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TRODUÇÃO À
CUTELARIA
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Índice:
1 - Um pouco de história. ........................................................................................... 3
2 - A Sociedade Brasileira de Cuteleiros – SBC. ....................................................... 8
3 - Falando sobre o aço. ............................................................................................ 9
3.1 - Classificação dos aços. ................................................................................ 12
4 - Dicas importantes. .............................................................................................. 13
4.1 - Faísca ou centelhas...................................................................................... 13
4.2 - Atração pelo imã........................................................................................... 14
4.3 - Sonoridade. .................................................................................................. 15
5 - Aço Inox x Aço carbono. ..................................................................................... 15
6 - Ferrugem. ........................................................................................................... 15
7 - Segurança........................................................................................................... 16
7.1 - Luvas. ........................................................................................................... 16
7.2 - Avental de raspa de couro............................................................................ 16
7.3 - Máscara com filtro de ar. .............................................................................. 17
7.4 - Óculos de proteção e protetores de face...................................................... 17
7.5 - Abafadores de ruídos. .................................................................................. 17
7.6 - Calçados de couro........................................................................................ 18
8 - Ferramentas........................................................................................................ 18
8.1 - Forja. ............................................................................................................ 19
8.2 - Bigorna. ........................................................................................................ 20
8.3 - Martelos........................................................................................................ 20
8.4 - Tenazes........................................................................................................ 21
8.5 - Limas. ........................................................................................................... 21
8.6 - Lixas. ............................................................................................................ 21
9 - Terminologias das lâminas. ................................................................................ 22
9.1 - Tipos de Lâminas e Montagens de Cabo. .................................................... 25
10 - Tratamento térmico. ............................................................................................ 26
10.1 – Normalização e Recozimento. ................................................................... 27
10.2 – Têmpera..................................................................................................... 28
10.3 – Revenimento. ............................................................................................. 30
11 - Forjamento Básico. ............................................................................................. 31
12 - Usinagem............................................................................................................ 39
13 - Testando sua faca. ............................................................................................. 40
14 - Bibliografia. ......................................................................................................... 41
15 - Anexos ................................................................................................................ 42
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1 - Um pouco de história.
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decoração e polimento, assim como os minerais azuis e verdes (de
cobre) na Mesopotâmia e no Egito. Em Creta, pequenas peças de
azurita (Carbonato de Cobre Hidróxido) foram também descobertas em
algumas habitações. O ouro, a prata e o cobre foram os primeiros metais
a serem descobertos. O ouro estava bem distribuído à superfície da
Terra e era muito resistente à corrosão. Seu brilho atraiu a atenção do
homem primitivo. Os ornamentos eram uma das múltiplas aplicações
deste metal.
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particularidade de ser mais duro. O seu preço era elevado devido à sua
raridade. Os povos antigos associavam o ferro a divindades,
considerando-o um “enviado do céu”. Só mais tarde é que o ferro foi
usado com maior abundância quando se descobriu como extraí-lo do
seu minério. O ferro começou por ser aquecido em fornos primitivos
abaixo do seu ponto de fusão, separando-se a “ganga” (impurezas com
menor ponto de fusão) a qual se deslocava para a superfície sendo
removida sob a forma de escória. Restava a esponja de ferro, a qual era
trabalhada na bigorna, obtendo-se as ferramentas e utensílios existentes
naquele período (2550 a 500 A.C.). O latão (liga de cobre e zinco), foi
descoberto entre 1600 a 600 A.C. na Pérsia, China e Palestina.
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Foi na Índia que se deu início à produção de aço. Chamaram-lhe
Aço Wootz (processo de carbonização conhecido pelos Egípcios antigos)
e era obtido a partir da esponja de ferro produzida num alto forno. Como
a temperatura atingida não permitia a fusão do ferro, esta esponja de
ferro era trabalhada com um martelo para expelir os resíduos
(forjamento); em seguida, era colocada entre placas de madeira num
cadinho o qual era isolado do ar, posto num forno e coberto de carvão
vegetal, dando-se assim a absorção de carbono. Após algumas horas de
aquecimento do cadinho, o metal era forjado até adquirir a forma de
barras.
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Os grandes centros da cutelaria européia, Sheffield, na Inglaterra;
Solingen, na alemanha; Thiers, na França e Toledo, na Espanha, vieram
a apresentar produção de forma industrializada somente a partir do início
do século XIX. Na América do Norte, o mesmo aconteceu a partir de
1832 por iniciativa de John Russel. A industrialização permitiu a queda
dos preços dos produtos, em geral, promovendo concorrência desleal
contra a produção artesanal que , em pouco tempo, veio a sucumbir.
Fonte: http://www.demat.ist.utl.pt/departamento/jornal/jornal1/pagina_1_3.html
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2 - A Sociedade Brasileira de Cuteleiros – SBC.
- www.sbccutelaria.org.br
- www.knifenetwork.com/forum/forumdisplay.php?f=48
- http://sbccuteleiros.blogspot.com/
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3 - Falando sobre o aço.
- Carbono:
Este é o principal componente da liga, tanto dos aços carbonos
quanto dos inoxidáveis. Ele é o elemento responsável por conferir
dureza ao aço após a têmpera.
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- Cromo (Cr) – Ponto de fusão = 1.560ºC:
É o elemento que confere resistência ao choque, à abrasão e à
oxidação.
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3.1 - Classificação dos aços.
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TABELA DOS PRINCIPAIS AÇOS CARBONOS UTILIZADOS NA
CUTELARIA
Designação Designação Carbono Cromo Manganês Molibdênio Vanádio Tungstênio Dureza Rockwell
do Produtor Técnica C Cr Mn Mo V W Recomendada
VC-131 D6 2.10 11.50 0.30 ----- 0.20 0.70 57-64
VC-130 D3 2.0 11.50 0.30 ----- 0.20 ----- 56-64
VD-2 D2 1.5 12.00 0.30 0.95 0.90 ---- 58-62
VND O1 0.95 0.50 1.25 ----- 0.12 0.50 58-63
VR-60 5160 0.60 0.80 0.87 ---- ----- ----- 52-54
VC-52 52100 1.05 1.45 0.35 ---- ---- ---- 56-59
VT-95 1095 0.95 ---- 0.40 ---- ---- ---- 52-56
Observações: 1) todos são produzidos pela Aços Villares S.A.; 2) dados fornecidos pela própria empresa; 3)
atentar-se para a “Designação Técnica” (normas SAE, AISI, ASTM e ABNT), que é a nomenclatura utilizada em
publicações técnicas sobre aços e lâminas; 4) a “Dureza Rockwell Recomendada” NÃO é específica para
lâminas. (Fonte: www.knifeco.com)
4 - Dicas importantes.
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O método de identificação dos metais mediante as características
das centelhas ou faíscas que lhes são desprendidas pelo esmeril é uma
forma rápida empregada em oficinas e principalmente entre os
vendedores de ferro velho ou outros comerciantes para classificar certos
materiais. Quando esta operação é feita por pessoa habilidosa, os
resultados obtidos são bastante aproximados.
Essa operação pode ser efetuada com qualquer esmerilhadora de
coluna, cuja pedra tenha uma velocidade aproximada de 3.000 RPM,
pois permite julgar vantajosamente o comprimento do jato de centelhas
desprendidas e suas ramificações.
Para este tipo de prova, não é necessário que o esmeril tenha um
determinado grau de aspereza, porque este detalhe não afeta as
características importantes do tipo de centelha dos diferentes metais. Na
maioria dos casos, o grau de aspereza do esmeril varia o comprimento
da centelha. Por regra geral, um esmeril de grão áspero produz em um
determinado material um jato de centelhas mais largo do que um grão
fino. Antes de efetuar esse tipo de prova é necessário verificar o estado
do esmeril, retificando-o se for preciso, e verificar se o metal a ser
submetido ao teste está limpo.
Ao aplicar-se o metal contra a face do esmeril deve-se exercer-lhe
uma ligeira pressão. O excesso de pressão provoca um rápido
aquecimento do metal que, por sua vez, aumenta o volume de centelhas
e, em certos casos, pode afetar algumas propriedades e dar a falsa
impressão da existência de um maior teor de carbono.
A esmerilhadora deve estar situada de maneira que o jato de
centelhas possa ser observado contra um fundo escuro. Em muitos
casos é aconselhável apoiar o pedaço de metal no suporte da
esmerilhadeira. Quando avaliar metais que produzam jatos de centelhas
largas, recomenda-se retirar a guarda da esmerilhadeira a fim de que o
metal toque a parte inferior do esmeril. Isto dá como resultado um jato
de centelhas vertical e é mais fácil determinar sua verdadeira grandeza.
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Acima dessa temperatura, o ferro existente na liga é paramagnético, não
manifestando tal propriedade. Essa é a Temperatura não – magnética.
Porém, há certos tipos de aço com elevado teor de Níquel ou
Manganês e de certos aços inoxidáveis que contêm boa quantidade de
Cromo e Níquel em sua liga, que conservam-se em estado alotrópico
não magnético à temperatura ambiente.
4.3 - Sonoridade.
6 - Ferrugem.
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para o Português, criou-se a palavra “inoxidável” quando, na realidade, a
tradução correta seria menos “manchável”. Em suma, o aço inoxidável
não é totalmente “inoxidável”, e sim, menos propenso a adquirir manchas
de oxidação como os aços carbono. Isto se deve ao seu alto teor de
Cromo na liga, fator responsável pela criação de um filme protetor que
impede o contato do oxigênio com o ferro. Uma lâmina de aço inox,
quando guardada sem a devida limpeza e manutenção, também
enferrujará.
7 - Segurança.
7.1 - Luvas.
São fundamentais sempre mas, em especial, quando se está
forjando e polindo. Durante o forjamento é preferível utilizarmos luvas
fabricadas a partir de material
isolante de calor, mas que sejam
suficientemente maleáveis para
não restringir o tato. Na falta
destas, pode-se usar as luvas de
raspa de couro ou de pelica. No
trabalho com politrizes as luvas
são necessárias uma vez que a
alta rotação do equipamento,
num momento de descuido,
poderá tomar a lâmina das mãos do cuteleiro com força suficiente para
lhe causar danos irreparáveis;
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forja. Os aventais mais compridos são mais indicados por abrangerem
maior área de proteção, cobrindo desde o peito até a altura dos joelhos.
São fabricados também lona;
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bigorna e do maquinário, são de intensidade suficiente para provocar
danos a médio prazo;
8 - Ferramentas.
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8.1 - Forja.
As forjas mais comuns são as que utilizam gás de cozinha ou
carvão como fonte de calor. As forjas a carvão, apesar de mais
tradicionais, estão em desuso uma vez que não se encontra mais carvão
de qualidade, com bom poder calorífico, e, também, pela sujeira que
provocam. Mesmo com o preço alto do gás de cozinha, esse tipo de forja
tem sido preferido pela maioria dos cuteleiros.
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Ela atinge temperaturas aproximadas a 1.300ºC, não faz sujeira, é
segura e facilmente transportável.
As forjas a carvão talvez sejam as únicas que ainda possam ser
encontradas à venda em nossas lojas de ferragens. Porém, tanto ela
quanto a forja a gás podem ser fabricadas sem maiores dificuldades.
8.2 - Bigorna.
Pode-se encontrá-las facilmente em lojas de ferragem. Por
questões de Física, quanto maior a
massa da bigorna, maior será a absorção
da energia desferida pela pancada do
martelo e menor será a sua dissipação.
Até certo ponto, quanto maior for a
bigorna, maior será o rendimento das
suas marteladas. No mínimo a bigorna
deve ter o peso dez vezes superior ao
peso do martelo utilizado. Há que se tomar cuidado com a pontaria do
martelo durante o forjamento pois, quando erramos a pancada sobre o
aço e a acertamos diretamente sobre a praça da bigorna, esta remete o
martelo de volta com força suficiente para nos atingir o rosto.
8.3 - Martelos.
O martelo originalmente usado pelos ferreiros é aquele indicado na
figura abaixo. Ele tem duas superfícies distintas: uma chata e outra em
forma de pena (cunha). Tais modelos
são mais difíceis de serem
encontrados e podem ser
substituídos pelas marretas, mais
comuns. É bom termos uma coleção
de martelos com pesos diferentes,
indo desde 500g até 2kg. Os martelos
de bola também serão úteis, bem
como os de madeira. Ambos terão utilizações específicas a serem
especificadas durante o curso.
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8.4 - Tenazes.
Assemelham-se a um alicate com cabo comprido e são utilizadas
para se segurar a peça que está sendo forjada de forma a proteger as
mãos do cuteleiro contra as chamas da forja e a alta temperatura da
peça. Existem os mais
diversos tipos de tenazes,
específicos para segurar
os formatos mais
variados. Infelizmente,
aqui no Brasil não as encontramos à venda no comércio o que nos
obriga a ter que fabricá-las. Pode-se confeccioná-las com ferro, aço ou
até mesmo fazer adaptações numa torquês de 16 polegadas de
comprimento.
8.5 - Limas.
São ferramentas manuais construídas em aço com alto teor de
carbono, com superfície
lavrada em estrias muito
próximas entre si. São
utilizadas para desbastar os metais e podem ser do tipo “Murça”, para
acabamento fino ou “Bastarda”, para acabamento grosso. Com mãos
habilidosas e uma lima nova o cuteleiro pode fazer maravilhas.
8.6 - Lixas.
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9 - Terminologias das lâminas.
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Desenho de Milton Hoffmann.
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Fonte:16º Annual Edition Knives‘ 96
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9.1 - Tipos de Lâminas e Montagens de Cabo.
1- Faca tipo Bowie: cabo tipo “hiddentang” ou espiga. Ponta estilo “clip
point” com falso fio alongado (estilo inglês);
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10 - Tratamento térmico.
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finalizada uma vez que reduzirá a sua ductilidade e a tornará mais
quebradiça.
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lâmina de forma a facilitar o trabalho de usinagem. Esse tratamento é
indispensável para os aços com alto teor de carbono
10.2 – Têmpera.
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óleo específico para tratamentos térmicos ou para transmissões
hidráulicas.
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10.3 – Revenimento.
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11 - Forjamento Básico.
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PRÁTICA DE FORJAMENTO.
fig. 1
¼” x 1”
O primeiro passo a ser tomado é forjarmos a ponta da lâmina. Para
tanto, é aconselhável que, antes disso, desbastemos no esmeril as
quinas da extremidade da barra de aço, arredondando-as levemente, de
forma a evitarmos um defeito comumente chamado de “boca de peixe”.
Este defeito geralmente resulta em uma falha na ponta da faca.
Aqueça a extremidade da barra de aço, posicione-a sobre a praça
da bigorna e bata com o martelo em suas quinas de maneira a rebaixá-
las e conformá-las ao modelo de ponta escolhido. Você observará que o
aço cederá às pancadas, engrossando a lâmina no sentido da
espessura. Procure corrigir essa deformação batendo também sobre as
laterais da barra, alternando sempre a quantidade de pancadas (fig. 2).
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Fig. 2
Fig.3
33
fig. 4
Fig. 5
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Não é aconselhável afilar demais a região do fio, pois, com as altas
temperaturas da forja, ele tenderá a se sobre-aquecer, “queimando”
(desagregando) a sua estrutura molecular. Termine o forjamento do fio
deixando nele uma espessura de aproximadamente 1 a 2 mm.
Observe que, ao forjar a largura da lâmina, o formato da ponta
fugirá àquele que você tinha pré-estabelecido. Cuide, então, para
recuperá-lo batendo em seu perfil com um martelo mais leve e pancadas
mais suaves, conforme mostram as figuras 6 e 7, e proceda a uma
revisão geral na lâmina, eliminando empenamentos e torções.
Fig. 6
fig. 7
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Deixe uma polegada da barra para o Ricasso e aqueça a região
situada logo em seguida. Coloque o grampo conforme mostra a figura
abaixo e, com uma de suas hastes apoiada sobre a praça da bigorna,
bata com o martelo sobre a outra de forma a provocar um
estrangulamento.
Fig. 8
fig. 9
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“Puxaremos”, agora, a espiga em seu comprimento, martelando-a
alternadamente de um lado e de outro e em pé sobre a praça da bigorna.
Bateremos nela também deitada, sobre o chifre, de forma a provocar-lhe
estiramento.
Fig. 10
fig. 11
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Procederemos agora à revisão final utilizando um martelo de 400
ou 500g. Aqueça a lâmina a uma temperatura de coloração vermelha
escura, mais baixa que a de forjamento, de forma a favorecer a redução
do tamanho da estrutura molecular (Normalização) e bata
cuidadosamente, com pancadas leves, corrigindo imperfeições.
É fundamental não deixarmos depressões, torções e
empenamentos na lâmina acabada, defeitos esses que poderão
comprometer o futuro de nossa peça durante a usinagem. Tenha sempre
em mente que dedicar algum tempo a mais sobre a bigorna poderá lhe
economizar horas de trabalho durante a usinagem.
fig. 12
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12 - Usinagem.
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13 - Testando sua faca.
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14 - Bibliografia.
- Chiaverini, Vicente
Aços e Ferros Fundidos: características gerais, tratamentos térmicos,
principais tipos – São Paulo – Associação Brasileira de Metalurgia e
Materiais, 1998;
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15 - Anexos
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