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DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 SUMARIO 1. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 1.1. Consideragées gerai 1.2. Principios e Objetivo: 1.3. Competéncia .. 1.4. Atos chamatérios ... 1.5. Da Fase Preliminar 1.5.1. Termo circunstanciado e priséo em flagrante.. 1.5.2. Audiéncia preliminar e composicao civil dos danos 1.5.3. Transagao penal. oYVaanuauw 1.6. Do Procedimento Sumarissimo propriamente dito. 1.7. Suspenso condicional do processo 17. Conceito e cabimento. 1.7.2. Revogagio do benefic 1.8. Juizados Especiais Criminais Federa 1.9. RESUMO 1. LEI DE CRIMES HEDIONDOS. (Lei 10.259/01). 1.1. Fianga e liberdade proviséria .. 1.2. Progressao de regime . 1.3. Sursis (Suspensao condicional da pena) .. 1.4, Outras disposigées relevantes. 2. Lei de Drogas 3. ABUSO DE AUTORIDADE.. 3.1. Competéncia. 3.2. Ago penal 3.3. Procedimento propriamente di 4, CODIGO DE TRANSITO BRASILEIRO. 5. ESTATUTO DA CRIANGA E DO ADOLESCENTE. 6. LEI MARIA DA PENHA. 6.1. Medidas Judiciais 7. EXECUCAO PENAL. 7.1. Dos regimes de cumprimento. Progresso e regressao de regime. 7.2. Das autorizacées de saida DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 7.3. Da remicao.. 7.4. Disposicées jurisprudenci 8. ASPECTOS PROCESSUAIS DA LEI DE LICITACOES .. 9, ASPECTOS PROCESSUAIS DA LEI 7.492/86. 10. EXERCICIOS DA AULA... 11, GABARITO. importantes sobre execucao penal. Ola, pessoal! Vamos estudar hoje os aspectos processuais de diversas Leis, como a Lei de Drogas, Lei Maria da Penha, 0 procedimento dos Juizados Especiais Criminais, etc. Sugiro foco na Lei Maria da Penha, na Lei de crimes hediondos ena Lei dos Juizados Especiais Criminais. Como a abordagem, em relagéo aos temas desta aula, jd é sintetizada, coloquei resumo apenas em relaco ao item I (Juizados Especiais Criminais), pois € o mais complexo e extenso! Bons estudos! DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 1. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 1.1. _Consideracées gerais Os Juizados Especiais Criminais foram instituidos pela Lei 9.09/95, estabelecendo um rito proprio para o processo e jamento_de determinadas infragdes penals, eBhsideradas'de MENOR POTENCTAL OFENSIVO. Este rito proprio foi chamado pelo CPP de rito SUMARISSIMO. Os Juizados Especiais Criminais, em nivel estadual, estéo regulamentados pela Lei 9.099/95, e, em nivel federal, pela Lei 10.259/01, aplicando-se, subsidiariamente, a Lei 9.099/95 quando nao houver previsdo na Lei 10.259/01. Os Juizados Criminais séo competentes para processar e julgar as infragées de menor potencial ofensivo, que, nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95, so as contravengdes (quaisquer) e crimes cuja pena maxima nao seja superior a dois anos, cumulada ou néo com multa. Vejamos: Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provid por julzes togados ou togados e leigos, tem competéncia para a conciliacao, 0 julgamento e a execucao das infragdes penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continéncia. (Redago dada pela Lei n® 11.313, de 2006) Parégrafo Unico. Na reuniéo de processos, perante o julzo comum ou o tribunal do jiri, decorrentes da aplicacéo das regras de conexéo e continéncia, observar-se-do os institutos da transacao penal e da composicéo dos danos civis. (Ineluido pela Lei n® 11.313, de 2006) Art. 61. Consideram-se infragées penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravencées penais e os crimes a que a lei comine pena maxima ndo superior 2 2 (dois) anos, cumulada ou nao com multa. (Redagio dada pela Lei n? 11.313, de 2006) CONTRAVENGOES PENAIS CRIMES TODAS APENAS AQUELES CUJA PENA MAXIMA NAO SEJA SUPERIOR A 02 ANOS © § Unico do art. 60, como vocés podem ver, também foi alterado em 2006, de forma que havendo de ser julgada uma IMPO (Infracéo de menor potencial ofensivo) perante outro Juizo (em razSo de regras de conex3o ou continéncia), devem ser observados os institutos da Transagio Penal e da composic&o dos danos civis. RESUMINDO: Se o infrator cometer uma IMPO em conexéo com um crime do Juri, por exemplo (Homicidio), ambos serao julgados pelo Juri, pois a competéncia deste prevalece (segundo as regras de conexao do DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 CPP), mas a infragdo de menor potencial ofensivo devem ser aplicados os institutos despenalizadores previstos na Lei 9.099;95, conforme preconiza 0 art. 60, § Unico da Lei 9.099/95. 1.2. Os principios e objetivos dos Juizados Especiais Criminais estado previstos no art. 62 da Lei Art. 62. O proceso perante 0 Juizado Especial orientar-se-d pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possivel, a reparacao dos danos sofridos pela vitima e a aplicacao de pena nao privativa de liberdade. (Redacao dada pela Lei n° 13.603, de 2018) is e Objetivos Assim, os Juizados possuem como principios: ¥ Oralidade - Os atos processuais, sempre que possivel, serdo praticados oralmente, sendo reduzidos a termo; v¥ Simplicidade - Este principio norteador dos Juizados Especiais Criminais foi inserido pela Lei 13.603/18. Trata-se de um comando destinado nao sé ao legislador, mas também aos operadores do Direito. A ideia é fazer com que a tramitacdo dos processos se dé da forma menos complexa possivel, sem a criagéo de entraves desnecessérios. Simplicidade e informalidade caminham lado a lado. ¥ Informalidade - Os processos perante os Juizados Especiais néo seguem formalidade to rigorosa quanto aqueles julgados pelo Juizo comum. Nao é a toa que temos as previsGes dos arts. 64 e 65 da Lei: Art. 64. Os atos processuais sero publicos e poderso realizar-se em horério noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organizacao judiciéria. Art. 65. Os atos processuais seréo vélidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. v Economia Processual - Deve-se buscar sempre a méaxima efetividade dos atos processuais, concentrando-os de forma a garantir a economia do processo, ou seja, a maior eficiéncia possivel, com 0 menor gasto de tempo e dinheiro do Poder Publico; ¥ Celeridade Processual - A busca pela celeridade (rapidez) processual é um principio do Juizado, notadamente quando se analisa que neste rito (sumarissimo) diversas fases processuais s&o atropeladas, de forma a garantir 0 desfecho célere do proceso. Os objetivos, por sua vez, so: DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 v Reparacio dos danos sofridos pela vitima - E a chamada “composicéio dos danos civis”, ou seja, objetiva-se sempre a reparacao do dano causado pelo infrator, de forma a garantir que a vitima seja indenizada pelo prejuizo que sofreu, seja ele de ordem material ou moral; Y Aplicago de pena néo-privativa de liberdade ~ Busca-se, sempre, aplicar pena que no seja a privativa de liberdade, como forma de evitar a prisio de pessoas que tenham cometido infragdes que no causam lesio t&o grave & sociedade, podendo ser punidas de outras formas. Friso a vocés que isso néo se confunde com impunidade, pois o infrator seria punido, sé que com uma pena que néo seria privativa de liberdade. 1 Competéncia A competéncia dos Juizados Especiais, como vimos, é para o processo e julgamento dos crimes cuja pena maxima n&o seja superior a dois anos (art. 60 da Lei). Entretanto, qual é a competéncia ratione loci (competéncia territorial)? A competéncia territorial esta definida no art. 63 da Lei: Art. 63. A competéncia do Juizado seré determinada pelo lugar em que foi praticada a infracao penal. Vejam, portanto, que foi adotada a teoria da ATIVIDADE. Porém, existem determinados crimes que nao se submetem ao rito dos Juizados Especiais. Sao eles: Y Crimes militares - Nao importa qual a pena cominada (se é menor que dois anos ou no), no se aplica o rito sumarissimo aos crimes militares. Vejamos o art. 90-A da Lei 9.099/95: Art. 90-A. As disposices desta Lei néo se aplicam no émbito da Justica Militar. (Artigo incluido pela Lei n° 9.839, de 27.9.1999) CUIDADO! Em relacao aos crimes de violéncia doméstica, o STF eo STJ entendem que é possivel o julgamento pelo rito sumarissimo, o que nao € possivel € a aplicacéo dos institutos despenalizadores (transag4o penal, suspensao condicional do proceso, etc.) 1 Os atos chamatérios no rito sumarissimo (citacéo e intimacdes) também seguem um regramento especifico. Nos termos do art. 66 da Lei, a citagéo ser&é NECESSARIAMENTE PESSOAL, n&o_ havendo possibilidade de citagao editalicia Atos chamatorios DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 Entenderam? NAO — POSSIiVEL CITAGCAO POR EDITAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS! A Doutrina entende ser inadmissivel também, por analogia, a citago por hora certa. Vejamos 0 art. 66 da Lei: Art. 66. A citacdo serd pessoal e far-se-4 no préprio Juizado, sempre que possivel, ou por mandado. Mas, professor, e se 0 acusado ndo for encontrado? Nesse caso, © § Unico do art. 66 determina que sejam remetidas as pecas do processo ao Juizo comum, seguindo-se o processo, no Juizo comum, pelo rito sumario. Vejamos: Paragrafo Unico. Néo encontrado 0 acusado para ser citado, 0 Juiz encaminharé as pecas existentes ao Juizo comum para adocao do procedimento previsto em lei. Quanto as intimagées, seguindo a linha do PRINCIPIO DA INFORMALIDADE, podera elas ser enviadas por correspondéncia com aviso de recebimento: Art. 67, A intimacao far-se-8 por correspondéncia, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa juridica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepcao, que sera obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessério, por oficial de justica, independentemente de mandado ou carta precatéria, ou ainda por qualquer meio idéneo de comunicacéo. Tendo sido o ato praticado em audiéncia, as partes s&o consideradas cientes, nos termos do art. 67, § Unico da Lei: Paragrafo Unico. Dos atos praticados em audiéncia considerar-se-a0 desde logo cientes as partes, os interessados e defensores. Da intimagao do autor do fato ou citacéo do acusado, deverd constar a necessidade de acompanhamento por advogado e, caso ele nao constitua um, os autos serao remetidos a Defensoria Publica: Art. 68. Do ato de intimagao do autor do fato e do mandado de citacao do acusado, constaré a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a adverténcia de que, na sua falta, ser-Ihe- designado defensor publico. 1.5. Da Fase Preliminar 1.5.1. Termo circunstanciado e priséo em flagrante Tomando ciéncia da ocorréncia de uma IMPO, a autoridade policial NAO INSTAURARA INQUERITO POLICIAL, essa é a primeira disting&o. A autoridade, nestes casos, deverd lavrar 0 que se chama de TERMO CIRCUNSTANCIADO. Vejamos: Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorréncia lavraré termo circunstanciado e 0 encaminhard imediatamente ao Juizado, com 0 autor do fato e a vitima, providenciando-se as requisicées dos exames periciais necessarios. ATENCAO! 0 termo circunstanciado sera _utilizado, posteriormente, DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 como subsidio para a agdo penal, dispensando-se o inquérito policial”. Além disso, seré dispensdvel o exame de corpo de delito (em regra ele seria necessério, nos crimes que deixam vestigios, por forca do art. 158 do CPP), desde que o termo circunstanciado esteja acompanhado por boletim médico ou prova equivalente, atestando a materialidade do fato (art. 77, §19 da Lei 9.09/95). Se © autor do fato se comprometer a comparecer a todos os atos do processo, NUNCA PODERA SER PRESO EM FLAGRANTE, nos termos do § Unico do art. 69. 1.5.2. Audiéncia preliminar e composicao civil dos danos Apés esta etapa em sede policial, sera designada audiéncia preliminar (art. 70), na qual o Juiz deverd cientificar as partes acerca da conveniéncia da composigao civil dos danos. Vejamos: Art. 70. Comparecendo 0 autor do fato e a vitima, e néo sendo possivel a realizacao imediata da audiéncia preliminar, seré designada data préxima, da qual ambos sairao cientes. Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciara sua intimacao e, se for 0 caso, a do responsavel civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei. Art. 72. Na audiéncia preliminar, presente 0 representante do Ministério Publico, © autor do fato e a vitima e, se possivel, o responsavel civil, acompanhados por seus advogados, 0 Juiz esclareceré sobre a possibilidade da composicao dos danos e da aceitacao da proposta de aplicacao imediata de pena nao privativa de liberdade. Interessante notar que essa audiéncia de conciliacéo pode ser presidida pelo Juiz ou pelo conciliador, que é um auxiliar da Justica, sob orientago do Juiz: Art. 73. A conciliagéo seré conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientacao. Parégrafo nico. Os conciliadores so auxiliares da Justica, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluidos os que exercam fungées na administracao da Justica Criminal. Obtida a composigao civil dos danos causados, 0 Juiz a homologara por sentenca, que sera IRRECORRIVEL, eis que nenhuma das partes sucumbiu. Nesse caso, a sentenga valeré como titulo executivo na seara Art. 74. A composicéo dos danos civis serd reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentenca irrecorrivel, ter eficdcia de titulo a ser executado no juizo civil competente. 1 Sabemos que o IP é um procedimento DISPENSAVEL para o ajuizamento da acdo penal. O que este dispositivo quer dizer é que nas infragées de menor potencial ofensivo go teremos IP, mesmo em se tratando de crime de ago publica. DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 Se o crime for de aco penal ptiblica CONDICIONADA ou de acéo penal privada, a composico civil dos danos acarreta a RENUNCIA DO DIREITO DE OFERECER REPRESENTACAO OU QUEIXA. Nos termos do § unico do art. 74: Paragrafo unico. Tratando-se de acao penal de iniciativa privada ou de acéo penal publica condicionada a representacao, 0 acordo homologado acarreta a rentncia ao direito de queixa ou representacao. Caso néo seja obtida a composigao civil dos danos, e sendo caso de aco penal privada ou publica condicionada a representagao, o Juiz dard oportunidade ao ofendido para que apresente a sua representacéo ou ofereca a queixa: Art. 75. Nao obtida a composigao dos danos civis, sera dada imediatamente a0 ofendido a oportunidade de exercer o direito de representagao verbal, que serd reduzida a termo. Caso 0 ofendido nao a exerga no momento, poderd exercer esse direito posteriormente (oferecimento de queixa ou representac&o), desde que dentro do periodo legal: Parégrafo Unico. O néo oferecimento da representacio na audiéncia preliminar no implica decadéncia do direito, que poderd ser exercido no prazo previsto em lei. Caso o ofendido ofereca a representacao (crimes de acdo penal publica condicionada) ou sendo crime de ac&o penal publica incondicionada, o Juiz dara vista ao MP para que proponha, se for cabivel, a TRANSAGAO PENAL. 1.5.3. Transacao penal Art. 76. Havendo representacéo ou tratando-se de crime de acdo penal publica incondicionada, ndo sendo caso de arquivamento, 0 Ministério Publico poderd propor a aplicacao imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. Esta proposta de TRANSACAO PENAL néo podera ser oferecida se ocorrer uma das hipdteses do § 2° do art. 76 da Lei: § 20 Nao se admitiré a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infragéo condenado, pela pratica de crime, 4 pena privativa de liberdade, por sentenca definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicacao de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - no indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstdncias, ser necessaria e suficiente a adocao da medida. Assim: TRANSAGAO PENAL - INADMISSIBILIDADE + Se o autor do fato tiver sido condenado, pela pratica de crime, a pena privativa de liberdade, por sentenca definitiva + Se o autor do fato tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 de cinco anos, com a transagao penal * Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motives e as circunstancias nao indicarem ser necesséria e suficiente a adogao da medida Sendo aceita a proposta, ela serd submetida ao Juiz, para que a acolha ou nao. Caso o Juiz acolha a proposta, aplicard a pena restritiva de direitos ou multa, mas essa sang&o nao é considerada uma condenagao, nem é levada em conta para fins de reincidéncia, sendo apenas um “ACORDO" entre o MP e 0 acusado, de forma que o MP deixa de oferecer a aco penal e solicita, em troca disso, que o acusado pague alguma multa ou cumpra uma pena restritiva de direitos. Da deciséo do Juiz que acolhe ou nao a proposta, caberé APELACAO: § 3 Aceita a proposta pelo autor da infracdo e seu defensor, serd submetida 4 apreciacao do Juiz. § 4° Acolhendo a proposta do Ministério Publico aceita pelo autor da infracio, 0 Juiz aplicaré a pena restritiva de direitos ou multa, que nao importaré em reincidéncia, sendo registrada apenas para impedir novamente 0 mesmo beneficio no prazo de cinco anos. § 5° Da sentenca prevista no parégrafo anterior caberé a apelacéo referida no art. 82 desta Lei. § 69 A imposicao da sancao de que trata 0 § 4° deste artigo ndo constaré de certidao de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositive, e nao ter efeitos civis, cabendo aos interessados propor acéo cabivel no juizo civel. A transacio penal é direito subjetivo do réu? 0 ST) entende que n&o (AgRg no REsp 1356229 / PR). Mas, professor, e se 0 acusado NAO ACEITAR a proposta de transagdo penal? Nesse caso, o MP oferecerd dentincia oral, se n&o for caso de realizag3o de alguma diligéncia. Vejamos: Art. 77. Na aco penal de iniciativa publica, quando nao houver aplicacao de pena, pela auséncia do autor do fato, ou pela nao ocorréncia da hipotese revista no art. 76 desta Lel, 0 Ministério Publico oferecerd a0 Juiz, de imediato, dentincia oral, se nao houver necessidade de dlligéncias imprescindiveis. Se a aco penal for privada, o ofendido poderd oferecer a queixa, nos termos do art. 77, §3° da Lei: § 3° Na acao penal de iniciativa do ofendido poder ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstancias do caso determinam a adocao das providéncias previstas no paragrafo Unico do art. 66 desta Lei. DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 CUIDADO! A Lei nao prevé possibilidade de TRANSAGAO PENAL nos crimes de acao penal privada. Entretanto, a Jurisprudéncia vem admitindo esta possibilidade, cabendo ao préprio ofendido o seu oferecimento (AgRg no REsp 1356229/PR, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, julgado em 19/03/2013, DJe 26/03/2013). Por fim, deve ser ressaltado que se a causa for complexa, os autos poderdo ser remetidos ao Juizo comum, para que seja processado pelo Tito sumério. Esse pedido deverd ser feito pelo MP (se for caso de acdo penal publica) ou verificado de oficio pelo Juiz, se for caso de agdo penal privada. Vejamos: Art. 77. (004) § 2° Se a complexidade ou circunsténcias do caso no permitirem a formulacéo da denincia, 0 Ministério Publico poderd requerer ao Juiz 0 encaminhamento das pecas existentes, na forma do paragrafo Unico do art. 66 desta Lei. § 3° Na aco penal de iniciativa do ofendido poderd ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstancias do caso determinam a adocao das providéncias previstas no paragrafo Unico do art. 66 desta Lei. Do Procedimento Sumarissimo propriamente E um procedimento bastante simples, objetivo, previsto nos arts. 77 a 81 da Lei. A Unica discuss&o relevante quanto ao procedimento sumarissimo se da no que se refere a aplicabilidade, ou nao, do art. 394, §4° do CPP. Vejamos: Art. 394 (...) § 40 As disposicées dos arts. 395 a 398 deste Cédigo aplicam- se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que nao regulados neste Cédigo. (Incluido pela Lei n® 11.719, de 2008), ° Esses arts. 395 a 397 (0 art. 398 estd revogado) tratam do recebimento ou rejeicéo da inicial acusatéria e, ainda, da absolvicéio suméria do acusado. A Doutrina e Jurisprudéncia sao pacificas no que se refere a aplicag’o dos arts. 395, 396-A e 397 do CPP ao rito sumarissimo, havendo impasse, apenas, com relacaéo @ aplicabilidade, ou nao, do art. 396 do CPP. Vejamos: Art. 396. Nos procedimentos ordindrio e sumério, oferecida a dentincia ou queixa, o juiz, se nao a rejeitar liminarmente, recebé-la-4 e ordenard a citacéo do acusado para responder 4 acusacéo, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redacio dada pela Lei n® 11.719, de 2008). DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 Vejam, portant, que o CPP determina que o acusado sera citado para responder a acusacao APOS 0 RECEBIMENTO DA DENUNCTA Agora, vejamos 0 que diz o art. 81 da Lei 9.099/95: Art. 81. Aberta a audiéncia, seré dada a palavra ao defensor para responder & acusag3o, apés 0 que o Juiz receberd, ou nao, a deniincia ou queixa; havendo recebimento, serao ouvidas a vitima e as testemunhas de acusacao e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e 4 prolacao da sentenca. Vejam, assim, que no procedimento previsto na Lei 9.099/95, a resposta 4 acusacéo é ANTERIOR ao recebimento da dentincia ou queixa. Como conciliar? Prevalece o entendimento de que NAO SE APLICA AO PROCEDIMENTO SUMARISSIMO O ART. 396, pois a redagao do art. 396 6 clara ao dizer que “nos procedimentos ordindrio e sumério...”, de forma que se entende que néo é a intenciio da lei aplicd-lo ao rito da Lei 9.099/95. Oferecida a denuincia ou queixa, dispensa-se exame de corpo de delito, caso os vestigios estejam documentados por boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1° da Lei). Devem ser arroladas as testemunhas, cujo ntimero a Lei ndo diz. Aplica-se, por analogia, 0 art. 532 do CPP (nimero de testemunhas no rito sumério), considerando-se que o ntimero maximo de testemunhas, aqui, seja de CINCO. Apés esse momento, proceder-se-d a citag&o do acusado. Se ele estiver presente a audiéncia preliminar, e sendo oferecida a inicial acusatéria na audiéncia preliminar, considerar-se-4 citado, sendo cientificado da data da audiéncia de instrucdo e julgamento, nos termos do art. 78 da Lei: Art. 78. Oferecida a dentincia ou queixa, seré reduzida a termo, entregando- se cépia a0 acusado, que com ela ficara citado e imediatamente cientificado da designacao de dia e hora para a audiéncia de instrucao e julgamento, da qual também tomarao ciéncia o Ministério Puiblico, 0 ofendido, o responsavel civil e seus advogados. § 1° Se 0 acusado no estiver presente, serd citado na forma dos arts. 66 € 68 desta Lei e cientificado da data da audiéncia de instrucdo e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimacgo, no minimo cinco dias antes de sua realizacao. § 20 Nao estando presentes 0 ofendido e o responsavel civil, serao intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem & audiéncia de instrucdo e julgamento. § 30 As testemunhas arroladas sero intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei. DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 Caso 0 acusado no esteja presente, sera citado pessoalmente e, caso isso no seja possivel, as peas serdo remetidas ao Juizo comum para que ld o processo seja julgado, nos termos do art. 78, §1° da Lei. Na audiéncia de instruc&o e julgamento o Juiz: v Facultara a defesa responder a acusacéo - Esté previsto no art. 81 da Lei. O teor da resposta seguiré o que prevé o art. 396-A do CPP. ¥ © Juiz rejeita ou recebe a inicial acusatéria - Aqui, ou o Juiz verifica estarem presentes todos os requisitos e recebe a inicial, ou verifica que ha alguma das hipdteses do art. 395 e REJEITA LIMINARMENTE A INICIAL ACUSATORIA. ¥ Recebendo a inicial, o Juiz pode absolver sumariamente ‘© réu ~ Aqui o Juiz verificard se esta presente alguma situacao do art. 397 do CPP, hipotese na qual deverg: ABSOLVER SUMARIAMENTE! [ON/ACUSADO. “Nao sendo 0 caso, prosseguira com a audiéncia de instrugao e julgamento. Y Ouvira a vitima, as testemunhas de acusacao e defesa e, por Ultimo, procederé ao interrogatério do acusado (NESTA ORDEM); Y Apés isso, passa-se a fase dos debates orais - Nao hd previsdo de substituic&o dos debates orais por alegagoes finais escritas, mas é muito comum acontecer isto na pratica. Vv Apés os debates orais, o Juiz profere sentenca - A sentenga no rito sumarissimo DISPENSA RELATORIO, até pelo principio da INFORMALIDADE. Vejamos 0 §3° do art. 81 da Lei: § 3°A sentenca, dispensado o relatério, mencionaré os elementos de convicgao do Juiz. Da sentenga final ou da deciséo de rejeicéo da inicial acusatéria caberé APELACAO, nos termos do art. 82 do CPP: Art. 82, Da deciséo de rejeicio da dentincia ou queixa e da sentenca caberd apelacéo, que poderd ser julgada por turma composta de trés Juizes em exercicio no primeiro grau de jurisdicao, reunidos na sede do Juizado. § 19 A apelacio seré interposta no prazo de dez dias, contados da ciéncia da sentenca pelo Ministério Publico, pelo réu e seu defensor, por peti¢ao escrita, da qual constarao as razées e 0 pedido do recorrente. § 2° O recorrido seré intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. O prazo para a interposicéio da apelacdo sera de 10 dias. S&o cabiveis, ainda, EMBARGOS DE DECLARACAO, caso haja ‘comisso, obscuridade ou contradig&io na sentenga ou acérdéo, nos termos do art. 83 da Lei: Art. 83. Cabem embargos de declaracao quando, em sentenca ou acérdio, houver obscuridade, contradicéo ou omissio. (Redaco dada pela Lei n? 13.105, de 2015) (Vigéncia) DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB Teoria e exercicios comentados - Aula 11 Esses embargos INTERROMPEM o prazo para interposicéo da APELACAO, e podem ser opostos por escrito ou oralmente, no prazo de CINCO DIAS: § 1° Os embargos de declaracao sero opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciéncia da decisao. § 20 Os embargos de declaracdo interrompem o prazo para a interposicéo de recurso. (Redac&o dada pela Lei n° 13.105, de 2015) (Vigéncia) Por fim, a Jurisprudéncia tem admitido a interposicéo de RECURSO EXTRAORDINARIO DA DECISAO DAS TURMAS RECURSAIS (6rgé0 colegiado que julga os recursos das decisées de primeiro grau), mas nado se admite a interposicéo de RECURSO ESPECIAL, nos termos do art. 102, III c/c art. 105, III da CRFB/88) e simulas 640 do STF’ e 203 do sTJ. 1.7.__Suspensio condicional do processo 1.7.1. Conceito e cabimento Embora sejam consideradas IMPO os crimes aos quais a Lei comine pena maxima nao superior a dois anos (além das contravences penais), somente podem ser beneficiadas com a SUSPENSAO CONDICIONAL DO PROCESSO aquelas infragées cuja pena minima nao seja superior a 01 ano. Vejamos o art. 89 da Lei 9.0999/95: Art. 89. Nos crimes em que a pena minima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou no por esta Lei, o Ministério Publico, a0 oferecer a dentincia, poderé propor a suspensdo do processo, por dois a quatro anos, desde que 0 acusado nao esteja sendo processado ou néo tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensdo condicional da pena (art. 77 do Cédigo Penal). Dai se conclui que NEM TODA INFRAGAO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO podera ensejar a suspenséo condicional do processo, mas somente aquelas cuja pena minima nao seja superior a um ano. Mas e se ha previsdo de alguma causa de aumento de pena? Ela € considerada para o calculo da pena minima? Sim. Neste caso a pena minima seré a pena-base minima acrescida do aumento minimo. EXEMPLO: José é denunciado por um crime X, cuja pena prevista é de 06 meses a 02 anos de detenc&o. Contudo, José praticou o delito em ? Samula 640 do STF: "E cabivel recurso extraordindrio contra decisdo proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alcada, ou por turma recursal de juizado especial

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