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FACULDADE DE TECNOLOGIA EBRAMEC

ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA


CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA
DIANA MARA RUIZ NATALINO

TRÊS AGULHAS ÊXTASE DE SANGUE(XUE)

SÃO PAULO
2017
DIANA MARA RUIZ NATALINO

TRÊS AGULHAS ÊXTASE DE SANGUE (XUE)

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós


Graduação em Acupuntura apresentado à
Faculdade De Tecnologia EBRAMEC- Escola
Brasileira de Medicina Chinesa, sob orientação
do (a) Prof.João Carlos Felix e Co-Orientador
Prof. Fábio Fonseca De Oliveira., Dr.
Reginaldo De Carvalho Silva Filho

SÃO PAULO
2017
DIANA MARA RUIZ NATALINO

TRÊS AGULHAS ÊXTASE DE SANGUE(XUE)

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

___________________________________

___________________________________

Orientador: João Carlos Felix

Co-Orientador: Fabio Fonseca de Oliveira

Diana Mara Ruiz Natalino

São Paulo, ____ de _____________de ___


AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu marido, Almir Natalino, pois sem ele seria impossível á conclusão do curso
de Acupuntura.Exemplo de amigo, companheiro, ele acreditou no meu sonho, tenho seu
apoio emocional, financeiro e tornou possível a minha nova profissão.
Agradeço os meusfilhos, Ruanna e Almirzinho por compreender minhas ausências de todos
os anos que me dediquei ao estudo, pelas ajudas com os trabalhos e por sempre acreditarem
e apoiarem a minha decisão de ter uma nova profissão depois de tantos anos.
Agradeço ao professor Fábio que conheci no primeiro dia de estagio e sempre teve paciência
e carinhopara me ensinar, sempre com sorriso amigo.
Agradeço ao professor João que com muita paciência e pela orientação, indispensável para a
realização deste TCC.
Agradeço, finalmente,a todos aos professores da Ebramec que a cada aula passavam sua
paixão pela Medicina Chinesa e que, direta ou indiretamente, contribuíram para a conclusão
desteTCC.
RESUMO

Introdução: A Acupuntura é uma técnica oriental e seus princípios se baseiam na energia


vital, Qi, que está distribuída pelo corpo, e seus aspectos antagônicos, Yin e Yang. Os
chineses crêem que qualquer pequeno desequilíbrio que ocorra nessas forças provocaria
distúrbios físicos e emocionais. Com base nisso, realizou-se um breve histórico da
Acupuntura, com seus principais conceitos e repercussões no Ocidente, definindo o Método
das Três Agulhas para o Ocidente e para a Medicina Chinesa com base nos estudos de caso,
neurofisiologicamente com a Acupuntura, com a finalidade de permitir ao leitor um
conhecimento básico necessário para que possa refletir sobre a possibilidade de auxilio na
estagnação do Sangue (Xue). Deste método simples e muito eficiente. A Medicina Chinesa é
discutida como uma ciência autônoma e de comprovada utilidade dentro dos critérios
científicos ocidentais e que ao utilizar-se do instrumento da Acupunturapara promover saúde
e prevenir o adoecimento. Com o objetivo de refletir como a Acupuntura pode auxiliar o
tratamento de estagnação do Sangue (Xue), uma formação que busque articular o
conhecimento milenar de uma medicina única e totalitária com a ciência ocidental, assim não
somente beneficia o atendimento terapêutico, como também auxilia alcançar uma integração
do corpo e da mente em harmonia. Objetivo: Esse estudo visa relatar a eficiência do Método
das Três Agulhas junto a Êxtase de Sangue com os pontos F-3 (Taichong), VB-34
(Yanglingquan) e VC-17 (Danzhong).Métodos: Utilizei a revisão textual bibliográfica e de
artigos científicos de alguns autores, principalmente do Dr. Reginaldo de Carvalho Silva
Filho. Conclusão:O Método de Três Agulhas vem tornando-se mais popular, apesar de não
ser tão usado no ocidente. Dr. Jin Rui prova o sucesso no auxílio terapêutico de muitas
patologias. A simplicidade do método com apenas três pontos de Acupuntura reforça o que os
grandes Mestres passam sobre a utilização de poucas agulhas na elaboração do protocolo de
tratamento.

Palavras chaves: Estagnação Sangue, Três Agulhas, Medicina Chinesa. Acupuntura. Auxiliar.
Harmonia. Saúde.
ABSTRACT

Introduction: Acupuncture is an oriental technique and its principles are based on the vital
energy, Qi, which is distributed throughout the body, and its antagonistic aspects, Yin and
Yang. The Chinese believe that any small imbalances that occur in these forces would cause
physical and emotional disturbances. Based on this, a brief history of Acupuncture was
carried out, with its main concepts and repercussions in the West, defining the Three Needles
Method for the West and for Chinese Medicine based on case studies, neurophysiologically
with Acupuncture, with the Purpose of allowing the reader a basic knowledge necessary so
that it can reflect on the possibility of assistance in the stagnation of the Blood (Xue). From
this simple and very efficient method. Chinese Medicine is discussed as an autonomous
science and of proven utility within Western scientific criteria and that when using the
instrument of Acupuncture to promote health and prevent illness. In order to reflect how
Acupuncture can help stagnation of the Blood (Xue), a training that seeks to articulate the
millenarian knowledge of a unique and totalitarian medicine with western science, thus not
only benefits the therapeutic care, but also helps Achieve an integration of body and mind in
harmony. Objective:The aim of this study was to report the efficiency of the Three-Needle
Method with Blood Ecstasy with points F-3 (Taichong), VB-34 (Yanglingquan) and VC-17
(Danzhong) Methods: I used bibliographic textual review and scientific articles of some
authors, especially Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho. Conclusion:The Three-Needle
Method has become more popular, though it is not so widely used in the West. Dr. Jin Rui
proves success in the therapeutic aid of many pathologies. The simplicity of the method with
only three Acupuncture points reinforces what the great Masters spend on the use of few
needles in the elaboration of the treatment protocol.

Key words: Blood Stagnation, Three Needles, Chinese Medicine. Acupuncture. Help.
Harmony. Cheers.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8
2. HISTÓRIA DA ACUPUNTURA ................................................................................... 9
2.1 Acupuntura.................................................................. Erro! Indicador não definido.
2.2 História....................................................................................................................... 10
2.3 Conceitos básicos de Acupuntura .............................................................................. 10
3. O Método de Três Agulhas. .............................................................................................. 16
4. Sheng Qi Tong Tian Lun. .............................................................................................. 17
4.1 Sobre a Energia Vital (Qi) Humana Entrando em Contato com a Natureza. ............ 17
4.2 Sobre o Sangue (Xue), a Energia (QI), o Corpo (Xin) e o Espírito (Zhi). ................. 17
4.3 Energia (Qi), Sangue (Xue) e Fluidos Corporais. ...................................................... 18
4.4 Definição e Conceito Geral de Sangue (Xue). .......................................................... 19
5. Produção de Sangue (Xue). ........................................................................................... 19
5.1 – Produção de Sangue (Xue) pelo Jing da Água e dos Grãos. ................................... 19
6. As Funções do Sangue (Xue). ....................................................................................... 21
6.1 Sangue Umidifica e Nutre.......................................................................................... 21
6.2 Circulação de Sangue (Xue). ..................................................................................... 22
6.3 O Sangue (Xue) Circula nos Vasos. .......................................................................... 22
6.4 A Circulação de Sangue (Xue) depende do Qi. ......................................................... 22
6.5 O Papel dos Cinco Órgãos (Zang) na circulação do Sangue (Xue). .......................... 23
6.6 Efeitos do Frio, do Calor e das Emoções na circulação do Sangue (Xue)................. 24
6.6.1 O Calor e o Frio: ................................................................................................. 25
6.6.2 As Emoções: ....................................................................................................... 25
7 ACUPONTOS DO MÉTODO DE TRÊS AGULHAS NO ÊXTASE DE SANGUE .. 26
7.1 F3 (Taichong) - Ponto de Aplicação mais alto. ............................................................. 26
7.2 VB 34 (Yanglingquan) Fonte da Colina Yang. .............................................................. 26
7.3 Vaso Concepção VC 17 (Danzhong) – Centro Aberto. ................................................. 27
7.4 Canal do Fígado (Gan) , JueYin do Pé. .......................................................................... 28
7.5 Canal da Vesícula Biliar ShaoYang do Pé. ..................................................................... 28
7.6 Canal Vaso Concepção. .................................................................................................. 29
7.7 Canal da Vesícula Biliar (Dan) – ShaoYang do Pé ....................................................... 33
8 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 34
9 Bibliografia......................................................................... Erro! Indicador não definido.
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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar como a uma Acupuntura, denominada:
Método de Três Agulhas sistêmico, que é parte da Medicina Chinesa (MC), ciência complexa
e abrangente.

Todos aqueles que praticam a Acupuntura recebem uma recomendação mais ortodoxa,
para não abusar da quantidade de agulhas e dos estímulos para traçar o seu protocolo de
atendimento dos seus pacientes. Não significa que devemos utilizar uma só agulha, porém não
devemos ser um “espetador” e sim um acupunturista que compreende os desequilíbrios do seu
paciente.

Para falar da Acupuntura faz-se necessário um levantamento histórico, tais referências ajudam
a situar como a evolução deste pensamento repercute nos dias atuais. A abordagem feita neste
trabalho sobre os conceitos básicos do Método das Três Agulhas junto a MC busca fornecer
um método teórico inicial para que o profissional da saúde do Ocidente possa ter uma
compreensão conceitual.

As experiências junto ao hospital de Jinan mostram o desenvolvimento dessa prática


complementar onde o profissional deve ter conhecimentos básicos deste contexto histórico e
da teoria que abarca o Método das Três Agulhas para que possa agir com ética, de forma
crítica e reflexiva.

Algumas combinações do método das três agulhas foram elaboradas e abordadas como
matéria curricular no curso de Acupuntura da Escola de Medicina Chinesa EBRAMEC pelo
Dr. Reginaldo de Carvalho Silva.

O método de estímulo é alcançar o máximo de eficiência terapêutica em cada um dos


pontos apresentados, assim aprofundar os conhecimentos clínicos e os benefícios
experimentados por muitas pessoas no Brasil.

Desta forma, esta monografia levantará informações acerca de como a Método das
Três Agulhas pode propiciar e/ou auxiliar no tratamento da estagnação do Sangue (Xue)
correlacionando a aspectos da neurofisiologia.
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2. HISTÓRIA DA ACUPUNTURA

2.1 Acupuntura

O termo Acupuntura vem do latim acus que significa agulha e pungere que significa
puncionar, desta forma a Acupuntura auxilia na cura de patologias por meio do uso de agulhas
inseridas em pontos específicos, chamados de acupontos.

Acupuntura auxilia o corpo e a mente tem sua origem na filosofia taoísta, nascida da
medicina tradicional. O ideograma Tao significa “Trajetória do homem superior”, mas sua
tradução muitas vezes é simplificada como “Caminho”. Desta forma sua filosofia deve ser
entendida como uma direção a ser tomada, a ser vivida ou seguida, mas também como um
caminho individual e íntimo. (CAMPIGLIA, 2004).

No Brasil, os termos Medicina Chinesa (MC) e Acupuntura são usados como


sinônimos, porém são distintas. A Acupuntura é umas das técnicas da MC. A MC envolve
meios físicos (como massagem, Calor), técnicas corporais (como dieta e exercícios). E
práticas de respiração e meditação entre outras.

A MC é amplamente utilizada na China, Coréia, Japão e Taiwan. É utilizada tanto na


promoção de saúde quanto na prevenção de doenças. Desta forma, torna-se um equívoco dos
ocidentais buscarem a MC apenas quando estão gravemente doentes. (SAAD, 2008).

A Acupuntura desde a década de 70 tem se tornado muito popular devido ser uma
ciência milenar e com comprovações de sua eficácia e segurança. Tem-se como fato
confirmado, em pesquisas científicas, a associação da eficácia analgésica da Acupuntura.
(SAAD, 2008).

Textos clássicos da Acupuntura vêm explicar, dentro da Medicina Chinesa, sobre


anatomia, fisiologia, patologia e tratamento terapêutico. No Ney Jing “Clássico do Imperador
Amarelo sobre Medicina Interna” já se afirma que o Sangue flui continuamente pelo corpo
todo sobre o controle do Coração. E somente em 1628, 2000 anos depois do Ney Jing, Willian
Harvey proporia sobre sua teoria da circulação sanguínea. (SCOGNAMILLO-SZABÓ;
BECHARA, 2001).
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2.2 História

As origens da Acupuntura remontam a pré-história da China e tomam como base a


mitologia do pensamento Taoísta e da China Antiga. Os conhecimentos relacionados à
Acupuntura surgiram na China há aproximadamente 4500 anos.

A Acupuntura em sua origem está associada ao Fogo, pela utilização de pedras


quentes que aliviavam dores musculares na idade da pedra da China (a origem da Moxa).
Assim como, várias agulhas de pedra foram encontradas na China junto com outros
instrumentos de cura. Outras formas de agulha também foram encontradas, como agulhas
polidas em osso, bambu e barro, esta última até hoje pode ser encontrada na China.
(BARCALA, 2008).

No Brasil, a Acupuntura começou a ser utilizada em 1810 pelos imigrantes chineses e


1908 pelos japoneses. (BRASIL, 2005).

2.3 Conceitos básicos de Acupuntura

2.3.1 Simbologia

Os conhecimentos da Acupuntura vêm evoluindo e sendo transmitidos por diversos


meios, porém sua terminologia não se encaixa com a terminologia ocidental, o que restringe
sua aceitação pelo meio científico. Os conceitos abordados na Medicina Chinesa, antes de
tudo, devem ser avaliados como símbolos.

Símbolo é a representação de algo que vai além do objeto visível e palpável incluindo vários
sentidos e associações àquilo que ele está representando. Desta forma, o símbolo agrega uma
variedade de significados àquilo que representa. (CAMPIGLIA, 2004).

Usar o símbolo possibilita uma abertura para compreender os significados explícitos e


implícitos dos conceitos. Sendo assim, os conceitos dentro da Medicina Chinesa denotam uma
idéia de caminho circular, total, abrangente e dinâmico, diferente de conceitos dentro de um
plano linear e redutivo de conceitos concretos, excludentes e estáticos que reduzem a
possibilidade de compreensão do todo do indivíduo. (CAMPIGLIA, 2004).
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O significado atribuído ao símbolo poderá variar, pois está sujeito a quem o interpreta,
sua localização no tempo e o contexto ao qual está inserido. O símbolo não cabe em conceitos
puramente racionais, pois nele há um conteúdo profundo alcançado apenas por meio da
intuição, podendo levar a uma mudança na vida psíquica do indivíduo. (CAMPIGLIA, 2004).

Porém um símbolo jamais será completamente abstrato. Ele representa aspectos dinâmicos e
presentes no próprio corpo, reunindo em si a totalidade do que representa, mesmo sendo uma
parte no todo. Contudo a soma das partes nunca dará o todo inicial, pois sempre haverá
particularidades presentes. (CAMPIGLIA, 2004).

No pensamento oriental, simbolicamente, o homem é visto dentro de um panorama


holístico. O termo holístico, na filosofia, indica uma tendência do Universo a sintetizar
unidades em totalidades organizadoras, sendo assim, o indivíduo e seus componentes não
poderiam ser considerados separadamente. Nesta linha de pensamento, pode-se também fazer
um paralelo com o holograma, onde se pensa em qualquer parte do todo o contendo. Como
exemplo, a teoria de Karl Pribam, neurocientista norte-americano, diz que informações
cerebrais estariam dispostas como um holograma. A memória, por exemplo, estaria espalhada
por diversas regiões do cérebro, assim sendo, se uma pessoa puder reconstituir parte dela seria
possível reconstituir o todo. No símbolo como no holograma diversas imagens, mesmos
opostas, poderiam reconstituir o todo original. (CAMPIGLIA, 2004).

Haverá sempre uma parte do símbolo que ficará parcial, as interpretações dos
símbolos não são finais e absolutas. A elaboração dos aspectos da personalidade poderá ser
realizada usando a abordagem simbólica. Onde o indivíduo deverá procurar os significados
dos seus atos no contexto da sua vida. Neste contexto tanto a doença como o tratamento são
vistos como símbolos. Para os ocidentais trata-se de uma tarefa mais difícil, pois estão
acostumados com uma lógica de pensamento cartesiano. (CAMPIGLIA, 2004).

2.3.2 Yin e Yang

O conceito de Yin-Yang é um dos mais importantes da Medicina Chinesa. Podendo


até mesmo, em alguns momentos, pensar nele como a origem de toda uma fisiologia,
patologia e tratamento. Apesar de seu conceito ser muito simples guarda uma filosofia
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profunda e ao mesmo tempo pode ser utilizado de forma racional no dia a dia e na prática
clinica. (MACIOCIA, 2007).

O conceito chinês de Yin-Yang é radicalmente diferente do sistema de pensamento


ocidental que toma como base a lógica aristotélica onde um par de opostos não podem ser
verdadeiros e são vistos como absolutos (por exemplo, “a porta é alta” e “a porta é baixa”).
No pensamento chinês as qualidades opostas podem ser complementares. A própria criação
poderia ser manifestada por si só como também pelo seu oposto. Além disso, um oposto (Yin)
pode conter o outro (Yang), de tal maneira que eles podem se transformar um no outro.
(MACIOCIA, 2007).

“O que é imperfeito será perfeito;


O que é curvo será reto;
O que é vazio será cheio; Onde há falta haverá
abundancia; Onde há plenitude haverá
vacuidade.
Quando algo se dissolve, algo nasce [...]” (LAO, 1991, p. 69)

Provavelmente uma das primeiras referências sobre Yin-Yang esteja contida no Livro
das Mutações (Yi Jing) datado por volta de 700 a.C. O Yin e o Yang são representados pelas
linhas continuas e interrompidas. E acredita-se que as combinações destas linhas possam
simbolizar todos os fenômenos do universo, demonstrando-se assim a relação de todos os
fenômenos aos dois opostos Yin e Yang. (MACIOCIA2007).

Quando se fala de Yin e Yang é importante destacar as relações entre eles de oposição,
interdependência, consumo mútuo e intertransformação (MACIOCIA, 2007), pois estes
quatro aspectos são básicos para entender como os opostos se relacionam, e que vai a
contraponto a compreensão ocidental de oposição.

Quando se fala em oposição diz-se de uma contradição que serve como princípio para
toda mudança, desenvolvimento e deterioração dos fenômenos. Porém a oposição deve ser
avaliada sempre dentro de uma ótica relativista e não absoluta, pois tudo contem a semente de
seu oposto, e depende do fenômeno que está relacionado. Por exemplo, o sul do Brasil é mais
Frio (Yin) se comparado ao centro oeste, porém se o sul do país for comparado ao sul do
continente se torna Yang.
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Quando se fala da interdependência do Yin e do Yang está relacionado à característica


existencial, um não pode existir sem o outro. Por exemplo, Calor sem o Frio, descanso sem
atividade, etc.

O consumo mútuo se refere a um ajuste contínuo, sendo assim, quando o Yin for
predominante ele provocará uma diminuição do Yang e vice-versa; quando o Yin estiver
debilitado, o Yang apresentará excesso e vice-versa. É importante ressaltar que essas duas
situações podem parecer semelhantes, mas não são a mesma coisa, pois levasse a
compreensão do que é Primários e do que é secundário. (MACIOCIA, 2007).

Pode-se correlacionar o modelo Yin-Yang ao conceito de homeostase usado pelo


fisiologista Walter Cannon quando se refere ao processo de regulação pelo qual um
organismo mantém constante equilíbrio. Assim pode-se pensar que muitos destes mecanismos
de controle ocorrem por meio do princípio de feedback negativo. (JACQUES, 2003).

2.3.3 Cinco Substancias Vitais.

Na Medicina Chinesa corpo e mente são resultado de interações de cinco substâncias


vitais, que são: Qi, Essência (Jing), Sangue (Xue), Fluídos corpóreos (Jin Yie) e mente
(Shen). (MACIOCIA, 2007).

Na base de tudo está o Qi. Todas as substâncias vitais são manifestações do Qi em


seus vários níveis de materialidade. Essas diferentes substâncias interagem entre si e formam
o organismo. O Qi também serve de base para todas as manifestações de vida no universo do
reino vegetal ao animal (MACIOCIA, 2007).

“Água e Fogo têm Qi, mas não têm vida; plantas e árvores tem vida,
mas não o conhecimento; pássaros e animais possuem conhecimento,
mas não tem idéia do que é correto”. Xun Kuang (Maciocia, 2007, p.
35).

O Qi é considerado nossa "Essência de vida", que mantém e dá o norte para interação


do corpo físico, da mente e do espírito. Desta forma a Acupuntura deverá atuar no fluxo de
energia ou "Qi" que circula ao longo de nosso corpo em Canais específicos chamados
meridianos.
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O corpo humano faz parte de um campo de contínua movimentação de energia, que


circula entre as células, os tecidos, os músculos e os Órgãos internos, mantendo a homeostase
energética. (MACIOCIA, 2007).

A Essência (Jing) representa a constituição material do corpo humano, ao mesmo


tempo em que se relaciona com a hereditariedade. Um conceito ocidental que abrange parte
deste conceito é o do DNA, pois contém as informações hereditárias, mas não da forma como
a MC aborda, pois o Jing também carrega informações hereditárias acerca da constituição do
Qi e do Yin-Yang, de comportamentos emocionais e etc.

O Sangue (Xue), na Medicina Chinesa, guarda algumas semelhanças com o conceito


ocidental, tal como questões relacionadas a consistência fluida, a cor vermelha deste Sangue
que preenche os vasos sanguíneos e que depende da medula óssea para sua formação. Porém,
a Medicina Chinesa aborda outros tipos de manifestações do Sangue(Xue), pois este também
circula nos Canais e colaterais, contém Qi e depende do Qi para circular. É considerado uma
forma densa de Qi, além de nutrir e umedecer os tecidos.

Os Líquidos orgânicos (Jin Ye) são os líquidos que banham os tecidos, os Órgãos,
ocupa as cavidades do corpo, e se exterioriza. Sua definição se aproxima bastante do
conhecimento ocidental, com a diferença que os constituintes corporais guardam relações
íntimas de interdependência, diferente do conceito material definido como líquido extra
celular, liquor (líquido sinovial) e etc. (MACIOCIA, 2007).

2.2.4 Cinco Movimentos

A origem do termo cinco movimentos é Wu-Hsing, sendo que Wu significa cinco e


Hsing significa andar, o que aponta a uma característica de movimento e mutação. Os Cinco
movimentos estariam correlacionados a constituintes básicos da natureza, sendo eles: a
Madeira, o Fogo, a Terra, o Metal e a Água, porém não se restringe a condição orgânica.
Esses elementos estão articulados entre si como um sistema, entre eles há um ciclo de
Geração - uma interdependência, onde um gera o outro - e de Dominância - uma
interrestrição, onde um controla o outro, para que desta forma toda vida possa entrar em
homeostase. (MACIOCIA, 2007).
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Esta teoria dos Cinco movimentos ocupa um lugar importante dentro da Medicina
Chinesa, pois todos os fenômenos da fisiologia e da patologia são classificados e interpretados
utilizando as inter-relações destes elementos. E serve como utensílio para explicar o
comportamento da natureza e dos seres vivos. (VECTORE, 2005).

Na evolução histórica da Medicina Chinesa a doença era entendida como causada por
espíritos perversos, mas após as teorias de Yin-Yang e dos Cinco Movimentos, passou a ter
uma visão naturalista, sendo causada pelo estilo de vida.
As relações entre os Cinco Movimentos funcionam como modelo de relações entre
Órgãos internos e entre eles e os vários tecidos, Órgãos do sentido, cores, cheiros, gostos e
sons. (MACIOCIA, 2007).

Cada Elemento está relacionado a um par de Órgãos e Víscera. Cada um desses


sistemas tem especificidades quanto a sua fisiologia e emoções que estão correlacionadas, que
influenciam o tratamento de forma específica a cada sujeito. (VECTORE, 2005).

2.2.5 Fatores de adoecimento.

São três os principais fatores de adoecimento segundo a Medicina Chinesa: Fatores


Patogênicos Externos, Fatores Patogênicos Internos e Fatores do Estilo de Vida ou Doenças
Variadas. (MACIOCIA, 2007).

Os Fatores Patogênicos Externos estão relacionados a fatores climáticos e são eles:


Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura. Porém é importante explicar que para se desenvolver
um padrão de desarmonia relacionado a esses fatores não se faz necessária uma mudança
climática substancial, pois um dos fatores importantes para que a pessoa sofra destes males é
a pré-disposição (fragilidade pessoal).

Os fatores patogênicos internos estão relacionados às tensões emocionais e vão afetar


diretamente os Órgãos internos. (MACIOCIA, 2007). As emoções abrangem de forma mais
ampla sendo que também devem ser considerados a personalidade, o pensamento e o
comportamento. (ROSS, 2003). De forma sucinta, tem-se que a alegria afeta o Coração (Xin),
a raiva afeta o Fígado (Gan), o estado de ficar pensativo afeta o Baço (Pi), a aflição afeta o
Pulmão (Fei) e o medo afeta o Rim (Shen). (MACIOCIA, 2007).
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Os Fatores de Estilo de Vida estão relacionados à debilidade constitucional, à


sobrecarga de trabalho (físico ou cognitivo), atividade sexual excessiva, dieta, traumas e
tratamentos inadequados. Cada pessoa responderá de forma particular as diversas
possibilidades dentro desta categoria. Dependendo de qual elemento está em desarmonia à
pessoa poderá responder de forma específica ao órgão (Zang) relacionado. (ROSS, 2003).

3. O Método de Três Agulhas.

Nasce de uma somatória dos conhecimentos coletivos, podemos entender com isso
que essa técnica nasce da experiência de muitas pessoas, vindo de diversas províncias da
China. Destaca-se o Dr. Jin Rui.

Esse método de Três Agulhas é uma técnica que utiliza seleções e combinações de
pontos unicamente criadas para tratamento de doenças e sintomas associados. Cada uma das
combinações específicas de pontos é de apenas três pontos, usado de maneira criativa do
acupunturista, seja bilaterais, unilaterais ou uma mescla de ambos. (CARVALHO, 2013).

Uma curiosidade que Dr. Jin ao analisar o Ba Gua, o número 3 corresponde à região
leste, com isso na teoria dos cinco movimentos, corresponde ao elemento Madeira, que esta
associado ao Yang Maior, que gera o Qi. Com isso Dr. Jin diz que a utilização da técnica, traz
a contínua geração do Qi e assim permite ótimos resultados terapêuticos.

Na década de 70 e por próximos 10 anos, o Dr. Jin destaca em sua clínica o


tratamento de renite alérgica e aplica o conceito da técnica das Três Agulhas, obtendo
excelente resultados em apenas 3 sessões. (CARVALHO, 2013).

Numeramos alguns pontos positivos com a técnica: é um método muito tranquilo,


usa-se apenas 3 pontos, assim reduzindo o medo do paciente durante a aplicação. Porém
destaca-se que cada região selecionada deve ser usada de forma precisa para o tratamento,
também devem ser estimuladas de forma especial, com direcionamento da agulha, sangrias,
ou até utilização de Moxabustão.A inserção e a manipulação da agulha devem seguir padrões
para que se obtenha a percepção do Te Qi do ponto selecionado. (CARVALHO, 2013).
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4. Sheng Qi Tong Tian Lun.

4.1 Sobre a Energia Vital (Qi) Humana Entrando em Contato com a Natureza.

Disse o imperador: “Desde os tempos antigos, considera-se que a existência do


homem dependa do intercambio da variação das energias do Yin e do Yang, por isso, a vida
humana se baseia no Yin e no Yang.

“Todas as coisas sobre a terra e no espaço se comunicam com as energias Yin, e Yang.
O ser humano é um pequeno universo, já que o corpo humano tem tudo o universo tem. No
universo, há nove estágios (a saber, Ji, Yan, Quing, Xu, Yang, Jing, Yu, Liang e Yong), e o
homem tem nove orifícios (sete orifícios Yang: dois ouvidos, dois olhos, duas narinas, e uma
boca; dois orifícios Yin: orifícios externo da uretra e do anus); há cinco tons musicais no
universo, o homem tem cinco Órgãos sólidos responsáveis pelo armazenamento das
atividades mentais - o Fígado (Gan) armazena a alma, o Coração(Xin) armazena o
espírito(Zhi), o Baço (Pi) armazena a consciência, os pulmões (Wei) armazenam o espírito
(Shen) inferior, os Rim (Shen) armazenam a vontade; há doze períodos solares no universo, e
o homem tem doze Canais. As energias Yin e Yang do ser humano correspondem às energias
Yin e Yang do universo, e as energias Yin e Yang de todas as coisas (incluindo o homem) se
comunicam com as do universo.

“A sobrevivência dum homem depende das energias Yin e Yang e depende dos cinco
movimentos (metal, madeira, água, Fogo e terra), o que se costuma chamar de“a vida depende
de cinco”. Os cinco movimentos na terra correspondem aos três Yin(o Frio, o seco e o
molhado) e aos três Yang (o Vento, o Fogo e o Calor de verão), ao que se chama “energias
que dependem dos três”. Se alguém violar os princípios de preservação da saúde, com a
freqüência, está estará lesionada pelos fatores perversos e a doença será contraída. Por isso, as
energias Yin e Yang são fundamentais da vida. (WANG p.36 2013).

4.2 Sobre o Sangue (Xue), a Energia (QI), o Corpo (Xin) e o Espírito (Zhi).

A porção de energia (QI) e de Sangue (Xue) distribuída no corpo humano é constante.


No Canal TaiYang há muito Sangue (Xue) e pouca energia: no Canal Shaoyang há pouco
Sangue (Xue) e muita energia; no Canal Yang Ming há tanto Sangue (Xue) quanto energia: no
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Canal ShaoYin há pouco Sangue (Xue) e muita energia (Qi): no Canal JueYin há muito
Sangue (Xue) e pouca energia (Qi); no Canal TaiYin há muita energia e pouco Sangue (Xue).
Essas são as condições constantes de Sangue (Xue) energia (Qi) no corpo humano.
(WANG.p. 149, 2013)

4.3 Energia (Qi), Sangue (Xue) e Fluidos Corporais.

Qi, Sangue (Xue) e fluidos do corpo são substancias fundamentais do corpo humano
para manter as atividades vitais normais. Sua existência e funções, especialmente as de
energia (Qi), geralmente manifestam-se nas atividades funcionais dos vários tecidos e Órgãos
(Zang). O Qi, o Sangue (Xue) e os fluidos corporais, juntamente com os Órgãos(Zang) e os
canais e colaterais, constituem a base teórica da fisiologia humana na medicina chinesa.

A Essência do Sangue (Xue) derivada da digestão e da absorção do aço e do Estômago


(Wei) é transportada para o Coração (Xin) e o Pulmão (Fei) e é transformada em Sangue
(Xue) vermelho pelos dois Órgãos (Zang). O Rim (Shen) armazena Essência (Jin). A Essência
(Jin) ao Rim (Shen) produz medula óssea que, por sua vez, produz Sangue (Xue). Portanto, o
Sangue (Xue) é formado de Essência (Jin), incluindo a Essência (Jin) dos alimentos e a
Essência (Jin) do Rim (Shen). Além disso, o Qi do Rim (Shen) estimula o transporte e a
transformação executados pelo Baço (Pi), e pelo Estômago (Wei), e fortalece a função de
transformação do Coração (Xin) e do Pulmão (Fei) um processo que promove a formação do
Sangue (Xue). O Sangue (Xue) é, portanto, constituído de nutriente Qi, fluidos do corpo, e
Essência (Jin) do Rim (Shen), o material básico para o funcionamento do Sangue (Xue), isto
é, para circular nos vasos nutrindo o corpo e favorecendo as atividades funcionais dos vários
tecidos e Órgãos (Zang).

O Sangue (Xue) e o Qi estão intimamente relacionados, uma vez que a formação e


circulação do Sangue (Xue) dependem do Qi, ao passo que a formação e distribuição de Qi
estão relacionadas com o Sangue (Xue). Clinicamente, o Xu (Deficiência) do Qi geralmente
resulta em Xu (Deficiência) do Sangue (Xue), por sua vez, geralmente resulta em Xu
(Deficiência) do Qi. A estagnação de Qi geralmente provoca a estagnação do Sangue (Xue) e
a estagnação do Sangue (Xue) por sua vez, em geral provoca a estagnação do Qi.
(MACIOCIA p. 57 e 58, 2007).
19

4.4 Definição e Conceito Geral de Sangue (Xue).

O Sangue (Xue) é um liquido vermelho que se desloca no interior dos vasos sanguíneos (Xue
Mai) e que circula no corpo inteiro para nutrir o conjunto de Órgãos (Zang) e tecidos.
Tradicionalmente, se diz que no interior ele nutre Órgãos (Zang) e Vísceras (Fu) e que no
exterior ele nutre a pele, articulações e membros. Ele constitui uns dos principais aspectos de
nutrição Yin. Representa uma das substancias fundamentais do organismo, junto com Jing,o
Qi, os líquidos com estes últimos e os Órgãos (Zang), ele participa da atividade e equilíbrio
fisiológico Yin e Yang.

5. Produção de Sangue (Xue).

O Sangue (Xue) é produzido de duas maneiras diferentes e complementares. Ele é


resultado da transformação do Jing sutil (Jingwei) da água e dos Órgãos (Zang) e do Jing
armazenado pelo Rim (Shen). Em outras palavras, é o Jing do céu posterior, que provem do
aquecedor central associado ao Baço (Pi) e o Jing do céu anterior, que provem do aquecedor
(San Jao) inferior associado ao Rim (Shen), que são a origem da produção de Sangue (Xue)
(MACIOCIA, 2007).

5.1 – Produção de Sangue (Xue) pelo Jing da Água e dos Grãos.

Para compreender bem como se dá a transformação do Jing dos alimentos em Sangue


(Xue), é preciso se lembrar das diferentes etapas da digestão.

 Primeiro, o Estômago (Wei) recebe os alimentos sólidos e líquidos, os fermenta e


cozinha (Fu Shu) com ajuda do Qi e do Baço (Pi) .
 Em seguida, graças seu Qi descendente, o Estômago (Wei) direciona esses alimentos
pré–digeridos ao Intestino Delgado (Xiao Chang) onde, sempre com ajuda do Baço
(Pi), eles continuam a se dissolver.
 O Intestino Delgado (Xiao Chang) separa o Qi puro (ou seja, o Jing sutil nutritivo e
assimilável) e o Qi turvo (ou seja, os dejetos oriundos da digestão dos alimentos).
20

 A partir desta separação, o Baço (Pi) com ajuda do Qi ascendente do Fígado (Gan) faz
o puro subir (Qing) ,ou seja, o JingWei dos alimentos, em direção ao Coração (Xin).
 O Coração (Xin) o envia aos vasos. Ele é transportado até o Pulmão que o reúne os em
cem vasos. Nos baseamos no capítulo 21 do Huang Di Nei Jing Su Wen para afirmar
que o JingWei passa primeiro pelo Coração (Xin) e somente depois pelo Pulmão (Fei):
“O Qi dos alimentos entra no Estômago (Wei), o Qi turvo entra no Coração (Xin) Jing
que chega aos vasos, o Qi dos vasos flui nos Canais, o Qi dos Canais volta ao Pulmão
(Fei), o Pulmão (Fei) reúne os cem vasos.” O Qi turvo, que é a questão aqui, nada
mais é que o Jin Wei dos alimentos que é descrito como rico, leitoso, turvo. Aqui não
se trata do Qi turvo inassimilável do bolo alimentar que é eliminado pelo organismo
pelas vias urinárias e fecais.
 De acordo com algumas passagens do NeiJing (clássico Interno), o Jing dos
alimentos é enviado pelo Baço (Pi) diretamente ao Pulmão (Fei) ou primeiro ao
Coração(Xin) e depois ao Pulmão (Fei). Esta transmissão do JingQi não se faz de
qualquer maneira, mas pelo sistema de Canais. Ora, a meu ver, é o puro separado do
turvo pelo Intestino Delgado (XiaoChang) que sobe ao aquecedor superior graças a
ação ascendente do Baço (Pi). Se é verdade que o Canal do Pulmão (Fei) passa ao
nível do Estômago (Wei) e do Intestino Delgado (Da Chang), ele não tem relação
direta nem com o Intestino Delgado(Xiao Chang), nem com o Baço (Pi). Por outro
lado o Canal do Coração (Xin) é ligado ao Intestino Delgado (Xiao Chang) e o do
Baço (Pi) ao Coração (Xin). E o Canal principal do Coração (Xin) passa pelo Pulmão
(Fei). Resumindo, ou Nei Jin (clássico interno) “Simplificou” as etapas de
transmissão do Jing e citou diretamente e do Pulmão(Fei) omitindo voluntariamente
o Coração (Xin), ou descreveu duas transmissões independentes e complementares
do Jing sutil; 1 – aquecedor central em direção ao Coração (Xin) e depois ao
Pulmão(Fei) , 2- aquecedor central em direção ao Pulmão(Fei). Da minha parte,eu
sou mais inclinado à “tese” da simplificação, fenômeno comum nos textos chineses
antigos ou mesmo modernos.
 No Pulmão(Fei) um parte se divide diretamente em Qi nutritivo (Ying Qi) e em
(WeiQi) e outra se mistura ao Qi do ar captado pelo Pulmão (Fei) para produzir o Qi
torácico ou confluente (Zong Qi).
Uma outra parte do Qi nutritivo é transmitida pelo Pulmão (Pi) ao Coração (Xin) onde
se transforma em Sangue (Xue).
21

 O Sangue (Xue) é então mobilizado pelo Coração (Xin)em toda rede de vasos
sanguíneos. Eu não apoio a idéia de que o Qi defensivo derivam do Qi confluente
(Zong Qi). A descrição que é feita no Nei Jing (Clássico interno)e nos textos
médicos que citam a digestão, nos permitem pensar que Yin Qi do ar para formar
Zong Qi. Para ter uma descrição detalhada e completamente do processo da digestão,
ver o capítulo sobre Baço (Pi). (SIONNEAU, p. 277 a 279, 2014).

6. As Funções do Sangue (Xue).

6.1 Sangue Umidifica e Nutre.

Na 22ª dificuldade do Clássico das dificuldades, é dito que “O Sangue (Xue) governa
e Umidificação”.

Na verdade, sua natureza Yin, liquida, possui um potente poder nutritivo para o
corpo inteiro. Ele circula por toda a parte e em permanência através dos vasos o, Canais,
conexões. E por isso que ele umidifica, enriquece, amacia o interior dos cinco Órgãos (Zang)
e as seis vísceras (Fu), o exterior da pele, as carnes, os músculos, os còu li, os tendões e os
ossos.

Quando o Sangue (Xue) é abundante, a tez é rosada, luminosa, os músculos são firmes,
plenos, potentes, a pele, os cabelos e os pelos sãos lustrosos, luminosos, os quatro membros e
as carnes se deslocam com a vivacidade e força, Zhang Jie Bin ilustra perfeitamente esta
função do Sangue da seguinte maneira.

A forma (Xing), estrutura do corpo que é de natureza Yin, depende da nutrição do


Sangue (Xue) que é ele mesmo de natureza Yin. O estado da forma depende do estado do
Sangue (Xue) : “ O Sangue (Xue) é abundante, então a forma é abundante, o Sangue (Xue) é
fraco, então a forma é fraca.” (Jin Gui Gou Xuan- Sondagem obscura do cofre de ouro) , “ O
Sangue (Xue) é harmonioso então os tendões e os ossos são vigorosos e fortes, e as
articulações estão limpas e livres” (|SIONNEAU - Cap. 17, 2014). Deve-se notar que esta
função nutritiva vai lado a lado com Qi nutritivo, os líquidos e o Jing que constituem o
Sangue (Xue). Em caso de Deficiência do Sangue (Xue), a tez é opaca ou amarelada, os pelos
e os cabelos são secos, a pele é seca até mesmo rugosa, os membros sofrem de
entorpecimento, formigamentos, seus movimentos são imprecisos.
22

“Os cabelos são brotos do Sangue (Xue), o Sangue (Xue) é prospero


então os cabelos são lustrosos”. (SIONNEAU, p. 286/287, 2014).

6.2 Circulação de Sangue (Xue).

A circulação de Sangue (Xue) faz no interior dos vasos, sem parar, no corpo inteiro
depende das funções do Qie das funções do Coração (Xin), do Baço (Pi), do Pulmão (Fei) e
do Fígado (Gan). Ela pode ser favorecida ou entravada pelo Frio, Calor ou perturbações
emocionais. O conjunto desses parâmetros é desenvolvida logo abaixo.

6.3 O Sangue (Xue) Circula nos Vasos.

Para assumir sua função de nutrição e ancoragem do espírito, o Sangue (Xue) deve
imperativamente se manter e circular dentro dos vasos. O capítulo 17 do Huang Di Nei Jing
Su Wen os considera ainda como o “palácio do Sangue (Xue Fu)”.

Se por uma razão qualquer o Sangue (Xue)sair dos vasos, ele produz uma
hemorragia ou um êxtase de Sangue (Xue) - hematoma. Diz-se que o Sangue (Xue) abandona
os Canais (Li Jingzhi Xue), ele perde então suas funções fisiológicas. (MACIOCIA, 2007)

6.4 A Circulação de Sangue (Xue) depende do Qi.

A circulação normal de Sangue (Xue) se faz graças às funções de mobilização de


fixação/ manutenção do Qi.
O Sangue (Xue) pertence ao Yin. Por natureza ele calmo e não pode se movimentar
sozinho. O Qi por sua vez pertence ao Yang. Por sua natureza ele é móvel. O Qi mobiliza o
Sangue (Xue) nos vasos. É origem do ditado: “O Qi circula então o Sangue (Xue) circula”.
Esse princípio é ampliado por Li Chan em Yi XueRuMen (Rudimentos da
Medicina): “O Sangue (Xue) segue a circulação do Qi, o Qi circula, então o Sangue(Xue)
circula, o Qi para então ele para, o Qi é morno então ele desliza, o Qi é Frio ele se “coagula”.
Yu Tuan, outro médico da dinastia Ming em seu Yi Xue Zheng Chuan (Transmissão ortodoxa
23

da medicina) um ponto de vista semelhante: “O Sangue ( Xue) sem o Qi não circula”. Em


caso de Deficiência ou de estagnação de Qi, o Sangue ( Xue) não pode ser ativado
corretamente nos vaso, o que provoca uma estase de Sangue ( Xue Yu).
Por outro lado, a força dinâmica do Qi matem o Sangue (Xue) no interior dos vasos e
o impede de extravasar. Em caso de Deficiência de Qi, o Sangue pode sair dos vasos
provocando também hemorragia e estase de Sangue (Xue). (MACIOCIA, 2007)

6.5 O Papel dos Cinco Órgãos (Zang) na circulação do Sangue (Xue).

Para assegura ao Sangue (Xue) uma boa circulação, os cinco Órgãos (Zang)
intervém: O Coração (Xin), o Pulmão (Fei), o Fígado (Gan), o Baço (Pi) e igualmente os Rim
(Shen).

O Coração (Xin) governa os vasos sanguíneos (Xin. Zhu Mai). A força do Qi do


Coração (Xin) da um dinamismo à circulação do Sangue (Xue). É o Qi do Coração (Xin) que
dá a impulsão. “O Coração (Xin) do homem se movimenta, então o Sangue (Xue) circula nos
Canais” (Yi Xue Rù Mem- Rudimentos da medicina)

O Pulmão (Fei) governa o Qi (Fei Zhu Qi). Zhang Jie Bin explica no LeiJing
(Clássico das Classificações) que a circulação do Sangue (Xue) nos vasos necessita da força
motriz do Qi. Esta força motriz, assim como o Qi, está sob o comando do Pulmão (Fei). É por
isso que o Sangue (Xue) deve voltar neste órgão para se beneficiar do dinamismo do Qi. O
Pulmão (Fei) também tem relação estreita com o Qi confluente (Zong Qi). Este Qi penetra nos
vasos do Coração (Xi), para ajudar o Qi do Coração (Xin) a propulsar o Sangue (Xue) para
todo organismo. Além disso, a função de difusão/descendência do Pulmão (Fei) permite uma
distribuição Geraldo Sangue (Xue). O Pulmão (Fei) ajuda, portanto, o Coração a difundir o
Sangue (Xue) para o corpo inteiro.

O Fígado (Gan) governa o armazenamento do Sangue (Gan Zhu Cang Xue). O


Fígado (Gan) estoca o excedente de Sangue (Xue) e regulariza a quantidade de Sangue (Xue)
circulante nos vasos, liberando ou absorvendo o líquido sanguíneo em função das
necessidades para manter uma circulação correta. (SIONNEAU, 2014).

“Quando o homem se deita, o Sangue retorna ao Fígado (Gan)” (SIONNEAU, 2014).


24

“O homem se movimenta então o Sangue (Xue) circula nos Canais. O homem está
calmo então o Sangue (Xue) retorna para o Fígado (Gan)” (Zhong Guang Bu Zhu Huang Di
Nei Jing Sú Wen – Acréscimos importantes sobe as questões simples do clássico interno do
Imperador Amarelo). O Fígado (Gan) governa a livre circulação e a evacuação (Gan Zhu Shu
Xie). Ele permite ao Qi circular de maneira Fluida e assim o Sangue circula sem entrave.
“O Qi circula então o Sangue circula”. No entanto, não percamos de vista que é o
Coração (Xin) que tem a principal tarefa de mobilizar o Sangue (Xue). “O corpo humano se
movimenta então o Sangue (Xue) circula nos Canais, (se ele está) calma então o Sangue
(Xue) é armazenado no Fígado (Gan), é por isso que o Fígado (Gan) é o mar de Sangue
(Xue); o Coração( Xin) finalmente o transporta e o faz circular no interior,é por isso que o
Coração (Xin) governa o Sangue” (MACIOCIA, 2007).

O Baço (Pi) reúne o Sangue (Pi Tõng Xue). O Qi do Baço (Pi) mantém o Sangue
(Xue) no interior dos vasos.
Se o Sangue (Xue) está fora dos vasos ele não circula mais. É o Baço (Pi) que está na
origem da produção de Qi através da transformação dos alimentos. Produzir o Qi em
quantidade suficiente lhe permite impulsionar o Sangue (Xue) com eficácia “A reunião e a
manutenção do Sangue (Xue) dos cinco Órgãos e das seis Vísceras (Fu) dependem
completamente do Qi do Baço (Pi) ”(Pi), (SIONNEAU, 2014).

O Rim (Shen) governam o Yang verdadeiro (Shen Zhu Zhen Yang). ORim (Shen)
governam a porta o destino (Ming Men), reservam maior do Fogo ministro. Esta forma o
Yang a partir da transformação do Jing do Rim (Shen). Para que o Sangue (Xue) circule
convenientemente é preciso também que o Yang Qi aqueça os vasos. “O Qi é quente então o
Sangue (Xue) desliza”. O Fogo ministro também tem sua importância na produção de Sangue
(Xue), pois ele auxilia o aquecedor central(San Jao) para transportar e transformar o Jing sutil
dos alimentos.

“O Coração (Xin.) Governa o Sangue (Xue), o Fígado (Gan) armazena o Sangue, o


Baço (Pi) reúne o Sangue (Xue) ”. “O Baço (Pi) e o Estômago (Wei) são os pais do Qi e do
Sangue”, (SIONNEAU, 2014).

6.6 Efeitos do Frio, do Calor e das Emoções na circulação do Sangue (Xue).


25

6.6.1 O Calor e o Frio:

Além de diferentes parâmetros citados mais acima, outros fenômenos favorecem ou


desregulam a circulação do Sangue (Xue) nos vasos. Logo de início, nos vimos que os vasos
devem estar aquecidos pelo YangQi para permitir fluida. “O Sangue (Xue) ama o
aquecimento e tem aversão ao Frio. (em caso de) então ele trava e não flui, (em caso de )Calor
ele se difunde e circula”. Aquecer não quer dizer superaquecer os vasos. Pois em caso de
excesso de Calor, a circulação do Sangue (Xue) se acelera, os vasos se dilatam, a circulação
do Sangue (Xue) é desordenada, os vasos de conexão (luo mai) são queimados, o Sangue
(Xue) pode extravasar. O Frio por sua vez retarda a circulação do Sangue (Xue), contrai os
vasos, faz estagnar o Sangue (Xue). (SIONNEAU, 2014).

6.6.2 As Emoções:

As emoções enquanto processo natural da fisiologia humana não tem nenhuma ação
direta sobre a circulação do Sangue (Xue) , fora alergia e o riso que tem a reputação de
favorecer a circulação do Qi e Sangue (Xue).
Por outro lado, as emoções no seu aspecto patológico, podem entravar a circulação
do Sangue (Xue). Primeiro porque outro lado, as emoções no seu aspecto patológico, podem
travar a circulação do Sangue (Xue). Primeiro porque os dois Órgãos que são os mais
comumente implicados nas desordens emocionais, tem um papel fundamental para o Sangue
(Xue): o Coração (Xin) e o Fígado (Gan). Qualquer que seja o distúrbio psicológico, em
estágio avançado, desregulam Coração (Xin) que abriga o Espírito (Zhi). Se o Qi do
Coração(Xin) é perturbado, a circulação do Sangue (Xue) tem grande chance de estar
também. O Fígado(Gan) harmoniza e regulariza o Qi e as emoções (as quais são um tipo de
Qi particular). Em caso de desordens emocionais, oQi do Fígado (Gan) tende a estagnar.
Nesta situação, a função delivre circulação e evacuação não é assegurada
convencionalmente e o Sangue (Xue) fica entravado no seu movimento. Em seguida, é
preciso saber que toda emoção excessiva provoca um desequilíbrio do Qi; a raiva faz subir o
Qi, a alegria “destensiona” (relaxa) o Qi, a tristeza dissipa o Qi, o medo descende o Qi, o
pavor provoca uma desordem do Qi, o excesso de preocupação amarra o Qi, o Qi mobiliza o
Sangue (Xue). Se o movimento do Qi é perturbado, o Sangue (Xue) também será. Por
exemplo, fazendo o Qi subir, a raiva pode fazer o Sangue (Xue) subir e provocar um
extravasamento e uma hemorragia no alto (epistaxe, hematêmese principalmente). Amarrando
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Qi, o excesso de preocupação provoca uma estagnação de Sangue (Xue), etc. (SIONNEAU,
pag. 291, 292, 293 e 294 - Livro 1, 2014).

7 ACUPONTOS DO MÉTODO DE TRÊS AGULHAS NO ÊXTASE DE SANGUE


(Xue).

7.1 F3 (Taichong) - Ponto de Aplicação mais alto.


Localização Na depressão entre as articulações proximais e o ângulo proximal entre
os ossos metatarsais I e II.

Como encontrar: Palpar a partir da prega interdigital entre o hálux e o segundo dedo
do pé em direção proximal, passando sobre o plano das articulações proximais no sulco entre
os ossos metatarsais I e II, até o lugar mais profundo e mais largo do sulco, onde está situado
F3 (Taichong), que muitas vezes é sensível à pressão. Controle: continuando a palpação em
direção proximal, o sulco torna-se novamente mais raso e mais estreito.

Em posição semelhante está situado IG4 (Hegu), entre os ossos metatarsais I e II.

Punção; vertical ou levemente oblíqua, de 0,5 a 1,5 cun

Efeitos / indicações mais importantes.

Distribui o Qi do Fígado (Gan), age na cabeça, abre os olhos, nutre o Sangue (Xue) e
o Yin do Fígado (Gan), calma os espasmos, alivia as dores, regula a menstruação e o Triplo
Aquecedor inferior: na “estagnação do Qi do Fígado (Gan)” com sensações de tensão e dores
nas diversas regiões do corpo (cabeça, olhos, pescoço, tórax, Coração trato gastrintestinal,
trato urogenital), Distúrbios psicovegetativos, espasmos e tensões musculares.
Elimina o Vento interno, acalma o Yang do Fígado (Gan): por exemplo,dores na
cabeça,tontura, epilepsia. (MACIOCIA, 2007).

Particularidades do Ponto Yuan, ponto corrente shu, ponto terra, ponto estrela do céu
segundo Ma Dan Yang (foi acrescentado mais tarde por Xu Feng). Ponto principal para a
movimentação do Qi do Fígado (Gan). (MACIOCIA, 2007).

7.2 VB34 (Yanglingquan) Fonte da Colina Yang.


27

Localização Na depressão anterior abaixo da cabeçada fíbula entre os músculos


fibular longo/extensor longo dos dedos dos pé.

Como encontrar A melhor maneira de localizá-lo é com o joelho flexionado (com um


rolo embaixo dele).Palpar a cabeça da fíbula na “região da costura lateral da calça” e envolve-
la com os dedos indicador e médio em pinçamento. Deslizar com ambos os dedos a partir
desse local, em direção distal. O dedo situado mais medialmente desliza então numa
depressão diretamente anterior abaixo da cabeça da fíbula VB 34 ( Yanglingquan).

Punção Vertical 1 a1,5 cun. Cuidado: nervo fibular profundo ao fundo, o caso de
variantes também nervo fibular comum.

Efeitos/indicações mais importantes:

Beneficia os tendões e as articulações: distúrbios funcionais de músculos e tendões


sobretudo da extremidade inferior.

Torna permeável o Canal de energia: problemas ao longo do trajeto do Canal de


energia (Qi).

Filtra o Calor e a umidade no Fígado (Gan) e na Vesícula Biliar (Dan): doenças do


Fígado (Gan) e da Vesícula Biliar (Dan).
Distúrbio do Qi do Fígado (Gan): estagnação da energia do Qi do Fígado (Gan) em
diferentes sistemas de Órgãos(Zang).
Particularidades Ponto mar e ponto terra, ponto influente Hui (ponto-mestre) dos
tendões (coordenação/movimento), ponto estrela do céu segundo Ma Dan Yang. Ponto
principal em casos de doenças dos tendões e na musculatura. (MACIOCIA, 2007).

7.3 Vaso Concepção VC 17 (Danzhong) – Centro Aberto.

Localização: Na linha mediana anterior,na altura do espaço intercostal IV.

Como encontrar rapidamente, sobretudo nos homens: localizar VC-17 (Danzhong)


aproximadamente sobre o meio dos externo, entre as duas papilas mamárias. Para orientação
exata na região intercostal (2,5), palpar primeiro, no externo, a sincondrose manúbrio
external, em geral como estrutura óssea que segue nitidamente na transversal. A inserção da
cartilagem costal da costela II esta situada lateralmente. O EIC II encontra-se abaixo. Contar
desse ponto dois espaços intercostais em direção caudal, até o EIC IV. Localizar nessa altura
28

VC17 (Danzhong), sobre o esterno (0,5 cun lateral à linha mediana/papilamamária/ 1 cun
lateral à papila mamária/ 6 cun laterais à linha mediana/ linha medioaxilar/ 1 cun anterior a
VB22 (Yuanye).

Punção superficial subcutânea, de 0,5 a 1 cun em direção cranial, ou caudal ao longo da linha
mediana ou em direção às papilas mamarias. Cuidado: punção intracardiaca, pneumotórax
(eventualmente por má formação óssea no embrião).

Moxabustão:indicada sobretudo para tonificar do Qi, porém cuidado no caso de asmáticos.

Efeitos/indicações mais importantes

 Regula e beneficia o Qi,libera o tórax, diminui o Qi de contra fluxo do Pulmão (Fei) e do


Estômago (Wei): doença das vias respiratórias, neuralgia intercostal
 Beneficia as mamas: distúrbios de lactação, mastite.
 Particularidades ponto um da circulação-sexualidade (Xin Bao), ponto de cruzamento com os
Canais de energia do Baço-Pâncreas (Pi), do Rim (Shen),do Intestino Delgado (XiaoChang) e
do Triplo Aquecedor (SanJiao), ponto influente Hui (ponto mestre) do Qi, mar do Qi.
Importante ponto para tratamento de doenças respiratórias.

7.4 Canal do Fígado (Gan) , JueYin do Pé.

F-3 (Taichong) – Ponto Shu-Stream e Yuan-Source.

Localização: Na depressão distal da junção do 1º e 2º ossos metatársicos.

Indicações: Hemorragia uterina, hérnia, enurese retenção da urina, dor no aspecto anterior do
maléolo medial, opressão na região hipocondríaca desvio da boca, convulsão infantil,
epilepsia, dor-de-cabeça, vertigem, insônia.

Método: Insira agulha perpendicularmente 12,7mm. A Moxabustão é aplicável.

Vasculatura: A rede venosa dorsal do pé, a 1º artéria metatársica dorsal.

Inervação: O ramo do nervo peritoneal profundo. (MACIOCIA, 2007).)

7.5 Canal da Vesícula Biliar Shaoyang do Pé.

VB34 (Yanglingquan) – Ponto He-Mar;


29

Localização: Na depressão anterior e inferior da cabeça da fíbula.

Indicações: Hemiplegia, atrofia muscular, desequilíbrio motor, dormência e dor nas


extremidades inferiores, dor e inchaço no joelho, dor nas regiões hipocondríaca e dorsal,
gosto amargo na boca e vômito.

Método: Insira a agulha perpendicularmente 20,3-30,4mm. A Moxabustão é aplicável.

Vasculatura: A artéria e a veia lateral inferior do joelho.

Inervação: Exatamente onde o nervo peronial comum bifurca formando os nervos peroniais
superficial e profundo.

Observação: Este é um dos oito Pontos Influentes que dominam os tendões. (MACIOCIA,
p.254, 2007)

7.6 Canal Vaso Concepção.

VC17 (Shanzhong) – Ponto Um Frontal do Pericárdio.

Localização: Na linha do esterno, entre os mamilos, no nível do 4º espaço intercostal.

Indicações: Asma, soluço, dor no tórax, Deficiência de lactação.

Método: Insira a agulha 7,6-12,7mm, horizontalmente ao longo da pele. A Moxabustão é


aplicável.

Vasculatura: Os ramos perfurantes da artéria e da veia mamária interna.

Inervação: O ramo cutâneo anterior do 4º nervo intercostal.

Observação: Este é um dos oito pontos influente que dominam o Qi. (MACIOCIA, p. 287 e
287, 2007).

Canal do Fígado (Gan) – JUEYIN DO PÉ.

Canal Primários do Fígado (Gan);

 Origina-se no aspecto lateral do dorso do dedo grande do pé em F1 (Dadun) e segue ao longo


do pé F4 (Zhongfeng), 1 cun a frente do maléolo medial.
30

 Sobe ao longo do aspecto medial da parte inferior da perna, cruzando o Canal do Baço (Pi)
em BA6 (Sanyinjiao) e continua a subir à frente do Canal do Baço(Pi) até uma área 8 cun
acima do maléolo medial, onde cruza e continua atrás do Canal do Baço (Pi) até o joelho e o
aspecto medial da coxa.
 Continua até a região pública através de BA12 (Chongmen) e BA13 (Fushe), onde circunda
os Órgãos genitais, subindo em seguida e penetrando na parte inferior do abdome, onde cruza
com o vaso da concepção em VC2 (Qugu),VC-3 (Zhongji) e VC4 (GuanYuan).
 Continua subindo e circunda o Estômago (Wei)antes de penetrar no Fígado(Gan),
conectando-se com a Vesícula Biliar (Dan).
 Cruza o diafragma e se espalha na região costal e na região do hipocôndrio.
 Sobe ao longo do pescoço e do aspecto posterior da garganta até a nasofaringe para se ligar
aos tecidos que circundam o olho (o “sistema do olho”).
 Sobe através da fronte ate o vértice onde cruza com o Vaso Governador (Du Mai) em VG-20
(Baihui).

Um Ramo: Desce do sistema do olho através da bochecha e circunda a superfície interna dos
lábios.

Outro Ramo:Separa-se do Fígado (Gan), cruza o diafragma e se espalha no Pulmão (Fei),


encontrando-se com PC1 (Tianchi).

O Canal Primários do Fígado (Gan) se conecta com os seguintes Órgãos e Vísceras(Zang Fu):
Fígado (Gan), Vesícula Biliar (Dan), Pulmão (Fei),Estômago (Wei).
O Canal Primário do Fígado (Gan) se encontra com outros Canais nos seguintes pontos: BA6
(Sanyinjiao), BA12 (Chongmen), BA13 (Fushe), VC2 (Qugu), VC3 (Zhongji),VC4
(GuanYuan), PC1 (Tianchi), VG-20 (Baihui). (MACIOCIA, 2007).

Canal Luo de Conexão do Fígado (Gan): Separa-se do Canal Primário em F5 (Ligou) no


aspecto medial da parte inferior da perna.

Conecta-se com o Canal da Vesícula Biliar (Dan). Sobe até os Órgãos genitais.

Canal Divergente do Fígado (Gan):Separa-se do Canal Primário no dorso do pé.Sobe até a


região púbica onde converge com o Canal Primário da Vesícula Biliar (Dan).

Canal Tendinoso do Fígado (Gan).Origina-se no dorso do dedo do grande do pé e sobe para


se prender no aspecto anterior do maléolo medial.
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Prossegue ao longo do aspecto medial da tíbiapara se prender no côndilo medial.

Continua subindo ao longo do aspecto medial da coxa até os órgãos genitais onde se conecta
com outros Canais Tendinosos.

Sintomas patológicos do Canal Tendinoso do Fígado (Gan).Entorse do dedo grande do pé, dor
à frente do maléolo medial, dor no aspecto medial do joelho, espasmos e dor no aspecto
medial da coxa, disfunção dos órgãos genitais (com lesão interna há incapacidade de ter uma
ereção, com lesão por Frio, há retração dos órgãos genitais, com lesão por Calor, há ereção
persistente). (MACIOCIA, 2007).

O Canal do Fígado (JueYin) do pé está associado do ponto de vista interior-exterior ao Canal


da Vesícula Biliar (Dan) e é acoplado com o Canal do Pericárdio (JueYin) da mão, de acordo
com a teoria dos seis Canais. A relação Fígado (Gan) - Vesícula Biliar (Dan) é fortalecida
ainda mais pelos seguintes fatos:

 O Canal primário do Fígado (Gan) conecta-se com (Fu) Vesícula Biliar (Dan).
 O Canal Luo de conexão do Fígado (Gan) e o Canal divergente do Fígado (Gan) conectam-se
com o Canal da Vesícula Biliar (Dan).
Também é interessante notar que:
 Os Canais Primários, l de conexão e tendinosos do Fígado (Gan) vão até os Órgãos
genitais,enquanto o Canal divergente sobe até a região púbica.
 O Canal Primário do Fígado (Gan) penetra na parte inferior do abdome.
 O Canal Primário do Fígado (Gan) circunda o Estômago (Wei).
 O Canal Primário do Fígado (Gan) se espalha no Pulmão (Fei).
 O Canal Primário do Fígado (Gan) sobe um pouco atrás da garganta.
 O Canal Primário do Fígado(Gan) passa através da nasofaringe.
 O Canal Primário do Fígado(Gan) se une com o sistema do olho (os tecidos ao redor do olho).
 O Canal Primário do Fígado (Gan) sobe até o vértice e cruza com o Vaso Governador (Du
Mai) em VG-20 (Baihui), o ponto mais alto alcançado por qualquer Canal Yin. (MACIOCIA,
2007).

O Fígado (Gan) tem cinco funções principais:

 Armazenar o Sangue(Xue).
 Dispersar (Manter o livre fluxo do Qi).
 Dominar os tendões.
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 Abrir-se nos olhos.


 Manifestar-se nas unhas.

Além disso:

 O Zang Fígado (Gan) pertence à fase madeira e corresponde ao Vento.


 O Fígado(Gan) governa a ascensão, e em desarmonia seu Qi pode, portanto, subir
excessivamente.
 O Fígado(Gan) está encarregado com o Fogo do MingMen que em desarmonia pode
facilmente subir como Calor patológico.
 A função do Fígado (Gan) de manter o livre fluxo ajuda o movimento do Qi do Pulmão (Fei)
e do Estômago (Wei) e a ascensão do Qi do Baço (Pi).
 A função do Fígado (Gan) de manter o livre fluxo ajuda a função de transformação do Qi da
Bexiga (Pangguang).
 O Fígado armazena a alma etérea (hum) e como Zang madeira, é a “mãe” do Coração (Xin).
 O Fígado (Gan) armazena o Sangue que flui para o Vaso de Concepção (Ren Mai) e para o
Vaso de Penetração para se tornar Sangue(Xue) menstrual, e seu Qi é responsável pelo fluxo
livre da menstruação. (MACIOCIA, 2007).
 O Fígado(Gan) está intimamente associado a emoções como raiva, irritabilidade, rebeldia,
frustração, ressentimento, depressão, chorosa e alteração de humor.

É em virtude dessas funções. Bem como pelos trajetos dos Canais discutidos anteriormente,
que muitas ações e indicações dos pontos do Canal do Fígado (Gan) ordem ser explicadas.
Essas ações e indicações podem ser colocadas da seguinte forma:

 Resolver a distenção e a dor decorrente de estagnação do Qi do Fígado na cabeça, região da


garganta, torax, Coração (Xin), Pulmão (Fei), Estômago (Wei), abdome, região costal lateral,
parte inferior do abdome, intestinos e órgãos genitais.
 Ajuda na descensão do Qi do Estômago (Wei) e do Pulmão (Fei) e a ascenção do Qi do Baço
(Pi).
 Pacificar o Vento interno e a ascenção do Yang que dão origem e a dor de cabeça, tontura,
epilepsia, espasmo, etc.
 Esfria o Fogo do Fígado (Gan) que afeta qualquer região do corpo.
 Beneficiar os olhos.
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 Tratar distúrbios caracterizados por dor e inchaço dos Órgãos genitais externos
(especialmente em homens), bem como a emissão seminal, distúrbios de ejaculação,
priapismo e impotência.
 Regular a menstruação e o ciclo menstrual.
 Tratar distúrbios Shan (uma ampla categoria que inclui hérnia, inchaço e dor genital e dor
intensa da parte inferior do abdome).
 Tratar distúrbios da micção como retenção urinária, disfunção urinária dolorosa,
incontinência, micção freqüente, etc.
 Tratar dor lombar.
 Tratar distúrbios psicoemocionais originados da Deficiência do Sangue do Fígado (Gan), da
estagnação do Qi do Fígado (Gan) ou do Fogo do Fígado (Gan), condições estas que podem
perturbar a alma etérea e o espírito (Qi). (MACIOCIA, 2007).

7.7Canal da Vesícula Biliar (Dan) – Shaoyang do Pé

Canal Primário da Vesícula Biliar (Dan);

 Começa próximo do canto externo do olho em VB1 (Tongziliao).


 Cruza com a porção anterior da orelha em VB2 (Tinghui) e, depois sobe até aborda superior
do arco zigomático em VB3 (Shangguan).
 Sobe até o canto da fronte em VB4 (HanYan) e desce pelos pontos VB5 (Xuanlu), VB6
(Xuanli) e VB7 (Qubin) até a região acima da orelha.
 Circunda por traz da orelha até o processo mastóide em VB12 (Wangu) passando por Jiao
Sun.
 Faz uma curva para cima através da lateral da cabeça até o canto da fronte em E8 (Touwei) e
desce até a região supraorbitária em VB14 (Yangbai).
 Sobe e circunda pela lateral da cabeça até VB20 (Fengchi), abaixo do occipício.
 Cruza pela parte superior do ombro por VB21 (Jianjing) e TA15 (Tianliao) para se encontrar
com a coluna em VG14 (Dazhui).
 Passa lateralmente por B11 (Dashu) até ID12 (Binfeng) e,depois anteriormente, penetrando na
fossa supra clavicular em E12 (Quepen).
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8 CONCLUSÃO
O Método de Três Agulhas vem se tornando cada vez mais popular em muitas partes
do planeta. Nos últimos 30 anos esse método de tratamento tem obtido grandes sucesso e com
isso uma grande quantidade de adeptos, variando de aplicação bilateral, unilateral ou uma
mescla na aplicação e seleção dos três pontos de Acupuntura.
Dr. Jin continua a realizar estudos, pesquisas clínicas, práticas, além de ser
orientador de pesquisas de Mestrados e Doutorado sobre diversas combinações do método.
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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARCALA, T. S. Apostila técnica em Acupuntura. Santa Catarina: Faculdade de Tecnologia


em Saúde (CIEPH), 2008.
CAMPIGLIA, Helena. Psique e medicina tradicional chinesa. São Paulo: Roca, 2004.
CARVALHO, Reginaldo Silva. Método de Três Agulhas, São Paulo: Ebramec, 2013.
GRANET, Marcel. O pensamento Chines. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
JACQUES, Lilian Moreira. As bases científicas da Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo:
Annablume, 2005.
JACQUES, Lilian Moreira. Categorias Epistemológicas e Bases Científicas da Medicina
Tradicional Chinesa. Mestrado em Ciências. COOPE/UFRJ. Rio de Janeiro, 2003.
LAO –TSÉ. Tao te ching. São Paulo: Martin Claret, 1991.
MACIOCIA, Giovanni. Diagnóstico na Medicina Chinesa - Um Guia Geral. 2 ed. São Paulo:
Rocca, 2010.
MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da Medicina Chinesa: um texto abrangente para
acupunturistas e fitoterapautas. São Paulo: Roca, 2007.
MANN, felix. Acupuntura – A antiga arte chinesa de curar. São Paulo: Hemus, 1982.
PALMEIRA, Guido. A Acupuntura no ocidente.Cad. Saúde Pública.v. 6, n. 2. Rio de Janeiro
Apr./June, 1990.
ROSS, Jeremy. Combinação dos pontos de Acupuntura: a chave para o êxito clínico. São
Paulo: Roca, 2003.
SAAD, Marcelo. A Medicina tradicional chinesa tem base científica?Revista Einstein: Educ
Contin Saúde. São Paulo. v. 6, n. 3, p. 122-6, 2008.
SIONNEAU, Phillippe. A Essência da Medicina Chinesa (Retorno às Origens – Livro 1). São
Paulo: Editora Brasileira de Medicina Chinesa, 2014
SCOGNAMILLO-SZABÓ, Márcia Valéria Rizzo; BECHARA, Gervásio Henrique.
Acupuntura Bases Cientifica e Aplicações.Ciência Rural. Santa Maria. v.31, n.6.
SUSSMANN, David J. O que é Acupuntura? Rio de Janeiro: Record, 1973.
WANG, Bing. Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo. São Paulo: Ícone,
2013.
WEN, Tom Sintan. Acupuntura Clássica Chinesa. São Paulo: Cultrix, 2006.

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