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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Estruturas metálicas

Ligações aparafusadas
4º Ano

Nomes do Estudante: Docente:


 Azarias Domingos Samuel Lourenco Matandire, Lic
 Cândido Carlos Uanicela
 Hegino Dapona Alaue
 Zezinho Noé Elias Afonso

Pemba, Março de 2020

0
UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

Estruturas metálicas

Ligações aparafusadas

4º Ano

Trabalho de investigação e de carácter


avaliativo, a ser entregue na disciplina de
Estruturas Metálicas, no curso de
Licenciatura em Engenharia Mecânica, 4º ano.
Docente: Lourenço Matandire, Lic

Nomes do Estudante:

 Azarias Domingos Samuel


 Cândido Carlos Uanicela
 Hegino Dapona Alaue
 Zezinho Noé Elias Afonso

Pemba, Março de 2020


1
Nomenclatura
Tensão Admissível
Resistência de prova do parafuso
. Factor de Segurança
Tensão de corte admissível
Momento de aperto de parafusos
Força de aperto do parafuso
Tensão de escoamento
Tensão de escoamento
Diâmetro resistente
Diâmetro do núcleo da espiga
Diâmetro “médio”
Diâmetro do parafuso
Área efectiva para a pressão de contacto do parafuso
Área efectiva do parafuso para tracção
Espessura da parte ligada
Área do parafuso
, Força de tracção resistente ao cálculo de um parafuso
, Força resistente de corte ao cálculo de um parafuso
Coeficiente de ponderação da resistência
Coeficiente de ponderação para a estrutura de concreto
Coeficiente de ponderação concreto armado
Resistência ao escoamento do aço da parede do furo
Resistência à ruptura do aço da parede do furo
Distância na borda do furo e a borda do furo adjacente
, Força de compressão resistente ao cálculo de um parafuso
Momento resistente plástico
Momento resistente elástico
Espaçamento entre os centros de furos-padrão
Espessura da parte ligada menos espessa
Separação entre parafusos
Factor de distância ao furo padrão
Força solicitante de cálculo
Distância do centro do furo à borda, na direcção paralela à força
` Distância do centro do furo à borda, na direcção perpendicular à força

2
Índice de figuras
Figura 1: Ilustração esquemática de uma ligação rígida .......................................................... 10
Figura 2: Representação descritiva de um parafuso ................................................................ 11
Figura 3: Representação esquemática de um parafuso sextavado externo .............................. 11
Figura 4: Características dimensionais das roscas ................................................................... 12
Figura 5: Conjunto parafuso, anilhas e porca .......................................................................... 12
Figura 6: Parafusos passantes .................................................................................................. 13
Figura 7: Parafusos não passantes ........................................................................................... 13
Figura 8: Dimensões de furos broqueados e roscado............................................................... 13
Figura 9: Parafusos de Pressão ................................................................................................ 14
Figura 10: Parafusos prisioneiros a) em aplicação e b) solto................................................... 15
Figura 11: Parafuso Estrutura .................................................................................................. 16
Figura 12: Descrição das porcas .............................................................................................. 17
Figura 13: Ilustração do uso da contraporca ............................................................................ 18
Figura 14: União com anilha.................................................................................................... 18
Figura 15: Parafusos sujeitos a corte (a), a tracção (b) e a tracção e corte combinados (c) e (d)
.................................................................................................................................................. 19
Figura 16: Corte simples (a) e duplo (b) .................................................................................. 19
Figura 17: Distribuição de forças em ligações aparafusadas sujeitas ao corte e em ligação
aparafusadas pré-esforçadas..................................................................................................... 22
Figura 18: Superfícies em contacto sem pintura ...................................................................... 29
Figura 19: Efeito de Alavanca ................................................................................................. 30
Figura 20: Tipos de furos: a) furo-padrão; b) furo alargado; c) furo pouco alongado; d) furo
muito alongado (d = diâmetro nominal do parafuso)............................................................... 34
Figura 21: Espaçamentos construtivos mínimos recomendados para conectores, com furacão
padrão ...................................................................................................................................... 35
Figura 22: Exercício 1 .............................................................................................................. 35
Figura 23: Exercicio 2 .............................................................................................................. 39

3
Resumo
Os parafusos são elementos que permitem a junção de dois ou mais materiais usados em
muitas áreas e com diferentes materiais. Chamam-se ligações aparafusadas, todas as ligações
cuja junção dos membros é feita por meio de parafusos. A junção de membros por meio de
parafuso é uma tarefa que requer muita habilidade e conhecimentos científicos na parte do
projectista, de modo que a estrutura possa ser segura e tenha um bom desempenho durante o
período de vida útil (menos custos de manutenção). O principal objectivo deste trabalho foi
de estabelecer técnicas para dimensionamento de estruturas aparafusadas utilizando a norma
brasileira 8800. Numa primeira fase conceituou-se e classificou-se todos os aspectos
importantes relacionados com as ligações aparafusadas como os próprios parafusos, porcas,
anilhas e mais. De seguida, fórmulas matemáticas e recomendações foram estabelecidas para
os parâmetros de dimensionamento de estruturas aparafusadas tais como: áreas de cálculo,
forças de cálculo, separação entre parafusos e mais. A manipulação das fórmulas matemáticas
apresentadas foi mostrada nos exercícios apresentados no fim do 2º capítulo. Os resultados
obtidos na resolução dos exercícios foram satisfatórios, uma vez que as condições descritas
nas equações foram respeitadas.
Palavras-chave: parafusos, estruturas metálicas, ligações, bordas, forças solicitantes.

4
Abstract
Screws are elements that allow the joining of two or more materials used in many areas and
with different materials. They are called bolted connections, all connections whose joining of
the members is made by means of screws. The joining of members by means of a screw is a
task that requires a lot of skill and scientific knowledge on the part of the designer, so that the
structure can be safe and perform well during its useful life (less maintenance costs). The
main objective of this work was to establish techniques for dimensioning bolted structures
using the Brazilian standard 8800. In a first phase, all important aspects related to bolted
connections were conceptualized and classified, such as screws, nuts, washers and more.
Then, mathematical formulas and recommendations were established for the design
parameters of bolted structures such as: calculation areas, calculation forces, separation
between screws and more. The manipulation of the mathematical formulas presented was
shown in the exercises presented at the end of the 2nd chapter. The results obtained in solving
the exercises were satisfactory, since the conditions described in the equations were
respected.

Keywords: screws, metal structures, connections, edges, stresses.

5
Índice
Introdução .................................................................................................................................. 8

Objectivos .................................................................................................................................. 9

Capítulo 1: Conceitos e classificações ..................................................................................... 10

1. Conceito de ligações estruturais ....................................................................................... 10

1.1. Conceito de parafusos ................................................................................................... 10

1.2. Descrição geral de um parafuso ................................................................................ 11

1.3. Representação do parafuso em desenho técnico mecânico ....................................... 11

1.4. Características dimensionais das roscas dos parafusos ............................................. 12

1.5. Classificação dos parafusos ....................................................................................... 13

1.5.1. Parafusos passantes ............................................................................................ 13

1.5.2. Parafusos não passantes ..................................................................................... 13

1.5.3. Parafusos de pressão .......................................................................................... 14

1.5.4. Parafusos prisioneiros ........................................................................................ 14

1.6. Classificação dos parafusos estruturais ..................................................................... 15

1.6.1. Parafusos comuns............................................................................................... 15

1.6.2. Parafusos de alta resistência............................................................................... 15

1.7. Classe de Resistência dos Parafusos ......................................................................... 16

1.8. Porcas ............................................................................................................................ 17

1.9. Anilhas .......................................................................................................................... 18

1.10. Classificação das ligações aparafusadas quanto a sua solicitação ......................... 19

1.11. Cálculos de parafusos submetidos à tracção ...................................................... 19

1.12. Cálculos de parafusos submetidos ao corte ....................................................... 20

1.12.3. Momento de aperto de parafusos ....................................................................... 20

1.13. Características mecânicas dos parafusos ............................................................... 21

1.14. Comportamento de um parafuso numa ligação ..................................................... 21

1.15. Materiais usados na construção de parafusos ........................................................ 22

Capítulo 2: Dimensionamento ................................................................................................. 24

2. Áreas de cálculo ............................................................................................................ 24


6
2.1. Área efectiva para a pressão de contacto do parafuso ........................................... 24

2.2. Área efectiva do parafuso para tracção.................................................................. 24

2.3. Forças resistentes ao cálculo ..................................................................................... 24

2.3.1. Força de tracção ................................................................................................. 24

2.3.2. Força de corte resistente de cálculo ................................................................... 24

2.4. Pega longa ................................................................................................................. 25

2.5. Pressão de contacto em furos .................................................................................... 25

2.7. Ligações de grande comprimento ............................................................................. 27

2.8. Tracção e corte combinados ...................................................................................... 27

2.9. Força resistente de parafusos de alta resistência em ligação por atrito ..................... 27

2.10. Efeito de alavanca .................................................................................................. 29

2.11. Dimensões e uso de furos e anilhas ....................................................................... 30

2.12. Mínima separação entre furos................................................................................ 32

2.13. Máxima separação entre parafusos ........................................................................ 32

2.14. Distância mínima de um furo às bordas ( ).......................................................... 33

2.15. Distância máxima de um parafuso ou barra roscada às bordas ............................. 34

2.16. Disposições Construtivas .......................................................................................... 34

2.16.1. Furação de chapas .................................................................................................. 34

Exercícios de aplicação ............................................................................................................ 35

Conclusão................................................................................................................................. 43

Bibliografia .............................................................................................................................. 44

Anexos ..................................................................................................................................... 45

A1: Geometria cabeças, pontas e corpos dos parafusos ....................................................... 45

A2: Ilustração dos parafusos na sua forma completa ........................................................... 46

A3: Principais perfis de roscas ............................................................................................. 47

A4: Formas das roscas.......................................................................................................... 48

A5: Tipos de anilhas e suas respectivas aplicações.............................................................. 49

7
Introdução
Na área de estruturas metálicas os elementos de ligação são indispensáveis, pois estes
permitem a união das estruturas metálicas de forma segurança e eficiente. Estes elementos de
ligação podem ser classificados em elementos móveis e não móveis, sendo que o presente
trabalho ira tratar de um elemento móvel concretamente o Parafuso, elemento que apresenta
um corpo cilíndrico composto por uma cabeça e corpo enroscado.
As fórmulas, tabelas e recomendações que serão apresentados neste trabalho pertencem a
norma Brasileira NBR 8800:2008, norma está que esta ser muito usada na construção de
pontes e estruturas metálicas. A ligação metálica por parafusos depende de dois outros
elementos porcas e anilhas que permitem a segurança e melhor distribuição de tensão nas
estruturais, estes elementos devem ser feitos de mesmo material dos parafusos.

Na ligação aparafusada depende de aspectos que devem ser acautelados no dimensionamento


da estrutura, aspectos estes que irão determinar a distância entre os parafusos, tipos de
parafusos a ser usados na construção, avaliar as solicitações máximas e mínimas que os
parafusos poderão suportar.

8
Objectivos
Geral
Dimensionar ligações aparafusadas de acordo norma NBR 8800.
Específicos

 Conceituar os parafusos;
 Classificar os parafusos;
 Calcular as forças actuantes em ligações aparafusadas;
 Calcular as áreas envolvidas nas ligações aparafusadas;
 Verificar a segurança nas ligações aparafusadas.

9
Capítulo 1: Conceitos e classificações
1. Conceito de ligações estruturais
De acordo com Franceschi & Antonello, (2014) ligação
igação é todo detalhe construtivo que
promova a união de partes
rtes da estrutura entre si, ou a união da estrutura com elementos
externos a ela. As ligações devem representar os mais fielmente possíveis os vínculos
idealizados na análise estrutural. Em poucas palavras, os elementos de ligações são eelementos
que promovem
em a união entre as partes da estrutura formando um detalhe construtivo. Estas
ligações são classificadas em ligações permanentes ou desmontáveis. As ligações
permanentes são executadas com rebites e solda, as removíveis, com parafusos (elemento que
será abortado neste trabalho) e pinos.

Também podem ser ligações rígidas e articuladas, a primeira não permite rotação relativa
entre os elementos ligados (ex: nós de pórticos) e a segundo permitem a rotação (ex: nós de
treliças).

Figura 1: Ilustração esquemática de uma ligação rígida (Fonte: Santiago & Silva, 2003
2003)

1.1.Conceito
Conceito de parafusos
São elementos de corpo cilíndrico e comprimento de corpo variável, onde, sobre este corpo,
há filetes
letes de roscas. Estas roscas podem ser de diferentes especificações e trabalham em
conjunto com porcas ou outros elementos roscados,
roscados, com as mesmas características de roscas
roscas.
(Pauli & Uliana, 1996)
Parafusos são peças metálicas de vital importância na união e fixação dos mais diversos
elementos de máquina. Por sua importância, a especificação completa de um parafuso e sua
porca engloba os mesmos itens cobertos pelo projecto de um elemento de máquina, ou seja:
material, tratamento térmico, dimensionamento, tolerâncias, afastamentos e acabamento.
(Franceschi & Antonello,, 2014)
10
1.2.Descrição
Descrição geral de um parafuso
Geralmente, um parafuso é constituído por uma cabeça e um corpo. O corpo do parafuso
pode ser com rosca inteira ou rosca parcial, sendo que as roscas podem ser do tipo
whitworth, métrica e americana.
americana (Cherkassky, 2000)
A figura abaixo mostra a descrição geral de um parafuso de cabeça hexagonal parcialmente
roscado:

Figura 2:: Representação descritiva de um parafuso (Fonte: Cherkassky,


herkassky, 2000
2000)
Os parafusos diferenciam-se
se pelo formato de cabeça, do corpo, da rosca, diâmetro e
comprimento da área roscada. Com relação à cabeça os parafusos podem ter cabeça
sextavada, quadrada, abaulada, cilíndrica, cónica, com fenda, fenda cruzada, tal como
ilustrado no anexo A1. Os parafusos
parafuso de cabeça sextavada são os mais usado
usados em máquinas
assim como em estruturas metálicas

1.3.Representação do parafuso em desenho técnico mecânico

Figura 3:: Representação esquemática de um parafuso sextavado externo (Fonte: Cherkassky, 2000 )

11
1.4.Características
Características dimensionais das
da roscas dos parafusos

Figura 4: Características dimensionais das roscas (Fonte: Cherkassky, 2000


2000)
Legenda:

 P – Passo da rosca  i – ângulo da hélice


 d – diâmetro externo do parafuso  c – crista
 d1 – diâmetro interno do para uso  D – diâmetro externo da porca
 d2 - diâmetro do flanco do parafuso  D1 – diâmetro interno da porca
 - Ângulo do filete  h1 – altura do filete da porca
 h – atura do filete do parafuso  f – fundo do filete
Os parafusos podem ser utilizados para diversas aplicações, como unir ou ffixar aços, madeira,
borracha, alvenaria e polímeros,
polímeros transmitir potência, e mais.. O graus ou classe do parafuso
indicam o quanto este suporta de carga antes de seu rompimento, por isso quanto maior o
grau, maior a tensão suportada. Na mecânica, ele é empregado para unir e manter juntas
peças de máquinas, geralmente formando conjuntos
conj com porcas e anilhas
as como mostrado na
figura 5.

Figura 5:: Conjunto parafuso, anilhas e porca (Fonte: Pfiel, 2009)

12
1.5.Classificação
Classificação dos parafusos
Cherkassky (2000) classifica os parafusos quanto a sua função em quatro grandes grupos:
parafusos passantes, parafusos não - passantes, parafusos de pressão, parafusos prisioneiros.

1.5.1. Parafusos passantes


Estes parafusos atravessam a peça de lado a lado, e utilizam anilha
a e porca.

Figura 6:
6 Parafusos passantes (Fonte: Cherkassky, 2000)

1.5.2. Parafusos não passantes


São parafusos que não utilizam porcas. O papel de porca é desempenhado pelo furo roscado,
feito numa das peças a ser unida.

Figura 7:: Parafusos não passantes (Fonte: Cherkassky, 2000)

As dimensões dos furos broqueados e da rosca para parafusos não passantes podem ser
realizadas conforme a tabela 1.

Figura 8:: Dimensões de furos broqueados e roscado. (Fonte: Cherkassky, 2000


2000)

13
Para uma rosca de diâmetro igual a d:
d
Material Profundidade do Profundidade da Comprimento Diâmetro do
furo A rosca B aparafusado furo
passante sem
rosca
Aço 2 1,5 1 1,06
Ferro fundido 2, 5 2 1, 5 1,06
Alumínio 3 2, 5 2 1,06
Bronze ou 3 2 1, 5 1,06
latão
Tabela 1: Dimensões de furos em função do tipo de material. (Adaptado
( de Cherkassky, 2000
2000)

1.5.3. Parafusos de pressão


Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas pontas dos
parafusos contra a peça a ser fixada. Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça ou
não.

Figura 9:
9 Parafusos de Pressão (Fonte: Cherkassky, 2000)

1.5.4. Parafusos prisioneiros


São parafusos sem cabeça com rosca em ambas as extremidades, sendo recomendados nas
situações que exigem montagens e desmontagens frequentes.. Em tais situações, o uso de
outros tipos de parafusos acaba
aba danificando a rosca dos furos.
As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos opostos, isto é,
um horário e o outro anti-horário.
horário. Para fixarmos o prisioneiro no furo da máquina, utilizamos
uma ferramenta especial. Caso não
nã haja esta ferramenta, improvisa-se
se um apoio com duas
porcas travadas numa das extremidades do prisioneiro. Após a fixação do prisioneiro pela
14
outra extremidade, retiram-se
se as porcas. A segunda peça é apertada mediante uma porca e
anilha, aplicadas à extremidade
emidade livre do prisioneiro.

Figura 10:: Parafusos prisioneiros a) em aplicação e b) solto (Adaptado de Cherkassky, 2000


2000)

1.6.Classificação
Classificação dos parafusos estruturais
Os parafusos
rafusos estruturais se dividem em parafusos comuns e parafusos
parafusos de alta resistência.
(Silva & Santiago, 2003)

1.6.1. Parafusos comuns


Os parafusos comuns são, comummente,
comummente forjados com aços - carbono teor de carbono, em
geral segundo a especificação ASTM A307. Eles têm numa extremidade uma cab
cabeça
quadrada ou sextavada e na outra uma rosca com porca conforme ilustra a figura 5.
Os parafusos comuns são instalados com aperto, que mobiliza atrito entre as chapas.
Entretanto, o aperto nas chapas é muito variável, não se podendo garantir um valor mín
mínimo a
considerar nos cálculos. Devido a isso os parafusos comuns são calculados de modo análogo
ao dos rebites, através das tensões de apoio e de corte.

1.6.2. Parafusos de alta resistência


Os parafusos de alta resistência são feitos com aços tratados termicamente.
te. O tipo mais usual
é o ASTM A325, de aço – carbono temperado. Eles podem ser instalados com esforços de
tracção mínimos garantidos. Os quais podem ser levados em conta nos cálculos. Nos casos
em que se deseja impedir qualquer movimento entre as chapas de
de conexão, dimensionamento
os parafusos com um coeficiente de segurança contra o deslizamento são tolerados, os
parafusos de alta resistência A325 podem ser usados em uma ligação do tipo apoio
apoio. Neste
caso, os parafusos são instalados com aperto normal, sem controlo da pretensão inicial.
Embora os parafusos de alta resistência trabalhem através do esforço de propensão que
aplicam nas chapas. O dimensionamento dos mesmos se faz no estado limite último,
utilizando tensões nominais de corte ou de apoio, tal comoo nos casos de rebites e parafusos
15
comuns. Além disso nas ligações em que um possível deslizamento for prejudicial como por
exemplo, nos casos de cargas reversíveis com ou sem fadiga, deve-se
deve se verificar a resistência
ao deslizamento para cargas em serviço ou
o apara combinações em estado limite último,
dependendo do tipo furo adoptado.
Os parafusos hexagonais pesados têm menores porções roscadas que os outros parafusos, isto
reduzem a probabilidade
lidade de haver roscas inclusas no plano de corte.

Figura 11:: Parafuso Estrutura (Fonte: Santiago & Silva, 2003)

De acordo com ENGINEERING FOR STEEL CONSTRUCTION,


CONSTRUCTION, considerando a ASTM,
tem-se as seguintes especificações para parafusos de alta resistência:

 Parafusos ASTM A325: são parafusos de alta resistência para ligações com aço
estrutural. São de aço de médio carbono com tratamento térmico, tendo um limite de
escoamento de aproximadamente 560 a 630MPa, que descreve com o aumento do
diâmetro do parafuso.

Eles são indicados para uso geral em ligações estruturais e são disponíveis em três tipos com
diâmetros que variam entre 12,5 a 38mm:

 Tipo 1: Aço
ço de médio carbono para propósitos gerais de uso em elevada
elevadas
temperaturas (é o único que será fornecido se nenhum tipo diferente for especificado)
especificado).
 Tipo 2: Aço
ço martensita de baixo carbono para propósitos gerais de uso, para
aplicações a temperatura atmosférica.
 Tipo 3: Parafusos
arafusos com maior resistência a corrosão atmosférica e característica ao
engaste por intempéries compatíveis com os aços A242 ou A588.

1.7.Classe
se de Resistência dos Parafusos
As classes de resistência dos
os parafusos estão normalmente impressas
impressas na cabeça do parafuso, e
são definidas e normalizadas de acordo com a norma NBR 8855 - Propriedades Mecânicas
de Elementos de Fixação – Parafusos.
Parafusos
16
Classe ∅ Nominal Resistência de prova (MPa) Material
ABNT
4.6 5 a 36mm 225 Aço Baixo Carbono
4.8 1.6 a 16mm 310 Aço Baixo Carbono
5.8 5 a 24mm 380 Aço Médio Carbono
8.8 1.6 a 36mm 600 Aço Médio Carbono com
Tratamento Térmico
9.8 1.6 a 16mm 650 Aço Médio Carb
Carbono com
Tratamento Térmico
10.9 5 a 36mm 830 Aço Médio Carbono com
Tratamento Térmico
12.9 1.6 a 36mm 970 Aço liga com Tratamento
Térmico
Tabela 2: Classe
se de Resistência
Resistência dos Parafusos (Adaptado de NBR 8855
8855)
1.8.Porcas
A Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica geralmente metálica, com um furo
roscado no qual se encaixa um parafuso, ou uma barra roscada. Em conjunto com um
parafuso, a porca é um acessório amplamente utilizado na união de peças. (Cherkassky, 2000)
A sua parte externa apresenta-se
apresenta se em vários formatos para atender a diversos tipos de
aplicação. Assim, existem porcas que servem tanto como elementos de fixação como de
transmissão, como as porcas usadas nos macacos mecânicos. São geralmente fabricadas de
aço, bronze,
ronze, latão, alumínio, plástico, porém há casos especiais em que as porcas recebem
banhos de galvanização, zincagem e bicromatização para protegê-las
protegê las contra oxidação
(corrosão).

Figura 12:
12 Descrição das porcas (Fonte: Cherkassky, 2000)

Assim como os parafusos, as porcas podem a estar em diversas formas geométricas,


dependendo da aplicação da mesma. Normalmente, tem havido uma compatibilidade entre a
geometria da cabeça do parafuso e a geometria externa da porca, mas existem casos em que
isto não acontece. As diversas formas das porcas estão apresentadas no anexo A4.
17
Em certas uniões, o aperto da porca não é suficiente, o que requer
re uer a aplicação de uma
contraporca para travar o movimento. As contraporcas são também porcas, mas em um
uma
união esta tem uma altura menor que a altura da porca principal, para mais detalhes vide a
figura a seguir.

Figura 13: Ilustração do uso da contraporca (Fonte: Cherkassky, 2000


2000)

1.9.Anilhas
As anilhas, são elementos de fixação com forma de um disco com furo na região central por
onde o parafuso passa. As anilhas têm a função de distribuir igualmente
igualmente a força de aperto
entre a porca, o parafuso e as partes unidas. Em algumas situações, também funcionam como
elementos de trava. (Cherkassky, 2000)
A maioria dos conjuntos mecânicos apresenta elementos de fixação. Onde quer que se usem
esses elementos, seja em máquinas ou em veículos automotivos, existe o perigo de se
produzir, em virtude das vibrações, um afrouxamento
afrouxamento imprevisto no aperto do parafuso. Para
evitar esse inconveniente utilizamos as anilhas. São geralmente fabricados por aço - carbono,
cobre e latão.

A figura 14 mostra uma ligação em que nela foi aplicada uma anilha na parte da porca.

Figura 14:
14 União com anilha (Fonte: Cherkassky, 2000)

18
Existem vários tipos de anilhas, dentre as quais se destacam: lisa, de pressão, dentada,
serrilhada, ondulada, de travamento com orelha e arruela para perfilados, tal como mostrado
no anexoo A5. Para cada tipo de trabalho, existe um tipo ideal de anilha.

1.10. Classificação das ligações aparafusadas quanto a sua solicitação

Figura 15: Parafusos sujeitos a corte (a), a tracção (b) e a tracção e corte combinados (c) e (d) (Fonte:Pfiel,
2009)
O carregamento por corte pode ser duplo ou simples como mostram as figuras que seguem

Figura 16:: Corte simples (a) e duplo (b). (Fonte: Beer et al., 2011, p.331)

Para além de simples e duplo o corte pode ser triplo,


tripl quadruplo e mais dependendo da
configuração da ligação.

1.11. Cálculos de parafusos submetidos à tracção


Tensão Admissível Para o dimensionamento do parafuso é necessário utilizar um factor
de segurança, isto é feito calculando a tensão admissível, que é o valor limite de resistência
do parafuso com segurança.

19
Para um parafuso submetido à tracção:

= ( . 1)
.
 . − Factor de Segurança
 − Resistência de prova do parafuso
O factor de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, os riscos, e muitas vezes é
definido pela norma técnica brasileira referente ao produto.
Para parafusos submetidos à tracção, faz-se:

= = = − 1.2268 ( . 2)

1.12. Cálculos de parafusos submetidos ao corte


1.12.1. Tensão admissível de corte
De acordo com a teoria da máxima energia de distorção, a tensão admissível de corte é
calculada a partir da tensão admissível de tracção por:
√3
= , : = 0.6 ( . 3)
3
1.12.2. Para parafusos submetidos ao corte duplo
Neste caso tem-se duas áreas simultâneas de corte do parafuso (secção KK` e LL` da figura
16), então faz-se duas vezes a área do parafuso, da seguinte forma:

= ( . 4)
2
1.12.3. Momento de aperto de parafusos
Muitas vezes uma máquina tem os parafusos apertados com o momento controlado com
torquímetro, como motores a combustão, estruturas, flanges. Nesse caso, a relação entre o
momento e a força de aperto do parafuso, para parafusos em bom estado, segundo Shigley é:
= 0.2 ( . 5)
Onde:
 – momento em [N.m];
 - diâmetro nominal do parafuso em [m] e
 - Força de aperto do parafuso em [N]
A força de aperto recomendada para parafusos que podem ser desmontados, pode atingir
75% da resistência de prova, sem o coeficiente de segurança. Nesse caso considera-se que se
o parafuso não romper durante o aperto, dificilmente irá romper em trabalho.
A força de aperto máxima do parafuso na peça Fi é calculada por:
= 0,75 ( . 6)
−Resistência/tensão de prova do parafuso, tabelado [N/mm2]

20
- Área menor da sessão do parafuso. [mm]

1.13. Características mecânicas dos parafusos


Na tabela 3 apresentam-se as classes de parafusos mais utilizadas em ligações metálicas
(classes 4.6, 5.6, 6.8, 8.8 e 10.9). De um modo geral, nas ligações sujeitas a forças e
momentos estáticos, podem ser utilizadas todas as classes de parafusos. Nas ligações sujeitas
a forças cíclicas susceptíveis de induzir fenómenos de fadiga, devem utilizar-se parafusos
com elevada resistência à fadiga e deformabilidade reduzida, nomeadamente os parafusos de
classes 8.8 e 10.9 ou superiores (Silva & Santiago, 2003).
Contudo, pode se dizer na maioria das ligações estruturais utilizam-se todas as classes de
parafusos, já que os esforços que lá actuam são na maioria estáticas.

Classe do parafuso 4.6 5.6 6.8 8.8 10.9


f_yb (MPa) 240 300 480 640 900
f_ub (MPa) 400 500 600 800 1000
Material e Baixa ou media percentagem de Liga de aço com uma
tratamento carbono, total ou parcialmente percentagem média de
recozido. carbono, temperado –
parafusos de alta resistência.
Tabela 3: Características mecânicas dos parafusos. (Adaptado de NBR 8855)

A zona mais fraca de um parafuso é a parte roscada. A resistência de um parafuso é


normalmente avaliada utilizando a “secção resistente à tracção” (também denominada por
“secção resistente”), definida pela média entre o diâmetro do núcleo da espiga e o
diâmetro “médio” :

+
= ( . 7)
2
O tamanho de um parafuso é definido em função do seu diâmetro nominal, do comprimento
abaixo da cabeça e do comprimento da parte roscada.

1.14. Comportamento de um parafuso numa ligação


A resistência última de uma ligação aparafusada é avaliada assumindo simplificações na
redistribuição das forças internas, comprovadas experimentalmente (Silva & Santiago, 2003).
Para as várias distribuições de forças possíveis ao longo de uma ligação, os parafusos podem
ser solicitados como:
Parafuso ao corte – Neste caso o movimento das placas de ligação é restringido
essencialmente pelo núcleo do parafuso;
21
Parafusos de alta resistência em ligações pré-esforçadas resistentes ao escorregamento –
Neste caso as placas são comprimidos entre si devido às forças de aperto dos parafusos,
resistindo por atrito. As ligações podem também ser resistentes à tracção (vide a figura 15
terceira coluna)

Ligações resistentes ao corte Ligações pré esforçadas Ligações resistentes à tracção

Figura 17: Distribuição de forças em ligações aparafusadas sujeitas ao corte e em ligação aparafusadas pré-
esforçadas (Trahair et al., 2001)

As forças internas (corte, esmagamento e tracção) podem ser transferidas por corte
esmagamento em ligações aparafusadas correntes e por atrito entre as placas em ligações pré-
esforçadas. Além destas, existem muitos outros tipos de ligações onde os parafusos são
solicitados por uma combinação de corte com tracção.

1.15. Materiais usados na construção de parafusos


Em geral, os parafusos são fabricados em aço de baixo e médio teor de carbono, por meio de
forjamento ou usinagem. Os parafusos forjados são opacos e os usinados são brilhantes. As
roscas podem ser cortadas ou laminadas.
O aço de alta resistência à tracção, aço-liga, aço inoxidável, latão e outros metais ou ligas
não-ferrosas podem também ser usados na fabricação de parafusos. Em alguns casos, os
parafusos são protegidos contra a corrosão por meio de galvanização ou cromagem. A tabela
que segue, mostra de forma resumida os materiais usados na construção de parafusos.

22
Especificação ( ) ( ) Diâmetro
mm pol
ASTM A307 - 415 - 1/2 ≤ ≤4
ISSO 898-1 Classe 235 400 12 ≤ ≤ 36 -
4.6
ASTM A325 635 825 16 ≤ ≤ 24 1/2 ≤ ≤1
560 725 24 ≤ ≤ 36 1< ≤1
ISO 4016 Classe 8.8 640 800 12 ≤ ≤ 36 -
ASTM A490 895 1035 16 ≤ ≤ 36 1/2 ≤ ≤1
ISO 4016 Classe 10.9 900 100 12 ≤ ≤ 36 -
Disponíveis também com resistência a corrosão atmosférica comparável a dos aços AR 350 COR ou a dos aços
ASTM A588
Tabela 4: Materiais usados na construção de parafusos. (Adaptado de NBR 8800)

23
Capítulo 2: Dimensionamento de acordo com a NBR 8800: 2008
2. Áreas de cálculo
2.1.Área efectiva para a pressão de contacto do parafuso
De acordo com a NBR 8800 a área efectiva para a pressão de contacto do parafuso é
calculada multiplicando o diâmetro do parafuso pela espessura da chapa ou viga em união.
Matematicamente isto deduz-se:
=∅ ∗ ( . 8)
2.2.Área efectiva do parafuso para tracção
A área efectiva do parafuso para tracção é um valor compreendido entre a área bruta do
parafuso e a área da trás da rosca. Para a NBR 8800, é calculada usando a fórmula
matemática:
= 0,75 ∗ ( . 9)
Onde o coeficiente 0,75 corresponde ao valor da área da raiz da rosca e é a área bruta do
parafuso baseada no diâmetro do parafuso ou no diâmetro externo da porca ou barra roscada.
= 0,25 ( . 10)

2.3.Forças resistentes ao cálculo


2.3.1. Força de tracção
A força de tracção resistente ao cálculo de um parafuso ou uma barra redonda roscada sob
tracção é representada pela designação simbólica , e é calculada pela fórmula:


, = [ ], ( . 11)

– é a resistência a ruptura do material do parafuso ou barra redonda roscada sob tracção,


especificada na tabela 4.

– Coeficiente de ponderação da resistência ou da acção das forças.

NB: Para as barras redondas com roscas, operando como porcas nas estruturas a força de
tracção não deve ser maior que a relação ∗ / , ou seja, ≤ , ≤ ∗ /

2.3.2. Força de corte resistente de cálculo


A força de corte resistente ao cálculo de um parafuso ou barra redonda roscada é calculada de
acordo com a orientação do plano de corte, sendo:
i) Para parafusos de alta resistência e barras roscadas, quando o plano de corte passa
pela rosca e para parafusos comuns em qualquer situação (qualquer orientação do
plano de corte), a força de corte é dada pela formulação matemática:
24
0,4 ∗ ∗
, = ( . 12)

ii) Para os parafusos de alta resistência e barras redondas roscadas, quando o plano
de corte não passa pela rosca:
0,5 ∗ ∗
, = [ ] ( . 13)

Como se pode notar, as duas fórmulas têm uma diferença de dez porcentos (10%) em termos
quantitativos o que origina a formulação matemática simplificável dependendo da orientação
do plano de corte, ou melhor,

0,4 ∗ ∗ 0,1 ∗ ∗
, = + ( . 14)

A segunda parcela pode desaparecer quando se trata do primeiro caso acima descrito.

2.4.Pega longa
Excluindo os casos de parafusos de alta resistência montados com pretensão inicial, quando o
vão excede 5 , a força de corte resistente de cálculo dos parafusos ou barras redondas
roscadas deve ser reduzida em 1% para cada 1,5 mm adicionais, isto que dizer que se o
comprimento aumentar em 6 mm a força de corte resistente ao corte deve ser reduzida em
4%.
2.5.Pressão de contacto em furos
A força resistente de cálculo à pressão de contacto de um furo, considerando a distância entre
dois furos consecutivos ou entre um extremo e a borda é também calculada considerando as
particularidades seguintes:
i) Para furos-padrão, furos alargados, furos pouco alongados em qualquer direcção e
furos muito alongados na direcção da forca, esta força é calculada considerando a
deformação do furo para as forças de serviço, ou seja,
a) Quando a deformação no furo para as forças de serviço for uma limitação do
projecto, esta força é calculada pela formulação matemática:
1,2 ∗ ∗ ∗
, = [ ] ( . 15)

E esta deve obedecer o intervalo (verificação):

1,2 ∗ ∗ ∗ 2,4 ∗ ∗
≤ [ ] ( . 15 )

25
b) Quando a deformação no furo para as forças de serviço não for uma limitação
do projecto, esta forca é calculada pela formulação matemática:
1,5 ∗ ∗ ∗
, = [ ] ( . 16)

E esta deve obedecer o intervalo (verificação):


1,5 ∗ ∗ ∗ 3,0 ∗ ∗
≤ [ ] ( . 16 )

ii) No caso de furos muito alongados na direcção perpendicular à da força, esta força
é calculada pela fórmula algébrica:
1,0 ∗ ∗ ∗
, = [ ] ( . 17)

E esta deve obedecer o intervalo (verificação):


1,0 ∗ ∗ ∗ 2,0 ∗ ∗
≤ [ ] ( . 17 )

Onde: - Distância na direcção da força entre a borda do furo e a borda do furo adjacente ou
a borda livre; - Espessura da parte ligada; - Diâmetro do parafuso; - Resistência à
ruptura do aço da parede do furo. A força resistente total é igual à soma das forças resistentes
à pressão do contacto calculadas para todos os furos.
2.6.Força resistente ao colapso por esmagamento
A força resistente ao colapso por esmagamento é calculada pela fórmula matemática:
0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗ 0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗
, = ≤ ( . 18)

=( + )∗ ∗ ; = + − 1,5 ∗ ∗

= ` + `` − ∗ ∗ ( . 18 )

Material Combinações de acções


Normais Especiais ou de Excepcionais
construção
Aço estrutural, pinos e parafusos – 1,10 1,10 1,00
estados limites de escoamento e
flambagem
Aço estrutural, pinos e parafusos – 1,35 1,35 1,15
estados limites de ruptura
Concreto 1,40 1,20 1,20

Aço de armadura de concreto armado 1,15 1,15 1,00


Tabela 5: Coeficientes de ponderação (Fonte: Adaptado NBR 8800, 2008)

26
2.7.Ligações de grande comprimento
Em uniões por contacto em emendas de barras sob tracção, com um comprimento superior a
1270 mm à direcção da força externa, a força de corte solicitante de cálculo e a força
solicitante de cálculo à pressão de contacto na parede de um furo nos parafusos devem ser
multiplicadas pelo factor 1,25 de modo a considerar a distribuição não-uniforme da força
externa pelos parafusos.

2.8.Tracção e corte combinados


A combinação simultânea da tracção e corte numa ligação deve ser atendida pela equação do
segundo grau denominada equação de interacção a seguir:

, ,
+ ≤ 1,0, ( . 19)
, ,

, – Força de tracção solicitante de cálculo por parafuso ou barra redonda roscada;

, - Força de corte solicitante de calculo no plano considerado do parafuso ou barra


redonda roscada;
, e , foram tratadas nas secções anteriores.
Relativamente ao uso da equação da interacção a força , deve atender as exigências da
tabela a seguir, porem há a necessidade de se fazer verificações para as forças de tracção e
corte isoladas a partir das fórmulas das secções anteriores.
Meio de ligação Limitação adicional do valor da forca de
tracção solicitante de cálculo por parafuso
ou barra redonda roscada
Parafusos ASTM A307 , ≤ / − 1.90 ,

Parafusos ASTM A325 , ≤ / − 1.90 ,

, ≤ / − 1.50 ,

Parafusos ASTM A490 , ≤ / − 1.90 ,

, ≤ / − 1.50 ,

Barras redondas roscadas em geral , ≤ / − 1.90 ,

Tabela 6: Limitação do valor da forca de tracção solicitante de cálculo por parafuso (Adaptado de NBR 8800,
2008)
2.9.Força resistente de parafusos de alta resistência em ligação por atrito
O projecto de ligações por atrito com parafusos de alta resistência precisa levar em conta se o
deslizamento é um estado-limite de serviço ou é um estado-limite último e deve ser feito
conforme os parágrafos que seguem.

27
Nas uniões com furos alargados e furos pouco alongados ou muito alongados com
alongamentos paralelos à direcção da forca aplicada, o deslizamento deve ser considerado um
estado-limite (vide o parágrafo a seguir). Nas ligações com furos-padrão e furos pouco
alongados ou muito alongados com alongamentos transversais à direcção da força aplicada, o
deslizamento deve ser considerado estado-limite de serviço

Para casos em que o deslizamento é um estado de limite, a força resistente de cálculo de um


parafuso ao deslizamento , deve ser maior ou igual à força cortante solicitante de cálculo
no parafuso. O valor numérico da força resistente de cálculo é dado por:

1,1 ∗ ∗ ∗ ∗ ,
, = 1− ( . 20)
1,3 ∗

– Força de pretensão mínima por parafuso;


, – Força de tracção solicitante de calculo no parafuso que reduz a força de pretensão;
- Número de planos de deslizamento;
- Coeficiente de ponderação de resistência igual a 1,2 para combinações normais,
especiais ou de construção e 1,00 para combinações excepcionais;
- Coeficiente médio de atrito, descrito a seguir:

i) 0,35 - para superfícies de classe A, ou seja, superfícies laminadas, limpas, isentas


de óleos ou graxa sem pintura, e para superfícies de classe C, ou melhor,
superfícies galvanizadas a quente com rugosidade aumentada manualmente por
meio de escova de aço (sem permissão do uso de maquinas).
ii) 0,5 - para as superfícies de classe B, ou melhor, superfícies jacteadas sem pintura
iii) 0,2 - para superfícies galvanizadas a quente;

- Corresponde ao factor de furo, igual a:


a) 1,00 - para furos-padrão;
b) 0,85 - para furos alargados ou pouco alongados;
c) 0,70 - para furos muito alongados.

O espaço mínimo entre as superfícies de classe A e B em contacto que deve ficar sem pintura
é ilustrada na figura abaixo sendo que as superfícies A e B podem também ser jacteadas e
pintadas, desde que o coeficiente médio de atrito seja comprovado pelas prescrições da
Specification dor strututal joints using ASTM A 325 or AA490 bolts, do AISC (American
Institute of Syeel Construction).

28
Figura 18: Superfícies em contacto sem pintura (Fonte: NBR 8800-2008,
2008, p.80)

Para casos em que o deslizamento é um estado limite


limit de serviço, a força reesistente nominal de
um parafuso ao deslizamento
to , deve ser maior ou igual à força cortante solicitante
característica, tomada como 70% da força cortante solicitante de cálculo.. O valor numérico
da força resistente nominal , é dado por:

,
, = 0,8 ∗ ∗ ∗ ∗ 1− ( . 21)
0,8 ∗

, é a força de tracção solicitante característica no parafuso que reduz a força de pretensão,


tomada como 70% da força de tracção solicitante de calculo.

2.10. Efeito de alavanca


No cálculo da força de tracção solicitante de cálculo em parafusos
afusos ou barras redondas
roscadas, deve-se
se levar em conta o efeito de alavanca, produzido pelas deformações das
partes unidas. Em outras palavras, o efeito alavanca ocorre quando unimos duas barras com
direcções de forca opostas provocando uma força de tracção nos parafusos e um das barras
sendo muita das vezes a de menor espessura dente a sofrer flexões exageradas que em algum
momento podem ser prejudiciais na estrutura, por isso esse feito deve ser tratada com rigor.

29
Figura 19: Efeito de Alavanca. (Fonte: Fonte: NBR 8800-2008, p.82 )

Caso as analises não sejam feitas de forma mais rigorosa, pode-se considerar que o efeito
alavanca tenha sido adequadamente considerado se for atendida pelo menos uma das
exigências e seguir:

 No cálculo da espessura das chapas das partes ligadas ( ) for empregado o


momento resistente plástico ( ) e a força de tracção resistente ao cálculo dos
parafusos for reduzida em 33%.
 Na determinação das espessuras das chapas das partes ligadas ( ), for empregado
o momento resistente elástico ( ) e a força de tracção resistente de cálculo dos
parafusos for reduzida em 25%.

Acrescentando, a dimensão a não deve ser menor que a dimensão b (na figura 19).
Ao calcular as espessuras das chapas das partes ligadas, deve-se tomar a força actuante em
um parafuso e a sua largura de influência na chapa (p) obtida na figura 15.

2.11. Dimensões e uso de furos e anilhas


As dimensões de furos devem obedecer ao indicado na tabela 7. No entanto, os furos de
maiores diâmetros podem ser usados nas placas de apoio de pilares, para levar em conta as
tolerâncias de locação de chumbadores em bases de contacto, usando-se anilhas
especialmente dimensionadas para tal situação, soldadas à placa base.
Nas ligações com buracos alargados ou alongados devem ser observados os tipos de ligação
permitidos e as limitações indicadas na tabela 8.
30
Diâmetro Diâmetro Diâmetro Dimensões do furo Dimensões do furo
do do furo- do furo pouco alongado muito alongado
parafuso padrão alargado

≤ 24 + 1.5 +5 ( + 1.5) ( + 6) ( + 1.5) 2.5


Dimensões

27 28. 5 33 28.5 x 35 28.5 x 67.5


em mm

≥ 30 + 1.5 +8 ( + 1.5) ( + 9.5) ( + 1.5) 2.5

≤ 7/8 + 1/16 + 3/16 ( + 1/16) ( ( + 1/16) 2.5


Dimensões em pol

+ 1/4)
1 11/16 11/4 11/16 x 1 5/16 11/16 x 2 1/2
≥ 11/8 + 1/16 + 5/16 ( + 1/16) ( ( + 1/16) 2.5
+ 3.8)
Tabela 7: Dimensões máximas de furos para parafusos e barras redondas roscadas (Adaptado de NBR 8800-
2008, p.83)

Tipo de furo Tipo de ligação Limitações


Posição do furo Anilhas
Alargado Por atrito Em qualquer uma ou em Endurecidas, sobre furos
toas as chapas de ligação alargados em chapas externas
de ligação
Pouco alongado Por atrito Em qualquer uma ou em Sobre furos pouco alongado
todas as chapas de em chapas externas de ligação
ligação. Qualquer posição, devem ser usadas anilhas, que
independentemente da devem ser endurecidas
direcção da solicitação. quando os parafusos forem de
Por contacto Em qualquer uma ou em alta resistência
todas as chapas de
ligação. Maior dimensão
normal à direcção da
solicitação.
Muito alongado Por atrito Em somente uma das Anilhas de chapas ou barras
partes da ligação, para a chatas contínuas, de aço
mesma superfície. estrutural, com espessura
Qualquer posição, mínima de 8 mm e com furo-

31
independentemente da padrão, devem ser usadas
direcção de solicitação sobre furos muito alongados
Por contacto Em somente uma das em chapas externas. Tais
partes da ligação, para a anilhas ou barras devem ter
mesma superfície. Maior dimensões suficientes para
dimensão normal à cobrir os furos alongados após
direcção da solicitação. a instalação dos parafusos.
Quando for necessário o uso
de anilhas endurecidas (ver
a)
6.7.4.2 e ), estes serão
colocados sobre aquelas
anilhas de chapa ou barras
continuas.
*
Quando forem usados parafusos ASTM A490 de diâmetro superior a 25,4mm, em furos alongados ou alargados,
nas chapas externas da ligação, devem ser usadas anilhas endurecidas de acordo com ASTM F436, porem da
espessura mínima igual a 8 mm, em lugar das anilhas-padrão.
Tabela 8: Limitações relativas ao uso de buracos alargados ou alongados (Adaptado de NBR 880-2008)

2.12. Mínima separação entre furos


O espaçamento entre os centros de furos-padrão, alargados ou alongados, não pode ser menor
que 2,7 , de preferência esta distância deve obedecer a equação:
=3 ( . 22)
Para além dessa condição, a distância livre entre as bordas de dois furos consecutivos não
pode ser menor ao diâmetro bruto do parafuso ou da barra redonda roscada ( ).

2.13. Máxima separação entre parafusos


O espaço máximo entre os parafusos que ligam uma chapa a um perfil ou a outra chapa em
contacto contínuo deve ser determinado como a seguir:
a) Para elementos pintados ou não sujeitos à corrosão, o espaço máximo de separação
entre parafusos não deve ser maior que 24 vezes a espessura da parte ligada menos
espessa ( ), nem 300 mm, ou seja,
≥ 24 ∗ ; ≤ ≤ 300 ( . 23)
b) Para elementos sujeitos à corrosão atmosférica, executados com aços resistentes à
corrosão, não pintados, o espaço entre os parafusos não pode ser maior que 14 vezes a
espessura da parte ligada menos espessa ( ), nem 180 mm, ou seja,
≥ 14 ∗ ; ≤ ≤ 180 ( . 24)

32
2.14. Distância mínima de um furo às bordas ( )
Esta distância vária para furos-padrão e furos alargados ou alongados, sendo:
i) Para furos-padrão esta distância não pode ser menor ao valor indicado na tabela 9;
ii) Para furos alargados ou alongados esta distância não pode ser menor ao valor
indicado na tabela 9 para furos-padrão acrescido de sendo definido como
= 0 para furos alongados na direcção paralela à borda considerada;
= 0,12 para furos alargados;
= 0,2 para furos pouco alongados na direcção perpendicular à borda levada
em conta.
= 0,75 para furos muito alongados na direcção perpendicular à borda
considerada(caso o comprimento do furo alongado for menor ao dado na tabela 9,
o produto pode ser reduzida duma quantia igual à metade da diferença entre o
comprimento dado na tabela e o comprimento real).

Diâmetro db Borda cortada com serra Borda laminada ou


pol mm ou tesoura cortada a maçaricob
mm mm
1/2 - 22 19
5/8 16 29 22
¾ - 32 26
- 20 35 27
7/8 22 38e 29
- 24 42c 31
1 - 44 32
1 1/8 27 50 38
- 30 53 39
1 1/4 - 57 42
- 36 64 46
>1 ¼ > 36 1,75 db 1,25 db
a
São permitidas distâncias inferiores as desta Tabela, desde que a equação aplicável de 6.3.3.3 seja satisfeita.
b
Nesta coluna, as distâncias podem ser reduzidas de 3 mm, quando o furo esta em um ponto onde a força solicitante de
cálculo não exceda 25% da força resistente de cálculo.
c
Nas extremidades de cantoneiras de ligação de viga e de chapas de extremidade para ligação flexível, esta distância pode
ser igual a 32 mm.
Tabela 9: distância mínima do centro de um furo à borda (Fonte: NBR 8800-2008, p.85)

33
2.15. Distância máxima de um parafuso ou barra roscada às bordas
Para qualquer que seja a borda de uma parte ligada, a distância de um centro do parafuso ou
barra redonda roscada, mais próximo até essa borda ao deve ser maior que 12 a espessura da
parte ligada considerada, nem 150 mm.
≥ 12 ∗ ; ≤ ≤ 150 ( . 25)

2.16. Disposições Construtivas


2.16.1. Furação de chapas
Os conectores são instalados em furos feitos nas chapas. A execução desses furos é onerosa,
tornando-se necessária a padronização de dimensões e espaçamentos, a fim de permitir
furacões múltiplos nas fibras.

O furo padrão para parafusos comuns deverá ter uma folga de 1,5 mm em relação ao
diâmetro nominal do parafuso, essa tolerância é necessária para permitir a montagem das
peças. O processo mais económico de furar é o puncionamento no diâmetro de definitivo, o
que pode ser feito para espessura t de chapa ate o diâmetro nominal do conector mais 3 mm.
Para chapas mais grossas, os furos deverão ser abertos com broca ou por punção inicialmente
com diâmetro pelo menos 3 mm inferior ao definitivo e, posteriormente alargados com broca.
Como o corte do furo por punção danifica uma parte do material da chapa, considera-se, para
efeito de cálculo da secção líquida da chapa furada, um diâmetro fictício igual ao diâmetro do
furo acrescido de 2 mm ou seja:

= +2 = + 3.5 ( . 26)

Alem do furo padrão, as ligações podem ser feitas com furos alargados ou alongados,
ilustrados na figura 16.

Figura 20: Tipos de furos: a) furo-padrão; b) furo alargado; c) furo pouco alongado; d) furo muito alongado (d =
diâmetro nominal do parafuso)

34
O emprego dos furos alargados e alongados na direcção da forca se restringe as ligações do
tipo atrito, enquanto os furos alongados com a maior dimensão do furo normal a direcção da
forca podem ser usadas em ligações do tipo apoio.

Figura 21: Espaçamentos construtivos mínimos recomendados para conectores, com furacão padrão.

Exercícios de aplicação
1. Duas chapas de 200 mm×12.7 mm (1/2 pol) pol em aço ASTM A36 são emendadas
com chapas laterais de 9,5mm (3/8 pol) e parafusos comuns (A307) ∅ 22 mm. As
chapas estão sujeitas às forças Ng=200 kN que surge da carga permanente, e Nq=100
kN que surge da carga variável de uso da estrutura. Verificar a segurança da união no
estado limite último em combinação normal de acções.

Figura 22: Exercício 1

1º Passo: Primeiramente é necessário calcular o esforço solicitante de cálculo. Este pode ser
calculado da seguinte maneira:

= + ⋮ = 1,4 × 200 + 1,5 × 100 ⋮ = 430

A ligação em questão é um caso clássico de ligação sujeita apenas ao esforço cortante, sendo
portanto necessário avaliar a ligação em relação ao corte no parafuso, à pressão de contacto
na parede dos furos e ao colapso por rasgamento (corte de bloco).
35
2º Passo: É apresentado primeiro o cálculo para o corte no parafuso, destacando que todos os
parafusos são de tipo comum

Sabendo que estamos perante a aço estrutural de carga normal, o coeficiente de ponderação
= 1,35. Já que as placas são de aço, = 415. 10 e o diâmetro dos parafusos é de
22 mm, teremos:

0,4 ∗ ∗ 0,4 ∗ (22. 10 ) ∗ 415. 10


, = ⋮ , = ⋮
4 ∗ 1,35
, = ,

A força calculada corresponde apenas a um parafuso. Como a ligação tem 6 parafusos e dois
planos de corte, vamos multiplicar a força encontrada por 12, ou seja,

, = 46742,24 ∗ 12 ⋮ , = ,

3º Passo: Verificação da ligação em relação a pressão de contacto (Força resistente a pressão


de contacto)

Como se pode notar no desenho, as duas chapas unidas não tem a mesma espessura, logo não
terão a mesma força. Para a chapa de 12,7 mm, a força actuante é exactamente igual à força
solicitante de cálculo calculada primeiramente, ou seja, = 430 . Em contra partida,
para a chapa de 9,5 mm de espessura a força actuante será a metade de já que existem na
ligação duas chapas de 9,5 mm sendo uma em cima e outra em baixo. Matematicamente,
/2 = 215 .

Da equação 15, a força resistente à pressão de contacto é dada pela fórmula:

1,2 ∗ ∗ ∗
, =

Para a chapa de 12,7 mm

 Vai se calcular primeiro para apenas um parafuso externo, ou seja, perto da borda:

= − 0,5 ⋮ = + 1,5 → = − 0,5( + 1,5)

= 51 − 0,5(22 + 1,5) ⋮ = 39,25 ⋮ = 0,03925

1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ 0,03925 ∗ 0,0127 ∗ 4. 10


, , = ⋮ , , = ⋮
1,35

36
, , = 177,2355

Aplicando a condição 15a, temos:

1,2 ∗ ∗ ∗ 2,4 ∗ ∗ 2,4 ∗ 0,022 ∗ 0,0127 ∗ 4. 10


≤ ⋮ 177,2355 ≤
1,35

177,2355 ≤ 198,6844 → !

, → = ,

 De seguida vai se calcular a força resistente à pressão de cálculo para apenas um dos
parafusos internos da ligação, ou seja,

1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ ( − )∗ ∗
, , = ⋮ , , =

1,2 ∗ (0,07 − 0,0235) ∗ 0,0127 ∗ 4. 10


, , = ⋮ , , = 209,9733
1,35

1,2 ∗ ∗ ∗ 2,4 ∗ ∗ 2,4 ∗ 0,022 ∗ 0,0127 ∗ 4. 10


≤ ⋮ 209,9733 ≤
1,35

209,9733 ≤ 198,6844 ã , , , = ,

Já que na ligação há 3 parafusos externos e três parafusos internos, a força resistente à


pressão de cálculo total da ligação fica:

, =3 , , + , , ⋮ , = 3(198,6844 + 177,2355)

, = ,

Comparando a ultima força com a força de calculo solicitante, tem se:

, > !

Para a chapa de 9,5 mm

Os mesmos procedimentos anteriores serão efectuados para esta chapa. De salientar que a
distância será a mesma para este caso, uma vez que as distancias até a ambas bordas são as
mesmas (NOTA: isso nem sempre acontece).

Para os parafusos externos tem-se:

37
1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ 0,03925 ∗ 0,0095 ∗ 4. 10
, , = ⋮ , , =
1,35

, , = 132,5777

Condicionando, tem-se:

1,2 ∗ ∗ ∗ 2,4 ∗ ∗ 2,4 ∗ 0,022 ∗ 0,0095 ∗ 4. 10


≤ ⋮ 132,5777 ≤
1,35

132,5777 ≤ 148,6222 !

, , = 132,5777

De forma similar, para os parafusos internos tem-se:

1,2 ∗ ∗ ∗ 1,2 ∗ ( − )∗ ∗
, , = ⋮ , , =

1,2 ∗ (0,07 − 0,0235) ∗ 0,0095 ∗ 4. 10


, , = ⋮ , , = 157,0666
1,35

157,0666 ≥ 148,6222 ã , , , = 148,6222

, =3 , , + , , ⋮ , = 3(132,5777 + 148,6222) ⋮ , = 843,59

, > /2 !

4º Passo: Verificação de colapso por esmagamento

Na verificação do colapso por esmagamento, o diâmetro do furo é calculado pela equação 25,
ou seja,

= + 3,5 ⋮ = 0,0255

A região hachurada na peça mostra a área crítica da ligação. Nessa região a área brita sujeita
ao corte ( ), área líquida sujeita ao corte ( ), área líquida sujeita à tracção ( ), são
respectivamente dadas pelas equações 18a:

= (0,07 + 0,051) ∗ ∗ ⋮ = , .

= 0,07 + 0,051 − 1,5 ∗ ∗ ⋮ = , .

= 0,038 + 0,038 − ∗ ∗ ⋮ = , .

38
NOTA: ( − numero de veses que a área critica de corte se repete e é a maior espessura)

De acordo com a equação 18, força resistente ao colapso por esmagamento de calculo é dada
por:

0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗ 0,6 ∗ ∗ + ∗ ∗
, = ≤

0,6 ∗ 4. 10 ∗ 2,10185.10 + 1 ∗ 4. 10 ∗ 1,2827.10


, = ⋮ , = 753,7214
1,35

Condicionando tem-se,

0,6 ∗ 2,5. 10 ∗ 3,0734.10 + 1 ∗ 4. 10 ∗ 1,2827.10


, ≤
1,35

, ≤ 721,5481 ã , , = ,

Comparando com a força solicitante, verifica-se que , > logo, a ligação está
correctamente dimensionada.

2. Verificar as tensão nos conectores do consolo das figuras 23a e 23b, assumir
parafusos ASTM A307 com diâmetro de 16 mm e que os casos de força resistente de
cálculo à pressão de contacto na parede dos parafusos e ao colapso por rasgamento
(Corte do bloco) não são críticos. Adoptar ainda estado de limite do projecto, com
coeficiente de majoração das acções igual à 1,4.

Figura 23: Exercício 2


Solução: Trata-se de ligação aparafusada à flexão excêntrica, uma vez que os parafusos
superiores estão sujeitos a tracção e de corte. Entretanto, o esforço de tracção para o parafuso
crítico deve ser calculado da seguinte forma:
39
1º Passo:

2∗ ∗ 0,25 ∗ (1,6. 10 )
= ⋮ = = 8.04
5

ℎ 2,5 + 5,0 + 5,0 + 5,0 + 5,0 + 5,0 + 2,5


= =
20
1+ 1 + 0,804

30
= = 50,10
20
1 + 0,804

=ℎ− = 30 − 5,010 = 249,90

0,804 ∗ 24,990 20 ∗ 5,010


= + = + = 5020,82
3 2 3 2

5020,82
= = = 223,247
−2 5,0
24,990 − 2

1,4 ∗ 100 ∗ 15,0


= = = = 9,407 /
223,247

, = = 9,407 ∗ ∗ 0,25 ∗ 1,6 = 18,913

Ainda, o esforço cortante por parafuso pode ser calculado como:

1,4 ∗ 100
, = = = 11,67
12

Como o enunciado afirmou que os casos de força resistente de cálculo a pressão de contacto
na parede dos furos e ao colapso por rasgamento não são críticos, deve-se então verificar se
as forças solicitantes encontradas são inferiores a força resistente de cálculo de corte no
parafuso, bem como a força de cálculo de tracção no parafuso.

É apresentado primeiro o cálculo para o corte no parafuso, destacando que todos os parafusos
são do tipo comum ( = 0,4), apresentam um plano de corte, são de aço A307 ( =
41,5 / ) e que a força é resistida por 12 parafusos. Dessa maneira, para um parafuso
com um único plano de corte ( , ) tem-se

(0,25 ) 0,4 ∗ 0,25 ∗ ∗ 1,6 ∗ 41,5


, = = = = 24,72
1,35

40
Na sequência é apresentado o cálculo para um parafuso sujeito a tracção:

0,75 0,75 ∗ 0,25 ∗ ∗ 1,6 ∗ 41,5


, = = = 46,36
1,35

Quando a ligação é excêntrica por flexão não basta apenas que os esforços resistentes sejam
maiores que os esforços solicitantes, eles devem ainda atender a inequação apresentada a
seguir, a qual é calculada para um único parafuso.

, ,
+ ≤ 1,0
, ,

17,46 11,67
+ ≤ 1,0
46,36 24,72

0,14184 + 0,22287 = 0,36471 ≤ 1,0 → !

Dessa forma, pode-se afirmar que a ligação esta correctamente dimensionada.

3. A figura abaixo mostra uma ligação aparafusada com 4 parafusos hexagonais ISO
4016 de classe 8.8 que deve suportar uma força de tracção de 100 kN. Para um
coeficiente de segurança de 1,25 calcule o diâmetro nominal de cada parafuso e
comente o resultado.

Dados: = 100 ; 4016 (8.8); =; =?


Discussão: A ligação conta com 4 parafusos, logo a força F deve ser dividida por 4.
Os parafusos de união são ISO 4016 de classe 8.8, logo = 640 de acordo
com a tabela 4.

10
= ⋮ = ⋮ = ⋮ = ⋮ 3,5261
4 4 4 ∗ 6,4. 10

≅7

41
Comentário: de acordo com a tabela 4 os parafusos ISSO 4016 de classe 8.8, devem
ter um diâmetro que pertença ao intervalo 12 ≤ ≤ 36. O resultado não pertence ao
intervalo, logo a ligação não está correctamente dimensionada (Subdimensionamento).

Correcção: Como correcção, escolhe-se outra classe de parafusos, neste caso, pode se
escolher a classe 4.6 com = 240 , com isso:

10
= ⋮ = ⋮ ≅6 ↔ = 12
4 4 ∗ 2,4. 10

Para esta classe, o intervalo do diâmetro é 12 ≤ ≤ 36. O resultado está contido no


intervalo, logo a ligação está correctamente dimensionada.

4. O parafuso ISO 4016 de classe 8.8, M12x1.0 é apertado com um torque igual a 30 N.m.
calcule a força com a qual este parafuso foi apertado. Comente o resultado na medida dos
seus conhecimentos.
Dados: 12 1.0; = 30 . ; =?

Discussão: O principal objectivo deste exercício é de levar o estudante a conhecer os códigos


Métricos. A representação M12x1.0 indica um parafuso de rosca métrica com diâmetro
nominal de 12 mm e um passo de 1 mm.
Da equação 5, o torque de aperto de um parafuso é: = 0.2 com isso,
30
= ⋮ = ⋮ = 12,5
0.2 0,2 ∗ 0.012
Comentário: De acordo com a equação 6, = 0,75 ⋮ = ,

1,25. 10
= ⋮ ≅ 148
0,75 ∗ 1,130. 10
Comparando este resultado com a tensão de ruptura do parafuso ISO 4016 de classe 8.8 da
tabela 4, constata-se que: << , logo o aperto é seguro.

42
Conclusão
Os parafusos usados em estruturas metálicas devem passar por um tratamento para que eles
possam suportar as solicitações empregues a eles, também deve-se respeitar os torques para
que os parafusos não sejam danificados no momento da montagem nas estruturas, é
importante a escolha de um dos dois parafusos estruturais mencionados no trabalho sendo
que os parafusos de alta resistência são mais os mais aconselháveis pois estes são feitos de
material apropriado para as estruturas metálicas (aço – carbono).

No dimensionamento dos parafusos é necessário verificar após os cálculos as variáveis que


foram encontradas através das condições encontradas na norma usada, permitindo assim uma
correcta verificação das tensões e distancias entre os parafusos como mostram os cálculos no
presente trabalho.

Após montadas, as estruturas aparafusadas precisam de uma manutenção preventiva como


por exemplo a verificação de desapertos das porcas, o afrouxamento dos parafusos, a
corrosão das partes unidas ou do próprio parafuso, a verificação de fissuras na partes unidas e
nos parafusos, e mais. Em caso de avaria, recomenda-se que um especialista na área efectue a
respectiva manutenção correctiva.

43
Bibliografia
Beer, F. P., & al, e. (2011). Mecanica dos Materiais (5 ed.). Nova York: AMGH.

Budynas, R. G., & Nisbett, J. K. (2011). Elementos de Maquinas de Shigley: projecto de


engenharia mecanica. Porto Alegre: AMGH.

Cherkassky, H. H. (2000). Elementos de Máquinas. Rio de Janeiro: SENAI.

Franceschi, A. d., & Antonello, M. G. (2014). Elementos de Máquinas. Santa Maria: Rede e-
Tec Brasil.

NBR 8800,. (2008). Projecto de estruturas de aco e de estruturas mistas de aco e concretos
de edificios. Brasil: ABNT.

Pauli, E. A., & Uliana, F. S. (1996). Noções Básicas de Elementos de Máquinas - Mecânica.
Espirito Santos: SENAI.

Pfeil, W. (2009). Estruturas de aço: dimensionamento pratico de acordo com a norma NBR
8800:2008 (8a ed.). Rio de Janeiro: LTC.

Silva, L. S., & Santiago, A. (2003). Manual de Ligações Metálicas. Coimbra: cmm –
Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista.

Trahair, N. S., et al,. (2001). The Behaviour and Design of Steel. London: Spon Press.

44
Anexos
A1: Tipos de parafusos

45
A2: Tipos de parafusos, continuação

46
47
A3: Principais perfis de roscas

A4: Tipos de porcas


Formato Designação Aplicação
Porca borboleta Apertos a mão: Serrote
manual

Rosca recartilhada baixa Apertos manuais: porcas


reguladoras

Rosca recartilhada alta Apertos manuais: porcas


reguladoras

Porca cega baixa Usado em apertos com


vedação

48
Porca cega alta Usado em apertos com
vedação. Usado também nas
rodas dos automóveis
Porca redonda com fenda Ajuste de eixos

Porca redonda com


entalhes

Porca redonda com furos


radiais

Porca redonda com dois


furos paralelos

Porca hexagonal Usado em máquinas,


estruturas e mais

Porca hexagonal chata Usado em máquinas,


estruturas e mais

Porca quadrada Usado em máquinas,


estruturas e mais

Porca quadrada chata Usado em máquinas,


estruturas e mais

A5: Tipos de anilhas e suas respectivas aplicações


Formato Designação Aplicação
Anilha lisa Além de distribuir igualmente o
aperto, a anilha lisa tem também,
a função de melhorar os aspectos
do conjunto. A arruela lisa por
não ter elemento de trava, é
utilizada em órgãos de máquinas
que sofrem pequenas vibrações.

49
Anilha de É utilizada na montagem de
pressão conjuntos mecânicos, submetidos
a grandes esforços e grandes
vibrações. Funciona, também,
como elemento de trava, evitando
o afrouxamento do parafuso e da
porca. É, ainda, muito empregada
em equipamentos que sofrem
variação de temperatura
(automóveis, prensas etc.).
Anilha Muito empregada em
dentada equipamentos sujeitos a grandes
vibrações, mas com pequenos
esforços, como electrodomésticos,
painéis automotivos, aparelhos de
refrigeração etc.
Anilha É usada nos mesmos tipos de
serralhada trabalho que a arruela dentada.

Anilha É adequada para equipamentos


ondulada que possuem acabamento externo
constituído de chapas finas.
É indicada, especialmente, para
superfícies pintadas, evitando
danificação do acabamento.
Anilha de É usado para travar os elementos
travamento unidos na direcção do eixo.
com orelha

50
Anilha É muito utilizada em montagens
perfilada que envolvem cantoneiras ou
perfis em ângulo.

Outras anilhas

51

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