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The institution as a mediator of the sacred
Em preparação.
Palavras-chave: Em preparação.
ABSTRACT
In preparation.
Keywords: In preparation.
RESUMEN
En preparación.
Palabras clave: En preparación.
81
[Edição original página 117] de mediadora e representante do
sagrado na vida das
“Não tenho medo de que o povo cha- [Edição original página 117/118]
mado metodista,
um dia deixe de existir, tanto na Europa
pessoas e da sociedade com objeti-
como na América;
vos específicos. O pastoralista Cas-
mas tenho medo de que exista somente
como uma seita morta, siano Floristán afirma que institui-
tendo a forma de religião sem o poder.” ção é uma estrutura social relati-
(John Wesley — 06.08.1776) vamente estável que ordena as ati-
vidades de pessoas ou grupos se-
gundo os modelos organizacionais
Introdução em razão de sua missão e sua fina-
lidade. (Cassiano, Diccionario, p.
237.1988). Dessa forma, nenhuma
O presente artigo é uma breve re- sociedade pode subsistir sem criar
flexão sobre a instituição como modelos institucionais que possibili-
mediadora do sagrado, partindo i- tem sua atuação.
nicialmente de uma definição do Mediante a instituição, se organiza
que significa instituição numa pers- a continuidade e a identidade das
pectiva pastoral, podendo, assim, diversas ações por ela realizada,
considerar instituição como uma possibilitando constante renovação.
organização sujeita às mudanças Assim sendo, podemos analisar o
sociais do ambiente no qual está papel mediador das instituições a
inserida, para alcançar suas finali- partir de algumas perguntas, tais
dades. A partir da definição geral como:
será realizado um estudo de caso O que as instituições ensinam ou
de uma instituição: a comunidade deixam de ensinar por meio de sua
cristã do primeiro século, da qual dimensão administrativa?
participava Filemon. Filemon rece- Quais as tarefas que a prática edu-
beu uma carta escrita pelo Apóstolo cativa pode desempenhar no interi-
Paulo intercedendo pelo escravo or de uma organização, em fase de
Onésimo, que alcançou a liberdade petrificação, decadência e morte?
em Cristo Jesus. Paulo entende que Respondidas essas perguntas, po-
a liberdade plena de Onésimo teria de-se mensurar a participação dos
que ser vivenciada em uma comu- resultados mediadores da institui-
nidade de fé. Finalmente, em forma ção na vida das pessoas e no con-
de conclusão, são feitas diversas texto da sociedade. Portanto, qual
considerações pastorais possibili- tem sido o papel da instituição co-
tando maior envolvimento do leitor mo agente de libertação e de cria-
com o tema apresentado. ção de sinais de esperança? Ou se-
rá que os modelos organizacionais,
até então desenvolvidos pelas igre-
A instituição e sua partici- jas, têm contribuído para oprimir,
pação mediadora do sa- não cumprindo sua tarefa de insti-
grado tuição mediadora?
A falta de criatividade e de espírito
vivificador (Rm 8.11) de algumas
Na tradição cristã, temos visto que instituições, ao lado de certa rebel-
a instituição tem assumido o papel dia de pessoas e de grupos, “tem
sido encarada como um mero atra-
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palho. Em certos círculos, está em ção, tanto quanto o Império Roma-
voga falar sobre as virtudes da an- no. A questão teológica que emerge
disso tudo é a seguinte: a Igreja
tiorganização e o desenvolvimento tem uma organização ou ela é uma
de perspectivas críticas às estrutu- organização? Não se trata apenas
ras religiosas. Há uma reação, em de uma discussão semântica. Alguns
nome da liberdade e da criativida- teólogos têm respondido que, antes
de mais nada, a Igreja é um movi-
de, contra todas as formas de insti- mento que atrai, integra e motiva
tucionalização da religião” (Leonildo pessoas para determinadas formas
p. 89). de atuação social, deixando a di-
mensão organizacional para um se-
Diante de tal postura pergunta-se:
gundo plano. Porém, assumir uma
... é possível uma experiência du- forma organizacional é uma conse-
radoura de um movimento religioso qüência natural dos agrupamentos
sem a criação de uma tradição ad- humanos de caráter mais perma-
ministrativa e nente, inclusive dos que se reúnem
ao redor do sagrado. Assim, ao sur-
[Edição original página 118/119] gir a necessidade de se instituciona-
lizar, uma primeira tendência é co-
eventualmente burocrática, que faz piar modelos existentes, tal como o
da tradição e da história passada fez a Igreja Primitiva ao assumir as
seu principal trunfo?” (Leonildo p. formas da sinagoga judaica e, mais
89). adiante, as características predomi-
nantes do Império Romano. No final
Todos os que se envolvem no pro- desse processo surgiu, no século IV,
cesso de administração de um de- essa estrutura formidável, burocrá-
terminado projeto, seja ele de ca- tica, que é a Igreja Católica Apostó-
lica Romana. Entre os protestantes,
ráter religioso, secular e até mes- algumas
mo pessoal, precisam ter clareza
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das finalidades que o sustentam e
projetam a razão de ser e onde de- formas de organização se tornaram
seja aportar. populares após o século XVI: os
No caso da instituição religiosa, i- modelos episcopal, congregacional e
representativo. Cada um deles pre-
dentificada na estrutura Igreja, é
tendia recuperar o modelo que teria
oportuno refletir teologicamente se sido projetado para a Igreja Primiti-
esta é uma instituição ou um mo- va (Leonildo, p. 90).
vimento. O prof. Leonildo afirma
que:
... a questão, se a Igreja é institui-
Modelo de uma instituição
ção ou evento, é bastante antiga. O como mediadora do sa-
enfoque em um ou outro ponto faz
uma enorme diferença, pois um
grado – estudo de caso
movimento social surge quando um
grupo de pessoas se reúne para
modificarem ou manterem algumas A partir do livro de Atos dos Após-
características de determinada soci- tolos, o surgimento de Igrejas e de
edade. Um movimento, para se pe-
sua forma estrutural vai experi-
renizar, precisa, queiram seus fun-
dadores ou não, assumir certa fisio- mentando diversos modelos com a
nomia, ou melhor, visibilidade soci- finalidade de ajustar-se aos desafi-
al. Pressupomos que o dinamismo os da missão. Embora sendo o A-
do movimento precede à tendência
póstolo Paulo de tradição judaica, e
para a rotina da instituição e, mais
adiante, da organização. A Igreja cidadão romano, ele incentivou
cristã viveu experiência semelhante modelos institucionais que estives-
e bastaram apenas três séculos para sem próximos das exigências do
ela ultrapassar a fase de movimento
Reino de Deus — marcado pela jus-
e se tornar uma respeitável institui-
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tiça, paz e amor — e distante do to da igreja que aparece nos pri-
modelo institucional vivido pelo im- meiros versículos: “e à irmã Áfia, e
pério Romano, que era marcado a Arquipo, nosso companheiro de
por prisão e morte. A introdução de lutas, e à igreja que está em tua
Paulo no contexto do sagrado é casa” (1.2).
marcada por morte, perseguição, O apóstolo que possivelmente te-
encarceramento, tortura e assassi- nha participado do convívio dessa
nato de pessoas. No assassinato de comunidade quando esteve na ci-
Estêvão, Paulo — ainda Saulo — dade de Éfeso, sabia que aquela
aparece aprovando as medidas to- comunidade, na qual Filemon parti-
madas (At 7.58; 8.1). Paulo é pa- cipava, era sustentada por uma vi-
trocinador do Império Romano para da marcada pelo perdão e por uma
perseguir a todos os que tinham forte ênfase na vida da comunida-
uma vivência com o cristianismo de. Portanto, como portadora do
(At 8.1-3). Após o relato de sua sagrado, poderia ser uma comuni-
própria conversão, ele passa a agir dade de apoio e de esperança para
em favor do Evangelho que lhe foi o escravo que estava de volta ao
revelado em sua experiência religi- seu senhor. Paulo viu, na figura de
osa, abandonando o modelo insti- Filemon, um colaborador na obra
tucional do Império para atuar co- de Deus, afirmando: “Ao amado Fi-
mo agente de uma nova ordem, lemon, também nosso colaborador”
que passa a ser expressa através (1.1b). Tanto Filemon como sua
do redescobrimento do carisma ins- comunidade tinham forças suficien-
titucional, representado, agora, pe- tes para receber o escravo e fazer
la Igreja Cristã. dele uma nova criatura que estaria
O impacto do caminho de Damasco vivenciando uma nova forma de vi-
na vida de Paulo, acompanhado da. Não era mais o escravo, mas
pastoralmente pela comunidade era, agora, um colaborador. A deci-
dos apóstolos e posteriormente por são dependia de Filemon e de sua
Barnabé que o levou até Antioquia, igreja.
faz esse cidadão romano convertido A carta foi escrita aproximadamen-
a ter visão da importância de uma te nos anos 63-65. Paulo estava
nova lógica institucional e da Igreja em Roma, numa prisão domiciliar.
como comunidade mediadora do Esteve preso por dois anos (At
sagrado. Isto é, as velhas práticas 28.30). O apóstolo afirma, no verso
institucionais, tão presentes na vida primeiro, que está preso e toda
do povo de Israel, ficam para trás e carta está marcada pelo sentimento
agora surge uma nova estrutura de prisão, isto é, falta de liberdade.
institucional como testemunho ab- No verso nove, Paulo afirma que
soluto do Evangelho. A fim de acla- está velho e foi preso pela causa de
rar o ex- Cristo. Apesar da prisão em Cristo,
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ele se sente livre e pode ser medi-
ador em uma situação de conflito.
posto, analisaremos como estudo Na carta a Filemom, ele faz consi-
de caso a carta escrita por Paulo a derações pastorais de como a co-
Filemom. Como a carta a Filemon munidade, que estava em sua casa
precisa ser lida e entendida no con- deveria tratar ao fugitivo Onésimo.
texto da igreja no qual ela estava O tratamento, ou julgamento, não
participando, este estudo de caso poderia ser a partir do modelo Ro-
estará sempre vinculado ao contex- mano.
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nâmicos e estáticos. Esse tema, ... mercado global, de alta tecnolo-
nas organizações, gia e de rápidas transformações que
está criando um ambiente extre-
... é um assunto cada vez mais dis- mamente competitivo, não só em
cutido pelos especialistas em trei- nível empresarial, como também
namento e desenvolvimento de re- pessoal. Essa realidade exige das
cursos humanos. A flexibilidade, a empresas e dos profissionais — faço
competitividade, a dinâmica do am- a inclusão aqui das instituições me-
biente que envolve as empresas diadoras do sagrado — avanços
modernas, inclusive até mesmo os muito mais rápidos e resultados
empreendimentos religiosos, exigem mais competitivos (Marcos Wesley
novas estratégias de aprendizagem p. 2).
dentro das organizações (Leonildo,
p. 92). Para concluir, ouso indicar algumas
pistas que poderão ser observadas,
pois é possível criar soluções para
Conclusão — pistas pasto- esse desafio. Soluções rápidas, e-
conômicas, experimentadas e a-
rais daptadas às realidades culturais de
um mercado global que envolve
Como líderes eclesiásticos, estamos questões relacionadas com a medi-
envolvidos em todos os níveis de ação do sagrado:
administração da instituição na A Igreja, como instituição, precisa
qual prestamos serviço e que acre- de uma estrutura organizacional
ditamos ser mediadora do sagrado. que possa permitir, da melhor for-
O que nos cabe é manter uma pos- ma possível, a consecução de seus
tura crítica diante das instituições, objetivos, os quais, na sua essên-
para que elas não venham a des- cia, são de ordem missionária, pas-
truir nossa criatividade e nos fazer toral e educacional (Carvalho, p.
servidores de seus objetivos sem 20).
qualquer possibilidade de valorizar É preciso com urgência aprender-
o ser humano, nos destruindo com mos a identificar as estruturas pe-
infinitas regras que não apontam trificadas, que não mais correspon-
nenhuma pista educacional e pas- dem aos anseios missiológicos,
toral. pastorais (Leonildo p. 92).
A instituição como mediadora do A igreja, por sua própria natureza
sagrado deve estar comprometida deve dispor sempre de uma estru-
e ser atuante nas diferentes reali- tura leve, ágil e versátil, adaptan-
dades. Isto porque do-se ao meio ambiente quanto aos
procedimentos, mas não aos prin-
[Edição original página 123/124]
cípios, sem deixar de abrir mão de
... vivemos numa sociedade em que sua origem divina. Conforme o en-
a religiosidade emigrou das institui- sino de Jesus em sua oração sacer-
ções seculares para novos grupos dotal “Não peço que os tires do
formadores do nível simbólico. Es-
mundo; e sim que os guardes do
sas entidades, principalmente os
meios de comunicação de massa, mal” (Jo 17.15) (Carvalho p. 20).
disputam clientelas num contexto
[Edição original página 124/125]
de pluralidade, desenvolvendo-se
para isso eficazes estratégias de
propaganda e marketing (Leonildo Considerar as estruturas organiza-
p. 94). cionais da Igreja como ferramentas
de trabalho para a consecução dos
Estamos inseridos em um
diversos objetivos da pregação das
boas novas. A organização deve es-
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para a promoção da vida, a vida
que o Senhor Jesus oferece, “vida
em abundância”.
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Bibliografia