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Coordenação

Luiz Otávio Rezende

Magistratura
Estadual
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3ª edição

2020
DIREITO CONSTITUCIONAL

LEI COMPLEMENTAR Nº 35, automaticamente, o Conselho, nele exercendo


as funções de presidente e vice-presidente,
DE 14 DE MARÇO DE 1979
respectivamente.
Dispõe sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional. § 2º. Os ministros não eleitos poderão ser con-
vocados pelo presidente, observada a ordem
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA decrescente de antiguidade, para substituir os
membros do Conselho, nos casos de impedi-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta mento ou afastamento temporário.
e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
§ 3º. Junto ao Conselho funcionará o Procu-
rador-Geral da República.
TÍTULO I.
DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 4º. O Tribunal Federal de Recursos, com
sede na Capital da União e jurisdição em todo
CAPÍTULO I. o território nacional, compõe-se de 27 (vinte
DOS ÓRGÃOS DO PODER e sete) ministros vitalícios, nomeados pelo
JUDICIÁRIO Presidente da República, após aprovada a
escolha pelo Senado Federal, salvo quanto à
dos juízes federais, sendo 15 (quinze) dentre
juízes federais, indicados em lista tríplice pelo
Art. 1º. O Poder Judiciário é exercido pelos próprio tribunal; 4 (quatro) dentre membros
seguintes órgãos: do Ministério Público Federal; 4 (quatro) den-
I – Supremo Tribunal Federal; tre advogados maiores de 35 (trinta e cinco)
II – Conselho Nacional da Magistratura; anos, de notável saber jurídico e de reputação
ilibada; e 4 (quatro) dentre magistrados ou
III – Tribunal Federal de Recursos e juízes fe-
membros do Ministério Público dos Estados
derais;
e do Distrito Federal.
IV – tribunais e juízes militares;
V – tribunais e juízes eleitorais;
VI – tribunais e juízos do trabalho; Art. 5º. Os juízes federais serão nomeados
VII – tribunais e juízes estaduais; pelo Presidente da República, escolhidos, sem-
VIII – tribunal e juízes do Distrito Federal e pre que possível, em lista tríplice, organizada
dos Territórios. pelo Tribunal Federal de Recursos, dentre os
candidatos com idade superior a 25 (vinte e
cinco) anos, de reconhecida idoneidade moral,
aprovados em concurso público de provas e
Art. 2º. O Supremo Tribunal Federal, com
títulos, além da satisfação de outros requisitos
sede na Capital da União e jurisdição em todo
especificados em lei.
o território nacional, compõe-se de 11 (onze)
ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente § 1º. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
da República, depois de aprovada a escolha constitui uma Seção Judiciária, que tem por
pelo Senado Federal, dentre cidadãos maiores sede a respectiva Capital, e varas localizadas
de 35 (trinta e cinco) anos, de notável saber segundo o estabelecido em lei.
jurídico e reputação ilibada. § 2º. Nos Territórios do Amapá, Roraima e Ron-
dônia, a jurisdição e as atribuições cometidas
aos juízes federais caberão aos juízes da justiça
Art. 3º. O Conselho Nacional da Magistratura, local, na forma que a lei dispuser. O Território
com sede na Capital da União e jurisdição em de Fernando de Noronha está compreendido
todo o território nacional, compõe-se de 7 na Seção Judiciária do Estado de Pernambuco.
(sete) ministros do Supremo Tribunal Federal,
por este escolhidos, mediante votação nominal
para um período de 2 (dois) anos, inadmitida Art. 6º. O Superior Tribunal Militar, com sede
a recusa do encargo. na Capital da União e jurisdição em todo o
§ 1º. A eleição far-se-á juntamente com a do território nacional, compõe-se de 15 (quinze)
presidente e vice presidente do Supremo Tri- ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente
bunal Federal, os quais passam a integrar, da República, depois de aprovada a escolha
pelo Senado Federal, sendo 3 (três) dentre
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oficiais-generais da Marinha, 4 (quatro) dentre dispuser a legislação eleitoral, serão aprovados


oficiais-generais do Exército e 3 (três) dentre pelo Tribunal Regional Eleitoral e nomeados
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da pelo seu presidente.
ativa, e 5 (cinco) dentre civis, maiores de 35
(trinta e cinco) anos, dos quais 3 (três) cidadãos
de notório saber jurídico e idoneidade moral, Art. 12. O Tribunal Superior do Trabalho, com
com mais de 10 (dez) anos de prática forense, sede na Capital da União e jurisdição em todo
e 2 (dois) juízes-auditores ou membros do o território nacional, compõe-se de 17 (dezes-
Ministério Público da Justiça Militar, de com- sete) ministros, nomeados pelo Presidente
provado saber jurídico. da República, 11 (onze) dos quais togados e
vitalícios, depois de aprovada a escolha pelo
Senado Federal, sendo 7 (sete) dentre magis-
Art. 7º. São órgãos da Justiça Militar da União, trados da Justiça do Trabalho, 2 (dois) dentre
além do Superior Tribunal Militar, os juízes- advogados no exercício efetivo da profissão, e
-auditores e os Conselhos de Justiça, cujos 2 (dois) dentre membros do Ministério Público
números, organização e competência são da Justiça do Trabalho, maiores de 35 (trinta e
definidos em lei. cinco) anos, de notável saber jurídico e repu-
tação ilibada, e 6 (seis) classistas temporários,
em representação paritária dos empregadores
Art. 8º. O Tribunal Superior Eleitoral, com e dos trabalhadores, de conformidade com a
sede na Capital da União e jurisdição em todo lei, e vedada a recondução por mais de dois
o território nacional, é composto de 7 (sete) períodos de 3 (três) anos.
juízes, dos quais 3 (três) ministros do Supre-
mo Tribunal Federal e 2 (dois) ministros do
Tribunal Federal de Recursos, escolhidos pelo Art. 13. Os Tribunais Regionais do Trabalho,
respectivo tribunal, mediante eleição, pelo com sede, jurisdição e número definidos em lei,
voto secreto, e 2 (dois) nomeados pelo Presi- compõem-se de dois terços de juízes togados
dente da República, dentre 6 (seis) advogados e vitalícios e um terço de juízes classistas e
de notável saber jurídico e idoneidade moral, temporários, todos nomeados pelo Presidente
indicados pelo Supremo Tribunal Federal. da República, observada, quanto aos juízes
togados, a proporcionalidade fixada no art.
12 relativamente aos juízes de carreira, advo-
Art. 9º. Os Tribunais Regionais Eleitorais, com gados e membros do Ministério Público da
sede na Capital do Estado em que tenham Justiça do Trabalho e, em relação aos juízes
jurisdição e no Distrito Federal, compõem-se classistas, a proibição constante da parte final
de 4 (quatro) juízes eleitos, pelo voto secreto, do artigo anterior.
pelo respectivo Tribunal de Justiça, sendo
2 (dois) dentre desembargadores e 2 (dois)
dentre juízes de direito; 1 (um) juiz federal, Art. 14. As Juntas de Conciliação e Julgamen-
escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos, to têm a sede, a jurisdição e a composição
se na Seção Judiciária houver mais de um, e, definidas em lei, assegurada a paridade de
por nomeação do Presidente da República, representação entre empregadores e tra-
de 2 (dois) dentre 6 (seis) cidadãos de notável balhadores, e inadmitida a recondução dos
saber jurídico e idoneidade moral, indicados representantes classistas por mais de dois
pelo Tribunal de Justiça. períodos de 3 (três) anos.
§ 1º. Nas comarcas onde não for instituída
Junta de Conciliação e Julgamento, poderá a
Art. 10. Os juízes do Tribunal Superior Eleitoral lei atribuir as suas funções aos juízes de direito.
e dos Tribunais Regionais Eleitorais, bem como § 2º. Poderão ser criados por lei outros órgãos
os respectivos substitutos, escolhidos na mes- da Justiça do Trabalho.
ma ocasião e por igual processo, salvo motivo
justificado, servirão, obrigatoriamente, por 2
(dois) anos, no mínimo, e nunca por mais de Art. 15. Os órgãos do Poder Judiciário da
dois biênios consecutivos. União (art. 1º, I a VI) têm a organização e a
competência definidas na Constituição, na lei
e, quanto aos tribunais, ainda, no respectivo
› Art. 11. Os juízes de direito exercem as Regimento Interno.
funções de juízes eleitorais, nos termos da lei.
§ 1º. A lei pode outorgar a outros juízes com-
petência para funções não decisórias. › Art. 16. Os Tribunais de Justiça dos Estados,
§ 2º. Para a apuração de eleições, constituir- com sede nas respectivas Capitais e jurisdição
-se-ão Juntas Eleitorais, presididas por juiz de no território estadual, e os Tribunais de Alça-
direito, e cujos membros, indicados conforme da, onde forem criados, têm a composição, a
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organização e a competência estabelecidas na

CONSTITUCIONAL
Constituição, nesta Lei, na legislação estadual
e nos seus Regimentos Internos. Art. 20. Os juízes de direito e os juízes subs-
Parágrafo único. Nos Tribunais de Justiça com titutos da Justiça do Distrito Federal e dos
mais de vinte e cinco desembargadores, será Territórios, vitalícios após 2 (dois) anos de
constituído órgão especial, com o mínimo de exercício, investidos mediante concurso pú-
blico de provas e títulos, e os juízes togados
onze e o máximo de vinte e cinco membros,
temporários, todos nomeados pelo Presidente
para o exercício das atribuições administrativas
da República, têm a sede, a jurisdição e a com-
e jurisdicionais, da competência do tribunal
petência prescritas em lei.
pleno, bem como para uniformização da ju-
risprudência no caso de divergência entre
suas seções. CAPÍTULO II.
DOS TRIBUNAIS

Art. 17. Os juízes de direito, onde não houver


juízes substitutos, e estes, onde os houver,
serão nomeados mediante concurso público
› Art. 21. Compete aos tribunais, privati-
vamente:
de provas e títulos.
I – eleger seus presidentes e demais titula-
§ 1º. (VETADO). res de sua direção, observado o disposto na
§ 2º. Antes de decorrido o biênio do estágio, presente Lei;
e desde que seja apresentada a proposta do II – organizar seus serviços auxiliares, pro-
tribunal ao Chefe do Poder Executivo, para vendo-lhes os cargos, na forma da lei; propor
o ato de exoneração, o juiz substituto ficará ao Poder Legislativo a criação ou a extinção
automaticamente afastado de suas funções de cargos e a fixação dos respectivos venci-
e perderá o direito a vitaliciedade, ainda que mentos;
o ato de exoneração seja assinado após o
III – elaborar seus regimentos internos e neles
decurso daquele período.
estabelecer, observada esta Lei, a competência
§ 3º. Os juízes de direito e os juízes substitu- de suas câmaras ou turmas isoladas, grupos,
tos têm a sede, a jurisdição e a competência seções ou outros órgãos com funções jurisdi-
fixadas em lei. cionais ou administrativas;
§ 4º. Poderão os Estados instituir, mediante IV – conceder licença e férias, nos termos
proposta do respectivo Tribunal de Justiça, da lei, aos seus membros e aos juízes e ser-
ou órgão especial, juízes togados, com inves- ventuários que lhes são imediatamente su-
tidura limitada no tempo e competência para bordinados;
o julgamento de causas de pequeno valor V – exercer a direção e a disciplina dos órgãos
e crimes a que não seja cominada pena de e serviços que lhes forem subordinados;
reclusão, bem como para a substituição dos
juízes vitalícios. VI – julgar, originariamente, os mandados de
segurança contra seus atos, os dos respectivos
§ 5º. Podem, ainda, os Estados criar justiça de presidentes e os de suas câmaras, turmas ou
paz temporária, competente para o processo seções.
de habilitação e celebração de casamento.

CAPÍTULO III.
Art. 18. São órgãos da Justiça Militar esta- DOS MAGISTRADOS
dual os Tribunais de Justiça e os Conselhos
de Justiça, cujas composição, organização e
competência são definidas na Constituição › Art. 22. São vitalícios:
e na lei. I – a partir da posse:
Parágrafo único. Nos Estados de Minas Ge- a) os ministros do Supremo Tribunal Federal;
rais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, a
b) os ministros do Tribunal Federal de Recursos;
segunda instância da Justiça Militar estadual
c) os ministros do Superior Tribunal Militar;
é constituída pelo respectivo Tribunal Militar,
integrado por oficiais do mais alto posto da d) os ministros e juízes togados do Tribunal
Polícia Militar e por civis, sempre em número Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais
ímpar, excedendo os primeiros aos segundos do Trabalho;
em uma unidade. e) os desembargadores, os juízes dos Tribunais
de Alçada e dos Tribunais de segunda instância
da Justiça Militar dos Estados;
› Art. 19. O Tribunal de Justiça do Distrito II – após 2 (dois) anos de exercício:
Federal e dos Territórios, com sede na Capital a) os juízes federais;
da União, tem a composição, a organização e b) os juízes-auditores e juízes-auditores subs-
a competência estabelecidas em lei. titutos da Justiça Militar da União;
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c) os juízes do trabalho presidentes de Junta › Art. 26. O magistrado vitalício somente


de Conciliação e Julgamento e os juízes do perderá o cargo (Vetado):
trabalho substitutos; I – em ação penal por crime comum ou de
d) os juízes de direito e os juízes substitutos responsabilidade;
da Justiça dos Estados, do Distrito Federal e II – em procedimento administrativo para a
dos Territórios, bem assim os juízes-auditores perda do cargo nas hipóteses seguintes:
da Justiça Militar dos Estados. a) exercício, ainda que em disponibilidade,
§ 1º. Os juízes mencionados no inciso II deste de qualquer outra função, salvo um cargo
artigo, mesmo que não hajam adquirido a de magistério superior, público ou particular;
vitaliciedade, não poderão perder o cargo b) recebimento, a qualquer título e sob qual-
senão por proposta do tribunal ou do órgão quer pretexto, de percentagens ou custas
especial competente, adotada pelo voto de nos processos sujeitos a seu despacho e jul-
dois terços de seus membros efetivos. gamento;
§ 2º. Os juízes a que se refere o inciso II deste c) exercício de atividade político-partidária.
artigo, mesmo que não hajam adquirido a § 1º. O exercício de cargo de magistério su-
vitaliciedade, poderão praticar todos os atos perior, público ou particular, somente será
reservados por lei aos juízes vitalícios. permitido se houver correlação de matérias
e compatibilidade de horários, vedado, em
qualquer hipótese, o desempenho de função
Art. 23. Os juízes e membros de tribunais e de direção administrativa ou técnica de esta-
Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções belecimento de ensino.
e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas § 2º. Não se considera exercício do cargo o
garantias e serão inamovíveis. desempenho de função docente em curso
oficial de preparação para judicatura ou aper-
feiçoamento de magistrados.
Art. 24. O juiz togado, de investidura tem-
porária (art. 17, § 4º), poderá ser demitido, em
caso de falta grave, por proposta do tribunal › Art. 27. O procedimento para a decretação
ou do órgão especial, adotada pelo voto de da perda do cargo terá início por determinação
dois terços de seus membros efetivos. do tribunal, ou do seu órgão especial, a que
pertença ou esteja subordinado o magistrado,
Parágrafo único. O quorum de dois terços
de ofício ou mediante representação funda-
de membros efetivos do tribunal, ou de seu
mentada do Poder Executivo ou Legislativo, do
órgão especial, será apurado em relação ao
Ministério Público ou do Conselho Federal ou
número de desembargadores em condições
seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.
legais de votar, como tal se considerando os
§ 1º. Em qualquer hipótese, a instauração do
não atingidos por impedimento ou suspeição
processo proceder-se-á da defesa prévia do
e os não licenciados por motivo de saúde.
magistrado, no prazo de 15 (quinze) dias, con-
tado da entrega da cópia do teor da acusação
TÍTULO II. e das provas existentes, que lhe remeterá o
presidente do tribunal, mediante ofício, nas
DAS GARANTIAS DA 48 (quarenta e oito) horas imediatamente
MAGISTRATURA E DAS seguintes à apresentação da acusação.
PRERROGATIVAS DO § 2º. Findo o prazo da defesa prévia, haja ou
MAGISTRADO não sido apresentada, o presidente, no dia
útil imediato, convocará o tribunal ou o seu
órgão especial para que, em sessão secreta,
CAPÍTULO I. decida sobre a instauração do processo, e, caso
DAS GARANTIAS DA determinada esta, no mesmo dia distribuirá o
MAGISTRATURA feito e fará entregá-lo ao relator.
§ 3º. O tribunal ou o seu órgão especial, na
sessão em que ordenar a instauração do pro-
SEÇÃO I. cesso, como no curso dele, poderá afastar o
DA VITALICIEDADE magistrado do exercício das suas funções, sem
prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até
a decisão final.
§ 4º. As provas requeridas e deferidas, bem
› Art. 25. Salvo as restrições expressas na como as que o relator determinar de ofício,
Constituição, os magistrados gozam das ga-
serão produzidas no prazo de 20 (vinte) dias,
rantias de vitaliciedade, inamovibilidade e
cientes o Ministério Público, o magistrado ou
irredutibilidade de vencimentos.
o procurador por ele constituído, a fim de que
possam delas participar.
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§ 5º. Finda a instrução, o Ministério Público e CAPÍTULO II.

CONSTITUCIONAL
o magistrado ou seu procurador terão, suces- DAS PRERROGATIVAS DO
sivamente, vista dos autos por 10 (dez) dias, MAGISTRADO
para razões.
§ 6º. O julgamento será realizado em sessão
secreta do tribunal ou de seu órgão especial,
depois de relatório oral, e a decisão no sentido › Art. 33. São prerrogativas do magistrado:
da penalização do magistrado só será tomada I – ser ouvido como testemunha em dia, hora e
pelo voto de dois terços dos membros do local previamente ajustados com a autoridade
colegiado, em escrutínio secreto. ou juiz de instância igual ou inferior;
§ 7º. Da decisão publicar-se-á somente a II – não ser preso senão por ordem escrita do
conclusão. tribunal ou do órgão especial competente para
o julgamento, salvo em flagrante de crime
§ 8º. Se a decisão concluir pela perda do cargo, inafiançável, caso em que a autoridade fará
será comunicada, imediatamente, ao Poder imediata comunicação e apresentação do
Executivo, para a formalização do ato. magistrado ao presidente do tribunal a que
esteja vinculado (Vetado).;
III – ser recolhido a prisão especial, ou a sa-
› Art. 28. O magistrado vitalício poderá ser la especial de Estado-Maior, por ordem e à
compulsoriamente aposentado ou posto em disposição do tribunal ou do órgão especial
disponibilidade, nos termos da Constituição competente, quando sujeito a prisão antes do
e da presente Lei. julgamento final;
IV – não estar sujeito a notificação ou a intima-
ção para comparecimento, salvo se expedida
› Art. 29. Quando, pela natureza ou gravida- por autoridade judicial;
de da infração penal, se torne aconselhável o
recebimento de denúncia ou de queixa contra V – portar arma de defesa pessoal.
magistrado, o tribunal, ou seu órgão especial, Parágrafo único. Quando, no curso de inves-
poderá, em decisão tomada pelo voto de dois tigação, houver indício da prática de crime por
terços de seus membros, determinar o afasta- parte do magistrado, a autoridade policial,
mento do cargo do magistrado denunciado. civil ou militar, remeterá os respectivos autos
ao tribunal ou órgão especial competente
para o julgamento, a fim de que prossiga na
SEÇÃO II. investigação.
DA INAMOVIBILIDADE

Art. 34. Os membros do Supremo Tribunal


Art. 30. O juiz não poderá ser removido ou Federal, do Tribunal Federal de Recursos, do
promovido senão com seu assentimento, ma- Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior
nifestado na forma da lei, ressalvado o disposto Eleitoral e do Tribunal Superior do Trabalho
no art. 45, item I. têm o título de ministro; os dos Tribunais de
Justiça, o de desembargador; sendo o de juiz
privativo dos integrantes dos outros tribunais
Art. 31. Em caso de mudança da sede do juízo e da magistratura de primeira instância.
será facultado ao juiz remover-se para ela ou
para comarca de igual entrância, ou obter a
TÍTULO III.
disponibilidade com vencimentos integrais.
DA DISCIPLINA JUDICIÁRIA
SEÇÃO III.
DA IRREDUTIBILIDADE DE CAPÍTULO I.
VENCIMENTOS DOS DEVERES DO MAGISTRADO

Art. 32. Os vencimentos dos magistrados são › Art. 35. São deveres do magistrado:
irredutíveis, sujeitos, entretanto, aos impostos I – cumprir e fazer cumprir, com independên-
gerais, inclusive o de renda, e aos impostos cia, serenidade e exatidão, as disposições legais
extraordinários. e atos de ofício;
Parágrafo único. A irredutibilidade dos ven- II – não exceder injustificadamente os prazos
cimentos dos magistrados não impede os para sentenciar ou despachar;
descontos fixados em lei, em base igual à III – determinar as providências necessárias
estabelecida para os servidores públicos, para para que os atos processuais se realizem nos
fins previdenciários. prazos legais;
LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979 28

IV – tratar com urbanidade as partes, os mem- realizar uma ou mais sessões extraordinárias,
bros do Ministério Público, os advogados, as destinadas ao julgamento daqueles processos.
testemunhas, os funcionários e auxiliares da
justiça, e atender aos que o procurarem, a qual-
quer momento, quando se trate de providência Art. 39. Os juízes remeterão, até o dia 10 de
que reclame e possibilite solução de urgência; cada mês, ao órgão corregedor competente
V – residir na sede da comarca, salvo autori- de segunda instância, informação a respeito
zação do órgão disciplinar a que estiver su- dos feitos em seu poder, cujos prazos para
bordinado; despacho ou decisão hajam sido excedidos,
VI – comparecer pontualmente à hora de bem como indicação do número de sentenças
iniciar-se o expediente ou a sessão, e não proferidas no mês anterior.
se ausentar injustificadamente antes de seu
término; CAPÍTULO II.
VII – exercer assídua fiscalização sobre os DAS PENALIDADES
subordinados, especialmente no que se refere
à cobrança de custas e emolumentos, embora
não haja reclamação das partes;
Art. 40. A atividade censória de tribunais e
VIII – manter conduta irrepreensível na vida conselhos é exercida com o resguardo devido
pública e particular. à dignidade e à independência do magistrado.

› Art. 36. É vedado ao magistrado: › Art. 41. Salvo os casos de impropriedade


I – exercer o comércio ou participar de socie- ou excesso de linguagem, o magistrado não
dade comercial, inclusive de economia mista, pode ser punido ou prejudicado pelas opini-
exceto como acionista ou quotista; ões que manifestar ou pelo teor das decisões
II – exercer cargo de direção ou técnico de que proferir.
sociedade civil, associação ou fundação, de
qualquer natureza ou finalidade, salvo de as-
sociação de classe, e sem remuneração; › Art. 42. São penas disciplinares:
III – manifestar, por qualquer meio de comu- I – advertência;
nicação, opinião sobre processo pendente II – censura;
de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo III – remoção compulsória;
depreciativo sobre despachos, votos ou sen-
IV – disponibilidade com vencimentos pro-
tenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica
porcionais ao tempo de serviço;
nos autos e em obras técnicas ou no exercício
do magistério. V – aposentadoria compulsória com venci-
mentos proporcionais ao tempo de serviço;
Parágrafo único. (VETADO).
VI – demissão.
Parágrafo único. As penas de advertência e
Art. 37. Os tribunais farão publicar, mensal- de censura somente são aplicáveis aos juízes
mente, no órgão oficial, dados estatísticos de primeira instância.
sobre seus trabalhos no mês anterior, entre
os quais: o número de votos que cada um
de seus membros, nominalmente indicado, Art. 43. A pena de advertência aplicar-se-á
proferiu como relator e revisor; o número de reservadamente, por escrito, no caso de negli-
feitos que lhe foram distribuídos no mesmo gência no cumprimento dos deveres do cargo.
período; o número de processos que recebeu
em consequência de pedido de vista ou como
revisor; a relação dos feitos que lhe foram Art. 44. A pena de censura será aplicada reser-
conclusos para voto, despacho e lavratura vadamente, por escrito, no caso de reiterada
de acórdão, ainda não devolvidos, embora negligência no cumprimento dos deveres do
decorridos os prazos legais, com as datas das cargo, ou no de procedimento incorreto, se
respectivas conclusões. a infração não justificar punição mais grave.
Parágrafo único. Compete ao presidente do Parágrafo único. O juiz punido com a pena
tribunal velar pela regularidade e pela exatidão de censura não poderá figurar em lista de
das publicações. promoção por merecimento pelo prazo de
1 (um) ano, contado da imposição da pena.

Art. 38. Sempre que, encerrada a sessão,


restarem em pauta ou em mesa mais de 20 › Art. 45. O tribunal ou seu órgão especial
(vinte) feitos sem julgamento, o presidente fará poderá determinar, por motivo de interesse
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público, em escrutínio secreto e pelo voto de instância e, em qualquer caso, determinar a

CONSTITUCIONAL
dois terços de seus membros efetivos: disponibilidade ou a aposentadoria de uns
I – a remoção de juiz de instância inferior; e outros, com vencimentos proporcionais ao
II – a disponibilidade de membro do pró- tempo de serviço.
prio tribunal ou de juiz de instância inferior,
com vencimentos proporcionais ao tempo
de serviço. Art. 51. Ressalvado o poder de avocação, a
Parágrafo único. Na determinação de quorum que se refere o artigo anterior, o exercício das
de decisão aplicar-se-á o disposto no parágrafo atribuições especificas do Conselho Nacional
único do art. 24. da Magistratura não prejudica a competência
disciplinar dos tribunais, estabelecida em lei,
nem interfere nela.
Art. 46. O procedimento para a decretação
da remoção ou disponibilidade de magistrado
obedecerá ao prescrito no art. 27 desta Lei. Art. 52. A reclamação contra membro de tribu-
nal será formulada em petição, devidamente
fundamentada e acompanhada de elementos
comprobatórios das alegações.
Art. 47. A pena de demissão será aplicada:
§ 1º. A petição a que se refere este artigo deve
I – aos magistrados vitalícios, nos casos pre- ter firma reconhecida, sob pena de arquiva-
vistos no art. 26, I e II; mento liminar, salvo se assinada pelo procu-
II – aos juízes nomeados mediante concurso rador-geral da República, pelo presidente do
de provas e títulos, enquanto não adquirirem a Conselho Federal ou Seccional da Ordem dos
vitaliciedade, e aos juízes togados temporários, Advogados do Brasil ou pelo procurador-geral
em caso de falta grave, inclusive nas hipóteses da Justiça do Estado.
previstas no art. 56. § 2º. Distribuída a reclamação, poderá o
relator, desde logo, propor ao Conselho o
arquivamento, se considerar manifesta a sua
Art. 48. Os regimentos internos dos tribunais improcedência.
estabelecerão o procedimento para a apuração § 3º. Caso o relator não use da faculdade pre-
de faltas puníveis com advertência ou censura. vista no parágrafo anterior, mandará ouvir o
reclamado, no prazo de 15 (quinze) dias, a
CAPÍTULO III. fim de que, por si ou por procurador, alegue,
querendo, o que entender conveniente a bem
DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO
de seu direito.
MAGISTRADO
§ 4º. Com a resposta do reclamado, ou sem ela,
deliberará o Conselho sobre o arquivamento
ou a conveniência de melhor instrução do
› Art. 49. Responderá por perdas e danos o processo, fixando prazo para a produção de
magistrado, quando: provas e para as diligências que determinar.
I – no exercício de suas funções, proceder com § 5º. Se desnecessárias outras provas ou di-
dolo ou fraude; ligências, e se o Conselho não concluir pelo
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo mo- arquivamento da reclamação, abrir-se-á vista
tivo, providência que deva ordenar de ofício, para alegações, sucessivamente, pelo prazo de
ou a requerimento das partes. 10 (dez) dias, ao reclamado, ou a seu advogado,
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas e ao procurador-geral da República.
as hipóteses previstas no inciso II somente § 6º. O julgamento será realizado em sessão
depois que a parte, por intermédio do escri- secreta do Conselho, com a presença de todos
vão, requerer ao magistrado que determine a os seus membros, publicando-se somente a
providência, e este não lhe atender o pedido conclusão do acórdão.
dentro de 10 (dez) dias. § 7º. Em todos os atos e termos do processo,
poderá o reclamado fazer-se acompanhar
CAPÍTULO IV. ou representar por advogado, devendo o
procurador-geral da República oficiar neles
DO CONSELHO NACIONAL DA como fiscal da lei.
MAGISTRATURA

Art. 53. A avocação de processo discipli-


Art. 50. Ao Conselho Nacional da Magistra- nar contra juiz de instância inferior dar-se-á
tura cabe conhecer de reclamações contra mediante representação fundamentada do
membros de tribunais, podendo avocar pro- procurador-geral da República, do presidente
cessos disciplinares contra juízes de primeira do Conselho Federal ou Seccional da Ordem
LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979 30

dos Advogados do Brasil ou do procurador- competente, ou de seu órgão especial, será


-geral da Justiça do Estado, oferecida dentro apreciado pelo Conselho Nacional da Magis-
de 60 (sessenta) dias da ciência da decisão tratura, após parecer do procurador-geral da
disciplinar final do órgão a que estiver sujeito o República. Deferido o pedido, o aproveita-
juiz, ou, a qualquer tempo, se, decorridos mais mento far-se-á a critério do tribunal ou seu
de 3 (três) meses do início do processo, não órgão especial.
houver sido proferido o julgamento. § 3º. Na hipótese deste artigo, o tempo de
§ 1º. Distribuída a representação, mandará o disponibilidade não será computado, senão
relator ouvir, em 15 (quinze) dias, o juiz e o para efeito de aposentadoria.
órgão disciplinar que proferiu a decisão ou § 4º. O aproveitamento de magistrado, posto
que deveria havê-la proferido. em disponibilidade nos termos do item IV do
§ 2º. Findo o prazo de 15 (quinze) dias, com ou art. 42 e do item II do art. 45, observará as
sem as informações, deliberará o Conselho Na- normas dos parágrafos deste artigo.
cional da Magistratura sobre o arquivamento
da representação ou a avocação do processo,
procedendo-se, neste caso, na conformidade Art. 58. A aplicação da pena de disponibili-
dos §§ 4º a 7º do artigo anterior. dade ou aposentadoria será imediatamente
comunicada ao presidente do tribunal a que
pertencer ou a que estiver sujeito o magis-
Art. 54. O processo e o julgamento das re- trado, para imediato afastamento das suas
presentações e reclamações serão sigilosos, funções. Igual comunicação far-se-á ao Chefe
para resguardar a dignidade do magistrado, do Poder Executivo competente, a fim de que
sem prejuízo de poder o relator delegar a formalize o ato de declaração da disponibilida-
instrução a juiz de posição funcional igual ou de ou aposentadoria do magistrado.
superior à do indiciado.

Art. 59. O Conselho Nacional da Magistra-


Art. 55. As reuniões do Conselho Nacional tura, se considerar existente crime de ação
da Magistratura serão secretas, cabendo a pública, pelo que constar de reclamação ou
um de seus membros, designado pelo pre- representação, remeterá ao Ministério Público
sidente, lavrar-lhes as respectivas atas, das cópia das peças que entender necessárias ao
quais constarão os nomes dos juízes presentes oferecimento da denúncia ou à instauração
e, em resumo, os processos apreciados e as de inquérito policial.
decisões adotadas.

Art. 60. O Conselho Nacional da Magistratu-


Art. 56. O Conselho Nacional da Magistratura ra estabelecerá, em seu regimento interno,
poderá determinar a aposentadoria, com ven- disposições complementares das constantes
cimentos proporcionais ao tempo de serviço, deste Capítulo.
do magistrado:
I – manifestamente negligente no cumprimen-
to dos deveres do cargo;
TÍTULO IV.
II – de procedimento incompatível com a dig-
DOS VENCIMENTOS,
nidade, a honra e o decoro de suas funções; VANTAGENS E DIREITOS DOS
III – de escassa ou insuficiente capacidade MAGISTRADOS
de trabalho, ou cujo proceder funcional seja
incompatível com o bom desempenho das
atividades do Poder Judiciário. CAPÍTULO I.
DOS VENCIMENTOS E VANTAGENS
PECUNIÁRIAS
Art. 57. O Conselho Nacional da Magistratura
poderá determinar a disponibilidade de ma-
gistrado, com vencimentos proporcionais ao Art. 61. Os vencimentos dos magistrados são
tempo de serviço, no caso em que a gravidade fixados em lei, em valor certo, atendido o que
das faltas a que se reporta o artigo anterior estatui o art. 32, parágrafo único.
não justifique a decretação da aposentadoria.
Parágrafo único. À magistratura de primeira
§ 1º. O magistrado, posto em disponibilidade instância da União assegurar-se-ão vencimen-
por determinação do Conselho, somente po- tos não inferiores a dois terços dos valores
derá pleitear o seu aproveitamento, decorridos fixados para os membros de segunda instân-
2 (dois) anos do afastamento. cia respectiva, assegurados aos ministros do
§ 2º. O pedido, devidamente instruído e justi- Supremo Tribunal Federal vencimentos pelo
ficado, acompanhado de parecer do tribunal menos iguais aos dos ministros de Estado, e
31 LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979

garantidos aos juízes vitalícios do mesmo grau VII – gratificação pela prestação de serviço à

CONSTITUCIONAL
de jurisdição iguais vencimentos. Justiça do Trabalho, nas comarcas onde não
forem instituídas Juntas de Conciliação e Jul-
gamento;
Art. 62. Os ministros militares e togados VIII – gratificação adicional de 5% (cinco por
do Superior Tribunal Militar, bem como os cento) por quinquênio de serviço, até o má-
ministros do Tribunal Superior do Trabalho, ximo de sete;
têm vencimentos iguais aos dos ministros do IX – gratificação de magistério, por aula pro-
Tribunal Federal de Recursos. ferida em curso oficial de preparação para a
magistratura ou em Escola Oficial de Aperfei-
çoamento de Magistrados (artigos 78, § 1º, e
Art. 63. Os vencimentos dos desembargado- 87, § 1º), exceto quando receba remuneração
res dos Tribunais de Justiça dos Estados e do específica para esta atividade;
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos X – gratificação pelo efetivo exercício em co-
Territórios não serão inferiores, no primeiro marca de difícil provimento, assim definida e
caso, aos dos secretários de Estado, e no segun- indicada em lei.
do, aos dos secretários de Governo do Distrito § 1º. A verba de representação, salvo quando
Federal, não podendo ultrapassar, porém, os concedida em razão do exercício de cargo em
fixados para os ministros do Supremo Tribunal função temporária, integra os vencimentos
Federal. Os juízes vitalícios dos Estados têm os para todos os efeitos legais.
seus vencimentos fixados com diferença não § 2º. É vedada a concessão de adicionais
excedente a 20% (vinte por cento) de uma para ou vantagens pecuniárias não previstas na
outra entrância, atribuindo-se aos da entrância presente Lei, bem como em bases e limites
mais elevada não menos de dois terços dos superiores aos nela fixados.
vencimentos dos desembargadores.
§ 3º. Caberá ao respectivo Tribunal, para apli-
§ 1º. Os juízes de direito da Justiça do Distrito cação do disposto nos incisos I e II deste artigo,
Federal e dos Territórios têm seus vencimen- conceder ao Magistrado auxílio-transporte
tos fixados em proporção não inferior a dois em até 25% (vinte e cinco por cento), auxílio-
terços do que percebem os desembargadores -moradia em até 30% (trinta por cento), cal-
e os juízes substitutos, da mesma justiça, em culados os respectivos percentuais sobre os
percentual não inferior a 20% (vinte por cento) vencimentos e cessando qualquer benefício
dos vencimentos daqueles. indireto que, ao mesmo título, venha sendo
§ 2º. Para o efeito de equivalência e limite recebido (Vetado). (§ 3º com eficácia suspensa
de vencimentos previstos neste artigo, são pela Resolução 31/1993 do Senado Federal)
excluídas de cômputo apenas as vantagens
de caráter pessoal ou de natureza transitória.
CAPÍTULO II.
DAS FÉRIAS
Art. 64. Os vencimentos dos magistrados
estaduais serão pagos na mesma data fixada
para o pagamento dos vencimentos dos secre- › Art. 66. Os magistrados terão direito a
tários de Estado ou dos subsídios dos membros férias anuais, por 60 (sessenta) dias, coletivas
do Poder Legislativo, considerando-se que ou individuais.
desatende às garantias do Poder Judiciário § 1º. Os membros dos tribunais, salvo os dos
atraso que ultrapasse o décimo dia útil do Tribunais Regionais do Trabalho, que terão
mês seguinte ao vencimento. férias individuais, gozarão de férias coletivas,
nos períodos de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31
de julho. Os juízes de primeiro grau gozarão
› Art. 65. Além dos vencimentos, poderão de férias coletivas ou individuais, conforme
ser outorgados, aos magistrados, nos termos dispuser a lei.
da lei, as seguintes vantagens: § 2º. Os tribunais iniciarão e encerrarão seus
I – ajuda de custo, para despesas de transporte trabalhos, respectivamente, nos primeiros
e mudança; e último dias úteis de cada período, com a
realização de sessão.
II – ajuda de custo, para moradia, nas locali-
dades em que não houver residência oficial à
disposição do Magistrado;
Art. 67. Se a necessidade do serviço judiciário
III – salário-família;
lhes exigir a contínua presença nos tribunais,
IV – diárias; gozarão de 30 (trinta) dias consecutivos de
V – representação; férias individuais, por semestre:
VI – gratificação pela prestação de serviço à I – os presidentes e vice-presidentes dos tri-
Justiça Eleitoral; bunais;
LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979 32

II – os corregedores; CAPÍTULO IV.


III – os juízes das turmas ou câmaras de férias. DAS CONCESSÕES
§ 1º. As férias individuais não podem fracionar-
-se em períodos inferiores a 30 (trinta) dias, e
somente podem acumular-se, por imperiosa Art. 72. Sem prejuízo do vencimento, remu-
necessidade do serviço e pelo máximo de 2 neração ou de qualquer direito ou vantagem
(dois) meses. legal, o magistrado poderá afastar-se de su-
§ 2º. É vedado o afastamento do tribunal ou as funções até 8 (oito) dias consecutivos por
de qualquer de seus órgãos judicantes, em motivo de:
gozo de férias individuais, no mesmo período, I – casamento;
de juízes em número que possa comprometer II – falecimento de cônjuge, ascendente, des-
o quorum de julgamento. cendente ou irmão.
§ 3º. As turmas ou câmaras de férias terão a
composição e competência estabelecidas no
regimento interno do tribunal. Art. 73. Conceder-se-á afastamento ao ma-
gistrado, sem prejuízo de seus vencimentos
e vantagens:
Art. 68. Durante as férias coletivas, nos tri- I – para frequência a cursos ou seminários
bunais em que não houver turma ou câmara de aperfeiçoamento e estudos, a critério do
de férias, poderá o presidente, ou seu substi- tribunal ou de seu órgão especial, pelo prazo
máximo de 2 (dois) anos;
tuto legal, decidir de pedidos de liminar em
mandado de segurança, determinar liberdade II – para a prestação de serviços, exclusiva-
provisória ou sustação de ordem de prisão, mente à Justiça Eleitoral;
e demais medidas que reclamem urgência. III – para exercer a presidência de associação
de classe.

CAPÍTULO III.
DAS LICENÇAS CAPÍTULO V.
` Súmula 731 do STF.
DA APOSENTADORIA

Art. 69. Conceder-se-á licença: Art. 74. A aposentadoria dos magistrados


I – para tratamento de saúde; vitalícios será compulsória, aos 70 (setenta)
anos de idade ou por invalidez comprovada,
II – por motivo de doença em pessoa da família; e facultativa, após 30 (trinta) anos de serviço
III – para repouso à gestante; público, com vencimentos integrais, ressalva-
IV – (VETADO). do o disposto nos artigos 50 e 56.
Parágrafo único. Lei ordinária disporá sobre
a aposentadoria dos juízes temporários de
Art. 70. A licença para tratamento de saúde qualquer instância.
por prazo superior a 30 (trinta) dias, bem como
as prorrogações que importem em licença
por período ininterrupto, também superior Art. 75. Os proventos da aposentadoria serão
a 30 (trinta) dias, dependem de inspeção por reajustados na mesma proporção dos aumen-
junta médica. tos de vencimentos concedidos, a qualquer
título, aos magistrados em atividade.

Art. 71. O magistrado licenciado não pode


Art. 76. Os tribunais disciplinarão, nos regi-
exercer qualquer das suas funções jurisdicio-
mentos internos, o processo de verificação da
nais ou administrativas, nem exercitar qualquer
invalidez do magistrado para o fim de apo-
função pública ou particular (Vetado).
sentadoria, com a observância dos seguintes
§ 1º. Os períodos de licenças concedidos aos requisitos:
magistrados não terão limites inferiores aos I – o processo terá início a requerimento do
reconhecidos por lei ao funcionalismo da magistrado, por ordem do presidente do tribu-
mesma pessoa de direito público. nal, de ofício, em cumprimento de deliberação
§ 2º. Salvo contraindicação médica, o magis- do tribunal ou de seu órgão especial ou por
trado licenciado poderá proferir decisões em provocação da Corregedoria de Justiça;
processos que, antes da licença, lhe hajam II – tratando-se de incapacidade mental, o
sido conclusos para julgamento ou tenham presidente do tribunal nomeará curador ao
recebido o seu visto como relator ou revisor. paciente, sem prejuízo da defesa que este
33 LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979

queira oferecer pessoalmente, ou por procu- com retidão as funções do cargo, cumprindo

CONSTITUCIONAL
rador que constituir; a Constituição e as leis.
III – o paciente deverá ser afastado, desde
logo, do exercício do cargo, até final decisão, CAPÍTULO II.
devendo ficar concluído o processo no prazo
de 60 (sessenta) dias;
DA PROMOÇÃO, DA REMOÇÃO E
DO ACESSO
IV – a recusa do paciente em submeter-se a
perícia médica permitirá o julgamento base-
ado em quaisquer outras provas;
V – o magistrado que, por 2 (dois) anos conse- Art. 80. A lei regulará o processo de promoção,
cutivos, afastar-se, ao todo, por 6 (seis) meses prescrevendo a observância dos critérios de
ou mais, para tratamento de saúde, deverá antiguidade e de merecimento, alternada-
submeter-se, ao requerer nova licença para mente, e o da indicação dos candidatos à
igual fim, dentro de 2 (dois) anos, a exame promoção por merecimento, em lista tríplice,
para verificação de invalidez; sempre que possível.
VI – se o tribunal ou seu órgão especial concluir § 1º. Na Justiça dos Estados:
pela incapacidade do magistrado, comunicará I – apurar-se-ão na entrância a antiguidade e
imediatamente a decisão ao Poder Executivo, o merecimento, este em lista tríplice, sendo
para os devidos fins. obrigatória a promoção do juiz que figurar
pela quinta vez consecutiva em lista de me-
recimento; havendo empate na antiguidade,
Art. 77. Computar-se-á, para efeito de aposen- terá precedência o juiz mais antigo na carreira;
tadoria e disponibilidade, o tempo de exercício II – para efeito da composição da lista tríplice,
da advocacia, até o máximo de 15 (quinze) o merecimento será apurado na entrância e
anos, em favor dos ministros do Supremo aferido com prevalência de critérios de ordem
Tribunal Federal e dos membros dos demais objetiva, na forma do regulamento baixado
tribunais que tenham sido nomeados para os pelo Tribunal de Justiça, tendo-se em conta a
lugares reservados a advogados, nos termos conduta do juiz, sua operosidade no exercício
da Constituição Federal. do cargo, número de vezes que tenha afigu-
rado na lista, tanto para entrância a prover,
como para as anteriores, bem como o apro-
TÍTULO V. veitamento em cursos de aperfeiçoamento;
DA MAGISTRATURA DE III – no caso de antiguidade, o Tribunal de
CARREIRA Justiça, ou seu órgão especial, somente poderá
recusar o juiz mais antigo pelo voto da maioria
absoluta de seus membros, repetindo-se a
CAPÍTULO I. votação até fixar-se a indicação;
DO INGRESSO IV – somente após 2 (dois) anos de exercício na
entrância, poderá o juiz ser promovido, salvo
se não houver, com tal requisito, quem aceite
› Art. 78. O ingresso na magistratura de o lugar vago, ou se forem recusados, pela
carreira dar-se-á mediante nomeação, após maioria absoluta dos membros do Tribunal de
concurso público de provas e títulos, organiza- Justiça, ou de seu órgão especial, candidatos
do e realizado com a participação do Conselho que hajam completado o período.
Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º. Aplica-se, no que couber, aos juízes to-
§ 1º. A lei pode exigir dos candidatos, para a gados da Justiça do Trabalho, o disposto no
inscrição no concurso, título de habilitação parágrafo anterior.
em curso oficial de preparação para a ma-
gistratura.
§ 2º. Os candidatos serão submetidos a inves- Art. 81. Na magistratura de carreira dos Esta-
tigação, relativa aos aspectos moral e social, e dos, ao provimento inicial e à promoção por
a exame de sanidade física e mental, conforme merecimento precederá a remoção.
dispuser a lei. § 1º. A remoção far-se-á mediante escolha
§ 3º. Serão indicados para nomeação, pela pelo Poder Executivo, sempre que possível,
ordem de classificação, candidatos em número de nome constante de lista tríplice, organizada
correspondente às vagas, mais dois, para cada pelo Tribunal de Justiça e contendo os nomes
vaga, sempre que possível. dos candidatos com mais de 2 (dois) anos de
efetivo exercício na entrância.
§ 2º. A juízo do Tribunal de Justiça, ou de seu
Art. 79. O juiz, no ato da posse, deverá apre- órgão especial, poderá, ainda, ser provida, pelo
sentar a declaração pública de seus bens, e mesmo critério fixado no parágrafo anterior,
prestará o compromisso de desempenhar vaga decorrente de remoção, destinando-se
LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979 34

a seguinte, obrigatoriamente, ao provimento merecimento, a lista conterá, se possível, nú-


por promoção. mero de magistrados igual ao das vagas mais
dois para cada uma delas.

Art. 82. Para cada vaga destinada ao pre-


enchimento por promoção ou por remoção,
TÍTULO VI.
abrir-se-á inscrição distinta, sucessivamente, DO TRIBUNAL FEDERAL DE
com a indicação da comarca ou vara a ser RECURSOS
provida.
Parágrafo único. Ultimado o preenchimento
das vagas, se mais de uma deva ser provida CAPÍTULO ÚNICO
por merecimento, a lista conterá número de
juízes igual ao das vagas mais dois.
Art. 89. O Tribunal Federal de Recursos fun-
ciona:
Art. 83. A notícia da ocorrência de vaga a ser I – em tribunal pleno;
preenchida, mediante promoção ou remoção,
II – em seções de turmas especializadas;
deve ser imediatamente veiculada pelo órgão
oficial próprio, com a indicação, no caso de III – em turmas especializadas.
provimento através de promoção, das que § 1º. Compete ao tribunal pleno processar
devam ser preenchidas segundo o critério de e julgar:
antiguidade ou de merecimento. a) os juízes federais, os juízes dos Tribunais
Regionais do Trabalho e os da primeira ins-
tância da Justiça do Trabalho, bem como os
Art. 84. O acesso de juízes federais ao Tribunal membros dos Tribunais de Conta dos Estados
Federal de Recursos far-se-á por escolha do e do Distrito Federal e os do Ministério Público
Presidente da República dentre os indicados da União, nos crimes comuns e nos de res-
em lista tríplice, elaborada pelo tribunal. ponsabilidade;
b) os mandados de segurança e habeas corpus
contra ato de ministro de Estado, do diretor-
Art. 85. O acesso de juízes-auditores e mem- -geral da Polícia Federal, do presidente do
bros do Ministério Público da Justiça Militar próprio tribunal ou de suas turmas ou seções;
ao Superior Tribunal Militar far-se-á por livre c) os conflitos de jurisdição entre as seções;
escolha do Presidente da República. d) as revisões criminais e ações rescisórias de
seus próprios julgados.
§ 2º. Compete, ainda, ao tribunal pleno:
Art. 86. O acesso dos juízes do trabalho,
a) uniformizar a jurisprudência em caso de
presidentes de Juntas de Conciliação e Jul-
divergência na interpretação do direito entre
gamento ao Tribunal Regional do Trabalho,
as seções;
e dos juízes do trabalho substitutos àqueles
cargos, far-se-á, alternadamente, por antigui- b) declarar a inconstitucionalidade de lei ou
dade e por merecimento, este através de lista ato normativo;
tríplice votada por juízes vitalícios do tribunal c) eleger, pela maioria dos seus ministros, em
e encaminhada ao Presidente da República. votação secreta, o presidente, o vice-presi-
dente e os membros do Conselho de Justiça
Federal, com mandato de 2 (dois) anos, vedada
Art. 87. Na Justiça dos Estados e do Distrito a reeleição;
Federal e dos Territórios, o acesso dos juízes de d) exercer as funções administrativas que lhe
direito aos Tribunais de Justiça far-se-á, alter- forem atribuídas pela lei ou no Regimento
nadamente, por antiguidade e merecimento. Interno;
§ 1º. A lei poderá condicionar o acesso por e) dar posse aos seus ministros e aos titulares
merecimento aos tribunais, como a promoção da sua direção.
por igual critério, à frequência, com aprovação, § 3º. O vice-presidente do tribunal e o corre-
a curso ministrado por escola oficial de aper- gedor-geral da Justiça Federal participarão
feiçoamento de magistrados. do tribunal pleno, também com as funções
§ 2º. O disposto no parágrafo anterior aplica- de relator e revisor.
-se ao acesso dos juízes federais ao Tribunal § 4º. Haverá no Tribunal Federal de Recursos
Federal de Recursos. duas seções, constituídas, cada uma, pelos
integrantes das turmas da respectiva área
de especialização, na forma estabelecida no
Art. 88. Nas promoções ou acessos, haven- Regimento Interno. As seções serão presididas,
do mais de uma vaga a ser preenchida por uma pelo vice-presidente do tribunal e a outra
35 LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979

pelo corregedor-geral da Justiça Federal, que I – ministro do Tribunal Superior do Trabalho;

CONSTITUCIONAL
nelas terão apenas voto de qualidade. II – juiz do Tribunal Regional do Trabalho;
§ 5º. A cada uma das seções incumbirá pro- III – juiz do trabalho presidente de Junta de
cessar e julgar: Conciliação e Julgamento;
a) os embargos infringentes ou de divergência IV – juiz do trabalho substituto.
das decisões das turmas da respectiva área de
especialização;
b) os conflitos de jurisdição relativamente às Art. 92. O ingresso na magistratura do tra-
matérias das respectivas áreas de especiali- balho dar-se-á no cargo de juiz do trabalho
zação; substituto.
c) a uniformização da jurisprudência quando
ocorrer divergência na interpretação do direito
entre as turmas que a integram; Art. 93. Aplica-se à Justiça do Trabalho, inclu-
d) os mandados de segurança contra ato de sive quanto à convocação de Juiz de Tribunal
juiz federal; Regional do Trabalho para substituir Ministro
e) as revisões criminais e as ações rescisórias do Tribunal Superior do Trabalho, o disposto
dos julgados de primeiro grau, da própria no art. 118 desta Lei.
seção ou das respectivas turmas. Parágrafo único. O sorteio, para efeito de
§ 6º. Haverá no Tribunal Federal de Recursos substituição nos Tribunais Regionais do Tra-
seis turmas especializadas compostas de 4 balho, será feito entre os juízes presidentes de
(quatro) ministros cada uma, votando apenas Junta de Conciliação e Julgamento da sede da
3 (três) deles, na forma prevista na lei ou no Região respectiva.
Regimento Interno.
§ 7º. O presidente, o vice-presidente e o corre-
gedor-geral da Justiça Federal não integrarão Art. 94. Aos cargos de direção do Tribunal
turma, podendo a ela comparecer para julgar Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais
feitos a que estejam vinculados. do Trabalho aplica-se o disposto no art. 102 e
seu parágrafo único.

Art. 90. O Regimento Interno disporá sobre as


áreas de especialização do Tribunal Federal de TÍTULO VIII.
Recursos e o número de turmas especializadas DA JUSTIÇA DOS ESTADOS
de cada uma das seções, bem assim sobre a
forma de distribuição dos processos.
CAPÍTULO I.
§ 1º. Com finalidade de abreviar o julgamento,
o Regimento Interno poderá também prever DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
casos em que será dispensada a remessa do
feito ao revisor, desde que o recurso verse
matéria predominantemente de direito. Art. 95. Os Estados organizarão a sua justiça
§ 2º. O relator julgará pedido ou recurso que com observância do disposto na Constituição
manifestamente haja perdido objeto, bem as- Federal e na presente Lei.
sim, mandará arquivar ou negará seguimento
a pedido ou recurso manifestamente intem-
pestivo ou incabível ou, ainda, que contrariar › Art. 96. Para a administração da justiça, a
as questões predominantemente de direito, lei dividirá o território do Estado em comarcas,
súmula do tribunal ou do Supremo Tribunal podendo agrupá-las em circunscrição e dividi-
Federal. Deste despacho caberá agravo, em 5 -las em distritos.
(cinco) dias, para o órgão do tribunal compe-
tente, para o julgamento do pedido ou recurso,
que será julgado na primeira sessão seguinte, › Art. 97. Para a criação, extinção e classi-
não participando o relator da votação. ficação de Comarcas, a legislação estadual
estabelecerá critérios uniformes, levando em
conta:
TÍTULO VII.
I – a extensão territorial;
DA JUSTIÇA DO TRABALHO II – número de habitantes;
III – o número de eleitores;
CAPÍTULO ÚNICO IV – a receita tributária;
V – o movimento forense.
§ 1º. Os critérios a serem fixados, conforme
Art. 91. Os cargos da magistratura do trabalho previsto no caput deste artigo, deverão orien-
são os seguintes: tar, conforme índices também estabelecidos
LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979 36

em lei estadual, o desdobramento de Juízos de uma dessas classes superem os da outra


ou a criação de novas Varas, nas Comarcas de em uma unidade.
maior importância. § 3º. Nos Estados em que houver Tribunal de
§ 2º. Os índices mínimos estabelecidos em Alçada, constitui este, para efeito de acesso
lei poderão ser dispensados, para efeito do ao Tribunal de Justiça, a mais alta entrância
disposto no caput deste artigo, em relação da magistratura estadual.
a Municípios com precários meios de comu- § 4º. Os juízes que integrem os Tribunais de
nicação. Alçada somente concorrerão às vagas no Tri-
bunal de Justiça correspondente à classe dos
magistrados.
Art. 98. Quando o regular exercício das fun- § 5º. Não se consideram membros do Minis-
ções do Poder Judiciário for impedido por tério Público, para preenchimento de vagas
falta de recursos decorrente de injustificada nos tribunais, os juristas estranhos à carrei-
redução de sua proposta orçamentária, ou ra, nomeados em comissão para o cargo de
pela não satisfação oportuna das dotações procurador-geral ou outro de chefia.
que lhe correspondam, caberá ao Tribunal de
Justiça, pela maioria absoluta de seus mem-
bros, solicitar ao Supremo Tribunal Federal a
Art. 101. Os tribunais compor-se-ão de câma-
intervenção da União no Estado.
ras ou turmas, especializadas ou agrupadas
em seções especializadas. A composição e
CAPÍTULO II. competência das câmaras ou turmas serão
DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA fixadas na lei e no Regimento Interno.
§ 1º. Salvo nos casos de embargos infringentes
ou de divergência, do julgamento das câmaras
ou turmas participarão apenas três dos seus
› Art. 99. Compõem o Órgão Especial a que membros, se maior o número de composição
se refere o parágrafo único do art. 16 o presi- de umas ou outras.
dente, o vice-presidente do Tribunal de Justiça
e o corregedor da justiça, que exercerão nele § 2º. As seções especializadas serão integradas,
iguais funções, os desembargadores de maior conforme disposto no Regimento Interno,
antiguidade no cargo, respeitada a represen- pelas turmas ou câmaras da respectiva área
tação de advogados e membros do Ministério de especialização.
Público, e inadmitida a recusa do encargo. § 3º. A cada uma das seções caberá processar
§ 1º. Na composição do Órgão Especial obser- e julgar:
var-se-á, tanto quanto possível, a representa- a) os embargos infringentes ou de divergência
ção, em número paritário, de todas as câmaras, das decisões das turmas da respectiva área de
turmas ou seções especializadas. especialização;
§ 2º. Os desembargadores não integrantes do b) os conflitos de jurisdição relativamente às
órgão especial, observada a ordem decres- matérias das respectivas áreas de especiali-
cente de antiguidade, poderão ser convoca- zação;
dos pelo presidente para substituir os que o c) a uniformização da jurisprudência, quando
componham, nos casos de afastamento ou ocorrer divergência na interpretação do direito
impedimento. entre as turmas que a integram;
d) os mandados de segurança contra ato de
juiz de direito;
Art. 100. Na composição de qualquer tribunal, e) as revisões criminais e as ações rescisórias
um quinto dos lugares será preenchido por dos julgamentos de primeiro grau, da própria
advogados, em efetivo exercício da profissão, seção ou das respectivas turmas.
e membros do Ministério Público, todos de § 4º. Cada câmara, turma ou seção especia-
notório merecimento e idoneidade moral, com lizada funcionará como tribunal distinto das
10 (dez) anos, pelo menos, de prática forense. demais, cabendo ao tribunal pleno, ou ao seu
§ 1º. Os lugares reservados a membros do órgão especial, onde houver, o julgamento dos
Ministério Público ou advogados serão pre- feitos que, por lei, excedam a competência
enchidos, respectivamente, por membros do de seção.
Ministério Público ou por advogados, indica-
dos em lista tríplice pelo Tribunal de Justiça
ou seu órgão especial. Art. 102. Os tribunais, pela maioria dos seus
§ 2º. Nos tribunais em que for ímpar o número membros efetivos, por votação secreta, ele-
de vagas destinadas ao quinto constitucional, gerão dentre seus juízes mais antigos, em
uma delas será, alternada e sucessivamente, número correspondente ao dos cargos de
preenchida por advogado e por membro do direção, os titulares destes, com mandato por
Ministério Público, de tal forma que, também 2 (dois) anos, proibida a reeleição. Quem tiver
sucessiva e alternadamente, os representantes exercido quaisquer cargos de direção por 4

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