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ÍNDICE

MANUAL DO CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS


EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS Apresentação 3
Teorias das Relações Humanas 4
T.T.I.
As pessoas e suas necessidades 5
Sociabilidade e associabilidade 6
Processo grupal 7
Estresse e conflito 14
NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA
O poder da comunicação 15
Ética: conceitos e história 19
Ética e Direito 21
Ética do Corretor 22
Bibliografia 28

1 2
APRESENTAÇÃO O artigo 722 do novo Código dispõe que "pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não
ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação
São objetivos deste conteúdo, integrante da grade mínima de competências a serem de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as
adquiridas pelos estudantes do curso profissionalizante de Formação de Técnicos em instruções recebidas".
Transações Imobiliárias estabelecida pela Resolução Cofeci n° 717/2001:
O corretor tem a função de aproximar pessoas que pretendem contratar, e deverá
• Introduzir e contextualizar o aspirante à carreira de Corretor de aconselhar a conclusão do negócio, informando as condições de sua celebração, a fim
Imóveis/Técnico em Transações Imobiliárias nos fundamentos ético- de conciliar os interesses visando melhor elucidação, o professor Marco Aurélio Viana
filosóficos. ressalta que "o corretor desenvolve um trabalho de intermediação, pondo o outro
contratante em contato com pessoas que se interessam em celebrar algum contrato".
• Oferecer fundamentação teórico-prática sobre a função do conhecimento no
contexto pessoal, profissional e social. O artigo 723 estabeleceu que o corretor “é obrigado a executar a mediação com a
diligência e prudência que o negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente,
• Desenvolver senso crítico indispensável ao exercício da cidadania. todas as informações sobre o andamento dos negócios; deve, ainda, sob pena de
responder por perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que
estiverem ao seu alcance, acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de
O profissional em transações imobiliárias desenvolve atividades que a todo o momento valores e do mais que possa influir nos resultados da incumbência".
exigem maiores habilidades e capacidade intelectual, sendo-lhe necessário, portanto,
comportamento dinâmico e sensibilidade para adaptar-se às mais variadas situações. Este dispositivo do Código Civil não foi bastante para o legislador se convencer de que,
deste modo, estaria assegurada a tranquilidade do cliente. Em consequência, a 19 de
Ao apresentar o imóvel ao cliente, que é uma criatura ética, social, política, econômica e maio de 2010 foi promulgada a Lei n° 12.236, ampliando a responsabilidade dos
psicológica, é imprescindível que ele detenha completo domínio do assunto e do corretores nas transações imobiliárias. Onde se lia "O corretor é obrigado a executar a
objetivo que pretende atingir — a comercialização, processo no qual tem assegurada, mediação com a diligência e prudência que o negócio requer", o complemento "que o
por força da legislação, não só a participação, como e principalmente a exclusividade negócio requer" foi suprimido. Além disto, em “deve, ainda, sob pena de responder por
para a venda e a locação¹. É importantíssimo ainda frisar que o Corretor Imobiliário é perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu
possuidor do título de "Técnico em Transações Imobiliárias", o qual deve ser obtido em alcance, acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e do mais
curso especializado. que possa influir nos resultados da incumbência", foi eliminada a complementação "que
estiverem ao seu alcance".
O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003,
prestigiou ainda mais o Corretor ao exigir, nas transações imobiliárias, a lavratura, de Com essas modificações, a legislação ficou mais severa para o Corretor, que já não
forma clara e objetiva, de um contrato contendo os pontos mais marcantes da transação poderá argumentar, por exemplo, que determinada informação sobre o negócio não
a ser feita entre o proprietário do imóvel e o Corretor, fixando honorários e autorizando o estava ao seu alcance, e efetivamente responderá, em qualquer instância, por qualquer
recebimento de valores iniciais, honorários e demais valores autorizados, como coisa que não houver sido informada ao cliente, podendo ser processado por perdas e
anúncios e outras despesas contratuais.² danos.

Deve-se salientar, a propósito, que o Código Civil de 1916, que vigorou até o início de O sucesso na atividade de Corretor Imobiliário depende, primordialmente, de excelente
2003, nada dispôs em seus 1807 artigos sobre o contrato de mediação ou, como é relacionamento com todas as pessoas de seu círculo de atuação, cujas opiniões têm de
também denominado, contrato de corretagem. O Código Comercial³ de 1850 foi o respeitar acima das suas próprias opiniões. Isto requer muita compreensão dos seres
primeiro diploma legal a tratar da corretagem, porém em nenhum momento disciplinou humanos, de seus grupos, e da comunidade na qual desenvolve o seu trabalho.
sobre o contrato, limitando-se a regulamentar, em caráter geral, a profissão dos mais
diversos corretores, abordando em seus artigos 36 a 67, seus direitos e suas TEORIAS DAS RELAÇÕES HUMANAS
obrigações. Uma lacuna legal fora deixada pelo Código Comercial e pelo Código Civil
de 1916 quanto ao Contrato de Corretagem, a qual somente foi sanada pelo novo As Relações Humanas têm como objetivo estudar e compreender o relacionamento
Código Civil promulgado pela Lei 10.406. individual e dos grupos sociais, dentro da sociedade. A sua compreensão e adoção, na
prática de um comportamento baseado em orientações científicas, fazem com que os
indivíduos, grupos ou empresas se sobressaiam de forma mais eficaz no processo de
relacionamento.5
4
A redação anterior dava margem à interpretação de que o corretor só prestaria as informações do negócio se
¹ Lei Nº 6.530 de 12 de maio de 1978 e decreto Nº 81.871 de 29 de junho de 1978. V. site do Sindimoveis Est. RJ fosse solicitado, podendo omitir as que não fossem questionadas, sem responder por danos. Agora, a nova
² ANTUNES JUNIOR, Antonio Carlos. Contrato de corretagem no novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano redação do artigo 723 diz claramente que o corretor está obrigado a levantar e repassar todas as informações da
8, n. 64, 1 abr. 2003. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/3901. Acesso em: 9 jan. 2011. transação para as partes envolvidas no negócio, sob pena de responder pelos danos causados.
5
³ Lei Nº 556, de 25 de junho de 1850. CAPRI – “Psicologia das Relações Humanas” – Niterói, s.d. pág. 6

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A Teoria das Relações Humanas é basicamente produto de um movimento de reação e procura gradativamente maiores satisfações e estabelece metas crescentemente
de oposição à Teoria Clássica da Administração, idealizada pelo engenheiro de minas sofisticadas. A necessidade de autorrealização é a síntese de todas as outras
francês Henri Fayol que, nas décadas de 20 e 30 do século passado, tornou-se um dos necessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de estar em
teóricos clássicos da Ciência da Administração, principalmente através do livro contínuo autodesenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
“Administration Industrielle et Générale Prévoyance - Organisation - Commandement,
Coordination – Contrôle”. A Teoria das Relações Humanas desencadeou estudos sobre o moral e a atitude,
acentuando que o moral é um conceito abstrato, intangível, porém perfeitamente
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência perceptível. Trata-se de uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental
imediata das conclusões da experiência de Elton Mayo em Hawthorne. Uma das provocada pela satisfação ou não satisfação das necessidades dos indivíduos.
contribuições desta teoria foi o desenvolvimento da abordagem Gestão Administrativa
ou processo administrativo, que mencionou pela primeira vez em administração como
disciplina e profissão. Outra de suas contribuições foi a identificação das quatro funções Sociabilidade e associalidade6
da Administração: Planejar, Organizar, Controlar, e Coordenar.
Conviver é “viver com”. Consiste em partilhar a vida, as atividades com os outros. Em
Em contraposição às teorias de Fayol, nos Estados Unidos Elton Mayo realizou de 1927 todo grupo humano existe a necessidade de conviver, de estar em relação com outros
a 1932, um trabalho entre os 40 mil empregados da Western Electric, que ficou indivíduos. Além disso, a convivência é também formativa, pois ajuda no processo de
conhecido como “Experiência de Hawthorne”, com o objetivo de detectar a maneira pela reflexão, interiorização pessoal e auto-regulação do indivíduo.
qual fatores ambientais - como a iluminação do ambiente de trabalho - influenciavam a
produtividade dos trabalhadores. Esta experiência logo se estendeu ao estudo da O homem começa a ser pessoa quando é capaz de relacionar-se com os outros,
fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal e do efeito das condições quando se torna capaz de dar e receber e deixa o egocentrismo dar lugar ao
físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados. Os pesquisadores alterocentrismo. A capacidade de estabelecer numerosas pontes de relacionamento
americanos constataram, principalmente, que variáveis de natureza psicológica interpessoal é considerada pelos estudiosos do comportamento como um dos
interferiam nos resultados da experiência e possibilitou aos funcionários mostrar suas principais sinais de maturidade psíquica.
angustias mais frequentes.
Pelo fato de vivermos em sociedade, oferecemos aos outros uma imagem de nós
As pessoas e suas necessidades mesmos, assim como formamos conceito sobre cada uma das pessoas que
conhecemos, ou seja, cada um de nós tem um conceito das pessoas que conhece e
Os estudos evoluíram para o delineamento dos princípios básicos da Escola das cada uma delas tem um conceito de nós. Assim como depositamos em cada pessoa
Relações Humanas, que introduziu uma nova linguagem no repertório administrativo, conhecida um capital de estima maior ou menor, temos com ela também a nossa cota,
passando-se a falar em motivação, liderança, comunicação, organização informal, de acordo com o nosso desempenho pessoal e social.
dinâmica de grupo etc.
De acordo com Fritzen (1998), a sociabilidade e a associalidade são as duas formas
A felicidade humana passou a ser vista sob um ângulo completamente diferente: o básicas de estabelecer relação com o meio. Não se imagine que associabilidade seja o
“homo economicus” cedeu lugar ao homem social. A ênfase nas tarefas e na estrutura oposto de sociabilidade7.
foi substituída pela ênfase nas pessoas.
Sociabilidade quer dizer “característica do que é sociável” e “prazer de levar vida em
A experiência de Elton Mayo demonstrou que o pagamento, ou recompensa salarial, comum, inclinação a viver em companhia de outros; socialidade”; já Associabilidade é
não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador, e que o homem é muito “qualidade, condição ou estado do que é ou de quem é associável”, e o adjetivo
motivado por recompensas sociais simbólicas e não-materiais, que atendam associável significa “passível de ser associado”.
principalmente às seguintes necessidades:
A sociabilidade faz parte da natureza humana: é a necessidade de comunicação ativa e
a) Fisiológicas – necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a passiva que se manifesta no indivíduo desde o seu nascimento. A sociabilidade vai
sobrevivência do indivíduo, que exigem satisfação periódica e cíclica. As principais depender das circunstâncias, do ambiente, no nível de participação da pessoa em nível
necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação social.
sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos.
Existem pessoas mais abertas e extrovertidas, que comunicam com facilidade suas
b) Psicológicas – necessidades exclusivas do homem, aprendidas e adquiridas no impressões e estão sempre dispostas a receber as mensagens dos outros. São as
decorrer da vida e que representam um padrão mais elevado e complexo. Raramente pessoas que consideramos comunicativas e sociáveis.
são satisfeitas em sua plenitude.

c) Autorrealização – Produto da educação e da cultura, as quais, como as 6


Baseado em Apostila-Relacões-Interpessoais-e-Etica-Profissional - www.scribd.com/.../
necessidades psicológicas, raramente são satisfeitas em sua plenitude, pois o homem 7
O oposto de sociabilidade é insociabilidade, assim como o oposto de sociável é insociável.

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Outras pessoas são mais tímidas e introvertidas, propensas a reações de fechamento e A dinâmica dos grupos8
de reserva, que sentem dificuldades na comunicação e podem mostrar-se inseguros
até mesmo diante de suas próprias possibilidades. Há pessoas mais seletivas, que O grupo se caracteriza pela reunião de um número variável de pessoas com um
sentem dificuldade de extrapolar o círculo familiar, restringindo suas relações a pessoas determinado objetivo, compartilhado pelos seus membros, que podem desempenhar
próximas e em número reduzido; assim como existem pessoas que manifestam diferentes papéis para a execução desse objetivo.
características de dominação, que gostam de impor sua vontade aos demais.
No campo teórico pode-se definir o grupo como um todo dinâmico, o que significa que
Enfim, os estilos e formas de sociabilidade variam muito e também dependem das ele é mais que a soma de seus membros, e que a mudança no estado de qualquer
situações, sendo necessário, para a boa relação interpessoal, certa disposição de subparte modifica o grupo como um todo.
ânimo e interesse pelo outro: ver e ser visto, escutar e ser escutado, compreender e ser
compreendido. Em nossa sociedade, as pessoas vivem em campos institucionalizados e, em alguns
casos, a institucionalização nos obriga a conviver com pessoas que não escolhemos.
Essa forma de convívio que independe de nossa escolha é chamada de solidariedade
Processo grupal mecânica, e o convívio escolhido é chamado de solidariedade orgânica.

Um grupo é composto de pessoas, mas não equivale à soma dos indivíduos, possuindo Quando um grupo se estabelece, os fenômenos grupais passam a atuar sobre as
uma realidade distinta e características peculiares. Neste são produzidos vários pessoas individualmente e sobre o grupo, ao que chamamos de processo grupal.
fenômenos psicossociais a partir de ações que os favorecem.
A fidelidade de seus membros, o grau de aderência às regras de manutenção do grupo,
Participar de um grupo não significa ter as mesmas idéias, mas participar de uma é chamada de coesão grupal. Grupos com baixo grau de coesão tendem a se dissolver.
construção conjunta, consensual, pressupondo a necessidade de abertura às idéias
alheias e capacidade de aceitação. Os motivos individuais são importantes para a adesão ao grupo, mas as diferenças
individuais serão admitidas desde que não interfiram nos objetivos centrais do grupo ou
Todo indivíduo chega a um grupo com necessidades interpessoais específicas e suas características básicas.
identificadas, não consentindo em integrar-se até que certas necessidades
fundamentais são satisfeitas pelo grupo. Os objetivos do grupo irão sempre prevalecer aos motivos individuais e, quanto mais o
grupo precisar garantir sua coesão, mais ele impedirá manifestações individuais que
Três necessidades interpessoais são consideradas básicas para esse processo de não estejam de acordo com seus objetivos. Para Minicucci, o aprendizado do trabalho
integração: necessidade de inclusão, de controle e de afeição. social de grupo é a primeira meta do trabalho grupal. O indivíduo tem de experimentar,
errar, aprender, até que se comporte adequadamente e, para atingir esse
A necessidade de inclusão define-se pela ansiedade experimentada pelo membro novo desenvolvimento, conta com a colaboração dos outros.
de um grupo quanto a se sentir aceito, integrado, valorizado por aqueles aos quais se
junta. Esta é uma fase importante para estabelecer confiança e sentimento de Tipos de grupos
“pertencer”, resultando em aumento da estima e confiança pessoal.
Alguns tipos de grupos podem ser caracterizados, de acordo com os objetivos de seus
Uma vez satisfeita esta necessidade de inclusão, a atenção do indivíduo se dirige para a membros:
influência e o controle, consistindo na definição, pelo próprio indivíduo, de suas
responsabilidades no grupo e também as de cada um dos que o formam, ou seja, sentir- Grupo de Treinamento
se responsável por aquilo que constitui o grupo, suas estruturas, suas atividades, seus - ênfase no aprimoramento das habilidades
objetivos, crescimento e progresso. - assunto de discussão não definido
- é um processo de desenvolvimento
Satisfeitas as primeiras necessidades de inclusão e controle, o indivíduo confronta-se - visa à aprendizagem
com as necessidades emocionais de afeição, que consiste em obter provas de ser
valorizado, estimado e respeitado pelo grupo, não apenas pelo que tem a oferecer, mas De maneira geral, um grupo de treinamento ou desenvolvimento visa auxiliar seus
pelo que é, como ser humano. participantes a imprimir mudanças construtivas em seu “eu” social, através da análise
das experiências presentes e imediatas.

Grupo de Terapia
- ênfase no trabalho interior

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MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de Grupo – Teorias e Sistemas, e BOCK, Ana Maria et alii.- Psicologias.

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- membros com problemas de comportamento social, aptidão que os leve a se integrarem e capacidade de desenvolver
- razões íntimas que analisam por que a pessoa age de certa maneira comportamentos de lealdade para com seus companheiros de equipe.
- análise da razão de os problemas íntimos tolherem a atuação do indivíduo em
grupo. Podemos também dizer que um grupo de trabalho é a união de duas ou mais pessoas
que interagem umas com as outras e dividem algumas tarefas, visando objetivos
O grupo de terapia trabalha com indivíduos com problemas de ajustamento, levando-os interrelacionados. O conceito de papel subentende que nem todas as pessoas em um
a descobrir seu “eu” íntimo e trabalhando com aqueles problemas que inibem o grupo têm a mesma função ou propósito; seus encargos e responsabilidades são
comportamento normal do indivíduo em grupo. diferentes.
Grupo de Aprendizagem Os papéis começam a ser delineados no grupo com a distribuição de tarefas e a
– motivado pela necessidade de aprender com os demais, de partilhar com os assunção de papéis informais. Os papéis acentuam-se principalmente quando o
outros nossas ideias, sentimentos, de conseguir melhor entrosamento com as pessoas indivíduo não é aceito pelo grupo, e utiliza mecanismo de regressão (agressivo,
e com o mundo que nos rodeia. Objetivo = superação individual. Ex: grupos de estudo, colaborador, mimado, chorão, resmungão, retardado, sonolento). À medida que esses
grupos de análise etc. papéis forem se diluindo com a interação, a atividade se dirigirá cada vez mais para a
tarefa.
Grupo de ação
– nasce da necessidade de colaboração com os outros nas decisões e no Quando se verifica a aceitação incondicional, recíproca e individual pelo líder, o grupo
planejamento de certos tipos de trabalho que não podem ser executados começa a integrar-se e aparecem os chamados papéis sociais (reforçador, mediador,
individualmente. Objetivo = produtividade coletiva. Ex: grupos de mutirão, campanhas informador, opinativo). O líder, oportunamente, exercerá cada um desses papéis e dará
humanitárias etc.
oportunidade para que cada um possa também desempenhá-los, estabelecendo um
De modo geral, os indivíduos entram em determinado grupo para satisfazer a duas
clima de grupo cooperativo e solidário.
classes básicas de necessidade: de aprender e de atuar com os outros. Embora haja
predominância de uma ou outra necessidade, não é possível falar em grupos puros,
seja de aprendizagem, seja de ação. Quaisquer que sejam os objetivos do grupo, ele não deve ser considerado um
organismo fechado em si, pois está inserido em um contexto social com o qual mantém
Grupo Operativo ligações. O grupo nunca pode esquecer a comunidade à qual está ligado, pois ela
Pichon-Rivière desenvolveu uma abordagem de trabalho em grupo condiciona seu funcionamento e traça parte de suas características.
denominada “grupos operativos”. Esse tipo de grupo caracteriza-se por estar centrado
de forma explícita em uma tarefa específica. O grupo operativo configura-se como um Existe uma crença sobre o desempenho de o grupo ser superior ao individual em muitas
modo de intervenção, organização e resolução de problemas grupais. A técnica tarefas, crença essa baseada na noção de que algo surge da interação entre as
operatória (operativa) nasce, assim, para instrumentar a ação grupal e caracteriza-se pessoas, possibilitando que o grupo seja melhor do que a soma de seus membros.
por estar centralizada na tarefa. O conjunto de integrantes do grupo aborda as
dificuldades que se apresentam em cada momento da tarefa, logrando situações de Crescimento do grupo
esclarecimento. Sejam quais forem os objetivos propostos aos grupos (diagnóstico
institucional, aprendizagem, planificação, criação, etc.), a finalidade é que seus O desenvolvimento de um grupo de tarefa passa por fases em sua meta de integração,
integrantes aprendam a pensar em uma co-participação do objeto do conhecimento, que acontece quando se constitui num todo (gestalt) na união de seus elementos.
entendendo que pensamento e conhecimento não são fatos individuais, mas produções
sociais Há três fases a serem consideradas:

Grupo de Trabalho ou de Tarefa 1. Individualista – no início os elementos do grupo tendem a se auto-afirmar


- ênfase na tarefa como indivíduos, como decorrência da necessidade de aceitação. Quando as pessoas
- visa à solução de problemas se conhecem melhor, passam a aceitar-se reciprocamente.
- preocupa-se com a execução 2. Identificação – nesta etapa o grupo começa a fragmentar-se em subgrupos,
- tem objetivos e metas finais definidos. Um grupo de treinamento visa mudar que surgem essencialmente nos momentos de decisão, reunindo pessoas que
as maneiras de agir, os processos, a prática de seus membros, nunca realizar uma compartilham idéias, apreensões, etc.
tarefa predeterminada, com objetivos estabelecidos e com a perspectiva de uma 3. Integração – quando os indivíduos se sentirem aceitos e tiverem certeza de
execução. que suas decisões serão levadas em consideração, o grupo começará a integrar-se,
sendo alguns critérios são altamente significativos para a integração:
Quando se fala de grupo de trabalho ou de tarefa, se refere a grupos pequenos e a) Comunicação autêntica – quando os membros já estabeleceram uma
restritos, destinados a resolver problemas ou a executar tarefas. Há neste tipo de grupo linguagem comum. A comunicação hierarquizada, de subordinação, cria no grupo
comportamentos, atitudes, interações e motivações funcionais que o distinguem do bloqueios e filtragens, gerando mal-entendidos, conflitos de prestígio, decorrendo daí
grupo de formação. Para que o grupo funcione com a competência necessária para uma integração artificial e comprometida.
executar a tarefa, é preciso que seus elementos atinjam um mínimo de maturidade

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b) Alto grau de coesão – o grupo se torna coeso quando os elementos estão acolhimento e aceitação ou de rejeição e indiferença. O homem é um ser altamente
capacitados a participar integralmente das atividades do grupo, surgindo o sentimento perceptivo e certamente percebe os seus semelhantes em atitudes favoráveis e
de “pertencer a”. desfavoráveis à sua pessoa também pela linguagem do corpo.

Quando o grupo desenvolve uma comunicação espontânea e adquire coesão, ele se Está aí parte da explicação das causas de simpatia e antipatia que sentimos diante de
torna de tal forma solidário em função da tarefa que a entrada ou saída de um elemento novas relações humanas. Quando a linguagem do corpo de alguém nos transmite
não alteram e não ameaçam a integridade do grupo. A coesão expressa um sentimento conflito com os nossos interesses, sentimos a desarmonia ao nosso redor, e isso nos
de responsabilidade de grupo e amizade e entre os membros. As normas são mais impele a adotar uma postura rígida, a nos isolarmos dentro do grupo, ou a
observadas e fiscalizadas em grupos informais, e as pressões referentes às normas manifestarmos desaprovação e agressividade, entre outras reações. A reação de cada
tendem a produzir acordo. indivíduo em um contexto desfavorável – seja no meio social ou de trabalho – vai ser
fortemente influenciada pela sua forma de “ser” no mundo, ou seja, por suas
Grupos nas empresas características de personalidade.

Dentro de uma organização, é a divisão do trabalho basicamente responsável pela O relacionamento com as outras pessoas tem uma grande influência na nossa
formação de grupos. Entre as características básicas do grupo encontram-se metas, personalidade. Permutamos imagens significativas com os outros, e de todos eles
coesão, normas e acordo. tiramos idéias comuns que também unificam nossas ações.

A meta principal e formal do grupo será derivada de metas formais da organização; a As relações interpessoais constituem a medula da vida. Elas formam e mantêm a nossa
participação no delineamento das dessas metas resulta em aumento de motivação. identidade pessoal. O “eu” toma consciência de si mesmo, de sua identidade original
a) Normas – regras informais ou padrões de conduta segundo os quais o grupo pelo apelo do outro, e a rede de comunicações tecida com os outros nos leva a
se desenvolve e aos quais se espera que os membros juntem-se. desenvolver as nossas potencialidades por toda a vida.
b) Grupos formais – são os criados pela organização formal. Podem ser
permanentes ou temporários. A influência da personalidade
c) Grupos informais – surgem espontaneamente. Podem ser verticais ou
horizontais. Os verticais são alianças recíprocas entre pessoas formalmente desiguais O vocábulo “personalidade” se origina de “persona” ou “personare”, que na língua latina
e os horizontais cruzam as linhas departamentais. significava “soar através”, expressão que se referia à máscara que os atores do antigo
As normas são regras de comportamento informais aceitas pelos membros de um grupo teatro grego utilizavam para caracterizar as personagens que representavam. Assim,
de trabalho, podendo englobar desde a vestimenta até a forma de falar e se comportar no senso comum, permanece a ideia de que personalidade é aquilo que é refletido, que
na organização. As normas podem ter grande influência no comportamento individual, e é mostrado por meio dos papéis sociais que as pessoas desempenham.
a determinação de objetivos é uma boa forma de fazer com que os grupos adotem
normas consistentes com o bom funcionamento da organização. Uma definição hoje amplamente aceita de personalidade é como um conjunto de traços
e características singulares, típicas de uma pessoa, que os distinguem das demais.
O líder deve contrabalançar as exigências da tarefa e o apelo das necessidades Esse conjunto abrange, necessariamente, a constituição física, alicerçada nas
interpessoais. Neste conflito, convém distinguir as pressões para a conformidade e a disposições hereditárias, os modos de interação do indivíduo com o mundo; seus
uniformidade. É importante a atuação de um líder catalisador com elevada capacidade hábitos, valores e capacidades; suas aspirações; seus modos de experimentar afetos e
de coordenação das atividades do grupo, que deve ser capaz de sensibilizar os de se comportar em sociedade e maneira peculiar de lidar com o mundo, incluindo as
membros para as exigências da tarefa e fazer sentir a necessidade e primazia destas defesas para se proteger das pressões e ajustamento ao contexto social, constituindo
sobre a satisfação das necessidades interpessoais. um estilo de vida próprio.

Sempre que um grupo diverso de pessoa se reúne para trabalhar em equipe, suas Assim sendo, a personalidade diz respeito à totalidade daquilo que somos, não apenas
idéias sobre como realizar o trabalho serão diferentes. Provavelmente haverá conflito. hoje, mas do que fomos e do que aspiramos ser no futuro. Implica, também, que esse
Para a maioria das pessoas o conflito não é uma experiência positiva, porque se sentem modo de ser só pode ser entendido dentro de um contexto sócio-histórico, geográfico e
incomodadas, mas não deveria ser assim. Quando as pessoas compreendem que é cultural. Concebida como o conjunto de traços psicológicos com propriedades
possível transformar o conflito em oportunidade, o trabalho não é interrompido, mas é particulares, relativamente permanentes e organizados de forma própria, a
necessário que exista cooperação e confiança entre os membros do grupo para que a personalidade se revela na interação do indivíduo com o meio. Cada pessoa tem um
energia resultante do conflito gere bons resultados. Quando os membros da equipe padrão único de características de personalidade, existindo uma consistência
confiam uns nos outros, o conflito torna-se uma oportunidade para estimular novos psicológica que perdurará, permitindo uma identificação e uma organização de traços
pensamentos e idéias criativas. psicológicos que interagem entre si.

Os mais respeitados especialistas observam que o indivíduo no grupo sempre A caracterização da personalidade é uma inferência do comportamento observável.
influencia e é influenciado, não só pelas palavras ditas oralmente, mas também pelas Uma característica de personalidade é a predisposição ou tendência de uma pessoa se
palavras não ditas, traduzidas em gestos e posturas de aprovação e desaprovação, de comportar de determinado modo em situações diferentes. As características de

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personalidade podem ser importantes porque certas classes de comportamento são As condições que produzem frustração combinam motivos e desejos em direção a um
relevantes para o desempenho no trabalho e outras para as organizações. objetivo, com incapacidade de perceber os meios para alcançar os objetivos. As
reações psicológicas às frustrações são geralmente manifestadas por raiva e
O comportamento do indivíduo resulta de uma interação de suas características agressividade. O medo e a ansiedade são também reações à situação de frustração, e
psicológicas (forma própria de organização) com o meio externo, observando-se que provocam um outro tipo de dificuldade: o indivíduo sente que sua integridade
determinados traços psicológicos de um indivíduo mostram-se mais relevantes em psicológica, auto-estima e competência estão em risco e canaliza suas energias para se
situações específicas, e que a organização desses traços pode ser modificada na proteger. Ocorre neste caso, segundo Freud, a elaboração inconsciente de formas de
interação com o meio. diminuição da ansiedade, chamadas por ele de mecanismos de defesa. Quando a
situação de estresse é muito intensa, os mecanismos de defesa não conseguem operar
Cada indivíduo possui diferentes traços que predominam em determinadas situações, o e o indivíduo é levado ao desajustamento e até mesmo a um colapso psicológico.
que faz ressaltar a importância do contexto social no qual este está inserido,
considerando, ainda, que alguns traços são considerados positivos ou negativos As características de personalidade dos membros da organização também influenciam
conforme o seu grupo social. As próprias características psicológicas do indivíduo a estrutura da organização, tanto mais fortemente quanto á posição que esses
podem ser modificadas e desenvolvidas, conforme influência do meio. indivíduos ocupem na hierarquia organizacional.

A maioria das pessoas tem uma “teoria implícita” a respeito da personalidade humana, As organizações com estruturas burocráticas exercem constante pressão para tornar
isto é, um conjunto de crenças e inferências acerca da personalidade dos outros. Em seus membros metódicos e disciplinados, exigindo alto grau de conformidade com os
geral, a partir de um traço atribuído, faz-se inferência de muitos outros, sem qualquer padrões de comportamento estabelecidos, observando-se o desenvolvimento de
informação a respeito. Por exemplo, ao inferir que uma pessoa é inteligente, características conformistas desses indivíduos: os indivíduos mais comprometidos com
possivelmente outros atributos como “competente”, “criativo”, “eficiente” e outros traços o poder e o status conformam-se mais, pois seus valores e motivos básicos os levam a
não necessariamente relacionados serão atribuídos ao indivíduo. Essa tendência de adaptar seus sentimentos, pensamentos e ações às demandas do contexto social. A
alastrar a positividade ou negatividade é chamada pelos estudiosos de efeito de halo. influência da estrutura organizacional sobre a personalidade dos indivíduos será maior
Supõe-se que as categorias que compõem a teoria implícita da personalidade se ou menor, dependendo de suas próprias características de personalidade, sendo o
formam em função das características que cada um julga importantes, estando impacto das forças da estrutura social na personalidade menos significativo quando os
implicada neste caso a questão da complexidade cognitiva. Ou seja, quanto mais indivíduos centram seus objetivos e valores individuais na independência intelectual,
maduro e complexo o indivíduo, ou mais sofisticado cognitivamente, possivelmente auto-realização e liberdade pessoal. Essas forças internas, que emanam da
mais apto estará para apreciar as muitas dimensões e paradoxos da personalidade personalidade, representam a tentativa do indivíduo para estruturar sua realidade social
individual. e definir dentro dela o seu lugar.

A teoria implícita da personalidade pode ser constatada pela existência de idéias Estresse e conflito
largamente compartilhadas a respeito de grupos étnicos (negros, índios, japoneses
etc.), grupos profissionais (advogados, médicos etc.) ou outros tipos de grupos. Trata- Muitas condições diferentes no trabalho podem ser indicadas como fatores
se de uma supergeneralização de uma característica para toda uma categoria ou grupo estressantes, porém algumas delas são destacadas, como a ambiguidade e conflito de
de pessoas, provavelmente vinculada aos sistemas de crenças e valores dominantes, papéis. A ambiguidade do papel indica até qual ponto os funcionários têm certeza sobre
denominada estereótipo. Em se tratando de uma generalização, o estereótipo se quais são suas funções e responsabilidades no trabalho, e o conflito de papel surge
constitui em uma grande fonte de erros na percepção social, utilizado, no entanto, por quando a pessoa experimenta uma incompatibilidade quanto às demandas do trabalho
muitas pessoas para perceber as outras. ou entre o trabalho e outros aspectos de sua vida. Resultados de pesquisas feitas sobre
esses fatores mostraram que eles estavam associados a baixos níveis de satisfação no
Embora relativamente estável, a personalidade sofre a influência e interage com o meio, trabalho e altos níveis de ansiedade/tensão.
podendo os traços psicológicos ser desenvolvidos, reorganizados e modificados a partir
do contexto em que vive o indivíduo. Spector9 utiliza o termo “estafa” para se referir à situação de desgaste psicológico que
um funcionário pode experimentar, envolvendo baixa motivação, depressão e pouca
O meio pode favorecer ou impedir o ajustamento emocional das pessoas, podendo-se energia e entusiasmo no desempenho das funções, o que ocorre com frequência com
distinguir três tipos principais de barreiras ao ajustamento do indivíduo: funcionários em trabalho intenso com outras pessoas.

-situacionais: impedimentos/obstáculos que dificultam a ação do indivíduo em Essa exaustão emocional, um sentimento de cansaço e fadiga no trabalho, que pode
dado momento/contexto. evoluir para indiferença e hostilidade com relação aos outros, e baixa motivação e baixo
-interpessoais: obstáculos/impedimentos criados por pessoa (as) ao desempenho, basicamente corresponde ao que hoje é conhecido como “burnout”. A
desenvolvimento de uma ação do indivíduo. maioria das pessoas aprendeu a reconhecer os períodos de estresse
-intrapessoais: podem estar relacionados a uma condição física
(deficiência, p. ex.) ou a um conflito pessoal que o indivíduo esteja experimentando.
9
SPECTOR, Paul E - . Psicologia nas organizações

13 14
apenas por desagradáveis sintomas físicos ou por um comportamento difícil de explicar. Normalmente ouvimos apenas o que queremos, e “filtramos” as comunicações que
Quando a tensão ou estresse se acumula e persiste por um longo período, tem-se a entram em conflito com hábitos, costumes e ideias arraigados. A distorção na
sensação desagradável de estar “sob pressão”. As pessoas geralmente tornam-se comunicação se dá também em razão da forma como avaliamos a fonte emissora, o
irritadiças, contraproducentes, perturbando-se com coisas que geralmente não nível de confiança que temos nela. Outras causas de distorção podem originar-se da
causavam incômodo (a “gota d'água”), desequilibrando-se com coisas que “não dão forma como percebemos os fatos, as pessoas e os estímulos, bem como da emoção
certo”, e frequentemente culpando os outros pelos próprios erros. que estamos experimentando no momento de receber a mensagem.

Observe-se que o desgaste interior da tensão prolongada é humanamente destrutivo, De acordo com Minicucci, há frequentemente um conteúdo não - manifesto em muitas
porque nossas emoções se tornam demasiadamente ativas e nosso sistema de comunicações, que precisamos ter a sensibilidade de entender. Há um conteúdo
imunização, sob tensão, se desliga, ocasionando a doença. A tensão excessiva faz com informativo, lógico, manifesto numa comunicação e um conteúdo latente, afetivo,
que a realidade apareça distorcida para nós, levando-nos a dizer coisas que não emocional, psicológico. As comunicações face a face são superiores às escritas,
gostaríamos e a interpretar mal a intenção dos outros. O desempenho no trabalho está porque dá oportunidade para perceber além da mensagem, e a interrelação torna-se
fundamentalmente ligado ao sistema de comunicação nele existente. A administração mais completa.
moderna, de fato, privilegia a comunicação como um dos fatores mais importantes para
o bom andamento de uma organização. O processo de comunicação pode ser definido de uma forma mais simplificada como
uma atividade humana caracterizada pela transmissão e recepção de informações
A intercomunicação de ideias, sugestões, sentimentos, anseios e expectativas criam entre pessoas ou, ainda, como o modo pelo qual se constroem e se decodificam
um ambiente favorável de influências recíprocas, neutraliza resistências prejudiciais ao significados a partir das trocas de informações geradas. Em ambos, o processo de
bom andamento do serviço, evita as distorções dos fatos, tão frequentes em estruturas comunicação sinaliza, ao mesmo tempo, um comportamento instrumental e uma
empresariais rigidamente diretivas e, enfim, gera um clima saudável de crescimento de atividade simbólica resultante da interação social.
todo o pessoal da empresa. Se houver no trabalho um clima de desconfiança, de
insegurança e de hostilidade, o fluxo de informações e de influências fica bloqueado. Dessa definição decorre um aspecto essencial: só há um processo de comunicação
quando de alguma forma o conteúdo da mensagem é interpretado pelo receptor, ou
Nos ambientes de difícil diálogo iniciam-se os desacertos dos modelos de mudança, os seja, quando é observada uma resposta ao efeito da mensagem. Enviar uma carta ou
conflitos e as resistências característicos da cultura da organização. As pessoas evitam deixar uma mensagem num gravador de chamadas não é comunicar, mas sim transmitir
conversar sobre erros e problemas, preferem não ouvir críticas, tornando os processos, informação. Assim, "só haverá comunicação se, de alguma forma, o receptor indicar ao
em sua maioria, traumáticos. Aumenta a ocorrência das doenças emocionais emissor que recebeu a informação que lhe foi enviada, e isso só ocorre pelo envio de
decorrentes da vivência intensiva do estresse e da insatisfação, que informação em retorno (feedback)”.
consequentemente resultam em baixa qualidade de vida.
A descrição clássica do processo de comunicação define um emissor ativo e um
O papel da comunicação receptor passivo integrantes de um processo intencional que tem como objetivo
persuadir através de seu conteúdo. Esse modelo clássico, centralizado no emissor e na
A comunicação entre dois seres humanos é reconhecidamente difícil. Quando nos relação estímulo-resposta, é perceptível no tratamento dado às comunicações nas
comunicamos, partilhamos alguma coisa, tornando essa coisa posse comum. Por meio organizações. Ele pode ser verificado na medida em que o processo de comunicação
da comunicação relacional humana, o que obtemos como posse comum somos nós fica limitado à sua utilidade persuasiva, como se tivesse função de persuadir receptores
mesmos, pois pelo ato de partilhar ou comunicar, conhecemos e somos conhecidos. (os trabalhadores, no caso) para integrá-los aos objetivos organizacionais,
Existir, dizem os autores, é viver em relação, por isso a qualidade da nossa existência caracterizando-o como uma estratégia exclusivista e determinista do corpo diretivo das
humana depende de nossos relacionamentos. empresas.
A partir do recurso de sistematização dos elementos constitutivos da definição de
Comunicação é, antes de tudo, interação, diálogo, tornar comum. Não pode ser comportamento como uma relação significativa entre organismo e meio, é possível
confundida com a simples transmissão unilateral de informações. A comunicação decompor o processo de comunicação (ação de comunicar) em uma relação de
humana só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas um contato interação simbólica na qual pelo menos dois seres humanos enviam e recebem
psicológico, e há bloqueio quanto à mensagem que não é captada e a comunicação mensagens codificadas através de símbolos.
interrompida, sendo um dos problemas básicos em comunicação a diferença de
significado entre o que foi captado de uma mensagem e o que o transmissor quis É preciso que haja uma relação entre atores comunicantes, que assumem posições
exatamente transmitir. alternadas, ora como emissores, ora como receptores. Esta alternância de papéis é
justificada pela circularidade do processo de interação. A interação significa troca
Quase todos os aspectos das relações humanas e interpessoais envolvem mútua. Logo, além da ação de codificação /decodificação, o processo de comunicação
comunicação, e esta influencia os nossos comportamentos por ser um veículo de só se constitui enquanto tal, na medida em que aconteça o feedback da mensagem e
significados. Em um grupo, cada indivíduo concede significados próprios aos fatos e, ao que este desencadeie nova ação de significação.
expressá-los, acrescenta algo de si, por isso os significados que damos às nossas
experiências são alterados, enriquecidos ou empobrecidos pela comunicação.

15 16
A linguagem, entendida como significação simbólica, é parte fundamental para que o pessoa em relação a quem os emite. Os gestos e posturas podem igualmente transmitir
processo de interação aconteça entre seres humanos. É a partir do significado dos outras informações, principalmente relativas ao status social, à competência, à
códigos (sinais) de linguagem que as pessoas atribuem sentido às atividades e se autoconfiança, à sinceridade. Um status superior, uma competência particular pode
reconhecem como pertencentes ao sistema organizacional. A congruência entre a exprimir-se de diversas maneiras: pelo contato corporal com o interlocutor, pela
mensagem codificada e a mensagem decodificada estará em função do repertório e dos gesticulação, pelo caráter distenso da postura adotada. Inversamente, os estados de
condicionantes individuais, organizacionais e sociais dos atores envolvidos. subordinação, de timidez, de stress, de angústia, de depressão ou de baixa auto-estima
se manifestam pela inclinação da cabeça para a frente, pelo aumento na frequência dos
Desse modo, o processo de comunicação implica feedback sistêmico, ativado nas movimentos de autocontato, pelo aumento na frequência das mudanças posturais (Weil
diferentes condições pelas quais se realizam as interações sociais. O efeito da e Tompakow, 1986).
comunicação pode ser aquele que é pretendido pelo emissor, e neste caso é possível
afirmar que a comunicação é eficaz. Como processo interativo de troca de mensagens A maior barreira para a comunicação interpessoal mútua é nossa tendência natural de
simbólicas, o emissor age simultaneamente com o receptor e vice-versa. julgar, avaliar, aprovar (ou desaprovar) a declaração de outra pessoa ou de um grupo.
Suponha que alguém, comentando essa discussão, faça a declaração: “Não gostei do
A mensagem compreende um conjunto de informações codificadas transmitidas por um que aquele homem disse”. O que você responderá? Quase que invariavelmente sua
canal, que pode ser definida como a intenção objetivada de transmitir um determinado resposta será de aprovação ou desaprovação da atitude expressa. Ou você responde:
significado. Assim, a transmissão da mensagem implica, por parte do emissor, uma “Nem eu, achei terrível”, ou então você tende a responder, “Oh, achei que era realmente
codificação intencional de significado, e por parte do receptor, uma decodificação, ou muito bom”. Em outras palavras sua reação primária será de avaliar o assunto de seu
uma nova atribuição de significado. ponto de vista, seu próprio quadro de referência. A tendência para reagir contra
qualquer declaração plena de sentido emocional, formando uma avaliação dela de
Os significados atribuídos a uma mensagem dependem do modo de comunicação, das nosso ponto de vista, é a maior barreira para a comunicação interpessoal.
características pessoais do emissor e do receptor e do contexto da interação social. A
cada mensagem o receptor associa determinado significado, o qual poderá ou não Existe alguma forma de evitar esta barreira? A comunicação verdadeira ocorre, e esta
corresponder à intenção do emissor. Este processo é sintetizado pela construção do tendência de avaliação é evitada, quando ouvimos com compreensão. Isto significa ver
significado a partir dos símbolos compartilhados, A partir disso, é possível constatar que a ideia expressa e a atitude do ponto de vista de outra pessoa, perceber como ela a
a comunicação é um processo sempre imperfeito, variando seu grau de eficácia de sente, para alcançar seu quadro de referências com relação ao assunto do qual ela está
acordo com as variáveis que intervêm na interpretação de significados. Assim, para falando: é o ouvir compreendendo.
garantir a eficácia do processo de comunicação, o grau de congruência entre as Na concepção dos especialistas, se nós podemos ouvir o que o outro está
interpretações associado à mensagem enviada e recebida tem que ser elevado. No dizendo, se podemos entender como isto parece para ele, se podemos ver o sentido
sentido de diminuir as probabilidades de desentendimento das mensagens recebidas, pessoal que tem para ele e sentir o sabor emocional que tem para ele, então estaremos
Beck (1988) aponta cinco dificuldades que devem ser consideradas: desencadeando forças potentes de mudanças nele e em nós mesmos. Compreender
a) Conhecer as atitudes, crenças e sentimentos (estado mental) de outra com uma pessoa e não sobre ela - é uma abordagem tão eficiente que pode
pessoa; desencadear grandes mudanças na personalidade.
b) Compreender que o estado mental depende de sinais frequentemente
ambíguos; Se formos capazes de ver o ponto de vista do outro, nossos próprios pontos de vista
c) Utilizar um sistema de codificação que decifre esses sinais; serão obrigatoriamente revisados. Isto possibilitará constatar que a emoção não será
d) Interpretar os comportamentos dos outros em função das circunstâncias na mais a tônica da discussão; as diferenças serão reduzidas, e aquelas diferenças que
qual eles ocorrem; permanecem serão do tipo racional e compreensível. Esta forma de abordagem é uma
e) Julgar o grau de correção acerca dos motivos e as atitudes dos outros em via efetiva para boa comunicação e bons relacionamentos, porém certamente não é
função da exatidão daquele que julga. fácil de ser realizada. É justamente quando as emoções estão mais fortes que é mais
difícil alcançar o quadro de referências de outra pessoa ou grupo. No entanto, é
Faz algum tempo, procedeu-se ao estudo dos gestos com base na idéia de que o ser justamente neste momento que a atitude mais necessária à comunicação deve ser
humano não fala apenas com as palavras, mas também com seu corpo. A analogia estabelecida.
entre os gestos e a língua repousa em certo tipo de lógica, que começa pela observação
de que os usos corporais variam segundo os povos e as culturas: assim como as línguas Quando se aprende e se pratica a arte da boa comunicação, a maturidade pessoal,
faladas no mundo, as práticas gestuais diferem segundo o lugar e a época. A imagem benefício muito valioso, é agregada ao indivíduo: Se fielmente acreditarmos nas
que nós transmitimos através dos sinais corporais exerce um efeito sobre as demais verdades e aceitarmos as atitudes que fundamentam a comunicação franca e honesta,
pessoas, e esse efeito pode vir a ser importante na vida cotidiana. iniciaremos um contato saudável com a realidade. Desistindo dos papéis que
representamos e dos jogos que fazemos, logo estaremos lidando mais eficientemente
Nas relações interpessoais, os movimentos corporais podem exprimir o sentimento, com nós mesmos, como realmente somos, e com os outros, como realmente são.
positivo ou negativo, experimentado em relação à outra pessoa. Assim, mais do que as
opiniões expressas verbalmente, podem revelar uma atitude de discriminação social.
Reciprocamente, os sinais gestuais e corporais podem modificar a atitude de outra

17 18
ÉTICA: CONCEITO E HISTÓRIA aceitos. A seu ver, seres humanos completos são os que participam plenamente da vida
social e expressam tudo que faz parte de sua natureza.

A história da ética se entrelaça com a história da Filosofia. No século VI a.C., Pitágoras João Baptista Herkenhoff apresenta a seguinte definição sobre o que seriam normas
desenvolveu algumas das primeiras reflexões morais, afirmando que a natureza éticas: "São normas que disciplinam o comportamento do homem, quer o íntimo e
intelectual é superior à natureza sensual e que a melhor vida é aquela dedicada à subjetivo, quer o exterior e social. Prescrevem deveres para a realização de valores.
disciplina mental. Seus ensinamentos forjaram a maior parte das escolas de filosofia Não implicam apenas em juízos de valor, mas impõem a escolha de uma diretriz
moral gregas da posteridade. considerada obrigatória, numa determinada coletividade. Caracterizam-se pela
possibilidade de serem violadas."
Para Platão, o mal não existia por si só, sendo apenas um reflexo imperfeito do real, que
é o bem, elemento essencial da realidade. Afirmava ele que, na alma humana, o Podemos concluir que a ética disciplina o comportamento do homem, quer o exterior e
intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções social, quer o íntimo e subjetivo. Prescreve deveres para realização de valores. Não
em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade. Aristóteles considerava a felicidade a implica apenas em juízos de valor, mas impõe uma diretriz considerada obrigatória pela
finalidade da vida e a consequência do único atributo humano, a razão. As virtudes sociedade. Este conjunto de preceitos morais deve nortear a conduta do indivíduo no
intelectuais e morais seriam apenas meios destinados à sua consecução. O epicurismo, ofício ou na profissão que exerce, devendo necessariamente contribuir para a formação
por sua vez, identificava como sumo o prazer, principalmente o prazer intelectual, e, tal de uma consciência profissional composta de hábitos dos quais resultem integridade e
como os estóicos, preconizava uma vida dedicada à contemplação. a probidade, de acordo com as regras positivadas num ordenamento jurídico.

No fim da Idade Média, São Tomás de Aquino viria a fundamentar na lógica aristotélica Embora o termo ética seja empregado, comumente, como sinônimo de moral, a
os conceitos agostinianos de pecado original e da redenção por meio da graça divina. À distinção se impõe. Ambas as expressões são aceitas como conjunto de princípios ou
medida que a Igreja medieval se tornava mais poderosa, desenvolvia-se um modelo de padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, ou seja, um
ética que trazia castigos aos pecados e recompensa à virtude através da imortalidade. pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que um grupo estabelece para o
Thomas Hobbes, no Leviatã (1651), asseverava que os seres humanos são maus e seu exercício profissional. Em outro sentido, ainda, pode referir-se a uma distinção
necessitam de um Estado forte que os reprima. Para Spinosa, a razão humana é o entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas
critério para uma conduta correta e só as necessidades e interesses do homem de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). Finalmente, deve-se chamar a
determinam o que pode ser considerado bom e mau, o bem e o mal. Jean-Jacques atenção para o fato de a palavra “moral” ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo,
Rousseau, por sua vez, em seu Contrato social (1762), atribuía o mal ético aos associado a “moralismo”. Assim, muitos preferem associar à palavra “ética” os valores e
desajustamentos sociais e afirmava que os seres humanos eram bons por natureza. regras que prezam, querendo assim marcar diferença com os “moralistas”.
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo, trata dos
Uma das maiores contribuições à ética foi a de Immanuel Kant, em fins do século XVIII. costumes, deveres e modo de proceder dos homens para com os outros homens,
Segundo ele, a moralidade de um ato não deve ser julgada por suas consequências, segundo a justiça e a equidade natural. A primeira, moral propriamente dita, é a moral
mas apenas por sua motivação ética. Kant partiu do pressuposto que a razão guia a teórica, ao passo que a segunda seria a ética, ou a moral prática.
moral e que três são os pilares em que se sustenta: Deus, liberdade e imortalidade.
Porém, adverte que a simples inclinação para o cumprimento da lei, por respeito, não é A Ética é o pensamento filosófico acerca do comportamento moral do homem, dos
o exercício de uma vontade para si mesmo. Sem liberdade não pode haver virtude e problemas morais e dos juízos morais enquanto a moral é o conjunto de normas,
sem esta não existe a moral, nem pode haver felicidade dos povos, porque também não princípios e valores, aceitos ou descobertos de forma livre e consciente, que regulam o
pode haver justiça. Para Kant, quando alguém cumpre um dever ético por interesse, comportamento individual dos homens. A filosofia define ”ética” como o estudo da
pode até lucrar com isto, mas não pode receber a classificação de virtuoso. As teses do “conduta ideal”, esta decorrente de um conceito mais amplo, o de “homem ideal”.
utilitarismo, formuladas por Jeremy Benham, sugerem o princípio da utilidade como
meio de contribuir para aumentar a felicidade da comunidade. Já para Hegel, a história Sem perder sua autonomia científica, a Ética tem ligações muito fortes com as doutrinas
do mundo consiste em "disciplinar a vontade natural descontrolada, levá-la a obedecer mentais e espirituais. Os estudos científicos da mente chegaram a conclusões comuns
a um princípio universal e facilitar uma liberdade subjetiva". no que tange à influência dos conhecimentos adquiridos nas primeiras idades. Desta
forma, mesmo admitindo-se mudanças por força de outras influências, o campo da
O desenvolvimento científico que mais afetou a ética, depois de Newton, foi a Teoria da infância é mais fértil que o de outras idades para sua formação moral. É nesta fase que
Evolução, apresentada por Charles Robert Darwin. Suas conclusões foram o suporte se deve estimular virtudes e repelir toda a tendência para o vício, sustentando os
documental da chamada ética evolutiva, do filósofo Herbert Spencer, para quem a moral princípios éticos que irão norteá-la quando adulta. Portanto, segundo esta teoria, a
resulta apenas de certos hábitos adquiridos pela humanidade ao longo de sua principal usina de moldagem das consciências é o lar e a escola.
evolução.
Friedrich Nietzsche explicou que a chamada conduta moral só é necessária ao fraco,
uma vez que visa a permitir que este impeça a auto-realização do mais forte. Bertrand
Russell marcou uma mudança de rumos no pensamento ético das últimas décadas.
Reivindicou a ideia de que os juízos morais expressam desejos individuais ou hábitos

19 20
O descumprimento de um dever ético pode estar explicado nos conceitos de virtude que III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna
foram absorvidos pela educação ou pela ambiência do ser. A agressão aos bons e cidadã;
costumes, quando se consagra como prática aceita socialmente, compromete o futuro IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos
das novas gerações, por desrespeito ao passado e negligência no presente. Em tudo compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os
parece haver uma tendência para a organização e os seres humanos não fogem a essa resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a
vocação. segurança nos seus procedimentos;
V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com
Ética e Direito espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores,
destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de
A utilidade mais presente da ética consiste em ditar as qualidades das ações humanas, tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; Da intervenção
definindo-as como boas ou ruins, tendo como norte a razão da felicidade – “o soberano profissional sobre o meio.
bem”. VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento
sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade
O que diferencia uma discussão jurídica de uma discussão filosófica (ética) a respeito das pessoas, de seus bens e de seus valores; Da liberdade e segurança profissionais
da conduta não é o seu conteúdo ou essência, mas sim a forma pela qual os assuntos VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua
são abordados. A discussão filosófica é mais abstrata e a jurídica mais concreta. prática de interesse coletivo.

A Ética, os valores, as relações sociais, informam o conteúdo do Direito em seu


nascimento e posteriormente seguem influenciando-o em sua interpretação e ÉTICA DO CORRETOR
aplicação10. Portanto, se a filosofia tem problemas em universalizar conceitos éticos, o
Direito padece dos mesmo males, eventualmente apresentando ilusórias soluções O conjunto de preceitos morais indispensáveis para nortear a conduta do indivíduo
informadas pela mesma perplexidade do mundo ético. É que o Direito, como atuante na projeta-se certamente no ofício ou na profissão que exerce. Sendo assim, pode-se
vida prática, na solução de problemas concretos e presentes, tem a necessidade de afirmar com tranquilidade que eles se fazem presentes quando determinados
respostas imediatas, ainda que eventualmente falhas, razão pela qual aparenta (e só profissionais se interpõem entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, para a
aparenta) maior segurança11. realização de transações comerciais.

Se o Direito, enquanto norma (que é o aspecto que lhe dá o ilusório caráter de É o caso dos corretores, que se caracterizam pelos atos de intermediação praticados
segurança) é informado por conceitos basicamente éticos que o antecedem e o para a realização de uma operação comercial, finda a qual cessa a sua atuação. São
perseguem continuamente, não se pode considerar válido um raciocínio que atribua eles, portanto, mediadores, promovendo a realização de contratos e auferindo do seu
maior perfeição ao elemento dependente e menor ao principal. Ora, se o principal é trabalho um pagamento denominado “corretagem”.
falho, aquilo que dele depende ou deriva não pode ser perfeito nem melhor; antes deve
compartilhar de sua mesma imperfeição. Embora a corretagem de imóveis venha sendo praticada no Brasil desde a
transmigração da Família Real Portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro em 1808,
Pode-se dizer, genericamente, que todos os agrupamentos humanos dependem tanto seus alicerces começaram a apoiar-se nas teorias jurídicas de mediação comercial com
de uma disciplina comportamental quanto de conduta. O estudo da Ética não pode os negócios marítimos — da exportação de pau-brasil à compra e venda de escravos e
desprezar a associação da razão com a emoção, sabendo-se que a Ética perfeita navios.
certamente existe, mas por lógica não pode ser alcançada pela humanidade, pois que
esta é imperfeita. Em outubro de 1942, os sindicatos dos Corretores de Imóveis de São Paulo e do Rio de
Janeiro aprovaram um Decálogo recomendando como deveria ser o espírito e a
Podemos, no entanto, afirmar que a prática da profissão é fundada nos seguintes conduta dos profissionais, tanto perante seus clientes e companheiros de classe, como
princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta: em relação à entidade. Seus mandamentos evoluíram ao longo dos anos, levando a
I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de classe a engajar-se na introdução de imposições de natureza ética na lei
exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico regulamentadora da profissão (n° 6.530/78), cujo Artigo 20 dispõe o seguinte:
do ser humano, de seu ambiente e de seus valores;
II - A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente “Art 20. Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscritos nos órgãos de que
pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se trata a presente lei é vedado:
pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do I - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados;
homem; Il - auxiliar, ou por qualquer meio, facilitar o exercício da profissão aos não
inscritos;
10
III - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado
Exemplo disto é a Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro (Dec.lei 4657, de 04 set. 1942)
11
V. Revista Brasileira de Ciências Criminais, S. Paulo, ano 4 n.16 – Do narcisismo das elites ao narcisismo das através de documento escrito;
massas, artigo de Maria Rita Khel.

21 22
IV - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade de profissional sem III - recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral;
mencionar o número de inscritos; IV - comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou
V - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o número de documentos a ele destinados;
registro do loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis; V - prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o negócio,
VI - violar o sigilo profissional; contas pormenorizadas;
VII - negar aos interessados prestação de contas ou recibo de quantias ou VI - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do negócio,
documentos que lhe tenham sido entregues a qualquer título; reservando ao cliente a decisão do que lhe interessar pessoalmente;
VIII - violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão; VII - restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite;
IX - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como VIII - dar recibo das quantias que o cliente pague ou entregue a qualquer título;
crime ou contravenção; IX - contratar, por escrito e previamente, a prestação dos seus serviços
X - deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional.” profissionais;
Fortalecido com a edição da promulgação da Lei n° 6.530 e do Decreto n° 81.871/1978, X - receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações pelo
o Conselho Federal de Corretores de Imóveis cuidou de estabelecer o Código de Ética mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido
Profissional através da Resolução n° 326, de 25 de junho de 1992, vigente nos dias consentimento de todos os interessados, ou for praxe usual na jurisdição;
atuais. Reza ela o seguinte: Art. 5º - O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos
profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência,
Art. 1º - Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela negligência ou infrações éticas.
qual se deve conduzir o Corretor de Imóveis , quando no exercício profissional. Art 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis:
Art. 2º - Os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa do I - aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às
interesse que lhe é confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da disposições vigentes, ou ainda, que possam prestar-se à fraude;
técnica das transações imobiliárias. II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos
Art. 3º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao exercício da profissão, em lei e em Resoluções;
à classe e aos colegas: III - promover a intermediação com cobrança de "over-price";
I - considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a IV - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente;
prática de atos que comprometam a sua dignidade; V - receber comissões em desacordo com a tabela aprovada ou vantagens que
II - prestigiar as entidades de classe, contribuindo sempre que solicitado, para não correspondam a serviços efetiva e licitamente prestados;
o sucesso de suas iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e da VI - angariar, diretamente ou indiretamente, serviços de qualquer natureza,
coletividade; com prejuízo moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe;
III - manter constante contato com o Conselho Regional respectivo, VII - desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis;
procurando aprimorar o trabalho desse órgão; VIII - deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou
IV - zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais, intimações para instrução de processos;
aceitando mandatos e encargos que lhes forem confiados e cooperar com os que forem IX - acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegalmente
investidos em tais mandatos e encargos; atividades e transações imobiliárias;
V - observar os postulados impostos por este Código, exercendo seu mister X - praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas;
com dignidade; XI - promover transações imobiliárias contra disposição literal da lei;
VI - exercer a profissão com zelo, discreção, lealdade e probidade, observando XII - abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e
as prescrições legais e regulamentares; prévia ciência do cliente;
VII - defender os direitos e prerrogativas profissionais e a reputação da classe; XIII - solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de concessões
VIII - zelar pela própria reputação mesmo fora do exercício profissional; ilícitas;
IX - auxiliar a fiscalização do exercício profissional, cuidando do cumprimento XIV - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do
deste Código, comunicando, com discreção e fundamentadamente, aos órgãos órgão ou autoridade dos Conselhos, em matéria de competência destes;
competentes, as infrações de que tiver ciência; XV - aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor de
X - não se referir desairosamente sobre seus colegas; Imóveis, sem dar-lhe prévio conhecimento, por escrito;
XI - relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios de consideração, XVI - aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor de
respeito e solidariedade, em consonância com os preceitos de harmonia da classe; Imóveis, com quem tenha de colaborar ou substituir;
XII - colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundí-la a fim de que XVII - anunciar capciosamente;
seja prestigiado e definido o legítimo exercício da profissão; XVIII - reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-
Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes: lo;
I - inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo; XIX - utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no
II - apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca exercício do cargo ou função em órgão ou entidades de classe;
omitindo detalhes que o depreciem, informando o cliente dos riscos e demais
circunstâncias que possam comprometer o negócio;

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XX - receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja pode continuar alheio às noções de engenharia e arquitetura, às condições
expressamente autorizado para tanto. fundamentais da estética da cidade.
Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se encontrar inscrito o Corretor
de Imóveis, a apuração das faltas que cometer contra este Código, e a aplicação das “Precisa se dedicar também ao conhecimento de economia urbana, analisar as
penalidades previstas na legislação em vigor. oscilações dos valores, pesquisas e prognosticar as suas tendências e reações. Não
Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de Imóveis que pode deixar de aprofundar-se nos processos racionais que regem as avaliações. Não
desatender os preceitos dos artigos 3º, I, V, VI, e IX; 4º, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e X; 6º, I, III, lhe será demais, ainda, conhecer o que a psicologia ensina a respeito de nós próprios
IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIX e XX, e transgressão de natureza leve o que facultando-lhe, deste modo, o conhecimento e o trato mais inteligente com os nossos
desatender os demais preceitos deste Código. semelhantes. Até as bases fundamentais de publicidade não podem estar fora do seu
Art. 9º - As regras deste Código obrigam aos profissionais inscritos nos alcance. Há uma soma de conhecimentos especializados que faz falta ao corretor e que
Conselhos Regionais. deverá, em breve futuro, ser estudada em cursos especiais.
Art 10º - As Diretorias dos Conselhos Federal e Regionais promoverão a ampla
divulgação deste Código de Ética. “A época de hoje fez nascer essa profissão, nobre pela responsabilidade e capacidade
que fundamentam, importante pelos encargos que a sociedade lhe atribui. Ou o corretor
É imperioso ressaltar, ainda, que o novo Código Civil veio efetivamente resguardar o tem possibilidades morais, técnicas e intelectuais para exercê-la - ou não serve para a
profissional ao estabelecer que uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, profissão, e deve escolher outra".
de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter
para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas” (Art.122) Diz-se, nas mais diversas ocasiões, que a história se repete. Isto no traz à lembrança as
convocações para o Encontro Brasileiro de Corretores Imobiliários, que terá como tema
A realidade do mercado imobiliário, no entanto, é a presença de um consumidor com “Cenários, oportunidades e perspectivas do Mercado Imobiliário Brasileiro”, com o
plenas condições de obter informações sem a necessidade de recorrer a um corretor. objetivo de promover o debate a respeito do mercado imobiliário nacional no cenário
Todavia, o excesso de informações e opções de produtos e serviços financeiros pode, global e sobre o qual Mauricio Fernandes Lima observa: “O mercado imobiliário passa
paradoxalmente, gerar confusão no cliente, o que o torna suscetível de demandar a pela melhor fase de muitos anos.”
assessoria de um especialista. Daí a grande oportunidade para compelir a sociedade a
reconhecer o Corretor como um profissional detentor de alto título de honra, cuja “Sempre, ao longo do tempo, faltava algum elemento para que o mercado progredisse e
conduta honesta, proba, leal, digna, cidadã e rigorosa observância do princípio da boa atendesse tanto às necessidades dos incorporadores, bem como as do mercado
fé objetiva12, dele faz o elemento legitimador indispensável em todas as ações de imobiliário” – observa ele.
corretagem.
“Quando havia produto, faltava crédito e uma política econômica viável para atender às
Esta situação torna extremamente atual uma entrevista concedida ao matutino carioca necessidades.
“O Jornal” em 12 de novembro de 1942 por Nelson Mendes Caldeira, um dos pioneiros
da profissão: “Via de regra, aos longos dos anos, só se conseguiu atender as camadas sociais mais
abastadas, sendo que as demais sempre ficaram à margem e muitas vezes não eram
“Com o desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro e de São Paulo, surgiu uma nova atingidas.
profissão: a do corretor de imóveis. Não estranhe a afirmação; se me refiro a uma nova
profissão é porque, realmente, o corretor hoje tem poucos pontos de contato com o que “Pela primeira vez existe uma política econômica estável, com uma valorização do
em épocas passadas servia de intermediário nas transações imobiliárias. E é lógica a poder de compra das classes menos favorecidas, uma estrutura bem formalizada nos
evolução. As transações tomaram um impulso irreprimível. Avolumaram-se. Passaram crescimentos, com a inflação do País controlada e com perspectiva de melhoras nos
a ser orientadas por novos processos. Do novo embate entre velhos sistemas, próximos anos.
empíricos com teias de aranha, e as inovações que o progresso impôs, surgiram novas
praxes, novos regulamentos, nova técnica. “Pela primeira vez também ouvimos que estamos atraindo capital estrangeiro para
investimento no País, recursos estes sérios e não especulativos, quando na primeira
“Não basta qualificar os verdadeiros corretores de imóveis, distinguindo-os dos oscilação do mercado internacional, o capital se retirava mais rápido do que havia
intermediários ocasionais. É preciso dar-lhes os instrumentos que a competição entrado.
moderna exige. Para exercer bem o papel de conselheiro e orientador, precisa adquirir
conhecimentos mais amplos. Precisa conhecer a topografia urbana, as peculiaridades “Hoje, estamos entrando na melhor era do mercado imobiliário, com uma política
da cidade e as diretrizes do seu crescimento. Impõe-se completar seus conhecimentos econômica e inflação controlada, com um projeto econômico focado na habitação
sobre os institutos legais que mais diretamente se relacionam com a propriedade. Não popular (Minha Casa Minha Vida), com taxas de juros reais favorecidas para atender
estes programas e possibilitando a uma camada social, que até então não tinha como
comprar seu imóvel, adquiri-los.
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Art. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé.

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“A consequência direta disto é a entrada de novos participantes no sistema, através de BIBLIOGRAFIA
fusões, de aberturas de capitais e de partners (parceiros) estrangeiros que vêm em CAPRI – Psicologia das Relações Humanas – Sindicato dos Corretores de Imóveis do
busca de novos mercados. Estado do Rio de Janeiro – Niterói (RJ) s.d.
COFECI – Resolução n° 326, de 25 de junho de 1992
“Com um mercado mais seguro que o de outros países, e com um mercado consumidor FRITZEN, Silvino José - As Relações Humanas Interpessoais – Vozes, Petrópolis, 2009
potencial imenso, o qual representa riscos menores, os investidores aumentaram e com HERKENHOFF, J.B - Para Gostar do Direito - Livraria do Advogado – S. Paulo
isso o mercado imobiliário evolui. MINICUCCI, A. - Dinâmica de Grupo: Teorias e Sistemas - 5ª Ed.- Atlas, S. Paulo
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – Lei n° 6530/78
“Com a competitividade de um mercado mais ativo, aumentaram também a eficiência e SPECTOR, Paul E. - Psicologia nas Organizações - 3ª Ed. – Saraiva, São Paulo
eficácia de seus participantes, necessárias para atender as novas exigências de
mercado um profissional mais capacitado, com uma visão mais ampla e conhecimentos
mais profundos, além, é claro, de se ter nas equipes tomadores de decisão mais bem
preparados.

“Juntamos a isso novos meios de comunicação e de divulgação, além de uma


linguagem de mercado em franca mudança e evolução, e chegamos a clara conclusão
de que os profissionais de hoje tem de ser muito mais completos que os de outrora.

“Para vencer neste mercado, não basta fazer mais o que nossos pais e avós faziam,
mas sim, o que eles faziam e muito mais.

“A capacitação profissional passa a ser primordial e, mais do que isso, torna-se


necessária para o crescimento de um grupo.

“Saber escolher bem um terreno, realizar uma pesquisa adequada para ver a vocação
do mesmo, que tipo de produtos e projetos ele poderá receber, bem como desenvolver
uma campanha de marketing adequada para no lançamento imobiliário do mesmo, as
vendas sejam um sucesso, e que isso não seja resultado do acaso, mas sim de um
planejamento, essencial no mercado imobiliário.

“Grandes organizações investem hoje em seus profissionais, com treinamentos em


salas de aulas próprias, e oferecendo cursos de pós-graduação (MBAs, cursos de
especialização etc.).

“Importante saber que num mercado que provavelmente crescerá de 10% a 20% nos
próximos anos, profissionalizar ou não suas equipes será a diferença entre fracassar ou
não.

“O importante no profissional de hoje não é somente fazer, mas também saber como,
quando, onde e porque fazer.

“Além disso, quando o mesmo se expressar, deve saber o que falar e sobre que
aspecto, qual mensagem passar e qual meio de comunicação utilizar.

“Enfim, o mercado imobiliário continua como existiu no passado e como existirá no


futuro. O que mudou e muda a cada dia é o profissional que atuará nele!”

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