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Faqui Bacar Félix

Ivalina Ossufo

As Reformas do Egipto
Curso de Licenciatura e Ensino de Historia com Habilitações em Documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2020
Faqui Bacar Félix

Ivalina Ossufo

As Reformas do Egipto
Curso de Licenciatura e Ensino de Historia com Habilitações em Documentação

Trabalho de carácter avaliativo recomendado


pela docente da cadeira de História de África I,
a ser apresentado no Departamento de Ciências
Sociais e Filosóficas, no curso de Licenciatura
em Ensino de Historia com Habilitações em
Documentação, 2º ano.

Docente: MSc Mouzinho Lopes Manhalo

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2020
Índice

Introdução................................................................................................................................3

Reformas do Egipto.................................................................................................................3

Localização Geográfica do Egipto..........................................................................................3

Antecedentes da Reforma do Egipto.......................................................................................4

A Formação do Estado Egípcio Independente........................................................................5

....................................................................................................Mohammad Ali (1769-1849)


.................................................................................................................................................6

Visão de Muhammad Ali da independência e autonomia do Egipto......................................6

Reformas sob direcção de Muhammad Ali.............................................................................9

Reformas Políticas...................................................................................................................9

Reformas na Economia.........................................................................................................10

Reformas na agricultura........................................................................................................10

Reforma social e Cultural......................................................................................................11

Conclusão..............................................................................................................................13

Referências Bibliográficas....................................................................................................14
3

Introdução

Pode se considerar reforma as mudanças políticas, sociais, económicas e culturais ocorridas


numa determinada sociedade. As mudanças políticas e sociais se devem fazer através de
reformas e legislações adequadas às situações, sem se recorrer á movimentos bruscos e
provoquem rupturas incontroláveis. Nesse contexto que o trabalho faz menção das mudanças
ocorridas a partir de certos intervenientes na vida politica desta região em estudo, que de certa
maneira afecta as áreas afins, nomeadamente: economia sociedade e cultuara.

O trabalho trás consigo um panorama geral de como correram as Reformas no antigo Egipto,
a partir dessa temática desenvolvem se abordagens de quais ideias foram desenvolvidas pelo
líder, que se enquadram com os demais componentes para o funcionamento de uma
comunidade, como politica, economia, cultura.

O presente trabalho guia se sob os seguintes objectivos:

Objectivo Geral:

 Conhecer as reformas ocorridas no Egipto sob comando de Muhammad Ali.

Objectivo Específicos:

 Identificar os antecedentes das reformas do Muhammad Ali;


 Descrever o processo das mudanças na sociedade egípcia.

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a de consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura, críticas e análise das informações de várias obras que debruçam sobre o
tema em causa. Usou-se também para complementar a pesquisa, a internet. Os autores das
referidas obras estão devidamente citados dentro do trabalho e na bibliografia final.
4

1. Reformas do Egipto

1.1. Localização Geográfica do Egipto

Egipto localiza-se no extremo Norte africano, ocupando uma região geoestratégica devido a
sua localização nas bermas do Mar Mediterrâneo e Mar vermelho que comunica com o
Oceano Indico.

Referir que o seu território se estende ao longo do rio Nilo, um das bacias hidrográficas de
África. Os seus limites são:

 Norte: Mar Mediterrâneo;


 Sul: Sudão;
 Leste: Mar Vermelho dando comunicação ao oceano Índico;
 Oeste: deserto da Líbia fazendo fronteira com a Líbia.

1.2. Antecedentes da Reforma do Egipto

Em 1516 e 1517, o sultão Selim I derrotou os Mamelucos e o Egipto transformou-se numa


província do Império Otomano, governada por um novo paxá nomeado a cada ano. Refere-se
que a autoridade do Império Otomano era pouca e os paxás tomavam frequentemente decisões
à margem dos desejos do sultão, que se alegrava em receber o tributo, apenas exigindo que as
fronteiras fossem vigiadas para evitar qualquer tipo de invasão. Outrossim, salientar que as
antigas elites Mameluco conseguiram burlar as estruturas administrativas e continuar a
governar o Egipto. Embora colaborassem com os otomanos muitas vezes desafiavam o seu
poder. Este período corresponde a um declínio económico e cultural.

No decorrer do século XVII desenvolveu-se uma elite de mamelucos que


usava o título de "bey", ao mesmo tempo que as guerras entre duas facções
de Mameluco acabavam com o país. No século XVIII, Ali Bey e o seu
sucessor, Muhammad Bey, conseguiram fazer do Egipto um território
independente do Império Otomano. Por outro lado, a abertura da rota
Europa-Extremo Oriente, por meio do Cabo da Boa Esperança acabou com o
monopólio que o Egipto detinha sobre essa rota de comércio e iniciou um
período de declínio económico, no qual a população conheceu um período de
penúria e fome. (http://viajeaqui.abril.com.br/estabelecimentos/italia-roma-
atracao-basilica-di-san-pietro-basilica-de-sao-pedro, acesso em 01/03/2017).

Segundo MALEK (2010;p:378), Aborda que “O século XVIII egípcio aparece como o
laboratório do que será o Egipto renascente. Primeiramente, a unidade nacional, ou seja, a
redução dos diferentes feudos mantidos pelos Mameluco tanto no delta como no Baixo
Egipto, foi tentada por ‘Alī Bey al- Kabīr”.
5

Com o facto relatado pelo autor supracitado, de um Egipto fraco, a França e a Inglaterra
começaram a alimentar ambições em relação ao território. Em 1798 o general Napoleão
Bonaparte invadiu o país para tentar abalar o comércio inglês na região.

A ocupação francesa melhorou a situação moral da classe baixa, dos


revendedores, carregadores, artesãos, carroceiros, cavalariços, proxenetas e
“prostitutas”: em suma, a escória da população beneficiava-se da liberdade
recém-adquirida; mas a elite e a classe média vivenciaram todo tipo de
problemas, já que as importações e as exportações estavam suspensas.
(AL-TURK apud MALEK; 2010;p:378),

Autor supracitado refere ainda que houve duas revoltas do Cairo: a primeira, de 21 a 24 de
Outubro de 1798, com seus prolongamentos nas cidades e na área rural, em torno dos shaykh
e notáveis do Cairo: dois mil mortos, dez shaykh decapitados, a suspensão do Dīwān
consultivo; por outro, a segunda revolta, bem mais dura, de 20 de Março a 21 de Abril de
1800, conduzida pelos paxás ainda ligados a Porta e pelos shaykh de al-Azhar, que provocou
uma repressão generalizada muito dura.

Outrossim, referir que a condição do Egipto em 1805, era a de uma wilāya,


uma província do Império Otomano. A situação geopolítica do país limitava
estreitamente sua margem de manobra. Todavia, o essencial já estava a
postos: um poder de Estado, baseado em uma força militar, certamente
reduzida, porém eficaz, e, sobretudo, sobre uma verdadeira delegação, um
consenso nacional dos notáveis, ‘ulamā’, e dos comerciantes da época,
apoiados pelo povo das cidades e das grandes aglomerações provinciais.
Tratar-se-ia, desde logo, de manobrar dentro dos limites estreitos da
geopolítica, isto é, de compreender o “espírito do local topográfico”.
(Idem).
1.2.1. A Formação do Estado Egípcio Independente

A legião copta do general Ya’kūb (1800- 1801) e a proclamação pelos seus partidários, os
Irmãos Independentes, da própria noção de um “Egipto independente” se apoiaram na França,
perante a supremacia britânica e, consequentemente, desmoronaram com a partida da
expedição francesa. Outro seria o projecto e o curso político de Muhammad ‘Alī. Tratava- se
essencialmente de dotar o Egipto com instituições militares, políticas, económicas e culturais
que fariam dele o centro motor da reconstituição do Império islâmico, em vez e no lugar da
Turquia senescente.

De início, o projecto acima descrito compreendeu os dois círculos da identidade egípcia:


egípcia e islâmica. Durante as campanhas de Muhammad ‘Ali e de Ibrahim, tornar-se-ia mais
preciso por tanto, o Egipto apareceria como islâmico, árabe e africano.

Segundo MALEK (2010:381) “A Inglaterra apoiava o partido Mameluco, sob a liderança de


Muhammad al-Alfī Bey e, a partir de 1806, incentivou a Porta a demitir Muhammad ‘Ali. Em
6

1807, a Inglaterra tentou a invasão directa do Egipto; a vitória egípcia de Rāshid (Roseta),
em 31 de Março, repeliu ataque”.

Atentando o trecho supracitado referir que Muhammad `Ali, que se apoiava principalmente
em Umar Makram, decidiu destruir pela força o poder dos Mameluco no Alto Egipto, ainda
mais por serem aliados dos ingleses: de Junho de 1808 a Agosto de 1810, ele subjugou o Alto
Egipto. Em 1° de Março de 1811,o massacre da Cidadela acabou por eliminar os líderes das
tropas rebeldes que eram um obstáculo a unidade do poder, como também aos planos do novo
Vice-Rei.

Os dados geopolíticos fundamentais foram constantes até a queda de


Napoleão; a partir de 1815, o peso específico da Inglaterra aumentou e novos
países entraram na arena, notadamente a Áustria de Metternich. Foi o
momento em que Muhammad `Alī, uma vez reduzido o poder dos
mamelucos, empreendeu a construção do império e da grande obra de
regeneração no interior (Ibdem,p:383).

2. Mohammad Ali (1769-1849)

A palavra Maomé é uma corruptela hispânica de Mohammed nome próprio derivado do verbo
hâmada e que significa “digno de louvor”, na religião Islâmica, (também em árabe Mohamad-
Ali ou Mohammed Ali, ou ainda Muhammad)

Mohammad nasceu no ano de 1769, em Kavala – norte da Grécia (página com a localização
de Cavalla). Quando jovem foi militar e casou com uma mulher divorciada e rica, tendo 3
filhos: Ibrahim, Tosson e Ismail. Mohammad tornou-se um negociante de tabaco e fez
fortuna... Morreu em Alexandria, no dia 02/08/1849 (dia do meu aniversário, só que 115 anos
antes). Disponível em(www.presidency.gov.eg = História_do_Egito" acesso em 26.02.2017).

Imagem de Mohamad-Ali
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2.1. Visão de Muhammad Ali da independência e autonomia do Egipto

Em 28 de Novembro de 1810, Muhammad `Alī teve um encontro secreto


com o consul da França, Drovetti, e solicitou- lhe ajudar o Egipto a se
separar do Império Otomano. Simultaneamente, em 25 de novembro, ele
pediu a Istambul o reconhecimento do Egipto, simples província
(wilāya-eyālet), na condição de odjak, gozando da mesma liberdade que
Argel a época. Lançou então seu exército na Arábia (1813- 1819), depois no
Sudão (1820- 1823), tendo como objetivo mais amplo a ocupação da
Abissínia. A Inglaterra, que ele bajulou e tentou trazer para a sua causa, se
voltou contra ele, já que penetrou em três áreas de influência - o Mar
Vermelho, o Golfo Pérsico e a Abissínia - indispensáveis para assegurar a
rota das Índias. (DRIAULT apud MALEK 2010:382)

De acordo com o autor supracitado vai além referindo, na realidade, tudo não se resumia a
isso: “do Golfo Pérsico ao deserto da Líbia, do Sudão ao Mediterrâneo, de uma parte a outra
do Mar Vermelho, estendendo-se por cinco milhões de quilómetros quadrados: dez vezes a
França, a metade da Europa; um império Napoleónico ou faraónico.” E isto concomitante ao
declínio do poderio otomano. Desde então, a “questão egípcia” deu lugar a “questão do
Oriente”, “graças a existência de uma grande força civilizadora no norte da África”.

O primeiro choque do senário supramencionado se deu na Grécia insular (Hidra e Spezzia),


em 1827. A poderosa frota de Muhammad `Alī e o exército de seu filho Ibrāhīm
concentraram-se para socorrer o Império Otomano. Negociações se deram em Alexandria
entre o coronel Cradock, enviado especial de Londres, e Muhammad `Ali e seus adjuntos: o
tópico não era outro que a independência, a partir da posição de força egípcia em relação a
Porta. Assim, Muhammad `Ali, como bom estrategista, tentou evitar o confronto armado, na
undécima hora; a obstinação do sultão conduziu directamente a destruição da frota egípcia,
tropa de batalha da frota otomana, em Navarin (20 de Outubro de 1827). Muhammad `Alī,
diante da defecção da França, até então amiga, se voltou para o Império Otomano.

Face ao denário acima descrito, em 12 de Dezembro, enviou a Porta um


plano de regeneração digno de um estadista: Conhece-se a sequência: a
recusa da Porta; a ampliação dos objectivos do Vice-Rei no mundo árabe,
sob a influência de Ibrāhīm; a guerra entre a Turquia e o Egito, marcada
pelas brilhantes vitórias de Ibrāhīm em Koniah, Kutāhiya e Nasībīn; a
intervenção das potências, decididas a abater Muhammad `Ali. De 1831 a
1840, o avanço de Muhammad `Ali bateu as portas de Istambul; a Santa
Aliança de todas as potências europeias salvaria o governo do sultão para
melhor derrubar o único Estado islâmico e oriental capaz de enfrentar a
expansão colonial europeia, de um lado, e de se encarregar da regeneração
das províncias do império, de sua modernização e de seu renascimento
nacional, do outro. (MALEK 2010:382).

Referir que após ‘Abbās I (1849- 1854), consentindo com tudo excito com o governo da
Europa, Ismael colocou o problema nacional em termos de independência e de soberania.
8

Tratava-se de reduzir, pela negociação, a dependência do país em relação a Turquia; de


reconstituir em seguida um Estado autónomo e estável, dotado de instituições independentes
que seriam estabelecidas posteriormente.

Em um primeiro momento, Ismael obteve os firmān (decretos) de 27 de


Maio e de 15 de Junho de 1866, depois aquele de 8 de Junho de 1867. Os
dois primeiros estabeleceram no Egipto a hereditariedade directa do trono de
pai para filho, segundo o direito primogénito; segundo o “mesmo modo de
sucessão da maioria das dinastias europeias”, e “em ruptura completa com as
tradições do mundo islâmico. (SAMMARCO apud MALEK,
2010,p:386)
O firmān de 8 de Junho de 1867 criou, para Ismael e seus sucessores, um título novo, o de
quediva, para melhor distingui-lo dos outros Vice-Reis; outorgou ao quediva do Egito o
direito de promulgação de tanzīmāt, portarias para a administração do país, e de convenções
com países estrangeiros (alfândega, correio, transportes, polícia dos estrangeiros etc.), excito a
dar-lhes o carácter de tratados internacionais; de fato, um verdadeiro direito de negociação
económica. O ponto culminante foi atingido com o firmān de 8 de junho de 1873: o Egipto
pela primeira vez designado como “Estado” e não mais como “província” foi assegurado da
continuidade do poder do quediva nas mesmas condições.

A reconstituição do Império egípcio respondia, de um lado, a “ideia de formar um


grande Estado independente” e de “adquirir pela força do dinheiro” o que
Muhammad `Alī tentou em vão obter pela força; do outro lado, a necessidade de
“descobrir na expansão africana esta perspectiva de grandeza e de liberdade que lhe
permite recuperar seu sentimento nacional e desenvolver algumas de suas
capacidades que dormiam(SABRY apud MALEK, 2010,p:387),

Atentando os trechos supracitados, salientar que Ismā‘īl cedeu no plano do comando militar
crendo assim que a Grã-Bretanha toleraria sua empreitada africana e nada fez comparável
aquilo que Muhammad ‘Alī tinha executado em termos económicos e, sobretudo, industriais.
O exército, bem organizado mas comandado por estrangeiros, não dispunha mais, depois do
Tratado de Londres, de uma infra-estrutura industrial pujante. O Egipto não estava mais em
condições de assegurar sua independência e seu desenvolvimento económico moderno.

Outrossim, paralelamente a execução deste grande projecto nacional acima descrito, o


movimento representativo, depois constitucionalista, implantou-se e empenhou-se plenamente
sob Ismā‘īl. Já em 5 de Outubro de 1798, Bonaparte convocou uma assembleia-geral dos
notáveis, que levava o nome de al- Dīwānal- ‘ām. Com Muhammad‘Alī, ainda que a
implantação de diversas instituições próprias de um Estado do tipo moderno comandasse a
acção do país inteiro, a ideia central era aquela da eficiência, a noção de ordem muito mais do
que aquela de delegação. Um novo organismo consultivo, Madjlis al-mushāwara, foi criado
em 1829: 156 membros dos quais 23 altos funcionários e ‘ulamā’; 24 ma’mūr de província,
9

99 notáveis e shaykh provinciais colocados sob a presidência de Ibrāhīm. Uma assembleia


especial, al- Madjlis al- ‘umūmī, foi criada em 1847 em Alexandria para cuidar dos problemas
daquela cidade. Em 1832, a Síria foi dotada de um conselho de grandes notáveis, composto
por 22 pessoas. (Ibidem 2010:389).

2.2. Reformas sob direcção de Muhammad Ali

Depois que foi concluída a invasão inglesa de 1807, Muhammad Ali dedicou-se a acabar com
as revoltas constantes dos Mamelucos que ameaçavam a estabilidade do país. Para conseguir
tal objectivo reúne-os na cidade do Cairo em 1811 onde foi organizado o massacre dos
Mamelucos, Muhammad Ali declarou-se senhor do Egipto, dono de todas as terras. Ajudado
pelos franceses, organizou um exército moderno e criou uma marinha de guerra.

Tomou também uma série de medidas que pretendiam modernizar a economia do país,
ordenando a construção de canais e fábricas. Ele também instituiu um monopólio estatal sobre
o comércio exterior de cana-de-açúcar e algodão. Nesse período o Egipto aumentou a sua
autonomia em relação ao sultão de Istambul e estabeleceu as bases de uma economia
moderna. (Disponível em www.presidency.gov.eg=História_do_Egito" acesso em
12.03.2014).

2.2.1. Reformas Políticas

Uma terra de asilo que mais era um ponto de encontros, de trabalho e de criação intelectuais,
apoiado no único Estado moderno do Oriente dotado de uma infra-estrutura material, técnica
e económica avançada. A luta empreendida pelo Egipto depois do advento de Muhammad Ali
para fundar um Estado moderno, superar quatro séculos de decadência e dotar-se de uma
economia avançada apoiada em um exército eficiente e poderoso – luta esta retomada, em
condições infinitamente mais rigorosas, por Ismā’īl – provocou uma fermentação de ideias e
de movimentos sociais e políticos de grande intensidade:

A imprensa árabe-egípcia e sírio-libanesa, oficial e privada-vivia então em


um ambiente privilegiado de exaltação do sentimento nacional, propício a
renovação cultural e ao cruzamento de ideias. Foi isso, nos parece, mais do
que o único fato de ter sido o lugar de asilo preferido a época no seio do
Império Otomano, que constituiu a contribuição fundamental do Egipto ao
progresso do ensino, da imprensa e da publicação das luzes no mundo árabe
islâmico de então durante este período que apareceria, mais tarde, como
tendo sido aquele da gestação da revolução e do renascimento nacionais
(MALEK, 2010;p:402).
10

A imitação do Ocidente era vista, com alegria, como uma operação de superfícies um espelho
do ser possível, já que não podia se tratar de um possível actualizável: a vestimenta; o
urbanismo; a música sob a forma de ópera, mas também de composições militares; o teatro,
sobretudo; esboços de romance.

2.2.2. Reformas na Economia

O primeiro ponto a sublinhar é que Muhammad `Ali criou uma economia nacional em vez de
uma simples economia local, como era o caso na maioria dos países orientais desta época.

Segundo MALEK 2010:389) ” A economia autárquica desejada por Muhammad ‘Ali serviria
ao seu propósito de fundar um Estado nacional egípcio moderno no coração do seu império.
Apesar da interrupção de 1840, Ismā’īl poderia retomar a via de Muhammad ‘Ali”.

A pressão, depois a penetração do grande capital internacional, enfim a ocupação do Egipto


em 1882 acresceriam a este primeiro factor dois outros de importância: de um lado, a criação
de um mercado nacional unificado, particularmente graças as grandes obras empreendidas por
Ismā‘īl; depois, de outro lado, a integração económica egípcia no circuito da economia
internacional pelo viés de empréstimos e, sobretudo, pela monocultura do algodão.

Muhammad ‘Ali considerava a economia como o fundamento da política – a


razão pela qual este sutil oficial albanês alçou o posto de estadista. O Estado
que ele tentava edificar, na ocorrência, estava concebido no início, em 1805,
como uma formação étnica centrada em torno de um exército poderoso e
eficaz, apoiando se ele próprio em uma economia moderna e autárquica.
(MALEK apud MALEK, 2010:392).
Refere-se que de 1818 a 1830, ele criou as grandes unidades industriais: as fábricas de armas
e de canhões da Cidadela, que atingiu seu apogeu em 1828 sob Adham Bey; a fábrica de
canhões do Arsenal; a fábrica de fuzis de al- Hūd al- Marsūd (1821), as cinco fábricas de
pólvora produzindo 15.874 kantār (1 kantār = 45 quilos) em 1833; o arsenal marítimo de
Alexandria, criado por Lefébure de Cerisy em 1829, o qual substituiu um mestre artesão
genial, Hadjdj ‘Umar; depois a doca seca construída por Mougel, em 1844. De toda esta infra-
estrutura, o marechal Marmon e Clot Bay seriam os observadores admiradores e surpresos.
No plano da indústria “civil’’, trinta fábricas de fiação e tecelagem de algodão foram criadas,
tanto no Baixo Egito como no Alto Egipto; as fábricas do Cairo forneciam as provinciais as
máquinas, as ferramentas, as peças sobressalentes, os materiais de construção e os técnicos
para a manutenção das instalações.
11

2.2.3. Reformas na agricultura

Segundo MALEK (2010:392) “A própria agricultura ocupou, muito naturalmente, o


primeiro lugar nas reformas económicas. No final do século XVIII, todas as terras, exceto as
wakf, se encontravam repartidas entre os multazim, cuja tarefa principal era “colectar e
enviar a receita devida por sua vila ou suas vilas ao Tesouro, central ou provincial”.

Os dois milhões de faddān (1 faddān = 0,56 hectares) que constituíam a superfície cultivável
do Egito, em 1805, se repartiam em seis categorias: as terras ab ‘ādiyya, shflik ou jiflik, isto é,
200.000 faddān distribuídos por Muhammad ‘Alī aos membros de sua família, aos dignitários
e aos comandantes militares, terras isentas de impostos; as terras dos mamelucos, na Cidadela
(1811), em seguida, sua liquidação no Alto Egipto (1812) para converte-las em terras awsiya,
100.000 faddān dados em compensação aos mamelucos, a fim de nao privar suas famílias de
todos os recursos; as terras dos shaykh, ou masmūh al- mashāyekhwal- masāteb 4% da
superfície cultivável de cada vila, em um total de 154.000 faddān dados aos ‘ulamā’ que
ocupavam igualmente as funções de multazim; as terras rizka, 6.000 faddān isentos de
impostos dados de presente aos especialistas estrangeiros trabalhando no Egito; as terras
athar, as quais permaneciam disponíveis foram dadas aos fallāhin; finalmente, as terras dos
‘erbān, nas quais Muhammad ‘Alī desejava que os beduínos se fixassem. Refere-se ainda que
dada esta política de repartição das terras, o Vice-Rei apareceu a seus contemporâneos “como
o agressor dos direitos adquiridos, o destruidor das casas prósperas, o homem que toma o que
está nas mãos de outrem e lhe tira os seus meios de subsistência (Idem).

Muhammad ‘Alī que diversificou as lavouras e, sobretudo,


intensificou a lavoura de algodão, desde 1821, sob o conselho de
Jumel, o qual deu seu nome a uma nova variedade de algodão de
fibra longa. Esta, bem como o algodão do tipo americano “Sea
Island”, forneceu ao Estado, detentor do monopólio sobre o
comércio exterior, receitas apreciáveis, já que a colheita de 1845
atingiu 424.995 kantār, produzidos em 212.473 faddān, isto é um
aumento de 400% em vinte anos; um máximo de 80.000 kantr foi
para as fiações egípcias; restando por volta de 344.995 kantār para
a exportação,Os especialistas concordam em louvar a política de
modernização agrícola do Vice- Rei, como refere RIVLIN apud
MALEK (2010:393)
2.2.4. Reforma social e Cultural

Uma nova era, começava aquela da reconquista da identidade, objectivo das civilizações da
fase “nacionalizaria”. Ela se faria em um quadro nacional, com a ajuda do pensamento radical
e da crítica dupla do património nacional e das contribuições estrangeiras, de modo que “a
pátria seja o local de nossa felicidade comum, que construiremos pela liberdade, pelo
12

pensamento e pela fábrica”. Sua obra mestre, Manāhedj al albābal Missriyyafī mabāhedj al
ādābal‘asriyya (As vozes dos corações egípcios rumo as alegrias dos costumes
contemporâneos), marcou, em 1869, a junção entre o pensamento nacional e a abertura para o
socialismo.

Instrumentos de vanguarda, as missões escolares na Europa,


principalmente na França, seguida pela Inglaterra, pela Áustria, pela
Itália, pelos Estados alemães e, mais tarde, pelos Estados Unidos da
América, não assegurariam, em si só, a estrutura de um sistema
pedagógico na escala de um país inteiro e de suas necessidades.
(MALEK, 2010,p:399),
Refere-se também que os esforços aparecem, em retrospectiva e particularmente em
comparação com a acção executada pela ocupação britânica, como verdadeiramente
imponentes. A diferenciação estabeleceu-se entre os dois tipos de ensino, clássico tradicional
e moderno, em função do legado egípcio, de um lado, das exigências do Estado militar e do
renascimento cultural, do outro. A rede de escolas especiais superiores – única no mundo não
ocidental a época – que caracterizava o reinado de Muhammad ‘Ali se duplicaria com a
instituição de um verdadeiro sistema de ensino nacional, sob Ismael, graças particularmente a
‘Alī Mubārak, após um intermédio que permitiria as missões religiosas europeias e
americanas se implantarem, no momento da penetração imperialista, apesar de uma oposição
tenaz da Igreja copta. O conjunto destas iniciativas e desta reflexão dotaria o Egipto, em meio
século, de uma só vez de um sistema de ensino moderno e nacional, dos principais elementos
de uma universidade de qualidade real, de uma rede diversificada de instituições científicas e
de um programa pedagógico baseado nos valores humanistas, científicos e racionalistas
modernos. Foi neste último campo que se encontraram, naturalmente, as dificuldades mais
sérias, tanto é verdade que é mais fácil modificar as instituições do que remodelar as
mentalidades.

A conjunção das missões escolares e da ascensão das novas elites


do poder, assim como a emergência de novas camadas sociais,
particularmente nas cidades, graças a acção política e militar do
Estado, suscitariam um poderoso movimento de imprensa e
editorial, no qual o impulso e o controle estatais – a partir da
criação de um diário oficial al-Wakā’i‘ al-Misriyya (1828)
permitiriam contudo uma margem para iniciativas privadas
(al-Ahrām foi criado em 1876). (MALEK, 2010,p:400).

É preciso notar que foi o Egipto, a única entre todas as províncias do Império Otomano, que
ofereceu asilo aos intelectuais, pensadores, escritores e editores perseguidos pela Porta, na
realidade a terra de asilo privilegiado, em função de seu carácter oriental e islâmico, mas
também organicamente interligado ao movimento da Europa moderna.
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Conclusão

Contudo as Reformas do Egipto fizeram se sentir em 1516 e 1517, quando o sultão Selim I
derrotou os Mamelucos e o Egipto transformou-se numa província do Império Otomano,
governada por um novo paxá nomeado a cada ano. A autoridade do Império Otomano era
pouca e os paxás tomavam frequentemente decisões à margem dos desejos do sultão, que se
alegrava em receber o tributo, apenas exigindo que as fronteiras fossem vigiadas para evitar
qualquer tipo de invasão.

Percebe-se ainda que as antigas elites mamelucas conseguiram burlar as estruturas


administrativas e continuar a governar o Egipto. Embora colaborassem com os otomanos
muitas vezes desafiavam o seu poder. Este período corresponde a um declínio económico e
cultural. Neste contexto de um Egipto fraco, a França e a Inglaterra começaram a alimentar
ambições em relação ao território. Em 1798 o general Napoleão Bonaparte invadiu o país para
tentar abalar o comércio inglês na região.

Outrossim, depois de acabada a invasão inglesa de 1807, Muhammad Ali dedicou-se a acabar
com as revoltas constantes dos Mamelucos que ameaçavam a estabilidade do país. Para
conseguir tal objectivo reúne-os na cidade do Cairo em 1811 onde foi organizado o massacre
dos Mamelucos.
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Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Domingues de Almeida at al. Dicionário Breve de História. Editorial

Presença. Lisboa. 1996

MALEK, Anovar Abdel. O Renascimento do Egipto (185-1881) in: História Geral de

ÁfricaVI. África doSéculo XIX à Década de 1880. Brasília. UNESCO. 2010.

http://viajeaqui.abril.com.br/estabelecimentos/italia-roma-atracao-basilica-di-san-pietro-
basilica

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