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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Estruturas metálicas
Ligações aparafusadas
4º Ano
0
UNIVERSIDADE LÚRIO
FACULDADE DE ENGENHARIA
Estruturas metálicas
Ligações aparafusadas
4º Ano
Nomes do Estudante:
2
Índice de figuras
Figura 1: Ilustração esquemática de uma ligação rígida .......................................................... 10
Figura 2: Representação descritiva de um parafuso ................................................................ 11
Figura 3: Representação esquemática de um parafuso sextavado externo .............................. 11
Figura 4: Características dimensionais das roscas ................................................................... 12
Figura 5: Conjunto parafuso, anilhas e porca .......................................................................... 12
Figura 6: Parafusos passantes .................................................................................................. 13
Figura 7: Parafusos não passantes ........................................................................................... 13
Figura 8: Dimensões de furos broqueados e roscado............................................................... 13
Figura 9: Parafusos de Pressão ................................................................................................ 14
Figura 10: Parafusos prisioneiros a) em aplicação e b) solto................................................... 15
Figura 11: Parafuso Estrutura .................................................................................................. 16
Figura 12: Descrição das porcas .............................................................................................. 17
Figura 13: Ilustração do uso da contraporca ............................................................................ 18
Figura 14: União com anilha.................................................................................................... 18
Figura 15: Parafusos sujeitos a corte (a), a tracção (b) e a tracção e corte combinados (c) e (d)
.................................................................................................................................................. 19
Figura 16: Corte simples (a) e duplo (b) .................................................................................. 19
Figura 17: Distribuição de forças em ligações aparafusadas sujeitas ao corte e em ligação
aparafusadas pré-esforçadas..................................................................................................... 22
Figura 18: Superfícies em contacto sem pintura ...................................................................... 29
Figura 19: Efeito de Alavanca ................................................................................................. 30
Figura 20: Tipos de furos: a) furo-padrão; b) furo alargado; c) furo pouco alongado; d) furo
muito alongado (d = diâmetro nominal do parafuso)............................................................... 34
Figura 21: Espaçamentos construtivos mínimos recomendados para conectores, com furacão
padrão ...................................................................................................................................... 35
Figura 22: Exercício 1 .............................................................................................................. 35
Figura 23: Exercicio 2 .............................................................................................................. 39
3
Resumo
Os parafusos são elementos que permitem a junção de dois ou mais materiais usados em
muitas áreas e com diferentes materiais. Chamam-se ligações aparafusadas, todas as ligações
cuja junção dos membros é feita por meio de parafusos. A junção de membros por meio de
parafuso é uma tarefa que requer muita habilidade e conhecimentos científicos na parte do
projectista, de modo que a estrutura possa ser segura e tenha um bom desempenho durante o
período de vida útil (menos custos de manutenção). O principal objectivo deste trabalho foi
de estabelecer técnicas para dimensionamento de estruturas aparafusadas utilizando a norma
brasileira 8800. Numa primeira fase conceituou-se e classificou-se todos os aspectos
importantes relacionados com as ligações aparafusadas como os próprios parafusos, porcas,
anilhas e mais. De seguida, fórmulas matemáticas e recomendações foram estabelecidas para
os parâmetros de dimensionamento de estruturas aparafusadas tais como: áreas de cálculo,
forças de cálculo, separação entre parafusos e mais. A manipulação das fórmulas matemáticas
apresentadas foi mostrada nos exercícios apresentados no fim do 2º capítulo. Os resultados
obtidos na resolução dos exercícios foram satisfatórios, uma vez que as condições descritas
nas equações foram respeitadas.
Palavras-chave: parafusos, estruturas metálicas, ligações, bordas, forças solicitantes.
4
Abstract
Screws are elements that allow the joining of two or more materials used in many areas and
with different materials. They are called bolted connections, all connections whose joining of
the members is made by means of screws. The joining of members by means of a screw is a
task that requires a lot of skill and scientific knowledge on the part of the designer, so that the
structure can be safe and perform well during its useful life (less maintenance costs). The
main objective of this work was to establish techniques for dimensioning bolted structures
using the Brazilian standard 8800. In a first phase, all important aspects related to bolted
connections were conceptualized and classified, such as screws, nuts, washers and more.
Then, mathematical formulas and recommendations were established for the design
parameters of bolted structures such as: calculation areas, calculation forces, separation
between screws and more. The manipulation of the mathematical formulas presented was
shown in the exercises presented at the end of the 2nd chapter. The results obtained in solving
the exercises were satisfactory, since the conditions described in the equations were
respected.
5
Índice
Introdução .................................................................................................................................. 8
Objectivos .................................................................................................................................. 9
2.9. Força resistente de parafusos de alta resistência em ligação por atrito ..................... 27
Conclusão................................................................................................................................. 43
Bibliografia .............................................................................................................................. 44
Anexos ..................................................................................................................................... 45
7
Introdução
Na área de estruturas metálicas os elementos de ligação são indispensáveis, pois estes
permitem a união das estruturas metálicas de forma segurança e eficiente. Estes elementos de
ligação podem ser classificados em elementos móveis e não móveis, sendo que o presente
trabalho ira tratar de um elemento móvel concretamente o Parafuso, elemento que apresenta
um corpo cilíndrico composto por uma cabeça e corpo enroscado.
As fórmulas, tabelas e recomendações que serão apresentados neste trabalho pertencem a
norma Brasileira NBR 8800:2008, norma está que esta ser muito usada na construção de
pontes e estruturas metálicas. A ligação metálica por parafusos depende de dois outros
elementos porcas e anilhas que permitem a segurança e melhor distribuição de tensão nas
estruturais, estes elementos devem ser feitos de mesmo material dos parafusos.
8
Objectivos
Geral
Dimensionar ligações aparafusadas de acordo norma NBR 8800.
Específicos
Conceituar os parafusos;
Classificar os parafusos;
Calcular as forças actuantes em ligações aparafusadas;
Calcular as áreas envolvidas nas ligações aparafusadas;
Verificar a segurança nas ligações aparafusadas.
9
Capítulo 1: Conceitos e classificações
1. Conceito de ligações estruturais
De acordo com Franceschi & Antonello, (2014) ligação
igação é todo detalhe construtivo que
promova a união de partes
rtes da estrutura entre si, ou a união da estrutura com elementos
externos a ela. As ligações devem representar os mais fielmente possíveis os vínculos
idealizados na análise estrutural. Em poucas palavras, os elementos de ligações são eelementos
que promovem
em a união entre as partes da estrutura formando um detalhe construtivo. Estas
ligações são classificadas em ligações permanentes ou desmontáveis. As ligações
permanentes são executadas com rebites e solda, as removíveis, com parafusos (elemento que
será abortado neste trabalho) e pinos.
Também podem ser ligações rígidas e articuladas, a primeira não permite rotação relativa
entre os elementos ligados (ex: nós de pórticos) e a segundo permitem a rotação (ex: nós de
treliças).
Figura 1: Ilustração esquemática de uma ligação rígida (Fonte: Santiago & Silva, 2003
2003)
1.1.Conceito
Conceito de parafusos
São elementos de corpo cilíndrico e comprimento de corpo variável, onde, sobre este corpo,
há filetes
letes de roscas. Estas roscas podem ser de diferentes especificações e trabalham em
conjunto com porcas ou outros elementos roscados,
roscados, com as mesmas características de roscas
roscas.
(Pauli & Uliana, 1996)
Parafusos são peças metálicas de vital importância na união e fixação dos mais diversos
elementos de máquina. Por sua importância, a especificação completa de um parafuso e sua
porca engloba os mesmos itens cobertos pelo projecto de um elemento de máquina, ou seja:
material, tratamento térmico, dimensionamento, tolerâncias, afastamentos e acabamento.
(Franceschi & Antonello,, 2014)
10
1.2.Descrição
Descrição geral de um parafuso
Geralmente, um parafuso é constituído por uma cabeça e um corpo. O corpo do parafuso
pode ser com rosca inteira ou rosca parcial, sendo que as roscas podem ser do tipo
whitworth, métrica e americana.
americana (Cherkassky, 2000)
A figura abaixo mostra a descrição geral de um parafuso de cabeça hexagonal parcialmente
roscado:
Figura 3:: Representação esquemática de um parafuso sextavado externo (Fonte: Cherkassky, 2000 )
11
1.4.Características
Características dimensionais das
da roscas dos parafusos
12
1.5.Classificação
Classificação dos parafusos
Cherkassky (2000) classifica os parafusos quanto a sua função em quatro grandes grupos:
parafusos passantes, parafusos não - passantes, parafusos de pressão, parafusos prisioneiros.
Figura 6:
6 Parafusos passantes (Fonte: Cherkassky, 2000)
As dimensões dos furos broqueados e da rosca para parafusos não passantes podem ser
realizadas conforme a tabela 1.
13
Para uma rosca de diâmetro igual a d:
d
Material Profundidade do Profundidade da Comprimento Diâmetro do
furo A rosca B aparafusado furo
passante sem
rosca
Aço 2 1,5 1 1,06
Ferro fundido 2, 5 2 1, 5 1,06
Alumínio 3 2, 5 2 1,06
Bronze ou 3 2 1, 5 1,06
latão
Tabela 1: Dimensões de furos em função do tipo de material. (Adaptado
( de Cherkassky, 2000
2000)
Figura 9:
9 Parafusos de Pressão (Fonte: Cherkassky, 2000)
1.6.Classificação
Classificação dos parafusos estruturais
Os parafusos
rafusos estruturais se dividem em parafusos comuns e parafusos
parafusos de alta resistência.
(Silva & Santiago, 2003)
Parafusos ASTM A325: são parafusos de alta resistência para ligações com aço
estrutural. São de aço de médio carbono com tratamento térmico, tendo um limite de
escoamento de aproximadamente 560 a 630MPa, que descreve com o aumento do
diâmetro do parafuso.
Eles são indicados para uso geral em ligações estruturais e são disponíveis em três tipos com
diâmetros que variam entre 12,5 a 38mm:
Tipo 1: Aço
ço de médio carbono para propósitos gerais de uso em elevada
elevadas
temperaturas (é o único que será fornecido se nenhum tipo diferente for especificado)
especificado).
Tipo 2: Aço
ço martensita de baixo carbono para propósitos gerais de uso, para
aplicações a temperatura atmosférica.
Tipo 3: Parafusos
arafusos com maior resistência a corrosão atmosférica e característica ao
engaste por intempéries compatíveis com os aços A242 ou A588.
1.7.Classe
se de Resistência dos Parafusos
As classes de resistência dos
os parafusos estão normalmente impressas
impressas na cabeça do parafuso, e
são definidas e normalizadas de acordo com a norma NBR 8855 - Propriedades Mecânicas
de Elementos de Fixação – Parafusos.
Parafusos
16
Classe ∅ Nominal Resistência de prova (MPa) Material
ABNT
4.6 5 a 36mm 225 Aço Baixo Carbono
4.8 1.6 a 16mm 310 Aço Baixo Carbono
5.8 5 a 24mm 380 Aço Médio Carbono
8.8 1.6 a 36mm 600 Aço Médio Carbono com
Tratamento Térmico
9.8 1.6 a 16mm 650 Aço Médio Carb
Carbono com
Tratamento Térmico
10.9 5 a 36mm 830 Aço Médio Carbono com
Tratamento Térmico
12.9 1.6 a 36mm 970 Aço liga com Tratamento
Térmico
Tabela 2: Classe
se de Resistência
Resistência dos Parafusos (Adaptado de NBR 8855
8855)
1.8.Porcas
A Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica geralmente metálica, com um furo
roscado no qual se encaixa um parafuso, ou uma barra roscada. Em conjunto com um
parafuso, a porca é um acessório amplamente utilizado na união de peças. (Cherkassky, 2000)
A sua parte externa apresenta-se
apresenta se em vários formatos para atender a diversos tipos de
aplicação. Assim, existem porcas que servem tanto como elementos de fixação como de
transmissão, como as porcas usadas nos macacos mecânicos. São geralmente fabricadas de
aço, bronze,
ronze, latão, alumínio, plástico, porém há casos especiais em que as porcas recebem
banhos de galvanização, zincagem e bicromatização para protegê-las
protegê las contra oxidação
(corrosão).
Figura 12:
12 Descrição das porcas (Fonte: Cherkassky, 2000)
1.9.Anilhas
As anilhas, são elementos de fixação com forma de um disco com furo na região central por
onde o parafuso passa. As anilhas têm a função de distribuir igualmente
igualmente a força de aperto
entre a porca, o parafuso e as partes unidas. Em algumas situações, também funcionam como
elementos de trava. (Cherkassky, 2000)
A maioria dos conjuntos mecânicos apresenta elementos de fixação. Onde quer que se usem
esses elementos, seja em máquinas ou em veículos automotivos, existe o perigo de se
produzir, em virtude das vibrações, um afrouxamento
afrouxamento imprevisto no aperto do parafuso. Para
evitar esse inconveniente utilizamos as anilhas. São geralmente fabricados por aço - carbono,
cobre e latão.
A figura 14 mostra uma ligação em que nela foi aplicada uma anilha na parte da porca.
Figura 14:
14 União com anilha (Fonte: Cherkassky, 2000)
18
Existem vários tipos de anilhas, dentre as quais se destacam: lisa, de pressão, dentada,
serrilhada, ondulada, de travamento com orelha e arruela para perfilados, tal como mostrado
no anexoo A5. Para cada tipo de trabalho, existe um tipo ideal de anilha.
Figura 15: Parafusos sujeitos a corte (a), a tracção (b) e a tracção e corte combinados (c) e (d) (Fonte:Pfiel,
2009)
O carregamento por corte pode ser duplo ou simples como mostram as figuras que seguem
Figura 16:: Corte simples (a) e duplo (b). (Fonte: Beer et al., 2011, p.331)
19
Para um parafuso submetido à tracção:
= ( . 1)
.
. − Factor de Segurança
− Resistência de prova do parafuso
O factor de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, os riscos, e muitas vezes é
definido pela norma técnica brasileira referente ao produto.
Para parafusos submetidos à tracção, faz-se:
= = = − 1.2268 ( . 2)
= ( . 4)
2
1.12.3. Momento de aperto de parafusos
Muitas vezes uma máquina tem os parafusos apertados com o momento controlado com
torquímetro, como motores a combustão, estruturas, flanges. Nesse caso, a relação entre o
momento e a força de aperto do parafuso, para parafusos em bom estado, segundo Shigley é:
= 0.2 ( . 5)
Onde:
– momento em [N.m];
- diâmetro nominal do parafuso em [m] e
- Força de aperto do parafuso em [N]
A força de aperto recomendada para parafusos que podem ser desmontados, pode atingir
75% da resistência de prova, sem o coeficiente de segurança. Nesse caso considera-se que se
o parafuso não romper durante o aperto, dificilmente irá romper em trabalho.
A força de aperto máxima do parafuso na peça Fi é calculada por:
= 0,75 ( . 6)
−Resistência/tensão de prova do parafuso, tabelado [N/mm2]
20
- Área menor da sessão do parafuso. [mm]
+
= ( . 7)
2
O tamanho de um parafuso é definido em função do seu diâmetro nominal, do comprimento
abaixo da cabeça e do comprimento da parte roscada.
Figura 17: Distribuição de forças em ligações aparafusadas sujeitas ao corte e em ligação aparafusadas pré-
esforçadas (Trahair et al., 2001)
As forças internas (corte, esmagamento e tracção) podem ser transferidas por corte
esmagamento em ligações aparafusadas correntes e por atrito entre as placas em ligações pré-
esforçadas. Além destas, existem muitos outros tipos de ligações onde os parafusos são
solicitados por uma combinação de corte com tracção.
22
Especificação ( ) ( ) Diâmetro
mm pol
ASTM A307 - 415 - 1/2 ≤ ≤4
ISSO 898-1 Classe 235 400 12 ≤ ≤ 36 -
4.6
ASTM A325 635 825 16 ≤ ≤ 24 1/2 ≤ ≤1
560 725 24 ≤ ≤ 36 1< ≤1
ISO 4016 Classe 8.8 640 800 12 ≤ ≤ 36 -
ASTM A490 895 1035 16 ≤ ≤ 36 1/2 ≤ ≤1
ISO 4016 Classe 10.9 900 100 12 ≤ ≤ 36 -
Disponíveis também com resistência a corrosão atmosférica comparável a dos aços AR 350 COR ou a dos aços
ASTM A588
Tabela 4: Materiais usados na construção de parafusos. (Adaptado de NBR 8800)
23
Capítulo 2: Dimensionamento de acordo com a NBR 8800: 2008
2. Áreas de cálculo
2.1.Área efectiva para a pressão de contacto do parafuso
De acordo com a NBR 8800 a área efectiva para a pressão de contacto do parafuso é
calculada multiplicando o diâmetro do parafuso pela espessura da chapa ou viga em união.
Matematicamente isto deduz-se:
=∅ ∗ ( . 8)
2.2.Área efectiva do parafuso para tracção
A área efectiva do parafuso para tracção é um valor compreendido entre a área bruta do
parafuso e a área da trás da rosca. Para a NBR 8800, é calculada usando a fórmula
matemática:
= 0,75 ∗ ( . 9)
Onde o coeficiente 0,75 corresponde ao valor da área da raiz da rosca e é a área bruta do
parafuso baseada no diâmetro do parafuso ou no diâmetro externo da porca ou barra roscada.
= 0,25 ( . 10)
∗
, = [ ], ( . 11)
NB: Para as barras redondas com roscas, operando como porcas nas estruturas a força de
tracção não deve ser maior que a relação ∗ / , ou seja, ≤ , ≤ ∗ /
ii) Para os parafusos de alta resistência e barras redondas roscadas, quando o plano
de corte não passa pela rosca:
0,5 ∗ ∗
, = [ ] ( . 13)
Como se pode notar, as duas fórmulas têm uma diferença de dez porcentos (10%) em termos
quantitativos o que origina a formulação matemática simplificável dependendo da orientação
do plano de corte, ou melhor,
0,4 ∗ ∗ 0,1 ∗ ∗
, = + ( . 14)
A segunda parcela pode desaparecer quando se trata do primeiro caso acima descrito.
2.4.Pega longa
Excluindo os casos de parafusos de alta resistência montados com pretensão inicial, quando o
vão excede 5 , a força de corte resistente de cálculo dos parafusos ou barras redondas
roscadas deve ser reduzida em 1% para cada 1,5 mm adicionais, isto que dizer que se o
comprimento aumentar em 6 mm a força de corte resistente ao corte deve ser reduzida em
4%.
2.5.Pressão de contacto em furos
A força resistente de cálculo à pressão de contacto de um furo, considerando a distância entre
dois furos consecutivos ou entre um extremo e a borda é também calculada considerando as
particularidades seguintes:
i) Para furos-padrão, furos alargados, furos pouco alongados em qualquer direcção e
furos muito alongados na direcção da forca, esta força é calculada considerando a
deformação do furo para as forças de serviço, ou seja,
a) Quando a deformação no furo para as forças de serviço for uma limitação do
projecto, esta força é calculada pela formulação matemática:
1,2 ∗ ∗ ∗
, = [ ] ( . 15)
1,2 ∗ ∗ ∗ 2,4 ∗ ∗
≤ [ ] ( . 15 )
25
b) Quando a deformação no furo para as forças de serviço não for uma limitação
do projecto, esta forca é calculada pela formulação matemática:
1,5 ∗ ∗ ∗
, = [ ] ( . 16)
ii) No caso de furos muito alongados na direcção perpendicular à da força, esta força
é calculada pela fórmula algébrica:
1,0 ∗ ∗ ∗
, = [ ] ( . 17)
Onde: - Distância na direcção da força entre a borda do furo e a borda do furo adjacente ou
a borda livre; - Espessura da parte ligada; - Diâmetro do parafuso; - Resistência à
ruptura do aço da parede do furo. A força resistente total é igual à soma das forças resistentes
à pressão do contacto calculadas para todos os furos.
2.6.Força resistente ao colapso por esmagamento
A força resistente ao colapso por esmagamento é calculada pela fórmula matemática:
0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗ 0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗
, = ≤ ( . 18)
=( + )∗ ∗ ; = + − 1,5 ∗ ∗
= ` + `` − ∗ ∗ ( . 18 )
26
2.7.Ligações de grande comprimento
Em uniões por contacto em emendas de barras sob tracção, com um comprimento superior a
1270 mm à direcção da força externa, a força de corte solicitante de cálculo e a força
solicitante de cálculo à pressão de contacto na parede de um furo nos parafusos devem ser
multiplicadas pelo factor 1,25 de modo a considerar a distribuição não-uniforme da força
externa pelos parafusos.
, ,
+ ≤ 1,0, ( . 19)
, ,
, ≤ / − 1.50 ,
, ≤ / − 1.50 ,
Tabela 6: Limitação do valor da forca de tracção solicitante de cálculo por parafuso (Adaptado de NBR 8800,
2008)
2.9.Força resistente de parafusos de alta resistência em ligação por atrito
O projecto de ligações por atrito com parafusos de alta resistência precisa levar em conta se o
deslizamento é um estado-limite de serviço ou é um estado-limite último e deve ser feito
conforme os parágrafos que seguem.
27
Nas uniões com furos alargados e furos pouco alongados ou muito alongados com
alongamentos paralelos à direcção da forca aplicada, o deslizamento deve ser considerado um
estado-limite (vide o parágrafo a seguir). Nas ligações com furos-padrão e furos pouco
alongados ou muito alongados com alongamentos transversais à direcção da força aplicada, o
deslizamento deve ser considerado estado-limite de serviço
1,1 ∗ ∗ ∗ ∗ ,
, = 1− ( . 20)
1,3 ∗
O espaço mínimo entre as superfícies de classe A e B em contacto que deve ficar sem pintura
é ilustrada na figura abaixo sendo que as superfícies A e B podem também ser jacteadas e
pintadas, desde que o coeficiente médio de atrito seja comprovado pelas prescrições da
Specification dor strututal joints using ASTM A 325 or AA490 bolts, do AISC (American
Institute of Syeel Construction).
28
Figura 18: Superfícies em contacto sem pintura (Fonte: NBR 8800-2008,
2008, p.80)
,
, = 0,8 ∗ ∗ ∗ ∗ 1− ( . 21)
0,8 ∗
29
Figura 19: Efeito de Alavanca. (Fonte: Fonte: NBR 8800-2008, p.82 )
Caso as analises não sejam feitas de forma mais rigorosa, pode-se considerar que o efeito
alavanca tenha sido adequadamente considerado se for atendida pelo menos uma das
exigências e seguir:
Acrescentando, a dimensão a não deve ser menor que a dimensão b (na figura 19).
Ao calcular as espessuras das chapas das partes ligadas, deve-se tomar a força actuante em
um parafuso e a sua largura de influência na chapa (p) obtida na figura 15.
+ 1/4)
1 11/16 11/4 11/16 x 1 5/16 11/16 x 2 1/2
≥ 11/8 + 1/16 + 5/16 ( + 1/16) ( ( + 1/16) 2.5
+ 3.8)
Tabela 7: Dimensões máximas de furos para parafusos e barras redondas roscadas (Adaptado de NBR 8800-
2008, p.83)
31
independentemente da padrão, devem ser usadas
direcção de solicitação sobre furos muito alongados
Por contacto Em somente uma das em chapas externas. Tais
partes da ligação, para a anilhas ou barras devem ter
mesma superfície. Maior dimensões suficientes para
dimensão normal à cobrir os furos alongados após
direcção da solicitação. a instalação dos parafusos.
Quando for necessário o uso
de anilhas endurecidas (ver
a)
6.7.4.2 e ), estes serão
colocados sobre aquelas
anilhas de chapa ou barras
continuas.
*
Quando forem usados parafusos ASTM A490 de diâmetro superior a 25,4mm, em furos alongados ou alargados,
nas chapas externas da ligação, devem ser usadas anilhas endurecidas de acordo com ASTM F436, porem da
espessura mínima igual a 8 mm, em lugar das anilhas-padrão.
Tabela 8: Limitações relativas ao uso de buracos alargados ou alongados (Adaptado de NBR 880-2008)
32
2.14. Distância mínima de um furo às bordas ( )
Esta distância vária para furos-padrão e furos alargados ou alongados, sendo:
i) Para furos-padrão esta distância não pode ser menor ao valor indicado na tabela 9;
ii) Para furos alargados ou alongados esta distância não pode ser menor ao valor
indicado na tabela 9 para furos-padrão acrescido de sendo definido como
= 0 para furos alongados na direcção paralela à borda considerada;
= 0,12 para furos alargados;
= 0,2 para furos pouco alongados na direcção perpendicular à borda levada
em conta.
= 0,75 para furos muito alongados na direcção perpendicular à borda
considerada(caso o comprimento do furo alongado for menor ao dado na tabela 9,
o produto pode ser reduzida duma quantia igual à metade da diferença entre o
comprimento dado na tabela e o comprimento real).
33
2.15. Distância máxima de um parafuso ou barra roscada às bordas
Para qualquer que seja a borda de uma parte ligada, a distância de um centro do parafuso ou
barra redonda roscada, mais próximo até essa borda ao deve ser maior que 12 a espessura da
parte ligada considerada, nem 150 mm.
≥ 12 ∗ ; ≤ ≤ 150 ( . 25)
O furo padrão para parafusos comuns deverá ter uma folga de 1,5 mm em relação ao
diâmetro nominal do parafuso, essa tolerância é necessária para permitir a montagem das
peças. O processo mais económico de furar é o puncionamento no diâmetro de definitivo, o
que pode ser feito para espessura t de chapa ate o diâmetro nominal do conector mais 3 mm.
Para chapas mais grossas, os furos deverão ser abertos com broca ou por punção inicialmente
com diâmetro pelo menos 3 mm inferior ao definitivo e, posteriormente alargados com broca.
Como o corte do furo por punção danifica uma parte do material da chapa, considera-se, para
efeito de cálculo da secção líquida da chapa furada, um diâmetro fictício igual ao diâmetro do
furo acrescido de 2 mm ou seja:
= +2 = + 3.5 ( . 26)
Alem do furo padrão, as ligações podem ser feitas com furos alargados ou alongados,
ilustrados na figura 16.
Figura 20: Tipos de furos: a) furo-padrão; b) furo alargado; c) furo pouco alongado; d) furo muito alongado (d =
diâmetro nominal do parafuso)
34
O emprego dos furos alargados e alongados na direcção da forca se restringe as ligações do
tipo atrito, enquanto os furos alongados com a maior dimensão do furo normal a direcção da
forca podem ser usadas em ligações do tipo apoio.
Figura 21: Espaçamentos construtivos mínimos recomendados para conectores, com furacão padrão.
Exercícios de aplicação
1. Duas chapas de 200 mm×12.7 mm (1/2 pol) pol em aço ASTM A36 são emendadas
com chapas laterais de 9,5mm (3/8 pol) e parafusos comuns (A307) ∅ 22 mm. As
chapas estão sujeitas às forças Ng=200 kN que surge da carga permanente, e Nq=100
kN que surge da carga variável de uso da estrutura. Verificar a segurança da união no
estado limite último em combinação normal de acções.
1º Passo: Primeiramente é necessário calcular o esforço solicitante de cálculo. Este pode ser
calculado da seguinte maneira:
A ligação em questão é um caso clássico de ligação sujeita apenas ao esforço cortante, sendo
portanto necessário avaliar a ligação em relação ao corte no parafuso, à pressão de contacto
na parede dos furos e ao colapso por rasgamento (corte de bloco).
35
2º Passo: É apresentado primeiro o cálculo para o corte no parafuso, destacando que todos os
parafusos são de tipo comum
Sabendo que estamos perante a aço estrutural de carga normal, o coeficiente de ponderação
= 1,35. Já que as placas são de aço, = 415. 10 e o diâmetro dos parafusos é de
22 mm, teremos:
A força calculada corresponde apenas a um parafuso. Como a ligação tem 6 parafusos e dois
planos de corte, vamos multiplicar a força encontrada por 12, ou seja,
, = 46742,24 ∗ 12 ⋮ , = ,
Como se pode notar no desenho, as duas chapas unidas não tem a mesma espessura, logo não
terão a mesma força. Para a chapa de 12,7 mm, a força actuante é exactamente igual à força
solicitante de cálculo calculada primeiramente, ou seja, = 430 . Em contra partida,
para a chapa de 9,5 mm de espessura a força actuante será a metade de já que existem na
ligação duas chapas de 9,5 mm sendo uma em cima e outra em baixo. Matematicamente,
/2 = 215 .
1,2 ∗ ∗ ∗
, =
Vai se calcular primeiro para apenas um parafuso externo, ou seja, perto da borda:
36
, , = 177,2355
177,2355 ≤ 198,6844 → !
, → = ,
De seguida vai se calcular a força resistente à pressão de cálculo para apenas um dos
parafusos internos da ligação, ou seja,
1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ ( − )∗ ∗
, , = ⋮ , , =
209,9733 ≤ 198,6844 ã , , , = ,
, =3 , , + , , ⋮ , = 3(198,6844 + 177,2355)
, = ,
, > !
Os mesmos procedimentos anteriores serão efectuados para esta chapa. De salientar que a
distância será a mesma para este caso, uma vez que as distancias até a ambas bordas são as
mesmas (NOTA: isso nem sempre acontece).
37
1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ 0,03925 ∗ 0,0095 ∗ 4. 10
, , = ⋮ , , =
1,35
, , = 132,5777
Condicionando, tem-se:
132,5777 ≤ 148,6222 !
, , = 132,5777
1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ ( − )∗ ∗
, , = ⋮ , , =
, > /2 !
Na verificação do colapso por esmagamento, o diâmetro do furo é calculado pela equação 25,
ou seja,
= + 3,5 ⋮ = 0,0255
A região hachurada na peça mostra a área crítica da ligação. Nessa região a área brita sujeita
ao corte ( ), área líquida sujeita ao corte ( ), área líquida sujeita à tracção ( ), são
respectivamente dadas pelas equações 18a:
= (0,07 + 0,051) ∗ ∗ ⋮ = , .
= 0,038 + 0,038 − ∗ ∗ ⋮ = , .
38
NOTA: ( − numero de veses que a área critica de corte se repete e é a maior espessura)
De acordo com a equação 18, força resistente ao colapso por esmagamento de calculo é dada
por:
0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗ 0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗
, = ≤
Condicionando tem-se,
, ≤ 721,5481 ã , , = ,
Comparando com a força solicitante, verifica-se que , > logo, a ligação está
correctamente dimensionada.
2. Verificar as tensão nos conectores do consolo das figuras 23a e 23b, assumir
parafusos ASTM A307 com diâmetro de 16 mm e que os casos de força resistente de
cálculo à pressão de contacto na parede dos parafusos e ao colapso por rasgamento
(Corte do bloco) não são críticos. Adoptar ainda estado de limite do projecto, com
coeficiente de majoração das acções igual à 1,4.
2∗ ∗ 0,25 ∗ (1,6. 10 )
= ⋮ = = 8.04
5
30
= = 50,10
20
1 + 0,804
5020,82
= = = 223,247
−2 5,0
24,990 − 2
1,4 ∗ 100
, = = = 11,67
12
Como o enunciado afirmou que os casos de força resistente de cálculo a pressão de contacto
na parede dos furos e ao colapso por rasgamento não são críticos, deve-se então verificar se
as forças solicitantes encontradas são inferiores a força resistente de cálculo de corte no
parafuso, bem como a força de cálculo de tracção no parafuso.
É apresentado primeiro o cálculo para o corte no parafuso, destacando que todos os parafusos
são do tipo comum ( = 0,4), apresentam um plano de corte, são de aço A307 ( =
41,5 / ) e que a força é resistida por 12 parafusos. Dessa maneira, para um parafuso
com um único plano de corte ( , ) tem-se
40
Na sequência é apresentado o cálculo para um parafuso sujeito a tracção:
Quando a ligação é excêntrica por flexão não basta apenas que os esforços resistentes sejam
maiores que os esforços solicitantes, eles devem ainda atender a inequação apresentada a
seguir, a qual é calculada para um único parafuso.
, ,
+ ≤ 1,0
, ,
17,46 11,67
+ ≤ 1,0
46,36 24,72
3. A figura abaixo mostra uma ligação aparafusada com 4 parafusos hexagonais ISO
4016 de classe 8.8 que deve suportar uma força de tracção de 100 kN. Para um
coeficiente de segurança de 1,25 calcule o diâmetro nominal de cada parafuso e
comente o resultado.
10
= ⋮ = ⋮ = ⋮ = ⋮ 3,5261
4 4 4 ∗ 6,4. 10
≅7
41
Comentário: de acordo com a tabela 4 os parafusos ISSO 4016 de classe 8.8, devem
ter um diâmetro que pertença ao intervalo 12 ≤ ≤ 36. O resultado não pertence ao
intervalo, logo a ligação não está correctamente dimensionada (Subdimensionamento).
Correcção: Como correcção, escolhe-se outra classe de parafusos, neste caso, pode se
escolher a classe 4.6 com = 240 , com isso:
10
= ⋮ = ⋮ ≅6 ↔ = 12
4 4 ∗ 2,4. 10
4. O parafuso ISO 4016 de classe 8.8, M12x1.0 é apertado com um torque igual a 30 N.m.
calcule a força com a qual este parafuso foi apertado. Comente o resultado na medida dos
seus conhecimentos.
Dados: 12 1.0; = 30 . ; =?
1,25. 10
= ⋮ ≅ 148
0,75 ∗ 1,130. 10
Comparando este resultado com a tensão de ruptura do parafuso ISO 4016 de classe 8.8 da
tabela 4, constata-se que: << , logo o aperto é seguro.
42
Conclusão
Os parafusos usados em estruturas metálicas devem passar por um tratamento para que eles
possam suportar as solicitações empregues a eles, também deve-se respeitar os torques para
que os parafusos não sejam danificados no momento da montagem nas estruturas, é
importante a escolha de um dos dois parafusos estruturais mencionados no trabalho sendo
que os parafusos de alta resistência são mais os mais aconselháveis pois estes são feitos de
material apropriado para as estruturas metálicas (aço – carbono).
43
Bibliografia
Beer, F. P., & al, e. (2011). Mecanica dos Materiais (5 ed.). Nova York: AMGH.
Franceschi, A. d., & Antonello, M. G. (2014). Elementos de Máquinas. Santa Maria: Rede e-
Tec Brasil.
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de edificios. Brasil: ABNT.
Pauli, E. A., & Uliana, F. S. (1996). Noções Básicas de Elementos de Máquinas - Mecânica.
Espirito Santos: SENAI.
Pfeil, W. (2009). Estruturas de aço: dimensionamento pratico de acordo com a norma NBR
8800:2008 (8a ed.). Rio de Janeiro: LTC.
Silva, L. S., & Santiago, A. (2003). Manual de Ligações Metálicas. Coimbra: cmm –
Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista.
Trahair, N. S., et al,. (2001). The Behaviour and Design of Steel. London: Spon Press.
44
Anexos
A1: Tipos de parafusos
45
A2: Tipos de parafusos, continuação
46
47
A3: Principais perfis de roscas
48
Porca cega alta Usado em apertos com
vedação. Usado também nas
rodas dos automóveis
Porca redonda com fenda Ajuste de eixos
49
Anilha de É utilizada na montagem de
pressão conjuntos mecânicos, submetidos
a grandes esforços e grandes
vibrações. Funciona, também,
como elemento de trava, evitando
o afrouxamento do parafuso e da
porca. É, ainda, muito empregada
em equipamentos que sofrem
variação de temperatura
(automóveis, prensas etc.).
Anilha Muito empregada em
dentada equipamentos sujeitos a grandes
vibrações, mas com pequenos
esforços, como electrodomésticos,
painéis automotivos, aparelhos de
refrigeração etc.
Anilha É usada nos mesmos tipos de
serralhada trabalho que a arruela dentada.
50
Anilha É muito utilizada em montagens
perfilada que envolvem cantoneiras ou
perfis em ângulo.
Outras anilhas
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