Sei sulla pagina 1di 6

METROLOGIA-2003 – Metrologia para a

Vida Sociedade Brasileira de Metrologia


(SBM)
Setembro 0105, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

CALIBRAÇÃO DE UM TERMÔMETRO Pt-100 COMO PADRÃO DE TRABALHO


DE UM LABORATÓRIO DE SERVIÇOS METROLÓGICOS

Alcir de Faro Orlando 1,2


1
Departamento de Engenharia Mecânica, PUC-Rio, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
2
Gerente Técnico do Laboratório de Pressão e Temperatura - LPT, ITUC/PUC-Rio, Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Resumo: Neste trabalho é examinada uma metodologia durante a calibração do SPRT. As incertezas (k=2)
básica para calibração de um padrão de trabalho do tipo encontradas para o SPRT nos pontos fixos são ,
termômetro de resistência de platina Pt-100, a ser utilizada respectivamente, (a)  3,6 mK, (b)  1,9 mK, (c)  2,6
por um laboratório de serviços metrológicos, com resultados
mK, (d)  7,9 mK, e (e)  9,3 mK [1].
comparados com os das principais normas existentes. A
influência de diferentes parâmetros é analisada sobre a Durante a calibração de um termômetro num banho de
incerteza global de medição. A medição da resistência, a calibração, usando o SPRT como padrão, os seguintes
rastreabilidade do medidor e a influência sobre a faixa de fatores devem ser considerados para a determinação da
incerteza autorizada pela Rede Brasileira de Calibração são incerteza de medição da temperatura com o SPRT , na
fatores examinados. A influência das calibrações anuais região de calibração.
necessárias para garantir a rastreabilidade também é
examinada. Um ajuste é feito em toda a faixa de utilização,  Incerteza do SPRT para reprodução da escala de
sendo descrita a metodologia para determinação da incerteza temperatura, obtida do certificado de calibração
de medição com o termômetro Pt-100. Finalmente a emitido pelo INMETRO [1].
metodologia é exemplificada com casos típicos, indicando  Incerteza de medição da resistência do SPRT
valores normalmente encontrados de incerteza.
 Homogeneidade do banho de calibração
Palavras chave: Pt-100, Calibração, Padrão de Trabalho
A incerteza de medição de temperatura pelo SPRT, na
1. INTRODUÇÃO região de calibração, pode então ser estimada combinando-
se os fatores mencionados anteriormente, segundo a
O Laboratório de Pressão e Temperatura (LPT) do metodologia descrita em [2]. Esta deve ser considerada a
ITUC/PUC-Rio está credenciado pela Rede Brasileira de incerteza mínima de calibração do laboratório, sendo
Calibração (RBC), desde 1988, para prestar serviços de utilizada pela Rede Brasileira de Calibração (RBC) para
calibração de termômetros na faixa –38 oC a + 300 oC, com especificação das incertezas mínimas do laboratório para a
incertezas mínimas (k=2) de (a)  0,1 oC, (b)  0,2 oC, e (c) prestação de serviços de calibração de termômetros.
 0,3 oC, respectivamente, para as faixas de temperatura (T)
de (a) T<100 oC, (b) 100 oC  T  200 oC, e T>200 oC. O Segundo [3], padrão de trabalho é um padrão utilizado
padrão de temperatura do LPT, usado como instrumento rotineiramente para calibrar ou controlar medidas
interpolador da Escala Internacional da Temperatura de materializadas, instrumentos de medição ou materiais de
1990 (EIT-90), é um termômetro padrão de resistência de referência, sendo normalmente calibrado por comparação a
um padrão de referência, no caso o SPRT. No LPT e em
platina (SPRT) com resistência nominal a 0 oC de 25,5  , muitos laboratórios, utiliza-se como padrão de trabalho um
fabricado pela ROSEMOUNT, modelo 162E, que é termômetro de resistência de platina, com resistência
calibrado a cada 3 – 5 anos no Laboratório de Metrologia
nominal de 100  a 0 oC , e usualmente denominado no
Térmica do INMETRO (LATER) nos pontos fixos de (a)
Mercúrio (-38,8344 oC), (b) Triplo da água (0,01 oC), (c) meio industrial de Pt-100. No LPT, este padrão de trabalho é
Gálio (29,7646 oC), (d) Estanho (231,928 oC), e (e) Zinco calibrado anualmente em comparação com o SPRT, que
(419,527 oC). Assim, a resistência do SPRT é medida nas somente é utilizado quando incertezas mais baixas de
temperaturas correspondentes aos cinco pontos fixos calibração são requeridas.
mencionados. Os coeficientes da função desvio, definida O objetivo deste trabalho é descrever o procedimento de
pela EIT-90, podem ser calculados como função da relação calibração de um Pt-100 como padrão de trabalho, e sua
de resistências do SPRT num dado ponto fixo e no ponto utilização num laboratório de serviços metrológicos,
triplo da água, sendo fornecidos pelo certificado de juntamente com a determinação da incerteza de medição de
calibração emitido. Ao se usar o padrão, a relação entre as temperatura na região de calibração de um banho de
resistências do SPRT num dado ponto e no ponto triplo da calibração de termômetros.
água, é usada para calcular a temperatura, através de
equações definidas pela EIT-90 e pelos coeficientes obtidos
2. INCERTEZAS MÍNIMAS DE MEDIÇÃO NO LPT
T (5)
c
2.1 Procedimento de calibração O LPT utiliza três banhos de calibração , respectivamente
T
para as faixas de temperatura (T), (a) T < 0 oC, (b) 0 oC < T W
< 100 oC, e (c) T > 100 oC. Um bloco equalizador de cobre,
com 5 furos, é colocado dentro do banho termostático de onde, cT é o coeficiente de sensibilidade, sendo calculado
calibração. Durante a fase de sua qualificação, um numericamente das equações da ITS-90.
determinado furo é escolhido como referência, onde o
padrão é sempre colocado durante as calibrações, a uma 2.3 Incerteza do SPRT
determinada profundidade de imersão, com o objeto A incerteza expandida de reprodução da escala de
(termômetro que está sendo calibrado) em qualquer outro temperatura pelo SPRT (UP), foi obtida do certificado de
furo. Após o estabelecimento do equilibrio térmico numa calibração emitido pelo INMETRO [1], para as nove
dada temperatura para a qual o banho foi ajustado, diferentes temperaturas usadas para a determinação da
incerteza mínima de medição do LPT. Ela foi considerada
do tipo A..
U
evidenciado por pelo menos 30 minutos de u P (6)
acompanhamento de sua medição, o processo de calibração P

se inicia, com medidas tomadas a cada 5 minutos para 2


determinar a repetitividade da medição de temperatura, o 2.4 Homogeneidade do banho
que inclui a estabilidade do banho, totalizando 6 valores.
Nove temperaturas foram escolhidas nesta análise. Durante o processo de calibração de um termômetro, em que
os valores indicados pelo padrão e pelo objeto são
2.2 Incerteza devido à medição de resistência comparados, supõe-se que a temperatura seja a mesma para
Um multímetro digital HP 34401A, 6 ½ dígitos, resolução os locais de posicionamento dos sensores. Quando isto não
de 10-4 ohms, foi usado para a medição da resistência do acontece, existe um erro sistemático que, em principio, pode
padrão. Ele foi calibrado por três laboratórios da RBC, em ser determinado experimentalmente. Para cada uma das três
diferentes anos, denominados respectivamente, de temperaturas ajustadas de cada um dos três banho de
laboratórios A, B e C. Os certificados de calibração foram calibração, o SPRT é colocado em cada furo do bloco
denominados, segundo o ano de calibração, (a) A#1, 1997, equalizador, em diferentes profundidades de imersão. Seis
(b) A#2, 1999, (c) B#1, 2000, (d) B#2, 2001, e (e) C#1, valores são lidos em intervalos de 5 minutos, com a média e
2002. O certificado emitido pelo fabricante foi denominado o desvio padrão computados. São calculadas a maior e a
de F#1. menor diferença entre dois furos quaisquer, em cada
profundidade de imersão e temperatura. Um valor de
Um outro multimetro digital HP 34420A, 7 ½ dígitos, profundidade de imersão é selecionado, a partir do qual as
resolução 10-5 ohms, foi também usado para a medição da diferenças encontradas entre os furos não mais variem
resistência do padrão. Ele foi calibrado pelo laboratório C da significativamente. Esta é considerada a profundidade
RBC em 2002, sendo o certificado de calibração mínima de imersão, e o maior e o menor valor são
denominado C#2. Da mesma forma, o certificado emitido denominados, respectivamente, de maior e menor não
pelo fabricante foi denominado de F#2. homogeneidades (UH). Quando, num processo de calibração,
Todas as incertezas indicadas nos respectivos certificados os furos são selecionados aleatoriamente, de forma que o
foram consideradas do tipo A. erro sistemático não possa ser deduzido, deve-se considerar
a maior não homogeneidade como uma incerteza tipo B para
De acordo com a ITS-90, a temperatura medida com um caracterizar, como correção, a diferença de temperatura
SPRT é apenas função da diferença entre a relação (W) entre entre os furos do padrão e do objeto. Da mesma forma, a
sua resistência medida (R) e a resistência medida no ponto menor não homogeneidade deve ser utilizada como
triplo da água (R0). incerteza tipo B para o cálculo da incerteza mínima de
W = R/R0 (1) calibração.

A incerteza combinada de W (uW) pode ser calculada, de U


acordo com [2], como u  (7)
H
H
3
 u 2
 u 2  uR 2 2.5 Incerteza mínima de medição no LPT
W
       0
R
(2)
W R  R0  A incerteza mínima de calibração (U) pode ser calculada
como
UW =2. uW para k=2 (3) 2 2 2 2
u u u u (8)
A incerteza expandida de medição de temperatura (UT), T P H

devido à incerteza de medição de W, pode ser expressa U = 2.u (9)


como
A Tabela 1 apresenta os valores de incerteza mínima de
UT = cT.UW (4) calibração no LPT, para o multímetro HP 34401A,
diferentes laboratórios da RBC e anos de calibração. Pode-
se observar uma discrepância grande entre os certificados testado no mercado pela HP. Considerando-se estas
emitidos pelos laboratórios da RBC. De um ano para o calibrações, somente com os certificados A#2 e C#1 as
outro, a variação da incerteza mínima é muito grande, o que incertezas do LPT, autorizadas pela RBC para prestação de
não é compatível com o desempenho de um produto já serviços de calibração, poderiam ser atendidas. Assim
mesmo, no ano anterior, o mesmo laboratório emitiu um Tendo em vista estes resultados, chegou-se à conclusão de
laudo A#1 que inviabilizaria o credenciamento. O que os resultados de incerteza fornecidos pelo fabricante
laboratório que emitiu o certificado C#1 apresentou um eram mais confiáveis, por serem conservativos. Como eles
nível de incerteza bem inferior ao apresentado pelo também não atendem os valores do credenciamento, um
fabricante F#1. Possivelmente por não ter incluido o termo outro multímetro, HP 34420A, atualmente em uso pelo LPT
de deriva no cálculo da incerteza. foi testado, com resultados apresentados pela Tabela 2.
Pode-se também observar que a incerteza de medição da Novamente, os resultados do certificado C#2 são menores
resistência do SPRT é o termo predominante. Portanto, um do que os que foram emitidos pelo fabricante. Assim,
esforço grande da RBC deve ser voltado para que os resolveu-se adotar os valores deste último, que portanto
laboratórios credenciados apresentem valores de incerteza atendem aos valores do credenciamento do LPT.
compatíveis com a realidade, demonstrando sua
metodologia. 2.6 Comparação entre multímetros
Tabela 1 : Incerteza expandida mínima de calibração – Tendo em vista que, pela EIT-90, a temperatura é apenas
multímetro HP 34401A. função da relação entre resistências (W) do SPRT, e não de
cada uma separadamente, um experimento foi conduzido
T UP UH Incerteza mínima de calibração - U
para calcular o seu valor para cada nível de temperatura na
F#1 A#1 A#2 B#1 B#2 C#1 faixa do credenciamento, medindo-se simultaneamente a
o
C mK mK mK mK mK mK mK mK resistência do SPRT com os dois multímetros, após o
atingimento do equilíbrio térmico do banho.
-51,23 4 13 76 268 40 733 206 17
-26,02 3 11 81 301 41 770 216 15 Tabela 3 : Comparação entre multímetros
-0,28 2 6 74 288 36 700 195 11 T HP 34401A HP 34420A T1-T2

22,52 3 6 96 382 45 893 249 13 R1 R10 R2 R20

48,79 4 4 106 432 49 973 271 13 o


C     mK

98,81 6 7 119 505 54 1077 299 16 35 29,0590 25,5169 29,0653 25,5219 -5,8
99,64 6 14 120 506 56 1078 300 21 40 29,5753 25,5180 29,5814 25,5223 -11,9
198,31 8 21 151 663 69 1322 367 30 50 30,5669 25,5174 30,5729 25,5221 -4,1
296,96 8 14 183 829 77 1593 442 26 60 31,5794 25,5147 31,5883 25,5219 0,5
70 32,5553 25,5152 32,5644 25,5220 -3,5

Tabela 2 : Incerteza expandida mínima de calibração – 80 33,5448 25,5149 33,5540 25,5220 0,5
multímetro HP 34420A. 90 34,5290 25,5152 34,5387 25,5219 -5,9
T UP UH U 100 35,5028 25,5156 35,5124 25,5219 -7,8
F#2 C#2 110 36,5092 25,5155 36,5192 25,5219 -8,8
o
C mK mK mK mK 120 37,4962 25,5164 37,5064 25,5220 -21,1
-51,23 4 13 24 16 130 38,4785 25,5164 38,4877 25,5220 -8,1
-26,02 3 11 24 14 140 39,4585 25,5163 39,4692 25,5220 -19,1
-0,28 2 6 21 9 150 40,4209 25,5165 40,4314 25,5219 -18,6
22,52 3 6 27 10
48,79 4 4 30 9 Como pode ser observado pela Tabela 3, a diferença entre a
98,81 6 7 35 13 temperatura indicada pelo SPRT, usando dois multímetros
99,64 6 14 38 19 com diferentes incertezas de medição, é no máximo igual a
21,1 mK, bem abaixo da incerteza mínima de medição do
198,31 8 21 51 28
LPT. Recomenda-se que, para minimizar erros, a resistência
296,96 8 14 57 22 do SPRT no ponto do gelo seja sempre lida simultaneamente
com a do banho de calibração, evitando assim eventuais
variações.
3. O TERMÔMETRO Pt100
Um termômetro convencional de resistência de platina
(Pt100) atende às normas da indústria. Estas, definem
muitos aspectos, incluindo a tolerância inicial. As mais
usadas, DIN 43760 e IEC 751, definem duas classes de
tolerância inicial para estes termômetros : A e B. Um outro
padrão quase industrial existe, sendo chamado de DIN Tabela 4 apresenta os valores de tolerância para cada classe,
1/10th. O termômetro que atende a esta norma é talvez o de
Tabela 4 : Valores de tolerância para cada classe
melhor tolerância industrial disponível.
A tolerância inicial de um Pt100 é definida como o máximo Classe Tolerância
desvio permitido da relação nominal, expresso em oC. A (oC)
A 0,15 + 0,002.T
B 0,30 + 0,005.T Tabela 5 : Coeficientes da Equação Callendar-Van Dusen-
1/10 th
0,03 + 0,002.T Valores Nominais
PARÂMETRO DIN 43760/IEC 751 JIS
R0 100 100
onde a temperatura T é expressa em oC. Quando o usuário
do Pt100 exige uma tolerância inicial menor, existem outras A 0,00390802 0,003974673
opções. Sua calibração pode reduzir a incerteza de medição B -5,80195E-07 -5,89730E-07
nas proximidades do ponto de calibração. Isto pode ser
C -4,27350E-12 -4,5300E-12
adequado se o termômetro for usado apenas numa faixa
estreita de temperatura. Para isto, a resistência do  0,00385000 0,00391600
termômetro pode ser medida nos pontos fixos a) Mercúrio (-
38,8344 oC), (b) Estanho (231,928 oC), e (c) Zinco (419,527  1,50700 1,50594
o
C), além dos pontos de mudança de fase da água, a pressão
atmosférica, gelo (0 oC) e vapor (100 oC), conforma a faixa
 0,111 0,116

de utilização. Este procedimento requer que o usuário faça


uma correção para cada medida feita, para eliminar o desvio
encontrado na calibração. Quando uma tolerância pequena é Tabela 6 : Incertezas nominais e de termômetros calibrados
necessária ao longo de uma faixa grande de temperatura, um Temperatura (oC) Incerteza de Medição (oC)
ajuste pelo método dos mínimos quadrados pode ser feita Classe A Pt100 Calibrado
para a determinação dos coeficientes da conhecida equação
de Callendar –Van Dusen, expressa da forma : 0 0,15 0,02
100 0,35 0,08
R = R0{1 + A.T + B.T2 + C.T3.(T-100)} (10)
200 0,55 0,15
onde, C=0 para T>0 oC.
300 0,75 0,15
Este procedimento tem sido usado por Institutos Nacionais 400 0,95 0,10
de Metrologia para interpolar entre os pontos fixos que
definem a escala internacional de temperatura. Uma forma
alternativa desta equação é : Pode-se observar que se um termômetro Pt100 da Classe A
for usado como padrão de trabalho em um laboratório de
serviços metrológicos, somente com a calibração ele
atenderá os valores de credenciamento do LPT. Neste caso,
muito provavelmente a incerteza na faixa acima de 200 oC
ficará em torno de pelo menos  0,15 oC.
O presente trabalho apresenta a metodologia para o ajuste
pelo método dos mínimos quadrados, comparando os
coeficientes encontrados com os da Tabela 4.
4. CALIBRAÇÃO DO TERMÔMETRO Pt100
A Equação de Callendar-Van Dusen pode ser utilizada com
   T 2  o método dos mínimos quadrados para ajustar oa dados

R  R0 1   T  X    X (11) experimentais e portanto determinar os seus coeficientes.


 
100
     Em sua forma mais simples, um polinômio do segundo grau
  é usado.
 T  T 
X   (12) R = R0{1 + A.T + B.T2} (13)
1 
 100  100  Mudando-se a variável,
onde,   0 para T > 0 C. o
Z = R / R0 – 1= W - 1 (14)
Os valores nominais dos coeficientes se encontram na Assim, deve-se ajustar a seguinte equação,
Tabela 5. Ao usar estes coeficientes para os termômetros Z= A.T + B.T2 (15)
industriais, os valores de incerteza da Tabela 3 se aplicam.A
literatura [4] mostra que um termômetro Pt100 calibrado 4.1 Determinação dos coeficientes A e B
pode ter incertezas bem menores do que as apresentadas na O método consiste em medir para cada uma das N
Tabela 3. temperaturas ajustadas do banho (Ti ), e medida pelo SPRT,
o valor da resistência do Pt100 (R i ), e o seu valor no gelo,
(R0i.), calculando-se, portanto, Zi . Estão portanto
disponíveis N pares de pontos (Ti , Zi). Deve-se, portanto, 4.2.6 Coeficiente de sensibilidade (cPt100)
minimizar o desvio médio quadrático s.
2
Pode ser calculado pela Eq. (21), usando a Eq. (13)
2
s  1
 B.T  Z 
2
∑N (16)  T 1 (21)
A.T c  
i i i
N2 i1 Pt100 A  2.B.T

W
ou seja, determinar os valores de A e B que minimizam o
desvio médio quadrático s. Assim, a condição é que, 4.2.7 Incerteza de medição da resistência (uPt100)
uPt100 =uw.cPt100
s s
 A   B 0
(22)
(17)
4.2.8 Incerteza do ajuste (uajuste)
resultando nas Eq. (18) e (19),
É igual ao desvio médio quadrático sT, que é calculado
somando-se os quadrados das diferenças de temperatura
 N
   N
  N
  Ti2 .A    T3 i .B    Z i entre o padrão (TP) e o Pt100 (TPt100), a partir do inverso da
(18) Eq. (13), com os coeficientes recem calculados A e B, e
.Ti  resistências medidas.
 i1   i1   i1 
 N 3  N 4   N 2
N 2
1
  Ti .A   .B    Zi .Ti (19) s 
2
T T  (23)
 Ti 
 i1   i1   i1  T
N2 i1
P Pt100

que podem ser resolvidas para A e B. O desvio médio


quadrático pode então ser calculado pela Eq. (16), uajuste=sT (24)
substituindo os valores de A e B. 4.2.9 Incerteza de medição de temperatura com o Pt100,
4.2 Estimativa da incerteza de medição da temperatura com a Equação de Callendar-Van Dusen (U)

A calibração de um Pt100 foi feita neste trabalho para A incerteza de medição da temperatura com o Pt100, a partir
demonstrar a metodologia. Um multímetro HP 34401A, foi da medição de sua resistência, e usando a equação de
usado para medir a resistência do Pt100. Um multímetro HP Callendar-Van Dusen é,
34420A, foi usado para medir a resistência do SPRT. O u 2 u 2
SPRT  u Pt100
2
 u ajuste
2
(25)
seguinte procedimento foi usado para calcular a incerteza de
medição da temperatura, medindo-se a resistência e usando- U = 2.u (k=2) (26)
se a Eq. (13).
4.3 Calibração de um Pt100
4.2.1 Incerteza de medição da resistência do SPRT (uT)
Um Pt100 foi calibrado segundo esta metodologia, com
A resistência R do SPRT é medida, juntamente com a sua resultados apresentados na Tabela 7.
resistência a 0 oC (R0). Calcula-se portanto W, Eq. (1).
Tabela 7 : Calibração de um Pt100
Usando-se a sua equação de calibração, pode-se determinar
a temperatura T do banho. A incerteza de W pode ser
determinada pela Eq. (2). A incerteza da medida de T Incerteza do SPRT Incerteza do Pt100
temperatura devido à medição de resistência, pode ser uP uT uH uSPRT uPt100 uajuste U
determinada pela Eq. (4). Tipo A. o mK mK mK mK mK mK
C
4.2.2 Incerteza do sensor para reprodução da EIT-90 -47,374 2 2 55 55 2 34 129
(uP) -21,925 1 3 22 22 3 34 81
Obtida do certificado de calibração do INMETRO. Tipo A.. -0,002 1 3 7 8 3 34 70
4.2.3 Incerteza devido a não homogeneidade (uH) 20,957 1 3 4 6 3 34 69

Obtida dos testes do LPT com seus banhos. Tipo B. 50,084 2 4 2 4 4 34 69


74,993 2 4 3 5 4 34 69
4.2.4 Incerteza da temperatura do banho (uSPRT)
99,952 2 4 5 7 4 34 70
Pode-se calcular combinando-se incertezas
2 2 2 149,929 3 5 12 13 5 34 74
u2 u u u
(20) 197,037 3 5 18 19 5 34 79
SPRT T P H
249,498 4 6 24 25 6 34 86
4.2.5 Incerteza da medição de resistência do Pt100 (uW) resistência,
297,948 pode
4 ser determinada
6 30 pela
31 Eq.7(4). Tipo
34 A. 93
A incerteza de W pode ser determinada pela Eq. (2). A
incerteza da medida de temperatura devido à medição de
Uma análise da Tabela 7 mostra que a maior componente da
incerteza é a do ajuste. Isto significa que se menores valores
de incerteza são requeridos, um ajuste deve ser feito para [4]AllTemp Sensors Inc, 1999, Fornecedor de Sensores para
uma faixa de trabalho menor do que a do credenciamento. A Medição de Temperatura.
incerteza de medição de temperatura com o Pt100 também
está abaixo do valor de credenciamento, o que qualifica este
sistema para serviços metrológicos. Para melhorar mais
ainda esta incerteza, homogeneidades melhores deverão ser
obtidas com banhos melhores.
A Tabela 8 apresenta os valores dos coeficientes,
comparando-os com os das normas. Pode-se observar que o
valor dos coeficientes é próximo do das normas.
Tabela 8 : Coeficientes do ajuste
Coeficiente Ajuste Normas
A 0,00391299 0,00390802
B -5,9225E-07 -5,80195E-07

Outros polinômios foram ajustados aos dados experimentais.


A Tabela 9 apresenta os valores.
Tabela 9 : Ajuste de polinômios aos dados experimentais
Coef Unidade Grau 2 Grau 3 Grau 4
A o
C -1 0,00391299 0,00391289 0,00391293
B o
C-1 -5,9225E-07 -5,9091E-07 -5,9847E-07
C o
C-1 -3,561E-12 6,3513E-11
D o
C -1 -1,4347E-13

uajuste mk 34 34 34

Pode-se observar que a incerteza do ajuste é a mesma, e os


coeficientes são muito semelhantes, justificando a escolha
do grau 2 por ser mais simples, principalmente quando se
quer calcular a temperatura a partir da resistência medida.
Assim, não há necessidade de se usar a Eq. (10) para valores
negativos de temperatura.
5. CONCLUSÕES
Um procedimento foi descrito para usar o PT100 como
padrão de trabalho eml laboratórios de serviços
metrológicos, mostrando que um ajuste pelo método dos
mínimos quadrados é importante para reduzir a incerteza do
mesmo. Uma discussão é feita sobre a influência dos
diferente parâmetros sobre a incerteza : multimetro,
homogeneidade e ajuste, com a finalidade de sua redução e
validação dos procedimentos de um laboratório.
6. REFERÊNCIAS
[1]INMETRO, 1998, “Certificado de Calibração n.003/98”,
Termômetro de resistência de Platina Padrão de 25,5
ohms, emitido em 09/02/1998.
[2]ISO GUM, 1998, “Guia para a Expressão da Incerteza de
Medição”, INMETRO
[3] IM, 1995,”Vocabulário Internacional de Termos
Fundamentais e Gerais de Metrologia”, INMETRO

Potrebbero piacerti anche