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SISTEMA CARCERÁRIO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................3
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2 O SISTEMA CARCERÁRIO.............................................................................................................4
2.1 Violência nas prisões..................................................................................................................4
2.2 Direitos dos presos......................................................................................................................6
2.3 Superlotação...............................................................................................................................6
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO
As regras penais surgiram com o objetivo de combater crimes que tinham relações
com agressão ou que não respeitassem os costumes e princípios de suas tribos, com isso deu-
se início ao sistema punitivo. Ao longo dos séculos tivemos inúmeros modos ou meios de
reparar ou amenizar o dano, causado pelas pessoas através da agressão, passamos por vários
sistemas punitivos, como penas repressivas baseadas nas variadas formas de vingança, onde
levava-se em conta os costumes da tribo e também a religião. Não podemos deixar de destacar
que nessa época não existia as penas de privações de liberdade como forma punitiva.
As penas punitivas de privação de liberdade vieram para o Brasil no ano de 1769,
quando foi construída a primeira prisão no Brasil, que se situava na grande cidade de Rio de
Janeiro, o complexo Frei Caneca. A partir dessa prisão começamos a montar um grande
sistema penal, mas não podemos deixar de falar que ainda não tinha uma lei específica, uma
legislação unificada que tratava de execução penal e sim tínhamos leis esparsas para esse
determinado assunto.
Com o crescimento dos crimes, o Estado viu que não era mais possível usar
somente essas leis esparsas, pois existia uma necessidade de regulamentação, então resolveu
fazer o projeto dessa legislação unificada, ou também conhecida como LEP (lei de execução
penal, (7210/84). A LEP foi criada no ano de 1984, com o objetivo de unificar todas as leis já
existentes sobre a execução penal e refazer o sistema punitivo Brasileiro, mas não podemos
deixar de destacar que a LEP não trata apenas de questões relacionadas ao cárcere, mas
também trata de um dos objetivos principais da prisão, a reabilitação do condenado a
sociedade.
Após a Constituição Federal, aonde foi denominada um marco na evolução da
execução penal, pois protege direito e garantia fundamenta do condenado contra o Estado.
Logo no início da CF temos o Art.5, aonde protege diversos direitos e deveres individuais e
coletivos, como a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, à igualde, à segurança e a
propriedade, com isso podemos citar incisos como o III, XLV à LXXV que tratam mais
especificamente dos direitos do preso, como no inciso III, que diz que ninguém será
submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
Não podemos deixar de citar alguns princípios que fazem parte da execução
penal, que estão interligados a aplicação da execução das sanções penais, como o caso do
princípio da legalidade, princípio da transcendência da pena, da proporcionalidade, da
individualização da pena e por fim da humanidade.
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Após essa breve parte histórica, teremos como objetivo olhar a realidade do
sistema penal de uma forma mais ampla, distinguindo a realidade da invenção tipifica. Ao
longo do trabalho falaremos previamente sobre a pena do condenado passar para suas
famílias, ressaltaremos a realidade de uma prisão, aonde tem como pontos cruciais a
decadência das mesmas, a superlotações de determinados regimes e muito mais. E por fim
ressaltaremos alguns direitos que os presos tem, mas poucos deles sabem.
2 O SISTEMA CARCERÁRIO
Neste artigo iremos discorrer sobre o sistema penal Brasileiro, que será analisado
amplamente em toda sua seara. Nesse sistema temos como agentes envolvidos os presos,
Estado e a sociedade. Perante isso, sabemos que todos são submetidos ao ordenamento
jurídico, pois como objetivo principal da LEP teremos a ressocialização dos apenados. Com
tudo se sabe que para isso acontecer não depende só do preso, más de todos que foram citados
acima.
O art.5°, III da Constituição Federal de 1988, veda qualquer espécie de tratamento
desumano, enfatizando como direito fundamental a dignidade da pessoa humana, deixando
claro que, em hipótese alguma se viola esse direito com aplicação imediata dos mecanismos
de correção. Esta situação agrava-se em decorrência dos inúmeros acontecimentos históricos
de abuso, muito antes da Brasil colônia, quando só se tinha a propriedade do homem sobre o
homem, (escravidão).
Sabemos que a violência não se encontra só no sujeito preso, mas também se
encontra em todo o âmbito familiar, não sendo uma violência física, mas uma violência moral
constante, essa violência acaba desrespeitando a própria família e a nossa constituição federal,
já que no art.5°, XLV, CF88, diz que: “nenhuma pena passará do condenado...”. Porém, esta
sentença quem aplica é a sociedade e o Estado através de seus agentes.
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resposta a sociedade, ou a um grupo especifico, politizando o sistema jurídico. Um ciclo
vicioso de violência e revolta, nas ruas que se intensifica, nos presídios, e acaba refletindo na
sociedade.
O preso deve ser informado de seus direitos, da identificação dos responsáveis por
sua prisão, como esta tipificado no art. 5°, LXIII, CF1988 e no art. 5°, LXXVIII, parágrafo 1°,
2°, 3° e 4° faz-se referência a Emenda Constitucional n° 45/04, que reforça a importância dos
tratados internacionais (Pacto San Jose de Costa Rica), que o Brasil é parte e deve respeitar
sob pena de sofrer sanções às violações desses direitos dando celeridade aos processos em
condições razoáveis que vem de contrário devido à morosidade dos processos judiciais. A
violação de qualquer dessas normas, deve ser de imediato aplicada à solução, respeitando os
tratados e normas garantidoras de direito fundamental se atendidos o critério formal, elas
terão força de emenda constitucional, assim o Brasil se submete a jurisdição de tribunal
internacional.
Dito isso fazendo referência à recente denuncia dos presídios brasileiros, em
especifico o presídio central, localizado em Porto Alegre/RS, onde representantes da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), após diversos relatos de familiares e dos próprios presos,
constatou que havia inúmeras irregularidades, chegando alguns casos a condições desumanas
como retratado pela mídia na época do fato (23/12/2013). Por conseqüência, a OAB
denunciou o Brasil a Organização dos Estados Americanos (OEA) para que fosse dada uma
solução plausível. Na denúncia constavam as instalações precárias, a falta de higiene e o mais
grave; o controle dos presídios pelas facções, fazendo frente ao poder estatal.
2.3 Superlotação
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prisional adequado, não é permitido regredir a pena para um regime mais gravoso, ou seja,
refletindo a ineficiência da estrutura física em não conseguir acompanhar o crescimento do
número de presos no Brasil, ou seria ineficiência por não conseguir reduzir?
Também no STJ observa-se a Súmula n°267, que barra a banalização da pena,
vedando ao juiz, com base no abstrato, atribuir pena incompatível com a previsão legal,
reforçando com a Súmula n° 718.
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada.
"(...) 4. A invocação abstrata da causa de aumento de pena não pode ser considerada,
por si só, como fundamento apto e suficiente para agravar o regime prisional, por
não se qualificar como circunstância judicial do art. 59. 5. A jurisprudência do STF
consolidou o entendimento segundo o qual a hediondez ou a gravidade abstrata do
delito não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em
atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da
obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime
imposto observando a singularidade do caso concreto. 6. Aplicação das súmulas
440, 718 e 719" (HC 123432, Relator Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma,
julgamento em 30.9.2014, DJe de 15.10.2014).
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2545
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estabelecimentos prisionais, destaco a previsão de que cada comarca terá uma cadeia
pública (art103), (https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?
id=115665).
: Abaixo segue imagem ilustrando o fato ocorrido naquele período, em consequência ao caos da superlotação:
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/10/massacre-que-matou-111-presos-no-carandiru-completa-
20-anos.html
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http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/10/promotor-denuncia-caso-de-canibalismo-no-presidio-de-
pedrinhas.html
A idéia é sanar a situação e reparar os efeitos emanados por essas violações, o presidente da
OAB nacional na época, Cláudio Lamachia, alega que analisando o aspecto jurídico, vamos
perceber que descrevendo a cadeia como um lugar de castigo aonde o indivíduo vai para
pagar pelo mau que fez a sociedade, sendo encaminhado ao “purgatório”. Pensar em dolo ou
culpa hipoteticamente, não se sustenta, devido depender de um contexto cronológico jurídico
histórico abordado desde o início da sociedade resta também identificar de quem é o dolo,
quem teria a intenção de castigar. Cogitação, preparação, execução e consumação, em uma
análise fiel a letra dos princípios, não caberia dolo mesmo nas particularidades do caso citado.
Porém a culpa se dá pela, negligencia e imperícia. Mas como na matéria abaixo a OEA se
pronunciou no ano de 2015, o Presidio de Pedrinhas como afirma a matéria do portal de
notícias G1. Episodio de grande repercursão quando num desentendimento entre integrantes
de facções diferente, dentro de uma cela, visando poder e autoafirmação, torturaram e
mataram de forma cruel um companheiro e para ocultar o cadáver esquartejaram em 59
pedaços, espalharam pelas licheiras do presídio, salgaram outras partes, assaram e comeram,
repartindo-o entre outros presos, a carne da vítima.
;
Abaixo a ilustração e detalhamento das condições encontradas no presidio Central Porto Alegre
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http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/01/tribunal-internacional-pede-medidas-no-presidio-
central-de-porto-alegre.html
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A pressão psicológica é grande, os abusos vão muito além da dor física, questiona-se
quanto à falta de zelo pela dignidade da pessoa humana, mas quem consegue descrever o que
significa essa dignidade, quiçá os presos. Quanto ao caso do presídio de Pedrinhas, a ONU se
manifestou de maneira veemente repudiando, estas atrocidades que assolam os presídios
brasileiros, e cobrando das autoridades uma solução para o problema sociologicamente, desde
o Carandiru, São Paulo a mais de 20 anos atrás até presídio de Alcaçuz, Rio Grande do Norte,
2016.
A evolução das organizações criminosas ocupando a estrutura e a cúpula do
comando intensificou estes incidentes, exemplo ocorrido em Manaus como cita a matéria
abaixo:
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/guerra-entre-faccoes-deixa-56-mortos-em-penitenciaria-de-
manaus-houve-esquartejamentos-e-decapitacoes-b2bl7pmq5bcmsqmoi11a7uhbv
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pavilhões, no presídio, mas, sim, entre presídios”. Desde 1995, o Jurídico era o meio de
formar o controle por aqueles que oprimiam, contudo nos dias atuais aqueles que eram os
oprimidos e hoje são os opressores. Usando o jurídico como um meio de defesa, para blindar
qualquer manifestação do Estado quanto à intervenção; sendo o Estado fiscalizado pela
sociedade. Segue uma frase que corrobora com a última afirmação: “A mãe que reprime o pai,
por querer educar seu filho”, vendo-o como hipossuficiente a qualquer preço. Segue matéria
abaixo:
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2017/01/dos-26-corpos-encontrados-em-alcacuz-15-estavam-
decapitados.html
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concluir sua pena em liberdade; temos a detração art. 42 do CP que computa as penas já
cumpridas pelo preso, e a remissão da pena na LEP.
O art. 33 do CP, quanto à pena proporcional ao estabelecimento prisional, o art.
38 do CP, os direitos do preso, e por derradeiro o art. 40 do CP, que afirmando mais uma vez
a importância de uma legislação especial única, deixando destacado que a autoridade
judiciária é responsável por fiscalizar, e zelar pela manutenção e aplicação da LEP, o “Juiz da
Vara de Execução Penal”. E, também, a Superintendência dos Serviços Penitenciários
(SUSEPE), compõe uma Secretaria de Segurança Pública do estado, em conjunto com as
Polícias, foi criada para melhor manutenção e eficiência dos presídios no Rio Grande do Sul,
atualmente está se passando por um processo legislativo de mudança na lei estadual, decretos
e estatutos, passando a competência da guarda externa dos presídios aos agentes da SUSEPE e
não mais a Brigada Militar. E a nível nacional, a mudança é no sentido de criação das Polícias
penais, ampliando o rol de competência de atuação por parte destes agentes na esfera da
União, Estado e Município, através de uma Emenda Constitucional.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste diapasão, com base nos fatos ora relatados neste artigo, podemos concluir
que: em que pese às preconizações da LEP, o cenário do Sistema Carcerário na atualidade,
não obteve grandes mudanças em relação a épocas pretéritas, pois, podemos considerar a falta
de recursos, ou até mesmo os anseios da sociedade de que todo o encarcerado não merece ser
tratado de forma igual ao cidadão de “bem”, por outro lado, temos no resta latente de que
estamos tratando de pessoas e se o sistema carcerário for seguido a “risca” da LEP,
certamente teremos o descontentamento da sociedade como um todo.
Ora senhoras e senhores! É claro que tal clamor da sociedade acerca de um
sistema carcerário cada vez mais rígido, ou podemos considerar, “perverso”, tem suas
complicações, pois a finalidade deste sistema não é bem essa, e sim, tornar o individuo
delinquente adequado ao convívio social.
Infelizmente a uma banalização dos direitos como um todo, utilizando as leis como
corretor dos problemas sociais, um atalho para resolver questões que vão além de sua alçada.
Exemplo declarado é a inconstitucionalidade em violar institutos como a progressão do
regime nos crimes hediondos previsto na lei 8072/90 que até poucos tempos se cumpria
integralmente fechado. Sendo discutidas inúmeras vezes até que se chegou à idéia de buscar
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um resultado e não observar se os meios de fato, é apropriada, uma resposta social mais
pratica é administrativização do direito penal. Talvez a saída não fosse reinventar, mas
efetivamente se fazer valer o que já está escrito.
Nesta senda, resta-nos óbvio de que o direito penal sozinho não é competente o
suficiente para resolver essas questões; pois a complexidade é um problema social onde o
direito compõe o sistema responsável, mas tem grande responsabilidade em dirimir a
problemática carcerária. Podemos argumentar incontestavelmente a relevância da saúde,
educação a sociedade propriamente dita como determinante para de fato solucionar tal
problema.
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Fontes de Pesquisa
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm
https://www.youtube.com/watch?v=DYMdWs7iyqM
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm
http://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-historia-pena-prisao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm
https://michellipimmich.jusbrasil.com.br/artigos/326166078/o-sistema-prisional-brasileiro-e-a-
criacao-da-lei-da-execucao-penal
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura_pdf&artigo_id=3751
https://www.youtube.com/watch?v=DYMdWs7iyqM
http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=145
https://www.google.com.br/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwi21-ut-
_PWAhXGFJAKHQA9AC4QFggzMAE&url=https%3A%2F%2Fwww.metodista.br%2Frevistas
%2Frevistas-ims%2Findex.php%2FRFD%2Farticle%2FviewFile
%2F4789%2F4073&usg=AOvVaw2v23pAQHGrapdB2yF0Mid5
https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/RFD/article/viewFile/4789/4073
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