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GUERRAS CIBERNÉTICAS: NOVAS FORMAS DE GUERRA 17/12/2017

Leonardo Boff 
Conhecemos as formas clássicas de guerra, primeiro entre exércitos e após Hitler (com a sua “totaler
Krieg”= guerra total) de povos contra povos. Inventaram-se bombas nucleares tão potentes que
podem destruir toda a vida. Diz-se que eram armas de dissuasão. Não importa. Quem tem, por
primeiro a iniciativa, ganha a guerra que duraria poucos minutos. A questão é que ela são tão letais
que pode matar a todos, inclusive aqueles primeiros que as lançaram. Viraram armas de espantalho.
Mas cuidado, a segurança nunca é total e não é impossível que algumas delas explodam sob a ação
de hackers, pondo em risco grande parte da humanidade.
Ultimamente inventou-se outra forma de guerra que a maioria sequer se dá conta: a guerra
cibernética, chamada também de guerra informática, guerra digital e ciberguerra.
Ela tem um pano de fundo que merece ser considerado: há um excesso de acumulação de capital a
ponto de as grandes corporações não saberem onde aplicá-lo. A agência de políticas de
desenvolvimento, Oxfam, presente em 94 países e assessorada por cientistas do MIT nos forneceu
neste ano de 2017 os seguintes dados: 1% da humanidade controla mais da metade da riqueza do
mundo. Os 20% mais ricos possuem 94.5% dessa riqueza, enquanto 80% deve se conformar com
5,5%. Eis uma profunda desigualdade que traduzida eticamente significa perversa injustiça.
Essa demasiada concentração não vê sentido em aplicações produtivas porque o mercado
empobrecido não tem condições de absorver seus produtos. Ou continuam na ciranda especulativa
agravando o problema ou encontram outras saídas rentáveis às aplicações. Vários analistas, como
William Robinson, da Universidade da Califórnia, Santa Bárbara publicou brilhante estudo sobre o
tema mas também Nouriel Rubini, o que previu o debâcle de 2007-2008, entre outros.Eles nos podem
orientar. Eles nos referem duas saídas para o capital ultraconcentrado: investir na militarização
comandada pelo Estado, construção de novas armas nucleares ou investir em guerras locais, guerra
contra as drogas, na construção de muros fronteiriços, na invenção de novos aparatos policiais e
militares. Ou então fazer grandes investimentos em tecnologia, robotização, automação massiva e
digitalização cobrindo, se possível, todos os âmbitos da vida. Se em 1980 o investimento era de 65
bilhões agora passou para 654 bilhões. Neste investimento estão previstos serviços de controle das
populações, verdadeiro Estado policial e as guerras cibernéticas.
Sobre isso, convém detalhar um pouco a análise. Na guerra cibernética não se usam armas físicas
mas o campo cibernético com a utilização de virus e hackers sofisticados que entram nas redes
digitais do inimigo para anular e eventualmente danificar os sistemas informáticos. Os principais
objetivos são geralmene os bancos, os sistemas financeiros ou militares e todo o sistema de
comunicação e a infra-estrutura de um  país. Os combatentes desta guerra são especialistas em
informática e telecomunicações.
Este tipo de guerra foi testado várias vezes; já em 1999 na guerra do Kosovo, onde hackers atacaram
até o porta-aviões norte-americano. Talvez o mais conhecido foi o ataque à Estônia no dia 26 de abril
de 2007. O país se gabava de possuir quase todos os serviços do país informatizados e digitalizados.
Um pequeno incidente da derrubada da estátua de um soldado russo, símbolo da conquista russa na
última guerra, por civis da Estônia serviu de motivo para a Rússia dirigir um ataque cibernético que
paralizou praticamente todo o país: os transportes, as comunicações, os serviços bancários, o serviço
de luz e água. Nois dias seguintes desapareceram os sites do Parlamento, das Universidades e dos
principais jornais. As intervenções vinham de dez mil computadores, distribuidos em váras partes do
mundo. O chefe de Estado da Estônia declarou acertadamente:”nós vivíamos no futuro: bancos
online, notícias online, textos online, shoppings online; a total digitalização fez tudo mais rápido e
mais fácil, mas também criou a possibilidade de, em segundos, nos fazer regredir séculos”.
Bem conhecido é o virus Stuxnet, possivelmente produzido por Israel e pelos USA que conseguiu
entrar no funcionamento das usinas de enriquecimento de urânio do Irã, aumentando-lhe a
velocidade a ponto de racharem e impossibilitaram seu funcionamento.
O risco maior da guerra cibernética é que pode ser conduzida por grupos terroristas como o ISIS ou
por um outro país, paralisando toda infraestrutura, dos aeroportos, dos transportes, das
comunicações, dos serviços de água e luz e mesmo romper os segredos de aparatos de segurança
de armas letais e faze-las disparar ou inutilizá-las. E tudo isso a partir de centenas de computadores
que funcionam a partir de diferentes partes do planeta, impossibilitando identificar seu lugar e assim
enfrentá-las.
Estamos, portanto, face a riscos inomináveis, fruto da razão enlouquecida. Só uma humanidade que
ama a vida e se une para preservá-la nos poderá salvar. Ou vale repetir a frase póstula de Martin
Hiedegger ao se referir aos riscos da humanidade face à crise generalizada da Terra: “Só um Deus
nos poderá salvar”.

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