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ANEXO A – RELATÓRIO GEOTÉCNICO

1. Introdução

O presente estudo refere-se a uma faixa de terreno com forma aproximadamente rectangular
com cerca de 170m de comprimento e 20m de largura, correspondente à área de implantação
de passagem superior sobre a linha de caminho de ferro do Norte ao Pk 211+328.

Os estudos realizados nesta fase, tiveram como objectivo a caracterização das formações
geológicas ocorrentes, no sentido de definir as condições de fundação da obra de arte e as
condições de implantação da via. Nesta memória abordaremos apenas os aspectos relevantes
para a caracterização das condições de fundação da estrutura.

Nesta memória, descrevem-se os trabalhos realizados, faz-se a caracterização geológico-


geotécnica das formações ocorrentes e definem-se as condições de fundação da obra de arte.

Fazem parte desta memória, os boletins dos ensaios realizados e uma planta com a implantação
da obra de arte e respectivo perfil longitudinal à escala H=1/1000 e V=1/100, com a localização
dos trabalhos e o desenvolvimento em extensão e profundidade das unidades geológico-
geotécnicas ocorrentes.

2. Trabalhos realizados

O programa de prospecção geotécnica foi elaborado após o reconhecimento de superfície da


área de implantação da estrutura, tendo em consideração as características geológicas da região
e a informação geotécnica necessária ao desenvolvimento do projecto.

A campanha de prospecção foi definida em conjunto com a REFER e constou de 6 sondagens


mecânicas, com execução de ensaios SPT e recolha de amostras intactas e de 2 poços de
reconhecimento acompanhados da recolha de amostras remexidas e visou não só a

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caracterização das condições de fundação da obra de arte, mas também as condições de
implantação do traçado.

Neste capítulo, descrevem-se os trabalhos de prospecção e os ensaios realizados e


sistematizam-se os resultados obtidos.

Os boletins individuais relativos aos resultados dos trabalhos de prospecção e ensaios


laboratoriais, são apresentados em anexo e a sua localização encontra-se devidamente
assinalada nas peças desenhadas anexas à presente memória.

2.1. Poços de reconhecimento


Foram realizados dois poços de reconhecimento distribuídos por zonas de aterro ou de transição
aterro-escavação. Os poços foram abertos com uma retro-escavadora e permitiram observar e
caracterizar as unidades superficiais, nomeadamente definir a espessura do horizonte de terra
vegetal, a profundidade do nível freático e colher amostras remexidas representativas dos
materiais ocorrentes para posterior análise laboratorial. (Quadro 2.1).

Quadro 2.1 – Síntese das principais características dos poços de reconhecimento.

Localização Prof. atingida Nível de


Poço Traçado Terra vegetal (m) Litologia
(m) (m) água (m)

P1 Rest. 1 0+280 3.20 0.60 2.40 a

P2 Rest. 2 0+050 3.20 0.60 - (*) a

(*) – Verifica-se a existência de dois níveis de água a 1,1m e aos 2,8m.

2.2. Sondagens mecânicas


As sondagens mecânicas foram realizadas com o objectivo principal de caracterizar em
profundidade os locais de fundação da obra de arte e dos respectivos aterros de encontro,
tendo-se executado as 6 sondagens previstas inicialmente no programa de prospecção.

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As sondagens interceptaram formações terrosas e o avanço em profundidade fez-se através da
penetração destrutiva da trialeta ou/e de tubos de revestimento ou da utilização de um
carotador com parede dupla, junto dos níveis mais grosseiros, tipo cascalheira. Como fluído de
circulação utilizou-se água.

No decurso da furação, sempre que os materiais permitiram, foram executados ensaios de


penetração dinâmica tipo SPT, de acordo com os procedimentos normativos indicados no
“Report of the ISSMFE – Tecnhical Comité on Penetration Test of Soils-TC 16”. Os ensaios foram
executados sistematicamente espaçados de 1,5m entre si. No entanto, nos níveis grosseiros de
cascalheira, a execução do ensaio SPT para além de pouco adequado à caracterização dos
materiais devido à elevada dimensão dos blocos face à dimensão dos amostrador Terzaghi,
revelou-se de difícil execução, não se cumprindo a regra geral de 1,5m de espaçamento entre
ensaios.

Os ensaios SPT permitiram classificar os terrenos quanto à sua compacidade e consistência de


acordo com os critérios indicados no Quadro 2.2, e possibilitaram a recolha de amostras
representativas dos materiais ensaiados.

Quadro 2.2 – Classificação das areias relativamente à compacidade e das argilas


relativamente à sua consistência.

NSPT Compacidade

<5 Muito solta

5 – 10 Solta

10- 30 Média

30 – 50 Compacta

>50 Muito compacta

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NSPT Consistência

0-2 Muito mole

2-4 Mole

4-8 Média

8-15 Dura

15-30 Muito dura

>30 Rija

O critério de paragem definido estabelecia que as sondagens só se dariam por concluídas após
a obtenção de 3 negas consecutivas nos ensaios SPT, desde que as mesmas não fossem obtidas
em níveis de cascalheira. No entanto, dificuldades em perfurar e avançar no horizonte de
cascalheira, nomeadamente em revestir o furo após perfuração com o carotador e/ou trialeta,
não permitiram a satisfação do critério de paragem, em 2 das 6 sondagens realizadas (Quadro
3.3).

Quadro 2.3 – Síntese das principais características das sondagens mecânicas.

Coordenadas Nível Amostras


Sondagem Localização (Pk) Prof. (m) Litologia Ensaios SPT
(M/P) água (m) intactas

168 919.88 -
S1 (2006) 0+068 24.00 a /C3 16 3.30
359 722.54

168 916.03 -
S2 (2006) 0+100 22.50 a /C3 16 1.70
359 754.53

168 903.90 -
S3 (2006) 0+135 18.00 (*) a /C3 12 1.00
359 788.78

168 902.11 -
S4 (2006) 0+170 28.50 a /C3 17 1.10
359 824.73

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168 889.35
S5 (2006) 0+210 25.50 a /C3 15 (**) 9.50-10.10
359 860.21

168 884.44
S6 (2006) 0+235 15.00 (*) a 9 0.30 3.00-3.60
359 882.48

(*) – Critério de paragem não satisfeito

(**) –Não foi possível medir o nível de água

2.3. Ensaios laboratoriais


Com o objectivo de caracterizar os solos ocorrentes nos níveis superficiais as amostras,
remexidas e intactas foram submetidas a ensaios de identificação: análise granulométrica e
determinação dos limites de Atterberg e do teor de água natural.

O programa de ensaios incluiu ainda a execução de um ensaio edométrico e de um ensaio


triaxial, para caracterização das condições de consolidação e resistência das amostras intactas
relativas à unidade aluvionar. Nos Quadros 2.4 e 2.5 resumem-se os resultados obtidos.

As amostras ensaiadas dizem todas respeito à unidade aluvionar superficial designada por a 1 e
uma colhida na sondagem S5 aos 10.00-10.50m de profundidade representativa da unidade
aluvionar inferior, designada por a2.

Quadro 2.4 – Resumo dos resultados dos ensaios laboratoriais.

Granulometria Limites de Teor em


Classificação
Localização Prof. (percentagem passada) consistência água
Litologia
(Pk) (m) natural
LL / IP (%) AASHTO Unificada
# 10 # 40 # 200

10.00-
S5 (0+135) a2 91 70 44 19 / 13 45.9 (*) A-6 (4) SC
10.50

3.00-
S6 (0+170) a1 99 94 92 49 / 19 16.67 (**) A-7-6 (18) CL
3.50

Poço 1 1.00-
a1 85 69 85 25 / 20 17.2 A-4 (2) SC-SM
(Pk 0+280) 1.90

Poço 2 0.80-
a1 100 97 35 NP 18.8 A-2-4 (0) SM
(Pk 0+050) 2.50

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(*) – Valor estimado a partir do ensaio edométricol.

(**) - Valor médio dos provestes do ensaio triaxial.

Quadro 2.5 – Resumo dos resultados dos ensaios laboratoriais sobre amostras intactas.

Ensaio edométrico Ensaio triaxial


Localização
Prof. (m) Litologia γ Cv
c’
(Pk) e0 Cc Ø’ (º)
(kN/m2)
(kN/m2)
(cm2/s)

S5 9.50-10.10 a2 17.9 1.113 0.410 3.91*10-5 - -

S6 3.00-3.60 a1 20.8 (*) - - - 5.62 34.5

γ s – Peso específico das partículas; e0 – Índice de Vazios; Cc – Índice de compressibilidade; Cv – Coeficiente de


consolidação; c’ – Coesão efectiva; Ø’ – Ângulo de atrito efectivo. (*) – Valor médio

3. Caracterização geológica

3.1. Considerações iniciais


A área em estudo situa-se na unidade da Orla Mesocenozóica Ocidental do maciço Hespérico,
caracterizada pela abundância de formações sedimentares, nomeadamente calcários e grés com
idade Jurássica e Cretácica, recobertos frequentemente por materiais Terciários ou
Quaternários mal consolidados.

A linha do Norte, a Sul de Coimbra possui orientação W-E, desenvolvendo-se paralelamente ao


rio Mondego. Nesta zona e até à foz, o rio possui características meandriformes, ocupando uma
extensa zona abaixa perfeitamente plana, com o nível freático superficial e terrenos muito
férteis, facilmente inundáveis durante os períodos de maior pluviosidade.

A linha férrea bordeja o limite Sul da baixa do rio, desenvolvendo-se entre terrenos planos da
baixa aluvionar e os materiais Cretácicos aflorantes na base da encosta. Na zona da passagem
superior, o relevo mergulha suavemente para Norte, em direcção ao leito principal do Rio.

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3.2. Litologia
Do ponto de vista litológico no local da passagem superior ocorrem materiais gresosos,
referenciados na carta geológica de Portugal à escala 1:500 000, como Grés de Oiã (C3) do
Cretácico superior e depósitos aluvionares recentes (a) recobertos por um horizonte de terra
vegetal (Tv). Na Figura 3.1 apresenta-se um extracto da carta geológica de Portugal à escala
1:500 000, com a indicação da zona em estudo.

- Depósitos aluvionares; - Grés de Oiã

Figura 3.1 – Extracto da carta geológica de Portugal à escala 1:500 000.

Depósitos aluvionares (a):

Os depósitos aluvionares são constituídos maioritariamente por material fluvio-marinho


depositado nas actuais margens do rio Mondego durante o período Holocénico.

Apesar da sua origem marcadamente fluvial ou/e marítima, admite-se que alguma material
aluvionar tem também origem coluvionar, isto é, é constituído por material das encostas
limítrofes, que uma vez desagregado, por gravidade e sofrendo um transporte reduzido, se
acumulou na zona baixa. Neste caso, e face às características da unidade Cretácica sub-aflorante
na encosta, admite-se que o horizonte superior da unidade aluvionar (a1) silto-argiloso, com uma
fracção arenosa por vezes significativa e côr castanha amarelada, corresponda a material com
maior influência coluvionar.

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No local de implantação da passagem superior, a unidade aluvionar possui 15 a 17m de
espessura. Os resultados dos trabalhos de prospecção, sondagens geotécnicas, poços de
reconhecimento e ensaios laboratoriais, permitem diferenciar 4 horizontes lito-estratigráficos
com composição e características geotécnicas distintas:

a1 – Siltes arenosos ou areias argilosas, com níveis de calhaus e cascalho intercalados, com cor
castanha amarelada. Trata-se de solos dos grupos CL, SC e SM da classificação unificada ou dos
sub-grupos A-2-4 (0), A-4 (2), A-7-6 (18) da classificação AASHO para fins rodoviários. Este
horizonte superior desenvolve-se até aos 7.0-9.0m de profundidade.

a2 – Argila lodosa, com areias, com matéria orgânica abundante e restos vegetais parcialmente
carbonizados dispersos. Cinzenta escura a preta. Este nível possui maior expressividade junto da
sondagem S5, onde possui 3.0m de espessura e uma composição acentuadamente mais lodosa,
chegando a ser praticamente incipiente na zona envolvente da sondagem S3.

a3 – Areia média a grosseira, silto-argilosa, com níveis argilosos intercalados, cinzenta escura.
Este horizonte sucede em profundidade ao nível argilo-lodoso e possui 4.0m espessura máxima
junto da sondagem S6 e é praticamente incipiente junto das sondagens S3 e S5.

a4 – Base grosseira de cascalheira com areias grosseiras, seixos e calhaus rolados. Os dados
disponíveis e tendo em atenção que apenas duas sondagens reconheceram peremptoriamente
este horizonte de cascalheira, levam-nos admitir com algumas reservas, que a sua espessura
varia entre 2.0 e 6.0m.

Trata-se de depósitos com variações de fácies à escala centimétrica, muito variável quer em
extensão como em profundidade.

Grés de Oiã (C3):

A unidade aluvionar assenta sobre materiais sedimentares do Cretácico superior, designados na


carta geológica de Portugal à escala 1:500 000, por Grés de Oiã ou por arenitos e argilas de
Taveiro na carta geológica da Figueira da Foz, à escala 1:50 000 (folha 19-C). Trata-se de uma
formação constituída essencialmente por arenitos finos a grosseiros, conglomeráticos, argilas e
argilitos, em geral vermelhos-rosado que dão lugar a alternâncias muito frequentes,
caracterizadas por estruturas entrecruzadas.

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No local em estudo e de acordo com os resultados das sondagens geotécnicas diferenciam-se
dois horizontes:

C3a - Argila arenosa ou silte arenoso, avermelhado com raros laivos acinzentados, rija,
caracterizada por valores de NSPT entre 45 e 60 pancadas, tendencialmente mais elevados à
medida que a profundidade aumenta.

C3b - Areia média a fina, siltosa, avermelhada, muito compacta, caracterizada por valores de NSPT
superiores a 60 pancadas.

Estes dois horizontes alternam sucessivamente, definindo uma sequência errática, com
continuidade lateral desconhecida. No local do traçado os níveis mais finos (C 3a) são
aparentemente dominantes.

Os resultados dos ensaios SPT variam de acordo com a granulometria e


compacidade/consistência dos materiais, tendendo a ser mais elevados com o aumento da
profundidade e junto dos horizontes arenosos. Os resultados das duas sondagens que
satisfizeram os critérios de paragem definidos, indiciam que independentemente da sua
composição granulométrica a formação Cretácica a partir dos 22.0-25.0m apresenta-se muito
compacta, evidenciando de modo sistemático valores de NSPT superiores a 60 pancadas.

No Quadro 3.1 sistematizam-se as características dos horizontes definidos.

Quadro 3.1: Valores característicos de NSPT na unidade Cretácica (Grés de Oiã).

Litologia Descrição NSPT Compacidade/Consistência

Argila arenosa, avermelhada com


C3a 45-60 Rija
raros laivos acinzentados

Areia média a fina, siltosa,


C3b >60 Muito compacta
avermelhada

Os depósitos aluvionares encontram-se recobertos por um horizonte de terra vegetal (Tv) com
0.60m de espessura, argiloso, levemente arenoso, com matéria orgânica abundante e restos
vegetais dispersos, castanho escuro.

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Os depósitos de aterro (At) definem duas manchas, uma circunscrita ao alinhamento da linha
de caminho de ferro e outra associada à implantação das edificações locais e respectivos
acessos. Trata-se de materiais seleccionados, conduzidos a depósito de modo aparentemente
controlado. De acordo com o levantamento de superfície, a sua espessura máxima deverá
aproximar-se dos 2-3 m, no limite sul da área reconhecida.

Nas peças desenhadas anexas, apresenta-se uma planta com a localização das sondagens e um
perfil onde se representa o modelo geológico-geotecnico definido.

3.3. Hidrogeologia
A morfologia suave da região e o carácter acentuadamente arenoso das formações ocorrentes,
favorecem a infiltração das águas pluviais e o posicionamento superficial do nível freático. O
traçado situa-se sobre o leito de cheia do rio Mondego, pelo que será expectável que o nível
freático se situe sempre muito próximo da superfície.

O nível de água medido nos furos de sondagem, um dia após a sua conclusão, situa-se entre os
0.30 e 1.1m de profundidade. Nos poços o nível de água tem dificuldade em estabilizar, a água
circula preferencialmente pelos níveis grosseiros da unidade aluvionar superior (a1) situados
entre 1.1m e 2,4m de profundidade.

Do ponto de vista hidrogeológico admite-se que a água circula pelos espaços livres entre os
grãos definindo aquíferos por porosidade, cuja permeabilidade é controlada pela composição
granulométrica e pela compacidade da formação.

Assim, pode-se admitir que estamos perante formações aquíferas muito permeáveis (A 3 e A4),
com elevada capacidade de recarga, o que juntamente com a posição topográfica da região,
definem o contexto hidrogeológico local como muito produtivo e favorecem o posicionamento
do nível freático muito próximo da superfície.

3.4. Sismicidade
De acordo com os sismos históricos e instrumentais registados, segundo dados compilados pelo
Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica na carta de isossístas de intensidades máximas
(1986), as intensidades sísmicas máximas terão atingido o valor de VI na região da passagem
superior (Figura 2.2), de acordo com a escala de Mercalli modificada.

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Segundo o Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSAEEP),
a área em estudo situa-se na zona C, ou seja, de risco sísmico intermédio a reduzido, à qual se
atribui um valor de coeficiente de sismicidade, , de 0.5.

No mesmo regulamento, os terrenos são classificados em três tipos principais com vista à
determinação do coeficiente sísmico de referência 0.

No Quadro 3.2 apresenta-se a tipologia dos terrenos cartografados de acordo com o


regulamento acima referido.

Quadro 3.2 – Tipo de terrenos segundo a classificação do RSAEEP.

Tipo de Terreno

I II III
Unidade Geológica
Solos coerentes muito duros, duros Solos coerentes moles e
Rochas e solos
e de consistência média, solos muito moles, solos
coerentes rijos
compactos incoerentes soltos

Depósitos aluvionares (a) - O 

Grés de Oiã (C3) - O 

 - mais provável; O – menos provável.

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Figura 3.2 – Zonamento sísmico de Portugal continental e carta de isossístas de
intensidade máxima

4. Fundação da obra de arte

4.1. Considerações gerais

De acordo com o contexto geológico - geotécnico descrito nos capítulos anteriores, a área de
implantação da obra de arte caracteriza-se pela ocorrência de depósitos aluvionares muito
espessos assentes sobre terrenos do Cretácico superior designados por Grés de Oiã.

A unidade aluvionar possui 15-17m de máxima espessura e é constituída por uma sucessão de
níveis arenosos, com granulometria muito variada, medianamente compactos a muito
compactos, com um nível argilo-lodoso, medianamente consistente a duro intercalado e uma
base de cascalheira sistematicamente presente.

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A formação Cretácica inferior é constituída por uma sequência de areias médias a finas
alternantes com argilas arenosas. Os resultados dos ensaios SPT situam-se invariavelmente
acima das 45 pancadas, obtendo-se valores de nega (NSPT > 60 pancadas) de modo sistemático
a partir dos 22.0-25.0m.

O nível de água situa-se muito próximo da superfície, e a morfologia local, juntamente com a
elevada permeabilidade das formações ocorrentes, leva-nos admitir um contexto
hidrogeológico muito produtivo.

4.2. Condições de fundação


Na sequência do contexto geológico - geotécnico reconhecido, os elementos de fundação da
obra de arte, deverão mobilizar sempre a formação Cretácica de base, uma vez que nenhum dos
níveis da unidade aluvionar possui características geotécnicas adequadas ao assento das
fundações.

Assim, preconiza-se a execução de fundações profundas, tipo estacas, que deverão ficar
cravadas no horizonte inferior da unidade Cretácica, caracterizado por valores de NSPT superiores
a 60 pancadas, situado entre os 22.0 e 25.0m de profundidade. Admitindo-se que as estacas
devem ficar cravadas neste horizonte pelos menos numa profundidade igual a 3 vezes o seu
diâmetro, estima-se que a sua profundidade possa variar entre os 25 e 28m.

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