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Texto escrito para o Jornal do Recanto da Bruxa – Coluna: Sincretismos dos Deuses.
Em todas as civilizações antigas encontramos Deidades que cuidam da caça e até mesmo dos
caçadores. Portanto faremos um trabalho bem brasileiro de sincretismo entre esses deuses,
até porque o sincretismo é um termo substantivo provindo da época dos cultos africanos
secretos no Brasil, pois sincretizavam com os santos dos colonizadores os seus deuses para
que assim seu culto continuasse sem represálias dos dominadores.
Na Grécia Antiga encontramos Ártemis, apesar de seus inúmeros atributos e de ter chegado
até nós como uma deusa lunar, isto não isenta a sua principal função dentro dos padrões
arquetípicos gregos que é o de caçadora e protetora dos animais e dos homens que com a
caça suprem as necessidades familiares e tribais. Era considerada uma deusa guerreira,
sendo patrona das amazonas. Também incorporava em alguns locais o arquétipo da
fecundidade até mesmo sendo guardiã das mulheres no momento do parto.
As qualidades que se procuram nessa deusa é a da auto-afirmação e independência.
Encontramos as forças dela em todos os locais silvestres e inabitados preferencialmente
bosques e prados, onde poderá ser encontrada com seus animais e, seu maior símbolo: o arco
e a flecha, cujo nos poemas da Ilíada de Homero seriam de ouro, apesar de alguns outros
escritos referirem que seu arco seria de prata.
Ártemis aparece na mitologia também como deusa da vegetação, uma deusa da parte
intocada da natureza. Por isso era ligada a um culto antigo da Arvore da Lua, onde sua
imagem era pendurada em galhos e arbustos.
Existiu um rito de iniciação à deusa, onde meninas com menos de 9 anos, dançavam com pele
de urso a dança do urso em seu templo. Bodes eram sacrificados nestas cerimônias, para que
tais jovens pudessem conhecer também o lado sombrio da Deusa-Lua e os seus mistérios
sangrentos da morte, sacrifício e renovação.
Ártemis equivale à deusa romana Diana em razão de seus atributos de protetora das
florestas, dos bosques, da vida silvestre e dos animais. Alguns dizem que seu principal animal
é o cão selvagem, outros dizem ser o cervo. Diana era cultuada em templos rústicos nas
florestas e o mais famoso ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Aricia. Onde eram
praticados rituais de iniciação semelhantes aos feitos para a Deusa Ártemis na Grécia.
No Egito encontramos uma das mais antigas deusas caçadoras, é Neith. Ela era ainda a que
abria os caminhos, sendo guerreira e protetora e considerada a Senhora do Oeste. Seu nome
significa: “eu venho de mim mesma”. No período pré-dinástico tinha a forma de escaravelho e
posteriormente, seus atributos foram o arco e flecha cruzadas sobre o escudo (todos de
prata), que constituíam seu emblema. Também levava uma coruja na mão direita e uma lança
na esquerda. Foi por isso, que Heródoto a associou a Atenas.
Ela usava a coroa vermelha do Baixo Egito e em suas mãos segurava um arco e duas flechas.
O abutre era o animal sagrado de Neith e de outras deusas. O símbolo hieroglífico para
"mãe" era um abutre. Ele come os cadáveres e lhes dá novamente a vida, simbolizando o ciclo
da perpétua transmutação morte-vida.
Ainda na linha africana de cativos que vieram para o Brasil encontramos entre os povos de
língua fon o Vodum Agué, sendo este o deus da caça e da floresta dos daomehanos,
cultuados hoje no Brasil no Candomblé Jêje Mahi.
CAÇA - A imagem de uma caçada pode estar simbolizando a agressão à mãe, a sua imago,
uma vez que os animais fazem parte do reino da Grande-Mãe. Essa imagem pode ainda
representar a busca pela vida espiritual. A vida dos jovens gregos ligados à caça possuía uma
simbólica de iniciação, ligada à Ártemis.