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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

ACADEMIA POLICIAL-MILITAR DO GUATUPÊ


ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

CADETE 2º PM RERCCIERE LOCATELLI STOCKCHNEIDER

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM OCORRÊNCIAS POLICIAIS NO ESTADO


DO PARANÁ DE 2014 A 2019: ESTATÍSTICA E DISCUSSÃO.

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS


2019
CADETE 2º PM RERCCIERE LOCATELLI STOCKCHNEIDER

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM OCORRÊNCIAS POLICIAIS NO ESTADO


DO PARANÁ DE 2014 A 2019: ESTATÍSTICA E DISCUSSÃO.

Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de


Metodologia de Projeto, como requisito parcial à
conclusão do 2º ano do Curso de Formação de
Oficiais realizado na Academia Policial-Militar do
Guatupê.

Orientador de Conteúdo: Cap. QOBM Rafaela


Mansur Diotalevi

Orientador Metodológico: Cap. PM RR Luciano


Blasius

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS


2019
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1 - MORTE EM ACIDENTES DE TRÂNSITO ............................... 23


FIGURA 1- KDD (PROCESSO DE OBTENÇÃO DE CONHECIMENTO
ATRAVÉS DE DADOS)............................................................ 38
LISTA DE SIGLAS

APMG - Academia Policial-Militar do Guatupê


APH - Atendimento Pré-hospitalar
B.I - Business Inteligence
BG - Boletim-Geral
BM - Bombeiro-militar
BPTRAN - Batalhão de Polícia de Trânsito
CAPEGEO - Programa de georreferenciamento da CAPE
CAPE - Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico
CFO - Curso de Formação de Oficiais
CFSd - Curso de Formação de Soldados
CÓD. 4 - Vítima em óbito
DEP - Diretoria de Ensino e Pesquisa
DETRAN - Departamento de Trânsito
KDD - Knowledge discovery in databases
OVACE - Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho
PHTLS - Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado
PM - Policial-militar
PMPR - Polícia Militar do Paraná
P/3 - Sessão responsável pelo planejamento e instrução
QPM 1-0 - Quadro Policial Militar (reservado aos policiais)
QOBM - Quadro de Oficiais Bombeiros-Militares
QOPM - Quadro de Oficiais Policiais-Militares
SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SAV - Suporte Avançado à vida
SBV - Suporte Básico à vida
SIATE - Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma
SISCOPWEB - Base de dados dos registros de ocorrências da PMPR
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
1.1 TEMA .................................................................................................................... 5
1.2 PROBLEMA .......................................................................................................... 6
1.3 HIPÓTESES ....................................................................................................... 6
1.4 OBJETIVOS .......................................................................................................... 6
1.4.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 6
1.4.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 6
1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 7
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 10
2.1 O APH.................................................................................................................... 10
2.1.1 O parto de emergência....................................................................................... 11
2.1.2 Hemorragia Severa em acidentes de trânsito .................................................... 12
2.1.3 OVACE ............................................................................................................... 12
2.1.4 FAB E FAF.......................................................................................................... 13
2.2 ATUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR ...................................................................... 13
2.3 MINERAÇÃO DOS DADOS .................................................................................. 14
3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 15
3.1 SELEÇÃO DAS NATUREZAS/VARIÁVEIS DAS OCORRÊNCIAS...................... 15
3.2 AQUISIÇÃO DOS DADOS .................................................................................... 15
3.3 TRATAMENTO DE DADOS .................................................................................. 15
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 16
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1 INTRODUÇÃO

O tema permeia tanto questões como Segurança Pública quanto Saúde


Pública. Haja vista que, o policial mostra-se um agente de primeira intervenção em
situações de primeiro socorros e necessita de capacidade técnica e preparo
psicológico para atender a sociedade com qualidade e profissionalismo.

1.1 TEMA

O atendimento pré-hospitalar (APH) mostra-se um campo amplo e que passa


por constantes (e significativas) evoluções. Além disso, considera-se de importante
estima para a sociedade contemporânea onde aumento da densidade demográfica e
seus riscos estão cada vez mais próximos de todos. Quando alguém está ferido ou
necessitando de auxílio pré-hospitalar (como parto) é o momento em que o
conhecimento pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
O APH, segundo portal da educação, surgiu nos primórdios das guerras
napoleônicas quando um indivíduo, tecnicamente capacitado, acompanhava as
tropas e auxiliava nos primeiros socorros. Já no Brasil, surgiu em torno de 1900, com
técnicas rústicas comparadas com as atuais, que foram intensificadas na década de
1989 nos Corpos de Bombeiros, principalmente com a criação do SIATE (Serviço
Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência).
No Paraná, Estado com aproximadamente 11 milhões de habitantes, o
atendimento primário aos acidentes de trânsito, quanto obstrução de vias aéreas,
como ferimentos por armas de fogo (FAF), ferimentos por armas brancas (FAB) bem
como ocorrências envolvendo gestantes em trabalho de parto se dá, em muitas das
vezes pela tropa da Polícia Militar do Estado do Paraná (PMPR) do quadro policial
militar (QPM 1-0) ao invés das equipes especializas como o SIATE ou SAMU
(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Diante disso, a avaliação das características das ocorrências realizadas por
policiais militares em situações como OVACE (Obstrução de Vias Aéreas por Corpo
Estranho), parto, policiais militares feridos e/ou vítimas por armas de fogo ou arma
branca.
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1.2 PROBLEMA

Com considerável utilização de armas, aumento exponencial veículos


automotores juntamente com carência de efetivo técnico da área de saúde de
emergência bem como déficit de conhecimentos pré-hospitalares pela população a
atuação policial capacitado nesse campo mostra-se um diferencial. Mas quais são
as características das ocorrências em que, os policiais militares do Estado do
Paraná do quadro QPMG 1-0, se envolveram em situações em que o conhecimento
de APH fazia-se necessário?
Ademais, será que estes policiais sentiram-se seguros, estavam preparados e
haviam realizado instruções adequadas para aquela ocorrência específica quando
realizaram tais procedimentos?

1.3 HIPÓTESE

Uma hipótese de resposta à primeira pergunta consiste em encontrar


padrões das regiões em que mais acontecem determinados tipos de ocorrências,
bem como datas e horários.
Referente à segunda pergunta, acredita-se que talvez sentiram-se seguros
mas não estavam preparados e também não haviam instruções adequadas para
aquela ocorrência.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Identificar se há padrões estatísticos nas ocorrências em que o policial


militar do Estado do Paraná (QPMG 1-0) precisou utilizar conhecimento de APH
durante os anos de 2014 a 2019.

1.4.2 Objetivos específicos

 Identificar o quantitativo das ocorrências de APH em que o policial


militar foi o primeiro a intervir;
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 Esclarecer quais são os dias e horários que de maior incidência;

 Levantar o qual natureza se mostra predominante;

 Apontar quantas dessas ocorrências resultou em morte (cód. 4);

 Avaliar se há correlação positiva entre ausência de unidades de APH e


atuação acima da média do PM (Policial-militar) nessas ocorrências.

1.5 JUSTIFICATIVA

Antecipadamente ao caos urbano, o criador da Associação de Cirurgiões


Militares dos Estados Unidos afirmou que: “O destino dos feridos está nas mãos de
quem aplica o primeiro curativo”. Ou seja, maior bem jurídico de nosso Estado, a
vida, tem como destino aquele que primeiro atende, e não raras vezes é um policial
militar. Por isso, este projeto de pesquisa mostra-se importante nos quesitos
profissionais, sociais, acadêmicos e culturais.
Nas questões profissionais, esse projeto justifica-se, pois há carência de
informações sobre as características das ocorrências em que o policial militar
intervém por primeiro em atendimentos pré-hospitalares. Isso faz com que o
empirismo, dite quais são as instruções que os policiais necessitam, bem como se
existe algum padrão de ocorrências em determinada região. Por isso, o estudo pode
auxiliar a sessão de Operação, Ensino e Instrução (PM/3 ou P/3) já que, oriunda da
Lei 16575/2010, a missão dessa sessão mostra-se:

Responsável pelos assuntos relativos às operações, ensino e instrução,


bem como pelos estudos, doutrina e pesquisas relativas à preservação da
ordem pública, polícia ostensiva e padronização de procedimentos
operacionais da Polícia Militar.

Ou seja, conhecer a conjuntura em que se está inserido, bem como identificar


problema e definir seu nível (estratégico, tático e operacional) para analisar e
resolver problemas são atributos inerentes aos responsáveis por ela.
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Portanto, com intuito de conhecer parte dessa conjuntura e fornecer


informações interessantes para resolução de problemas consiste em justificativa de
cunho profissional.
Já no âmbito social percebe-se que os cidadãos desejam, sempre, um
atendimento estatal eficiente e eficaz. Quando isso ocorre em situações
emergenciais torna-se uma necessidade latente. Por isso, agir de forma eficiente
não resolve completamente os anseios da sociedade, caracteriza-se um passo, já
que, a eficiência, segundo Diego Andreasi (2018) , colunista do Portal
Administradores, relaciona-se mais com tempo e recursos do que a maneira que
esse atendimento é realizado. Ou seja, mais que chegar rápido a uma situação de
socorro público, o Estado deve atender de maneira mais adequada a população, isto
é, de forma eficaz. Com isso, temos o policial militar do quadro QPMG 1-0, como
primeiro-interventor em situações de APH, que por sua vez além de eficiente por ser
o primeiro a chegar ao local, precisa saber exatamente o que deve ser feito. Seja em
um parto, criança/bebê que engasgou, ou algum policial alvejado por disparo por
arma de fogo. A solução deve ser efetiva, por isso, justifica-se levantar quantos
atendimentos e quais tipos de atendimentos e suas respectivas áreas por ser uma
pesquisa interessante para a sociedade, haja vista que orienta para quais
instruções, além das recorrentes (como tiro) devem ser aplicadas, impactando
diretamente na vida em sociedade.
No tocante a questão acadêmica, justifica-se pela necessidade de estudo
científico, pois, a partir do que se propõem nesse projeto, há de servir de suporte ,
junto com outros trabalhos, para dar continuidade a implementação de uma análise
mais profunda nas questões de APH para policiais. Haja vista, questões que estão
em voga, como APH tático que segundo a unidade Tático Integrado de Grupos de
Repressão Especial, o TIGRE (2018), define como atendimento pré-hospitalar para
policiais decorrente de confronto armado. Com isso, dá-se um panorama de quantas
ocorrências dessa natureza e quais foram as situações em que isso ocorreu.
Por fim, esse projeto mostra-se culturalmente importante, pois através de
alguma mudança profissional que este venha auxiliar, questões culturais podem ser
afetadas, haja vista que cultura define-se, segundo o dicionário Michaelis (2017)
como:
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Conjunto de conhecimentos, costumes, crenças, padrões de


comportamento, adquiridos e transmitidos socialmente, que caracterizam
um grupo social, divididas em cultura de massa, erudita, alternativa e
popular. (p. 1499)

E com base nisso, ao dar enfoque aos temas referentes ao APH em que o
policial é o primeiro interventor, tem-se um direcionamento ao assunto, e isso pode
afetar diretamente o conhecimento, costumes e crenças dos policiais militares, bem
como aqueles indivíduos que os cercam, como família, amigos, haja vista que
Edwards e Rothbard (2000), afirma que uma há um mecanismo de interação entre o
trabalho e a família, denominado de contaminação, por isso, o policial, mostra-se um
formador de opinião e transmissor de conhecimento e consequentemente agente de
mudança cultural.
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2 REVISÃO DE LITERATURA

O fundamento do projeto de pesquisa se dá por alguns trabalhos


acadêmicos realizados, bem como suporte de metodologia de análise de dados e
manuais oriundos, predominantemente, da área da saúde. Com isso, levantaram-se
alguns conceitos chaves para elucidar o tema.

2.1 O APH

Segundo o Ministério da Saúde (2019), o atendimento pré-hospitalar


pode ser definido como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos
portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica,
quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até
mesmo a morte.
No Brasil, essas ocorrências são divididas em Suporte Básico à vida (SBV) e
Suporte Avançado à Vida (SAV). Com isso, tem-se a delimitação do projeto de
pesquisa voltado apenas àquelas situações em que o Policial Militar encontra-se
diante de um atendimento de SBV, pois o SAV requer uso de equipamentos não
recorrentes e tampouco relacionados a esta profissão.
Dentre essas ocorrências, àquelas que pretendem-se aprofundar o estudo
são discriminadas a seguir e foram selecionadas através de um breve levantamento
amostral (90 dias) indicados pelo sistema B.I (Business Inteligence) e CAPEGEO
(acessados em maio de 2019) em que o parto, OVACE obstrução de vias aéreas por
corpos estranhos, FAF (ferimento por arma de Fogo), FAB (ferimento por arma
branca), hemorragia severa decorrente de acidente de veículos, pois mostram-se
mais recorrentes à atividade PM.

2.1.1 O parto de emergência

Conforme Houssais (2018), parto é o “conjunto de fenômenos mecânicos e


fisiológicos que levam à expulsão do feto e seus anexos do corpo da mãe;
parturição”. Com isso, a mãe que realiza parto de emergência, pode necessitar de
ajuda de terceiros e de acordo com o Ministério da Saúde (2018), aproximadamente,
60% dos óbitos maternos declarados no país ocorrem na internação para o parto,
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em especial aos serviços de saúde. Além disso, segundo o livro Urgências e


Emergências Maternas (2000) afirma que:

A morte materna decorre, em geral, de um conjunto de eventos


malsucedidos. Esse processo inclui desde o manejo da própria gestante
com sua sintomatologia, o maior ou menor suporte familiar e social a suas
necessidades, e, em especial, a resposta dos serviços de saúde.(p. 10)

2.1.2 Hemorragia Severa em acidentes de trânsito

Diante da necessidade de compreensão de quantos acidentes fatais o policial


militar do Estado do Paraná atua como primeiro interventor em caso de acidente de
trânsito mostra-se necessário, saber também o universo total dos casos de óbito
nesse Estado. Para mapear a importância dessa situação, expõem-se o gráfico a
seguir, realizado com dados do DETRAN e Ministério da Saúde entre 2004 a 2016
mostra a evolução de mortos (código 4) nas vias do Paraná.

GRÁFICO 1 – MORTE EM ACIDENTES DE TRÂNSITO

Fonte: VIA-SEGURA, DETRAN, DATASUS, (2019).

Ademais, a hemorragia causada pelo extravasamento de sangue das


artérias e veias, oriundas do trauma do acidente, torna-se um fator mortal se
perdurado o suficiente para debilitar a pressão sanguínea e causar hipóxia, ou seja,
ausência de oxigênio no cérebro e consequentemente a morte cerebral.
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2.1.3 OVACE

A obstrução de vias aéreas por corpos estranhos mostra-se mortal quando


bloqueia a troca gasosa pela vítima, e segundo o PHTLS 2018 (Atendimento Pré-
Hospitalar ao Traumatizado):

A oxigenação cerebral e fornecimento de oxigênio para outras partes do


corpo fornecida pelo tratamento das vias aéreas e ventilação, permanecem
sendo o componente mais importante do tratamento pré-hospitalar do
paciente.(p. 110)

Com isso, temos uma condição que soma-se a qualquer outro tipo de
ocorrência, tal como parto, acidente e outras situações cotidianas. Porém se
ocorrida isoladamente já consiste em fator de gravidade, e da necessidade de
intervenção rápida e precisa.
O corpo estranho pode ser qualquer coisa que interrompa o fluxo de ar entre
o meio externo e o pulmão do paciente. Por isso, manobras como a de Heimlich são
bem vindas para auxiliar a desobstrução (GONZÁLEZ, 2008).

2.1.4 FAB E FAF

Os ferimentos por arma branca e arma de fogo caracterizam-se, para este


referencial teórico, como naturezas semelhantes, haja vista que, suas peculiaridades
são análogas, ou seja, tem a lesão torácica. como fonte principal do trauma e são
oriundas de lesão penetrante(CIANTELLI, 2013). Alias, segundo o PHTLS (2018):

As lesões penetrantes, objetos variados tamanhos e tipos atravessam a


parede do tórax, entram na cavidade torácica e possivelmente lesionam
órgãos...que podem causar o pneumotórax (20% dos casos).(p. 324)

Conforme estudo realizado em Sorocaba, 61,7% das vítimas de FAF foram


resgatadas e o restante entrou em óbito. (CIANTELLI, 2013). Esse elevado número
de mortes mostra quão intenso são os ferimentos e com isso, a possível intervenção
primária mostra-se um divisor entre vida e morte.
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2.2 ATUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR

Dentre essas ocorrências, muitas não são atendidas, a priori, pelas


organizações destinadas a tais fins, como o Corpo de Bombeiros, SAMU, Hospitais
e Unidades de saúdes. Isso confirma-se pelo déficit no efetivo relacionado à área da
Saúde/Segurança que mostram-se responsáveis por esses atendimentos. Segundo
o relatório de Gestão Nacional da Saúde de 2017 apresentado em março de 2018, o
SAMU deixa de atender 18% da cobertura populacional (pág. 24). Com isso, a PM
por vezes é acionada para suprimir essa demanda reprimida, quando não está
diretamente envolvida, nos casos de FAF e acidente de trânsito.
Com base nessa falta de cobertura específica, a PM como representatividade
estatal e por vezes único recurso social que abrange, segundo o Governo Estadual,
os 399 municípios do Estado do Paraná. Fica incumbida do atendimento de partos,
FAB, FAF, OVACE e acidentes de trânsito.
Fora a importância social nos casos de parto e de obstruções de vias aéreas
(envolvendo crianças), há de se ressaltar o apelo midiático a tais eventos quando
assistidos pela polícia militar. Que, por vezes, servem massivamente para mostrar o
“heroísmo” do policial.
Ademais, o atendimento por policiais militares em caso de trânsito mostra-se
comum em decorrência do próprio BPTRAN (Batalhão de Polícia de Trânsito) o qual
é responsável pelo atendimento dessas naturezas em todo estado. Com isso, a
chance do militar ser o primeiro a intervir no APH configura-se grande. Além disso, a
própria equipe policial pode se envolver em um acidente e precisar desses
conhecimentos. Haja vista que 20,4% da vitimização dos policiais em serviço se dão
no trânsito (SOUZA e MINAYO, 2005). Para corroborar essa afirmativa, segue um
trecho do artigo “Police, risk as a profession: work-related morbidity and mortality”
que analisou dados entre 2000 e 2004:

As principais causas de morte, lesões e traumas se devem a agressões e a


acidentes de trânsito, o que coincide hoje com informações sobre a vitimização das
populações trabalhadoras no Brasil ...Porém, isso ocorre de forma muito mais
insidiosa entre guardas municipais e policiais civis e militares

Por fim, aqueles casos em que envolvem pessoas agredidas por facas ou
por disparos de arma de fogo, podem ser necessárias usos de técnicas de
atendimento pré-hospitalar. Isso mostra-se evidente, já que, a arma de fogo (51%) é
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o principal meio usado pelos agressores para vitimar policial em serviço (SOUZA e
MINAYO, 2005). Com isso, o policial militar atua utilizando conhecimento para civis
quanto militares.

2.3 MINERAÇÃO DOS DADOS

A coleta de dados mostra-se uma parte importante do trabalho e deverá ser


orientada pelos princípios do Business Intelligence e alimentada pelos dados da
CAPE (Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico).
Com isso, tem-se uma base de dados confiável e que segundo Piatetsky-
Shapiro, (1991) segue a manipulação de dados transformando dados em
conhecimento com o método KDD (knowledge discovery in databases) proposto em
1989.

FIGURA 1 – KDD (PROCESSO DE OBTENÇÃO DE CONHECIMENTO ATRAVÉS DE


DADOS)

Fonte: Piatetsky-Shapiro, (1991).


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3 METODOLOGIA

3.1 SELEÇÃO DAS NATUREZAS/VARIÁVEIS DAS OCORRÊNCIAS

 Variável 1 - Naturezas das ocorrências:


Parto, Obstrução de vias aéreas por corpos estranhos; FAF,FAB e Acidentes
de Trânsito.
 Variável 2 – Estrutura de APH local:
Há integração no atendimento de APH e, simultaneamente, Unidade de
Suporte Básico.

3.2 AQUISIÇÃO DOS DADOS

Os dados serão obtidos através da base histórica de ocorrências do


SISCOPWEB (base de dados que registram-se as entradas de ocorrências PM/BM
no Estado do Paraná) bem como dados fornecidos da CAPE, com intuito de cruzar
essas informações para aumentar a confiabilidade da análise. Dentre essas, serão
filtradas através das aquelas em que o policial militar teve contato direto com
atendimento pré-hospitalar. Outra parte dos dados serão extraídos dos dados da
Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.
O período de a ser analisado será de primeiro de janeiro de 2014 à primeiro
de janeiro de 2019.

3.3 TRATAMENTO DE DADOS

O georreferenciamento será realizado pela ferramenta analisys do


CAPEGEO. Para isso as localidades das ocorrências em questão serão plotadas no
mapa do Estado do Paraná e criar-se-á um mapa de calor para identificar possíveis
densidades nas ocorrências dessa natureza.
Cruzar-se-á as áreas de densidade demonstrando o local, hora e natureza
com o mapa de cobertura da Rede de Atendimento Pré-hospitalar do Estado do
Paraná, com intuito de verificar se há correlação positiva entre ausência de unidades
de SBV com número de ocorrências em que o policial militar foi o primeiro
interventor em ocorrências de APH.
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REFERÊNCIAS

ANDREASI, D. Diferença entre eficiência e eficácia. Portal Administradores


disponível em : <https://administradores.com.br/artigos/entenda-a-diferenca-entre-
eficiencia-e-eficacia-de-uma-vez-por-todas> Acesso em: 14 abr. 2019

BENETTI, Marcos Antonio; MARQUES, Lanes Randal Prates


(Org.). Descentralização da Gestão de Recursos Humanos. 2019. Disponível em:
http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=61>. Acesso
em: 10 maio 2019.

CIANTELLI, Guilherme Lippi et al. Vítimas de ferimentos por arma de fogo atendidas
pelo SAMU – Sorocaba. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de
Sorocaba, [S.l.], v. 15, n. 2, p. 22-23, jun. 2013. ISSN 1984-4840. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/view/7853>. Acesso em: 23 jun. 2019.

GONZÁLEZ, José Lázaro. La maniobra de Heimlich en el cine comercial. 2007.


Disponível em: <http://revistas.usal.es/index.php/magacine/article/view/56/66>.
Acesso em: 20 jun. 2019.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro,


Ed. Objetiva, 2001.

MINISTÉRIO PÚBLICO, Protocolo de Suporte Básico de Vida, Biblioteca Virtual


em Saúde, p. 10 disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf>
Acesso em :20 abr. 2019

MINISTÉRIO PÚBLICO, Protocolo de Suporte Básico de Vida, Biblioteca Virtual


em Saúde disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0105urgencias.pdf>Acesso em: 5 maio
2019

NAEMT. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado (PHTLS). 8a ed. Rio de


Janeiro: Elsevier; 2016.

PARANÁ (Estado). Decreto Estadual nº 16.575, de 28 de setembro de 2010. Diário


Oficial. PARANÁ, PR: do Paraná, 29 set. 2010. nº. 8314. Disponível em:
<http://leisestaduais.com.br/pr/lei-ordinaria-n-16575-2010-parana-dispoe-que-a-
policia-militar-do-estado-do-parana-pmpr-destina-se-a-preservacao-da-ordem-
publica-a-policia-ostensiva-a-execucao-de-atividades-de-defesa-civil-alem-de-outras-
atribuicoes-previstas-na-legislacao-federal-e-estadual?q=Transporte+Escolar>.
Acesso em: 20 jun. 2019.
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PIATETSKY-SHAPIRO, Gregory; MATHEUS, Christopher J.; FRAWLEY, William


J.. Knowledge Discovery in Databases: An Overview. 1991. AI Magazine Volume
13 Number 3. Disponível em:
<https://www.aaai.org/ojs/index.php/aimagazine/article/view/1011>. Acesso em: 17
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POLÍCIA MILITAR, Atribuições e Encargos da Específicos da 3 ª Seção, PMPR.


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<http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=391>
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SOUZA, Edinilsa Ramos de; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Policial, risco como
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