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C. A voz de autoridade
41,42. Marta, Marta – respondeu o Senhor – você está preocupada e
agitada com muitas coisas; mas apenas uma coisa é necessária. Maria
escolheu a boa porção, e esta não lhe será tirada.
A expressão, Marta, Marta, revela marcante desaprovação, por certo, mas
também terna afeição e grave preocupação, porque, aquele que sonda os
corações sabe que Marta estava intimamente preocupada e exteriormente
irritada. Isso era muito claro pela maneira como ela olhava, falava e agia. “com
muitas coisas”, como se dissesse: “Uma refeição bem elaborada nem mesmo é
necessária. Além do mais, há coisas que em excelência e importância estão
muito acima de alimento”.
“Uma só coisa”, diz Jesus, “é realmente necessária.” Alguns têm
interpretado esse dito neste sentido: “Somente um prato teria sido suficiente”.
Mas o que vem imediatamente a seguir certamente favorece a outra
interpretação que tem uma acolhida mais ampla, a saber: “A única coisa
necessária é a porção que Maria escolheu, isto é, ouvir minhas palavras”. É
possível que haja algo maior em valor que uma sincera devoção e a adoração
rendidas ao Senhor Jesus Cristo, a revelação do Deus Triúno? Essa e não outra
coisa – por exemplo, este ou aquele prato de comida – é a porção que jamais
será tirada de Maria, nem de ninguém que siga o exemplo dela. Veja Salmo
89.28; João 10.28; Romanos 8.38,39.
Às vezes se pergunta: “Jesus, porém, não foi injusto com Marta? Além de
tudo, ela não tinha razão?” É preciso ter em mente o seguinte:
a. Exceto os toques finais, a refeição já devia estar pronta quando Jesus e seu
grupo chegaram. Temos razões para crer que ele tivera o cuidado de comunicar
sua chegada à sua anfitriã. Ele não estava sempre enviando adiante um homem
para anunciar sua chegada? Veja Isaías 40.3–5; Malaquias 3.1; Lucas 9.52;
10.1; 22.8.
b. Isso também significa que em sua chegada uma das irmãs teria feito “as
honras” a tão eminente visitante. Digamos, antes, “deveria estar preparada para
sentar-se a seus pés para ouvir suas palavras”. Não agir assim, mesmo sob
condições ordinárias, teria sido descortesia, contrário aos bons modos, mas
nesse caso teria sido extrema irreverência. Portanto, Maria fez precisamente a
coisa certa.
c. 10.40, “me deixou” etc., provavelmente significa que um momento antes
Maria também estivera fazendo sua parte na preparação da refeição.
Marta aprendeu a lição. Sabia que as palavras de repreensão de Jesus foram
expressas com amor, porque “Jesus amava Marta, sua irmã e Lázaro” (Jo 11.5).
Portanto, não nos surpreende que duas das mais proeminentes profissões de
fé encontradas nas Escrituras iriam fluir do coração e dos lábios de Marta:
“Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que,
mesmo agora, Deus te dará tudo o que pedires” (Jo 11.21,22).
“Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao
mundo” (Jo 11.27).
Portanto, a história tem um final glorioso. Deus foi glorificado, e isso é
sempre o que mais importa.
2
Meyer, H. A. W. (1883). Critical and Exegetical Handbook to the Gospels of Mark and Luke. (W. P.
Dickson, Org., R. E. Wallis, Trad.) (Vol. 2, p. 127–130). Edinburgh: T&T Clark.