ?

- Alma não é dada por muitos, como sinônimo de sentimentos ? E nós já não temos
dito que sensação se transforma em sentimento ou no afetivo-emocional ? Podemos,
então, dizer que as sensações se transformam em sentimentos e aí passam do plano
físico para o psíquico. Isso é muito sutil para a percepção, pois sentir e
sensacionar é a mesma coisa, apenas, nós estamos localizando a primeira na parte
somática e a Segunda, na psíquica, fazendo uma diferença, quando dizemos sensação
de dor e sentimento de dor. O homem vivência o sentimento de dor e vive a sensação
da dor. Através de ambos experimenta, apreendendo o conhecimento. Entrou já aí,
outro elemento que chamamos de inteligência, embora saibamos que, realmente tudo é
inteligência, tudo é Mente Universal, embora em vários estágios. Assim como nosso
Mestre disse – “Tudo é fogo, como elementos da natureza, em vários planos, seja
manifestado como Terra, Água, Ar ou Éter” , assim, no homem tudo é inteligência,
seja sensação afetivo-emocional, mental-comparativo, abstrato, intuitivo ou
crístico. Para exemplificar o que disse nosso grande Mestre, lembremo-nos que o
“MANTRAN DE AGNI” canta : “Centelha Divina que arde em todas as coisas”... A
Mente é princípio ativo. Já vimos de sobra, em palestras anteriores que ela existe
do Mineral ao Homem e este é princípio inteligente em todos os seus elementos.
Assim há estágios de inteligência que chamamos, por exemplo, de instinto que é um
tipo de inteligência já de tal sorte superado, incorporado ao homem, que age tal
como um reflexo condicionado. É por isso que muitas pessoas confundem intuição com
o chamado instinto, porque a intuição – elemento da Quarta dimensão – vindo do
interior para o exterior, nos dá a impressão de que é algo incorporado, embora seja
um fator de inteligência ainda mais sutil que o fator de abstração e que o homem
não alcançou em toda a sua plenitude. Assim como sensacionar e sentir agem em
planos diferentes e nós podemos confundi-los, confundimos instinto com intuição.
Quando o homem usa a inteligência como fator de raciocínio comparativo, objetivo,
percebe com mais facilidade, que está agindo no plano mental ou da inteligência e
diferencia a sensação, da inteligência. Talvez seja por isso que, comumente se faz
tanta questão de apreender quantitativamente as coisas, ou seja, que se repetem as
frases inteiras de um livro. Fica-se na letra que mata, ou seja no superficial ou a
duas dimensões. Ao serem utilizados os fatores de inteligência abstrata, o homem se
aprofunda nas conclusões, procura penetrar no espírito da mensagem que o livro
traz, não repete palavras, guarda conceitos, penetra na terceira dimensão,
realmente. Esse é o homem que não se apega às tradições mas procura, ao contrário,
perceber as transformações pelas quais passa a verdade em cada época, pois que tudo
evolui e a verdade de hoje, pode não ser a de amanhã. Continuemos, entretanto,
tentando explicar, depois desse parêntesis talvez exagerado, para se compreenderem
as diferenças entre os vários degraus da inteligência, o que é Alma, para
compreender o que é caráter, no dizer de nosso Mestre.

Vimos sensação, sentimento ou afetivo-emocional e inteligência como vida e


vivência, isto é, física ou psíquica. Aí está, formada por este conjunto, a Alma.
Por isso, a Sabedoria Iniciática das Idades, simboliza a personalidade por um
quadrado ( ou 4 estágios ) e um triângulo expressa, sobre ele, a Individualidade,
querendo com isso dizer que o homem já integrou em si aqueles 4 Princípios e que,
transformando-se, assimilará os outros três à medida que Ele evoluir. Podemos ver,
através do que já dissemos, que a conduta ou o caráter depende de como se
sensaciona o que nos afeta, de como o transformamos em sentimentos ou afetivo-
emocional para nos dirigirmos, pelos conceitos fixados através da compreensão da
inteligência comparativa. Está claro que isso é o produto do inter-relacionamento
da personalidade e o meio ambiente. Desse modo a direção ou a conduta tomada pode
ser positiva ou negativa, a ponto de se julgar o caráter resultante como uma força
de expressão : “fulano não tem caráter”. É evidente que não existe alguém sem
caráter, ou sem conduta, como não existe alguém sem personalidade, como ficou
demonstrado pelo que dissemos.

Devemos dizer ainda, que o conceito da palavra Alma nem sempre foi o mesmo. Alma já
significou o princípio vital em seu aspecto mais transcendente. Foi sinônimo de
espírito expressando pois, o sentido total e potencial de sopro vital. Assim, Ela
englobava a inteligência crística, intuitiva e abstrata, quer dizer, aquilo que
chamamos de triângulo indeformável ou Mônada. Hoje, a Sabedoria Iniciática das
Idades diz que o homem é constituído de 7 Princípios ( 4, constituindo a
personalidade e 3 a individualidade ). Quando um corpo fenece ou deixa de ser
vitalizado ou habitado pelo Princípio Vital nos aspectos que constitui a
personalidade como se conclui do que já foi exposto, fica como a casca da cigarra
que foi embora e deixou-a pregada no tronco de uma árvore. Dizem ou pensam que Ela
morreu mas, na verdade está cantando noutro lugar. O mesmo se dá com a criatura
humana. Quem já viu alguém morrer, sabe qual é realmente o sentido da frase :
“exalar o último suspiro” , pois, a pessoa deixa sair um sopro através dos lábios.
O sopro da vida. Em psicologia já se chamou “PNEUMATOLOGIA” que vem de “PNEUMA”
ou sopro. Por isso, é a ciência que estuda a Alma ( no dizer do Prof. Henrique José
de Souza ), caráter ou conduta, ou a Psique. Até ao princípio deste século, o
sistema cérebro espinhal merecia todas as atenções no que diz respeito ao potencial
da inteligência humana. De então para cá, entretanto, os estudos demonstraram que o
sistema endocrinológico tem também grande influência sobre a inteligência e a
conduta do homem. Podemos, inclusive destacar a importância de 3 glândulas :
Hipifise, Hipófise e Tireóide, embora todas elas sejam importantes. O Sistema
glandular tem ainda muitos mistérios para a medicina de nossos dias. O Timo é
outra glândula que, aos 7 anos diminui a intensidade de sua produção e os
cientistas pesquisam-na com afinco tentando conhecê-la melhor. Sabemos que o
sistema endócrino não está ainda, inteiramente desenvolvido no homem logo, este
também fisicamente está em evolução. a Medicina terá ainda muito que pesquisar pois
até agora não se interessou pela rede vital ou o chamado duplo-etérico, onde a
ciência das Idades coloca os centros de força ou os chacras. Tem estes muito que
ver com o sistema endócrino e com todo o aspecto somático ou psíquico do homem.
Qualquer desequilíbrio da saúde física ou mental da criatura humana é
primeiramente, registrado nessa estrutura vital. Ficou mais esclarecido assim, que
os centros de forças ou chacras são a ponte que liga o físico ao psíquico. Mais uma
vez se verifica a unidade existente entre todos os aspectos que formam essa
globalidade que é a criatura humana, Ser em evolução. Já ficou visto que, para a
Sabedoria Iniciática das Idades, o homem é essencialmente percebido como uma
globalidade que evolui pelo aprimoramento de suas partes, agindo num TODO, seja
qual for o estágio em que se encontre sua personalidade. Por isso a Eubiose, ou a
Face da Verdade trazida pelo último AVATARA do Ciclo de Piscis, tem como símbolo o
hexágono constituído pelos dois triângulos : Escola-Teatro-Templo, Transformação-
Superação-Metástase. A sociedade de nossos dias dá grande ênfase ao cultivo da
inteligência, acentuando prestígio aos dons da Mente. Isso é comprovado pelo imenso
interesse que teve até bem pouco tempo, o chamado Q.I. ou seja, Quociente
Intelectual. Hoje, a psicologia já se apercebeu que os problemas de ordem afetivo-
emocional, podem prejudicar, enormemente, o rendimento intelectual de uma
personalidade, embora dotada de fatores de inteligência. Procura então ver quais as
qualidades intelectuais do indivíduo, em que tipos de inteligência se evidenciam
suas aptidões, para dentro de seu estado afetivo-emocional, apontar-lhe como
professar suas atividades ou eleger uma profissão, através da qual se comunicará
com eficiência dentro da sociedade, como elemento construtivo. Isto, naturalmente,
em termos de análise de inteligência e afetivo-emocional pois para se orientar
alguém é preciso também um estudo do tipo de personalidade. Como vimos, o cultivo
da Mente, através de todos os ramos do conhecimento é incentivado mas a Filosofia
da Educação já concluiu, dos fins do século passado para cá, que educar ou conduzir
equilibradamente alguém, não é só instruir, mas desenvolver a criatura humana em
todos os seus aspectos. Aí há um encontro com o Ideal educacional, preconizado de
há muito, pela Ciência das Idades, e a filosofia da educação do século XIX, para
cá. Assim, é que se cogita de desenvolver neurológicamente a criança, aprimorar-lhe
as sensações ou os sentidos, levando-lhe a olhar e ver, ouvir e escutar, perceber a
forma, as qualidades de material, desenvolver o olfato e o paladar. O objeto pode
ser animado ou inanimado, irá a Mente primeiro através da sensação aprimorada.
Assim o educando se identifica com o meio ambiente, integrando-se com ele, inicia-
se pois, desse modo, uma ação eubiótica. Pensamos estar claro que, desse inter-
relacionamento o homem se aprimora cultivando os aspectos afetivo-emocionais e
mentais. Essa é a direção através da qual se elevará o homem a ser um ou único ao
TODO, conscientemente. À medida que isso se fizer, pois que aquela forma de se
educar é ainda raramente aplicada, apesar de já apontada pelos luminares da
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, à medida que isso se fizer, repetimos, os fatores de
abstração serão desenvolvidos com maior rapidez e paralelamente atingidos também,
os fatores de intuição. Só assim a personalidade, a máscara, o veículo, através do
qual o sopro de Vida se manifesta, comunica e age formalmente será um todo
harmonioso. Terá consciência do caminho a seguir, dominará conscientemente toda sua
organização psicossomática. Será senhor do TAU ou do Caminho simbolizado por duas
linhas, uma horizontal e outra vertical que tanto podem estar, uma apoiada sobre a
outra-figura da letra “T” como atravessando uma, a outra. Ambos os símbolos – T ou
+ – revelam estágios da manifestação. Assim o símbolo guarda a verdade ou o
mistério. Que é mistério... ? Aquilo que ainda não foi desvendado. A estrela de
cinco pontas é mistério e é místico. O que é ser místico ? é simbolizar a
integração. Poderíamos dizer que o símbolo do místico é o círculo, pois é o
símbolo do TODO, nas partes e das partes no TODO. Desse modo o homem sendo uma
estrela de cinco pontas, porque é um estágio do círculo, é o centro de uma
evolução. Então há símbolos de maior e menor potencial. Poderíamos inclusive
dizer : quanto menor graficamente o símbolo, maior a simbologia, pois o ponto é o
menor símbolo e é, entretanto, a semente simbolicamente do Todo.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

39. ID – EGO – SUPER-EGO,

EM RELAÇÃO COM A DIVISÃO SETENÁRIA DO HOMEM

COMO AGEM EM RELAÇÃO COM A INTUIÇÃO ?

P
ara se dar uma noção, real, do que nos foi pedido, é preciso Ter-se em mente que,
para a Sabedoria Iniciática das Idades, o mundo não se resume a face da Terra. Há
um livro de Fulcabelli, cuja abertura, da síntese, do que ele se propõe demonstrar,
é uma frase em que diz : “Há vários mundos, mas estão todos na Terra” . Talvez
esta frase não seja devidamente clara, ou não seja penetrada pela totalidade de
seus leitores, porque, sendo seres da face da Terra, apegadíssimos as três
dimensões, não conseguiram, ainda, penetrar naquilo que é chamado de “mistério” .
Esse mistério começará a ser descerrado quando compreendermos que nesta terra há
outros mundos, e nós não sabemos disso.

Vocês compreenderão, ao longo da nossa explanação, porque estamos dizendo


isto em primeiro lugar e, além disso, porque recordaremos, ainda, antes de entrar
no assunto principal, que a Sabedoria Iniciática das Idades mostra que TUDO se
manifesta como UNO-TRINO, em essência, e sétuplo em expansão. Assim, isso é Lei. É
no Cosmo a coisa mais insignificante.

Feita esta introdução, vejamos. Se na face da Terra sabemos que não somos iguais,
somos semelhantes, havendo na Terra outros mundos, é lógico que os seres que
habitam esses mundos sejam, também, diferentes; logo, há várias hierarquias de
seres. Se há várias gradações entre os homens na face da Terra, é possível que haja
seres mais graduados dos que os desta face da Terra, isto é, Seres de hierarquia
mais elevada, ou de desenvolvimento muito maior que o nosso, os quais não poderão
ser analisados do mesmo modo que um de nós.

A concepção de ID, EGO e SUPER-EGO, é um conhecimento dado por Freud, aceito


por seus seguidores, trabalhados por eles, no sentido de ampliada a sua visão,
segundo cada um deles, eis que, como costuma acontecer com os homens geniais, como
foi Freud, tem uma centelha, ou intuição ( visão da Quarta dimensão ). Reparem como
a Lei do Uno-Trino aparece em sua concepção. Analisou o homem de modo a compreendê-
lo, dividindo-o em três partes : ID, EGO e SUPER-EGO. Como age no caminho da
adaptação ou amadurecimento ? Através do inconsciente, subconsciente e
consciente. Isto é a vida psíquica do homem, coisa que não esteve, até então, ao
alcance da totalidade das criaturas humanas, pois, embora explicado em outros
termos, era do conhecimento dos Iniciados. Foi posta ao alcance de todos pelo gênio
de Freud, e passou a ser conhecida como sendo “Psicanálise”.

Recordemos, agora, o que a Ciência das Idades, hoje, na sua fase – EUBIOSE –
chama de Sete Princípios no Homem, pois é básico para responder à pergunta feita.
Segundo os ensinamentos do nosso Grande Mestre, tudo que existe como vida é “Fogo”
; fogo em vários estágios, fogo em várias manifestações, em várias expressões, como
elemento da Natureza. Assim, também é princípio inteligente, é mente universal, ou
inteligência em vários graus, em vários estágios, em várias expressões.

Assim, o máximo de expressão da mente ou inteligência no homem é o princípio


crístico ou espírito; mas, o que chamamos de instinto também é inteligência naquele
grau, o vegetal é inteligência em outro grau, e, assim, sucessivamente. Comumente,
a concepção geral faz uma diferença muito grande entre a inteligência e as
sensações. Esta, entretanto, é um grau de Inteligência. Através das sensações
apreendemos uma série de conhecimentos, embora prescindam do raciocínio. Então, o
homem tem os sete princípios :
1. Físico;
2. Vital;
3. Afetivo-emocional;
4. Mental concreto, objetivo ( começa o raciocínio );
5. Mental abstrato
6. Mental intuitivo, búdico ou intuição;
7. Mental crístico, ou atmico, ou espírito.

O 2º princípio, o Vital, outros o chamam também de duplo-etérico. Ora, eis porque


o homem é um microcosmo. Alguma coisa que se manifestou UNA-TRINA, criou tudo, do
Cosmos ao Homem. Quando falamos, nos referimos aos 7 sóis, quando nos referimos as
7 forças cósmicas, aos 7 planetas : Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e
Saturno, estamos, também, em outra linguagem, nos referindo aos 7 Arcanjos diante
do Trono de Deus. O Uno-Trino é o TRONO DE DEUS, e o Trono é o seu lugar de origem,
como se manifesta através de 7 potências cósmicas. Daí o número sacratíssimo – 22 –
representado pela Arca, ou Arcanos Maiores, aquilo que conserva, que resguarda as
jóias, ou aquilo que é precioso. Então : 22 porque a unidade (uno-trina) existindo
em cada um dos sete, temos 21 ( 7 x 3 = 21 ), e mais o indeformável, igual a 22.
Então, logo existe como homem, como reflexo deste Uno-Trino, sétuplo. E quem
expressa essa unidade na face da Terra ? ... O Avatara, ou a Lei. Que faz na Face
da Terra ? Qual é o seu papel ? É o de Manú; é o de condutor de povos. Gautama, o
Buda, foi um deles. Que quer dizer Gautama ? Condutor de gado. Por que gado ?
Porque vive em rebanho. Por que o homem é aí classificado desse modo ? Porque é
partícula do Todo. Quem é esse Todo, pois que dirige o rebanho? É o avatara. Ele
representa a Unidade, ou a Mônada, da qual o homem tem uma partícula, ou é uns
milésimos de avos. É o que se chama de centelha. O que é isto no homem ? É o EGO,
ou o Cristo interno, a partícula do Todo, que é o Manú. O Uno-Trino é a semente, ou
o Bijam do PAI-MÃE-FILHO, e a sua expressão, ou manifestação, é a sua família ou
seres da sua hierarquia. Logo, estes seres são integrais, e o homem da face da
Terra é apenas uma centelha, daquilo que É, i.é, o SOL CENTRAL, a MÔNADA. O homem
é, pois, vivificado, ou a razão da sua existência, ou o que lhe permite a
existência é essa fagulha do SOL CENTRAL de DEUS, que se chama Cristo interno.
Repetimos para fixar, EGO, MESTRE-INTERNO, mas que, pela própria Lei é, embora
fagulha indeformável como UNO-TRINO, e se apresenta numa gama sétupla, aquilo que
chamamos de os 7 princípios no homem, ou seja, aquele estilhaço do TODO,
apresentando-se em vários estágios, através dos quais ela alcança uma outra
dimensão, ou alargamento de horizontes.

Compreendemos, assim, maior possibilidade de integração no TODO, aumento da


proporção da Fagulha, ou Centelha Divina. Podemos, então, dizer que essa fagulha é
um todo, o homem, ou seja, a imagem da Lira de 7 Cordas. A vida, ou uma partícula
dela, melhor dizendo, expressando-se em 7 tonalidades. Assim, compreende-se que ele
está como origem dessas 7 tonalidades, portanto, interpretando todo o homem. Tudo
é movimento; logo, vida é movimento. Mas, é mais do que isso, é AÇÃO, porque é
movimento dirigido. Então essa partícula de vida, manifestando-se como homem, é um
impulso VITAL. A esse impulso FREUD deu o nome de “ID” , pronome neutro. Porque,
realmente, ele é neutro, como nós dizemos : é força cega. Por que cega ou neutra ?
Porque pode seguir qualquer direção. Por trás desse impulso que tomará direção,
está o reflexo da Causa das Causas, ou Cristo Interno, todas as cognominações que
já citamos. É por isso que nas Escolas Iniciáticas, quando o discípulo se
qualifica, recebe um número. Está começando a ter, ou a fixar em si, dentro da
relatividade das coisas, a sua individualidade, ou seja, a tríade indeformável,
embora como fagulha. Começará, então, realmente, a usar os seus três instrumentos
principais : Vontade, Inteligência e Emoção, ou seja, o impulso propriamente ligado
às sensações. Ele ainda é parte de um rebanho, mas está com maior possibilidade de
não tresmalhar, ou escapar por entre as malhas da rede. Essa imagem está presente
na história tradicional de Jeoshua, o Cristo, vivendo entre pescadores. ELE, o
PESCADOR; os peixes, ou o cardume, os seus discípulos, que evoluem através dos 7
princípios.

Continuando na análise do homem, este começa apreendendo os conhecimentos através


dos sentidos, expressos, simbolicamente pela cabeça, por 2 olhos, 2 narinas, 2
ouvidos e 1 boca. Está aí um todo funcionando. Nós somos todos símbolo ou síntese,
a ser desvendado ou detalhado. É um dos meios de evoluir. O homem é uma Lira de 7
cordas, que o Cristo interno tange, mas ressoa conforme o recinto em que é tocada.
O vento atinge-a, ou a afeta, e ela soa. São as nossas reações. Bem, então o que se
manifesta, como um impulso neutro – ID – está na face da Terra e é pelo ambiente
afetado, há um contato. No rebanho, os bois caminham; quando querem passar por um
caminho difícil, a “estreita vereda”, empurram-se, há atritos, ferem e são
feridos. Reagem conforme o que sensacionam ou sentem.

A Lira, conforme a força ou a suavidade do vento, pode ser forte, fraca,


afinada ou desafinada. assim, o homem, conforme é atingido ( de acordo,
naturalmente, com a qualidade inerente ao seu grau de evolução ), reagirá através
das percepções do seu físico, que está ligado, evidentemente, as sensações que se
transformam em sentimentos, e através da sua capacidade de raciocinar objetiva,
abstratamente e evoluindo mais ainda, com fatores de intuição. É como uma planta.
Através da flor vem o perfume, que é essência, mas, esta já existe desde a raiz e
está no caule também, e nas folhas. Através daquelas 7 cordas, o homem começa a ter
concepções, e alguns atingem ao estado em que tem um Ideal. O tanger das 7 cordas
vai dando uma concepção do que seja a conduta considerada ideal e, para isso, os
homens criaram as suas leis, para a humanidade se reger por elas. Aquele que as não
respeitar, é punido. A formação desses conceitos ideais que ditamos, as leis que
devem ser aceitas e o são, pelo menos aparentemente, é o que se denomina de SUPER-
EGO. Ao chamar de Super-Ego, e não de SUPER-ID, Freud demonstrou que se refere a
algo que deixou de ser neutro ou sem direção, e se dirige. Dirige-se, no
entretanto, por uma imposição das leis. Aceitando-as, ou pelo menos, aparentemente,
é também aceito pela humanidade, ou pela sociedade. Desse modo, o ID aparece como
SUPER-EGO, o fato de, aparentemente, aceitar ou seguir alguma coisa, não quer dizer
que a tenha compreendido, isto é, assimilado. Dá-se uma luta renhida entre o
impulso cego ( ID ), sem direção, e o DEVER de aceitar alguma coisa que o
contraria, ou de tomar uma direção, pela força. Dessa luta, quando o ID se
esclarece ou vê, percebendo realmente o caminho a seguir, porque se imbuiu dele,
surge o EGO, ou a Razão, na concepção expressa pela linguagem iniciática. Este sim,
é a imagem do CRISTO interno, que começa a raiar no homem. Aqui está a consciência
plena, ou aquilo que, ainda dito pela EUBIOSE, é “estado de consciência”. Sim,
“estado” , porque o homem ainda não É. Ele ainda está sendo... Aqui a nossa
língua demonstra bem esse sentido, através dos verbos SER e ESTAR. O homem evolui
mudando de “Estado de consciência” . Nessa medida o EGO vai surgindo e o homem é
cada vez mais amadurecido, adaptado ou ajustado.

Analisando o homem, encontram-se criaturas que se regem mais pelo ID e,


outros, mais pelo SUPER-EGO. Uma elite rege-se pelo EGO.

Vejamos o primeiro caso. Alguém tem um impulso de fortíssima afirmação frente


à sociedade, afirmação essa que excede às possibilidades de vivenciação entre
homens, porque atinge a agressão. É impulsionado a matar uma pessoa. O SUPER-EGO
adverte-o que não pode nem devem fazê-lo. O ID traça uma justificativa, que o leva
a ingerir uma quantidade regular de bebida alcóolica. Assim, embebeda o SUPER-EGO,
ou amortece os centros de controle, e satisfaz o impulso cego – ID – matando a quem
queria ou desejava.

Que princípios funcionaram nesse homem ?

A sensação, que no plano psíquico se denomina afetivo-emocional e mental


comparativo ou objetivo.

Que se deu nesse mecanismo ? Verificou-se que o impulso, ID, entrou em ação.
O SUPER-EGO impôs uma lei que não foi assimilada pelo ID. Este venceu o SUPER-EGO.
Não houve portanto, oportunidade para o Cristo interno raiar, ou nascer o EU nesta
criatura. Educar quer dizer, conduzir funcionalmente ou adequadamente. O homem,
através dos seus 7 princípios, tem 7 chaves ou instrumentos de experimentação, para
aprender. Através deles a vida-impulso é a polaridade da Fagulha ou Centelha
Crística, conforme a direção, destrói ou constrói. Aí estão as tendências. Quando
nascemos somos uma globalidade de tendências; na linguagem eubiótica, com o idioma
sânscrito : “nidhanas e skandas”, ou seja, impulso cego, ignorância e
possibilidade de ver, de evoluir, qualidade de refinamento. Eu tenho olhos; mas
posso abrir os olhos e não atentar para qualquer detalhe... Eu não os dirijo, eu
não uso a minha vontade, nem a minha inteligência. Eu olho e não vejo. Para melhor
comunicação, procuram-se palavras com sentidos mais perfeitos. Vontade, então,
expressa uma direção, um elo vital justo e, desejo, uma direção injusta ou
inaptada. Quando se diz que alguém tem uma vontade forte ou fraca, é preciso tomar
cuidado, pois, às vezes, a vontade forte pode ser confundida com SUPER-EGO ou
opressão, exclusivamente. Sempre que se usa SUPER-EGO pode-se, inclusive, ser um
“cumpridor de deveres” , mas não um homem evoluído. Cumpre mas não ama o dever. É
um recalcado. A balança está pendendo para um dos lados, acentuadamente... Pode
ser, apenas, um moralista, nunca um sábio.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE


40. ID – EGO – SUPER-EGO,
ESTUDO II - CONCLUSÃO

A
Tríade ( Crístico, mental búdico ou intuitivo, mental abstrato), constitui a
Individualidade, a Centelha Divina, os tantos milésimos de avos da Mônada ou do
Todo, e o quaternário ? ( mental comparativo, afetivo-emocional, duplo etérico
ou corpo vital e físico ), representa os quatro princípios sobre os quais ela se
apoia ou se apresenta. Esse quaternário, em linguagem Eubiótica, é o que denomina
de Personalidade. Já em linguagem psicológica, a Personalidade é o todo, aquilo que
vive e vivência. Essa palavra – personalidade – vem de persona, latim, que quer
dizer máscara, isto é, a cobertura, a forma que abriga a individualidade. É a veste
ou veículo pelo qual passa o SOM, ou o verbo se manifesta, na face da Terra, não
esqueçamos, no homem em evolução. É como a criatura humana se apresenta, atua e
evolui através de sete notas, falando-se em linguagem de som, para firmar o acorde
perfeito maior – DÓ – MI – SOL – Tríade – Individualidade. Síntese de uma evolução
ou caminho – equilíbrio.

Esse trabalho, o percorrer desse caminho, como esse caminho é percorrido, é o


que observamos ao pesquisar a atuação do que Freud chamou de ID e de SUPEREGO, ou
seja, do impulso da Vida-Energia, em vários estágios no homem, contatando com os
impecilhos impostos pelas condições ambientais, transformando-se em Vida-
Consciência, Razão, Ego. São os dois pratos da balança, e o seu fel, o Eterno
Triângulo indeformável. Enquanto, entretanto, ele se estabelece, é como um
caleidoscópio, de sete tonalidades, cujas pedrinhas se movimentam e se acomodam
para uma final adaptação em que ora as que constituem o ID, ora as que constituem o
SUPER-EGO, apresentam-se como atuando com maior intensidade. Enquanto não há a real
aceitação de um conceito funcional, ou seja, a assimilação de uma Verdade, o Super-
Ego pode imperar, mas a criatura vivência um certo conflito e, para aliviar as
tensões, surgem naturalmente,, os chamados mecanismos de defesa, porque, do
contrário, vivenciaria num conflito que lhe seria insuportável, acima das suas
possibilidades de ser infeliz. Há muita diferença entre o ser estar interpenetrado
do prazer, da alegria de fazer algo, e a sensação de Ter que cumprir com um dever,
porque somos obrigados a isso. Neste último caso sentimo-nos oprimidos e, para
evitar esse sentimento, arranjamos justificativas. Dependendo do arcabouço, da
estrutura psíquica da criatura, a luta entre o ID e o SUPER-EGO apresenta-se sob os
aspectos mais variados, constituindo as múltiplas atitudes da conduta ou do
caráter, mas sempre se nota a presença do ID, isto é, da cegueira, da ignorância.
Daí nosso Grande Mestre dizer: “mal é a ignorância das coisas de Deus”.

Surgem os moralistas, os pregadores, estes, realmente nunca vestem as roupas


que apregoam. Surgem os opressores, aplicadores obstinados das leis, mas, nesse
momento, eles estão em situação de privilegiados. Vestem capa SUPER-EGO. É de fato
sabido que os criminosos mais cruéis são, também, os juízes mais punitivos. Assim,
não adianta vestir uma armadura que tolha os movimentos, porque só permanecerão
tolhidos enquanto presos por ela, eis que o necessário é saber dirigi-los, isto é,
orientar as suas forças propulsoras, já que tudo é vida regida pela Lei;
Transformação para Superação de estágios ou degraus, e integração num todo.
“Transformação, Superação e Metástase” , disse o grande Mestre. Percebe-se que os 3
elementos fundamentais, ou os 3 instrumentos dados para que essa Lei cumpra na
criatura humana, são a emoção, a inteligência e a vontade.

A primeira possibilita movimentar-se, por em ação a inteligência,


orientadamente, ou seja, para um fim funcional, justo, equilibrado. Quando o Ego
começa a brilhar, a descerrar o véu da neblina que o envolve, encobre, começa por
assim dizer, a existir, a ter presença, a atuar; o homem começou a ter maior
capacidade de apreensão, de apreender e não somente aprender, porque neste estágio,
não fixou o conhecimento e, portanto, ainda não sabe. Quando apreende, assimila;
seu potencial qualificativo aumentou. Logo, está menos dividido, adquiriu maior
individualidade. Fatores de inteligência abstrata assimilaram fatores de
inteligência objetiva, ou comparativa, e, assim, a necessidade dos aspectos
quantitativos diminuiu. Concomitantemente, começa a atuar os fatores de intuição,
pois esse homem já não depende tanto de sancionar, de comparar através dos
sentidos, porque a inteligência já começa a atuar no plano abstrato. Perdoem-nos o
que talvez pareça uma repetição desnecessária, mas pensamos que, agora, já se
pode, de fato, compreender a diferença entre instinto e intuição. Duas coisas bem
diferentes, ou melhor, dois estágios de inteligência bem distantes um do outro,
mas, absolutamente confundidos pela quase totalidade das pessoas.

Já dissemos o que é instinto, por várias vezes, e aqui repetimos. Apreensão


ou tomada de consciência das coisas, através das sensações num plano de
inteligência, cuja faixa vai desde a ausência de raciocínio até seus rudimentos.
Podemos dizer que a planta sensaciona; os animais sensacionam e raciocinam, também,
os de classificação mais aprimorada. O homem sensaciona, raciocina e cria. A fase
do instinto já foi superada pelo reino hominal, é complemente dominada pelo homem.
Não necessita raciocinar para agir instintivamente e, como a intuição independe
diretamente do raciocínio, porque surge repentinamente no seu cérebro, costuma-se
dizer : “fulano teve uma idéia genial” - frase que qualifica, desde logo, seu
grau de inteligência; a intuição confunde-se com o instinto no entendimento da
quase totalidade das pessoas, posto que ambos – instinto e intuição – atuam de
dentro para fora. A primeira porque, já vindo de outras etapas, assimilado pelo seu
arcabouço ou estrutura, isto é, fazendo parte da essência ( portanto, matéria sutil
) que lhe deu nascimento, e a Segunda porque é fator mais sutil, ou matéria em
estado vibratório mais intenso ainda que a abstração.

O homem, a humanidade, vem alcançando este grau de evolução a duras penas,


através de estágios ou civilizações, sempre tudo se expressando nas suas
realizações científicas e artísticas. Que aconteceu neste século, o século XX ? O
homem busca expressar o abstrato. Sua mente tem evoluído muito, mas não a mente da
maioria dos homens. Assim, as grandes descobertas, de aspectos que podem ser
considerados abstratos, dentro da relatividade da matéria, como o átomo, por
exemplo, tem servido muito mais aos impulsos do ID, embora mascarados sob mil
pretextos, do que aos do EGO, pois, serve mais à ânsia de poder que sempre
destrói, do que ao trabalho construtivo. Lutam muitíssimos pelo poder e raros pelo
dever. A luta pelo poder é ditada pelo ID, desejoso de afirmação, diante das
opressões de deveres não assimilados, mas aceitos pelo SUPER-EGO restritivo.

Quando à luz da inteligência, uma verdade é aceita e assimilada, não há ID


funcionando, nem SUPER-EGO impondo, mas a Razão conduzindo o homem e, aí, surge o
verdadeiro DEVER, o prazer de agir. O movimento de afirmação em que se empenha
esses homens, envolve todo o seu SER. Há uma unidade de direção em todos os seus
setores. Ele tem um ideal ! Não há oposições, não há conflitos íntimos. “A BARCA
VAI CORRER, NO MAR DA TRANQUILIDADE” , como dizem os versos do “Peregrino da
Vida” . Sim a tranqüilidade está no equilíbrio entre o SABER, QUERER, OUSAR,
CALAR.

Calar quer dizer, também não exagerar, não transbordar. Eis porque
aconselhava nosso Grande Mestre, sempre presente em tudo que expomos, porque dele o
apreendemos., - AS 4 PALAVRAS DA ESFINGE devem ser postas em prática
combinadas, como se faz os arranjos e combinações matemáticas :

Saber, saber - saber, querer - saber, ousar - saber,


calar;
Querer, saber - querer, querer - querer, ousar - querer,
calar;
Ousar, saber - ousar, querer - ousar, ousar - ousar,
calar;
Calar, saber - calar, querer - calar, ousar - calar,
calar;

Essa prática auxilia o homem em sua evolução. Nós diremos, agora, respondendo a
pergunta que nos foi feita no princípio desta conversa, que o pensando sobre esse
conselho, nele encontramos a forma de conduta, melhor de conduzir o ID, ou seja, a
de fortalecer o SUPEREGO, quero dizer, permitir que este, aceitando as imposições
ambientais, se esclareça, dando assim, lugar ao EGO. Só pelo esclarecimento, só
pela apreensão, compreensão, assimilação das verdades e, portanto, transformação da
ignorância em saber, é que o homem evolui, amadurece, se adapta e, portanto, rege-
se cada vez mais pelo EGO, EU VERDADEIRO, RAZÃO, CRISTO interno, EU-CRÍSTICO.
Isto nos leva à idéia da EUCARÍSTICA. Neste ato, todos os princípios do homem se
fundem. Já vimos, há poucos momentos passados, a assimilação dos fatores de
inteligência comparativa, pelos de abstração. Assim, também, a emoção pela
transformação do estado de consciência, ou plano de ação, ou dimensão em que passa
a atuar, se funde ou é assimilada pelos fatores de intuição. O mental crístico, ou
o sétimo princípio, se funde com o aspecto físico ou o interpenetra. Aí está o
homem alcançando o máximo escalão, sendo capaz de viver num mundo sem paredes e,
portanto, na Quarta dimensão. Passa a ser um Homem de hierarquia superior. Neste
não se pode, ou Freud nunca poderia ter observado a sua teoria sobre o EGO, ID,
SUPER-EGO. Aí está porque no início desta conversa, fizemos tanta questão de
explicar a diferença entre um ser de hierarquia divina, um SER que é, da Família do
Manú, ou de um Dhyani, como costumamos dizer, não poderemos falar em termos de ID,
EGO e SUPEREGO, visto que não estão em evolução psíquica. Como exemplo da didática
do Manú citamos, há pouco, a meditação e a realização das quatro palavras da
Esfinge. Demonstração objetiva da educação Eubiótica transmitida pelo último
Avatara do Ciclo de Piscis. Na realidade, a Eubiose dá aos discípulos meios para
que ID e SUPER-EGO se equilibrem, dando a máxima expansão do EU interno, AO EGO ou
CENTELHA DIVINA. Por isso há a chave básica – O VIVER AGRADAVELMENTE. É
necessário que se fale um pouco sobre o que isto significa, pois, estamos tão
viciados em conceituações deturpadas, que a maioria traduziria o “viver
agradavelmente” por fazer, cada qual aquilo que desejasse. Não é isso. Viver
agradavelmente é adaptar-se às situações, dentro da relatividade das coisas; viver
e vivenciar dentro das necessidades intrínsecas das coisas; viver e vivenciar
dentro das necessidades do SER, respeitando, portanto, e sendo respeitado pelo
ambiente.
Sejamos bem claros, tomando como objeto de educação uma criança, ser em evolução,
homem de amanhã. Que é agradável a uma criança que acaba de nascer ? Ambiente bem
oxigenado, temperatura temperada, de acordo com o grau de calor necessário à sua
vitalidade, roupas leves que não a oprimam. Alimentos em doses relativas ao seu
peso e comprimento, às suas possibilidades, enfim, à época em que está vivendo,
ser-lhe-á agradável um barulho estrepitoso, uma claridade ofuscante ? Não, porque
isso vai ofender seus nervos sensitivos. A sensação ser-lhe-á desagradável e,
portanto, lhe infligirá um sofrimento, uma sensação desvitalizadora, mortal. Que se
observará ? O impulso vital de que está dotada, porque nasceu, está viva, começará
a lutar, na medida de suas forças, para vencer a pressão demasiada que é exercida
sobre ela. Que estaremos criando com o barulho e a luz exagerados, ofensivos ?
Atritos. Estamos criando sentimento de medo intenso e gerando reações de intensa
ira. Estamos levando este conglomerado de tendências a agir, de forma destruidora e
muito agressiva. O impulso vital – ID – irá se impor mal pré-disposto. Isto porque,
um ferimento deixa marca, dependendo sempre naturalmente da natureza do objeto que
o recebe. No caso, a criança começará a chorar, o que é desagradável, inclusive
para o ambiente. Atrito, mais atrito, mais atrito, e se iniciam os mecanismos de
defesa, na luta acirrada pela sobrevivência, ou pelo poder. A criança chora,
esperneia, tem febre, sintomas de que se sente mal, ou desagradavelmente, começa o
caminho que a levará a ser uma criança problemática. Se, ao contrário,
proporcionarmos o que lhe é, intrinsecamente necessário, propenderá a sentir-se
bem, agradavelmente ou íntegra, integrada no ambiente, portanto feliz, todos os
seus sentidos trabalham, cooperam harmonicamente... Não haverá necessidade de
forjar defesas exageradas, sentirá forças em sua natureza, para vencer as
dificuldades naturais. Não terá que armar, arquitetar fantasias, para se compensar
do mal estar, e, talvez, chegar a procurar se alhear do ambiente, ou, seguindo
caminho inverso, agredi-lo até covardemente. muito ao contrário, integrada ao
ambiente, terá elementos que propende à cooperação, à construção.
ID, e SUPER-EGO, atuarão com um ritmo semelhante ao dos ponteiros do relógio
“cuco” , em que, no momento exato, como resultado ou conclusão do caminho
percorrido, o pássaro ( EGO ) , põe a cabecinha entre as cortinas e canta a hora.

É O VERBO SOANDO

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

41. YOGA - DEFINIÇÃO-FINALIDADE

A
palavra “YOGA” significa, literalmente, “União” , e se usa no sistema de
Patãnjali, para designar a união ou harmonia entre o EU humano inferior, e o EU
divino, superior, mediante a prática da meditação, de exercícios especiais para tal
fim.

Quando há perfeita sintonia entre o EU inferior e o EU superior, divino, deu-


se, naturalmente, a união mística e a criatura humana adquire completo domínio
sobre o corpo e a mente. Logo, fica liberto de determinadas tramas do mundo
material, objetivo. Sai do mundo das ilusões e começa a desenvolver certas e
maravilhosas faculdades psíquicas latentes na espécie humana, e que dão causa a
estranhos fenômenos que podem ser sobrenaturais ou milagrosos para todos aqueles
que desconhecem a causa produtora ou original.

Segundo o Glossário Teosófico de H.P.B. : “YOGA” é um dos seis Darzanas ou


Escolas Filosóficas da Índia; uma escola fundada por Patanjali, embora a verdadeira
doutrina “YOGA” , a única da qual se diz que auxiliou a preparar o mundo para a
predicação de Buda, é atribuída aliás, com justiça, a um grande sábio mais antigo
do que Patanjali, YÂNA ALKYA, autor de várias Obras importantes, tais como
“YAJUR-VEDA”, “BRIHAD ÂRANYAKA”...

O Sistema de Yoga adotada pelo grande Patanjali é constituído de 8 ítens ou


preceitos :

1º ) – tem o nome de YAMA : compreende as seguintes regras de moral : sinceridade,


abstenção de apropriar-se dos bens alheios, continência ou castidade, desinteresse
ou renúncia e tudo quanto possa recrear os sentidos;

2º ) – NIYAMA : pureza mental e corporal, estudos dos textos sagrados, da


revelação... o próprio abandono a Divindade ;

3º ) – ÂSANA : ou seja, a atitude corporal adequada para a meditação, expressões


corporais, formando hierogramas, principalmente nos bailados sagrados ;

4º ) – PRANAYAMA : domínio e regulamentação do hálito, exercício respiratório ;

5º ) – PRATYHÂRA : abstração ou retraimento dos sentidos e da mente, isolando-os


dos objetos exteriores e atraiando-os à Mente. Graças a esses meios, se purifica e
sublima. E, então, os discípulos se põe em disposição ou ficam preparados para os
três graus superiores de RÂJA-YOGA, os quais são os seguintes :

6º ) – DHÂRANÂ : perfeita e prolongada atenção concentrada num determinado ponto. A


Mente fixada em determinado objeto com abstração dos demais, das demais coisas.
7º ) – DHYÂNA : corresponde à prática da meditação, ou seja, a contínua e
prolongada corrente de pensamento dirigida a um determinado objeto, até chegar, a
absorver-se nele.

8º ) – SAMÂDHI : contemplação estática. O praticante se abstrai a certo ponto que


chega a perder a consciência da própria personalidade. Integra-se ou se funde com a
Individualidade. Fica em tal estado de isolamento que permite transferir a esfera
de ação a um plano muito mais elevado e sem limites. O conjunto desses três últimos
exercícios é denominado de “SAMYAMA”.

É semelhante ao Sistema de Filosofia Yoga de Patanjali, o sistema denominado


de SANKHYA=YOGA. Este eqüivale ao método de JNANA-YOGA, isto é, a aquisição do
conhecimento puro. SANKHYA-YOGA, encontra-se no Bhagavad-Gitâ. Filosofia para
desenvolver a inteligência abstrata.

Além desses sistemas de Yogas citados, há mais os que se seguem :

I ) – TÂRAKA-RAJA-YOGA : é um dos sistemas de yoga bramanicos para o


desenvolvimento do conhecimento e poderes puramente espirituais que conduzem ao
Nirvana.

II ) – RAJA-YOGA : referente a ciência do desenvolvimento de poderes espirituais, a


união da personalidade com o próprio EU superior. Exercícios relativos a
regulamentação ou disciplina do pensamento.

III ) – HATHA-YOGA : forma inferior da prática da Yoga. Quem a praticar, utiliza


meios físicos para seu próprio desenvolvimento espiritual. É o oposto à Raja-Yoga.
Exercício que tem por base o corpo físico. Os Arates desaprovam a prática da
Hatha-Yoga.

IV ) – BHAKTI-YOGA : tem por base a devoção... o caminho do coração...

V ) – YOGA-MAYA : o processo de se criarem ilusões, magia da imaginação, a fim de


se adquirirem prestígios.

VI ) – LAYA-YOGA : é uma espécie de Yoga que consiste em contemplar com atenção


algum objeto exterior, ou melhor, o “NADA” ( sonido ) interno que se percebe
cerrando os olhos. Laya ou Layan : palavra derivada da raiz “LI” , que quer
dizer : “dissolver” , “desintegrar” .

Na prática da YOGA, LAYA é um momento crítico em que a mente, ao passar de um


estado de consciência a outro, denominado de “inconsciente; pode cair em estado de
entorpecimento, passivo, que conduz a todas as calamidades da mediunidade
irresponsável.

Além dos sistemas de Yoga citados, há muitos outros de menor importância.

A palavra YOGA poderá ser desdobrada em “YO” e “GA” . YO – Self, em inglês –


Esta palavra é usada na Ciência das Idades com três sentidos diferentes :

1) ATMÃ – EU SOU EU. É o princípio único manifestado em todos. Está firmado no


coração de todas as criaturas. Sim, é o princípio, meio e fim de todas as coisas,
de todos os seres.

2) O EGO superior, o pensador, o Homem imortal – a Individualidade.

3) O EU inferior ou a personalidade. No primeiro caso é o “EU”- SUPER-EGO; no


segundo caso é o EGO, o Eu superior; no terceiro caso temos o Eu inferior, o ID, YO
ou EU. É o Supremo Espírito Divino que exerce influência protetora sobre o homem.
GA : usando a chave de Cagliostro, ou seja, o método que usava para decifrar os
aspectos da Verdade, corresponde ao prefixo AG que tem o sentido de fogo. É o étimo
da palavra AGHARTA...

YOGA é, portanto, o processo usado para propiciar à criatura humana, ao


discípulo, o se integrar na faixa vibratória de Agharta. De modo que podemos
considerar a “YOGA” como sendo uma disciplina para permitir ao discípulo, se
identificar com seu Mestre, com seu Senhor. É o meio usado para ajustar o
discípulo, em todos os seus veículos e colocá-los em condições de mergulhar na
Natureza de seu Mestre.

Todo o trabalho feito com amor permite ao discípulo vivenciar e identificar,


com o que foi realizado. Se qualquer um de nós trabalhar com amor para a Obra,
vamos nos acabar identificando com ELA. Se os acontecimentos passam a ser o nosso
vocabulário, nosso pensamento, nossa vontade constante. Por isso a Eubiose fala no
trabalho para desenvolvimento da Vontade; Cultura para desenvolvimento da
inteligência e a Educação para aprimorar a sensibilidade.

Segundo JHS, Yoga é o processo de preparar o indivíduo para que possa entrar em
contato com energias, com vibrações de dimensões superiores ao estágio humano.

As YOGAS dadas pelo excelso Senhor JHS, tem a finalidade de preparar a humana
criatura, a fim de vivenciar os aspectos da Verdade, encerrados na filosofia do
futuro, do vir a Ser, as Revelações do Novo Ciclo. Para a prática das Yogas do
futuro, o Professor Henrique José de Souza classificou nossa Obra como sendo –
ESCOLA, TEATRO e TEMPLO. Através desses três elementos, ofereceu ao Mundo um
sublime método de YOGA, a Yoga da Realização.

ESCOLA, no sentido de aprimorar a inteligência de seus membros, usando as pesquisas


: científicas, artísticas, filosóficas, sociais, políticas, enfim, realização
através da Cultura.

TEMPLO, tem a finalidade de promover a integração do discípulo na VIDA UNIVERSAL.


Por isso se fala em Yoga Universal. Torná-lo com poder e capacidade de ver o mundo
sob o aspecto global.

TEATRO, como sendo a base para o aprimoramento da sensibilidade. A sensibilidade,


por sua vez, é a base do desenvolvimento dos sentidos. A sensibilidade evolui,
desenvolvendo os sentimentos e o predomínio nas artes, para culminar no sentimento
de UNIDADE, de afinidade do indivíduo com o TODO, que é o puro e profundo amor,
como elementos realizadores. Referimo-nos, como meio de educação. Educação como
sendo o processo de aprimoramento da Emotividade. Ao TEATRO, como Educação, cabe a
máxima : ‘ENSINAR DELEITANDO” ( Yoga da alegria ).

A consciência emotiva, tem seu centro nas paixões e nas emoções, encontra-se por
uma pré-consciência “emotiva” e seguida por uma supra-consciência da mesma classe,
uma compreendendo os instintos vitais, em cuja virtude se operam, desde o
protoplasma às funções da nutrição, reprodução, de defesa; ao passo que, a outra,
inclui os sentimentos de devoção, adoração ao desconhecido e origina o sentimento
íntimo de “UNIDADE DO SER REAL” , com todos e TUDO.

O verdadeiro fim do Teatro Sagrado, processo de comunicação entre a sensibilidade


divina e a auto-sensibilidade, é a solidariedade de uns para resistirem ou se
sujeitarem a outros, mas também, na razão da Suprema Moralidade que se encerra
neste aforismo de JHS : “EU NÃO SOU UM MAIS DO QUE UM DOS TANTOS... cada um dos
outros é outro EU, o que desfeitas as pérfidas insinuações do egoísmo, é uma
verdade inconcussa”.
Pois bem, segundo os ensinamentos de JHS, supremo Orientador da Instituição S.B.E.
( ex-STB ) , o bailado clássico é um divino meio de comunicação entre os Mistérios
Maiores e Mistérios Menores. Os Mistérios Maiores simbolizam a representação ao
vivo dos 22 Arcanos Maiores, emblemas celestes objetivados na Terra, através da
plástica desenvolvida pela Yoga, pelos bailados sagrados. Sim, os Sacerdotes, as
Sacerdotisas, os artistas desenvolvia uma YOGA, para cultuar o belo e dar Sabedoria
simbolicamente nos sublimes tablados nos Templos Iniciáticos. Os quais expressam o
imenso esforço humano, o trabalho de humanidade, através dos ciclos. As posições
plásticas, as expressões corporais, as asanas dos artistas, sacerdotes e
sacerdotisas representam, com efeito, os caracteres da linguagem universal. Nos
Teatros da OBRA devem ser peças iniciáticas e universais, a exemplo da de título
“TIM-TIM POR TIM-TIM”.

A idéia do Prof. Henrique José de Souza, era preparar os membros da Instituição, a


fim de que o estado de consciência deles, se estendesse até o Plano do Logos, até
ao Segundo Trono. Mas Roma não foi feita num dia. Uma árvore se planta, mas não se
planta hoje para dar fruto amanhã.
De modo que a Obra expressa um plano de realização. Partiu de um ponto e foi até o
máximo da realização, no ponto de vista de revelações e preparo para a formação do
Novo Pramantha. Ora, com a Obra seguindo a marcha dos tempos, evoluíram os seus
membros, principalmente os que seguiram as práticas determinadas pelo Prof.
Henrique José de Souza.

O elemento humano ao entrar nas fileiras da Instituição, recebia como prática, a


Yoga dos Cinco Elementos e mais a mentalização do Globo Azul, tendo no centro,
escrito em letras amarelas, a palavra PAX. Qual seria a finalidade dessas duas
Yogas ou realizações diárias ? ... A Yoga dos Cinco Elementos restabelece o
relacionamento entre o discípulo e os cinco elementos da natureza :

I ) – Terra, Prithivi, representado por um quadrado alaranjado ;


II ) – Água, Apas, representado por um crescente lunar, cor violeta ;
III ) – Fogo, representado por um Triângulo vermelho – Tejas ;
IV ) – Ar, representado por um hexágono verde – Vayu ;
V ) – Éter, representado por uma meia lua, em vertical, com os cornos voltados para
a esquerda.

Tomando-se por base o corpo humano, esses elementos penetram no organismo pelos
orifícios :

– Pithivi, terra, pela narina direita,


– Apas, água, pela narina esquerda,
– Tejas, fogo, pelo ouvido esquerdo,
– Vayu, ar, pelo ouvido direito,
– Éter, o Akasha, pelo centro da cabeça.

Tomando-se como base o corpo humano, temos a seguinte relação :

– Terra, prithivi – perna direita;


– Água, apas – perna esquerda;
– Fogo, tejas – braço esquerdo;
– Ar, vayu – braço direito;
– Éter, akasha – alto da cabeça;

Há dois outros elementos, ou sejam : sexto e sétimo, que estão representados em tal
prática, pelo Globo Azul Índico, com a palavra PAX, escrita no centro em amarelo.

Quando se executa o Mantram Búdico, estão implícitos os cinco elementos, cuja


tônica está representada, por palavras : LAM – VAM – RAM – PAM – HAM, e há os :
sexto, sétimo e oitavo elementos, que estão representados pela trilogia OM – TAT –
SAT ( Sat, sexto elemento ; TAT o sétimo e OM, o oitavo ).

A seguir a YOGA DOS CINCO ELEMENTOS, adotou várias outras com as denominações de :
“Yoga dos Chacras” ; “Yoga do Chacra Cardíaco”; “Yoga dos Olhos”; “Yoga
Astrologia” ; “Yoga da Aranha de Ouro” e muitas outras, até atingir o ponto de
evolução máxima da Obra na face da Terra. Neste caso, ofereceu aos membros da SBE,
outras Yogas mais profundas, senão, verdadeiros rituais com a denominação de YOGA,
ou seja, a União da Criatura Humana com o Universo, com os Mundos Interiores...

A ritualística praticada no Templo, diariamente, tem o sentido de YOGA DO FUTURO,


senão, o processo de ajustamento da Personalidade dos membros da Instituição.

Se a nossa meta é expressa pela EUBIOSE, e a EUBIOSE é o estado evolucional dos


Mundos Interiores; é o estado social, político, religioso, cultural, filosófico,
histórico e metafísico, muito além, muito superior aos Seres que vivem na face da
Terra; se o objetivo do Programa do Logos, em relação à Obra neste Avatara, é
preparação física, psíquica, mental, filosófica, do povo da face da Terra ; se o
objetivo de JHS é preparar a mentalidade para receber o Povo do Rei do Mundo, teve
naturalmente necessidade de criar processos para que, pelo menos, seus discípulos
se harmonizassem com a Eubiose, com a vida dos Mundos Interiores.

Para que os discípulos fossem criando condições subjetivas, compôs Hinos, cujas
músicas e letras descrevem a História do Movimento em suas diversas fases. Deixou
para a posteridade : músicas, com as respectivas letras, as quais representam a
monumental Historia da sua Obra, na face da Terra.

A repetição desses Hinos, com as suas respectivas letras, permitem que fiquem
gravadas no inconsciente dos Membros da Instituição. No fim de terminado tempo,
tudo isso está gravado no cérebro do discípulo. Logo, atingiu novo estado de
consciência, mudou de mentalidade, de modo de viver... passou, sem dúvida por uma
transição física, psíquica e mental. No fim de certo tempo, há um renascimento no
discípulo e quase que, dele, só resta o nome e a certidão de nascimento; tudo mais
nele foi transformado : modo de viver, de pensar, de agir, de reagir contra o
desagradável que o mundo lhe oferece no dia a dia. O discípulo passa a ser outra
criatura. Tudo no discípulo sofre um rápido amadurecimento.

Com todos esses processos, os Avataras trazem um Novo Estado de Consciência para a
sua época. Iluminação, clarividência mental, consiste no perfeito entendimento da
filosofia do futuro, e, consequentemente, Ter capacidade de praticá-la.

De modo que julgamos poder definir : “toda disciplina que age em função da
evolução, do vir a ser, é uma YOGA”.

Nosso Mestre recomendava um exercício, que pode ser considerado uma admirável YOGA.
Teve por título : “Yoga da Morte” , mas, na realidade, isso não acontece.

Quando nos deitamos e enquanto o sono não se apresenta, passamos a agir


retrospectivamente, procurando recordar de tudo que levamos a efeito na parte
diurna, o que fizemos, observamos e ouvimos numa espécie de leitura e análise de
todos esses atos, sob o ponto de vista positivo e negativo. Com isso estamos a
abrir as janelas do nosso sentido para uma Quarta dimensão. Nosso Mestre, JHS,
sempre aconselhava seus discípulos que escrevessem seus diários, anotando até mesmo
os sonhos, procurando analisá-los. Posto esse procedimento em prática,
constituindo-se de muita utilidade para os discípulos, eis que a ritualística,
diária ou não, age sobre o inconsciente do indivíduo, da criatura humana, sendo que
aquele que se acha na faixa mais grosseira via se encaminhando à tona, através
dessa auto-psicoterapia, quase que de modo imperceptível.
Quando dormimos, a atividade da nossa consciência física, de modo quase geral, se
encaminha para a psíquica. Assim, pois, progressivamente, o que se acha nas camadas
mais profundas do inconsciente se encaminha para a eliminação, naturalmente, no
curso da vida do discípulo.

Observamos, também, em todas as criaturas, ao iniciarem os seus estudos de


teosofia, de Eubiose, de ocultismo... que o corpo afetivo-emocional assume uma
desenvoltura imensa, ao passo que os indivíduos imbuídos de empáfia, julgando a si
próprios como donos do mundo, dos Universos... uma imponência exterior, como a
demonstrarem a todos que são portadores de algo que não sabem o que é... quando
entretanto, surge a realidade interior, esta promove a depressão da estrutura
psíquica e, de modo geral, não há o perfeito entendimento para resistir aos embates
entre a falsa personalidade criada pelos mistérios e a real, surgindo, daí o
fracasso, a falha... São as provas, a respeito das quais todos se dizem
vencedores, mas na realidade, poucos o são. A vitória do discípulo é como a
humildade do sábio, senão o equilíbrio do corpo afetivo-emocional com o poder da
mente, da inteligência. Daí o tradicional fio da navalha...

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SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

42. Esclarecimento à pergunta:


“Temos lido em contos, visto em filmes, novelas televisionadas que falam em
dupla personalidade. Achamos que, se tivermos alguns esclarecimentos, sobre esse
assunto, poderemos, inclusive, discernir melhor nossas personalidades. Pode o
indivíduo Ter mais de uma personalidade?

Para responder a esta pergunta é preciso que compreendamos, primeiro, o que é


personalidade.

P
ersonalidade é o conjunto de reações de um Ser. Reparem que não foi dito pessoa.
Existe a pessoa e a personalidade. A personalidade é o conjunto, é a totalidade. A
pessoa é como se nos referíssemos somente a parte somática. Existem muitas
definições de personalidade e é sabido que definir é sempre limitar
extraordinariamente. De todas elas, a que nos parece mais sucinta, mais completa
entretanto, é aquela que define a personalidade, como sendo “o que vive e
vivência”.

No “o que vive” há referência à parte somática e, “vivência”, o vivenciar


a parte psíquica. No Psíquico está contido a parte emocional e mental do indivíduo.
Segundo a Eubiose – conhecimento iniciático – o indivíduo, a criatura, o ser é
dividido em 7 corpos ou partes, ou em 7 faces : o físico, o duplo etérico ou vital,
o emocional e o mental.

A parte mental se subdivide ou classifica em mental comparativo, ou fatores de


inteligência comparativa ( objetiva ), de inteligência abstrata, inteligência
intuitiva e de inteligência crística, comumente chamada de espírito. Formam estes
três aspectos a conhecida Tríade superior : Atmã, Budi, Manas, usando-se outra
língua. Quando se fala do ponto de vista psicológico, ou da ciência chamada
Psicologia, o psíquico do indivíduo é o que vivência, é portanto, a parte afetivo-
emocional e a parte mental, tenha o homem alcançado estes ou aqueles fatores de
inteligência.
A personalidade depende da estrutura com que nasce, que traz consigo, do que
a constitui desde o nascimento, ou seja, das suas tendências que a Sabedoria
Iniciática das Idades, ou Ciência das Idades, divide em tendências positivas e
negativas, ou escandas e nidhanas. Esta estrutura depende dos genes, é hereditária.
Segundo Krueger, as estruturas são direções coerentes, relativamente permanentes,
constantes do comportamento anímico global. Estrutura psíquica é a arquitetura
global das disposições psíquicas. O meio ambiente atua sobre esta estrutura e ela
tem determinadas reações, as quais está pré-disposta, mas que dependem das pressões
que sofre e da natureza, digamos assim, de que é portadora. Para Lersch, estrutura,
designa não uma simples soma de partes, mas um conjunto organizado. Uma
personalidade pode ter reações, as mais variadas, de acordo, sempre, com a sua
estrutura e com os impactos, com a atuação do meio ambiente sobre ela, mas é uma
só, uma totalidade. Vamos ter uma conduta ou caráter, dependendo do nosso afetivo-
emocional, das possibilidades da nossa mente e da atuação do meio ambiente.
Devemos frisar que há uma íntima ligação entre o aspecto psíquico e o aspecto
físico ( somático ) que, conforme as palavras que usamos a alguns momentos passados
corresponde a “pessoa”.

A “pessoa” tem um temperamento, o que eqüivale, podemos dizer, a uma estrutura que
se baseia no biótipo e reage, ou tem reações de conduta que formam o seu caráter.
Desse modo, estrutura está para temperamento, assim como reações para conduta ou
caráter. Logo, uma personalidade depende da sua estrutura ou do seu temperamento ao
ser afetado pelo ambiente, tendo determinada conduta, isto é, apresentando certas
reações características ou um caráter. Compreende-se, pois, que a atuação do meio
ambiente sobre a personalidade põe em ação, ou dinamiza, ou anima porque afeta seus
sentidos, provoca sensações, ou tange a corda afetivo-emocional, os sentimentos.
Por isso nosso Grande Senhor disse aos jovens, em 1963, “caráter é alma” ,
referindo-se ao lema desse grupo : “REALIZAÇÃO ATRAVÉS DO CARÁTER E DA CULTURA”.

Entende-se por temperamento o conjunto de particularidades fisiológicos e


morfológicos que diferenciam os indivíduos entre si e agem sobre o caráter. Podemos
defini-lo, também, como sendo a soma dos efeitos do metabolismo, das trocas que se
efetuam no organismo e agem sobre a vida psíquica do indivíduo. Essa definição
evidencia, desde logo, a teoria psicossomática que existia já antes de Hipócrates,
como sabemos, pois, para aqueles que enveredam pela Sabedoria Iniciática das
Idades, não apode haver outra concepção. Hipócrates é entretanto, para a Medicina
de nossos dias, o marco dessa concepção apontando a correspondência entre os 4
elementos da Natureza : Terra, Água, Ar e Fogo, com os 4 humores do organismo :
sangue, pituíta, bílis e atrabilis, correspondentes, por sua vez, aos 4
temperamentos : sangüíneo, linfático, bilioso e nervoso. Divisão quaternária que
rege o homem desde a catástrofe Atlante, quando a “ETERNA PRIMAVERA” se
transformou em quatro estações devido a inclinação de 23 º graus do eixo
primitivo da Terra. Platão, que tanto se referiu a um dos períodos dessa
catástrofe, sustentava que não era possível curar-se o corpo sem se tratar da
alma. Galeno, dentro da medicina, aconselhava os médicos a atentarem para a vida
anímica e o temperamento de cada doente. O grande Paracelso, mesmo menosprezado e
caluniado, contribuiu de modo decisivo, pela importância que deu aos fatores
psicológicos no processo das enfermidades, para a propagação da medicina
psicossomática. São suas estas palavras : “O espírito é o Senhor; a imaginação, o
instrumento e o corpo a matéria plástica”.

No século passado, um cientista francês apontou 4 tipos humanos, que


classificou como respiratório, digestivo, muscular e nervoso. Há várias escolas ou
doutrinas psicológicas, sistemas tipológicos que procuram descrever a infinita
variedade de personalidades humanas. Os filósofos e psicólogos modernos, filiados a
linha existencialista, lembram com insistência, que o ser humano é “UM SER NO
MUNDO”. Por isso a Personalidade se desenvolve, principalmente, a medida que
estabelece relações com seus semelhantes.
Achamos interessante dar agora ligeiras noções da tipologia de Sheldon e Stevens.
Eles se baseiam em três tipos de constituição corporal : ectomorfo, mesomorfo e
endomorfo, que correspondem a três tipos fundamentais de temperamento e
personalidade, a saber – cerebrotônico, miotônico e vicerotônico. Há os tipos
puros e há aqueles em que existe uma dissociação entre as formas das diversas
regiões corporais; são os tipos impuros. Os puros cerebrotônicos são intratensos,
nervosos, sensitivos, pouco sociáveis. Os miotônicos estão sempre dispostos a ação;
gostam de atitudes resolutas, de enfrentar perigos e de mandar. Os vicerotônicos
são bonachões, apreciam as boas iguarias, são conservadores, sociáveis. Isto foi
apenas uma ligeira pincelada, para dar idéia das teorias existentes. Pensamos ser
bem mais lucrativo prosseguirmos tentando deixar transparente os mecanismos de ação
da personalidade. Esta palavra vem do grego, em latim persona – que quer dizer
máscara. Persona – lugar por onde passa ou sai o som. O teatro grego nasceu da
externalização das vivências templárias. Era uma forma, por exemplo, de Sófoclles,
que conhecia muito bem o que era iniciação, transmitir conhecimento para o povo. O
Som, o Verbo, a Palavra era primordial e a figura, a matéria plástica, era
mascarada, daí – personalidade. Na verdade todo o homem é mascarado. Nunca se
mostra tal qual é. Isto por uma questão de defesa. Freud estudou minuciosamente o
que chamou de “os mecanismos de defesa” . Nosso tipo de educação tradicional,
feita em moldes de prêmio e castigo, que os grandes educadores americanos
apelidaram de “educação da cenoura e do chicote” , leva a criatura humana a
começar a sua vida num verdadeiro jogo de esgrima, se mascarando porque, nem sempre
pode receber prêmios e, castigos, são mais do que desagradáveis.

A Eubiose diz, como ciência da vida, que esta deve ser vivida e vivenciada
agradavelmente. Que quererá dizer isso ? Que o homem deverá fazer tudo quanto
desejar, como se vivesse absolutamente só ? Como seria isso possível se é, por
natureza, gregário ? Se é uma partícula do Todo, devem haver muitas outras
partículas... homens como ele, a sua volta. Começa o princípio do respeito mútuo.
Logo, há uma necessidade que seja guiado, orientado, o que permitirá ao indivíduo,
numa situação harmoniosa, agradável, o seu franco desenvolvimento, dentro daquele
respeito mútuo, originando-se assim, a verdadeira fraternidade. Ser fraterno é
basicamente respeitar o semelhante, ou seja, adaptar-se a ele. Adaptar, quer dizer,
trocar. Trocar é comunicar, comungar. Seguir uma trilha comum, um caminho – o TAU.
Quando não há comunicação, adaptação ou troca, existe apenas, acomodação. O homem
se acomoda ou atura o outro homem. De modo que a criança, ou o homem em começo,
como um ser em evolução, necessita de um meio que o oriente, mas que essa seja uma
verdadeira orientação, para que ele expanda todas as suas possibilidades e não, ao
contrário, crie atitudes incorretas, tortuosas, portanto, quebrando o caminho,
velados por uma máscara. O desagradável, o que molesta, o que é injusto causa o
atrito destruidor, predispõe o indivíduo a continuar fugindo, digo, a continuar
fingindo, mascarando para poder suportar a carga negativa. Na face da Terra, o
homem responde primeiramente pelo afetivo-emocional. O corpo afetado pelo ambiente
sensaciona e, regra geral, é mal afetado. Ou sente grandes pressões ou pressiona. O
afetivo, os sentimentos, são postos em curso, porque vivem em movimento e em
atividade. Vida-energia afetada, deste ou daquele modo. É a vida cega posta em
movimento.

Através das sensações, o homem vai sentindo e agindo, utilizando a


inteligência e a vontade. A emoção é a vida energia posta em movimento; a
inteligência raciocina e a vontade dirige. É tríplice como tudo, mas a
personalidade é uma só. Se o ambiente a orientar harmoniosamente, todas as suas
potencialidades irão desabrochar sob forma produtiva, até mesmo quando seja pouco
dotada, ou fraca. Isto é importantíssimo. O indivíduo, vejamos do ponto de vista
somático, pode nascer com um aparelho digestivo fraco. Propendem esses órgãos a não
funcionar integralmente, mas se o ambiente lhes proporcionar o alimento adequado a
sua deficiência, esses órgãos, por sua vez, reagiram adequadamente ao tratamento
recebido. Uma planta é frágil. Se lhe proporcionarmos um meio propício ao seu
desenvolvimento, que lhe seja agradável, ela viverá em harmonia correspondente a
esse ambiente. Do mesmo modo age a psique. O indivíduo pode ter uma personalidade
fraca, mas se o ambiente lhe dá o amparo necessário, sua adaptação pode ser fraca,
mas adapta-se, rende alguma coisa. Não se torna prejudicial, destruidora, peso
negativo. Colabora dentro de suas possibilidades. Que diremos, então, da
personalidade bem estruturada ? ... Esse é um princípio eubiótico. Por isso a
Psicologia é algo tão velho quanto a eternidade. Vem de longe e irá para longe,
como parte integrante da Lei.

Nos Templos Iniciáticos, o Mestre analisava os discípulos através dos sonhos.


Dava-lhes temas de meditação e através de suas reações, - acordados ou dormindo –
interpretando-as, conhecia as tendências do discípulo, seu interior, como reagia
intimamente. Essas reações eram as possibilidades, era o desabrochar da flor,
carunchada ou sadia. O Mestre percebia, assim, as razões que o levaram a agir.

Quando o indivíduo sonha, a pessoa, o corpo, está dormindo, ela não morreu,
está ligada a tudo quanto ocorreu; a parte psíquica está em movimento, por isso se
diz que todos sonham. O sonho é uma forma, uma espécie de pensamento; como o
físico está em repouso, quando acorda pode-se recordar de que esteve em tal ou qual
situação, pois entrou ou ficou apenas, em outra dimensão. Não agiu no espaço
limitado, exterior. Perdeu a noção do espaço e a noção de tempo a três dimensões,
consequentemente em seu pensamento ou estado de sono, atravessou as paredes. Como
tudo se interpenetra e somos uma totalidade, as concepções que temos acordados são
as mesmas que quando estamos dormindo e por isso, nos nossos sonhos, colocamos
máscaras, continuam as defesas, conseqüências dos falsos juízos de valor.
Adormecidos, o controle exercido sobre os nossos impulsos – vida-energia, cega – é
menor. Executamos o desejo mas, como continuamos com os valores destorcidos do
certo e errado, imediatamente agem os mecanismos de defesa e o sonho se reveste de
uma série de símbolos que, aos olhos leigos, parecem absurdos.

A vontade é relativa à razão e o desejo, ao afetivo-emocional. Se um fato é


reprimido e não compreendido, ele permanece em latência, até que seja sublimado.
Vejamos um exemplo objetivo. Na criança, porque, assim já poderão, inclusive,
apreender algo mais. Já dissemos que a criança cola a figura do parental do mesmo
sexo. Quando introjeta essa figura, forma seu Super-Ego ou assimilou, de um modo
geral, as suas concepções. Vejamos, então, o exemplo. Uma menina cola a figura
materna , porque todo o ambiente lhe demonstra que se assemelha fisicamente com
ela. Em outras palavras, ambas pertencem ao mesmo sexo. Então, se ela é o mesmo
que a mãe, quem ela vê no seu ambiente ?... o pai. Se o pai der atenção a figura
materna, ela também quer essa atenção dirigida a ela, pois, ela e a mãe são uma só,
em termos de colagem. Se o que quer não acontece, naquele momento, digamos que ela
bate na mãe e a chama de feia. Estará rivalizando com esta figura zangada, com
raiva dela. Reprimem-na : “que menina horrível, batendo na mamãe, que menina
má !” . A criança não pode contradizer o que lhe disseram porque realmente bateu
mas não aceitou que seja, realmente, justa a situação. Percebe que não detesta a
mãe. E, por aí adiante, começa a tecer concepções. Muitas vezes entra, até, em
conflito. Tem determinadas reações desajustadas. Pode passar a viver fazendo
carinhos extremamente exagerados na genitora. A noite, sonha que a mãe morreu e
acorda chorando desesperada. Desejo-manifestação de sua rivalização com a figura
materna, desejando-se ver livre dela porque lhe furta a atenção paterna, mas não é
da genitora, propriamente, de quem se quer ver livre. Sofre porque necessita de
sua mãe e gosta dela... Quantos jovens sonham que estão lutando com um ladrão que
quer furtar a carteira de dinheiro do pai, do avô... Ao ser analisado, é ele
próprio cobiçando as notas da carteira e lutando consigo mesmo para não ceder ao
impulso. Não percebe a sua própria máscara.

Quando uma criança furta, ficamos horrorizados. Se é nosso filho, nos


desesperamos, vendo já nele um marginal. Entretanto, aquela criança pode também
estar se sentindo furtada em seu afeto, pelos próprios pais e se defende
compensando-se em outra área. É fato notório que os sensores são as pessoas mais
insatisfeitas e os “moralistas” aqueles cujos sonhos são indicadores dos maiores
delitos. Máscaras, símbolos, sintetizam realmente, o que vive no interior do
homem. Esse aspecto é necessário ser visto para que ele se conheça melhor. Por
isso, os Mestres interpretavam os sonhos dos discípulos, lembremo-nos, mais uma
vez. JUNG trouxe para o mundo a sua teoria do inconsciente coletivo; nele está
gravado todo o acervo do trabalho dos avataras do passado, que a humanidade
assimilou, dentro de suas concepções. Por isso em nossa Escola Iniciática, o
Instrutor Geral tem falado tantas vezes em “Oitavo do passado e Oitavo do futuro”.
Resta, na iniciação, ao discípulo, conhecendo-se a si mesmo, tentar, também,
interpretar os símbolos que surgem em seus sonhos, discernindo o falso do
verdadeiro.

Temos Vida-energia, vida-cega, a capa com que vivemos e que representa a evolução
que tivemos até a presente época e, daí por diante, vamos continuar o caminho; é a
centelha que vai aparecendo, a medida em que vamos lapidando o diamante. Isto é o
ideal da fraternidade, pois é dificílimo haver fraternidade enquanto o homem for um
mascarado. Finge que é fraterno. O Homem na verdade, vive inseguro em relação a
certa moral, busca o “poder” para se poder assegurar e necessita, logicamente,
diminuir o outro homem, porque o julga mais seguro do que Ele próprio. O fato é
que, raramente, tem consciência disso... Por isso os Mestres procuram tornar o
discípulo consciente. Fazer com que ele se olhe e se veja, tenha ouvidos que
possam realmente escutar e não, apenas, ouvir falar. Desenvolver, a afinação dos
sentidos é importantíssimo. O tato, a visão, o paladar, o olfato, a audição, se
forem aprimorados, podem chegar a outro refinamento, tornam-se tão apurados, finos,
que passam a outra dimensão. Isto é intuição. Porque existe intuição mental,
táctil, auditiva, olfativa e visual. O adepto tem tudo isso plenamente
desenvolvido. Seus fatores de intuição, em pleno desenvolvimento, lhe dão a
clarividência mental. Tem o conhecimento sem raciocinar. Isso é Intuição.

Quando o corpo é eucarístico, há a fusão do afetivo-emocional com a intuição;


isto é, as sensações não vem através dos cinco sentidos; ela começa a sensacionar,
digamos, de uma outra forma. Seu corpo é uma totalidade harmoniosa, porque as
glândulas endócrinas estão, também, perfeitamente desenvolvidas. Tudo nele está
completo. Diz-se que o princípio crístico se funde com o físico, Jesus teve essa
imagem : “Toma este pão, é o meu corpo. Bebe este vinho, é o meu sangue”. Por
isso, na oração – “o pão nosso de cada dia nos daí hoje”... Porque pão e pai tem o
mesmo significado. O Pai nosso é o Eterno, o aspecto crístico, o senhor de tudo,
que se funde no físico – o pão. Sabemos que a intuição se funde com o afetivo-
emocional, e o mental abstrato com o concreto.

Uma criança é capaz de saber que um cubo vazio cabe dentro de outro um pouco
maior, pegando-os, experimentando-os, até encontrar a solução. Isto é inteligência
comparativa, concreta, objetiva.

Há, porém, um determinado momento em que a criança, sem precisar


experimentar o espaço já o possui abstratamente. Quando alguém é solicitado a
colocar um objeto em determinado lugar e diz, sem experimentar, que não cabe, é
porque já possui aquele espaço concebido em seu cérebro, passou para a abstração.

O 1 ( algarismo ), é primeiro uma bolsinha, uma cadeira, um objeto qualquer


e, depois, é um algarismo – um símbolo. Para nós esse símbolo é elementaríssimo;
chega a parecer até concreto. Na aritmética se trabalha com algarismos; na álgebra
com letras. Embora ambos sejam símbolos, os segundos são bem mais abstratos...

A medida que se harmoniza, afiniza todo o corpo físico, está se trabalhando,


também, não só o cérebro, mas, as glândulas endócrinas. Sabemos que quem quer
fazer uma Iniciação, deve cuidar do seu corpo físico, não o deve maltratar. Neste
trabalho, os chacras também estão se relacionando, porque representam a densidade
do espírito. São os medidores de tudo, objetivam a força da centelha, do Uno-Trino
através dos sete. O corpo se desenvolve harmoniosamente, conforme o
desenvolvimento de cada um dos chacras. De sorte que, o desenvolvimento desse
conjunto de forças, de órgãos, organismos, personalidades, é que realmente
proporcionará a fraternidade.

O homem da face da Terra, não tem fraternidade. O dia 1º de Janeiro, dia da


Fraternidade Universal, é Maya.

Não somos fraternos ; se estamos com vontade de o ser, isto já é uma grande coisa.

Ter vontade de ser fraterno representa o indivíduo desejando integrar-se no Todo.

Ser fraterno é estar integrado, é ser um com o Todo.

AT NIAT NIATAT.

O Uno no Todo e o Todo no Uno.

Um por todos e todos por Um. Quarta dimensão.

VIVÊNCIA DOS MUNDOS INTERIORES !

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SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

43. CIÊNCIA DAS IDADES - (Pergunta de Carmo de Minas)

S
olicitaram-nos falar acerca do que se pode compreender como sendo a “Ciência das
Idades” , aliás, admirável tema para uma conversa despretensiosa e, naturalmente,
transformada em uma monografia.

Ocorre-nos a pergunta : Que é Ciência ?

Vamos, pois, pesquisar : Que é Ciência, em nossos dias, na nossa Idade ou


Época ?

CIÊNCIA – é o conjunto de conhecimentos relativos a certas categorias de


fatos ou de fenômenos; conjunto de conhecimentos humanos como um todo; conhecimento
de modo geral, erudição... ( de formação latina : “Scientia” ) . Dicionário da
Academia de Letras, elaborado por Antenor Nascentes.

Consoante Caldas Aulete : ciência é a soma ou conjunto de conhecimentos que


se possuem sobre vários objetos.

1º ) – É o conjunto dos conhecimentos coordenados e relativos ao fenômenos de uma


ordem ou classe : ciências físicas, ciências astronômicas.

2º ) – O total dos conhecimentos práticos que servem para um determinado fim :


ciência do mundo, ciência do bem-viver.
3º ) – São os conhecimentos considerados no seu Todo, segundo a sua natureza e
progresso.

4º ) – A ciência dos nosso dias, ultrapassa as forças do espírito ( inteligência )


humano.

Há, portanto, as “Ciências Abstratas” , a saber : a Lógica e a Matemática.


Há a ciência dos fenômenos em si ; as Ciências Abstrato-Concretas, tais como : a
mecânica, a física, a química; há, ainda, as exclusivamente concretas, tais como a
astronômica, a geologia, a biologia, a sociologia.

5º ) – Há a “EIDÉTICA”, ou seja, a Ciência de Essências. Sim, a matemática é o


“Ciência Ediética”.

6º ) – A EUBIOSE é a “CIÊNCIA DA VIDA”, eis que ensina os meios de se viver em


harmonia com as Leis da Natureza e, consequentemente, com as Universais; promove a
integração do Ser humano com o Todo Universal, equilibrando o sistema cósmico –
humano – evolucional que funciona como uma grande unidade; propicia a homogenização
da humanidade dentro dos princípios universais; faz a harmonização do homem com
seus Princípios Eternos, equilibrando as consciências física, psíquica e
espiritual. Logo, é a “CIÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO HUMANA”.

7º ) – Os antigos faziam nobres referências aos estudos dos segredos de natureza


física, psíquica, mental e espiritual. A este tipo de pesquisas das “ciências
herméticas” é que se apresenta no Ocidente sob o título de Cabala; no Oriente, como
misticismo, a magia, a filosofia Yoga ( as várias escolas de filosofias ). Na Índia
vamos encontrar a “Brahma-Vidya” (Sabedoria Divina); Para-Vidya ( Sabedoria
Suprema ). Não podemos deixar de citar o lema do Maharaja de Benares : “SATYÂT
NÂSTI PARO DHARMA” , cuja tradução é : “NÃO HÁ RELIGIÃO SUPERIOR A VERDADE”.

Na Grécia, vamos buscar a “Teosofia” ( Sabedoria Divina ) ; a Sabedoria dos


Deuses, Sábios, ou Sabedoria Universal.

Jean Paul Sartre, disse : “O pensamento é um ato inconsciente do espírito que,


para se tornar consciente, tem necessidade de imagens e palavras...”.

Ora, a inteligência humana, de natureza concreta, comparativa, só reconhece


como sendo elementos da “Ciência Experimental” , os objetos físicos, materiais...
Mas a vida que os mantém não é visível a olhos nus... , logo, é de natureza
abstrata, e age portanto, como tal, invisivelmente, digamos assim, ou fora do
alcance experimental quantitativo.

Para firmar o pensamento humano em uma linguagem física, no plano denso,


condicionado, houve necessidade de uma linguagem para fincar, para gravar a idéia,
o conhecimento. Ora, as idéias são firmadas, objetivadas pelas palavras, as quais,
num conjunto, formam a “linguagem” e, porque não se dizer, a “Ciência da
Linguagem”.

Há a HIERÁTICA – espécie de papiro finíssimo que só se empregava na escrita


dos livros sagrados. E há a HIEROLOGIA – tratado, estudo ou ciência das diversas
religiões.

Havia, outrora, as imagens, senão os hierogramas, ou seja, as formas


plásticas executadas pelos Corpos de Bailados Sagrados. Os Sacerdotes e
Sacerdotisas, através dos bailados sagrados apresentavam formas plásticas dos
Hierogramas ( letras, símbolos, expressões, com os quais se transmitiam as sublimes
mensagens... ).
Quem tomasse parte nos referidos bailados ia , progressivamente, se
conscientizando, atingindo outros estágios superiores da evolução humana. Ia, por
assim dizer, se integrando na Vida Universal; ia alcançando a Ciência, o
Conhecimento Integral das Leis que regem o Universo e a criatura humana. Por isso
disse com muita propriedade C.G. Yung : “O QUE FAZ COM QUE O HOMEM SEJA
VERDADEIRAMENTE “HOMEM” É SER CAPAZ DE SER CONSCIENTE”.

O que faz com que o homem seja realmente consciente, é o fato de conseguir
dominar a “Ciência das Idades”.

CIÊNCIA DAS IDADES : constitui o somatório dos conhecimentos da Cosmogenese (


tratado da formação e desenvolvimento do Universo ) e da Antropogenese ( tratado ou
ciência da formação da humanidade e, naturalmente, de seu desenvolvimento ).

A ciência não tem sentido estático; é, por conseguinte e por excelência


dinâmica. Eis porque as teorias se completam com a seqüência das experiências, das
descobertas, das atividades, dos gênios...

PLUTARCO – sábio grego – já na sua época dizia : “Somos, em cada momento,


uma consciência manifestada; somos, em todos os momentos, uma consciência sublimada
que conhece a si mesma como distinta dos mundos ou planos, nos quais,
sucessivamente, se manifestou; planos que foram sua realidade transitória ou
“mayavica” até que a consciência esteve ao nível deles, porém que resultaram por
fim, ante os olhos, pura ilusão ou “maya” , assim que ascendeu evolutivamente aos
planos ou mundos superiores...”.

Acerca do supremo conjunto de realizações humanas a que denominamos


“CIÊNCIA” , da reunião das experiências das civilizações, raças, eras, a que
denominamos de “Ciência das Idades” , tomamos a liberdade de tanscrever trechos do
maior de todos os filósofos, o Professor Henrique José de Souza, extraídos da
revista “Alvorada” , de autoria do Departamento Jovem da S.B.E. :

CIÊNCIA, RELIGIÃO e ARTE não podem, portanto, cristalizar-se numa ficção estática;
elas devem seguir o dinamismo do ritmo cósmico, do contrário se asfixiarão como um
pulmão onde falta o ar. Ora, transformar ou morrer é um dilema iniludível ! ...
Tudo é uma questão de associação de ritmos. Desgraçadamente, estamos hoje
mergulhados na maior ignorância da magia do ritmo, que no futuro abrirá horizontes
maravilhosos. A Arte que até hoje produziu a parte externa da Natureza, deve ceder
lugar a uma outra ARTE mais espiritualizada, que nos conduza a contemplação da
alma, penetrando no templo de seu coração divino. Portanto, formas, cores e sons
devem buscar um ritmo misterioso, interno, no íntimo das coisas. Embora que os
colossos da ARTE continuem sempre colossos, não quer dizer com isso que os mais
valiosos artistas de hoje os imitando e ampliando, não concorram para a
ressurreição de novos gênios em nosso século; mas, para isso, mister se faz romper
os moldes antigos, vertendo-lhes novos ideais da maior espiritualidade, abrindo
novos horizontes. Há de aparecer um dia o gênio que abrirá as portas de um caminho
desconhecido, por onde se encontrarão novos e embriagantes matizes, que somente, em
sonhos nos é dado contemplar. Entrará, então, a humanidade na ARTE do futuro, a
ARTE da nova civilização”.

Há também, a CIÊNCIA DO AVATARA, que é o conjunto de ensinamentos do


passado, do presente e do futuro : logo, o estudo das Tradições, História,
Realização e Revelação ( filosofia do futuro, do vir a ser ).

Para terminar este estudo, vamos transcrever um trecho que representa, em


síntese, a “CIÊNCIA DAS IDADES” e a “CIÊNCIA DO AVATARA” :

GRAMÁTICA,
é a ciência da linguagem.

LINGUAGEM,
é a expressão da idéia.

IDÉIA,
é a manifestação da inteligência.

INTELIGÊNCIA,
é o Espírito de Deus no Homem.

Trago um novo estado de consciência para o mundo.


Não mais admito que se diga : “tive uma idéia” , porque no futuro a idéia será
permanente no homem.

Prof. Henrique José de Souza.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

44. REGRA ELEMENTAR

T
odo o agrupamento a que o homem busca se associar ou tenta organizar, o faz com o
fito único e exclusivo de auferir dentro de curto prazo, uma parcela máxima de
proveito, e se possível, despendendo o mínimo esforço, pouco importando – em alguns
casos, que segundos ou terceiros sejam ludibriados, bastando que o ludibrio esteja
acobertado por um aspecto legal ou mesmo dúbia honestidade.

Tal pratica, exercitada diariamente na vida em comum na sociedade, nos leva a


assim proceder invariavelmente em todos os demais atos comezinhos, tornando-se
dessa forma, hábito normal até para com os assuntos que digam respeito aos
sentimentos.

Esse hábito, incrustado e cristalizado por força da prática permanente,


embota-nos a mente a um ponto tal, que não nos permite fazer distinção quando
abordamos problemas de alto nível moral, e para os quais devíamos manter atitude
mais respeitosa.

Assim é que, ao entrarmos em associações espiritualistas ou em Colégios


Iniciáticos, automaticamente, ocorre-nos o pensamento primeiro : verificar a
possibilidade de tirar vantagens materiais deste ou daquele modo.

Somente naqueles em cujo íntimo ainda atua a capacidade de distinguir e


separar a verdade da mistificação, respeita-o, procurando firmar-se nos reais
valores intrínsecos de seu âmago.

Outros, preferem sufocar os últimos apelos internos do Eu, seguindo caminho


diverso, especulando por todos os meios e modos no intuito de conseguir facilidades
e benefícios imediatos.
Se tivessem presente que, mesmo no trato diário com o mundo atual, é condição
indispensável que a cada direito, benefício ou até mesmo prazer, há exigência de
uma compensação equivalente, compreenderiam perfeitamente e com mais razão, a
Divina Lei Sábia e Justa quando também exige tributo compensativo.

Quando comumente dizemos fazer jús a alguma coisa, é porque sabemos de ante
mão, Ter adquirido o DIREITO DE RECEBER algo em TROCA do que DEMOS.

O próprio termo JUS, expressa JUSTIÇA, DIREITO de MERECER, portanto, LEI.

Muito menos será admissível pois, que em instituições ou escolas iniciáticas,


onde, marcadamente a LEI é o Fiel da Balança da Justiça, o meio EQUILIBRANTE e a
meta que almejamos por princípio e que seremos por fim, possa ter ação maleável,
amparando uns e postergando outros.

Todo indivíduo ou comunidade que assim procede, coloca-se a margem do


Direito, entrando consequentemente em desequilíbrio, não podendo logicamente
subsistir, impondo-se, portanto, mais cedo ou mais tarde a volta ao equilíbrio, à
retificação do errado, por um árduo e estreito caminho de resgate.

Os menosprezados, injuriados, vilipendiados e fustigados de toda sorte pelas


insanas lutas da vida grosseira e excessivamente materialista do atual mundo em
ruínas, buscam sôfregos, o remanso e o cultivo de um ideal sublime e infinito sob
todos os aspectos, contidos, cristalinamente na Fonte da Sabedoria Divina
( Sabedoria Iniciática das Idades ) que, diga-se de passagem, há muitos anos sua
propagação vem sendo função precípua da SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE, bastando,
como condição básica inicial para usufruir de imediato a Paz interna, DAR em TROCA,
( Lei de compensação ) a MENTE e o PENSAMENTO PUROS.

Por PURO aqui, entende-se o sentido de não desvirtuar, perverter para fins
escusos ou outros que não sejam eminentemente altruístas, o conhecimento obtido,
cabendo-lhes o dever de analisá-los e estudá-los, recolhendo o proveito relativo ao
esforço despendido de acordo com a capacidade intelectiva e poder assimilativo.

Particularmente, no âmbito da verdadeira filosofia, mais conhecida como


Teosofia – mas em realidade Sabedoria Iniciática das Idades – o processo de
ensinamento, foge às regras e método usados por todas as escolas mundanas, onde o
professorado, ao transmitir a aula, não só desenvolve totalmente o tema escolhido,
como impõe o ponto de vista seu, ou do autor, em obediência a um roteiro de
diretrizes rígidas preestabelecidas, condições essas em que o discípulo também será
examinado.

O Mestre ou Instrutor de Ciência das Idades, procede de modo diverso. Expõe,


ou melhor, propõe o tema que servirá de base às meditações do discípulo
posteriormente, abordando em síntese, os pontos chaves mais importantes, deixando o
desenvolvimento a cargo do aluno, recomendando-lhe ainda não aceitar as
considerações apresentadas como conclusão única e definita, cabendo-lhe, repetimos,
estuda-las e analisá-las. Procede como o Semeador que deposita na Terra a semente,
dependendo então do “Solo” a que foi confiada a exuberância da “Colheita” .
Pelos resultados da frutificação, o próprio Solo se julga e classifica.

Analisando esse método de instrução, verificaremos que há um sábio


aproveitamento.

Vejamos :

1º) – Possibilitar dada a flexibilidade da forma ensinada, que as mentes menos


evoluídas, intelectualmente, por incapacidade ou outra condição material, tenham
igual oportunidade de aprender ;
2º) – Permitir que cada ser humano, usando o Direito inalienável, se estabelecido
pela LEI DIVINA, possa por esforço próprio, obter um patrimônio espiritual de
conhecimentos, compatível com o seu grau e evolução e que permita ascender aos
sucessivos planos evolucionais ;

3º) – Facilitar a interpretação do tema, e explorá-lo de conformidade com o ponto


de observação do indivíduo ou afim, melhor dizendo, com a afinidade tônica que
caracteriza cada ser ;

4º) – Auxiliar a Personalidade a ser consciente e útil aos seus semelhantes,


libertando-a das peias morais ou psíquicas pelas quais possa estar presa ou
depender de outrem ;

5º) – Dar-lhe maturidade mental, senso de autocrítica e compostura ética. Enfim,


torná-lo auto-suficiente ; em outras palavras, um SER REALMENTE HUMANO.

Pelas dificuldades expostas, concluiremos que tais Instituições de caráter


Iniciático, possuem enorme responsabilidade e tem a função definida de pugnar pelo
estabelecimento de condições, visando a constituição de uma Humanidade onde impere
a Fraternidade e o Bem-Estar em todas as condições sociais.

Nesse meio, não podem subsistir quantos pretendam apenas RECEBER em nada
DAR, como também, os que dando alguma coisa desejam apenas LIVRAR-SE das
dificuldades e entraves oriundos da luta cotidiana pela vida. Estes, nada mais
demonstram do que egoísmo.

Os que aspiram a objetivação Universal de um Ideal sublime e colaboram,


lutando por vê-lo realizado, utilizando suas grandes, médias ou parcas
possibilidades, sem esperar receber ou mesmo sequer, merecer recompensa, ESSES,
são os benvindos a tais associações, e, MUITO RECEBERÃO porque MUITO DERAM, e a
LEI os vê e lhes fará JUSTIÇA.

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SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

45. PERGUNTAS DE TRÊS PESSOAS :


Que é eubiose ? Como se pode transmitir o sentido de eubiose, para o mundo ?
Que é integração ? Poderá explicar a frase : “ser igual ao mestre”?

– Eubiose é integração, é ser igual ao Mestre. Vejamos em pormenores a idéia


que vocês tem de Eubiose. Que pensam a respeito ?
– Eu penso que seja HARMONIA, tentarmos viver harmonicamente. Viver de acordo
com a DIVINDADE.
– Que é DIVINDADE ?
– As Coisas Boas. O equilíbrio de todas as coisas.
– Então parece fácil viver em harmonia.
– Mas não é fácil...
– Que dificulta ? E POR QUE ?
– Porque nós encontramos obstáculos.
– Na gente e nos outros ?
– Na gente e nos outros.
– E quem são esses outros ?
– Não sei se é o mundo profano no qual nos achamos dentro...
– Quanto tempo o Senhor está nesta Escola ?
– Seis meses.
– É muito comum a nós, os iniciantes, e não iniciados, porque há uma diferença,
o Senhor sabe, é bem marcante. Então mesmos aqueles que estão dentro da Escola
há muito tempo, há muitos anos, tem uma tendência a fazer grande diferença entre
esse nós e as criaturas do mundo profano. Isso é evidente que acontece com a
maioria, tanto nesta Escola Iniciática, como em outra de qualquer tipo. O homem
tende a se empavonar, ou por outra, fica um pouco pão-de-ló embebido em calda,
cheio, pesado. Quando está estudando física, pensa ser “O FÍSICO”. Estudante de
medicina, propende a se ver “O MÉDICO”. E, assim, por diante, é pertinente à
criatura humana, sempre que se dedica a alguma coisa, inchar com essa alguma coisa,
sentir-se importantíssimo... CONOSCO acontece o mesmo. Ainda mais que,
relativamente, é uma felicidade como não existe igual, poder ter a VERDADE do
avatara. Mas daí achar que se é o dono da sabedoria, por causa disso, há uma
diferença muito grande. Assim, nós julgamos o profano aquele que não está ao lado
do saber do AVATARA, diferente de nós, ou nosso inferior. Somos o “Pão-de-ló:
embebido, temos uma pretensão descabida, pois não é por sermos iniciantes que
estamos transformados. Infelizmente continuamos, falando de um modo geral, tendemos
a continuar as mesmas criaturas. Ora, todos sabemos que a Humanidade evoluiu muito
mentalmente; intelectualmente, realmente, avançou no conhecimento da ciência e da
arte, apresentando uma grande evolução, eis o grande peso negativo da Humanidade.
Pode-se dizer, embora numa força de expressão, que não evoluiu. O homem vive
amarrado ao afetivo-emocional, vive preso ao impulso cego. Vive, portanto, preso a
ele mesmo. “Minha Filha, você disse que há uma frase: “SER IGUAL AO MESTRE”, e que
no entanto, nós somos apenas folhinhas diminutas de uma grande Árvore. Por que ?
Porque ficamos presos a um estágio que é o afetivo-emocional, quer dizer, que é
sensação e que não nos deixa ver apesar de termos olhos. Até hoje, apesar dos
grandes SÊRES que na Humanidade tem vivido e tentado fixar as palavras ou os
conhecimentos do AVATARA, que representa a CONSCIÊNCIA UNA, um SOL, o Homem
continua quase no mesmo ponto, emocionalmente falando. Sim, porque o Avatara é um
SOL, ou melhor, é o centro do SOL. O SOL é representado, graficamente, como um
círculo cheio de raios. Esses raios constituem, por assim dizer, uma série de Seres
que trabalham junto com ELE, que tem uma parcela dessa Consciência e, na face da
Terra, pois, que ELE não poderá estar em toda a parte, servem-lhe como auxiliares.
São Seres Conscientes de que estão fazendo um trabalho com o AVATARA, uma espécie
de vários braços conscientes que saem, que se estendem de seu corpo. Há outros
Seres, entretanto, que podem não ter consciência da presença do AVATARA na face da
Terra, mas que já em outras presenças do AVATARA, quer dizer, em outras épocas,
foram apreendendo o conhecimento, ou a revelação então dada e se foram
transformando, foram tendo a Superação de seus aspectos afetivo-emocional-mental-
concreto e foram conseguindo penetrar naquele TODO. Através da Transformação, da
Superação, ELES conseguiram AQUELA METÁSTASE, isto é, a METÁSTASE NAQUELE PLANO.
Então, esses Seres, na Face da Terra, estão trabalhando ou fixando partículas de um
conhecimento que já fora dado. Como e Por que ? Porque faz parte de sua natureza.
ELES já atingiram aquele ponto de evolução. Como a rosa dá perfume, ELES dão
conhecimentos. Dão conhecimentos dentro de sua tônica. São grandes artistas, são
grandes cientistas. Poderíamos chamá-los “Consciências vizinhas do AVATARA” . São
pessoas de Elite, que foram eleitas porque já conseguiram ou alcançaram um
determinado plano. São os Gênios, por isso dizia o grande Henrique José de Souza,
que Gênio deveria escrever-se com “J” e não com “G” . Porque “Gênio” vem de
“JINA”. E “JINA” é aquele que pertence a outro plano, quer dizer, que já tem um
outro estado de consciência, ou seja, que já é senhor de todos, ou quase todos, os
fatores de intuição. Repetimos : Esses Gênios fazem um trabalho, na face da Terra,
de fixação daqueles conhecimentos que já foram dados em determinadas épocas
anteriores. Porque, só quem revela, é o AVATARA.
– O que significa Revelar ?
– Tirar o véu.
– Sim. Fazer aparecer, por inspiração, é a manifestação da VERDADE mais ALTA. A
Revelação é algo que nunca foi dito ou manifestado antes. É uma manifestação a
mais. Por isso, há uma fala do Espírito de VERDADE em que diz : “SE todas as vezes
que EU surgisse, usasse a mesma linguagem, não haveria necessidade que EU
ressurgisse entre os Homens. Repetir não lhes diz respeito. A ELE cabe revelar. Só
ELE o faz, por isso é o Espírito de VERDADE. Só ELE portanto, aponta um ponto
acima. Depois, Aqueles outros repetem. Porque tudo se interpenetra, quando a gente
está estudando e lê alguma coisa pela primeira vez, é uma revelação para nós que se
revelou aos nossos olhos. Para fixá-la, tornamos a lê-la, tornamos a vê-la, vamos
meditar sobre o assunto. Estamos fixando o Conhecimento. Daí se dizer que o próprio
AVATARA tem Vidas Integrais e Vidas esparsas. Se meditarmos sobre isso vamos
deduzir que a própria Consciência UNA trabalha no sentido de fixar integralmente o
que foi revelado, além das consciências menores que a possam acompanhar. Quer
dizer, não vir integralmente, é não vir com o trabalho, com a Missão de trazer a
Revelação, nesse momento, é como se fora um verdadeiro fixador de estado de
consciência, auxiliado sempre por consciências menores que vão trabalhar junto da
maioria das pessoas. Conclui-se pois, que não somos todos iguais. Não existem
criaturas iguais. Existem criaturas semelhantes. O que prova, finalmente, que tudo
está em evolução. Uma Cadeia, constituída por uma porção de pontos, estando
relativamente, uns mais perto do centro e outros mais distantes. Se somos
semelhantes, temos que sofrer sempre uma transformação para que haja uma
integração. É preciso que se chegue a este detalhe para se compreender o TODO. Isso
é que faz, quando se estuda ou medita, a idéia nós vir como a luz, num relâmpago.
Depois a gente tem que pegá-la e começar a detalhá-la. Conforme tomamos a luz e a
detalhamos, encontramos cor, o som e a forma. Assim vamos encontrando, partindo do
saber, o conhecimento detalhadamente, filosoficamente, artística e cientificamente
de cada coisa nesse Universo imenso... No homem, como o SER se transformando,
microcosmo que é, existe tudo isso e mais uma vez acode-nos à mente que TUDO é
mente UNIVERSAL. A própria manifestação é o dinamismo mental, inteligência, é
Mente Universal. E essa Mente Universal, estando em TUDO, do Mineral ao Homem,
existe NELE em estágios diferentes. Vamos dar um sinônimo : INTELIGÊNCIA. Tudo é
Inteligência em todos os Planos. Assim, o Homem sendo Inteligência, naquele seu
aspecto que conhecemos como físico, os nervos e as sensações são um aspecto da
Inteligência que se traduz como sensação, mas é um aspecto da Inteligência que fixa
alguma coisa no Homem. Quando se segura uma cadeira, pelo tato temos uma impressão,
e essa impressão, mesmo não estando nesse momento raciocinando e portanto, no plano
dito da Inteligência, fixamos o que é a cadeira : ela é dura, é lisa, tem uma
forma, vamos tendo uma sensação e denominando aquilo que chamamos de cadeira. Isso
é rudimentaríssimo, mas é Inteligência. O mesmo acontece se colocarmos a mão numa
pedra de gelo, sentimos frio. É preciso saber que designamos ou damos nomes as
coisas para podermos entender mas, aí foi através das sensações. Logo, o nosso
corpo físico, os nossos sentidos são Inteligência. Sensações que para se viver,
continuar vivendo, progredir, evoluir, necessitam ser agradáveis. Por que necessita
ser agradável ? Porque o agradável é a sensação de integração. Sempre que estamos
nos integrando, estamos nos sentindo bem. Sempre que nos desintegramos, nos
sentimos mal. O desfalecimento, a destruição do SER, leva ao não SER que,
fisicamente, chamamos de morte, sensação desagradável, sensação de perda, logo, de
insegurança. E, essa sensação de insegurança, o que desperta em nós ?... Medo.
Então, o medo é aquilo que habita o homem desde que Ele nasce, em suas várias
intensidades. Por que ?... Porque já houve a sensação na criança e lhe deixou uma
lembrança desagradável, uma condição, um reflexo que age até a data de hoje, como
desagradável. Esse conjunto de células, esse organismo, esse corpo necessita se
assegurar para se manter íntegro. Essa insegurança, esse medo continua na criatura
humana e prevalece desse modo em tudo que vem do ambiente, que a afeta e ela tende
a fazer... O que ? ...

- se isolar.
- Então, quem se isola fica o que ?...
- Voltado para si mesmo ?...
- Logo, torna-se egocêntrico pois que se virou para si mesmo. E, com isso se
reconhecerá a si mesmo, conhecendo as suas próprias sensações ?... Não, porque
fechando-se não houve intercâmbio. Intercambiar quer dizer trocar. Se não houve
troca de sensações... Não houve experiências, só sensacionou o restrito precavendo-
se contra tudo e contra todos, medrosos de perder algo. Voltado para si próprio,
girando em torno de si mesmo, voltou-se para dentro mas preocupado com o que está
fora. Ficou, portanto, na periferia sem termos de comparação, daí achar-se que
todas as crianças devem viver com outras crianças, para intercambiar sensações,
experiências e adquirir segurança. Percebe o que pode e o que não pode, e
compreende até onde pode “poder” . Imediatamente começa a surgir a necessidade de
ter sócio. Essa é a conduta ideal pois, leva à adaptação e, portanto, a maturidade.
Eis como aquelas consciências menores, em termos de educação, tem tentado fixar na
Humanidade as VERDADES ditas em outras épocas. Tem sido difícil transmitir esse
conhecimento à maioria das criaturas pois, talvez pela insegurança dominante
formou-se uma barreira que impediu a penetração desejada. Tem que ser feito um
trabalho como a gota d’água em pedra dura, por século e século... em luta
constante. Chegamos, por exemplo agora, a um fim de civilização e mais, a um fim de
Ciclo. Olha-se e se vê um colar feito de consciências vizinhas. Algo como num colar
de pedras preciosas, de quando em quando se encontra um diamante. ESTE representa o
AVATARA e Aquelas, as consciências vizinhas. Esse colar representa a Ciência dos
Homens e a Ciência das Idades. Ele pode ser exposto formando uma grande espiral. A
espiral da evolução onde o último diamante representa a “EUBIOSE”. Quer dizer, é
necessário despertar para realmente perceber o conhecimento através da sensação
naquilo que o homem chama de inteligência, se interpenetrando de tudo isso para
tomar consciência sensorial-efetiva-emocional, mental comparativo, mental-abstrato,
intuição... Por isso é que a Eubiose está no ponto mais alto da grande espiral
pois que tudo é Eubiose, desde a pedra até a estrela. Tudo é Eubiose... Quando
realmente está funcionando de forma positiva e dentro da Lei, mesmo quando existe a
destruição. Destruição e Construção é Eubiose. Porque se algo é destruído é porque
está desequilibrado, é função de construção. Sempre que destruição for construção é
Eubiose pois, a um tempo é trabalho de integração. Então, vejamos isso de um ponto
de vista educacional. O que quer dizer educar ? Quer dizer conduzir bem. Quem é o
máximo condutor ? O AVATARA. É o condutor de povos, inclusive em seu papel
manúsico. É o condutor de Almas, por isso usa o Báculo Sacerdotal. É o pastor
conduzindo o rebanho. No Egito encontramos o “Boi Apis” , a Divindade. Isto está
em relação com o Cosmos, com Vênus, portanto forças Cósmicas, é o homem
representando o Universo, ou seja, a semente universal. É preciso penetrar o
símbolo. Quando o Manú, Legislador dá Leis aos Homens, não só as Leis Cósmicas, mas
Leis do Homem para o homem, as Leis que regem a Família, porque esta, também, é uma
expressão das Leis Cósmicas. A Tríade : O Pai, Mãe e Filho. Ao transmitir estas
Leis ELE está educando, ELE está conduzindo a Evolução. Lá vai o grande carro
conduzido pelo AVATARA em várias presenças na Face da Terra, grandes e pequenos,
isto é, integrais e parciais, segundo as necessidades da Humanidade. É o carro de
Apolo, que desceu à face da Terra. Chegamos onde queremos. Estamos na Terra. Aquele
SOL conduz seu povo, ou seja, a humanidade, levá-lo a integrá-lo em seu Carro.
Através de sua palavra, o SOM vibra articulado, mas também dá o som como música que
transforma, música que cria, música que é a medida do SOM, pois, tudo Nele é
expressão axiomática – A VERDADE. Expressão axiomática que se manifesta,
entretanto, com incrível possibilidade de ser acessível aos ouvidos que o queiram
escutar. Acessível sim, mas exigindo a atenção, exigindo saber, querer, ousar,
calar para meditar e assim desenvolver a faculdade da razão. Revela, logo,
manifestando-se exige que o homem feche seus olhos, isto é, transponha mais um
degrau do saber, vença as dificuldades, transforma a sensação na criação física,
mas não só física, também psíquica ou, em outras palavras além da realização da
criação física realize a fusão do plano afetivo-emocional com o mental-intuitivo
tornando-se genial. Aí está havendo, desse modo, a integração das partes no TODO
pois, já perceberam que o mental abstrato nesse momento, alcançou também a TOTAL
FUSÃO com o Mental comparativo. Assim, de fusão em fusão o homem se integra no TODO
ou se faz semelhante aquele MESTRE, Eis como o Discípulo é igual ao Mestre.

Vejamos como o Sacerdote, seguindo o exemplo do Mestre faz o seu papel de condutor
de ovelhas, agindo no Templo. Ali ele é o Verbo que fala ou retransmite a
Revelação. É o símbolo vivo reproduzindo a Voz do Senhor. A Sacerdotisa realiza ou
transmite através de movimentos. por isso representa a ação do verbo, vivência o
conhecimento e o demonstra em asânas e mudras. Expressa com o corpo, as próprias
Leis Cósmicas. Desse modo Ela mesma se integra no Cosmos e transmitindo os
conhecimentos permite aos outros a mesma integração. Isso foi feito com o seu
próprio Corpo que é todo Ele planos de inteligência com o próprio Universo. Ela
está a cada momento se transformando, superando estágios e com ela todos os outros.
Que se pode deduzir daí ? ... Gostaria que todos opinassem. No Templo, a
Sacerdotisa está sendo o símbolo de que ? ...

- de Forças Cósmicas ? ...


- Sim, mas eu gostaria que dissessem no sentido educacional, pedagógico,
didático...
- É a própria educação...
- Símbolo do Mestre ? ...
- Do Manú ? ... De Integração ? ...
- Ela está sendo ou dando um exemplo de como se faz, de como se deve agir. O
Mestre, o Manú, o Sacerdote, revela. A Sacerdotisa fixa através da ação. Se cada um
de nós se integra em alguma coisa, se embebe ou bebe de verdade, imediatamente
exala essa coisa ou essa verdade pois, está embebido, interpenetrado dela, logo
transmite-a na mesma hora. Por isso há aquela sentença: “Darás de graça o que de
graça recebeste” . entretanto, ao contrário disso, não nos fazemos receptivos, e
absolutamente, só queremos receber. Se você se integrou em algo, passou a ser esse
algo ou se você se interpenetrou do saber do Mestre passou a ser o Mestre. A medida
que você se integrou no Mestre, se transformou em Mestre pois, todo aquele
dinamismo de transformação foi levando a uma Superação. Foi um trabalho de
integração. Dentro da Obra de JHS, quem vivência seus conhecimentos age em função
deles ou trabalha com o mesmo amor que possuía JHS. Está se integrando portanto na
Obra, está vencendo dificuldades de todas as espécies. Está se transformando,
portanto evoluindo, está aprendendo a andar com outro estado de consciência e quase
que insensivelmente penetra em outro plano de ação. Atravessou a ponte que liga o
mundo humano ao mundo dos Deuses. Passa a trabalhar pelo trabalho. Em determinada
época foi produto de seu esforço, auxiliado pelo ambiente, no caso, as revelações e
vivenciação dos exemplos dados pelo AVATARA. Para chegar a esse estado de
integração real porém, foi necessário um esforço extraordinário. Por que ? É
fácil a integração ?
- Não...
- Por que ?
- Falta de comunicação.
- Falta de identificação.
- Sim, mas onde ela é mais difícil ?... Em que plano ? ...
- Estamos presos ao que chamamos, vulgarmente, de material, ao aspecto físico.
- Por isso falei com vocês em sensações. Vivemos de aparências, iludidos e
desse modo, nossa integração é aparente. Muitas vezes aparentamos para nós mesmos.
Pensamos ser sinceros e não o estamos sendo. Falta-nos o Saber dos Sábios. O Sábio
é humilde porque é Sábio. Está isento da vaidade. Ele é. Se alguém não tem as
sensações capazes de captarem todas as impressões e de as fixarem realmente em si,
não houve TRANSFORMAÇÃO. Se damos a uma criança um trabalho para exercitar seus
músculos o fazemos o exercício por ela, os músculos se desenvolveram, se
transformaram ? ... Não . Portanto, ficou paralisada os seus músculos, por falta de
exercícios. Isso se dá conosco. Por que não nos conhecemos a nós mesmos ? . Porque
não exercitamos esse conhecimento. Assim, não nos asseguramos daquilo que podemos
fazer ou alcançar ou Ser. A segurança é adquirida aos poucos, a cada passo, através
de olhar e ver, ouvir e escutar e, pondo a Mente em função das sensações, concluir.
As sensações são afetadas e portanto, dinamizadas, transformam-se em sentimentos.
Uma sensação desagradável transformava-se em sentimento de medo; uma sensação
agradável, em sentimento de amor. A irritabilidade da célula nervosa transforma-se
em sentimento de ira. Tenho medo, quero me afirmar, sinto raiva, luto pelo amor. O
amor então, não é dar, é querer receber. Por isso vivemos querendo que tudo seja
nosso, para nos assegurarmos. Daí não damos, vivemos desejando escravizar os
outros. Esse aspecto afetivo-emocional, impede a integração que é troca, antes de
mais nada.

- É a barreira.

- Sim, é a barreira, aquela que você aludiu no princípio de nossa conversa,


quando disse que nos isolamos. Se isola por uma defesa, não se comunica. Somos
egocêntricos. Por temor, metemos medo aos outros e assim, a sensação negativa se
torna comum a todos... Gritamos com uma criança pequena e portanto, impotente
frente a nós, ela tem que se precaver contra nosso grito. Amanhã gritará com outros
e os outros com ela. Criamos assim atritos. Agindo sem medo, com segurança, é
evidente que tudo se torna uma engrenagem que se move adaptada, trocando. Adaptação
é troca, acomodação, não. O sentido de adaptação, é o mesmo de engrenagem. Na fala,
quem não articula bem, precipita as palavras, engole sílabas, não se faz entender,
não se comunica, logo, não se integra. Se tudo estiver bem engrenado numa boca,
tudo será transmitido e compreendido pelo que ouve. Isso é “EUBIOSE”.

- Visto tudo isso, qual o plano ou o corpo que dificulta a evolução do homem, e
por que ?
- O físico, pelas sensações, ao gerarem os sentimentos ou as emoções primárias.

- Sim, mas por que ?

- Por que não é adotada a conduta sugerida pelo AVATARA ? ...

- Porque as sensações desagradáveis gerando medo, insegurança, aguçam a


necessidade do Poder...

- Aprofundem as indagações, procurem ver se poderão dizer mais alguma coisa.

- Pelas inseguranças... são adotadas falsas atitudes de comunicação?

- Muito bom ! Logo... ?

- Aparente indagação afetivo, emocional e intelectual... Não sei se já notaram


que estamos pisando e repisando, fastidiosamente, num mesmo ponto. Por que estamos
agindo assim ? Por que pedimos que aprofundassem as deduções ? Por que, desde o
princípio deste nosso encontro, estamos decompondo o mais minuciosamente possível a
frase síntese com que respondemos as perguntas ?
- ... ?
- Educação Eubiótica, exemplificada pelo AVATARA. Nosso grande Mestre dava uma
revelação, comentava-a e motivava com seus ensinamentos e comentários, a nossa
elaboração mental. Não havia, entretanto, Carta-Revelação, como eram chamadas suas
mensagens aos discípulos, contendo a VERDADE do Futuro, que não contivessem
assuntos relacionados com atitudes afetivo emocionais, tiradas de sua vida
cotidiana. Sem o perceberem, os discípulos estavam sendo trabalhados afetivo-
emocionalmente. Começava, já nesse plano, a haver uma integração com o Mestre.
Aqueles que não tinham essa possibilidade rebelavam-se e freqüentemente deixavam a
nossa Escola. Seu exemplo máximo no plano afetivo-emocional era ser a
personificação do Amoroso do Segundo Trono. Logo o Senhor do Amor Universal e daí
também o Senhor das Angústias. De modo que, Coração e Mente, segundo a terminologia
da Sabedoria Iniciática das Idades, ou afetivo-emocional e mental eram trabalhados
ao mesmo tempo. Atendia a todos os discípulos que quisessem realmente saber e
ousassem pensar, exigindo, entretanto que se mantivessem calados, quando não
houvesse algo de verdade a perguntar. Atendia a todos, independemente de idade,
inclusive a crianças. Lembra-nos agora, que certa ocasião, um menino de 6 anos lhe
pediu que marcasse uma hora para ter com ele uma entrevista particular. Foi
atendido e saiu dela muito satisfeito com as respostas dadas às suas perguntas.
Nosso Mestre usava uma linguagem para cada estado de consciência. Sabia falar as
línguas de seus interlocutores, quando valia a pena. Assim inclusive um mesmo
conceito era comentado em vários ramos do conhecimento e muitas vezes, segundo
diversas épocas. Como insinuação, freqüentemente dizia : “Quando quiserem verificar
se algo contém a verdade, procurem-no em todos os planos”.

Compreendem agora, a razão dos detalhes desta conversa... Do mesmo modo que se
triturasse o grão no Graal e ele se pulveriza e, pode ser até aspirado, absorvido;
assim se dá conosco em termos de saber, para apreendê-lo e poder transmiti-lo.
Tudo isso está contido na Demanda do Sagrado GRAAL.

Mestre KUT-HUMI explicou certo dia a quem lhe perguntou o que era
evolução, dizendo : “É uma Mó. Há uma pedra fixa, em baixo, e outra girando por
cima. Entre ambas caem os grãos de trigo – as mônadas - os quais vão se
pulverizando, logo desmaterializando ou transformando em matéria mais sutil, em
energia.

SOCIEDADE CULTURAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

46. BELEZA, TÉCNICA E ARTE NA EDUCAÇÃO

D
izia nosso grande Mestre Professor Henrique José de Souza, que a Beleza, a Técnica
e a Arte, sempre foram aplicadas como didática, usada pelos colégios iniciáticos e
conseqüentes a causa do esplendor da Grécia. A civilização grega, a exemplo do que
estamos tratando e, do ponto de vista educacional foi elevada aos expoentes
máximos da evolução humana, por intelectuais, Os quais passaram pelos crivos
iniciáticos, posto que eram todos iniciados nos grandes Mistérios da Vida, tais
como Fídias, Sófocles e tantos outros. Ora, tanto nas Artes Plásticas, como no
Teatro ( nas tragédias ) ou educação baseavam-se na Sabedoria Iniciática das
Idades. Foram moldados nesta Sabedoria e passaram ao culto da Beleza. É, pois o
culto da Beleza em seu sentido verdadeiro, sem profanações ou seja, a Beleza como
sendo o SOM inefável, como Luz, como Espírito. É, com efeito, o que existe de mais
sutil. Referimo-nos à Grécia porque é nossa Mãe Cultural, somos seus descendentes.
Mas poderíamos, também, procurar analisar o Egito e a Índia, através das Artes que
os caracterizam dentro do conceito universal. O velho e tradicional Egito, na
exemplificação de nossas pesquisas, ofereceu um cunho todo masculino a sua Arte,
enquanto que a Índia, deu à sua civilização um cunho todo feminino, senão, repleto
de detalhes, suavidade... Vejamos o seguinte :

a) No Egito houve sempre o predomínio do ângulo reto, de linhas retas, aspecto


objetivo da manifestação da Idéia...

b) Na Índia tudo é redondo, contemplativo, feminino.

Mas, voltando à Grécia que está muito mais próxima de nós, temos a Arte patenteando
o resultado da pesquisa filosófica, da filosofia, da busca da Verdade, do desejo
que leva o iniciado a pesquisar a palavra AVATARA.

“O que é AVATARA ?”
AVATARA - é o doador da Verdade, é realmente o sábio, é Aquele que tem TODO
o conhecimento dentro DELE mesmo. A Sabedoria Iniciática das Idades passou ao Mundo
de nossos dias como sendo Filosofia. Ela contém todo o conhecimento, e o ser
humano dentro das limitações foi pesquisando os aspectos da VERDADE, dentro do
Espaço limitado até chegar ao máximo do materialismo. Ora, chegou ao oposto
daquele princípio que nortearam a sua pesquisa. Atingiu, portanto, aquilo que nos
colégios iniciáticos era denominado de máxima densidade, ou seja, o Globo
Terrestre, a Mãe-Terra, Materrea, matéria. E a matéria é tudo que existe para o
materialista. Nada mais levam em consideração, limitando-se exclusivamente, a
Matéria. Muitas das vezes, se limitam tanto, que chegam a prejudicar até certo
ponto, o avanço da ciência. Para os Positivistas, a exemplo do que afirmamos, não
existia micróbio, e, portanto, não havia necessidade de vacinas...

A Beleza que é de natureza inefável, que é Luz, cor, som, tem também forma
sem limitações, por assim dizer, sem densidade. Na Grécia, a Beleza foi realizada
pelas suas sete tônicas, ou sete músicas em sua manifestação normal. Ora, a Arte, é
o que resulta do Trabalho ou da realização da Beleza e a Técnica, é o fazer,
manusear, administrar, diremos, a didática, a Pedagogia, senão o processo mais
perfeito da comunicação.

Com efeito, na face da Terra, é muito complexa a educação, porque a Beleza,


Técnica e Arte, estão divorciadas. Ora, para bem educar, precisamos estar cientes
da profundidade filosófica desta tríade. Esta tríade é a síntese do Saber e por
isso utilizada para construir e nunca para destruir, como acontece tanto no mundo
humano. O homem cada vez se limita mais em termos de estado de consciência do que
concerne ao ilimitado e se torna cada vez mais fraco, na sua ânsia de alcançar o
poder, divididos em pensamentos e ações. Parte sempre da hipótese mais simplista e
não da mais simples. Ser simples não é ser superficial, unilateral, numa palavra
limitadíssimo. O homem vem limitando seus horizontes, à medida em que se limita a
um pedacinho do conhecimento, em que se especializa. E assim age em todos os ramos
do Saber, da filosofia às ramificações mais insignificantes nas chamadas
profissões. Limita a um pequeníssimo campo, suas cogitações, preocupado pelo
imediatíssimo, esquecido do imediato porque este sim possibilitará muito mais a sua
evolução. Isto no que concerne ao homem em geral, porque se apresenta com pruridos
geniais ou já como gênio, mesmo dedicado a um dos ramos do conhecimento – pintor,
músico, poeta, filósofo, sua obra é orientada pela tríade – Beleza-Técnica-Arte. É
mais difícil compreender-se ou patentear-se o uso dessa tríade na obra de um genial
cientista, mas se analisarmos a Obra de Jung, por exemplo, vemos que nela exista
Beleza-Técnica e Arte.

O homem, compreendemos que justamente por ser um indivíduo em evolução, está


sempre em desequilíbrio. Eis porque, no seu estágio, na generalidade, separa Beleza
e Técnica. Ora, técnica é didática de todo o conhecimento, portanto, indispensável.
Foi um filósofo alemão, quem criou o termo “ESTÉTICA” , com isso querendo
traduzir o “ESTUDO DA BELEZA”. É, sem dúvida, o estudo da Beleza na Filosofia.
Segundo esse filósofo, que está em pleno acordo com a Sabedoria Iniciática das
Idades, não existe forma de apreensão de conhecimento que não esteja baseada na
estética. Ora, sempre que falamos em Estética nos lembramos de ARTE, porque é o
resultado da Beleza.

Usando o método da analogia e tomando como elemento basilar a cosmogenese


adotada pela “Ciência das Idades” , podemos dizer que a Beleza é Uno-Trino, senão,
ELE próprio. A Arte os Auto-Gerados, e a Técnica, é a própria manifestação. Pois
bem, a Estética está bem representada pelos Cânones, senão, a Lei, a Beleza, a
Divindade. O anti-estético é o ato de quebrar a Harmonia, de destruir a Beleza, de
afastar da Lei, da Divindade. Eis porque todo o conhecimento que é imposto,
forçado, não deixa nenhuma marca. O aluno não se interpenetra da idéia do
conhecimento e, portanto não se marca. Mesmo o condicionamento que é com efeito,
somente a criação de reflexo, só fica, permanece, porque em algum momento foi
agradável. Eis porque, apesar do divórcio existente entre Beleza, Técnica e Arte,
através dos tempos aparecem Seres que os tornam a unir e deixam sempre uma semente
atras deles. Daí a quantidade de educadores que aparecem neste fim de Ciclo
( repetindo sempre o que já foi dito ), procurando mostrar os caminhos para uma boa
educação. No entanto, apesar de tudo, o homem continua a não seguir os verdadeiros
Caminhos, tornando a educação não um prazer, mas uma obrigação imposta. Ora, é
muito mais fácil impor, do que realizar uma ginástica mental para despertar o
interesse do estudante... Pois bem, estamos condicionados a uma determinada forma
nas escolas. o dever, então, não se transforma em algo agradável, mas, sim em algo
desagradável, porque vai contra a nossa natureza. A Arte, então, começou a
interessar aos verdadeiros educadores, ora, a educação passou a ser desenvolvida
através da Arte... Sim, a Arte como forma de desenvolver a criatura humana ! o
ritmo dentro dos cânones passou a ter forma de educação. A música, a exemplo, de
nossa pesquisa, é uma manifestação da Beleza, a qual leva a humana criatura ao
ritmo equilibrado ! a cor, a coreografia, assim como a dança clássica, sagrada
levada a efeito nos Templos iniciáticos – levam-na ao equilibrado ritmo ! Mas tudo
isso com atitudes agradáveis. Pois bem, isto é “Ciência da Vida” ou melhor
dizendo : “TÉCNICA DA VIDA”...

Lançando mão da outra exemplificação : a música poderá ser dada a criança,


desde que seja dada com equilíbrio. Se dermos só música para a criança, fazemos
com que ela permaneça no tempo. Mas se dermos ritmo, fazemos com que ela venha para
o espaço embora de tempo. Não tendo as suas fibras nervosas amadurecidas, a
criança não vê detalhes, está no tempo... O ritmo quaternário faz com que ele se
movimente, entrando no espaço de tempo. O ternário é redondo, circular e faz com
que ela fique mais no tempo, porque, é deslizante, diríamos assim. Ora, saber
utilizar a Beleza é boa técnica. Logo, compreendemos que tudo isso exposto é uma
Técnica. Saber tranqüilizar, movimentar, cultivar a energia despendida por uma
criança são Técnicas. O mais importante de tudo isso é saber o que se está fazendo.

O mesmo acontece com a cor. Cada cor é um símbolo da Tônica predominante numa
criança. Devemos observar que o importante, para o educador, é o fato de saber o
significado de cada cor, da preferência da criança. Conhecendo-se estas
preferências das crianças, temos conhecimentos para a motivação, para a criação.
Ora, com isso podemos desenvolver a criatividade da criança.

Neste fim de Ciclo, a inteligência objetiva e comparativa, portanto, já não


tem o mesmo valor. É natural, com efeito, que os Seres Geniais já se expressam em
uma Quarta dimensão. Daí o motivo da Arte pictórica, por exemplo, partir o
abstracionismo. Quebram-se os padrões, assumem novos estilos. E isso acontece em
todos os campos...

Pois bem, o mundo em que vivemos não é perfeito, logo, a vida não é
equilibrada e, com efeito, não se vive em sintonia com a natureza. É desequilibrado
porque vivemos no mundo da luta, da concorrência para o sustento da vida; mundo da
eterna agressividade, do trabalho intensivo, e sempre com conflitos externos. Nosso
centro de consciência está dirigido para o afetivo-emocional, eis porque,
individualmente, tem-se conflitos internos e coletivamente os temos externamente.
Está funcionando a força psico-dinâmica, no aspecto sexual, por isso há sempre a
rivalidade, ( a impotência do macho por exemplo, na presença da fêmea ), temos a
vaidade agindo e, por conseqüência, exterioridade. “Quem tem vaidade não possui a
Verdade” , sempre dizia nosso grande Senhor JHS.

A transformação deve ser individual e coletiva ( da humanidade ) o que,


aliás, é promovido pelo Avatara. Nota-se que houve um apressamento, por isso quem
vive nos nossos dias, aprende as coisas rapidamente do que nos anos e séculos que
já se foram. Ora, tudo isso em obediência a Técnica, a Harmonia, a fim de atingir a
Arte como sendo o símbolo da perfeição ( estética ). O valioso trabalho do AVATARA,
normalmente, promove a transformação do Ser Humano, a transformação da Hierarquia
mais nova, logo, menos experiente...

Todos nós, seja por causa da luta diária pela manutenção, seja pelo que for,
não temos espontaneidade. Temos, as vezes um ideal, mas não temos oportunidade de
manutenção desse ideal ; as nossas vocações são distorcidas, mesmo porque já o
ambiente na face da Terra em si é bem desfavorável. Somos inseguros. Logo ao
nascer ou dar entrada neste mundo e pela troca de ambiência, rapidamente, ganhamos
o medo, a insegurança. Por exemplo : somos como galhos podres e secos de uma
árvore, não tem valor, não tem utilidade, mas sugam a boa seiva... Por isso haverá
transformação da Personalidade, para que haja a mudança do estado de consciência de
acordo com a época, com o ciclo. Como inteligência-comparativa vivemos em termos de
ciência comparativa. O desenvolvimento será em inteligência comparativa. Conforme a
época, não deverá ligar-se aos ciclos passados, anteriores, como é o caso do
espiritismo, animismo... Evoluir é penetrar naquilo que virá, o vir a ser; senão
trazer para o presente a inteligência abstrata.

As palavras Transformação, Superação e Metástase constituem uma Técnica de


Beleza e Arte !

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