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Disciplinas

PORTUGUÊS

Soltando o verbo
Ensine modos e tempos verbais a partir de brincadeiras e da literatura

Por Gabriela Lara da Cruz Lucas

Objetivos:
★Criar um espaço de reflexão sobre verbos a partir de textos populares e de

brincadeiras com o corpo 

★ Produção textual a partir do texto Circuito Fechado, de Ricardo Ramos

Faixa etária: 2º ao 4º ano 
Duração: 2 a 4 aulas

É certo que o ensino da gramática é
encantador, mas também é uma tarefa desafiadora!
Uma proposta interessante pode ser aprender
brincando, pois é muito mais fácil sistematizar
conteúdos quando o professor propõe jogos lúdicos.
Quando se fala em gramática, também se ouve falar
em “gramática funcional”, ou seja, o estudo da
gramática atrelado às situações comunicativas, ao
uso da língua. Mas, afinal de contas, como fazer isso?
Como ensinar as classes gramaticais além da mera
sistematização de conceitos? Quando pensamos no
trabalho com as crianças do Fundamental I, esse
desafio é ainda maior. Um caminho talvez seja o
ensino da gramática a partir do texto e não o uso do
texto como pretexto!

Como sugestão, apresentamos um módulo de
trabalho com uma das dez classes de palavras, o
verbo. O estudo do verbo é importante para a
compreensão da língua materna e do mundo, pois é
o verbo que indicará o movimento, o estado e as
transformações da vida. Para isso, sugerimos
brincadeiras simples com textos da cultura popular e
com o próprio corpo.

* Gabriela Lara da Cruz Lucas é professora de Língua Portuguesa,
formada em Letras pela PUC­SP, e mestre pela Faculdade de
Educação da USP. Atualmente, estuda a interface entre a
Psicanálise e o ensino de Língua Materna.

O verbo e suas múltiplas significações
1. Antes de iniciar o trabalho com os verbos, retome as classes gramaticais
aprendidas. É importante que a turma já conheça os substantivos e os adjetivos.
Só depois de revisar as classes morfológicas conhecidas pelos alunos, esclareça o
objetivo das aulas: conhecer a função dos verbos na língua portuguesa.

2. O primeiro passo é esclarecer que o substantivo possibilita ao homem nomear o
mundo, já o adjetivo caracteriza, qualifica o substantivo. Sendo assim, é o adjetivo
que permite que o homem manifeste a sua impressão sobre o mundo. E o verbo?
O verbo traduz o movimento, o estado e a transformação da vida. A partir daí, dê
exemplos de verbos que indicam ação, estado/mudança de estado, fenômeno e
fato:

Nosso time jogou bem!
(Ação)

Pedro nasceu forte e saudável
(Fato)

No verão, quando não chovia, garoava.
(Fenômeno)

Marcela ficou doente no feriado.
(Estado)

3. Escreva na lousa exemplos de verbos que, em contextos diferentes, adquirem
funções distintas. Proponha o desafio aos alunos: os verbos dos exemplos abaixo
têm o mesmo sentido?

Marcela ficou doente no feriado.
Aqui ficar indica o estado de Marcela!

Marcela ficou em casa no feriado.
Nesse contexto, ficar indica a ação de estar em casa.

Joana virou a as cartas do baralho.
Virar indica ação.

Joana virou professora.
Nesse contexto, virar indica mudança de estado: Joana tornou­se professora.

 
4. A partir de uma parlenda, auxilie os alunos a identificar os
diferentes verbos e suas funções:
Amanhã é domingo, pé de cachimbo.
O cachimbo é de ouro, bate no touro.
O touro é valente, bate na gente.
A gente é fraco, cai no buraco.
O buraco é fundo, acabou­se o mundo.

5. Se os alunos não tiverem memorizado o texto, o primeiro passo e auxiliá­los a
memorizá­lo! Mostre como o texto popular brinca com os sons: é um pé de
cachimbo ou é um domingo que pede, requisita, um cachimbo? Depois, entregue
aos alunos a parlenda impressa e peça para que eles grifem os verbos. Classifique
com eles todos os verbos. Observe que há verbos que indicam estado (ser), ação
(bater, cair) e fato (acabar).

Hora da brincadeira!
1. Brincadeiras simples também podem auxiliar na sistematização do conteúdo.
Forme pequenos times e peça para um representante de cada time se posicionar
em frente à lousa. No seu sinal, aquele que correr e escrever uma frase com o tipo
de verbo (ação, fenômeno, estado/mudança de estado e fato) requisitado por você,
marca um ponto. O próximo aluno de cada time deve escrever a próxima frase e
assim por diante. Ganha o jogo o time com mais pontos.

2. Você também pode entregar aos alunos cartões com frases, pedindo para que
eles identifiquem os substantivos, os adjetivos e os verbos. O grupo que fizer a
classificação correta mais rapidamente, marca pontos.
 

A vez da poesia 
Com essas atividades, você trabalhou o
modo indicativo dos verbos. Antes de
avançar para o subjuntivo e o imperativo,
é interessante selecionar outros textos
para trabalhar com o modo indicativo e
com os tempos verbais. Uma boa dica
para a sistematização do pretérito perfeito
e pretérito imperfeito do indicativo é
trabalhar com os poemas de José Paulo
Paes, Cemitério e Bem­te­vi, disponíveis
no livro Poemas para brincar, ganhador do
Prêmio Jabuti nos quesitos melhor livro e
melhor ilustração.

1. O primeiro passo é o trabalho com os
três tempos verbais dos quais decorrerão
os outros: presente, pretérito e futuro.
Inicie com a leitura do poema Cemitério.
Estimule as crianças a compartilhar seus
conhecimentos prévios: o que é um
cemitério? O que vocês esperam de um
poema chamado cemitério? Será que é de
terror? Lido o poema, chame atenção dos
alunos para o fato de que, apesar da
conotação negativa que usualmente se atribui ao cemitério, o poema é engraçado e
divertido. 
2. Depois, localize com os alunos os verbos e indague: por que o autor optou por
verbos indicadores de ações já terminadas? Faça correlações com ações que
poderiam estar no presente ou no futuro: o leão continuará urrando? Ou a pulga
ainda toma inseticida? É de se esperar que os alunos mostrem que
compreenderam a leitura, apontando para o fato de que todos os bichos já
morreram, suas ações só podem ser relatadas no passado. 
3. Nesse momento, construa com os alunos situações hipotéticas nas quais os
personagens do poema ainda estão vivos.

Modos verbais: subjuntivo e imperativo
1. Se Essa Rua Fosse Minha
Agora é a hora de aprofundar os modos verbais. Cante a cantiga Se Essa
Rua Fosse Minha. 
Se Essa Rua Fosse Minha
Se esta rua se esta rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
Só prá ver só prá ver meu bem passar
Nesta rua nesta rua tem um bosque
Que se chama que se chama solidão
Dentro dele dentro dele mora um anjo
Que roubou que roubou meu coração
Se eu roubei se eu roubei teu coração
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem

Dica esperta!
Você pode ler com os alunos o poema Paraíso, de José Paulo Paes.

O poeta faz uma belíssima intertextualidade da cantiga, adaptando­
a às problemáticas do espaço urbano contemporâneo.

2. Meu mestre mandou! 
Para ensinar o Imperativo, você pode propor a brincadeira Meu mestre mandou.
Não se esqueça de explicar que o imperativo também pode expressar um pedido.
Na brincadeira, as crianças devem seguir só as instruções que forem precedidas
pela frase: Meu mestre mandou… Você pode começar, por exemplo, com: "meu
mestre mandou colocar a mão no nariz", "meu mestre mandou colocar as mãos nos
dedos do pé" e "meu mestre mandou pular". Aplauda e elogie as crianças cada vez
que elas fizerem tudo direitinho. Depois diga para eles: "corra para os seus
lugares". Se alguém cumprir essa ordem, diga: "Mas eu não falei meu mestre
mandou!". Para os menores, dê comandos simples.

Produção textual: sistematizando o conteúdo aprendido
1. Se os alunos já tiverem uma leitura fluida, peça que eles leia em silêncio o texto
Circuito Fechado, de Ricardo Ramos, que está no livro Melhores Contos, da Editora
Global. Depois da leitura, retome o texto, perguntando: podemos afirmar que o
texto de Ricardo Ramos é um apanhado de palavras sem sentido? É importante
que sejam percebidas as marcas de coesão do texto, ou seja, apesar de não haver
conectivos, orações etc., o texto tem um sentido claro: a rotina fechada de um
homem, que está expressa também na própria forma do texto: um quadrado sem
abertura. O texto de Ricardo Ramos foi construído apenas com substantivos, e
somente pelo emprego de substantivos e da pontuação, o aluno pode perceber as
ações rotineiras do personagem, ou seja, o verbo está no texto, mas nas
entrelinhas! Mas isso deve ser percebido pelos alunos, depois da leitura do texto.

2. Explore o texto fazendo perguntas: o que podemos inferir do texto? Trata­se de
um homem ou de uma mulher? Mostre que tudo leva a crer que ele é fumante,
trabalha em escritório, parece morar sozinho etc.

3. Depois, explique a proposta de redação. Peça aos alunos que reescrevam o
texto, descrevendo as ações com verbos e advérbios. Por exemplo: Todo dia é a
mesma rotina.
 

Dica esperta!
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