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História Unisinos

9(2):116-123, Maio/Agosto 2005


© 2005 by Unisinos

A história de uma história – o protagonismo das mulheres


na Teologia Feminista
History of a history: women protagonism in Feminist Theology

Marga J. Ströher1
marga@est.com.br

Resumo. Nesse ensaio, me proponho a apresentar uma reflexão sobre a história da


implantação da cátedra de Teologia Feminista na Escola Superior de Teologia/EST e do
significado epistemológico da Teologia Feminista. Na primeira parte, apresento uma
narrativa da história da Teologia Feminista na EST, desde a articulação para sua criação até
sua implantação. Na segunda parte, apresento uma reflexão sobre o impacto que representou
o ingresso de mulheres no estudo da Teologia e o protagonismo das mulheres no campo
teológico e, sobretudo, no teológico feminista, e a relevância social da teologia feminista
articulada com os movimentos feministas.

Palavras-chave: teologia feminista, movimento feminista, história, crítica ao patriarcado,


sexismo, hermenêutica feminista, epistemologia feminista.

Abstract. In this essay I intend to present a reflection about the history of the Feminist
Theology Chair implantation at the Escola Superior de Teologia/EST and about the
epistemological significance of Feminist Theology. In the first part, I present a narrative of
1
Feminist Theology’s history at EST, from the articulation for its creation until its
Mestre e Doutora em
Teologia. Professora na
implementation. In the second part, I present a reflection about the impact that
Escola Superior de Teologia/ represented women’s access to the study of Theology and the protagonism of women in
EST e coordenadora do the theological field and, above all, in the feminist theological field, and the social relevance
Núcleo de Pesquisa de of feminist theology articulated with the feminist movements.
Gênero, vinculado ao Institu-
to Ecumênico de Pós-
Graduação em Teologia/ Key words: feminist Theology, feminist movement, History, patriarchal criticism, sexism,
IEPG, dessa mesma escola. feminist Hermeneutic, feminist Episthemology.

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A história de uma história – o protagonismo das mulheres na Teologia Feminista

A história de uma história Os 15 anos da Cátedra de Teologia


Feminista

Os 35 anos de formação de mulheres


Na década de 80, o grupo de Mulheres concentrou
suas discussão e ações em torno da premência de termos
uma teóloga como professora, e, em 1985, na Semana Aca-
A Escola Superior de Teologia /EST, em seus
dêmica do Centro Acadêmico Dr. Ernesto Schlieper
59 anos de existência, celebra, em 2005, os 35 anos de
(CADES), criou-se a primeira Comissão Pró-Teóloga – que
formação de mulheres. A primeira mulher a se formar
completa 20 anos –, formada por estudantes. Dessa Co-
foi Elisabeth Dietschi, em junho de 1970. Essa
missão e das outras que se sucederam não participavam
trajetória nem sempre foi marcadamente feminista,
apenas mulheres, mas também homens. Já se propunha
embora a simples presença de mulheres nas aulas com
uma cátedra para mulheres e homens, embora a discussão
os homens causava desconfortos, constrangimentos e
de gênero ainda não estivesse presente de forma explícita.
inúmeros questionamentos. As dificuldades do cotidi-
Enquanto se articulavam a criação dessa cátedra e a
ano do estudo e as de acesso a campos de trabalho na
busca de uma teóloga para assumi-la, foram organizados
Igreja levaram as mesmas a se organizar no “Grupo de
seminários intensivos e convidadas professoras visitantes.
Mulheres”, fundado em 1979, mesmo ano da organi-
Assim, no primeiro semestre de 1987, realizamos o primei-
zação da primeira “república” de feminina de estudan-
ro Seminário Intensivo de Teologia Feminista, com Ivone
tes de teologia ( Jarschel, 1986, p. 144) O Grupo de
Gebara, que tratou da “Cristologia e interpretação bíblica
Mulheres funcionou por mais de vinte anos, reuniu-se
numa ótica feminista”. No primeiro semestre de 1989 a
“com o intuito de refletir sobre nosso papel de mulher
teóloga nicaragüense Patrícia Castro passou o semestre na
na FAC.TEOL. [Faculdade de Teologia], na igreja e
EST com aulas sobre “Interpretação Bíblica Feminista”.
na sociedade” ( Jarschel, 1986, p. 144-145). Os encon-
Em 15 de maio de 1990, foi aprovada oficialmente
tros de pastoras e mulheres estudantes de Teologia que
a criação de uma cadeira curricular de Teologia Feminista.
começaram a ser organizados nessa época foram fun-
Depois da aprovação deu-se um outro intensivo debate em
damentais para a consolidação da permanência das
torno do nome que essa cátedra deveria receber, pois a pa-
mulheres na Faculdade de Teologia. Esses encontros
lavra “feminista”, como ainda hoje, causa desconfortos e
configuravam-se como espaços para discutir temas re-
aporias em certos setores. Elisabeth Schüssler Fiorenza re-
levantes da Teologia Feminista e para compartilhar as
lata que nos Estados Unidos, por exemplo, cerca 70% das
experiências das primeiras pastoras formadas e as dú-
mulheres se recusam a qualificar-se como feministas, pois é
vidas e caminhos percorridos pelas estudantes na sua
uma etiqueta que estigmatiza as mulheres como fanáticas,
formação teológica. As experiências advindas dos cam-
preconceituosas, misândricas e loucas, embora a maioria
pos de atuação pastoral apontavam para as dificulda-
delas subscrevam os objetivos políticos do feminismo, como
des, as limitações e as potencialidades enfrentadas e as
o fim da discriminação das mulheres, a igualdade de salário
descobertas no cotidiano do trabalho, desde o nível dos
pelo mesmo trabalho, a divisão das tarefas domésticas e o
direitos, como remuneração e licença maternidade até
cuidado das filhas e dos filhos, a despenalização do aborto,
novas reflexões teológicas que se processavam a partir
a condenação da violência contra mulheres e do assédio
dos estudos na academia e da experiência prática pas-
sexual e a possibilidade da ordenação de mulheres (Fiorenza,
toral. Haidi Jarschel comenta, em seu artigo “Algumas
2004) A proposta oficial era que o nome fosse “Teologia
reflexões sobre o ministério feminino”, de 1986, o se-
feminina”, “Teologia da mulher ou da ótica da mulher”, –
guinte:
nomenclaturas usuais na época por teólogas e instituições
teológicas de nosso contexto – o termo Teologia Feminista
Parece-me que a mulher que vai busca da teologia
somente foi adotado oficialmente na América Latina, em
ou do pastorado é alguém que já rompeu com mui-
1993, por ocasião do Encontro regional das Teólogas da
tas estruturas fixas que a cercavam. Esta coragem
ASETR/EATWOT - Associação Ecumênica de Teólogos
de quebrar preconceitos, instituições e estruturas
e Teólogas do terceiro Mundo (Deifelt, 2004b, p. 172).
talvez a caracterize como alguém que não conse- 117
A articulação estudantil, de forma protagônica, per-
gue mais sobreviver em estruturas fixas e autori-
sistiu no nome feminista pelo seu caráter político, e por estar
tárias como é a realidade da maioria de nossas
em consonância com o movimento feminista e com a nomen-
paróquias ( Jarschel, 1986, p. 146). clatura usada em outros contextos de formação teológica. Essa

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posição foi afirmada e apresentada pela Comissão Pró- Feminista alocada na grade curricular. Contudo, a existên-
Teóloga em carta oficial, de 11 de junho de 1990, ao Conse- cia dessa cátedra não implica, por si só, redimensionamentos
lho Curador que é o órgão máximo de decisão da Escola teológicos significativos. Como assinala Wanda Deifelt, a
Superior de Teologia, expressando a posição estudantil em instituição da mesma “implica revisões constantes de nos-
assembléia do Centro Acadêmico de 30 de maio de 1990, sos postulados, nossas prioridades e nossos encaminhamen-
que, em votação unânime, fez a opção pelo nome Teologia tos institucionais” (Deifelt, 2004a, p. 281).
Feminista para essa cátedra, conforme a seguir:

Teologia ‘Feminista’: é uma teologia que tem como es- O Núcleo de Pesquisa de Gênero
pecífico a questão das mulheres (no seu coletivo), tanto
na sua experiência de opressão, quanto na sua experi-
ência de resistência e luta por libertação. [...] Ela é
Em 1998, depois de um período de encontros de
uma teologia crítica que, a partir do seu específico,
caráter mais informal, foi criado, na EST, o Núcleo de Pesqui-
buscar abranger todas as formas de opressão, valendo
sa de Gênero/NPG (registrado no Diretório de Grupos do
também o inverso, do amplo para o específico. Nesse
CNPq), agenciando e aglutinando os diversos projetos de
círculo hermenêutico, a Teologia Feminista prioriza a
pesquisas em teologia feminista ou com o enfoque das teori-
questão das mulheres sem se perder na sua amplitude
as de gênero na pós-graduação. Esse núcleo, além de aglutinar
como a Teologia da Libertação, por exemplo, que não
pesquisadoras e pesquisadores de diferentes áreas, propõe
consegue com a sua proposta libertadora atingir os as-
debates, articula grupos de discussão, mapeia temas emer-
pectos conjunturais de certas opressões específicas, como
gentes, publica textos, participa em eventos importantes na
a opressão racial – negros e indígenas – e a opressão
área de gênero, assessora grupos e instituições.
sexista. [...]
Em 2004, duas realizações relevantes constituíram-
Ela reivindica um espaço autônomo enquanto ciência
se como marcos para o Núcleo de Pesquisa de Gênero. O
dentro da teologia em geral. Somente com esta liber-
primeiro, foi a publicação do livro À flor da pele. A dinâmica
dade será possível haver um deslocamento do eixo
de produção dos textos do livro se deu no contexto de um
hermenêutico androcêntrico do discurso teológico para
diálogo entre diferentes pressupostos e áreas de conheci-
uma compreensão feminista de mundo, cultura huma-
mento. O itinerário foi sendo traçado a partir das vivências
na e de história. Concluindo, a Teologia Feminista
e reflexões em torno de gênero e corporeidade. Gênero foi
não quer redescobrir ou revalorizar certos aspectos das
instrumental comum, utilizado para entender a construção
mulheres que outrora ‘apenas’ foram esquecidos e nem
de identidades masculinas e femininas. Entendemos que
criar uma polarização sexista, mas, a partir de sua
escrever experiências é também visibilizar sujeitos
especificidade, humanizar toda a teologia, história e
construídos e em contínuo processo de construção. Cada
cultura, valorizando o ser humano como um todo.
texto passou, portanto, por um processo de elaboração
escrita, leitura coletiva, apresentação e discussão em mesa
Em 1991, Wanda Deifelt, que retornara dos estu-
redonda, re-escrita e releitura, até chegar como texto fi-
dos de doutorado nos Estados Unidos, foi convidada a as-
nal, fruto de uma reflexão plural. Cada qual escreveu a
sumir a cátedra de Teologia Feminista Escola Superior de
partir do seu campo de pesquisa e atuação, desde a di-
Teologia/EST, onde permaneceu até meados de 2004, sen-
versidade de área de conhecimento e história de vida,
do, portanto, por quase 14 anos titular dessa cátedra. E por
para compor uma contribuição textual reflexiva, reivin-
11 anos foi a única teóloga feminista dessa instituição. A
dicando gênero e corporeidade como mediações
Comissão Pró-Teóloga funcionou como grupo de articulação
hermenêuticas.
da criação da cátedra e, depois, como grupo de apoio para a
O segundo marco foi a realização do I Congresso
implantação da mesma, mas se dissolveu compreendendo
Latino-americano de Gênero e Religião, reunindo mais
ter cumprido seu papel. Fundamental também foi o apoio
de 180 participantes do Brasil e de diversos países da
permanente das Igrejas Protestantes Unidas da Holanda
América Latina e de alguns países da Europa. Os eixos
na viabilidade do funcionamento da cátedra e dos projetos
temáticos propostos pelo Congresso foram a corporeidade,
por ela coordenados ou apoiados, como por exemplo, o En-
118 etnia e masculinidade. Em torno dessas questões circula-
contro Estadual de Teologia Feminista que realiza nesse
ram as conferências, as mesas de discussão e as comuni-
ano a sua décima edição, e publicações na área de Teologia
cações de trabalhos e pesquisas.
Feminista e Relações de Gênero.
No momento, a EST é praticamente o único centro
de formação teológica no nosso contexto que tem a Teologia

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A história de uma história – o protagonismo das mulheres na Teologia Feminista

O significado epistemológico- organização da sociedade, mas serem reconhecidas como


sujeitos sociais e políticos, como sujeitos éticos e do conhe-
social da formação de mulheres cimento. Na teologia as mulheres querem ainda ser reco-
na Teologia nhecidas e capacitadas como sujeitos do conhecimento e da
elaboração teológica, ou seja, de ter reconhecida, na expres-
são de Ivone Gebara, a sua cidadania teológica (Gebara,
Da formação de mulheres teólogas 1989, p. 25).
à c onsciência crítica feminista A Teologia Feminista demarca um novo território
teológico, pois não sustenta apenas o ingresso e o acesso
das mulheres à Teologia. Ela demarca o campo de ação
A formação de mulheres em Teologia representa teológica com um diferencial: chama a atenção para a ex-
um marco dentro de uma área historicamente dominada clusão das mulheres proclamada a partir dos discursos, ações
por homens e configurada como patriarcal. O patriarcado e ritos patriarcais baseados em argumentos baseados em
religioso é uma de suas formas mais intensas e eficientes, já concepções errôneas da biologia e do divino. Ela provoca
que o mesmo é assumido como divinamente estabelecido e um deslocamento ou uma desterritorialização da Teologia
que os homens que governam o fazem por mandato divino com suas interpelações, reflexões e ações e propõe uma
( Johnson, 1995, p. 46). Questionar esse pressuposto e reorganização da teologia, dos espaços de debates teológi-
desmontá-lo teoricamente significa fazer uma ruptura cos e da igreja.
epistemológica. “Na Teologia, o androcentrismo assegura A Teologia Feminista coloca na agenda teológica
que os homens que governam constituirão a norma para a temas nunca antes considerados em sua pertinência, como
linguagem não só em relação à natureza humana, mas tam- a questão do poder, da assimetria e das desigualdades en-
bém em relação a Deus, ao pecado, à redenção, à Igreja, e à tre os gêneros, da corporeidade, da sexualidade, da violên-
sua missão” ( Johnson, 1995, p. 46). Assegura também que cia sexista, dos direitos reprodutivos, do eco-feminismo e do
os homens constituirão a norma para definir quais são os próprio método teológico. A Teologia Feminista afirmou-se
direitos das mulheres. O homem é colocado como o sujeito e produziu deslocamentos teológicos em todas as áreas da
e o referencial ético. Teologia. A experiência e a ideologia patriarcal continuam
A Teologia Feminista é um marco representativo inscritas nos nossos corpos e em suas atitudes, ações e com-
porque a teologia não lida apenas com o referencial acadê- portamentos, mas de alguma maneira a Teologia está influ-
mico, mas com o simbólico, as subjetividades, a enciada e interpelada pela Teologia Feminista. A nossa ex-
espiritualidade, as liturgias, os ritos e os mitos. Não há algo periência como cátedra específica na EST a fez ficar, por
mais poderoso do que as liturgias, porque confirmam e con- vezes, isolada e não inter-relacionada com outras áreas, mas
formam o mundo no nível simbólico-subjetivo – por isso é inegável sua influência no pensar e em procedimentos da
podemos entender o esforço monumental que determina- instituição teológica. Partindo de um território específico
das igrejas fazem para afastar as mulheres do espaço litúrgico em termos de método teológico, passa para o abrir de novos
e da liderança dos rituais legitimados pela ordenação ao horizontes do fazer teológico, incluindo novos referenciais
ministério. epistemológicos e desafios pertinentes às experiências das
A entrada de mulheres no estudo de teologia não mulheres e às questões das relações de gênero.
representa automaticamente uma ruptura com modelos Já é possível perceber os impactos que uma
androcêntrico-patriarcais e heteronormativos. “Ultrapassar hermenêutica da suspeita tem provocado sobre a
as fronteiras reivindicatórias significa tocar no problema hermenêutica bíblica – como iniciar o processo interpretativo
antropológico maior, isto é, não se limitar a conseguir lugares do texto sagrado pela hermenêutica da suspeita – , especi-
semelhantes ou iguais aos homens, mas buscar uma reor- almente pela desconstrução de textos e interpretações sexis-
ganização da sociedade no seu conjunto” (Gebara, 1989, p. tas e patriarcais, pela reconstrução de histórias e tradições de
11). E, apesar do crescimento do número de mulheres or- mulheres e pela construção de novas possibilidades de lei-
denadas, percebe-se que é necessário ir além do acesso e tura e espiritualidade. Essa desconstrução não se dá ape-
da presença das mulheres nos mais diversos espaços da nas em nível teórico e acadêmico, mas na vida prática coti-
teologia e da igreja. As estruturas simbólicas da igreja care- diana, inclusive, na vida doméstica da casa, que também é
espaço de relações de poder e de construção de saber. Por 119
cem de alteração significativa para que de fato possa haver
mudanças estruturais e relacionais. outro lado, recupera o potencial das mulheres, suas tradi-
Mulheres não podem e não querem apenas ser in- ções não inscritas nos cânones patriarcais e propõe novas
cluídas ou anexadas na construção do conhecimento e na tradições, articulações teológicas, símbolos, rituais, ações pró-
ativas e novas proposições éticas.

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Em contrapartida, as mulheres enfrentam as mais e um chamado para o ressuscitar das práticas revolucioná-
diversas dificuldades para serem aceitas nos espaços con- rias feministas da década de 1970. Fiorenza destaca: “O
sagrados pelo referencial masculino, na academia, nas igre- despertar revolucionário de consciência baseia-se na con-
jas, nos espaços litúrgicos, no exercício da liderança, no acesso vicção de que temos que transformar a nós mesmas se qui-
a cargos de direção. A presença de mulheres no estudo da sermos transformar as estruturas opressivas de dominação
Teologia tem crescido nos centros de formação teológica e como o racismo, a homofobia, o sexismo, os preconceitos de
na EST já alcança a cifra de 50%, mas nem todas se iden- classe ou a hegemonia colonialista” (Fiorenza, 2004, p. 30).
tificam ou querem ser identificadas como feministas, pois
as estruturas patriarcais estão tão arraigadas, assimiladas e
naturalizadas que elas nem sempre se sentem excluídas.
Nesses espaços de formação teológica as mulheres são alvo
Demarcar a relevância social da teo-
de ironias, censuras, constrangimentos e seu labor, sua ca-
logia articulada com os movimentos
pacidade e sua criatividade teológica não são tratadas com feministas
a devida seriedade. Há um discurso de igualdade que per-
passa as grandes narrativas teológicas masculinas, mas igual-
mente acompanhadas de posturas e práticas discriminatórias O feminismo, como um movimento, teve e tem um
e excludentes. Isso provoca um certo recuo das próprias papel crucial, interferindo na história mais recente da hu-
teólogas em desenvolver uma postura feminista mais crítica manidade. Ele questiona e propõe a redefinição dos papéis
e passa-se ao nível das negociações com algumas conces- das mulheres e dos homens no campo da sexualidade, do
sões e até uma certa condescendência institucional para conhecimento, da experiência, da linguagem, da cultura, da
não perder tudo o que já foi construído e alcançado na arte, do comportamento, da ética, da religião, da educação,
história. É pertinente a observação crítica da reconhecida da política, do cotidiano, das relações interpessoais, da dis-
teóloga brasileira, Ivone Gebara: cussão dos temas sociais e do mundo do trabalho. Enfim,
ele propõe a de(s)construção da visão antropológica
A teologia feminista na América Latina, particular- androcêntrica e patriarcal e o desenvolvimento de uma nova
mente no Brasil, não conseguiu a audiência esperada compreensão de ser humano e de uma nova construção do
nas instituições religiosas e acadêmicas. A maioria das mundo. “O movimento feminista conseguiu questionar leis
mulheres que se dedicam à pesquisa na linha feminis- e costumes, introduzir novas legislações, novas formas de
ta, além de serem poucas numericamente, estão de cer- linguagem, assim como abrir novos referenciais teóricos e
ta forma renunciando às opções feministas radicais práticos em vista de uma convivência baseada na justiça e
em favor de uma convivência menos conflitiva com a na igualdade” (Gebara, 2004, p. 153).
teologia tradicional nas suas diferentes expressões e O feminismo se caracteriza como uma prática de
inclusive com a Teologia da Libertação. Nesses últimos ação política organizada em favor dos direitos das mulheres
anos, elas têm perdido força organizativa e sobretudo, – “o feminismo é prioritariamente uma ética”, ressalta
força política nas instituições da religião. Aceitaram Margarita Cea-Naharro (Cea-Naharro, 2002, p. 93). “Ao
falar mais de relações de gênero e menos de feminis- afirmar que o sexo é político, pois contém também ele rela-
mo, sem perceber que as análises de gênero sem femi- ções de poder, o feminismo rompe com os modelos políticos
nismo legitimam as mesmas estruturas patriarcais. tradicionais, que atribuem uma neutralidade ao espaço in-
Quando muito, abrem brechas na ordem estabelecida, dividual e que definem como política unicamente a esfera
mas não a modificam (Gebara, 2004, p. 158). pública, ‘objetiva’” (Alves e Pitanguy, 1982, p. 8). As rela-
ções interpessoais também contêm componentes de poder
Elisabeth Schüssler Fiorenza, uma das mais impor- e hierarquia, formas de organização tradicionais permeadas
tantes precursoras da Teologia Feminista mundial, chama a pela assimetria e autoritarismo.
atenção para a necessidade de permanentes processos de O movimento Feminista – e, conseqüentemente, a
conscientização e a revitalização de estratégias que modifi- teorias feministas e a Teologia Feminista – é o mais impor-
quem as atitudes e as crenças tanto das mulheres como das tante movimento de mudança do século XX e continuará
crianças e homens para transformações sociais significati- esse processo no século XXI. A Teologia, bem como as outras
120 vas. Fazendo referência ao livro da feminista e crítica cultu- áreas de conhecimento, não pode ignorar esse fato e deixar
ral bell hooks – que faz questão de inscrever seu nome em de incorporar suas perspectivas no seu fazer teológico.
letras minúsculas como crítica ao poder patriarcal de nome- As teorias feministas contribuem para o processo
ar –,Feminism is for Everybody, no qual essa autora faz uma de descontrução da teologia e do poder eclesiástico patriar-
crítica ao feminismo por sua perda de atuação mais política cal. Na Igreja, o homem não somente tornou-se o detentor

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A história de uma história – o protagonismo das mulheres na Teologia Feminista

do poder sagrado de estabelecer a mediação entre as pes- epistemologia diferencial em relação à epistemologia
soas e as divindades, mas também o grupo legítimo que vai androcêntrica, monolítica, heteronormativa e
elaborar o discurso religioso oficial e determinar os padrões universalizadora dos referentes epistemológicos e das ex-
de normatividade da instituição e da teologia (Nunes, 1996, periências humanas.
p. 92), segundo padrões e pré-concepções androcêntricas, A grande contribuição e o ganho da implantação de
ou seja, a partir e pelos homens. “Tais padrões, reforçados e uma cátedra de Teologia Feminista é a revisão e desconstrução
legitimados pelo discurso científico a respeito da natureza do método teológico oficial. Nessa questão, dois aspectos
feminina, funcionam como mecanismos de controle, na manifestam-se como fundamentais: a discussão da suposta
medida em que, sendo assimilados como próprios, como neutralidade científica e dos métodos teológicos, como procla-
naturais, qualquer afastamento deles é considerado social- mada pela teologia oficial, e a incorporação da experiência
mente e vivido pelas mulheres como transgressão” (Nunes, como parte integrante do método teológico e como critério
1996, p. 92). hermenêutico do fazer teológico das mulheres.
Mulheres cristãs se inserem no movimento femi-
nista ao mesmo tempo em que cristãs feministas se inserem
na teologia e na atuação eclesial. E, entre outras críticas, Discutir a suposta neutralidade dos
inclui-se as dirigidas às instituições eclesiásticas. As dife- métodos teológicos
renças e as construções sociais de gênero não somente são
legitimadas, como também criadas e instituídas pela reli-
gião, e o cristianismo não está isento disso. Há uma forte
A ciência que herdamos estabeleceu-se nos moldes
relação entre patriarcado e estruturas de poder eclesiástico.
de neutralidade, objetividade e universalidade. Estes pos-
Desde que a igreja cristã assumiu a estrutura hierárquica e
tulados escondem as relações de poder e quase sempre
episcopal na sua organização a partir do século II E.C. e se
negam a contingência cultural e as condições de pertença
tornou igreja estatal a partir do século IV E.C., a igreja,
(gênero, classe, etnia, geração) na produção do conhecimento
como instituição, se caracteriza como um patriarcado eclesi-
e dos saberes – além de não reconhecer o conhecimento
ástico que permeou a organização sócio-política e o imagi-
que está fora desses moldes científicos.
nário religioso ocidental.
A universalidade e a neutralidade pretendidas
Esse encontro entre Teologia Feminista e movimento
pela ciência têm sido colocadas em confronto e discus-
feminista tem sido salutar para a conjugação das lutas fe-
são, especialmente pelas feministas. Proponho a sus-
ministas em diversos âmbitos da sociedade e para demar-
peita dos métodos que se colocam a neutralidade, a
car a relevância social da teologia articulada com os movi-
objetividade e a universalidade como referencial e par-
mentos feministas. te de sua produção e da construção do conhecimento,
na perspectiva de Francine Descarries: “a crítica
epistemológica das noções de neutralidade e
Revisão dos métodos teológicos objetividade em ciências como ilusão metodológica. Essa
crítica as leva [as mulheres] a reconhecer a importância
da subjetividade do pesquisador e da pesquisadora em
todas as etapas do processo de produção de saberes”
A pergunta sobre em que condições se produzem o
(Descarries, 1994, p. 61).
conhecimento e a respectiva produção de sentido nos leva a
As relações e os acontecimentos do cotidiano nos
avaliar as proposições epistemológicas e as condições de
ensinam que o local, a geografia mostra, delimita, sina-
produção do conhecimento na realidade de violência, de
liza o contexto e a parcialidade da nossa aproximação
exclusão sócio-econômica e cultural e nas representações
às tradições e seus respectivos textos e das nossas
binárias da realidade. Essa avaliação é política e leva à exi-
próprias contradições cotidianas. No livro coletivo A
gência de um desenraizamento das premissas dadas e das
Bíblia pós-moderna, organizado por Elisabeth A.
verdades constituídas como definitivas e um
Castelli et al., em referência a obra de Bal.Mickie, Lethal
redimensionamento de balizas consagradas do estatuto
Love: feminist litetrary readings of biblical love stories,
epistemológico positivista patriarcal, desconstruindo-as e
há a seguinte declaração: “Interpretações que reivindi- 121
desautorizando-as, a fim estabelecer a chamada crítica da
cam inteireza e supremacia sobre todas as outras leitu-
razão patriarcal (Amorós, 1991). E provoca um desloca-
ras são, elas mesmas, representações de dominação”
mento epistêmico e a redefinição das proposições
(Castelli et al, 2000, p. 257). Tânia Mara Sampaio, im-
metodológicas e paradigmas para buscar um outro tipo de
portante teóloga brasileira, destaca que:
construção de conhecimento que fomente uma

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As construções de saber são datadas, contextualizadas, seu uso do critério da experiência, mas, antes, em seu uso da
sexuadas, racificadas, socialmente classificadas e implicam experiência das mulheres, que no passado foi quase que
relações de poder que precisam ser identificadas para desen- inteiramente excluída da reflexão teológica” (Ruether, 1993,
cadear processo de des-construção e construção. [...] A correla- p. 18). E, no referente da experiência, a justiça de gênero e
ção evidente entre poder e saber trará consigo, portanto, a a corporeidade passam a ser critérios éticos e teológicos. O
pergunta pelo método de construção do conhecimento e seus corpo também é construído e em processo contínuo de con-
pressupostos básicos (Sampaio, 2004, p. 196-197). figuração, mapeamentos, territorialização, desterrito-
rialização e reterritorialização de experiências, linguagens,
As feministas não são as únicas a questionar a neutrali- relações, marcas e impressões do trabalho, das relações
dade e objetividade das ciências e a sua visão reducionista da intercortadas e descuidadas, dos afetos, da cultura e tudo o
sociedade e do Cosmos. No entanto, as mulheres feministas mais que o envolve. Resgata-se a experiência corporal a
foram as primeiras a tentar elaborar uma epistemologia com partir de uma imagem de corpo individual e coletivo, com
esses pressupostos de forma mais radical – no sentido de ir à raiz outras perguntas sobre os momentos e lugares significati-
das coisas –, a propor e ensaiar as suas implicações práticas e vos em que aprendemos a ser mulheres e homens, quais as
responsabilidades históricas. referências e matrizes que moldam os discursos normativos
e como imprimem na sociedade e nos indivíduos modelos
O feminismo não apenas tem produzido uma crítica con- de gênero no processo de construção das corporeidades fe-
tundente ao modo dominante de produção do conhecimento minina e masculina, e quais os desafios e significados teoló-
científico, como também propõe um modo alternativo de gicos que esse processo produz.
operação e articulação nesta esfera [da epistemologia femi- A experiência coloca-se como critério hermenêutico.
nista]. Além disso, se considerarmos que as mulheres tra- No entanto, a experiência não pode ser tomada como a
zem uma experiência histórica e cultural diferenciada da origem do próprio conhecimento e do conhecimento da re-
masculina, ao menos até o presente, uma experiência que alidade bíblica e do próprio processo de interpretação. Joan
várias já classificaram como das margens, da construção Scott, referindo-se a E. P. Thompson, afirma que “experiên-
miúda, da gestão do detalhe, que se expressa na busca de cia significa ser social, as realidades vividas da vida social,
uma nova linguagem, ou na produção de um contra-dis- construídas por influências externas e sentimento subjetivo,
curso, é inegável que uma profunda mutação vem se pro- o estrutural e o psicológico” (Scott, 1999, p. 33). Não se trata
cessando, também, na produção do conhecimento científico de uma experiência ou uma identidade “encontrada”, mas
(Rago, 1998, p. 23-24). que foi construída ou atribuída e, portanto, pode ser modi-
ficada. A identidade e a experiência são processos que ocor-
Assim como qualquer outro conhecimento, a teologia rem concomitantemente; “a identidade está amarrada a
sempre serve a certos interesses; a teologia é política, e por isso noções de experiência” (Scott, 1999, p. 40).
mesmo, deve abandonar a premissa da assim chamada As experiências são diversificadas, são localizadas
objetividade e neutralidade, e assumir sua parcialidade, “tornar- em tempo e espaço e constituídas a partir das particularida-
se partidária”, como diz Elisabeth S. Fiorenza (2004), indicando des de identidades e experiências corporais. O conceito
a favor de quem ela se pronuncia e se constitui. essencialista mulher passa a ser substituído pelo plural
mulheres, pois há uma multiplicidade de experiências de ser
mulher. Nesse contexto de reflexão começa a surgir um
movimento de alternativa às feministas brancas, como a
Nomear a experiência como catego- Teologia Mujerista e a Teologia Womanist (mulherista) nos
ria hermenêutica Estados Unidos. Mujerista é um termo proposto por Ada
María Isasi-Diaz, para referir as experiências de mulheres
de origem latino-americana que vivem nesse contexto, para
O referente epistemológico feminista parte do pres- designar sua realidade de opressão e suas lutas por liberta-
suposto de que todo conhecimento é contingente, situado, ção nesse contexto. O termo womanist foi proposto por Ali-
localizado e temporal, não universalizado e que toda a ex- ce Walker para demarcar a diferença entre as experiências
periência constitui-se não apenas como interpretação da das mulheres negras e das mulheres brancas. No Brasil, a
122 realidade, mas constituinte da mesma. Teologista Womanist é nomeada como Teologia Feminista
As experiências de opressão e libertação tornam-se Negra. Maricel Mena Lopes é a primeira mulher negra a
o eixo central da Teologia Feminista. “A experiência huma- receber o título de Doutora em Teologia na América Lati-
na é o ponto partida e de chegada do círculo hermenêutico. na, em 2001.
[...] A singularidade da Teologia Feminista não reside em

Vol. 9 Nº 2 - maio/agosto de 2005

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A história de uma história – o protagonismo das mulheres na Teologia Feminista

Mulherista passou a ser um título adotado por mulheres Crítica feminista e mulherista. In: E. CASTELLI; G.A.
de cor, em especial as negras, que criticaram o movi- PHILLIPS e R.M. SCHWARTZ (orgs.), A Bíblia pós-moder-
na. São Paulo, Loyola, p. 227-272.
mento feminista por ser, no fundo, um movimento bran-
CEA-NAHARRO, M.P. 2002. O direito das mulheres à plena
co” e questionavam “a visão feminista tradicional de cidadania e ao poder de tomar decisões na Igreja. Concilium,
que a relação de poder desigual fundamental é a de ho- 298:85-94.
mens e mulheres” e “afirmam que nem todos os homens DEIFELT, W. 2004a. Educação Teológica para mulheres: um
têm igual acesso aos mesmos tipos de poder, nem todas as passo decisivo rumo à cidadania eclesial. In: SOTER (org.),
mulheres historicamente se abraçam umas às outras como Gênero e Teologia: Interprelações e perspectivas. São Paulo/Belo
irmãs, antes algumas foram responsáveis pela opressão Horizonte, Paulinas/Loyola, Soter, p. 265-282.
DEIFELT, W. 2004b. Temas e metodologias da Teologia Femi-
de outras (Castelli et al., 2000, p. 237).
nista. In: SOTER (org.), Gênero e Teologia: Interprelações e
perspectivas. São Paulo/Belo Horizonte, Paulinas/Loyola,
A experiência não é apenas aquilo que é dado, mas Soter, p. 171-186.
aquilo que se lembra, sente, recolhe, evidencia ou mesmo se DESCARRIES, F. 1994. A contribuição das mulheres à produção
esconde. Toda experiência é socialmente localizada e sim- de palavras e saberes. Estudos Feministas, 2:57-64 (Número
bolicamente representada – sejam como imagens, como re- especial).
flexos, como os espelhos da experiência. As experiências e o FIORENZA, E.S. 2004. Los caminos de la Sabedoria. Una introducción
contexto podem ser a fronteira de onde fazemos as nossas a la interpretación feminista de la Biblia. Santander, Sal Terrae,
286 p.
perguntas – a nossa periferia, a nossa territorialidade, os
GEBARA, I. 1989. As incômodas filhas de Eva na igreja da América
limites impostos, as restrições, as contradições cotidianas, os Latina. São Paulo, Paulinas, 47 p.
espaços inacessíveis, os espaços ocupados, os lugares GEBARA, I. 2004. Entre os limites da filosofia e da teologia. In:
inabitados, a disposição de nossos tempos. E é o lugar para SOTER (org.), Gênero e Teologia: Interprelações e perspecti-
descobrir outros horizontes, formular novas perguntas, su- vas. São Paulo/Belo Horizonte, Paulinas/Loyola, Soter, p. 153-
gerir outras respostas e encontrar novos caminhos para se 170.JOHNSON, E.A. 1995. Aquela que é: o mistério de Deus no
pensar a mudança. tratado teológico feminista. Petrópolis, Vozes, 396 p.
JARSCHEL, H. 1986. Algumas reflexões sobre o ministério femi-
O que procuramos apresentar e explicitar é que há
nino. In: L. HOCH (ed.), Formação teológica em terra brasileira:
histórias construídas, mas ainda não suficientemente con- Faculdade de Teologia – 1946-1986. Edição comemorativa. São
tadas e conhecidas. E que há vários caminhos e múltiplos Leopoldo, Sinodal, p. 143-146.
itinerários escolhidos e propostos pelas feministas e, por- NUNES, M.J.F.R. 1996. Gênero, saber, poder e religião In: M.F.
tanto, uma multiplicidade de passos, metodologias, cami- dos ANJOS (org.), Teologia e novos paradigmas. São Paulo,
nhos e perspectivas. A história das mulheres não nomea- Loyola, p. 89-104.
das e silenciadas, as histórias não contadas, mas também as RAGO, M. 1998. Epistemologia feminista, gênero e história. In:
J.M. PEDRO e M.P. GROSSI, Masculino, feminino, plural.
histórias conhecidas nos interpelam e indicam caminhos de
Florianópolis, Editora Mulheres, p. 21-41.
resistência nas fronteiras do poder normativo e desafiam a
RUETHER, R.R. 1993. Sexismo e religião: rumo a uma teologia
caminhada da Teologia Feminista. feminista. São Leopoldo, Sinodal / IEPG, 239 p.
SAMPAIO, T.M.V. 2004. Horizontes em discussão na arte de
fazer Teologia. In: SOTER (org.), Gênero e Teologia:
Interprelações e perspectivas. São Paulo/Belo Horizonte, Paulinas/
Referências Loyola, Soter, p. 187-202.
SCOTT, J.W. 1999. Experiência. In: A.L. da SILVA; M.C. de S.
LAGO e T.R.O. RAMOS (org.), Falas de gênero : teorias, aná-
ALVES, B.M. e PITANGUY, J. 1982. O que é Feminismo? São lises, leituras. Florianópolis, Editora Mulheres, p. 21-55.
Paulo, Brasiliense, 79 p. STRÖHER, M.J.; DEIFELT, W. e MUSSKOPF, A.S. (orgs.).
AMORÓS, C. 1991. Hacia una crítica de la razón patriarcal. 2ª ed., 2004. À flor da pele: ensaios sobre gênero e corporeidade. São
Barcelona, Anthropos, 331 p. Leopoldo, Sinodal/CEBI, 318 p.
CASTELLI, E.; PHILLIPS, G.A. e SCHWARTZ, R.M. 2000.

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História Unisinos

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