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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ISCED

Curso de Direito
Cadeira de Direito de Integração
III ano

Tema: Vantagens e Desvantagem competitivas de Moçambique na Integração


económica Regional

Discente: Carlos Pedro Matsinhe


Docente: Augusto Azevedo Paulo da Graça

Xai-Xai 2019
0
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Tema: Vantagens e Desvantagem competitivas de Moçambique na Integração


económica Regional

Trabalho versando sobre Vantagens e Desvantagem


competitivas de Moçambique na Integração económica
Regional, conceitos e suas características. Este trabalho destina-
se á ser classificado como Teste II da cadeira de Direito de
Integração. O trabalho é apresentado no I Bloco do III Ano do
Curso de Licenciatura em Direito ministrado no ISCED, Centro
de Recurso de Xai-Xai sob orientação da dr. Augusto Azevedo
Paulo da Graça

Xai-Xai 2019

1
INDICE
Contents
INDICE..........................................................................................................................................................2
Sumário:......................................................................................................................................................3
Introdução...................................................................................................................................................4
1. OBJECTIVOS.........................................................................................................................................4
1.2.Objectivos Específicos:.....................................................................................................................4
Metodologias...........................................................................................................................................4
Conceito do Direito da Integração...............................................................................................................5
Vantagens e Desvantagens competitivas de Moçambique na Integração económica Regional..................6
Vantagens competitivas de Moçambique...................................................................................................7
a)Factores de Produção...........................................................................................................................7
b)Desenvolvimento Especial....................................................................................................................7
c)Localização estratégica.........................................................................................................................8
d)Agricultura............................................................................................................................................8
e) Turismo................................................................................................................................................9
f)Vantagens aduaneiras de Moçambique na Integração económica Regional........................................10
g)Objectivos do Protocolo comercial da SADC.....................................................................................10
h)Benefícios do Protocolo comercial da SADC.....................................................................................10
Benefícios do Protocolo comercial da SADC(cont.)................................................................................11
Desvantagens competitivas de Moçambique na Integração económica Regional....................................12
Conclusão:.................................................................................................................................................13
Bibliografia:...............................................................................................................................................14

2
Sumário:
O Direito de Integração se estabeleceu diante das necessidades advindas das relações económicas
entre os Estados, com o intuito de fortalecê-los e proporcioná-los desenvolvimento, estes
objectivos, como veremos ao longo deste trabalho do campo têm-se concretizado diferentemente
nos blocos económicos, mas tem proporcionado fortalecimento aos Estados, mesmos aqueles
pertencentes a blocos económicos ainda em fase de evolução de seus objectivos, como Mercosul.
Uma das características mais privilegiadas nos Estados Membros regidos pelo Direito de
Integração é o fortalecimento das relações económicas Internacionais sem no entanto perder as
suas identidades. É desse modo que cada bloco económico estabelece suas normas, que
evidenciam sua evolução, tornando-os estáveis e com credibilidade quanto a terceiros. As
diferenças institucionais caracterizam os blocos económicos, sendo que estes institutos são
estabelecidos conforme a realidade económica, política, social e histórica dos mesmos.
Já o Direito Comunitário é visto como o conjunto de regras e normas jurídicas que emanam dos
órgãos da União Europeia e que contribuem para o desenvolvimento do ideal Europeu desde
meados do século XX até a actualidade. Este é consequência directa do desenvolvimento da
União Europeia, que paulatinamente foi dando razão a um novo Direito- o Direito Comunitário,
sem no entanto confundir-se com o Direito Internacional.
Uma das grandes características do Direito Comunitário é que este possui, Institutos próprios,
autonomia própria, métodos e princípios próprios, ou seja um sistema de regras comuns aos
Estados-Membros e que não se confundem com o Direito Interno ou Internacional.

3
Introdução
O presente trabalho do campo debruça-se sobre Vantagens e Desvantagem competitivas de
Moçambique na Integração económica Regional. O Direito de integração seria assim um
mecanismo jurídico de aprofundamento das relações económicas entre Estados e seria
viabilizado por normas jurídicas de conteúdo económico, visando à realização plena de fins
económicos como por exemplo a criação de mercado comum, uniformização de políticas
macroeconómicas ou monetárias, entre outros. É comum entre doutrinadores confundir se o
objecto económico do Direito de Integração para um mercado comum e adoptar-se no Direito de
Integração questões ligadas á cidadania, á união económica e monetária, circulação de pessoas e
bens, bem como o estabelecimento de residência e livre procura de emprego por parte de
cidadãos dos Estados-Membros.
Portanto na Integração todos possuem os mesmos direitos e deveres tanto no plano económico
como no plano social, ou seja as vantagens de um Estado membro no plano da Integração são
estendidas automaticamente a outro Estado Membro

1. OBJECTIVOS
1.1.Objectivo Geral:
Descrever as vantagens e desvantagens competitivas de Moçambique na integração económica
Regional.

1.2.Objectivos Específicos:
Conceituar o Direito de Integração
Identificar a finalidade do Direito de Integração, as suas vantagens e desvantagens no caso
particular de Moçambique

Metodologias
O presente trabalho foi realizado com base em consultas a várias obras e sobretudo baseando-se
na consulta do Tratado da União Europeia. Foi também com base na Leitura do Módulo de
Direito de Integração do ISCED III Ano.

4
Conceito do Direito da Integração
O Direito de Integração Económica caracteriza-se pela junção de alguns Estados, com o intuito
de fortalecer a economia destes e proporcionar mútua assistência, formando um mercado
comum, forte e competitivo no âmbito mundial, tendo como meio para atingir seus objectivos a
integração entre os Estados-Membros. Geralmente estes, estão unidos por suas posições
geográficas. Além dos objectivos económicos estão também inseridos outros princípios como,
por exemplo, o desenvolvimento social dos Países integrados. Os Sistemas de integração
regionais se diferenciam conforme a aplicabilidade de suas normas e sua organização
institucional. De acordo com os princípios podem ser considerados mais ou menos evoluídos em
relação à efectividade de suas normas e da concretização dos objectivos.
Dentro do Direito de Integração está o instituto de supranacionalidade (Direito Comunitário), e o
da intergovernabilidade. O primeiro tem como base a subordinação voluntária dos Estados-
membros aos órgãos do bloco económico com fim de constituir um mercado comum.
“A Integração e ou União respeita a igualdade dos Estados-Membros perante os Tratados, bem como a
respectiva identidade nacional, reflectida nas estruturas políticas e constitucionais fundamentais de cada
um deles, incluindo no que se refere à autonomia local e regional. A Integração respeita as funções
essenciais do Estado, nomeadamente as que se destinam a garantir a integridade territorial, a manter a
ordem pública e a salvaguardar a segurança nacional. Em especial, a segurança nacional continua a ser da
exclusiva responsabilidade de cada Estado-Membro. 1”

Os processos de integração regional difundiram-se amplamente a partir da segunda metade do


século XX, visando, essencialmente, a eliminação de barreiras ao comércio entre países. A
integração europeia por exemplo teve por objectivo principal a reconstrução do continente, além
de assegurar a paz entre os países.
Dessa forma, o presente artigo tem por objectivo compreender o processo de integração
económica regional, em especial ao que tange às vantagens e desvantagens competitivas de
Moçambique na integração económica Regional, além dos principais desafios enfrentados e
resultados alcançados nesse processo de Integração.
Em Agosto de 1992, os Chefes de Estados e Governos da região Austral de África incluindo
Moçambique como é óbvio, assinaram um Tratado que transformava a Conferência de
Coordenação e Desenvolvimento da África Austral (SADCC) em Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A transformação da SADCC em SADC tinha como objectivo promover uma maior cooperação e
integração económicas, com vista a apoiar na abordagem dos vários factores que terão tornado
difícil sustentar o crescimento e o desenvolvimento socioeconómicos da Região, como por
exemplo a contínua dependência da exportação de alguns produtos primários. Aqui os Estados
estabeleceram um Tratado que preconiza que os aspectos relacionados com a integração e
cooperação na região se expressam através de protocolos.

1
Tratado da União Europeia, art.º. 4º parágrafo 2.

5
Vantagens e Desvantagens competitivas de Moçambique na Integração
económica Regional
Moçambique, designado como República de Moçambique, é um País localizado no Sudeste do
Continente Africano, banhado pelo Oceano Índico a Leste e que faz fronteira com a Tanzânia ao
norte; Malawi e Zâmbia a Noroeste; Zimbabwe a Oeste e Suazilândia e África do Sul a Sudoeste.
A capital e maior cidade do País é Maputo.2
No contexto Africano das Nações a Integração surge como uma alavanca que procura tirar estes
povos da fragilidade socioeconómica criada pelo colonialismo, já que o próprio processo de
descolonização teve uma importante influência nos esquemas de integração económica regional
na África e concretamente em Moçambique.
Moçambique é dotado de ricos e extensos recursos naturais. A economia do País é baseada
principalmente na agricultura, mas o sector industrial, principalmente a fabricação de alimentos,
bebidas, produtos químicos, alumínio e petróleo, está crescendo. O sector de turismo do País
também está em crescimento. A África do Sul é o principal parceiro comercial de Moçambique e
a principal fonte de investimento directo estrangeiro.
Devido a sua localização geográfica o Pais se torna um parceiro natural para a maior parte dos
Países membros da SADC, do continente e do mundo em geral.
Como diz Michael Porter…“Porque algumas Nações têm êxito e outras fracassam na competição
Internacional?”, para logo em seguida dizer que, se o objectivo é mostrar as bases que sustentam a
prosperidade económica seja de empresas ou seja de nações, esta é uma indagação equivocada, que a
indagação correta seria “por que uma nação se torna base para competi tidores internacionais bem-sucedidos?”,
ou “por que as empresas sediadas num determinado País são capazes de criar e manter uma vantagem
competitiva em comparação com as melhores competidoras do mundo num determinado campo?”, ou ainda,
“por que uma só nação é, com frequência, sede de tantas empresas líderes mundiais de uma indústria? 3”

Este economista explica que a diferença reside no papel desempenhado pelo ambiente
económico, pelas Instituições e pelas políticas nacionais, ou seja, são os atributos de uma Nação
que estimulam a vantagem competitiva em uma indústria, e no caso de Moçambique esta
realidade se torna mais real no contexto da integração económica regional na SADC.
A vantagem competitiva é criada e mantida através de um processo altamente localizado e sempre ligado às
políticas económicas dos Estados. A Diferenças nas estruturas económicas, culturais, institucionais e históricas
contribuem profundamente para o sucesso competitivo. O papel do País e suas políticas económicas é
preponderante. Embora a globalização da competição possa, aparentemente, tornar a Nação menos importante,
em lugar disso parece fazê-la mais importante. Com menos impedimentos ao comércio e consequentemente
maior abertura ao comércio internacional, o Pais adquire maior vantagem competitiva .4

Nesse contexto Moçambique está melhor posicionado pelo menos estrategicamente em relação a
outros Países e membros da região da SADC, como adiante serão mencionadas as vantagens
competitivas deste País.
2
www.portaldogoverno.gov.mz
3
“A vantagem competitiva das Nações”, Porter (1993, p.1)
4
PORTER, 1993, p. 20.

6
Vantagens competitivas de Moçambique
Moçambique é um dos países pioneiros das ideias de integração regional, na medida em que esta
pode representar uma alternativa para as economias pequenas, no sentido de ajudar a enfrentar os
constrangimentos impostos pela ordem económica internacional. O grau de abertura de uma
economia para com o exterior pode determinar a sua habilidade para a integração regional, o que
pode propiciar mais criação do comércio e aumento do bem-estar das populações.
Os aspectos relacionados com as estruturas económicas, valores, culturas, instituições e histórias
nacionais, devem ser incorporados à teoria económica e aos modelos de crescimento e
desenvolvimento do País para que haja harmonia entre estes e as políticas traçadas pelo Governo.
Moçambique tem-se mostrado activo no âmbito da integração regional. Participou activamente
na negociação da maior parte dos acordos e protocolos no âmbito da SADC e tem, por outro
lado, uma variedade de acordos multilaterais, regionais e bilaterais, que permitem ao país acesso
preferencial a muitos mercados, incluindo os EUA e a União Europeia. Moçambique assinou
acordos bilaterais de investimento com a África do Sul, Portugal, Zimbabwe, Maurícias, França,
Itália, China, Egipto, Indonésia, Argélia, Suíça, Alemanha, Holanda, Suécia, Dinamarca, Reino
Unido, Cuba e EUA.5

a)Factores de Produção
Quanto às Condições dos Factores em Moçambique, ou seja, os factores de produção necessários
para competir a nível da região, a localização geoestratégica de Moçambique na região Austral
de África constitui uma vantagem competitiva, nomeadamente, os sistemas e relações
estabelecidas durante o colonialismo com os países do hinterland. Os portos moçambicanos, com
as linhas férreas e estradas ligando a maior parte dos países membros da SADC, para além de
constituírem a espinha dorsal dos corredores de desenvolvimento de Mtwara, Niassa, Beira e
Maputo, constituem a essência da vantagem competitiva de Moçambique no âmbito da
integração regional.

b)Desenvolvimento Especial
Moçambique está a transformar os Corredores de Transportes em Corredores de
Desenvolvimento, criando zonas francas especiais e atraindo investidores nacionais e
estrangeiros para projectos na área da agricultura e pecuária, indústria, turismo e biodiversidade.
Devemos realçar o facto de 10% da área do País ser destinada para gestão da fauna bravia,
incluindo parques nacionais (como é o exemplo dos Parques Transfronteiriços do Limpopo e dos
Libombos).Também constituem vantagens competitivas de Moçambique as grandes
potencialidades na produção de energia, principalmente largos Hidro-recursos, carvão, gás
natural. Basta referir que a Hidroeléctrica de Cahora-Bassa tem um potencial estimado em 2075
Megawats, dos quais só cerca de 15% estão sendo consumidos no país, através da empresa de
electricidade (EDM), que, mesmo adicionados aos consumos da MOZAL, não ultrapassariam os

5
SARPN, 2004: 23(citado pela Revista Interuniversitária Economia, Politica e Desenvolvimento.)

7
50%. Com a barragem de Mpanda Nkuwa, este potencial aumentará em mais 2600Megawats .A
dimensão energética de Moçambique, no âmbito das vantagens competitivas, também engloba:
- O gasoduto que transporta combustíveis do Porto da Beira para o Zimbabwe;
- O gasoduto que transporta gás natural de Temane (Inhambane) para Secunda, na África do Sul;
- O Megaprojecto de alumínio, que também estabelece a integração entre Moçambique e a África
do Sul.

c)Localização estratégica
Moçambique goza de uma larga vantagem de localização (zona estratégica) sendo uma porta de
entrada na região, condicionando o acesso ao Mar para muitos Países da zona da região da
SADC como é o caso de Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.
Apesar de o País ser um forte explorador de carvão, gás natural e hidroelectricidade, a sua
capacidade de distribuição dos mesmos para servir os interesses das populações ainda está longe
de menção.

d)Agricultura
As vantagens que Moçambique poderá tirar no sector de agricultura no contexto da integração
regional são vastíssimas. O país tem um grande potencial agrícola, com possibilidade de
diversificação das culturas a produzir tanto para o consumo interno como para exportação,
incluindo amêndoa de caju, algodão, arroz, banana, batata, manga, feijões, chá, mel, milho,
gengibre, mandioca, cítricos e madeira. A revitalização da capacidade produtiva dessas culturas é
fundamental no processo da integração de Moçambique na região, acompanhado pela
revitalização da agro-indústria para o processamento primário da produção agrícola com a
finalidade de exportação e processamento completo para o consumo interno. Paralelamente, e
dando continuidade ao trabalho que vem sendo realizado pelo governo, torna-se necessário
consolidar e insistir na definição de políticas favoráveis á criação e funcionamento das
instituições democráticas, a transparência na tomada de decisões, a introdução de mecanismos de
prestação regular de contas e a melhoria do ambiente de negócios no País, aspectos que, se
trabalhados em conjunto, irão concretizar e firmar o investimento nacional e estrangeiro no País.
A agricultura, definida no Orçamento de 2012 como um Sector prioritário com cerca de 11,6%
das despesas totais, o sector tem crescido cumulativamente em pelo menos 7% ao ano. As bacias
hidrográficas de Save, Limpopo e Zambeze apresentam longas potencialidades ainda por
explorar pelo menos do ponto de vista de irrigação.
A Agricultura constitui principal objecto estratégico para a erradicação da pobreza absoluta no
País, sabido que cerca de 80% da população moçambicana vive basicamente da prática da
agricultura. As Culturas de rendimento mais produzidas em Moçambique são a Cana-de-açúcar,
Algodão, Tabaco, Chá, Girassol, Copra, Gergelim, Gengibre, Soja, Paprica, Castanha de caju,
etc. Repare-se que alguns produtos agrícolas de Moçambique já concorrem para o mercado
externo, contudo, ainda tem que responder a novos desafios da oportunidades de colocação
desses mesmos produtos e outros para concorrer em pé de igualdade com os outros países.

8
e) Turismo
Considera-se a indústria do turismo como sendo uma actividade económica que depende de um
conjunto de factores e que a mesma meche com alguns sectores.O turismo Moçambicano visto
como uma das fontes de rendimento mais atractivo, tem sofrido baixos movimentos devido há
vários factores sejam eles políticos, económicos e sociais. Nos últimos anos, a África do Sul tem
mostrado interesse em efectuar visitas tanto como em investir. O turismo pode trazer novos
horizontes e desafios de vida aos povos locais e ao País em geral no contexto da integração.
A cadeia de valores consiste das actividades desempenhadas por uma indústria na competição, as quais
contribuem para a formação do valor para o comprador. Essas actividades são de dois tipos, as primárias – que
se relacionam com a produção, comercialização, entrega e assistência ao produto, e as de apoio – que
proporcionam os insumos, tecnologia, recursos humanos ou funções de infra-estrutura geral que apoiam as
actividades primárias. A cadeia de valores está inserida num contexto mais amplo de actividade, o sistema de
valores, que inclui os fornecedores de insumos para as cadeias de valores de uma empresa, quer sejam
matérias-primas, componentes, maquinaria ou serviços. 6

O turismo tem sido destacado como uma das actividades de maior crescimento nos últimos
tempos em Moçambique. Este crescimento é associado, igualmente, ao segmento de hotelaria,
sector onde é indispensável a qualificação da mão-de-obra em todos os níveis. Em Inhambane
por exemplo e como plano estratégico para o desenvolvimento do turismo o Governo criou a
Escola Superior de Hotelaria e Turismo.

6
PORTER, 1993.

9
f)Vantagens aduaneiras de Moçambique na Integração económica Regional
O direito aduaneiro é um ramo autónomo do Direito, com vista a barreiras de interesse colectivo
e protecção nacional, que caracteriza-se como um conjunto de normas legais criadas com o
intuito de regular e controlar as operações de comércio exterior, regulando a circulação de
mercadorias em caso de importação ou de exportação, além de impor sanções a indivíduos que
cometem violações a estes regulamentos.
Na integração económica regional, Moçambique assinou como País e como membro da SADC
vário acordos e protocolos que traduzem vantagens competitivas. Para os que advogam a
economia de mercado, é indiscutível que a abertura do comércio estimula a economia no sentido
em que proporciona aos consumidores dos países importadores uma escolha mais vasta de bens e
de serviços, a preços mais baixos, graças a uma maior concorrência. Além disso, permite que o
País possa produzir e exportar os bens e os serviços em mais competitivos no plano interno e
externo.
O Protocolo Comercial da SADC, ratificado por Moçambique, através da Resolução nº. 44/99,
publicado no BR nº52, de 29 de Dezembro de 1999, I Série, serve de exemplo para enumerar as
inúmeras vantagens de que o Pais se dispõe no âmbito aduaneiro, para além de outros acordos
com organismos Internacionais que beneficiam o País.

g)Objectivos do Protocolo comercial da SADC


 Liberalizar o comércio entre os países membros
 Aumentar a produção segundo as vantagens comparativas dos países subscritores.
 Melhorar o clima de negócios,
 Melhorar a industrialização e o desenvolvimento dos Países subscritores.
 Criar uma zona do comércio livre (ZCL),
 Incrementar o desenvolvimento económico, diversificação e industrialização da região. 

h)Benefícios do Protocolo comercial da SADC


 O benefício que Moçambique tira na qualidade de Membro da SADC é a possibilidade
que lhe é dado de participar e acompanhar os fóruns internacionais de concertação de
posições a nível da SADC, bem como acções de atracção de investimentos directos
estrangeiros e nacionais,
 Livre circulação de bens (Isenção de tarifas), acesso ao mercado regional;
Melhorar o clima de negócio através da simplificação de procedimentos e eliminação de
barreiras;
 Redução dos custos da actividade comercial e industrial
 Diversificação de Produtos e redução de preços
 Aumento das oportunidades de emprego.

10
Benefícios do Protocolo comercial da SADC(cont.)
De acordo com o Protocolo Comercial da SADC os Países que ratificaram deverão reduzir
gradualmente as suas taxas de importação de mercadorias até 2015. Estas taxas serão reduzidas
regressivamente até que estejam a zero. A esta redução regressiva chamamos desarmamento
tarifário ou pautal.
Outra referência de vantagens é a que é trazida pela AGOA, um mecanismo de extensão do
Sistema Generalizado de Preferência (GSP) da iniciativa unilateral do Governo Norte-
Americano, aprovado em 2000 para uma gama de produtos que beneficiam o acesso preferencial
ao mercado dos EUA. Moçambique beneficia-se deste mecanismo de acesso ao mercado
preferencial Americano, que entrou em vigor a 1 de Outubro do ano 2000. A 1ª fase do AGOA
terminou a 30 de Setembro de 2008, tendo o Governo americano alargado para 2015 e
recentemente estendido por mais 10 anos. Permite o acesso de aproximadamente sete mil (7.000)
posições pautais de produtos diversos, originários de países da África Subsahariana ao mercado
Norte-Americano dos quais se destacam, o vestuário, calçado, produtos agrícolas, produtos
pesqueiros, produtos químicos e equipamento de transporte. Este mecanismo tem como
objectivos principais:
 Facilitar o acesso ao mercado americano de produtos originários dos países beneficiários
por via da remoção de quotas e tarifas aduaneiras;
 Reforço e expansão do sector privado, em particular os negócios da mulher;
encorajamento para o aumento do comércio e de investimentos entre os EUA e África;
 Incremento de apoio dos EUA nos esforços de integração em África e estabelecimento de
parcerias entre os EUA e África.

11
Desvantagens competitivas de Moçambique na Integração económica
Regional
“Constitui uma desvantagem competitiva do País a situação de Indústrias relacionadas e de Suporte, pois, não
obstante a campanha Made in Mozambique, a indústria Moçambicana precisa de uma grande reestruturação e
desenvolvimento. Há muitos factores que contribuem para o estágio atrasado da indústria em Moçambique. A
falta de empreendedores arrojados, os altos custos do capital para investimentos, as altas taxas de tributação ao
rendimento, a falta de cultura, mentalidade e capacidade empresarial associados a uma visão de curto, médio e
longo prazo, são de entre muitos factores que podem condicionar o surgimento, desenvolvimento e
consolidação de um sector empresarial forte e dinâmico.7”

Considera-se, neste caso, que a integração do País na SADC tornou-se estrutural pela inter
(dependência) dos seus parceiros e, portanto, irreversível. Pode ser identificada como uma
desvantagem competitiva, neste grupo das condições dos factores, a falta de disponibilidade de
mão-de-obra qualificada, fruto da herança colonial e da guerra de desestabilização, bem como,
também, de opções políticas que continuam a adiar a reformulação curricular de todo o sistema
de ensino, para que dê primazia ao ensino técnico-profissional, ao ensino profissionalizante que
prepare os graduados para os desafios imediatos do sector produtivo nacional e os que se
colocam em cada canto do País, em particular nas zonas rurais.
Outro factor que é prejudicial para Moçambique é a falta de políticas e acções concretas que
apostem na valorização e incentivo do trabalho, no apoio às iniciativas dos agentes económicos e
na regulação das forças do mercado pelo Governo. Afigura-se de extrema importância a revisão
curricular do ensino em Moçambique, priorizando a educação técnico-profissional, alinhando os
conteúdos e programas com as necessidades e realidade do país, para além da harmonização com
a região da SADC.As medidas de reforma que o Governo tem estado a implementar desde 2001
na simplificação de procedimentos, requisitos e regulamentos de actividade têm estado a
contribuir para a melhoria do ambiente de negócios no País, que ainda constitui uma
desvantagem competitiva no âmbito da integração regional . Mas, por outro lado, Moçambique
corre o risco de entrar para o “afogamento” da sua economia emergente e sem cultura de
competitividade. Este é um dos principais problemas de Moçambique e do continente africano.
A Integração regional só terá futuro quando os Estados tiverem a certeza que as suas economias
estão preparadas para a competitividade. Até à data só a África do Sul está em condições de
entrar na globalização e competir á medida das exigências que a SADC preconiza.
Neste contexto Moçambique, como País tem como desvantagem os conflitos persistentes que
afugentam investidores, factor este ligado á estabilidade política, segurança e democratização das
Instituições. É importante referir que nem todas as condições para mitigar as desvantagens
competitivas de um dado País ficam apenas dependentes das políticas domésticas desse País. A
estabilidade política e segurança de Moçambique dependem também de factores externos, da
região e do mundo.

7
SARPN, 2004- (citado pela Revista Interuniversitária Economia, Politica e Desenvolvimento.)

12
Conclusão:
A história de Moçambique foi sempre acompanhada de processos do Direito de Integração,
mesmo sem conhecimento científico sobre o facto. A guerra de descolonização e os acordos de
Paz sempre mereceram maior atenção por parte dos representantes do Povo em cada época
histórica.
A Integração de Moçambique na SADC, sustentada pela sua localização geográfica como elo de
ligação de corredores de desenvolvimento de vários Países da região, bem como a crescente
descoberta de vários recursos naturais, poderá incrementar o desenvolvimento de Moçambique e
permitir o surgimento de mercados no contexto interno e externo, não só a nível da SADC como
também no continente e no mundo.

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Bibliografia:
Estudo Diagnóstico da Integração do Comércio para Moçambique
Política da SADC para o Desenvolvimento, Planeamento e Monitorização de Estratégias
(Fevereiro de 2012)
Módulo de Direito de Integração-III Ano (ISCED)
ALMEIDA, Paulo Roberto. Mercosul e União Europeia: vidas paralelas? Boletim de Integração
Latino-Americana. Brasília, nº 14, pp. 16-25, jul./Set. 1994.
ACCIOLY, Elizabeth. Mercosul e União Europeia. Estrutura Jurídico-institucional. Curitiba:
Juruá, 1996.
https://www.dn.pt/lusa/interior/mocambique-ganha-multiplas-vantagens-ao-passar-a-integrar-acordo-
de-parceria-economica-ape---ue-9143338.html (acesso em 18.04.2019 as 21:30min)

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