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As Divindades da Caça e da Colheita

Texto escrito para o Jornal do Recanto da Bruxa – Coluna: Sincretismos dos Deuses.

Em todas as civilizações antigas encontramos Deidades que cuidam da caça e até mesmo dos
caçadores. Portanto faremos um trabalho bem brasileiro de sincretismo entre esses deuses,
até porque o sincretismo é um termo substantivo provindo da época dos cultos africanos
secretos no Brasil, pois sincretizavam com os santos dos colonizadores os seus deuses para
que assim seu culto continuasse sem represálias dos dominadores.

Iniciamos então fazendo a famosa suposição pré-histórica baseada nas


descobertas arqueológicas, o homem primitivo, de aproximadamente 12 mil anos atrás (era
paleolítica) retratava com pinturas rupestres nas cavernas uma espécie de deus chifrudo,
considerado devido às civilizações posteriores um deus cornífero da caça. Presumiu-se que
nos tempos antigos ele era invocado antes do homem sair para caçar, para abençoar o
caçador com sucesso e fartura. O Deus cornífero é o caçador e a caça e também o senhor
das profundidades das florestas.
O extinto povo celta que provém de eras paleolíticas também tinha uma dedicação toda
especial aos seus deuses da caça e das colheitas, muitos eram os atributos de variados
deuses, citamos como exemplo Herne, o caçador que era cultuado em quase toda a
extensão do antigo mundo céltico e que foi associado a Cernunnos (nome latino para o
“chifrudo”) posteriormente, estes deuses masculinos são considerados deuses corníferos
cujo culto surgiu entre os povos que dependiam da caça, por isso sempre foram considerados
os deuses dos animais e da fertilidade, e ornado com chifres, pois os chifres
representavam poder, energia com o cosmos, fertilidade e vitalidade. Um altar para
Cernunnos foi descoberto onde é hoje a Catedral de Notre Dame, em Paris. Muitos outros
nomes de deuses da caça foram cultuados em toda extensão da Europa céltica, como o
Homem Verde (Green Man) ainda é venerado em celebrações e é um símbolo comum nas
tavernas da Inglaterra.
Daremos também destaque a Deusa Flidais que era cultuada onde hoje é a Irlanda como
deusa da caça e da agricultura.

Na Grécia Antiga encontramos Ártemis, apesar de seus inúmeros atributos e de ter chegado
até nós como uma deusa lunar, isto não isenta a sua principal função dentro dos padrões
arquetípicos gregos que é o de caçadora e protetora dos animais e dos homens que com a
caça suprem as necessidades familiares e tribais. Era considerada uma deusa guerreira,
sendo patrona das amazonas. Também incorporava em alguns locais o arquétipo da
fecundidade até mesmo sendo guardiã das mulheres no momento do parto.
As qualidades que se procuram nessa deusa é a da auto-afirmação e independência.
Encontramos as forças dela em todos os locais silvestres e inabitados preferencialmente
bosques e prados, onde poderá ser encontrada com seus animais e, seu maior símbolo: o arco
e a flecha, cujo nos poemas da Ilíada de Homero seriam de ouro, apesar de alguns outros
escritos referirem que seu arco seria de prata.
Ártemis aparece na mitologia também como deusa da vegetação, uma deusa da parte
intocada da natureza. Por isso era ligada a um culto antigo da Arvore da Lua, onde sua
imagem era pendurada em galhos e arbustos.
Existiu um rito de iniciação à deusa, onde meninas com menos de 9 anos, dançavam com pele
de urso a dança do urso em seu templo. Bodes eram sacrificados nestas cerimônias, para que
tais jovens pudessem conhecer também o lado sombrio da Deusa-Lua e os seus mistérios
sangrentos da morte, sacrifício e renovação.

Ártemis equivale à deusa romana Diana em razão de seus atributos de protetora das
florestas, dos bosques, da vida silvestre e dos animais. Alguns dizem que seu principal animal
é o cão selvagem, outros dizem ser o cervo. Diana era cultuada em templos rústicos nas
florestas e o mais famoso ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Aricia. Onde eram
praticados rituais de iniciação semelhantes aos feitos para a Deusa Ártemis na Grécia.

No Egito encontramos uma das mais antigas deusas caçadoras, é Neith. Ela era ainda a que
abria os caminhos, sendo guerreira e protetora e considerada a Senhora do Oeste. Seu nome
significa: “eu venho de mim mesma”. No período pré-dinástico tinha a forma de escaravelho e
posteriormente, seus atributos foram o arco e flecha cruzadas sobre o escudo (todos de
prata), que constituíam seu emblema. Também levava uma coruja na mão direita e uma lança
na esquerda. Foi por isso, que Heródoto a associou a Atenas.
Ela usava a coroa vermelha do Baixo Egito e em suas mãos segurava um arco e duas flechas.
O abutre era o animal sagrado de Neith e de outras deusas. O símbolo hieroglífico para
"mãe" era um abutre. Ele come os cadáveres e lhes dá novamente a vida, simbolizando o ciclo
da perpétua transmutação morte-vida.

Em países africanos que se falava os dialetos yorubá encontram-se diversos


deuses da caça e da vegetação, mas quando estes vieram cativos para o Brasil trouxeram
consigo apenas um deus considerado da caça que é o Orixá Oxossi ou Odé (que em língua
iorubá quer dizer caçador), cultuado hoje no Brasil pelos adeptos dos Candomblés das nações
de Kêtu, Efon e outros. Também temos outro caçador e abridor de caminhos que é Ogum,
considerado irmão de Oxossi e quem o ensinou a caçar, dizem que Ogum, como Orixá
Primordial introduziu na terra a Idade do Ferro, ensinando a todos a lidar com esse mineral e
a fazer ferramentas para a sua sobrevivência através da agricultura, caça e armas de guerra
para defender a sua prole e o homem nômade a partir daí passou a se organizar em
comunidades. E a partir especificamente da caça, o homem passou a distribuir o excesso do
que caçava a sua tribo, a mudança da coleta para o partir para a caça trouxe a abundancia e a
prosperidade, e é quando ocorre o aparecimento dos Ode’s (caçadores) e de Oxossi que se
divinizaram, tudo graças às ferramentas de Ogum, por isso em muitas regiões africanas se
cultua os Ode’s através de Ogum. Oxossi no Brasil é reverenciado nas quintas-feiras, com a
cor verde ou azul-claro; suas ferramentas são o arco e a flecha (damatá ou ofá) e o chicote
feito de rabo de boi e couro (iruquerê), utilizando em muitos rituais dois chifres de búfalo
dependurados na cintura; seus domínios são as matas, florestas cerradas, parques florestais e
os animais silvestres. Oxossi protege os animais e as plantas, é considerado o Rei das Matas, o
provedor do sustento... É tradicionalmente associado à Lua e, por conseguinte, à noite, melhor
momento para a caça. Este Orixá representa atividades e temperamentos próprios da
juventude viril. Vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável (assim
como Ártemis, que é considerada uma Deusa Virgem), tendo um conceito de liberdade e
independência. Existem locais na África onde encontramos Oxossi como Orixá feminino sendo
esposa do Orixá Odé ou do Orixá Ogum, mas no Brasil é cultuado como Orixá masculino e na
África seu culto foi quase extinto, segundo Pierre Verger.
Já os africanos de dialeto bantu quando vieram para o Brasil trouxe outro deus da caça e
vegetação chamado de Nkisi Mutakalambo (o caçador) ou Kabila (quer dizer o pastor),
cultuado hoje no Brasil no Candomblé de Angola. É um deus caçador habitante das florestas
e montanhas. É responsável pela fartura e pela abundancia de alimentos. Sua cor é o verde e
usa como instrumento o arco e a flecha.

Ainda na linha africana de cativos que vieram para o Brasil encontramos entre os povos de
língua fon o Vodum Agué, sendo este o deus da caça e da floresta dos daomehanos,
cultuados hoje no Brasil no Candomblé Jêje Mahi.

No norte do Brasil, principalmente, existem os cultos às entidades Indígenas caçadoras. Isso


ocorre nos Candomblés de Caboclo, no Catimbó, Terecó, na Encantaria, Pajelança e também
na Umbanda, entre outras manifestações religiosas e espirituais onde existem a manifestação
de Entidades Caboclas, parte dessas entidades dizem ter vivido nesse país como Índios e
utilizam como paramentos os mesmos arco e flechas das divindades anteriores das mais
variadas culturas.
Todas essas Divindades e Entidades nos levam a pensar se as energias que carregam não
seriam as mesmas, facilitando assim em muito a nossa relação com elas numa forma
energética da caça e não em formas individualizadas e personificadas.
Desejo a todos uma boa reflexão sobre o exposto e que em sua próxima caçada possam ser
mais felizes com os objetos da caça.
Racquell Narducci

Fontes: Espaço Cultural Luz e Mhisterio.


Religião e cultura Popular – Sergio Ferretti.
Celtas Mitos e Lendas – Charles Squire.
Anuário da Grande Mãe – Mirella Faur.
Mistérios Celtas – John Sharkey.
Anam Cara - John O'Donohu
The Celt Druid - Geoffrey Higgins 
O Livro da Mitologia Celta - Claudio Crow Quintino 
Todas as Deusas do Mundo - Claudiney Prieto 
O Oráculo da Deusa - Amy Sophia Marashinsky
Os Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi
Os Mitos Celtas - Pedro Pablo G. May
Druidismo Celta - Sirona Knight 
Livro Mágico da Lua - D. J. Conway
Dicionário Yorubá - Português - Eduardo Fonseca Junior.

CAÇA - A imagem de uma caçada pode estar simbolizando a agressão à mãe, a sua imago,
uma vez que os animais fazem parte do reino da Grande-Mãe. Essa imagem pode ainda
representar a busca pela vida espiritual. A vida dos jovens gregos ligados à caça possuía uma
simbólica de iniciação, ligada à Ártemis.

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