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Colégio e Curso A4 – Prof.

Eduardo Barreto – Turma: Pré-técnico

Interpretação Textual 

O VILARES

Havia, no colégio, três companheiros desagradáveis. Um deles era o Vilares. Menino


forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas
autoritariamente.
Parecia ter nascido para senhor do mundo.
No recreio queria dirigir as brincadeiras e mandar em todos nós. Se a sua vontade não
predominava, acabava brigando e desmanchava o brinquedo.
Simplesmente insuportável. Ninguém, a não ser ele, sabia nada; sem ele talvez não
existisse o mundo.
Vivia censurando os companheiros, metendo-se onde não era chamado, implicando
com um e com outro, mandando sempre. (…)
Não tinha um amigo. A meninada do curso primário movia-lhe a guerra surda. E, um
dia, os mais taludos se revoltaram e deram-lhe uma sova.
Foi um escândalo no colégio. O vigilante levou-os ao gabinete do diretor. O velho
Lobato repreendeu-os fortemente. Mais tarde, porém, chamou o Vilares e o
repreendeu também.
Eu estava no gabinete e ouvi tudo.
- É necessário mudar esse feitio, menino. Você, entre os seus colegas, é uma espécie
de galo de terreiro. Quer sempre impor a sua vontade, quer mandar em toda a gente.
Isso é antipático. Isso é feio. Isso é mau. Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa
do que numa estrada cheia de pedras e buracos. Você, com essa maneira autoritária,
está cavando buracos e amontoando pedras na estrada de sua vida.
E, continuando:
- Você gosta de mandar. Mas é preciso lembrar-se de que ninguém gosta de ser
mandado. Desde que o mundo é mundo, a humanidade luta para ser livre. O
sentimento de liberdade nasce com o homem e do homem não sai nunca. É um
sentimento tão natural, que os próprios irracionais o possuem. E louco será, meu filho,
quem tiver a pretensão de modificar sentimentos dessa ordem. Ou você muda de
feitio, ou você muito terá que sofrer na vida.  (VIRIATO CORREA.)

Após a leitura do texto responda às questões:


1. Assinale a alternativa que combina com o texto.
a. (   ) O texto é sério, porque relata um acontecimento desagradável.
b. (   ) É formativo porque, através do diretor do colégio, mostra como se deve corrigir
um comportamento reprovável.    c. (   ) É um texto cômico, engraçado.

2. Quais são as personagens do texto?

3. Assinale a alternativa correta:


a. (   ) O narrador não é personagem do texto.
b. (   ) O narrador é personagem do texto, porque ele se inclui entre as pessoas que
participam da história.       
c. (   ) Não existe narrador nesta história.

4. Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?___

5. O autor descreve o Vilares informando algumas características dele. Transcreva a 7.

6. No texto, o diretor usou três frases para caracterizar o autoritarismo do Vilares.


Assinale-as:
a. (   ) “… é uma espécie de galo de terreiro.”
b. (   ) “Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa”.
c. (   ) “Quer sempre impor a sua vontade.”
d. (   ) “… quer mandar em toda a gente.”
e. (   ) “… ninguém gosta de ser mandado.

7. Assinale as alternativas que resumem as mensagens do texto:
a. (   ) A convivência com uma pessoa autoritária é desagradável.
b. (   ) A meninada da escola costuma mover guerra surda.
c. (   ) Os diretores são autoritários em suas repreensões.
d. (   ) As pessoas têm um forte sentimento de liberdade e geralmente não aceitam as
imposições das pessoas autoritárias e mandonas.

GABARITO
Questão 1. Alternativa b
Questã0 2. Um menino de nome Vilares e dois companheiros seus; o velho Lobato, que
era o diretor da escola; o vigilante;  os alunos do curso primário; o narrador da história.
Questão 3. Alternativa b.
Questão 4. O menino Vilares.
Questão 5. “Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de
franzir as sobrancelhas autoritariamente.”
Questão 6.  Briguento, metido, sabichão, insuportável, autoritário, implicante,
antipático, desagradável, egoísta.
Questão 7. Alternativas a, c, d
Questão 8. Resposta individual, porém deverá ter conexão com o assunto do texto.
Questão 9. Alternativas a, d.
Questão 10. O tema da história em questão é autoritarismo. A redação deve explorar
esse assunto que pode ser feita através de um relato vivido ou conhecido pelo aluno,
ou ainda expressar a sua opinião a respeito. O aluno deverá mostrar sua redação para
alguém que possa ajudá-lo a melhorar suas ideias e corrigir erros gramaticais
cometidos.

 A CAUSA DA CHUVA
(MILLOR FERNANDES, Fábulas Fabulosas)
1.        Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram
inquietos. Uns diziam que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não
chegavam a uma conclusão.
2.        – Chove só quando a água cai do teto do meu galinheiro, esclareceu a galinha.
3.        – Ora, que bobagem! disse o sapo de dentro da lagoa. Chove quando a água da
lagoa começa a borbulhar suas gotinhas.
4.        – Como assim? disse a lebre. Está visto que chove quando as folhas das árvores
começam a deixar cair as gotas d’água que tem dentro.
5.        Nesse momento começou a chover.
6.        - Viram? gritou a galinha. O teto do meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!
7.      – Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? disse o sapo.
8.      – Mas, como assim? tornava a lebre. Parecem cegos? Não vêem que a água cai
das folhas das árvores?

Assinale a única opção correta de acordo com o texto:


1. Percebe-se claramente que a causa principal da inquietação dos animais era:
a.(   ) a chuva que caía      b.(   ) a falta de chuva         c.(   ) as discussões sobre animais
d.(   ) a conclusão  a que chegaram

2. A resposta à questão 1 é evidenciada pela seguinte frase do texto:


a.(   ) “Uns diziam que ia chover…” (parágrafo 1)
b.(   ) “… outros diziam que ainda ia demorar.” (parágrafo 1)
c.(   ) “Mas não chegavam a uma conclusão.” (parágrafo 1)
d.(   ) “Não chovia há muitos e muitos meses.” (parágrafo 1)

3. O sapo achou que o esclarecimento feito pela galinha era:


a.(   ) correto       b.(   ) aceitável     c.(   ) absurdo     d.(   ) científico

4. A expressão do texto que justifica a resposta da questão 3 é:


a.(   ) “Como assim?” (par. 4)     b.(   ) “Viram?” (par. 6)     c.(   ) “Ora, que bobagem!”
(par. 3)
d.(   ) “Parecem cegos?”

5. A atitude da lebre diante das explicações dadas pelos outros animais foi de:
a.(   ) dúvida interrogativa       b.(   ) aceitação resignada       c.(   ) conformismo
exagerado
d.(   ) negação peremptória

6. A expressão do texto que confirma a resposta à questão 5 é:


a.(   ) “Como assim?” (par. 4)     b.(   ) “Viram?” (par. 6)    c.(   ) “Ora, que bobagem!”
(par. 3)
d.(   ) “Parecem cegos?” (par.

7. A fábula de Millôr Fernandes é uma afirmativa de que:


a.(   ) as pessoas julgam os fatos pela aparência
b.(   ) cada pessoa vê as coisas conforme o seu estado e seu ponto de vista
c.(   ) todos tem uma visão intuitiva dos fenômenos naturais
d.(   ) o mundo é repleto de cientistas

8. O relato nos leva a concluir que:


a.(   ) a galinha tinha razão
b.(   ) a razão estava com o sapo
c.(   ) A lebre julgava-se dona da verdade.
d.(   ) as opiniões estavam objetivamente erradas.

9. Cada um dos animais teve sua afirmação satisfeita quando:


a.(   ) a discussão terminou
b.(   ) chegaram a um acordo
c.(   ) começou a chover
d.(   ) foram apartados por outro animal

10. Toda fábula encerra um ensinamento. Podemos sintetizar o ensino desta


fábula através da frase:
a.(   ) A mentira tem pernas curtas.
b.(   ) As aparência enganam.
c.(   ) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
d.(   ) Não julgueis e não sereis julgados.

GABARITO
1. b     2. D    3. C    4. C   5. D      6. A    7. A       8. D      9. C       10. B
 

O índio

- Meu Deus,é ele!


Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião,
amor... ? A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo,risos,
preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros ,que pensam que
andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos
literalmente a dança da chuva pintados com urucu na praça da Sé ou na avenida
Paulista?
Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um índio. Um genuíno
adolescente pataxó.
A funcionária da secretaria não conseguiu esconder o espanto quando na manhã de
segunda-feira abriu preguiçosamente a portinhola e deparou-se com um pataxó sem
camisa com o umbigo preto para fora, dois penachos brancos na cabeça e a senha
número "um" na mão, que sem delongas disse:
– Vim matricular meu filho.
E foi o que ocorreu, preenchidos os papéis, apresentados os documentos, fotografias,
certidões, transferências, alvarás, licenças etc. A notícia subiu e desceu rapidamente os
corredores do colégio, atravessou as ruas do bairro, transpôs a sala dos professores e
chegou à sala da diretora, que levantou e, em brado forte e retumbante, proclamou:
– Mas é um índio mesmo?
Era um índio mesmo. O desespero tomou a alma da pobre mulher; andava de um lado
para o outro, olhava a ficha do novo aluno silvícola, ia até os professores, chamava
dois ou três, contava-lhes, voltava à sala, ligava para outros diretores pedindo auxílio,
até que teve uma idéia: pesquisaria na biblioteca. Chegando lá, revirou Leis, Decretos,
Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos e nada. Curiosa com a situação, a
funcionária questionou: – qual o problema para tanto barulho?
– Precisamos ver se podemos matricular um índio; ele tem proteção federal, não
sabemos que língua fala, seus costumes, se pode viver fora da reserva; enfim,
precisamos de amparo legal. E se ele resolver vir nu estudar, será que podemos
impedir?
Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de aula, a vinda do índio já era notícia
corrente, foi amplamente divulgada pelo jornal do bairro, pelas comadres nos portões,
pelo japonês tomateiro da feira, pelos aposentados da praça, não se falava noutra
coisa. Uma multidão aguardava em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas
da janela, que dava para o portão principal, em cima das cadeiras e da mesa,
disputavam uma melhor visão os professores – sem nenhuma falta –, a diretora, a
supervisora de ensino e o delegado.
O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da
avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos,
rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão
que se ouviu o rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, chicletes, boné do
Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, andou até o
porteiro e perguntou:
– Pode assistir aula de walkman?
Edson Rodrigues dos Passos. In: Nós e os outros: histórias de diferentes culturas.São
Paulo. Ática, 2001.

1. Na escola, tudo corria tranquilamente. O que vem mudar esta situação?


A matricula de um indio
2. Por que a diretora consultou os documentos citados no texto?
Porque não tinha certeza se podia recebe-lo na escola, tinha duvidas se a escola sabria
falar a sua lingua
3. Em quais documentos a diretora poderia encontrar amparo legal para matricular o
índio? Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos

4. Por que a comunidade tinha expectativa pela chegada do índio?

5. O menino pataxó correspondeu à expectativa que a comunidade tinha a respeito


dele? Não, pois o garoto era um aluno normal como os outros da escola

6. O menino chega mascando chicletes, usando boné do Chicago Bulls, tênis Recep,
calça jeans, walkman nas orelhas. A que cultura associou os elementos citados?Uma
cultura padrão ele se vestia igual aos alunos daquela escola...

7. Das frases abaixo, qual é a que mais se aproxima da questão cultural indígena
tratada no texto?
a) É bom que todos tenham a oportunidade de partilhar os avanços tecnológicos.
b) É uma pena que os povos percam sua identidade.
c) Eu uso esses produtos, mas o índio usando é estranho.

8. A expressão brado retumbante aparece em um importante texto brasileiro. Você


sabe qual?

9. Como o conflito se resolve no final? A comunidade escolar se decepciona com o


índio, pois eles não esperavam um jovem normal como os outros.

10. Você acha normal a reação das pessoas ao ver um índio? Você também teria esta
reação? Justifique sua resposta. Sim pra quem não conhece sua  história de
existência......... Pois alguns séculos atraz os índios corresponderia a expectativa da
escola , mas nos dias de hoje eles já se trajam como o branco...

                       Não despertemos os Leitores

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo.


Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as
eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar
impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis
sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco,
eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da
época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da
sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é
levado a sério com ideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível,
embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma,
pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma
barata esmagada.

(QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)

1. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.


O leitor dorminhoco é aquele que lê, mas não faz uma reflexão da leitura para saber se
o que ele leu está certo ou errado, tem preguiça de raciocinar.O Texto "Não
depertemos o leitor", é um texto dissertativo, pois segundo consulta ao livro de Othon
Moacir Garcia Comunicação e Prosa Moderna 26 ed.
2. Como você se classificaria: um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um
leitor atento? Justifique.
O leitor dorminhoco lê, mas não interpreta o que leu.

O leitor semidesperto lê desconfia  que tem algo errado mas não se importa.
O leitor atento lê e pesquisa para ver se o que leu é verdade.

3. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?


Não. Porque Plutarco achava que os sete sábios eram chatos.

4. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?

Eles tinham grande prestígio e influência entre os seus contemporâneos, e eram


dotados de tamanha sabedoria que alguns de seus ensinamentos foram inscritos nas
paredes do templo de Apolo, em Delfos.

5. Uma das técnicas da dissertação consiste na citação de um "argumento de


autoridade", ou seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência
reconhecida sobre determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?
 Que conhecimento não faz mal a ninguém, e que o Brasil é historicamente feito por
pessoas que são dispersas a leitura e que nada significa para ele.

6. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda
não é mesmo velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?
"Autor que os queira conservar não deve ministra-lhes o mínimo susto."

7. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o


leitor atento em relação à frase: " O Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?
O leitor dorminhoco lê, sem prestar atenção e não interpreta o que leu.
O leitor semidesperto lê desconfia  que tem algo errado mas não tem curiosidade de
aprofundar o seu conhecimento, se acomoda;
O leitor atento lê, pesquisa, relacionar os fatos para ver se o que leu é verdade.

 Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 4:


ANARQUISTAS GRAÇAS A DEUS
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranqüila. Poderia ser ainda mais, não fosse
a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade;
grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas
explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os
distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas
desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao
abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas
estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia
surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” – arranha-
céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil – fora ainda construído. Não
existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta
fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para
tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os
nomes completos das pessoas e das coisas em geral. Para que isso? Por que o uso de
siglas? Podia-se dizer e ler tranqüilamente tudo, por mais longo que fosse o nome por
extenso – sem criar equívocos – e ainda sobrava tempo para ênfase, se necessário
fosse.
Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como
a nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto,
eram outros; as mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo,
adquiriam enorme importância. Nossa vida simples era rica, alegre e sadia. A
imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma barreira a impedir
meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimentos, como já disse, eram poucos,
porém suficientes para encher o nosso mundo.

GATTAI, Zélia. Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1986. p. 23.
1.   No relato de memória extraído do livro Anarquista graças a Deus, a autora faz
algumas comparações entre o passado e o presente. Dos trechos transcritos a seguir,
assinale o que não está fazendo uma comparação entre passado e presente:
a)  (      ) “Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis
importados”.
b)  (      ) “Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em
gramofones de tromba e manivela.”
c)  (      ) “Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros”.
d)  (      )  “Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava com pressa.”
2.   Para que o leitor construa uma imagem do passado rememorado pela autora, ela
usa termos que qualificam e caracterizam algumas passagens de suas memórias.
Assinale a alternativa em que os termos destacados não são caracterizadores:
a)  (      ) “Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”
b)  (      ) “o riso aberto e franco”
c)  (      ) “abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas
desabaladas carreiras”
d)  (      ) “Havia tempo para tudo, ninguém se afobava”
3.   Assinale o trecho no qual a presença da voz do narrador, interrompendo o relato,
expressa um recurso de interação entre autor e leitor:
a)  (      )   “Não havia surgido a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio
Martinelli”.
b)  (      )   “Para que isso? Para que o uso de siglas?”
c)  (      )   “Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos
recursos como a nossa, eram poucos.”
d)  (      )   “Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”
4.   Assinale a alternativa que expressa as marcas temporais que identificam um
passado distante:
a)  (     ) “Havia tempo para tudo” e “Não havia surgido ainda”;
b)  (     ) “ninguém se afobava” e “sobrava tempo para ênfase”;
c)  (     ) “Fora esse detalhe” e “ainda sobrava tempo para ênfase”;
d)  (     ) “Naqueles tempos” e “daqueles idos”.
       Leia o texto a seguir para responder às questões de 5 a 12:
LER, ESCREVER E FAZER CONTA DE CABEÇA
“A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio. Carregava sempre
um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos,
depois de escrever no quadro-negro. Paninho bordado com flores, pássaros,
borboletas. Ela passava o exercício e, de mesa em mesa, ia corrigindo. Um cheiro de
limpeza coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem desenhada,
amarradinha uma na outra!.
(...)
Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostavam de
aprender primeiro, para fazê-la feliz. Eu, como já sabia ler um pouco, fingia não saber e
aprendia outra vez. Na hora da chamada, o silêncio ficava mais vazio e o coração quase
parado, esperando a vez de responder “presente”. Cada um se levantava, em ordem
alfabética e, com voz alta, clara, vaidosa, marcava sua presença e recebia uma bolinha
azul na frente do nome. Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o
pedaço do pai. Queria ter mais nome, pra ela me chamar por mais tempo.
O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os
mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também
aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas.
Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o capricho, o
aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim,
a nota baixa não trazia tanta tristeza.
(...)
Nas aulas de poesia, Dona Maria caprichava. Abria o caderno, e não só lia os poemas,
mas escrevia fundo em nossos pensamentos as idéias mais eternas. Ninguém
suspirava, com medo da poesia ir embora: Olavo Bilac, Gabriela Mistral, Alvarenga
Peixoto e “Toc, toc, tamanquinhos”. Outras vezes declamava poemas de um poeta
chamado Anônimo. Ele escrevia sobre tudo, mas a professora não falava de onde vinha
nem onde tinha nascido. E a poesia ficava mais indecifrável.”                         
QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de.  Ler, escrever e fazer conta de cabeça. São Paulo:
Global, 2004. pp. 34-35.
5.   Pelo texto é possível inferir que o narrador:
a)  (      ) Se interessava mais pela professora, seu modo de se vestir e escrever no
quadro, do que pela aula em si.
b)  (      ) Tinha uma profunda admiração pela professora e se esforçava em aprender,
também, para agradá-la.
c)  (      ) Não se interessava pelas aulas que não fossem de poesia.
d)  (      ) Era o melhor aluno da classe.
6.   Assinale o trecho em que o autor usa o recurso da comparação para descrever
poeticamente a forma como ele via o gosto da professora se vestir:
a)  (      )   Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso
no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro.
b)  (      )   Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas.
c)  (      )   A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio.
d)  (      )   O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada,
explicando os mistérios.
7.   Assinale o trecho em que está expressa uma relação de finalidade:
a)  (      )   E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz.
b)  (      )   Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto.
c)  (      )   O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada,
explicando os mistérios.
d)  (      )   Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai.
8.   A conjunção adversativa mas comumente indica idéias opostas. No trecho a seguir,
no entanto, seu uso, associado à expressão “não só” sugere outra idéia, que não é a de
oposição. Assinale a alternativa que expressa a idéia sugerida no seguinte trecho:
“Abria o caderno, e não só lia os poemas, mas escrevia fundo em nossos pensamentos
as idéias mais eternas.”
a)  (     )    Concessão.  b)(     ) Adição.     c)  (     )    Oposição. d) (     )    Comparação.
9.   Por meio do trecho “E a poesia ficava mais indecifrável.”, é possível inferir:
a)  (      )   Para o narrador, o nome do autor dos poemas é fundamental para
compreendê-las.
b)  (      )   A professora lia poesias muito difíceis para seus alunos.
c)  (         )   O fato de ser indecifrável, para o narrador, é inerente à poesia e, como o
“autor chamado Anônimo” tratava de temas diversos e não era possível saber sua
origem, essas poesias eram ainda mais indecifráveis.
d)  (      )   Ele não gostava das poesias do “Anônimo”, porque não as conseguia
compreender.
10. No trecho “A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa
não trazia tanta tristeza.”, o termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o
sentido, por:
a)  (     )    Entretanto. b)( )Desse modo. c)   (     )    Mas. d)          (     )    Ainda que.
11. A idéia de proporção sugerida pelo trecho “E, se economizava o quadro, para caber
todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo
nas beiradinhas das folhas.” significa que:
a)  (         )   À medida que a professora economizava espaço para escrever no quadro,
os alunos economizavam espaço em seus cadernos.
b)  (      )   A condição para que os alunos escrevessem menos era a de que a professora
diminuísse o tamanho de sua letra no quadro.
c)  (      )   Os alunos escreviam fora das margens para economizar o caderno porque a
professora pedia, escrevendo sem deixar espaços no quadro.
d)  (      )   Os alunos não deviam escrever nas “beiradinhas das folhas”, mas como a
professora não fazia margens no quadro, eles não respeitavam as do caderno.

GABARITO
1-A , 2-D,3-B,4-D, 5- B,6-C,7-A,8-B,9-B,10-C, 11-A

Leia o texto a seguir para resolver as questões de 1 a 10.


O PEQUENO HERÓI DA HOLANDA
1.          A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar.
Enormes muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a
terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as
muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco e em segurança. Até as
crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que
um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
2.          Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma
das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-
las para que os navios pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
3.          Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o
chamou enquanto brincava:
4.          – Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu
amigo cego. Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes
de escurecer.
5.          O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o
pobre cego, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no
mar. De repente, lembrou-se da mãe dizendo para voltar antes de escurecer,
despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.
6.          Quando passava pelo canal, percebeu como as chuvas tinham feito subir o nível
da água e que elas estavam batendo forte contra o dique, e pensou nas comportas do
pai.
7.          “Que bom que elas são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses
campos lindos ficariam inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão ‘zangadas’.
Parece que ele acha que elas estão zangadas por ficarem presas tanto tempo.”
8.         O menino parava a toda hora para pegar umas florzinhas azuis que cresciam à
beira do caminho, ou para escutar o barulhinho dos coelhos andando pela relva. Mas,
com maior freqüência sorria ao pensar no pobre cego que tão poucos prazeres tinha e
tanto apreciava suas visitas.
9.           De repente, percebeu que o sol estava se pondo e escurecia rápido. “Minha
mãe vai ficar preocupada”, pensou ele, já correndo para chegar logo em casa.
10.         Nesse exato momento, ouviu um barulho. Parecia água respingando! O
menino parou e foi procurar de onde vinha. Encontrou um buraquinho no dique por
onde estava correndo um fio de água.
11.          Qualquer criança na Holanda morre de medo só de pensar num vazamento
dos diques. Peter compreendeu o perigo imediatamente. Se a água passasse por um
buraco qualquer, de pequeno ele logo se tornaria grande, e todo o país seria inundado.
O menino prontamente percebeu o que deveria fazer. Jogou fora as flores, desceu a
encosta lateral do dique e enfiou o dedo no furo.
12.          A água parou de vazar! E Peter ficou pensando com seus botões: “Ahá! As
águas zangadas vão ficar presas. Posso contê-las com meu dedo. A Holanda não vai ser
inundada enquanto eu estiver aqui.”
13.          Correu tudo bem no início, mas logo escureceu e esfriou. O menino começou
a gritar bem alto:
14.          – Socorro! Alguém, venha até aqui!
15.         Mas ninguém ouviu; ninguém veio ajudar.
16.          Foi fazendo cada vez mais frio; o braço começou a doer e a ficar dormente. Ele
tornou a gritar:
17.         – Será que ninguém vai vir até aqui? Mãe! Mãe!
18.         Mas ela já tinha procurado pelo menino várias vezes desde que o sol se fora,
olhando pelo caminho do dique até onde a vista alcançava, e decidiu voltar para a casa
e fechar a porta, achando que ele havia decidido passar a noite com o amigo cego, e
estava disposta a ralhar com ele no dia seguinte de manhã por ter ficado fora de casa
sem sua permissão.
19.          Peter tentou assobiar, mas os dentes batiam de frio. Pensou no irmão e na
irmã, aconchegados no calor de suas camas, e no pai e na mãe queridos. “Não posso
deixá-los afogar. Preciso ficar aqui até que alguém venha, mesmo que passe a noite
inteira.”
20.          A lua e as estrelas brilhavam, iluminando o menino recostado numa pedra
junto ao dique. A cabeça pendeu para o lado, os olhos se fecharam, mas Peter não
adormeceu, pois toda hora esfregava a mão que estava detendo o mar zangado.
21.          “De alguma forma, eu vou agüentar!” pensava ele. E passou a noite inteira ali,
contendo as águas.
22.          De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido
um gemido enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o
menino agarrado à parede da muralha.
23.         – O que aconteceu? Você está machucado?
24.         – Estou contendo a água do mar! – gritou Peter. – Mande vir socorro logo!
25.          O alerta foi dado imediatamente. Chegaram várias pessoas com pás, e logo o
furo estava consertado.
26.         Peter foi levado para casa, ao encontro dos pais, e rapidamente todos ficaram
sabendo que ele lhes havia salvo as vidas naquela noite. E até hoje, ninguém se
esquece do corajoso pequeno herói da Holanda.
BENNET, William J. (org.). O Livro das Virtudes para Crianças. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1997. p. 12-18.
1.   Com base no texto lido, assinale a afirmativa incorreta:
a)  (     ) Diques são enormes muralhas construídas pelo homem para impedir que o
mar invada a terra. Na Holanda, os diques são importantes porque evitam a inundação
desse país, cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar.
b)  (  X  ) Naquele dia, Peter saiu de casa escondido de sua mãe.  Ele não contou a ela
para onde ia.
c)  (     ) A mãe de Peter desistiu de procurar o filho porque pensou que ele havia
decidido passar a noite na casa do amigo.
d)  (     ) A atitude do menino pode ser considerada um ato de bravura, porque ele não
pensou só em si, mas em sua família e no povo que vivia nesse país.
2.   Após a leitura do texto, preencha o esquema a seguir. Ele será a base para o
resumo que você fará dessa história.
•     Tempo (quando aconteceu a história?)
Há muito anos.
•     Lugar (onde?)
Na Holanda.
•     Características do país onde a história aconteceu.
A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Por isso, enormes
muralhas
– diques – foram construídas para evitar que as águas do Mar do Norte invadam a terra. Os diques
devem
ser vigiados constantemente, pois um pequeno buraco pode se transformar num vazamento perigoso,
pondo em
risco a segurança da população que vive nesse país.
•     Apresentação do personagem principal.
Peter é uma criança de oito anos. Seu pai é um dos responsáveis pelas comportas dos diques, por isso,
Peter
sabe da importância dessas muralhas para a segurança do país onde mora.

•     Conflito da história.


A mãe do Peter pede que o filho leve bolinhos a um amigo cego que mora do outro lado do dique. Na
volta,
o garoto escuta um barulho e percebe que há um pequeno vazamento no dique. Então, ele resolve
tampá-lo
com o seu dedo. Porém, como ninguém o vê ou o escuta para providenciar socorro, ele passa a noite
tentando
conter o vazamento sozinho.
•     Solução do problema e desfecho da história.
No dia seguinte, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho ouve o gemido do menino e vai em
seu socorro.
Logo, várias pessoas chegam para ajudar no conserto do furo. Peter foi levado para casa, junto aos pais.

.
3.   Agora, faça uma síntese da história que você leu. Se desejar, copie-a em uma ficha
avulsa para que você possa iniciar um fichário de suas leituras prediletas.
4.   Releia o primeiro parágrafo do texto. Depois, assinale a alternativa incorreta:
1.    A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar.
Enormes muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a
terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as
muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco e em segurança. Até as
crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que
um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
a)  (      ) No primeiro parágrafo, predomina o uso dos verbos no tempo presente.
b)  (      ) O uso do tempo presente, nesse parágrafo, deve-se ao fato de as informações
transmitidas não fazerem parte da história de Peter. São informações reais sobre o
país onde se originou a história.
c)  ( X      ) No primeiro parágrafo, as informações foram inventadas pela imaginação do
autor.
d)  (      ) Se o autor usasse o tempo passado nesse trecho, os leitores pensariam que a
Holanda deixou de existir.
5.   No primeiro parágrafo, o uso de adjetivos contribui para que o leitor forme uma
idéia da importância do gesto do personagem para o país. Identifique os adjetivos que
caracterizam:

enormes, resistentes
 
a)  os diques (ou muralhas):
__________________________________________________________________

seco
 
b)  país: 
__________________________________________________________________

pequenas
 
c)  crianças: 
__________________________________________________________________

perigoso
 
d)  buraco: 
__________________________________________________________________
6.   Releia este trecho do texto que inicia no segundo parágrafo, observando os verbos
em destaque.
2.        Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma
das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-
las para que os navios pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
3.           Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o
chamou enquanto brincava:
4.           – Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu
amigo cego. Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes
de escurecer.
       Analise as afirmativas seguintes e assinale a incorreta:
a)  (      )   No início desse trecho, o autor passa a usar outro tempo verbal para remeter
o leitor a algo que aconteceu em um passado distante.
b)  (      )   O tempo verbal usado nesse trecho cria um clima de encanto, fantasia,
preparando o leitor para conhecer uma história fantástica. 
c)  (      )   A forma do verbo chamar (chamou, no terceiro parágrafo) marca o fim da
descrição de ações habituais, dando início a um fato novo, diferente, que irá mudar o
rumo da história.
d)  ( X      )   No quarto parágrafo, os verbos em destaque indicam a fala do narrador,
sugerindo que ele está inseguro, que ele não sabe exatamente se quer fazer o
personagem vir ou ir.
7.   Releia o 5.º parágrafo, observando a expressão em destaque.
5.           O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o
pobre cego, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no
mar. De repente, lembrou-se da mãe dizendo para voltar antes de escurecer,
despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.
       Nesse contexto, a expressão em destaque significa que o amigo de Peter  
a)  ( X   ) inspirava pena;                                             
b)  (    ) não possuía bens materiais;           
c)  (    ) era um mendigo;
d)  (    ) era um pedinte.
8.   Releia este parágrafo e assinale a alternativa correta:
7.           “Que bom que elas são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses
campos lindos ficariam inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão ‘zangadas’.
Parece que ele acha que elas estão zangadas por ficarem presas tanto tempo.” (...)

       Nesse parágrafo, a expressão em destaque:


a)  ( X    ) é uma figura de linguagem, um recurso expressivo usado para atribuir a seres
inanimados (sem vida) características de seres animados (com vida), é chamado de
personificação;
b)  (     ) é um absurdo, pois as águas não podem ficar zangadas;
c)  (     ) é um recurso usado para descaracterizar as águas;
d)  (     ) não deveria ser usado no texto porque é inadequado.
9.   Releia este trecho:
21.          “De alguma forma, eu vou aguentar!” pensava ele. E passou a noite inteira
ali, contendo as águas.
22.          De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido
um gemido enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o
menino agarrado à parede da muralha.
23.         – O que aconteceu? Você está machucado?
24.         – Estou contendo a água do mar! – gritou Peter. – Mande vir socorro logo!
       Assinale a afirmativa incorreta:
a)  ( X      ) No vigésimo primeiro parágrafo, as aspas foram usadas para indicar a fala
direta do pai do menino.
b)  (      ) As aspas foram usadas nesse trecho para indicar ao leitor que, naquele
momento, não se ouviu a voz do personagem, pois, nesse texto, as aspas indicam os
pensamentos do personagem.
c)  (      ) Nesse trecho, o primeiro e o segundo travessão indicam a fala direta dos
personagens: a primeira é do homem que encontrou o menino e a segunda é de Peter.
d)  (      ) Na última fala desse trecho, foram usados dois travessões para intercalar uma
explicação do narrador.
10. Assinale a alternativa cujo conjunto apresenta uma palavra que não faz parte da
mesma família.
a)  (     ) corajoso – coragem – encorajador;
b)  (     ) muro – muralha – mureta;
c)  (     ) gemer – gemido – geme;
d)  ( X  ) zanga – zangado – zangão.

A LUA NO CINEMA
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!

Paulo Leminski. Distraídos venceremos. São Paulo, Brasiliense, 1993.

1 - Nos versos “Não tinha porque era apenas / uma estrela bem pequena” da segunda
estrofe do poema, o uso da palavra “porque” introduz
(A) a causa de não ter namorado. 
(B) uma oposição a um filme engraçado.
(C) a consequência de uma história de amor. 
(D) uma comparação do tamanho da estrela com a intensidade da luz.

2- Este poema
(A) explica o nascimento do cinema. 
(B) faz a propaganda de um filme engraçado.
(C) apresenta as características de uma lua solitária.
(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.

POR ONDE ANDARÁ SEVERINO?


A última ariranha-azul em liberdade no mundo mora no Brasil, mas está desaparecida
há dois meses. Se não for encontrada, a espécie corre o risco de extinção.
Apelidada de Severino, a ave habita a região de Curuçá, no sertão da Bahia. Segundo a
coordenação de comitê de Recuperação da Ariranha-Azul, uma equipe de estudiosos e
moradores já esta à procura de Severino. Há suspeitas de que ele tenha sido atacado
por gaviões.
A ariranha-azul é a menor arara brasileira que existe, mede menos de 30 centímetros e
pesa cerca de 400 gramas. Hoje há cerca de 40 espécies em cativeiro no mundo todo
(no Brasil são sete). Seu pequeno tamanho e a beleza da cor azul infelizmente atraem
os traficantes de animais, que caçam e vendem as ararinhas como animais domésticos.
O Estado de S. Paulo, 9/12/2000. Estadinho.

3- A finalidade deste texto é


(A) divulgar a beleza das aves de nosso país.  
(B) informar que gaviões são animais predadores.
(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
(D) convidar as pessoas a visitarem a região de Curuçá, no sertão da Bahia.

O CONTO DA MENTIRA
    Rogério Augusto
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a
louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça
em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do
Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de
madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e
ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A
apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido
sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você
no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio.
Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas
mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um
escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está
escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta
porque mentia...

4- Felipe começou a reduzir suas mentiras porque


(A) começou a escrever um conto.                                  
(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV. 
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.

5- No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo destacado substitui


(A) pai de Felipe. 
(B) Pinóquio. 
(C) cachorro. 
(D) Felipe.

6- No desfecho do conto, ficamos sabendo que Felipe


(A) continua contando mentira para seus pais.         
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.

Olá, mãe!

Mãe, eu queria te dizer ...


(não te chamando de mamãe como no tempo em que a vida era você,
mas te chamando de mãe
deste meu outro tempo de silêncio e solidão.)

Mãe, eu queria te dizer


(sem cara de quem pede desculpa pelo que não fez ou pensa que fez)
que amar virou uma coisa difícil
e muitas vezes o que parece ingratidão,
ou até indiferença,
é apenas a semente do amor
que brotou de um jeito diferente
e amadureceu diferente
no atrapalhado coração da gente.

Acho que era isso, mãe,


o que eu queria te dizer.
(Carlos Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1995.)

7- O eu poético deseja, por meio deste texto,


(A) demonstrar seu sentimento de amor.      
(B) reviver um tempo de silêncio e solidão.
(C) revelar que está insatisfeito com as atitudes da mãe.
(D) agradecer à mãe pelo tempo em que a vida era mais simples.

8- O eu poético escreve uma mensagem à mãe por meio de


(A) um conto. 
(B) um poema. 
(C) uma crônica. 
(D) uma propaganda.

9- O verso que comprova para quem o texto foi escrito é


(A) “acho que era isso, mãe...”                
(B) “que amar virou uma coisa difícil”.
(C) “no atrapalhado coração da gente”  
(D) “deste meu outro tempo de silêncio e solidão”

10- Na primeira estrofe do poema, o eu poético utiliza-se dos parênteses para


(A) pedir desculpa pelo que pensa que fez.
(B) contar que a semente do amor brotou de um jeito diferente.
(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
(D) opinar sobre o sentimento de ingratidão ou indiferença demonstrado.

Irapuru – o canto que encanta


Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo
por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré,
flauta encantada. Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam
durante a primavera.
Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma
árvore, mordido por uma cobra venenosa. Sepultaram-no no próprio local.
Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de
Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu
infortúnio. Não podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este, então,
transformou a alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo com escassa beleza,
possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a
alma de Mainá.
O cantar do irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os
seres da natureza.
(Waldemar de Andrade e Silva. Lenda e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: FTD,
1997.)

11- Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou porque


(A) apaixonou-se por uma índia de outra tribo.        
(B) encontrou uma flauta encantada.
(C) dormiu à sombra de uma árvore.                         
(D) foi mordido por uma cobra.

12- No trecho “Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada.” Do primeiro


parágrafo do texto “Irapuru – o canto que encanta”, o termo destacado se refere
(A) ao grande dia.   (B) ao certo jovem.   (C) à bela Mainá.   (D) a sua tribo.

13- Para conceder a paz a Catuboré, o Deus Tupã


(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru. 
(B) desapareceu com todas as cobras venenosas.
(C) criou a primavera para celebrar o casamento.       
(D) convocou toda a tribo para tocar flauta.

A lebre e a tartaruga
Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
A lebre vivia caçoando da lentidão da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para
uma corrida.
A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga
pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém firmes.
Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e
resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda
sorridente.
Moral da história: Devagar se vai ao longe!
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=29

14- O episódio da narrativa que contribui para a vitória da tartaruga é


(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.         
(B) o desafio de realizar uma corrida com a lebre.
(C) o desafio de correr para garantir a vantagem.
(D) a decisão firme de caminhar com passos lentos.

15- O trecho que expressa uma opinião a respeito de um dos personagens é


(A) “Logo a lebre ultrapassou a adversária...”
(B) “Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.”
(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
(D) “Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.

16- A finalidade deste texto é ensinar ao leitor que


(A) o sono renova as energias do corpo.
(B) a caçoada do adversário garante a vitória.
(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
(D) o esporte é necessário para manutenção da saúde.

17- As características do texto “A lebre e a tartaruga”, tais como – o tipo de


personagens
e a presença de moral –, exemplificam o texto conhecido como
(A) receita.    (B) fábula.   (C) campanha publicitária.   (D) história em quadrinhos.

Gabarito
1-(A) a causa de não ter namorado.
2-(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
3-(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
4-(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
5-(D) Felipe.
6-(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
7-(A) demonstrar seu sentimento de amor.
8-(B) um poema.
9-(A) “acho que era isso, mãe...”
10-(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
11-(D) foi mordido por uma cobra.
12-(B) ao certo jovem.
13-(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.
14-(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.
15-(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
16-(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
17- (B) fábula.

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