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ANTONIO GRAMSCI

 Filósofo e político italiano.


 Nasce em Ales, na Sardenha (23/1/1891), e
freqüenta a faculdade de letras da Universidade de
Turim, onde entra em contato com a ideologia
marxista e ingressa no Partido Socialista.
 Em 1919 abandona o curso para fazer política e
funda o jornal de esquerda L''Ordine Nuovo.
 Ele prega a participação do proletariado na
política e faz propaganda a favor da organização de
conselhos de trabalhadores fabris.
 Em 1921, com outros militantes e intelectuais de
esquerda, funda o Partido Comunista Italiano.
 No ano seguinte, representa o PCI na reunião da
3ª Internacional, em Moscou.
 Retorna à Itália depois de ficar dois anos em
Moscou e é eleito para uma vaga na Câmara dos
Deputados, tornando-se em seguida líder da
bancada comunista.
 Quando Benito Mussolini dissolve o partido,
Gramsci é detido (1926) e condenado a mais de 20
anos de prisão.
 Durante o tempo em que cumpre a pena, escreve
seus 32 cadernos de reflexão, publicados
postumamente com o título de Lettere del Carcere
(Cartas do Cárcere, 1947).

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 O conjunto da obra é considerado um dos mais
importantes documentos políticos deste século.
 Gramsci passa os dois últimos anos de vida
hospitalizado em Roma, com tuberculose. Morre em
27/4/1937, no hospital, quatro dias depois de obter
a liberdade.

"QUEM FOI ANTONIO GRAMSCI?"

-HOLGONSI SOARES-
-Prof. Ass. Depto.de Sociologia e Política - UFSM-
* Artigo publicado no jornal "A Razão" em 24.04.98

"Qualquer livro é útil para leitura.


Em qualquer livreco pode-se encontrar alguma
coisa de válido.
Tudo consiste em dar uma finalidade às
próprias leituras e no saber tomar
apontamentos".

 Preso em 08.11.1926 , devido suas atividades


políticas de oposição ao regime fascista, Gramsci
escreveu inúmeras cartas à família.
 Este trecho da Carta n.o 61, de 22.04.1929, que
expressa uma questão de método, mostra-nos a
abertura, o arejamento, de sua estrutura mental.
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 Em suas cartas encontramos a diversificação de
suas leituras e escritos, que eram sobre temas de
história, educação, filosofia, política, literatura,
lingüística comparada, psicologia, etc.
 Sabia que o conhecimento de um contexto histórico
concreto só é possível a partir de teias de relações
nas quais nada pode ser desprezado, e que o
contrário resulta em "autoritarismo e doutrinação
ideológica rançosa e estúpida" (Gramsci).
 Dessa forma, Gramsci foi um intelectual que teve
a relacionalidade como princípio norteador de seu
pensamento político-filosófico.
 Por exemplo, quando ele trabalha a noção de
"bloco histórico", estrutura/superestrutura são
igualmente determinantes.
 Assim, fugiu do economicismo mecanicista e
também do idealismo.
 A relação perpassa todo o seu instrumental
analítico-teórico, ou seja, as categorias de bloco
histórico, hegemonia, intelectuais, sociedade civil e
política, teoria ampliada do Estado, todas
encadeadas dialeticamente.
 Por ser um homem que pensava em termos de
relações, seu entendimento sobre as formações
sociais era global.
 Escrevendo sobre o fordismo, reconhece
explicitamente que a homogeneidade, a
padronização e as economias e empresas de escala
são símbolos "inseparáveis de um modo específico

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de viver, de pensar e de sentir a vida"(Gramsci), e
não apenas da esfera econômica.
 Esta visão de mundo refletia em sua prática
política, e como Deputado e Secretário do Partido
Comunista Italiano sempre pregou a busca dos
elementos revolucionários e inovadores
"Onde quer que se evidenciassem: no
operariado, mesmo não sendo comunista, no
sofrido homem dos campos do sul da Itália, e
nos intelectuais e artistas mais vivos e
inteligentes mesmo sendo liberais"
 Sua compreensão ampla das coisas e sua luta
contra o que ele chamava de "monótona repetição
dos velhos e gastos chavões teórico-políticos",
nunca foram entendidas pela ala mesquinha e
sectária do Partido (qualquer semelhança hoje, não
é mera coincidência).
 Tudo isso marcou sua indispensável contribuição à
área educacional (formal e informal).
 Antonio Gramsci foi um homem que sempre lutou
contra a ortodoxia, o autoritarismo, a
fragmentação... sempre tendo como idéia central a
questão: "como podemos nos tornar livres?".
 Seu referencial teórico e sua prática política foram
marcados pelo pluralismo, pela flexibilidade, pela
relação entre as aparentes disparidades e pela
busca da autonomia do homem.

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 Lição que deveria ser aprendida pelos atuais
políticos, educadores, líderes sindicais, enfim, pela
sociedade em geral.
 Faleceu em 27.04.1937, aos 46 anos de idade,
vítima de tuberculose e derrame cerebral.
 Mesmo na prisão e sofrendo todo tipo de privação,
não teve o apoio dos chamados "companheiros"
que também estavam presos.
 Motivo? A "companheirada" era (ou ainda é?)
tradicional, autoritária, e tinha(?) uma visão
unilateral do mundo.

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GRAMSCI E A QUESTÃO DA CULTURA

 O ponto de partida de sua teoria tem como gênese


a concepção de Marx acerca do desenvolvimento e
funcionamento da sociedade capitalista, composta
pela dualidade contraditória entre classe dominante
e classe dominada.
 A posse privada tanto da terra como dos meios de
produção da vida material (infra-estrutura da
sociedade) tem, no plano da superestrutura ou da
esfera ideológica e espiritual da sociedade uma
correspondência direta.
 Sua tese principal é que a superestrutura é a
mantenedora das relações de classe, e que
essa dominação se efetiva pelos mecanismos de
hegemonia do Estado e da sociedade civil.
 Para superar essa hegemonia, seria necessário
desenvolver uma contra-hegemonia, o que pode
ser conseguido se a classe trabalhadora, incluindo
os intelectuais socialistas, promoverem a criação e
o desenvolvimento de uma nova cultura, em
oposição à hegemonia burguesa.

Conceitos-chave:
Sociedade civil: localiza-se na superestrutura,
embora suas raízes estejam na produção
material. Seu papel é a perpetuação das relações
de classe e prevenção do desenvolvimento da
consciência de classe. É composta por:

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organismos privados: ligados à produção e
reprodução da hegemonia.
organismos públicos - Estado: Tem como
função a dominação direta, quer seja no campo
da hegemonia, quer seja no uso da coerção.

Hegemonia: expressa o consentimento das classes


subalternas à dominação burguesa,
apresentando-se como a outra face do poder: a
do domínio das consciências e da reprodução da
ideologia.
A hegemonia abarca os seguintes aspectos:
- inter-burguesia
- burguesia - proletariado

Estado: representa a hegemonia garantida pela


couraça da coerção. Pode ser esquematizado na
fórmula: sociedade política : sociedade civil.
Assim como as forças de produção, o
controle da consciência é uma arena de luta
política.

O Estado é um "educador" no sentido que tende a


criar um novo tipo ou nível de civilização. Ele opera
segundo um plano, impulsiona, incita, solicita, pune.
Essas ações levam a uma “revolução passiva”.

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Tipos de movimento/mudança:
Orgânicos: são os que geram mudanças de caráter
relativamente permanentes e se relacionam ao
modo de organização social. Ex.: mudança do
feudalismo para o capitalismo.
Conjunturais: são os movimentos que se
apresentam como ocasionais, imediatos.

Forças impulsionadoras do
movimento/mudança:
Econômicas: expressas nos sindicatos (capital e
trabalho);
Políticas: desde as corporações até as expressões
mais altas nos partidos políticos;
Técnico-militares: p/ Gramsci, essas são decisivas.

Estratégias para a superação da hegemonia:


Crise de Hegemonia: tem sua origem quando as
classes se separam dos seus partidos e a
sociedade civil amplia seu poder e autonomia, por
atos impopulares dos seus dirigentes no Estado -
perda do consenso.
Guerra de Posição: é o sitiamento do Estado pela
classe trabalhadora, desenvolvendo e ampliando
uma contra-hegemonia através da criação de
uma cultura popular que alicerce uma nova visão
de mundo.

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Essa nova cultura seria desenvolvida pelo
partido de massas, um partido que implantasse não
uma "conscientização" vertical, de cima para baixo,
mas algo orgânico, que relaciona o partido como um
todo, pois seria criado por todos os envolvidos.

Papel dos intelectuais: No processo transformador


ou revolucionário, atuar como elemento pensante
e organizador das classes subalternas.

INTELECTUAIS, ESCOLA E CULTURA

 Gramsci chamou a atenção da escola, para que a


mesma
"não hipotecasse o futuro dos alunos; nem
obrigasse suas vontades, inteligências,
consciências e informações a se moverem na
bitola de um trem com estação marcada"
 e sempre foi contra o "abstratismo didático e
doutrinário".
 Almejava a formação "onilateral" do homem
(integral, técnica e política).
 Seu método de ensino para o 2º grau e
Universidade, consistia:

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"na investigação, no esforço espontâneo e
autônomo do discente, e no qual o professor
exerce apenas uma função de guia
amigável"(Gramsci).

Perspectiva transformadora da escola:


Papel da escola: formar os intelectuais que
organizarão / formarão uma nova cultura.
Objetivo: contribuir com o processo de criação de
uma contra-hegemonia à hegemonia dominante.
Justificativa: é na "arena da consciência" que as
elites utilizam os seus intelectuais orgânicos para
manter a dominação. Entretanto, dado as
desigualdades e as injustiças, torna-se necessário
que as consciências sejam libertadas da
hegemonia burguesa e criem uma nova
cultura. E nesse processo, a escola pode ter um
papel transformador.

Condições necessárias:

Escola pública e gratuita: somente assim pode a


escola envolver todas as gerações, sem divisões
de grupos ou castas.
Aumento do corpo docente: a eficiência da escola
é muito maior e intensa quando a relação entre
professor e aluno é menor.

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Prédios: a escola deve ser uma escola-colégio, com
dormitórios, refeitórios, bibliotecas
especializadas, laboratórios, salas aptas ao
trabalho de seminários, etc.
Duração: a escola unitária deveria corresponder ao
período representado pelas escolas primárias e
médias, reorganizadas não somente quanto ao
conteúdo e ao método de ensino, como também
no que toca à disposição dos vários graus da
carreira escolar.

Papel do professor:
Deixar de ser reacionário e mesquinho e se
transformar em um "guia amigável".
Acelerar e disciplinar a formação da criança
conforme o tipo superior em luta com o tipo
inferior.

Currículo: (10 anos)


Primeira fase: três a quatro anos. Ao lado do ensino
das primeiras noções "instrumentais" (ler,
escrever, fazer contas, geografia e história),
deve-se desenvolver as noções fundamentais do
Estado e da sociedade, como elementos
primordiais de uma nova concepção de mundo.
Segunda fase: o resto do curso não deveria
ultrapassar mais de seis anos, de modo que, aos
quinze-dezesseis anos, estariam concluídos todos
os graus da escola unitária.
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Pressupostos curriculares:
União trabalho manual e intelectual;
Valores: autodisciplina intelectual e autonomia
moral

Método:
Estudo e o aprendizado dos métodos criativos na
ciência e na vida deve permear todo o curso.
Portanto, a escola deve ser uma escola criadora.
Escola criadora não significa escola de "inventores e
descobridores"; ela indica uma fase e um método
de investigação e de conhecimento, e não um
"programa" pré-determinado que obrigue à
inovação e à originalidade a todo custo.
Descobrir por si mesmo uma verdade, sem
sugestões e ajudas exteriores, é criação (mesmo
que a verdade seja velha) e demonstra a posse
do método. . Por isso, a atividade escolar
fundamental se desenvolverá nos seminários, nas
bibliotecas, nos laboratórios experimentais.
Objetivo da educação é, em suma, desenvolver o
intelecto, isto é, um hábito de ordem e de
sistema, o hábito de relacionar todo o
conhecimento novo com os que já se possui e
integrá-los em conjunto e, o que é mais
importante, a aceitação e o uso de certos
princípios, como centro do pensamento.

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Quando existe esta faculdade crítica:
- a história não é mais um livro de romance;
- os oradores e as publicações do dia perdem a
infalibilidade;
- a eloqüência não substitui o pensamento;
- nem as afirmações corajosas ou as descrições
coloridas ocupam o lugar de argumentos.

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